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LIGAS METÁLICAS – PROCESSO PRODUTIVO DO AÇO E SUAS FORMAS DE UTILIZAÇÃO

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REVISTA QUÍMICA – CEPEV
LIGAS METÁLICAS – PROCESSO PRODUTIVO DO AÇO E SUAS FORMAS DE UTILIZAÇÃO
Bruno Henrique Belém do Nascimento; Edna dos Santos; Kaio Sousa & Pedro Batista[1: Formando no Curso Técnico em Química no Colégio Estadual Prof. Elysio Vianna. Av. Senador Salgado Filho, 1320 – Guabirotuba, Curitiba/Pr. Tel.: 41999168107. E-mail: bhbelem@gmail.com ][2: Formanda no Curso Técnico em Química no Colégio Estadual Prof. Elysio Vianna. Av. Senador Salgado Filho, 1320 – Guabirotuba, Curitiba/Pr. Tel.: 41997415022. E-mail: edna.alves.2011@hotmail.com][3: Formando no Curso Técnico em Química no Colégio Estadual Prof. Elysio Vianna. Av. Senador Salgado Filho, 1320 – Guabirotuba, Curitiba/Pr. Tel.: 41997686481. E-mail: sousakaio@gmail.com][4: Formando no Curso Técnico em Química no Colégio Estadual Prof. Elysio Vianna. Av. Senador Salgado Filho, 1320 – Guabirotuba, Curitiba/Pr. Tel.: 41998034775. E-mail: batisturbo@yahoo.com.br]
Resumo: Este artigo demonstrará as características gerais das ligas metálicas, tipos e métodos de obtenção industrial. Tais informações servirão de base para o estudo do aço, sua obtenção, características específicas, classificação e flexibilidade de utilização comercial, preocupando-se também, com os impactos ambientais promovidos pela indústria siderúrgica ao meio. Empregamos a revisão bibliográfica como metodologia de pesquisa, obtendo como resultado que o aço, devido a sua versatilidade de emprego, pode ser utilizado em diversos campos de atividade comercial, promovendo o desenvolvimento das sociedades humanas. Assim, concluímos que o desenvolvimento deste tipo de liga metálica está associada ao progresso e evolução da humanidade, em especial deste a Revolução Industrial em meados do fim do século XVIII.
Palavras-Chave: ligas metálicas, aço, aço carbono, siderurgia, meio ambiente.
Abstract: This article will demonstrate the general characteristics of metal alloys, types and methods of industrial production. Such information will serve as a basis for the study of steel, its attainment, specific characteristics, classification and flexibility of commercial use, being also concerned with the environmental impacts promoted by the steel industry in the middle. We use the literature review as a research methodology, obtaining as a result that steel, due to its versatility of employment, can be used in several fields of commercial activity, promoting the development of human societies. Thus, we conclude that the development of this type of metal alloy is associated to the progress and evolution of humanity, especially the Industrial Revolution in the middle of the late eighteenth century.
INTRODUÇÃO
Os metais e as ligas metálicas são usados para diversas aplicações em função das propriedades que apresentam. Estes materiais que possuem propriedades metálicas compostas por dois ou mais elementos, sendo pelo menos o maior constituinte dele, um metal. Quimicamente os metais são elementos que sempre ionizam positivamente.
Na prática: são elementos de características próprias quanto a forjabilidade, brilho, opacidade, condutibilidade, etc.
Liga é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais metais entre si ou com outros elementos. Deve ter composição cristalina e comportamento com metal. Geralmente as ligas têm propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais puros. Para a construção civil são importantes as seguintes propriedades.
A maioria destes materiais apresentam elevados valores de dureza, condutividade elétrica, condutividade térmica, temperatura de fusão, brilho, resistência mecânica.
Os metais aparecem na natureza em estado livre ou, mais comumente, como compostos. Os minérios são as substâncias portadoras de metais e, as partes não aproveitáveis, as impurezas denominadas gangas. As minas são os locais onde se encontram as jazidas, na extensão concedida e delimitada pelo governo federal. Todos os serviços de mineração são controlados pelo Código de Minas, sendo proibida qualquer exploração que não seja supervisionada pelo Ministério de Minas e Energia.
