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Resumo AINES

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Pablo Barbosa – FAMP – 2015/2
Anti-inflamatórios Não-esteroidais
A inflamação é um mecanismo de defesa do organismo, por isso os anti-inflamatórios só são indicados quando o desconforto advindo das manifestações inflamatórias são maiores que o beneficio da regeneração tecidual determinado pela reação inflamatória.
Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES) são medicamentos sintomáticos e inespecíficos; seu mecanismo de ação ocorre através da inibição da síntese de prostaglandinas que é feita através da inativação da cicloxigenases constitutiva (COX-1) e induzível (COX-2), a COX-1 é responsável pelos efeitos fisiológicos das prostaglandinas em sítios gástricos e renais enquanto a COX-2 surge nos locais da inflamação (os AINES podem ser seletivos ou não para COX-2). Como o sitio de ação dos AINES está nas COXs eles não inibem a via das lipoxigenases não impedindo a formação de leucotrienos que tem ação broncoconstritora e aumenta a permeabilidade vascular.
Síntese de prostanóides: prostanóides abrange as prostaglandinas e os tromboxanos que respectivamente são vasodilatadoras e sensibilizam os nociceptores e este tem ação trombótica e vasoconstritora além de atrair leucócitos para o loca. O fosfolipídio de membrana das células lesadas é metabolisado pela fosfolipase A2 resultando em araquidonato e liso-glicerol fosforicolina, o araquidonato pode ser metabolisado ainda pelas enzimas cicloxigenases e formar os prostanóides.
Ações farmacológicas dos AINES: os aines possuem principalmente 3 ações decorrentes da inibição das COXs do acido araquidônico e consequente redução da síntese de prostanóides:
Ação anti-inflamatória: com a inibição das COXs ocorre também a redução das prostaglandinas vasodilatadoras (PGE2 e PGI2) levando a uma menor vasodilatação e consequente edema reduzido, não há redução do acumulo de células inflamatórias porem os AINES impedem a saída do exsudato (o paracetamol não possui ação anti-inflamatória considerável.
Ação antipirética: que ocorre devido à diminuição da prostaglandina do tipo “E” (PGE2) que é responsável pela elevação do ponto de ajuste hipotalâmico para o controle de temperatura na febre. Os estímulos inflamatórios ativam o hipotálamo que induz a expressão de COX2 que produz as prostaglandinas. Antipiréticos só são indicados em febres próximas a 39˚C.
Ação analgésica: diminuição da produção de prostaglandinas significa uma menor sensibilização das terminações nervosas nociceptivas a mediadores inflamatórios com a bradicinina. Nos casos de cefaleia seu alivio se deve à menor vasodilatação cerebral mediada pelas prostaglandinas, estas são responsáveis por diminuir o limiar de excitabilidade dos nociceptores das fibras C e Ag responsáveis pela sensação de dor.
Principais classes de AINES
Todos os AINES não seletivos possuem uma eficácia anti-inflamatória similar; as escolha correta é baseada na menor intensidade dos efeitos adversos, neste caso os derivados de pirazolona (dipirona) só é utilizado em ultimo caso. Nas gestantes anti-inflamatórios não são recomendados devido aos efeitos teratogênicos mas se necessário é utilizado o AAS em doses baixas.
Salicilatos (AAS – aspirina, diflunisal): o acido salicílico é ceratolítico, antisséptico, bacteriostático e antifúngico. A aspirina provoca inativação irreversível da COX1 e COX2, ela também é eficaz em baixas doses para tratamento de distúrbios cardiovasculares por conta de sua ação antiplaquetária. As dores que os salicilatos costumam aliviar são dores de pouca intensidade com origem tegumentar como a cefaleia, mialgia e artralgia.
Acido acetil salicílico – aspirina: é um anti-inflamatório, anti-térmico, analgésico, em doses terapêuticas aumenta a ventilação alveolar, diminui agregação plaquetária, previne angina e IAM, previne também câncer de colo e reto. A aspirina tem sido classificada como droga cardiovascular devido a sua grande ação antiplaquetária (ela acetila irreversivelmente a cicloxigenase sendo o único AINEque inibe a agregação e desgranulação plaquetária de forma irreversível) tornado-a capaz de diminuir a incidência de angina pectoris e IAM em pacientes predispostos; após uso de aspirina a recuperação plaquetária demora de 7 a 10 dias que é o tempo de produção de novas plaquetas. Doses de aspirina acima de 325mg tem provocado o efeito contrario pois esta quantidade vai inibir a síntese de prostaciclinas no endotélio sendo estas as responsáveis pela inibição da agregação plaquetária e consequente vasodilatação. Entre os efeitos adversos das apirinas pode se citar o desconforto epigástrico, náuseas e vômitos, sintomas estes justificados por ela ser absorvida no meio ácido do estomago; a aspirina não pode ser utilizadas em pacientes hemofílicos ou que usam heparina devido sua ação antiplaquetária, o mesmo se aplica em pacientes com dengue pois aumenta-se o risco de trombocitopenia.
