Buscar

NCPC - Litisconsórcio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LITISCONSÓRCIO (NCPC – artigos 113 a 118)
Litisconsórcio é o laço que prende no processo dois ou mais litigantes, na posição de autores ou de réus“(Gabriel de Rezende Filho).
 	No litisconsórcio verifica-se uma cumulação subjetiva, isto é, cumulação de vários sujeitos, no mesmo processo como autores ou réus.
 	Ao fenômeno da existência de várias partes, como autores ou como réus, no mesmo processo, dá-se o nome de litisconsórcio.
 	Espécies de Litisconsórcio
 	Conforme haja pluralidade de autores ou de réus, o litisconsórcio pode ser ativo (vários autores), passivo (vários réus) ou misto (vários autores ou vários réus).
 	Quanto ao momento da formação, o litisconsórcio pode ser:
Inicial: é aquele que surge no início do processo, na constituição da relação processual. Ex.: o autor demanda vários réus, vários autores demandam um réu ou vários réus.
Ulterior: é aquele que surge no curso do processo, depois de constituída a relação processual ou pela junção de duas ou mais distintas relações processuais. 
 	Quanto à natureza, o litisconsórcio pode ser:
Necessário: quando a lei o determinar. Ex: inciso I do artigo 113
Facultativo: como regra, nas demais hipóteses.
 	Quanto à sentença a ser proferida:
Unitário: quando o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Simples: quando a decisão possa não ser uniforme para todos os litisconsortes.
Artigo 113: “Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Parágrafo 1º: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença”. 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO (ou INDISPENSÁVEL)
 	É aquele que se dá na ação que somente pode ser intentada pró ou contra duas ou mais pessoas, seja por disposição de lei, seja em razão da natureza da relação jurídica material posta em juízo – artigo 114.
Exemplos:
 
- nas ações que versem sobre bens imóveis ou sobre direitos reais sobre imóveis alheios, em que marido e mulher terão de se litisconsorciar como autores (artigo 73, CPC);
- nas ações relacionadas no parágrafo 1º do artigo 73, em que o marido e a mulher deverão ser citados como réus;
- nas ações de divisão de terras, em que todos os condôminos deverão ser citados (artigos 569, II e 572, § 1º CPC);
- nas ações de demarcação de terras, em que serão citados todos os confinantes (artigos 569, I e 575, CPC);
- na ação de demarcação, provocada por um condômino, quando também os demais condôminos serão citados como litisconsortes (artigo 575 do CPC).
O litisconsórcio necessário, na generalidade dos casos, não é expressamente previsto em lei, mas se funda na natureza da relação jurídica (artigo 114) em que se fundamenta a pretensão.
Exemplos:
- as ações de partilha, em que todos os quinhoeiros deverão ser citados;
- a ação de nulidade de casamento, proposta pelo Ministério Público (artigo 208, CC, parágrafo único, II), em que serão citados ambos os cônjuges;
- a ação de dissolução de sociedade, em que serão citados todos os sócios;
- a ação pauliana, em que serão citadas as partes do contrato.
Exatamente porque o litisconsórcio é necessário, o juiz, quando ele não se forma, determinará ao autor que tome as providências para constituí-lo. É o que prescreve o parágrafo único do artigo 115 do CPC: “Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do que assinar, sob pena de extinção do processo”. Vale dizer: considerando o juiz que o litisconsórcio é necessário e que se não constitui, ordenará o chamamento para o processo dos litisconsortes, providência que deverá tomá-la o autor, promovendo a sua citação.
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO
 	É aquele que, para se formar, depende da vontade das partes. A vontade das partes, porém, não é arbitrária: condição é que o litisconsórcio, para ser admitido, incida em casos especificados no art.113, I e II, que prevê as fontes do litisconsórcio.
 	De regra, quando entre duas ou mais pessoas houver “comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide” (CPC, artigo 113, I), o litisconsórcio é necessário. Todavia, casos existem em que, por disposição de lei ou pela natureza da relação de direito material, apesar da comunhão, uma só daquelas pessoas pode ter legitimação para agir como autor ou réu.
