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AULA_01_direito crediticio

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AULA: 01	DATA: 07/02/2014
- CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO
	Art.887 da lei 10406/2002 – CC
“Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
Título de crédito é o documento necessário ...
Só posso dizer que tenho um crédito se eu tenho um documento. Só posso exigir do banco se eu possuir um cheque. Para o banco me pagar algo é necessário que eu tenha um cheque – se quero executar alguém é necessário que eu tenha um documento por isso não é qlqr documento para fins de execução tem que ser cheque, duplicata, debentura, warant, etc.
Por que o titulo de credito é assim?
O titulo de credito tem alguns princípios. Para ser um titulo de credito tem que atender a alguns princípios:
- CARTULARIDADE é o documento propriamente falando – o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse legítima. O titular do crédito representado no título deve estar na posse deste (ou seja, da cártula), que se torna, pois, imprescindível para a comprovação da própria existência do crédito e da sua consequente exigibilidade. Em síntese, este princípio nos permite afirmar que o direito de crédito mencionado na cártula não existe sem ela, não pode ser transmitido sem a sua tradição e não pode ser exigido sem a sua apresentação.
- LITERALIDADE só vale o que está escrito – tudo o que é escrito fora do título não é considerado como escrito. Exemplo: se eu escrever no verso, não será considerado. O título de crédito vale pelo que nele está escrito. Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não devendo se contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito de só pagar o que está expresso no título, não admitindo que lhe seja exigido nada mais.
- AUTONOMIA	(ver art.13 da lei 7.357/85		. ABSTRAÇÃO	
							. INDEPENDENCIA
Entende-se que, pelo princípio da autonomia, o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem.
O direito representado num título de crédito é autônomo porque a sua posse legítima caracteriza a existência de um direito próprio, não limitado nem destrutível por relações anteriores. 
Exemplo: Digamos que “A” compra um carro de “B”, sendo esta compra instrumentalizada por meio da emissão de uma nota promissória no valor de R$10.000,00. “B”, por sua vez, tem uma dívida perante “C” no valor aproximado de R$10.000,00. Nesse caso, “B” poderá quitar a dívida que tem perante “C” utilizando-se da nota promissória dada por “A”, endossando-a (o endosso é o ato cambial próprio para transferir um título de crédito) para “C”, que se torna o titular dessa nota, podendo cobrar o seu respectivo valor de “A” na data do vencimento. Nessa hipótese, “A” poderá recusar-se ao pagamento do título alegando, por exemplo, eventual nulidade da venda que “B” lhe fez, venda essa que, como dito acima, originou a emissão da nota promissória? A resposta é negativa, e a justificativa está exatamente na aplicação do princípio da autonomia dos títulos de crédito. Ora, se as relações representadas naquele título são autônomas e independentes, os eventuais vícios que maculam a relação de “A” com “B” não atingem a relação de “B” com “C” nem a relação deste com “A”.
“Art . 13 - As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes.
Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado.”
	Autonomia é o principio que o titulo vale por si só – não é necessário um contrato para validade o titulo de credito. Dai este principio. Para entender a autonomia o legislador colocou a abstração quando o título circula, ele se desvincula da relação que lhe deu origem. Assim, no exemplo anterior, quando “B” endossou o título para “C” , fazendo-o circula, tal título se desvinculou da operação que lhe deu origem – a compra e venda do carro. A abstração significa, portanto, a completa desvinculação do título em ralação à causa que originou sua emissão. Posto em circulação, o título passará a vincular outras pessoa, que não participaram da relação originaria, e que por isso assumem obrigações e direitos tão somente em função do título, representado pela cártula.
