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Quimera


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Quimera
Nunca te abracei fisicamente
Ou senti a superfície quente do teu desejado esbelto corpo
- estrutura saliente,
Possuidora de tanto artefato prazeroso.
Mas já te toquei.
Dormias sempre em mim.
Nunca te beijei com realismo,
Senti de verdade o calor de teus lábios,
Ou degluti de tua vital saliva,
Ou experimentei do entrelaçar de tua língua em minha língua, nossas línguas.
Mas, ao amanhecer,
Acumulava-se em meu palato o inconfundível sabor da água de tua provocante e insaciável boca.
Nunca passei as mãos aos teus cabelos,
Ou deixei deslizar os dedos por entre os teus ruivos fios
Que provocam o vento que vem ao teu encontro até,
Ou deliciei a doçura de teus pomposos seios.
Não obstante,
Acordava-me com as palmas suavemente tocadas, após a noite.
Nunca fiz amor, transei, acasalei contigo, ou derramei uma vida em tua então genital.
Todavia, ao despertar, sentia que fora mergulhado numa fonte de prazer
E emanara de mim o produto rico daquela ação.
Nunca te vi,
Ou presenciei a tua forma corporal de mulher,
Ou admirei os teus majestosos passos à minha frente.
Entretanto, já te conhecia.
Pois te fiz ser bela, faceira... mulher!
Amei cada pensado traço de tua performance.
E, quando tu despertares para mim,
Não serei mais eu quem estará sonhando.