TIPOS DE LIGAS METÁLICAS
As ligas metálicas se dividem em:
Ligas ferrosas: apresentam o elemento ferro como constituinte principal.
Ex.: aço, ferro fundido e aço corten.
Ligas não-ferrosas: não apresentam o elemento ferro como constituinte.
Ex.: latão, bronze, zamac, alpaca, ligas de alumínio.
OBTENÇÃO DOS METAIS
Geralmente, obedece a duas fases: a Mineração e a Metalurgia. Na mineração temos a colheita do minério que pode ser feita a céu aberto ou subterrâneas, a ferro ou a fogo (mecânica ou com explosivos), e a concentração (purificação), que pode ser feita com processos mecânicos ou químicos.
Os principais processos mecânicos são a trituração, a classificação, a levigação (água corrente, o metal mais pesado afunda e a ganga escoa), a flotação (se a ganga é mais pesada, faz-se a agitação do minério em mistura de água e óleo, o metal sobe com a espuma), a separação magnética, a lavagem e outros.
Como principais processos químicos temos a ustulação (aquecimento sob forte jato de ar) e a calcinação (aquecimento sob fogo direto).
Na metalurgia o metal puro é extraído do minério por um dos seguintes processos: redução, precipitação química ou eletrólise. O processo de redução mais comum é o feito com carbono e óxido de carbono a altas temperaturas, em fornos, e do qual resulta o metal puro ou quase puros, em estado de fusão. O processo de precipitação simples usa alguma reação química da qual resulte o metal puro. O processo eletrolítico só pode ser empregado em minérios que possam ser dissolvidos na água. A eletrólise é usada também para purificação (refino) de metais por algum dos processos anteriores.
 PRINCIPAIS MINÉRIOS
Bauxita (óxido) O2Al2(HO)2 ou Al2(HO)2, da qual o aluminato é extraído por eletrólise.
Galena (sulfeto) PbS, do qual o chumbo é extraído por fundição redutora.
Calcosina (sulfeto) Cu2S		 Minérios dos quais o
Cuprita (óxido) Cu2O		 	 cobre é extraído por	
Calcopirita (sulfato) Cu2S – Fe2S3	 calcinação e fusão.
Malaquita e azurita (carbonatos)		.
Cassiterita (dióxido) SnO2, da qual é extraído o estanho.
Blenda (sulfato) ZnS
Calamina (silicatos) Minérios dos quais é extraído o zinco.
Smithsonina (carbonato)
Siderita (Co3Fe), cor cinza com matizes amarelas, contém 30 a 42% de ferro.
Magnetita (Fe3O4), cor preta, contém 45 a 70% de ferro.
Hematita (Fe2O3), cor vermelho escuro, contém 50 a 60% de ferro.
Limonita (2Fe2O3 – 3H2O), cor parda, 20 a 60% de ferro.
Pirita (SFe), que é minério de enxofre, onde o ferro é subproduto.
3.2.	APARÊNCIA
Sólidos a temperaturas ordinárias;
Porosidade não aparente;
Brilho característico, que pode ser aumentado por polimento ou tratamento químico.
3.3.	DENSIDADE
Varia bastante de uma liga para outra. Geralmente vai de 2,56 a 11,45 sendo que a platina atinge 21,30.
3.4.	DILATAÇÃO E CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A título de comparação, apresentamos os coeficientes de dilatação seguintes:
Concreto: 0,01 mm/m/ºC 
Vidro: 0,08 mm/m/ºC
Metais: 0,10 a 0,03 mm/m/ºC
A ordem decrescente começa com o zinco, segue com o chumbo, estanho, cobre, ferro e aço (MB 270).
A condutibilidade térmica situa-se entre 1,006 e 0,080 calorias grama/s/cm/ºC. A ordem decrescente é: prata, cobre, alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel, aço e chumbo.
3.5.	CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA
De uma maneira geral, os metais são bons condutores. O cobre é o mais utilizado e vem sendo substituído pelo alumínio por razões econômicas.
3.6.	RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
É uma das propriedades mais importantes na construção. Submetendo-se uma barra à tração axial, aparecem forças internas. A tensão de tração é obtida dividindo-se a força aplicada pela área inicial de seção transversal. Essa tensão determina aumento do comprimento da barra, deformação.