Adalimumab (humira): anti-inflamatório de origem biotecnológica destinado ao tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriática e espondilite anquilosante grave. O adalimumab é um anticorpo que reconhece e se liga ao TNF (fator de necrose tumoral) que esta envolvido no processo de inflamação e está em níveis elevados nos doentes com as doenças citadas acima.
Fenilbutazona e Dipirona: potente ação anti-inflamatória mas não muito eficiente como analgésico e antitérmico, devido aos seus efeitos adversos não devem ser usados por mais de uma semana. A fenilbutazona é transformada pelo fígado em oxifenilbutazona e ambas substancias tem uma lenta excreção renal devido as ligações às proteínas plasmáticas, provocam retenção de Na, Cl e H2O ao nível renal reduzindo o volume urinário e aumentando o volume plasmático que leva a alterações cardíacas, ela também reduz a captação de iodo podendo levar ao hipotireoidismo.
Paracetamol: analgésico e antitérmico muito utilizado em crianças com infecções virais, também pode ser utilizado em pacientes com Gota; possui uma fraca ação anti-inflamatória pois nos tecidos periféricos ele tem uma menor ação sobre a cicloxigenase mas é muito efetivo no SNC; apesar de não ter ação plaquetária e nem efeito sobre a coagulação tem-se uma vantagem sobre a aspirina pois não causa efeitos irritantes no trato gastrintestinal. A curto prazo são poucos os seus efeitos adversos mas a longo prazo pode provocar necrose tubular renal e coma hipoglicêmico, se utilizado em doses muito altas pode provocar hepatoxicidade, entre os sintomas de toxicidade do paracetamol estão náuseas, vômitos, dores abdominais, sonolência e desorientação, para reverter este quadro é utilizado na-acetilcisteína pois ela contem grupamentos sulfidrila onde o metabólito pode se ligar.
Indometacina: é um potente anti-inflamatório em casos agudos dolorosos como artrite gotosa aguda, espondilite anquilosante, osteoartrite coxo-femoral, controle da dor associada a uveíte e/ou pós operatório de cirurgia oftalmológica. Entre seus efeitos adversos pode ser encontrado náuseas, vômitos, anorexia, diarreia e dor abdominal, pode levar a ulceração do trato gastrintestinal (TGI), tambem causa no SNC cefaleia frontal, tontura, vertigem e confusão mental. O uso de indometacina pode resuxir os efeitos de anti-hipertensivos inibidores da enzima da conversão da angiotensina, da pazosina, da hidralazina, do propranolol e da ação de diuréticos como furosemida e HCTZ; o uso de penicilina em geral pode aumentar a toxicidade da indometacina.
Diclofenaco: derivado do acido acético; tem atividade analgésica, antipirética e anti-inflamatória; utilizado no tratamento deu curta duração das lesões musculoesqueléticas aguda, tendinites, bursites, dor de pós operatório e da dismenorréia. Por se tratar de um medicamento de 1ª passagem de 40% a 50% são biotransformadas pelo fígado em 4-hidroxidiclofenaco que tem fraca ação anti-inflamatória no entanto a concentração em lugares inflamados dure de 12 a 24 horas, logo é melhor aproveitado se for utilizado via IM; estudos indicam que o diclofenaco potássico tem ação mais rápida e que o diclofenaco sódico tenhaação mais duradoura. Seus efeitos adversos são semelhantes ao dos outros AINES podendo provocar também aumento nos níveis de enzimas hepáticas.
Naproxeno/Ibuprofeno: são semelhantes à indometacina como anti-inflamatórios, analgésicos e antitérmicos, também possui uma baixa toxicidade levando a menos casos de efeitos adversos. Naproxeno sódico é absorvido de maneira mais rápida e seu pico de concentração plasmática também é mais rápido; especialmente o naproxeno os medicamentos derivados do acido propiônico alteram a funcao plaquetária.
Inibidores seletivos da enzima COX-2/ nimesulida: agem especificamente sobre a COX-2 podendo ser chamados de coxibes; são anti-inflamatórios, analgésico e antitérmicos. Como são específicos com a COX-2 os efeitos gastrintestinais são menores sem perder ou aumentar sua eficácia anti-inflamatória; não possuem ação plaquetária, logo nessa funcao não podem substituir a aspirina

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