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Gabriella Gonçalves Sobral Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto Armando Dias Tavares Departamento de Física Nuclear e Altas Energias Relatório de Física Geral Pêndulo simples Professora Márcia Begalli Rio de Janeiro 2016 Objetivo do Experimento Estudar as características do pêndulo simples e determinara gravidade local. Introdução Teórica O pêndulo simples é um sistema constituído de um fio inextensível e de massa desprezível que contém comprimento l, tendo em sua extremidade inferior um corpo de massa m e sua extremidade superior fixa em um ponto, tal que ele possa oscilar livremente. Figura 1 : Esquema ilustrando a trajetória do pêndulo. A forma mais simples de oscilação, o movimento harmônico simples (MHS), é o movimento que ocorre quando numa trajetória retilínea, uma partícula oscila periodicamente em torno de uma posição de equilíbrio sob a ação de uma força resultante. Neste caso, quando o corpo de massa m é deslocado de sua posição de repouso e solto, o pêndulo realiza oscilações e ao considerarmos desprezível a resistência do ar, as únicas forças atuantes sobre o pêndulo serão a tensão com o fio e o peso da massa m. Desta forma: Figura 2: Esquema ilustrando as forças que atuam sobre o pêndulo. A componente da força Peso que é dada por P.cosθ se anulará com a forca Tensão do fio, sendo assim, a única causa do movimento oscilatório será a P.senθ. Então: Px = P.senθ = m.g.senθ Note que esta força não é proporcional ao deslocamento angular θ, e sim a senθ; o movimento resultante, portanto, não será harmônico simples. No entanto, se o ângulo θ for muito pequeno (até 15°), o senθ será aproximadamente igual a θ (medido em radianos), por exemplo: θ = 5° = 0,0873 radiano, logo senθ = 0,0873 θ = 10° = 0,1745 radiano, logo senθ = 0,1736 θ = 15° = 0,2618 radiano, logo senθ = 0,2588 O deslocamento ao longo do arco é 𝑥 = L.θ, e para pequenos ângulos, o movimento será praticamente retilíneo. Portanto, supondo senθ θ = , podemos reescrever a equação da seguinte forma: F = m.g.senθ m.a = m.g. a = . 𝑥 Sendo f a frequência, T o período e 𝜔 a grandeza denominada pulsação, temos: f = e 𝜔 = 2𝜋f = Sendo aceleração no MHS definida como: |𝑎| = 𝜔². 𝑥 Podemos substituir a equação (5) na (6), obtendo-se: 𝑎 = . 𝑥 Comparando a equação (7) com a equação (4), podemos escrever: = → 𝑇 = 2𝜋 Logo, observa-se que o período do pêndulo simples independe de sua massa e a aceleração da gravidade pode ser obtida da seguinte relação: = 4𝜋² Esquema Experimental Figura 3: Esquema de montagem do pêndulo simples com o transferidor. Material utilizado Kit fornecido pelo laboratório de Física Geral Corpo de massa 20g Fio de comprimento variável dentro do intervalo de 60 cm a 100 cm Trena para medida do fio Transferidor para medida do ângulo inicial do pêndulo Cronômetro para medida do tempo de oscilação do pêndulo Procedimento Experimental Após a montagem do kit, ajustamos o comprimento do fio do pêndulo para 100cm e verificamos o erro da menor divisão da trena de ± 1 mm. Damos início ao procedimento. Deslocamos o corpo até um ângulo de 5°, e soltamos o corpo simultaneamente ao acionamento do cronometro, contamos o tempo de 20 oscilações e assim obtemos o nosso primeiro tempo, repetimos a medição por 10 vezes Repetimos o procedimento para os ângulos 10° e 15°. Diminuímos o comprimento do pêndulo para 90 cm, 80 cm, 70 cm e 60 cm e marcamos o seu respectivo tempo de 20 oscilações para cada comprimento. (Lembrando que escolhemos angulações pequenas (inferiores a 15 °) para considerarmos um pêndulo simples. Valores de referência/Dados: Aceleração da gravidade é dada por: g=4𝜋² Onde L é o comprimento do fio medido em metros (m) e T² é o período ao quadrado medido em segundos ao quadrado (s²). a propagação de erro por: g = x g Tabela 1: Média do tempo, erro, média do período e o do erro