				 L-Lo	
		Alongamento: ------- x 100%
				 Lo	
 Lo = comprimento inicial do corpo de prova
 L = comprimento após ruptura
S-So	
		Densidade de estricção: -------- x 100%
				 So	
 So = seção inicial
 S = seção estricta (afinada)
Levando-se a um sistema de coordenadas as tensões e as deformações, tem-se o diagrama tensão-deformação. 
3.7.	RESISTÊNCIA AO CHOQUE
É a resistência que o metal opõe a ruptura sob ação de uma carga instantânea. O ensaio é feito pelo aparelho chamado Pêndulo de Charpy.
3.8.	DUREZA
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adota a escala de dureza Brinell. O aparelho Brinell é uma prensa com uma esfera de aço temperado de diâmetro D que faz penetrar no metal em ensaio com uma carga P. A esfera imprimirá uma marca com diâmetro d.
							 2P
			Dureza Brinell HB = -------------
						 D(¶D-D2-d2)
3.9.	FADIGA
Conforme o metal, a resistência à fadiga é bastante baixa. A causa da ruptura é a desagregação progressiva da coesão entre os cristais, que vai diminuindo a seção resistente.
3.10.	CORROSÃO
A vida útil de um metal depende de sua resistência e da proteção que o mesmo tem contra a corrosão, além, é claro, da resistência à fadiga, dos esforços que recebe, da ação de fogo, variações de temperatura, etc. Quase todos os metais apresentam corrosão, exceção feita ao ouro e à platina. A proteção contra a corrosão é assunto bastante complexo, devendo ser estudada para cada caso, sendo alguns métodos ou cuidados os seguintes:
Escolha adequada do metal ou liga;
Recobrimento por um óxido ou sal insolúvel e resistente, que impeça a troca eletrolítica;
Capeamento metálico (p.ex.: niquelação, cromação, galvanização, etc.);
Proteção catódica, que consiste em transformar a estrutura que se quer proteger em cátodo, adicionando um ânodo conveniente;
Não deixar em contato metais de potenciais diferentes. P.ex.: deve haver um isolante entre telha de alumínio e o gancho de fixação, de aço; 
Pintura com tintas apropriadas.
AÇO
Atualmente, com a grande competitividade entre as indústrias no âmbito mundial, existe a necessidade de se produzir o máximo possível, levando-se em consideração a capacidade da indústria, de modo a ter o mínimo de perdas. A adoção de práticas sustentáveis no processo produtivo é necessária a toda manufatura na indústria atual. A criação de um modelo que facilite o processo de corte de barras com o menor desperdício se torna extremamente viável uma vez que tal modelo se faz jus na agilidade da resposta modificações no processo.
O carvão exerce duplo papel na fabricação do aço. Como combustível, permite alcançar altas temperaturas (cerca de 1.500 ºC) necessárias à fusão do minério. Como redutor, associa-se ao oxigênio que se desprende do minério com a alta temperatura, deixando livre o ferro.
O processo de remoção do oxigênio do ferro para ligar-se ao carbono chama-se redução e ocorre dentro de um equipamento chamado alto forno. O aço é produzido por remoção de impurezas, como o carbono do ferro embruto ou da gusa produzido pelos altos-fornos.
O processo utilizado para o refino do aço, em 1950, era principalmente os fornos Siemens-Martin, processo desenvolvido por Karl Wilhelm Siemens em 1868. Porém, uma inovação radical aconteceu no início da década de 50, quando a siderúrgica austríaca Voest-Alpine desenvolveu os conversores a oxigênio, também conhecido como conversores LD, nome ligado à primeira planta que operou com este tipo de equipamento em 1952, a Linz e Donavitz na Áustria. Os conversores a oxigênio, são até hoje técnica e economicamente atraentes para largas escalas de produção. A carga dos fornos LD é basicamente constituída de gusa líquido, complementado por carga sólida (10 a 30%), como sucata ou gusa sólido.
Basicamente, o aço é uma liga de ferro e carbono. O ferro é encontrado em toda crosta terrestre, fortemente associado ao oxigênio e à sílica. O minério de ferro é um óxido de ferro, misturado com areia fina. O carbono é também relativamente abundante na natureza e pode ser encontrado sob diversas formas. Na siderurgia, usa-se carvão mineral, e em alguns casos, o carvão vegetal. 
