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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

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Direito Processual Civil II – Recursos 
 
Aula 02/10/20 
Teoria Geral dos Recursos 
Conforme o conceito do jurista José Carlos 
Barbosa Moreira, o Recurso consiste no: 
“Remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro 
do mesmo processo, a reforma, a invalidação, 
o esclarecimento ou a integração da decisão 
judicial”. 
Deve-se inicialmente salientar que o Recurso não 
é definido como uma obrigação. A obrigação 
surge como um dever jurídico de reparação, 
adimplemento, restituição. No entanto, nos casos 
em que há uma sentença contra determinado 
interesse, há a possibilidade de recorrer, sem que 
haja a obrigação de recorrer. 
O recurso encontra-se impregnado pela ideia de 
ônus, em que o indivíduo pode ou não se resignar 
acerca da decisão que fora proferida. Entretanto, 
caso o recorrente resigne-se e não recorra, este 
terá que suportar os efeitos da coisa julgada que 
não fora obstada pelo recurso (que deixou de ser 
interposto). 
A ideia de remédio voluntário encontra-se 
relacionado ao princípio dispositivo que 
concerne ao interesse da parte, que será o 
elemento que determinará a ação. É idôneo pois 
deve ser útil, aptidão para modificar a decisão a 
ser impugnada e não pode ser apenas mais um 
ato que não é capaz de modificar a decisão. 
O recurso figura dentro do mesmo processo 
principal, característica esta que o difere 
essencialmente das chamadas Ações autônomas 
de impugnação. A exemplo de tais ações pode-se 
citar o mandado de segurança, o habeas corpus, o 
habeas data, entre outros que, ao invés de serem 
interpostos, são impetrados. Por sua vez, os 
Recursos são sempre interpostos, uma vez que 
se encontram no interior do mesmo processo, 
não inaugurando uma nova relação processual. 
As finalidades ensejadoras do Recurso são as de 
Reformar (colocar outra decisão no lugar da 
anterior proferida), Invalidar (tornar nula a 
decisão anterior, ensejando nova decisão 
sobre a matéria), Esclarecer/ Integrar (ações 
promovidas pelos Embargos de Declaração 
sobre a decisão que se busca corrigir. Tal 
esclarecimento será dado no sentido de 
suprir omissão, aclarar obscuridade, 
eventualmente corrigir erros e remover 
contradições). 
OBS! A função de integrar a decisão está 
intimamente relacionada com o Recurso de 
Embargos de Declaração. Nesse contexto, 
diante de decisões que possuem vícios, a 
partir do recurso dos embargos de 
declaração, provoca-se o órgão que proferiu 
tal decisão para que este supra o vício 
existente, dando nova decisão para que supra 
a anterior. Embora existam, a partir desse 
ponto, duas decisões, a segunda decisão 
integra a primeira. 
Classificações dos Recursos 
Os recursos poderão ser classificados em: 
a) Totais ou parciais (art. 1.002 do CPC) – os 
recursos poderão impugnar a decisão no todo 
(recursos totais) ou em partes (recursos 
parciais). 
Quando a decisão encontra-se totalmente 
contrária ao interesse do recorrente, mas se 
coaduna em partes com os precedentes oriundos 
do STJ ou do STF, o juiz, de acordo com o dever de 
respeito, somente poderá aplicar a decisão dos 
precedentes. Nesse sentido, o recurso seria 
melhor interposto caso impugnasse a decisão 
apenas parcialmente; 
b) De Fundamentação livre ou vinculada – os 
recursos poderão ter a fundamentação livre, sua 
confecção poderá trazer a dedução de 
argumentos fáticos e jurídicos. O termo 
“fundamentação livre” não deve ser confundido 
com a falta de técnica em relação à produção 
deste. 
Direito Processual Civil II – Recursos 
 