 	Assim, por exemplo, o artigo 623, II do CC, dispõe que “na propriedade em comum, compropriedade, ou condomínio, cada condômino ou consorte pode reivindicá-lo de terceiro”. Neste caso, o litisconsórcio é facultativo: cada condômino ou consorte pode, sozinho reivindicar a coisa de terceiro ou unir-se a outros condôminos ou consortes para esse fim.
 	Exemplo de litisconsórcio passivo facultativo, não obstante a existência de comunhão de obrigações, no-lo dá Celso Agrícola Barbi: 
“várias pessoas adquiriram uma coisa a prazo, responsabilizando-se cada uma por uma parte do preço ou mesmo assumindo a posição de devedores solidários”. “Existem aí uma obrigação comum que pode ser exigida pelo credor. Se não houver solidariedade, o credor poderá cobrar de cada um a sua parte, em ações distintas; mas pode preferir cobrar de todos, reunindo suas diversas ações num só processo. Da mesma forma, se houver solidariedade naquela dívida, tanto poderá o credor acionar cada um separadamente como propor suas várias ações contra todos ou alguns em um só processo”.
 	Típico litisconsórcio facultativo é o que se funda no artigo 113, III do CPC: quando “entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir”. Vale dizer: admite-se o litisconsórcio quando entre várias pessoas se propõem, ou contra as quais se intentam, cumulativamente, várias ações, entre as quais existem conexão (artigo 55, CPC) pelo objeto ou pela causa de pedir.
 Exemplos de litisconsórcio dessa espécie são os seguintes (Gabriel de Rezende Filho):
- a vítima do delito acionando os responsáveis pelo fato delituoso;
- a vítima do acidente de tráfego, atribuído ao motorista de um coletivo, acionando, concomitantemente, o motorista e a empresa proprietária do veículo;
- o credor acionando, conjuntamente, o devedor e o respectivo fiador;
- o credor acionando os co-devedores solidários;
vários credores solidários acionando o devedor comum.
 	Modalidade de conexão, porque apenas parcial, admitindo o litisconsórcio facultativo, é a prevista no artigo 113, II do CPC: quando “ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito”. 
 	Cabível é o litisconsórcio porque a causa de pedir, parcialmente, é a mesma: o mesmo fundamento de fato ou o mesmo fundamento de direito”.
Exemplo: várias pessoas, vítimas de acidente de tráfego, que podiam, isoladamente, propor, cada qual, ação contra o responsável pelo acidente, uma vez que o fundamento de fato é o mesmo (o acidente), se litisconsorciam para intentar suas várias ações num mesmo processo.
 	Consoante deixa claro artigo 113, III, o litisconsórcio será facultativo quando entre as ações “ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito”. Nesse caso, não há conexão de causas, nem mesmo parcial, mas apenas afinidade de questões entre várias ações por um ponto comum de fato ou de direito. Em razão dessa afinidade de questões permite-se a cumulação de várias lides no mesmo processo, desde que para todas o mesmo juiz seja competente e idêntico seja o procedimento.
 	Enquanto o litisconsórcio fundado na conexão se justifica no princípioda economia processual e na conveniência de evitarem-se sentenças contraditórias, o litisconsórcio, fundado no nº III, do artigo 113, se justifica tão-só por aquele princípio. Aqui as causas, que se cumulam, são independentes entre si, ausente qualquer conexão entre elas, admitindo-se a cumulação tão-só pela redução das despesas e atividades processuais.
Exemplos:
- vários contribuintes (litisconsortes), acionando a Fazenda Pública para haver repetição do pagamento do mesmo imposto, por considerá-lo inconstitucional;
- vários proprietários (litisconsortes) movendo contra o vizinho comum ações confessórias de servidão de trânsito;
- um proprietário acionando vários vizinhos para haver o meio valor da parede divisória construída até a meia espessura do terreno contíguo.
LITISCONSÓRCIO SIMPLES E UNITÁRIO
 	Diz-se litisconsórcio necessário simples sempre que a ação somente pode ser intentada pró ou contra duas ou mais pessoas, seja por disposição de lei, seja em razão da natureza da relação jurídica material posta em juízo. È o litisconsórcio que se estabelece porque a demanda não pode deixar de ser movida por várias ou contra várias pessoas.