A independência, mas conhecido como princípio da inoponibilidade das exceções (defesas) pessoais ao terceiro de boa-fé, por sua vez, nada mais é do que a manifestação processual do princípio da autonomia. Assim, como no exemplo, se “A”, procurado por “C”, não paga a dívida constante do título, “C” poderá executar “A”. e este, ao apresentar os embargos, não poderá opor o vício existente na relação originária, travada entre “A” e “B”. Com efeito, os vícios relativos à relação que originou o título são oponíveis apenas contra “B”, mas não contra “C”, terceiro de boa-fé que recebeu o título legitimamente. nos diz que não vincula as pessoas. Princípio assegurado pelo Art.17 da Lei Uniforme: http://www.bcb.gov.br/pre/leisedecretos/Port/dec57663.pdf
Art. 17 - As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador 
as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores 
anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento 
do devedor. 
Exemplo: Eu não pago porque fulano não pagou – posso executar a um ou a todos esse principio deriva do principio da inoponibilidade das exceções. O avalista não pode alegar fatos fora do titulo para não efetuar o pagamento. 
Condições para a execução (para a ação executiva):
Ver art.586 CPC		
Art. 586.  “A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
	O titulo deve ser liquido, certo e exigível.
	Quando o titulo é liquido? Quando ele tem valor determinado.
Para ser executivo, tem que ter a certeza legal – previsão legal ou judicial, não se pode executar qlqr coisa apenas aquilo que tem certeza legal.
Exigivel? Porque todo e qlqr titulo tem que ter um vencimento – só posso entrar com a ação executiva após o vencimento. Sob pena de eu responder por danos morais.
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação regular.
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento.
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.
	A execução não pode ser feita de qualquer maneira...para a ação executiva (execução) tenho que observar o artigo 620 CPC. 
Art. 620. “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.”
Esse artigo diz que a execução tem que ser feita pelo meio menos gravoso ao devedor.
	Pedir diretamente a falência do devedor é arriscado, porque com o art.620, será provavelmente julgado improcedente o pedido e perderei minha pretensão.
Ação de execução singular – 585 CPC É aquela que só surte os efeitos legais entre Exequente e Executado.
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
II - a escriturapública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
§ 2o Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Ação de execução coletiva É aquela em que um ajuíza a ação e uma vez procedente cria o concurso de credores – Lei 11.101/2005 (AÇÃO FALITÁRIA).
Lei 11.101/2005 Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
Art.887 – CC
Art. 887. “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
	Se eu quero ajuizar ação de execução é, primeiramente, observar o art.887 – não posso ajuizar ação executiva com prova testemunhal. Como antes dito, deve atender aos princípios do titulo de credito. Ex.: Uma nota promissória foi assinado por menor de 10 anos de idade. A principio é um documento nulo, mas se for ENDOSSADO para outro pessoa, ganho valor judicial.
	Para executar tem que ser observado a literalidade – tenho titulo de 10.000, se eu cobrar 20.000 fico obrigado a devolver 40.0000.
	Será que um cheque tem vencimento? É claro que sim – porque deve atender ao requisito de ser exigível – e no momento que apresento o cheque ele deve ser pago à vista – A vista é condição de vencimento e não de pagamento – condição de pagamento é pagar no ato.
	Cheque pré-datado não tem força de valer a data ali imposta – o pre-datamento do cheque é contrario a natureza do cheque!! Porque o cheque tem natureza de ser a vista – é tido, o pre datamento, como não escrito.
QUEM ENDOSSA O CHEQUE É QUE PAGA!!
LEGISLAÇÃO APLICAVEL
LUG (Lei Uniforme de Genebra) – Convenção de Genebra – se sobrepõe a lei interna – no art. 903 do CC di que prevalece a lei especial.
DECRETO Nº 57.663, DE 24 DE JANEIRO DE 1966
	
	Promulga as Convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias.
	Convenção Internacional da qual o Brasil é signatário – prevalecendo sobre a nossa lei interna. Esta lei está no Decreto 57.663/1966. Se não achei o que quero na LUG, terei que procurar na Lei Interna, pelo decreto 2044/1908. Não estando presente nos 2 anteriores, terei que ver no código civil e, por último, na jurisprudência.
DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908.