Aula 02/10/20 
A fundamentação vinculada, presente 
principalmente nos recursos dirigidos às Cortes 
de vértice, possuem a característica vinculativa 
relacionada ao direito, não incluindo aí o exame 
de fatos ou provas (pelo menos no que diz 
respeito ao seu conteúdo, em relação à prova). 
Devido a isso, tais recursos são também 
denominados de recursos de direito estrito. 
c) Ordinários e extraordinários – os recursos 
ordinários se destinam aos Tribunais que farão a 
análise do direito no contexto fático, no contexto 
da prova. Já os recursos extraordinários são 
aqueles recursos que se dirigem para as Cortes de 
precedentes. Os ordinários são de 
fundamentação livre e os extraordinários de 
fundamentação vinculada; 
d) Principal ou adesivo (Art. 997, §§ 1º e 2º) – 
no momento em que a sentença é publicada e as 
partes tomam conhecimento desta, as partes 
possuirão um prazo para oferecem a 
impugnação. Conforme o Novo CPC/15 o prazo 
geral de interposição para todos os recursos 
(exceto para os Embargos de Declaração, que 
possui prazo especial de 5 dias) de 15 dias, 
contados a partir da publicação da decisão 
prolatada. No momento em que recorre, a parte 
contrária será intimada para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto, no mesmo 
prazo que a parte interessada possuiu para a 
interposição deste, ou seja, 15 dias. Após esse 
período o recurso subirá para a análise do 
Tribunal. 
No entanto, há situações específicas que 
envolvem decisões de procedência parcial, que 
abrigam uma sucumbência recíproca (isto é, 
uma perda recíproca). A sucumbência recíproca 
diz respeito às situações em que a parte 
recorrente ganha e perde ao mesmo tempo, pois 
a decisão acaba sendo favorável ao autor em certa 
medida e favorável ao réu em outra medida. 
Quando a parte é intimada para apresentar suas 
contrarrazões a lei dispõe a ele duas opções: 
poderá contrarrazoar no prazo de 15 dias e 
poderá este ainda interpor o recurso contra o 
próprio recurso principal que fora chamada para 
oferecer as contrarrazões. Aquele que primeiro 
recorreu também deverá apresentar as 
contrarrazões nos próximos 15 dias 
subsequentes. 
Dessa forma, a parte poderá oferecer as 
contrarrazões e ao mesmo tempo impugnar a 
interposição do recurso por meio da interposição 
de um novo recurso. 
O Recurso Adesivo possui esse nome por sua 
característica de aderir ao recurso principal. 
OBS! Em relação ao recurso adesivo, é 
importante citar que este não consiste em um 
recurso propriamente dito, mas sim em uma 
técnica de impugnação (técnica recursal). Tal 
técnica já era existentes nos Códigos de 
Processo Civil anteriores de 73 e 79, sendo 
mantido pelo legislador no texto do Novo CPC. 
Deve-se mencionar, no entanto, que, se aquele 
que recorreu através do Recurso principal, 
desiste do curso deste, o recurso adesivo será 
levado à extinção. 
OBS! Quando o recorrente do recurso 
principal desiste do curso deste, o recurso 
adesivo é extinto. No entanto, nada impede 
que o recurso principal (quando o recorrente 
não desiste do curso deste e decide levá-lo 
adiante) seja improvido e o recuso adesivo 
seja provido. 
Direito Processual Civil II – Recursos 
 
