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SOCIOLOGIA MODERNIZACAO DA AGRICULTURA BRASILEIRA

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MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA
Produção cafeeira
Desenvolvimento do mercado interno;
Assalariados
Desenvolvimento da urbanização no Brasil;
Na década de 1950, inicia-se um rico debate teórico metodológico sobre qual deveria ser o modelo de desenvolvimento econômico que o Brasil deveria adotar para conseguir inserir-se na economia mundial, sem, no entanto, alterar a estrutura conservadora que o caracteriza. 
Em 1950 a população brasileira era de 51.944.397 hab. e em 2000 o Censo Demográfico do IBGE contou 169.590.693 hab.(14), o que representa um crescimento de 226,4% em cinqüenta anos.
 O Estado assume um novo papel, o de agente interventor na economia para a implementação da industrialização do país, e tomá-la o motor e o centro dinâmico da economia, portanto, de sua expansão, e acabar como os setores mais tradicionais da mesma, que emperravam o desenvolvimento das forças produtivas alicerçadas na política urbano-industrial;
O Estado é o pivô do desenvolvimento, acima dos interesses específicos das classes, porém, há de se relevar à influência da classe que perdia espaço político e econômico, resultado da emergente elite industrial, sendo o principal agente da política econômica brasileira;
Uma vez decodificados os diferentes atores conservadores da política agrária brasileira e identificados os novos atores da política urbano-industrial, toma-se necessário criar condições para atrair o capital internacional ao país, que só se interessa em investir nas economias periféricas se forem reservados a eles os setores mais lucrativos e dinâmicos ao mesmo tempo em que controla e orienta o crescimento nacional. 
 Urge a necessidade de muito mais produção de matérias-primas para atender a indústria, um lento processo de desmantelamento da agricultura de alimentos.
O campo brasileiro passou a interagir com a indústria, através do processo de modernização do campo. A agricultura passou a ser organizada, articulada a partir de acoplamento imediato ao circuito de produção industrial, seja como consumidora de insumos e maquinarias, seja como produtora de matérias-primas para sua transformação. 
As transformações impostas pela política urbano industrial acentuaram, no campo, a mercantilização da área rural;
A sua especialização; 
O fortalecimento das forças que promoveram uma modernização conservadora, pois altera as relações de produção na agricultura, mas conserva a estrutura fundiária;
Promoção da marginalização da agricultura familiar, que se encontrava descapitalizada e pautada na pequena produção para atender o mercado local ou regional, salvo exceção àqueles agricultores familiares que em algumas regiões do país, como a Região Sul, aderiram a este processo em curso, tornando-se pequenos produtores capitalizados;
Estrutura fundiária brasileira
Foi criada uma unidade de medidas de imóveis rurais o módulo rural assim definida: “área explorável que, em determinada porção do país, direta e pessoalmente explorado por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas adultas, correspondendo a 1000 jornadas anuais, lhe absorva toda força e, conforme o tipo de exploração considerado proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico”
Em 1964
Criação de uma unidade de medidas de imóveis rurais o módulo rural assim definida: “área explorável que, em determinada porção do país, direta e pessoalmente explorado por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas adultas, correspondendo a 1000 jornadas anuais, lhe absorva toda força e, conforme o tipo de exploração considerado proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico”
Possui área de dimensão variável, levando em consideração basicamente três fatores que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do módulo:
1) Localização da propriedade: se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, terá uma área menor; 
2) Fertilidade do solo e clima da região: quanto mais propícias as condições naturais da região, menor a área do módulo; 
3) Tipo de produto cultivado: em uma região do país onde se cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, o módulo rural deve ser maior que em uma região que produz morango com emprego de tecnologia moderna. 
 Categorias de imóveis rurais: 
O minifúndio: esses são os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua produção é, individualmente, obtida em pequenos volumes, o que inviabiliza economicamente a exportação; 
b) Os latifúndios por dimensão: são as enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada a exportação; 
c) Os latifúndios por exploração: tratam-se dos imóveis rurais improdutivos, voltados à especulação imobiliária. O proprietário não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir, gerar emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua valorização imobiliária, vende-la e ganhar muito dinheiro sem trabalhar;
 d) A empresa rural: propriedade com área de um a seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades da região. 
Essa realidade é exatamente perversa, a medida que cerca de 32% da área agrícola nacional é constituída por latifúndios por exploração, ou seja, de terras parada, improdutiva a especulação imobiliária. 
Relações de trabalho na zona rural
A terra é o meio de produção fundamental na economia rural. O acesso a ela é condição indispensável para a produção agrícola. No cenário do Brasil agrário as formas de trabalho foram determinadas conforme o período histórico vivenciado nos espaços rurais do país. São eles: 
1. O Trabalho familiar: Na agricultura brasileira, predomina a utilização de mão-de-obra familiar em pequenas e médias propriedades de agriculturas de subsistência ou jardinagem, espalhadas pelo país. Quando a agricultura praticada pela família é extensiva, todos os membros se vêem obrigados a complementar a renda como trabalhadores temporários ou boias-frias em épocas de corte, colheita ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais. Ás vezes, buscam subemprego até mesmo nas cidades, retornando ao campo apenas em épocas necessárias ou propícia ao trabalho na propriedade familiar. 