Os processos que procedem a redução parcial do óxido de ferro, na forma de pelotas ou granulado, através da utilização de um redutor sólido ou gasoso. O produto final, conhecido como DRI, sigla em inglês para ferro diretamente reduzido ou Direct Reduced Iron, é disponibilizado aos fornos elétricos para a produção de aço de alta qualidade, como os produtos planos, com baixos teores de enxofre, nitrogênio e contaminantes, mas com perdas de produtividade, rendimento e aumento no consumo de eletricidade.
No processo de redução, o ferro se liquefaz e é chamado de ferro gusa ou ferro de primeira fusão. Impurezas como calcário, sílica etc. formam a escória, que é matéria-prima para a fabricação de cimento. A etapa seguinte do processo é o refino. O ferro gusa é levado para a aciaria, ainda em estado líquido, para ser transformado em aço, mediante queima de impurezas e adições. O refino do aço se faz em fornos a oxigênio ou elétricos. 
Finalmente, a terceira fase clássica do processo de fabricação do aço é a laminação. O aço, em processo de solidificação, é deformado mecanicamente e transformado em produtos siderúrgicos utilizados pela indústria de transformação, como chapas grossas e finas, bobinas, vergalhões, arames, perfilados, barras etc.
 AÇO COMUM (AÇO CARBONO)
É uma liga de ferro carbono (Fe-C) contendo geralmente de 0,008 a 2% de carbono, além de certos elementos resultantes do processo de fabricação.
Composição química: os elementos resultantes do processo de fabricação são o manganês (0,3 a 0,6%), silício (0,1 a 0,3%), fósforo (máximo de 0,04%), enxofre (máximo de 0,05%), carbono (0,08 a 2%) e ferro.
Efeito dos elementos: os aços comuns, além do carbono que é o seu principal elemento de liga, apresentam manganês (Mn), silício (Si), fósforo (P) e enxofre como elementos sempre presentes, em função das matérias primas que foram utilizadas na fabricação de ferro gusa e do aço. Por essa razão, esses elementos são normalmente especificados.
Carbono: é o responsável direto pela dureza do material no estado recozido e normalização e pela sua temperalidade. Sem carbono, o ferro não pode ser endurecido pela têmpera, pois não haverá formação da martensita.
Silício: nos teores normais (entre 0,15 e 0,30%) é o elemento essencialmente desoxidante, pois neutraliza a ação de CO ou CO2, por ocasião da fusão e solidificação dos aços.
Manganês: em teores entre 0,30 e 0,60%, atua como desoxidante do mesmo modo que o silício e como dessulfurante, ao combinar-se com o enxofre de preferência ao ferro, formando sulfeto de manganês, eliminando o problema da fragilidade a quente que pode ocorrer na presença do FeS.
Fósforo e Enxofre: são geralmente considerados elementos nocivos, de modo que as especificações, a não ser em casos especiais, procuram fixar os teores destes elementos em valores baixos. De fato, em certos casos esses elementos, sobretudo o fósforo e o enxofre são considerados impurezas nocivas devido aos efeitos que podem produzir.
 OBTENÇÃO DO AÇO COMUM
São obtidos por meio líquido e elaborados no estado de fusão. O aço é um produto resultante:
a) do refino do ferro fundido no conversor Bessemer ou LD;
b) do refino de sucatas de aço com ferro gusa ou ferro fundido em fornos Siemens-Martin ou elétrico.
c) da refusão de sucatas em fornos do tipo conversor.
Os aços comuns podem ser classificados quanto ao seu teor de carbono em:
Aços comuns de baixo teor de carbono – quando apresentam menos de 0,25% de C, por apresentarem boa plasticidade, são usados na fabricação de chapas, barras e perfis.
Aços comum de médio teor de carbono – quando apresentam um teor entre 0,25% a 0,50% de C, por apresentarem elevada dureza e uma boa resistência, são usados na fabricação de eixos, trilhas e rodas locomotivas.
Aços comum de alto teor de carbono – quando apresentam um teor acima de 0,50% de C, por apresentarem elevada dureza são usados na fabricação de limas, molas de automóveis, punções a algumas matrizes.