período para seus respectivos comprimentos. θ(°) L(cm) T1(s) T2(s) T3(s) T4(s) T5(s) T6(s) T7(s) T8(s) T9(s) T10(s) σ τ σ T 5 100 39,62 39,69 39,56 39,59 39,92 39,56 39,67 39,72 39,42 39,60 39,635 0,124 1,982 0,0991 10 100 40,09 39,63 39,69 40,03 39,70 39,78 40,02 39,59 39,60 39,67 39,783 0,181 1,989 0,00905 15 100 39,77 39,72 39,83 39,47 39,71 39,45 39,74 39,83 40,07 39,63 39,722 0,171 1,986 0,00855 10 90 37,44 37,12 37,63 37,74 37,66 37,64 37,78 37,60 37,19 37,23 37,503 0,242 1,875 0,0121 10 80 35,44 34,62 36,37 35,52 36,47 36,53 36,47 35,73 36,57 36,67 36,039 0,678 1,802 0,0399 10 70 30,55 31,78 31,64 31,03 30,79 31,78 31,63 31,77 30,69 31,53 31,319 0,497 1,7159 0,0249 10 60 33,77 33,70 33,93 34,07 34,33 33,73 33,09 33,27 34,03 33,65 33,757 0,369 1,6879 0,0185 Tabela 2: Média do tempo, erro, média do período e o erro do período para L=100 cm L(cm) σ τ σ T 100 39,713 0,159 1,986 0,0389 Compatibilidade Tabela3: Compatibilidade entre as medidas do período para os três ângulos iniciais, para L=100cm θ(°) 5 e 10 5 e 15 10 e 15 Compatível D=0,676σ Compatível D=0,412σ Compatível D=0,245σ Onde D é a discrepância entre os dois valores analisados. Como os valores são compatíveis, podemos assumir que é um pêndulo simples. Tabela 4: Período, gravidade e propagação de erro para seus respectivos comprimentos. L(m) (s) σT g (m/) g (m/) 100 3,5948 0,159 10,01 0,1 0,9 3,516 0,242 10,10 0,13 0,8 3,247 0,678 9,73 0,43 0,7 2,944 0,497 9,38 0,20 0,6 2,849 0,369 8,31 0,17 Fazendo o gráfico obtemos a seguinte equação da reta: L = a + b L=0,31 x -0,2 L= 0,82 Substituímos na equação a = g/4π² o valor encontrado deste coeficiente angular da reta (a) para que calculemos o valor da gravidade, adotando π= 3,14. 0,31= g/4(3,14)² g= 39,4784176 x 0,31 g= 12,24 m/s² Derivando a mesma equação, obtemos o erro da gravidade: ɗa = ɗg/4π² → σa = σg/4π² σg = 4(3,14)² x 0,01 σg = 0,39 m/s² Logo, como estimativa-padrão para a aceleração da gravidade, encontramos: g = (12,24 ± 0,39) m/s² Tabela 5: Valores obtidos Método: Gravidade – g (m/s²): Valor esperado (m/s²) Compatibilidade Ajuste linear 12,24 ± 0,39 9,80 Inconclusivo Média 10,01 ± 0,1 9,80 Inconclusivo Compatibilidade A diferença entre a medida obtida pela média e pelo ajuste linear é de 5,58 , sendo então incompatível. Conclusão Fizemos as medidas e determinamos uma medida e o desvio padrão e obtivemos o valor: 10,01 ± 0,1. Verificamos que esse valor é inconclusivo e sua discrepância é de 2,1σ . Fizemos a propagação de erro para verificar a incerteza que teríamos na medida, verificamos que conforme o comprimento diminui, o erro tende a aumentar, por isso procuramos fazer o pêndulo com o maior comprimento possível. Por outro lado, verificamos que o comprimento não é a única coisa que interfere, o erro na medida do período também influencia, visto que temos um erro maior quando o comprimento é 0,8 cm do que quando temos 0,7 (tabela 4), por consequência do tempo de reação humano ao acionar o botão do cronômetro. Determinamos a aceleração da gravidade através do ajuste linear. A gravidade deu muito alta e não é compatível com o valor de referência nem com o valor obtido através da média, não entendemos o que aconteceu, verificamos as contas e provavelmente aconteceu algum erro na hora de contar o número de oscilações. Pode ter acontecidodo tempo ter sido medido de forma errada. Provavelmente medimos além de 20 oscilações. Para ter certeza do que aconteceu precisaríamos refazer o experimento, mas não houve tempo hábil. Bibliografia SANTORO, A. et al. Estimativas e erros em experimentos de física. 3. ed. [S.l.]: EdUerj, 2013. 140 p. ISBN 978-85-7511-284-7. WIKIPEDIA. Pêndulo. 2013. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pndulo SÓ FISICA. Pêndulo Simples. Disponível em: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/pendulo.php
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