 
Teoria Geral dos Recursos 
O propósito da decisão é se converter em coisa 
julgada. Após esse processo, logo que publicada, 
a decisão deixa de ser apenas uma decisão e passa 
a ser uma res judicata (coisa julgada). 
Quando a decisão transita livremente em julgado, 
significa dizer que não será mais cabível a 
interposição de qualquer Recurso contra ela. Tal 
processo configura-se como um dos pilares do 
Estado Democrático de Direito, pois assegura a 
existência da segurança jurídica no interior do 
ordenamento. 
O recurso possuirá como efeito, assim que 
interposto, o prolongamento da litispendência, 
isto é, manterá o litígio pendente, à medida que 
se estende o curso do litígio para as instâncias 
revisoras, ou ainda, após estas, paras as Cortes 
superiores, denominadas Cortes de vértice. 
Princípios do Modelo Constitucional do 
Processo 
O Processo possui bases constitucionais, 
espraiando-se também na legislação 
infraconstitucional. Tais princípios derivados do 
plano constitucional são de extrema importância 
para que se entenda a matéria relacionada à 
Teoria Geral do Processo, sendo estes: 
a) O Duplo grau de jurisdição (Art. 5º,LV da 
CF) – conforme artigo em comento, tem-se que: 
“Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes”. 
Para muitos doutrinadores, tal princípio não 
estaria respaldado pelo artigo 5º, inciso LV da CF, 
mas sim pelos arts. 102 e 105 do mesmo 
dispositivo constitucional. Dessa forma, 
conforme o entendimento dos Doutrinadores 
processuais mais conservadores, o recurso há 
que se refere a CF são apenas aqueles 
constitucionais, isto é, somente aqueles 
destinados às Cortes de Vértice (Recurso em 
sentido estrito para p STF e o recurso especial – 
que é extraordinário lato sensu- para o STJ). 
Todos os demais recursos do sistema seriam 
previsto no plano infraconstitucional, de modo 
que o princípio do Duplo grau de jurisdição só 
seria assegurado para os recursos 
constitucionais. 
O Duplo grau de jurisdição revela a concepção 
mais ampla, segundo a qual o sentido do recurso 
estaria também ligado àquela percepção de que 
este seria uma medida relacionada à própria 
natureza humana, uma vez que se procura 
sempre a uma segunda apreciação revisora. 
Nesse sentido a possibilidade de reapreciação 
paras as demandas, o sistema recursal, reproduz 
a irresignação humana. 
Em decorrência do princípio da dupla jurisdição, 
há sempre a emanação de que há o direito de 
buscar-se a decisão mais adequada aos 
interesses, bem como de ter assegurada a 
oportunidade de obter-se a reapreciação da 
matéria por uma segunda instância (instância 
revisora). 
O efeito devolutivo liga-se ao princípio do duplo 
grau de jurisdição pelo fato de relacionar-se ao 
ato de “devolver” para o poder judiciário (e não 
pra o Tribunal) uma demanda que já fora 
analisada em sede de 1º grau, para que seja 
revisada em sede de 2º grau. 
b) Efetividade do direito material pelo 
processo (Art. 1.013, §§ 3º e 4º do CPC) – caso 
o mérito possa ser julgado, este deverá ser 
julgado. Tal princípio pode ser flexibilizado 
diante de processos que possuem vícios 
insanáveis, cuja resolução do mérito torna-se 
impossível. No entanto, como regra do princípio 
fundamental é que se deve assegurar a tutela do 
direito material. 
c) Princípio da colegialidade – tal princípio diz 
respeito essencialmente à regra geral de que todo 
Tribunal deverá ser um órgão colegiado. A ideia 
Direito Processual Civil II – Recursos 
 
 
do tribunal como instância colegiada centra-se na 
ideia de que tal órgão deverá, em tese, possuir 
maior discernimento na revisão da matéria que o 
órgão julgador de primeira instancia. 
d) Princípio da reserva de plenário - A ideia de 
princípios fundamentais que se deve preservar, é 
justamente a de que os princípios deve 
sobrepairar o ordenamento. Segundo Alexy, são 
os mandados de otimização que servem para 
animar o funcionamento do sistema. No entanto, 
estes não devem ser absolutos. Existem 
princípios absolutos no âmbito do Processo? 
Muitos doutrinadores informam que não. O 
professor Velten alia-se à parte doutrinária que, 
assim como o professor Nelson Luís pinto, 
entende que estes princípios existem sim. Tais 
princípios são denominados princípios 
informações do processo. 
Conforme o Art. 97 da CF: 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria 
absoluta de seus membros ou dos membros 
do respectivo órgão especial poderão os 
tribunais declarar a inconstitucionalidade de 
lei ou ato normativo do Poder Público. 
ou dos membros de seu órgão especial (art. 
93, XI CRFB/88). 
Esta cláusula não impede que os juízos singulares 
declarem a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo no controle difuso, bem como não se 
aplica às turmas recursais dos juizados especiais, 
pois turma recursal não é tribunal. 
Deve-se ressaltar que essa cláusula só é exigida 
para a declaração de inconstitucionalidade, não 
se aplicando para a declaração de 
constitucionalidade, devido ao Princípio de 
Presunção de Constitucionalidade das Leis. 
Princípios Informadores do Processo 
Os princípios informadores se diferenciam dos 
princípios de base constitucional por não serem 
flexíveis, isto é, se caracterizam como sendo 
rígidos. Carregam a alcunha de princípios 
informadores, no sentindo de que informam a 
base e a sustentabilidade das normas 
processuais. Alguma exemplos de tais princípios 
são: 
a) Princípio da economia do processo – o 
processo, como atividade estatal desenvolvida 
sob contraditório e ampla defesa, precisa ser 
necessariamente econômica. Tal atividade só 
poderá exigir a observância de seus 
procedimentos no limite e na exata medida da 
necessidade. Não se estende o processo além do 
tempo necessário para que este resolva o conflito 
do litigioso. Isso se significa que o processo não 
pode, em hipótese alguma, ser prolongado para 
resolver as pendências litigiosas; 
OBS! A prova meramente protelatória deve 
ser excluída do processo pelo juiz! 
b) Princípio lógico – o princípio lógico assume a 
organização do Processo. Conforme tal princípio, 
a petição inicial vem em primeiro lugar, logo em 
seguida, q contestação, depois a instrução e, por 
fim, a sentença. Há técnicas que permitem 
antecipar os efeitos da decisão final, no entanto, 
não é permitido que as fases destes sejam 
trocadas ou retrocedidas. É importante 
mencionar que o processo não deve ser visto 
como um “bem social”, haja vista que este é 
definido como um instrumento de resolução 
conflitivo, litigioso. Tal princípio é ditado por 
Carnelutti quando este informa que o processo se 
constitui como o interesse qualificado por uma 
pretensão resistida. Isso significa que só se pode 
ingressar na justiça, depois que a pretensão passa 
a ser resistida (isso significa que somente poderá 
se dar prosseguimento à fase 
conflituosa/litigiosa após adentrar-se na fase 
autocompositiva, de resolução dialogada, 
negociada da lide.); 
c) Princípio político – informa que não é dado 
ao juiz deixar de decidir diante do processo. O 
sistema processual brasileiro não contempla a 
figura do não “não liquet” (não liquidar/não 
resolver). Isso significa que, diante da dúvida, o 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626510/artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626510/artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626510/artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10691339/inciso-xi-do-artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10691339/inciso-xi-do-artigo-93-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Direito Processual Civil II – Recursos 
 