AÇOS ESPECIAIS
(AÇO-LIGA)
São aços que contém outros metais que lhe foram adicionados intencionalmente com a finalidade de dar certas propriedades aos aços 
Aços-manganês: no estado fundido ou laminado, contêm carbonetos que conferem grande fragilidade ao material: alongamento e estrição às vezes inferiores a 1%. Sua resistência à tração, nesses estados, varia de 42 a 49 kgf/mm².
Aços carbono-cromo: são aços empregados em esferas e roletes para mancais, pertencentes às classes SAE 50100, com 0,40 a 0,60% de cromo, SAE 51100, com 0,90 a 1,15% de cromo e SAE 52100 com cromo entre 1,30 a 1,60%. São temperados em óleo, podendo atingir durezas de 65 a 67 Rockwell C.
EFEITO DE ALGUNS ELEMENTOS DE LIGA
Carbono: define e estabelece as propriedades do aço, quanto a dureza e resistência.
Manganês: melhora a resistência mecânica, desde que seu valor supere a 1%, pode ser empregado isoladamente;
Níquel: melhora as propriedades mecânicas, a resistência à corrosão;
Cobre: melhora a resistência à corrosão atmosférica;
Cromo: melhora a resistência mecânica quando em teores baixos; em maior quantidade, melhora a resistência ao desgaste, por formar carbonetos; é adicionado juntamente com o níquel e o cobre;
Molibidênio: mesmo efeito do níquel, cromo e manganês sobre as propriedades mecânicas, com a vantagem de melhorá-las igualmente a temperaturas mais elevadas.
Chumbo: melhora a usinagem e o acabamento.
Boro: melhora a têmpera do aço, mesmo em baixos teores (0,004% de B)
Zircônio: é desoxidante e aumenta a tenacidade refinando a estrutura granulada.
Selênio: facilita a usinagem, as percentagens deste elemento são de 0,15 a 0,20 % nos aços de corte fácil.
ELEMENTOS PREJUDICIAIS AO AÇO RESULTANTES DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Estanho: o estanho é prejudicial ao aço causando fragilidade a frio, semelhante ao fósforo. Sua presença no aço se deve a presença de chapas soldadas ou estanhadas na sucata. O estanho origina superfícies defeituosas e frágeis nas peças trabalhadas a quente.
Oxigênio: o oxigênio endurece o aço tornando-o frágil e menos tenaz. Durante o processo de fabricação adiciona-se elementos desoxidantes fazendo com que o oxigênio se torne inofensivo.
Hidrogênio: o hidrogênio causa fragilidade e pode ser eliminado através de desgaseificação.
CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
A classificação dos aços considera a sua composição química e dentro dos sistemas conhecidos os mais usados são os da AISI (American Iron and Stell Institute) e da SAE (Society Automotive Engineers). No caso dessas duas classificações a nomenclatura coincide, tendo como exemplo o aço SAE/AISI 1020, os dois últimos dígitos informam a % de carbono do aço multiplicado por 100, ou seja, o aço exemplificado tem 0,2% de carbono. Já os dois primeiros dígitos diferenciam os vários tipos de aços, pela presença do carbono como principal elemento de liga ou pela presença de outros elementos de liga, como níquel, cromo, etc. 
No caso do 1020 o 10 significa que o aço é simplesmente ao carbono. Outros exemplos são os da família 11, que são os aços de usinagem fácil com alto enxofre, ou os 40, que são aços com 0,25% de molibdênio em média. Tem também a classificação alemã DIN que recorre a duas diferentes normas, a DIN 17100, que classifica de acordo com o limite de resistência a tração, e a DIN 17200, que classifica de acordo com a composição química.
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ESTRUTURA
Perlíticos – aços com no máximo 5% de elementos de liga; em função do teor de carbono e elemento de liga as propriedades mecânicas podem ser melhoradas por tratamento térmico; aços de boa usinabilidade.
Martensíticos - quando o teor de elemento de liga supera 5%; apresentam dureza muito elevada e baixa usinabilidade;
Austeníticos - tem estrutura austenítica à temperatura ambiente, devido aos elevados teores de elementos de liga (Ni, Mn, Co).