2. O Trabalho temporário: são trabalhadores diaristas, temporários e sem vinculo empregatício. Em outras palavras, recebem por dia segundo a sua produtividade. Eles têm serviço somente em determinadas épocas do ano e não possuem carteira de trabalho registrada. Embora completamente ilegal essa relação de trabalho continua existindo, em função da presença do “gato”, um empreiteiro que faz a intermediação entre fazendeiro e os trabalhadores. Por não ser empresário, o “gato” não tem obrigações trabalhistas, não precisa registrar os funcionários. Em algumas regiões do CentroSul do país, sindicatos fortes e organizados passaram a fazer essa intermediação. Os boias-frias agora recebem sua refeição no local de trabalho, tem acesso a serviços de assistência médica e recebem salários maiores que os bóias-frias de região onde o movimento sindical é desarticulado. 
3. O Trabalho assalariado: representa apenas 10% da mão-de-obra agrícola. São trabalhadores que possuem registro em carteira, recebendo, portanto, pelo menos um salário mínimo por mês. 
4. A Parceria e arrendamento: parceiros e arrendatários “alugam” a terra de alguém para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, a situação á de arrendamento. Se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, a situação é de parceria. 
 A Escravidão por divida: trata-se do aliciamento de mão-de-obra através de promessas mentirosa. Ao entrar na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, como seu salário nunca é suficiente para quitar a divida, fica aprisionado. 
Conceito de modernização do campo
Busca pela “melhoria da produção através da adoção de técnicas modernas visando uma maior produtividade da terra e do trabalho”.
Complexo Agroindustrial
Conjunto formado pelos setores produtores de insumos e maquinarias agrícolas, de transformação industrial dos produtos agropecuários e de distribuição, e de comercialização e financiamento nas diversas fases do circuito agroindustrial. 
Agronegócio
O agronegócio é um conjunto de empresas que produzem insumos agrícolas, as propriedades rurais, as empresas de processamento e toda a distribuição. No Brasil o termo é usado quando se refere a um tipo especial de produção agrícola, caracterizada pela agricultura em grande escala, baseada no plantio ou na criação de rebanhos e em grandes extensões de terra. Estes negócios, via de regra, se fundamentam na propriedade latifundiária bem como na prática de arrendamentos. Callado (2006)
Divisão do agronegócio
A primeira parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos (ou de "dentro da porteira") que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes produtores, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).
Na segunda parte, os negócios à montante (ou "da pré-porteira") aos da agropecuária, representados pela indústrias e comércios que fornecem insumos para a produção rural. Por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, etc. 
Na terceira parte, estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários, até chegar ao consumidor final. Enquadram-se nesta definição os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores de alimentos.
Resultado do Complexo Agroindustrial
Atividade passa a ser comandada pela tecnologia materializada nos insumos, implementos agrícolas;
A mudança genética das sementes mediante a introdução de variedades de plantas;
A indústria, através do capital, submete a agricultura a sua regras e dinâmicas;
MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
“uma vez que a dinamização da produção agrícola foi acompanhada por uma maior concentração da terra, centralização, desigualdade e exclusão no campo, ou seja, uma modernização sem mudanças”. Isso reforça o caráter ambíguo deste processo, pois, se por um lado o Brasil aprofundou-se na internacionalização da sua economia, as contradições sociais no campo foram ampliadas de forma significativa. 
Crédito agrícola
O crédito subsidiado, como práxis da sociedade capitalista, não era igual para todos. Aos grupos mais capitalizados e mais privilegiados a quantidade de recursos era maior e o acesso facilitado, enquanto aos camponeses pobres e descapitalizados as dificuldades de acesso ao crédito subsidiado eram grandes.
Banco precisa de objetos para alienação;
Anos 90 – O novo rural no Brasil
Intensa mecanização;
Perda da mão de obra no campo;
Graziano da Silva (1999, p.14-15) aborda este novo paradigma apresentando três características fundamentais do que vem a ser a pluriatividade ou atividades não-agrícolas:
 a) 	uma crescente distribuição espacial, em alguns lugares do campo brasileiro, de algumas atividades relacionadas à indústria, mais precisamente das agroindústrias, no meio rural; 
b) 	o lento e gradual processo de urbanização no campo, relacionado às atividades de moradia, turismo, lazer e outros serviços. Também cresce uma retomada da conscientização da preservação ambiental;
 c) 	uma valorização de determinadas propriedades rurais que ganham uma nova atividade na (re)organização económica: os sítios de recreio 
Conceito de pluriatividade no campo:
[. .. ] um fenômeno através do qual membros das famílias de agricultores que habitam no meio rural optam pelo exercício de diferentes atividades, ou mais rigorosamente, optam pelo exercício de atividades não-agrícolas, mantendo a moradia no campo e uma ligação, inclusive produtiva, com a agricultura e a vida no espaço rural. [ ...] (SCHNEIDER, 2003, p.91)

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