 
juiz não poderá julgar empatada a causa. O 
processo exige solução da lide. O judiciário, a 
partir desse princípio, precisa cumprir o dever de 
absorver a insegurança; 
d) Princípio jurídico – as soluções para o 
sistema processual, inclusive para o nível 
recursal, encontram-se inseridas no Código. A 
exemplo do expresso no ART. 994 do CPC, em que 
são elencados os tipos de recursos, pode-se 
observar a existência do princípio jurídico, uma 
vez que, ao estabelecer o rol fixo de recursos, 
demonstra que nenhum recurso poderá existir 
fora de tal rol fixado pelo legislador no CPC; 
Direito Processual Civil – Recursos 
 
 
Princípios Recursais do plano 
infraconstitucional 
Os princípios aqui mencionados encontram-se, 
por sua vez, fora do plano constitucional, isto é, 
encontram-se disciplinados pela legislação 
processual civil e demais legislações 
extravagantes. 
a) Princípio da taxatividade(Art. 994 do CPC) 
– os recursos existem em números Cláudia, isto 
é, em numeração taxativa nós CPC (inclusos no 
ART. 994 do CPC). Ao todo são taxados 9 espécies 
de recursos, sendo estes: 
I- Apelação; 
II- Agravo de instrumento; 
III- Agravo interno; 
IV- Embargos de declaração; 
V- Recurso ordinário 
VI- Recurso especial 
VII- Recurso extraordinário 
VIII- Agravo em recurso especial ou 
extraordinário 
IX- Embargos de divergência. 
b) Princípio da unirrecorribilidade ou 
singularidade – tal princípio relaciona-se ao 
fato de que, para cada decisão, haverá apenas um 
único recurso, que, por sua vez, será próprio para 
combater uma única decisão. Em regra, não se 
deverá mais de um recurso para impugnar a 
mesma decisão. No entanto, excepcionalmente, 
encontram-se situações em que se poderá laçar-
se mão de mais de um recurso para impugnar a 
mesma decisão, bem como são os casos de 
acórdão que abrigam matéria constitucional 
(que será impugnada por meio de recurso 
extraordinário interposto para o STF) e matéria 
federal (que será impugnada por meio de 
recurso especial interposto para o STJ). 
c) Princípio da correlação – relaciona-se ao 
papel que o recurso deverá cumprir. Este deverá 
dialogar com a decisão. Após a decisão do juiz, 
será levado para o tribunal as razões pelos quais 
a decisão impugnada precisa ser modificada, 
revistas. Então, nesse sentido, as alegações no 
recurso devem guardar relação com a decisão, no 
sentido de que tais alegações recursais deverão 
estar alinhadas com a mesma matéria/direito 
que é verdade na decisão. 
OBS! O principal papel do recurso é o de 
apontar para o Tribunal que a decisão possui 
um erro de julgamento (error in judiando) ou 
de procedimento (error in procedendo). Nos 
casos em que o recurso deixar de apontar os 
erros contidos na decisão, ocorre o não 
ataque da decisão e, devido a isso, o efeito 
devolutivo deixa de acontecer. Diante desses 
casos, o recurso deixa de ser provido. 
d) Princípio da fungibilidade 
(instrumentalidade das formas) – tal princípio 
decorre da instrumentalidade das formas. 
Relaciona-se ao fato de que o julgador pode 
receber um recurso, que em tese, não seria o 
recurso adequado para determinada decisão, 
mas que poderá ser aceito no lugar deste. 
Atualmente, tal princípio acabou perdendo 
espaço. O termo “fungível” expressa o poder de 
substituição de um bem por outro de mesma 
natureza que promova o mesmo efeito jurídico. 
e) Princípio da voluntariedade (efeito 
devolutivo) – decorre do efeito devolutivo e 
quer dizer que a impugnação da decisão deverá 
ocorrer na medida do interesse do recorrente. 
Dessa forma, será devolvido para o tribunal 
somente aquilo que for impugnado. Muitas 
vezes, os juízes, ao examinarem o recurso, 
acabam verificando erro claro da decisão por 
falta de observação de precedentes das Cortes de 
vértice ou dos Tribunais, no entanto, somente 
poderá recorrer se a parte houver provocado a 
impugnação, que, na maioria das vezes, não 
Direito Processual Civil – Recursos 
 