Exemplo: inoxidáveis, não magnéticos e resistentes ao calor
Ferríticos - caracterizados por elevados teores de certos elementos de liga (Cr, W ou Si), mas com baixo teor de carbono; não reagem à têmpera; apresentam estrutura ferrítica no estado recozido.
Carbídicos - apresentam alto teor de Carbono e elementos formadores de carbonetos (Cr, W, Mn, Ti, Nb, Zr). A estrutura consiste de carbonetos dispersos na matriz sorbítica, austenítica ou martensítica, dependendo da composição química. São usados para ferramentas de corte e para matrizes
 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A APLICAÇÃO
Aços para fundição – apresentam boa resistência, ductilidade e tenacidade. Além disso, apresentam boa usinabilidade e adequada soldabilidade; a maioria é susceptível à têmpera e revenido
Aços estruturais - boa ductilidade para ser conformado; boa soldabilidade; elevado valor de relação de resistência à tração para limite de escoamento; baixo custo; homogeneidade.
Aços para trilhos - cujas condições de serviços exigem característicos de boa resistência mecânica, boa resistência ao desgaste etc.; são tipicamente aços ao carbono;
Aços para chapas e tubos – excelente deformabilidade; boa soldabilidade; boa ductilidade; baixo custo; dependendo do tipo de aplicação, alta resistência à corrosão e de fácil revestimento.
Aços para barras, arames e fios - conforme aplicação apresenta excelente resistência à tração; boa ductilidade para ser conformado.
Aços para molas – elevado limite elástico; elevada resistência à fadiga; elevada resistência ao choque.
Aços de usinagem fácil - elevada usinabilidade; teores acima dos normais dos elementos enxofre e fósforo; adição de metais moles como o Chumbo e Bismuto facilitam a usinagem (série especial).
Aços para cementação - normalmente de baixo carbono e baixos teores de elementos de liga, de modo a apresentarem as melhores características para enriquecimento superficial de carbono, além de um núcleo tenaz, depois da cementação e da têmpera;
Aços para nitretação - simplesmente ao carbono ou, no caso do emprego do processo de nitretação, com os elementos de liga cromo, molibdênio e alumínio;
Aços para ferramentas e matrizes - caracterizados por alta dureza à temperatura ambiente e temperatura elevada; satisfatória tenacidade; os tipos mais sofisticados apresentam elementos de liga em teores muito elevados, sendo os mais importantes e famosos os “aços rápidos”, com elevado teor de tungstênio, mais cromo e vanádio e, eventualmente, molibdênio, cobalto e outros elementos de liga. Apresentam alta capacidade de corte.
Aços resistentes ao desgaste – o mais importante é o que apresenta manganês em quantidade muito acima do normal (entre 10 e 14%), além de alto carbono (entre 1,0 e 1,4%);
Aços resistentes à corrosão - também chamados “inoxidáveis”, apresentam elevados teores de cromo ou cromo-níquel; sendo que o cromo tende a estabilizar a ferrita, já o níquel tende a estabilizar a austenita e melhora a resistência à corrosão a altas temperaturas.
Aços resistentes ao calor - também chamados “refratários”, apresentam elevados teores de cromo e níquel; possuem elevada resistência à oxidação pelo calor e mantêm as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente;
Aços para fins elétricos - empregados na fabricação de motores, transformadores e outros tipos de máquinas e aparelhos elétricos, apresentam silício em teores acima dos normais (até 4,75%), ou altos teores de cobalto (até 50%) ou altos teores de níquel;
Aços para fins magnéticos - alto teor de carbono, cromo médio, eventualmente tungstênio relativamente elevado, eventualmente molibdênio e (os melhores tipos) elevada quantidade de cobalto (até cerca de 40%); esses aços, quando temperados, apresentam o característico de imantação permanente representado pelo produto (BH) máx. bastante elevado;
Aços ultra resistentes- desenvolvidos principalmente pela necessidade das aplicações da indústria aeronáutica; nesses aços procura-se uma elevada relação resistência/peso; apresentam excepcionais propriedades mecânicas;
Aços criogênicos – destacam-se pela resistência ao efeito de baixas temperaturas;
Aços sintetizados - produto da metalurgia do pó, incluindo ferro
praticamente isenta de carbono, aços comuns e alguns aços especiais, de aplicação crescente na indústria moderna.