 	Diz-se litisconsórcio necessário unitário (artigo 116) aquele que exija uma decisão em que a relação jurídica houver de ser resolvida de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 	No litisconsórcio unitário, os litisconsortes, conquanto vários, como que constituem uma parte única, pois a sentença os abraça como se fossem um só. Em conseqüência, cada litisconsorte representa os demais na relação processual. 
 	Dessa conclusão segue-se que, no litisconsórcio passivo, a simples contestação de um é suficiente para excluir a revelia dos que não apresentaram defesa, e, outrossim, tanto no litisconsórcio ativo como no passivo, os que tiverem perdido algum prazo serão representados pelos demais.
 	Assim, por exemplo, são litisconsórcios necessários unitários:
- a ação de nulidade de casamento, proposta pelo MP (CC, artigo 208, parágrafo único, II), em que serão citados ambos os cônjuges;
- a ação pauliana, em que serão citadas as partes do contrato;
- a ação de dissolução de sociedade, em que serão citados todos os sócios;
- a ação de divisão de terras, em que serão citados todos os condôminos;
 	Todavia, nem todo litisconsórcio necessário é unitário.
 	Outrossim, casos há de litisconsórcios facultativos que são unitários. 
Exemplos destes últimos:
- dois ou mais acionistas se litisconsorciam, facultativamente, e intentam ação de anulação de assembléia geral. Trata-se de litisconsórcio ativo facultativo, porque um único acionista teria legitimação para propor a ação. Mas, formado o litisconsórcio, a sentença tem que ser uniforme para os litisconsortes-autores;
- dois ou mais cidadãos se litisconsorciam e propõem a ação popular (CF: artigo 5º, LXXIII), quando um apenas teria legitimação para intentá-la. Litisconsórcio facultativo, sem embargo do que unitário, porque a sentença deverá ser uniforme para os litisconsortes-autores.
RELAÇÃO PROCESSUAL LITISCONSORCIAL
 	O litisconsórcio encerra uma pluralidade de lides com pluralidade de sujeitos. São vários autores, por exemplo, que formulam suas pretensões contra o mesmo ou diversos réus. Não obstante serem várias as lides, elas se contêm num só processo, estabelecendo uma única relação processual.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS LITIGANTES
 	Cada litisconsorte é parte distinta dos demais em relação aos adversários. Cada litisconsorte é parte autônoma. É o chamado princípio da autonomia dos colitigantes, expresso no artigo 117 do CPC, que já prevê, entretanto, a existência de exceções: “Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”. 
 	Por ser autônomo, cada litisconsorte poderá livremente constituir advogado próprio, alegar o que julgar conveniente em defesa dos seus direitos, opor as exceções que tiver, oferecer prova, recorrer de decisões ou sentenças, reconvir. Outrossim, cabe-lhe promover os atos de impulso do processo: “Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos” (CPC: artigo 118).
 	Quando os litisconsortes tiveram diferentes procuradores, é de observar-se a norma do artigo 229 do mesmo código: “Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazo contados os prazos em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento”.
 	O princípio da autonomia dos colitigantes sofre restrições (artigo 117). Assim, para melhor compreendê-los e melhor conhecimento das restrições, convém se examine sua aplicação ao litisconsórcio facultativo, ao litisconsórcio necessário e ao litisconsórcio unitário.
 	Em relação ao litisconsórcio facultativo, o princípio é quase absoluto. Quase completa é a autonomia de cada litisconsorte. A confissão produzirá efeitos tão-somente em relação ao que se a fizer (e seus herdeiros), não prejudicando os demais litisconsortes (artigo 391, CPC). Idêntica a solução para o caso de reconhecimento (artigo 487, III, a, do CPC).
 	Poderá um litisconsorte fazer transação com o adversário, e seu ato não prejudicará os demais litisconsortes, com os quais continuará a causa. O mesmo se diga quanto à conciliação (artigo 359, CPC).