	
	Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais.
Devemos observar o art.903 do CC.
Art.903, CC “Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.”
Quem são as partes no título de crédito?
- Sacado será sempre o devedor – o dono do cheque É O BANCO!!! Quem emitiu é responsável em caso de não haver fundos no banco para o pagamento. O sacado só se exime da obrigação quando pagar.
- Sacador é o emitente, que pode se confundir com o próprio credor. Posso ser sacador e credor ao mesmo tempo.
- Benefeciário é o possuidor do título. Esse beneficiário pode ser endossador.
- Endossador é aquele que transferiu direito e, como tal, haverá tradição.
- Endossatário é aquele que recebe o título por endosso e, como tal, pode exercer os direitos dele decorrentes, sem estar obrigado a observar o beneficio de ordem. Podendo cobrar de um ou de todos. Esse endossatário pode endossar novamente e, como tal, responde como COOBRIGADO.
	Se a mesma pessoa endossou o título mais de uma vez, então teremos o REENDOSSO.
AVALISTA é o garantidor do crédito – avalisou ta ferrado.
Decreto 57.663/66 iremos estudar o anexo 1 – o anexo 2 refere-se tão somente as reservas.
O protesto é um instrumento de fundamental importância para garantir direitos – se executar e não protestar se perde o direito contra o avalista – protesto é para caracterizar inadimplência. Protestar é registrar em cartório que o pagamento não foi feito, registrar a inadimplência do devedor. O protesto é um ato formal que se destina a comprovar a inadimplência de uma determinada pessoa, física ou jurídica, quando esta for devedora de um título de crédito ou de um outro documento de dívida sujeito ao protesto. Somente o Tabelião e seus prepostos designados podem lavrar o protesto.
O protesto, basicamente, se destina a duas finalidades: a primeira é de provar publicamente o atraso do devedor; a segunda função do protesto é resguardar o direito de crédito.
Vamos focar nos efeitos do protesto: na esfera judicial, o credor terá em seu poder a prova formal, revestida de veracidade e fé pública, de que o devedor está inadimplente ou descumpriu sua obrigação. Com essa prova, poderá requerer em juízo as medidas liminares, como busca e apreensão, arrestos, etc., terá mais chance de ser o vencedor das ações que promover, cuja discussão seja o título, etc.
Já no âmbito extrajudicial, o protesto interessará a quem realiza empréstimos ou financiamentos, pois estas pessoas (físicas ou jurídicas) desejam saber a real capacidade da outra parte, no que tange ao cumprimento de suas obrigações. Assim, os interessados em geral, sobretudo os órgãos de proteção ao crédito (Associação Comercial, Serasa, etc.) solicitam dos tabelionatos de protesto as relações de pessoas que possuem protestos, lançando-os em seus bancos de dados. Com isso, tem-se maior segurança jurídica, pois, em um exemplo prático, uma empresa financeira só irá realizar um empréstimo se o contratante estiver com seu “nome limpo na praça”.
Mais sobre protesto: http://www.cartorioayres.com.br/servico/o-que-e-protesto
REGULAMENTAÇÃO NO CÓDIGO CÍVIL A RESPEITO DE TÍTULOS DE CRÉDITO
TÍTULO VIII
Dos Títulos de Crédito
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente.
§ 3o O título poderáser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado.
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamente quitado.
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação regular.
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento.
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.
CAPÍTULO II
Do Título ao Portador
Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação.
Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas.
Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato.
CAPÍTULO III
Do Título À Ordem
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.
§ 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.
Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas.
Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
Art. 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso.
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
§ 1o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário.
§ 2o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores.
Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação.
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
§ 1o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu.
§ 2o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato.
§ 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título.
§ 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador.
§ 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.
Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil.
Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.
CAPÍTULO IV
Do Título Nominativo
	Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.
Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário.
§ 1o A transferência medianteendosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante.
§ 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes.
§ 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente.
Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa.
Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes.
Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente.

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