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Conceito de Justiça e Direito no pensamento de Platão e Aristóteles

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PLATÃO
Para Platão, existem dois âmbitos da justiça: a justiça humana (que é suscetível a falhas) e a justiça divina (infalível). É importante dizer que tanto uma como a outra tem característica retributiva, ou seja, justos e injustos se submetem ao julgamento dos deuses ao morrer e estes juízes (que se encontram no além), por sua vez, atribuem recompensas aos primeiros e castigos aos últimos citados. Aqui é imprescindível ressaltar que, mesmo que a justiça humana falhe, a justiça divina não o fará, uma vez que o corpo é temporário, mas a alma é eterna, tendo, necessariamente, que passar pelo julgamento dos citados deuses. 
Já se tratando da justiça no Estado (aqui se refere à justiça humana), o filósofo acreditava que esta seria obtida a partir de uma cooperação entre governados e governantes. Ademais, este citado Estado, assim como a alma, está dividido, ou seja, há a divisão do trabalho, que é o que permite a justiça num Estado Ideal. A divisão das atividades se dá em três classes (politica, defesa e economia), não podendo haver interferência de uma na outra (caso haja, seria considerado injustiça). 
Finalizando, assim como a virtude significa controle, ordem e equilíbrio, assim acontece com a justiça, sendo esta, portanto, uma virtude na visão de Platão.
Aristóteles
Para Aristóteles, assim como para Platão, a justiça deve ser entendida como uma virtude (neste caso, a justiça abrange todas as virtudes), o que significa para o discípulo de Platão ser um justo meio (posição mediana entre o excesso e o defeito). Além disso, para este filósofo, ser justo é praticar reiteradamente atos voluntários de justiça e ao fazer isso, é alcançada a felicidade. Ao contrário das outras virtudes, entretanto, a justiça não se opõe a dois vícios, mas a um único, que é a injustiça (um por carência, outro por excesso). 
No livro, percebemos que Aristóteles atribui ao termo justiça diversos sentidos, sendo o primeiro abordado o JUSTO TOTAL, que consiste na virtude de observância da lei, no respeito a tudo o que visa o bem da comunidade. Neste aspecto, justiça e legalidade são a mesma coisa. O segundo conceito é o de justo particular, que corresponde a uma parte da virtude, e não à virtude total. É a justiça na relação entre os particulares. Este conceito, por sua vez, é dividido em justo distributivo e em justo corretivo. 
O justo distributivo relaciona-se com todo tipo de distribuição que ocorre dentro do Estado (de honras, de cargos e de qualquer outro bem), sendo a injustiça o desigual, ou seja, o recebimento de uma quantia menor de benefícios ou uma quantia maior de encargos do que realmente lhe é devido. Então, o injusto é aquele que distribui e ser justo, nesse caso, é dar a cada o que lhe é devido. Um exemplo de justiça: É dar aos desguiais, quantidades diferentes de encargos e benefícios. Trata-se de uma justiça proporcional. 
O justo corretivo trata de uma justiça que consegue reparar o que há de injusto nas relações, ou seja, baseia-se num critério objetivo de restabelecimento do equilíbrio rompido entre os particulares, remetendo os indivíduos a posição inicial. Neste caso, não se leva em conta o mérito (como no justo distributivo). Este, por sua vez, está dividido em mais dois ramos do conceito de justiça, que são: as relações baseadas na voluntariedade e as relações estabelecidas involuntariamente (que surgem a partir de uma violação de uma regra que atinge a outra parte, ou seja, roubo, homicídio doloso, sequestro e outros). 
O justo comutativo é a correção aplicável às relações estabelecidas voluntariamente, como de compra e venda. Já a justiça particular corretiva reparativa é aquela estabelecida nas relações involuntárias, onde o sujeito que praticou a injustiça recebe uma sanção por ter causado um dano a outrem (O juiz aplica uma pena ao sujeito ativo da injustiça) e o sujeito passivo é reparado.
O justo particular corretivo reparativo é aquele estabelecido em relações estabelecidas de forma involuntária. Neste caso, o sujeito que praticou a injustiça recebe uma sanção por ter causado um dano a outrem (esta sanção é aplicada pelo juiz a esse sujeito ativo da injustiça), assim como o sujeito passivo é reparado. 