 
ocorre. Assim, o colegiado não poderá revisar a 
decisão e exigir a modificação desta. Não cabe ao 
juiz do Tribunal a correção daquilo que não foi 
objeto do Recurso. O próprio Processo 
Democrático não autoriza o Estado a imiscuir-se 
no conflito pessoal para a resolução deste caso 
não haja a provocação para tanto (há a ideia o 
“quantum devolutum, quantum apelatum”). 
f) Princípio da Dialeticidade (Súmulas 182 
STJ, 284 e 287 STF) – A dialeticidade está 
presente na ideia de que o Processo é dialético, 
isto é, sempre decorrente de um diálogo. Além de 
ser dialético, o processo é ainda dialógico, a 
decisão judicial recorrível deve dialogar com as 
razões advindas das partes. Nesse sentido, o 
Recurso deve dialogar com a decisão atacada, 
tem que ter uma relação direta com o que está se 
buscando. 
A grande problemática da dialeticidade 
atualmente encontra-se, no entanto, na forma 
como tais decisões são escritas. 
g) Recorribilidade temperada das 
interlocutórias – Tal princípio é decorrente da 
evolução do CPC/15. Antigamente, todas as 
decisões que não colocavam fim ao processo não 
possuíam efeito suspensivo e, por isso, 
trabalhava-se como a ideia do “princípio de não 
suspensão dos efeitos das decisões 
interlocutórias”. Tal princípio começa a mudar 
depois que se percebe que alguns tipos de 
recurso poderão receber o efeito suspensivo. 
O principal recurso que explica tal princípio é o 
Agravo de Instrumento. Tal princípio sofreu 
mudanças profundas em sua configuração 
jurídica a partir do CPC de 2015. Anteriormente, 
durante a vigência do CPC/73, o Agravo (que 
antes poderia ser tanto “Retido” como “de 
instrumento”) era utilizado como o recurso 
destinado para toda e qualquer decisão 
interlocutória, utilizando o princípio da 
irrecorribilidade em separado das 
interlocutórias. Tal princípio aduzia que, ao se 
recorre, a decisão não teria como ser suspensa 
por efeito do recurso. 
A partir do CPC/15, há a mudança da forma de 
manuseio dos Agravos. Nesse contexto, este 
estabelece qual o conjunto específico de decisões 
que devem ser passíveis de Agravo de 
Instrumento (sendo estas arroladas pelo próprio 
CPC), excluindo, assim, a antiga ideia de 
destinação de tal recurso a toda e qualquer 
decisão interlocutória. Nessa medida, a 
recorribilidade das decisões interlocutórias 
passou a ser uma recorribilidade temperada, 
haja vista que houve a redução, face ao próprio 
conteúdo, das decisões suscetíveis de serem 
impugnadas pelo Agravo de Instrumento. 
OBS! As Decisões interlocutórias geralmente 
são aquelas que são proferidas durante o 
curso do processo. Não será proferida de 
maneira definitiva (no final do processo, 
colocando fim a este) e nem de maneira 
preliminar (no início do processo). 
h) Princípio da Consumação (preclusão 
consumativa) – a preclusão é um instituto que o 
novo CPC/15 acabou por não prestigiar. 
Percebe-se que o recurso de Apelação. Muitas 
das vezes, é interposto depois que já houve uma 
sequência de outros recursos interpostos contra 
decisões de igual natureza. 
O CPC/15 não prestigiou a regra da preclusão 
porque tentou criar um Processo Civil de 
resultados, fazendo com que o recurso mais 
importante obtivesse destaque apenas ao final 
do Processo. Portanto, há a eliminação das 
possibilidades variadas que existiam no sistema 
processual de recorrer-se a todo momento da 
decisão judicial. 
No passado, ainda sobre o plano processual do 
CPC/73, era comum que as partes utilizassem os 
Agravos de Instrumento com o objetivo para que 
a matéria não viesse a ficar preclusa, não fosse 
Direito Processual Civil – Recursos 
 