O AÇO E O MEIO AMBIENTE
A crescente proliferação de valores ecológicos na sociedade estimulou gradativamente os setores produtivos a adotar equipamentos de controle de poluição. Uma abordagem mais recente se baseia no conceito de Produção Mais Limpa, que significa a prevenção e minimização da geração de poluentes e adoção de tecnologias mais eficientes no uso de energia e materiais.
Hoje, entre as empresas siderúrgicas já é possível identificar tendências para a integração das variáveis competitividade, qualidade de produto e redução do impacto ambiental. Apesar de grandes investimentos realizados para o controle de poluição – os quais levaram a significativas reduções na emissão de poluentes – melhorias e mudanças tecnológicas adicionais são necessárias para que as variáveis citadas se integrem de fato.
A regulação ambiental e o cenário de taxas sobre emissões e custos crescentes de disposição de resíduos têm estimulado inovações que permitem a melhoria das posições competitivas das empresas. Expectativas apontam para uma siderurgia do futuro mais compacta, mais eficiente energeticamente, altamente flexível em termos operacionais, que possa explorar sinergias de materiais com outras unidades industriais e que tenha um mínimo impacto ambiental.
METODOLOGIA
Utilizamos como metodologia empregada neste artigo a revisão bibliográfica de publicações disponíveis nas bases de dados do Google Acadêmico e da Scielo que tenham relevância com o tema central deste artigo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O aço está presente em carros, caminhões, ônibus, trens, metrôs, navios, bicicletas e motocicletas. Transporta a população, interliga cidades e conduz as cargas, distribuindo riquezas e espalhando progresso. As embalagens de aço são usadas pela indústria em geral, sendo importantes na conservação e transporte de alimentos, produtos químicos, agrícolas, tintas, gases de cozinha e industriais. Especialmente em relação aos alimentos, o aço evita a contaminação, assegurando a sua qualidade, é usado em hidrelétricas, termelétricas e nucleares, torres de transmissão, transformadores, cabos elétricos, plataformas, tubulações, equipamentos de prospecção e extração de petróleo, assim como em perfuratrizes, esteiras e caçambas das minas de carvão. Tais aplicações do aço deve-se as propriedades gerais das ligas metálicas que permitem tal flexibilidade de uso nas mais diversificadas áreas das atividades humanas.
CONCLUSÃO
Concluímos que o aço pode ser empregado nos restaurantes, cozinhas industriais, hospitais, laboratórios, empresas em geral e nas casas das pessoas, tem a resistência necessária para os mais variados usos em forma de utensílios domésticos. Entre as propriedades do aço estão à resistência a baixas e altas temperaturas, superfície que evita o acúmulo de resíduos, composição química que o impede descascar, longa durabilidade e baixo custo de manutenção. E em função da crescente preocupação com as questões ambientais, as siderúrgicas estão investindo cada vez mais em equipamentos e processos que minimizem os impactos ambientais do empreendimento no meio, seja ele atmosférico, hídrico ou visual.
REFERÊNCIAS
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Disponível na internet: <http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/metais_e_ligas_metlicas.pdf> acessado em 15/05/2017
Disponível na internet: < https://pt.slideshare.net/giullyannofelisberto/ligas-metlicas-metais> acessado em 15/05/2017
SÁLVIO, Filipe Esteves Cortes; MEDINA, H. V. Produção sustentável de aço no Brasil. Anais da XIV Jornada de Iniciação Científica da CETEM. MCT/CETEM, 2008.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos. Abm, 1979.
FARIA, Estael Araújo de et al. Estudo das características antiincrustantes de materiais. Rem: Revista Escola de Minas, v. 59, n. 2, p. 233-238, 2006.
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Disponível na internet: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/93311/mod_resource/content/1/prod%20a%C3%A7o%202013.pdf acessado em 29/05/17.
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Romeiro, Solange Bianco Borges. Química na Siderurgia. Porto Alegre: Área de Educação Química do Instituto de Química da UFRGS, 1997. (Série química e tecnologia) 1. Siderurgia. I. Título. II. Série.
	
	
	REVISTA QUÍMICA – CEPEV
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