Aristóteles também define o justo político e o justo domético. O primeiro trata da aplicação da justiça na cidade, dirigindo-se somente aos cidadãos que podem votar e ser votados, objetivando, assim, a criação de uma situação de convivência estável por meio das leis (justiça natural e justiça legal). Já o segundo, trata de regras de convívio, ou seja, representa a justiça na relação com a mulher, filhos e escravos (por parte do cidadão – do pai da família).
O justo legal é uma ramificação do justo político e representa as prescrições vigentes entre os cidadãos (leis) que variam de local para local e de período para período, levando-se em conta que é definido pela vontade do legislador. É uma situação que uma vez posta torna-se necessária, mesmo que inicialmente, esta tenha sido indiferente (indiferença inicial).
 A segunda ramificação é o justo natural, que é aquele que possui a mesma potência para todos (é aplicado na mesma intensidade para todos os seres) e que, para existir, independe de qualquer decisão, pois provém da própria natureza. É menos mutável que o justo legal (o qual tem como base o próprio justo natural), mas é importante frisar que também o é. Ademais, pelo fato de prover da natureza, tem aceitação e força universal. 
Com relação aos dois últimos parágrafos, é preciso ressaltar que nem sempre o justo político está de acordo com a natureza, podendo estar corrompido nas formas de governo em que a constituição é instrumento de manipulação de poder ou de aquisição de benefícios, como na tirania (governo de um único homem que objetiva o cumprimento dos desejos apenas do tirano). Sendo assim, legitima é a lei conforme à razão e à natureza, conduzindo os cidadãos ao hábito da virtude, ou seja, é aquela que adequa o legal ao natural.
Tratando do assunto de equidade e justiça, temos que o équo é um corretivo do justo legal (não são sinônimos, desta maneira). Isso ocorre porque as leis prescrevem conteúdos genéricos, sem diferenciar possíveis diferenças que os casos concretos apresentam. Quando o julgador, por qualquer razão, não observa o caso concreto, o justo legal pode se tornar injusto, o que faz com que o papel da equidade seja extremamente relevante, promovendo a justiça na maioria dos casos. O julgador que interpreta o caso como o legislador (se este estivesse presente no momento em que ocorre o julgamento do caso concreto) é um homem equo. 
A equidade, também, se origina na subjetividade como qualquer outra virtude, sendo assim uma disposição de caráter. Neste aspecto, significa tentar resolver desavenças amigavelmente a apresentá-las diante do tribunal. É pensar no outro e ser, de certa forma, altruísta. 
O ultimo assunto com relação ao direito e a justiça do filósofo (no livro) é a relação entre amizade e justiça, que para Aristóteles, são duas palavras estritamente ligadas. A amizade é responsável pelo bem do convívio social, sendo assim, esta é responsável pela existência da justiça (que não existiria se o homem vivesse isolado). Ao aprofundar-se sobre o assunto, percebeu o grande pensador que a amizade pressupõe uma semelhança, tornando uma interação mais justo, pois nesta, não há a intenção de prejudicar o outro, mas de auxiliá-lo. Ademais, assim como a justiça, varia de acordo com o lugar e com o tempo (a amizade entre familiares não é a mesma que existe entre companheiro de armas, e nem o justo). 
A partir destas reflexões, temos que a injustiça tem um maior grau onde há uma amizade mais profunda e que para o justo, o igual é, primeiramente, proporcional (como já foi explicado anteriormente), e depois segundo a quantidade. Isso ocorre de forma oposta quando se trata da Amizade. 
Por último, foi explicado que as formas impuras de governo conduzem a uma supressão da amizade, pois o patriarca reina com o único intuito de obter benefícios para si,não podendo haver, desta maneira, a confiança de seus súditos e que o juiz é a justiça animada, sendo incumbido de colocar os indivíduos desguiais em situação de igualdade absoluta, ou seja, é o justo personificado, tirando daquele que obteve um ganho maior do que deveria, quando possível, ou conquistando a justiça por meio de uma ação indenizatória.

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