 
acobertada pela preclusão. A preclusão seria 
algo semelhante à coisa julgada, pois permitia 
que, quando proferida, a decisão não pudesse 
mais ser modificada. A preclusão é sempre a 
perda de uma faculdade processual. 
Atualmente, vige a ideia de preclusão 
consumativa que é aquela que se liga ao fato de 
que, após a interposição do recurso dentro do 
prazo legalmente estabelecido para isto, o 
recorrente perde a oportunidade de falar, isto é, 
preclui a oportunidade de falar. Dessa forma, 
mesmo que o recorrente apresente suas razões 
recursais no primeiro dia do prazo, haverá a 
preclusão consumativa e será aberto o prazo 
para que o recorrido apresente as contrarrazões 
do seu recurso. 
Resta hodiernamente então a regra abrigada 
pela possibilidade de recorrer da decisão, mas de 
se tornar preclusa a pretensão após a 
interposição do primeiro recurso. 
OBS! Apesar de serem institutos 
semelhantes, a coisa julgada não deve ser 
confundida com a preclusão. A coisa julgada 
é, inclusive, denominada de “preclusão 
máxima”. 
I) Princípio da Complementaridade (súmula 
579 - STJ) – relaciona-se à flexibilidade do 
princípio da preclusão consumativa. Conformea 
Súmula 579 em que tal princípio encontra-se 
abrigado: 
Súmula 579 STJ - Não é necessário ratificar o 
Recurso Especial interposto na pendência do 
julgamento dos embargos de declaração 
quando inalterado o julgamento anterior. 
Aqui, o juiz dá a possibilidade da parte que já 
recorreu de complementar as razões do seu 
recurso diante das situações em que este mesmo 
magistrado acrescenta um novo ponto à decisão 
que, quando a parte interpôs sua apelação, não 
estava presente, não havendo também a 
possibilidade do recorrente saber de possíveis 
acréscimos, haja vista que este ponto somente 
fora adicionado devido ao julgamento anterior 
dos Embargos de Declaração. 
A partir da Súmula 579, o STJ declara que, se o 
juiz, ao julgar os Embargos de Declaração da 
parte contrária, não modificar a decisão/ trazer 
acréscimos à decisão, não será necessário exigir 
que a parte que já interpôs o recurso especial 
complemente as razões do seu recurso. 
j) Princípio da Proibição de Reformatio in 
pejus –via de regra, recurso somente poderá ser 
benéfico para a parte recorrente. Não podendo 
ser maléfico para a parte recorrente, podendo 
este somente beneficiar ou manter a situação 
existente antes da interposição do recurso. 
O CPC/15 flexibiliza tal regra de modo severo ao 
criar a regra da Sucumbência recursal. Isso 
significa que a parte recorrente poderá arcar 
com as custas relacionadas aos honorários 
advocatícios. 
Tal instituto (sucumbência recursal) possui 
como maior finalidade o fato de desestimular a 
interposição de recursos sem o prévio 
consentimento da parte ou apenas com o intuito 
protelatório. Assim os próprios profissionais 
advogados tendem a moldar suas atuações de 
maneira a evitar a sucumbência da parte que 
defende. Aliado a isso, soma-se ainda a 
desacumulação, isto é, a diminuição do acúmulo 
de recursos para revisão nos Tribunais 
Conforme o art. 85 § 11º, do CPC: 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a 
pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará 
os honorários fixados anteriormente levando 
em conta o trabalho adicional realizado em 
grau recursal, observando, conforme o caso, 
o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao 
tribunal, no cômputo geral da fixação de 
honorários devidos ao advogado do 
Direito Processual Civil – Recursos 
 
 
vencedor, ultrapassar os respectivos limites 
estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de 
conhecimento.

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