 	Se um dos litisconsortes, na posição de réu, não contestar a ação, e assim tornar-se revel, será de considerar-se o laço fático que prende os litisconsortes. Se os fatos, alegados pelo autor, forem comuns a todos os litisconsortes passivos, basta que um só deles conteste a ação para que a revelia daquele ou de mais litisconsortes não acarrete o efeito dela, previsto no artigo 344 do CPC. É o que reza o artigo 345, desse Código: “A revelia não produz o efeito mencionado no artigo 344 se: I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação”. Todavia, se diversos forem os fatos alegados contra o revel, dos alegados contra o contestante, prevalece a presunção legal contra o revel, prevalece a presunção legal contra o revel: “... presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor” (artigo 344, CPC). Clara e jurídica a lição de Calmon de Passos: “O artigo 344, inciso I, portanto, tem que ser entendido como restrito à impugnação de fato comum ao réu atuante e ao revel litisconsorte.
 	Relativamente aos demais fatos, a sanção do artigo 344 incide: eles serão reputados verdadeiros pelo juiz, eliminada a possibilidade de prova contrária do réu quanto aos mesmos. Qualquer litisconsorte poderá, independentemente dos demais, interpor recurso, mas a decisão deste, quanto ao mérito da sentença impugnada, apenas ao recorrente aproveitará ou prejudicará. Aplicação do artigo 117, segunda parte, do referido Código: “... caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”. Tratando-se de recurso contra o processo, entretanto, conforme for a solução do juízo ad quem, os litisconsortes, que não recorreram, poderão ser beneficiados e até mesmo prejudicados. Ressalve-se, porém, a hipótese de litisconsórcio formado em razão de solidariedade passiva, para o qual há regra processual expressa: “Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns” (artigo 1.005, parágrafo único).
 	Todavia, a prova produzida por um litisconsorte poderá aproveitar ou prejudicar os demais, em face do princípio da comunhão da prova e do princípio contido no artigo 371 do CPC, que autoriza o juiz a formar sua convicção “independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento”.
 	Em geral, as observações feitassobre o princípio da autonomia dos colitigantes, no tocante ao litisconsórcio facultativo, são extensíveis ao litisconsórcio necessário simples. Insta, porém, considerar sempre a natureza da relação jurídica litigiosa, pois, conforme ela, as conclusões poderão variar.
 	“O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses” (artigo 1.005 do CPC).
 	Tratando-se de litisconsórcio unitário, mesmo facultativo, a todos os litisconsortes aproveita a defesa de um só, a exceção oposta por um só, a prova oferecida por um só.
 	Como a decisão tem que ser uniforme para todos os litisconsortes, com mais força de razão aplicável é o artigo 1.005, já transcrito: “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita”. Aliás, J.C. BARBOSA MOREIRA, comentando esse texto de lei, conclui: “Ao litisconsórcio unitário, e somente a ele, deve aplicar-se o disposto no art.1.005, caput, porque a extensão dos efeitos do recurso aos colitigantes omissos tem senão uma razão de ser, que é precisamente a de impedir a quebra da uniformidade da disciplina da situação litigiosa”.
 	Entretanto, no que diz respeito aos atos prejudiciais, a solução é inteiramente diversa: a confissão feita por um litisconsorte ou a transação entre um litisconsorte e um adversário somente produzem os efeitos jurídicos, que lhes sejam próprios, se confirmadas ou consentidas pelos demais litisconsortes.
LITSCONSÓRCIO ULTERIOR
 	Existe também o litisconsórcio ulterior, que se forma depois de constituída a relação processual ou pela junção de duas ou mais distintas relações processuais.
 	Este pode assumir três aspectos.
 	O primeiro resulta da citação de terceiros, cuja presença é indispensável na relação processual, para integrarem a contestação. 
 	O litisconsórcio é necessário e dele deverão participar aqueles terceiros, que ainda não integram a relação processual, impondo-se ao juiz ordenar a sua citação. É o que preceitua o artigo 115, parágrafo único, do Código de Processo Civil: “Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que lhe assinar, sob pena de extinção do processo”.
 	O segundo se verifica quando, no curso do processo, a qualquer momento, se apresentam herdeiros ou sucessores da parte primitiva, ou pelo ingresso do Ministério Público, desde que funcione como parte.
 	A terceira modalidade de litisconsórcio ulterior decorre da reunião de processos referentes a causas conexas ou entre as quais haja continência. É o que reza o artigo 57 do Código de Processo Civil: “Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas”. 
	
�PAGE �
�PAGE �11�

Continue navegando