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07 - Organização do espaço Espaço rural

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Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
1 de 60|www.direcaoconcursos.com.br 
Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
 
 
Aula 05: Geografia 
Geografia para Agente de Pesquisas e 
Mapeamento do IBGE 
Prof. Danuzio Neto 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO 2 
A EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PROBLEMAS DEMOGRÁFICOS NO CAMPO 3 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E SESMARIAS 4 
LEI DAS TERRAS (1850) 5 
AS LIGAS CAMPONESAS 6 
O ESTATUTO DA TERRA 7 
A REFORMA AGRÁRIA 7 
Reforma agrária fiscal 7 
O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO NA MODERNIDADE 8 
REVOLUÇÃO VERDE E BIOTECNOLOGIA 9 
CINTURÕES VERDES 10 
FRONTEIRAS AGRÍCOLAS 11 
Frente de expansão e frente pioneira 11 
CENSO AGROPECUÁRIO – CENSO AGRO 14 
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL 15 
AGRICULTURA FAMILIAR 16 
TAMANHO DA PROPRIEDADE RURAL FAMILIAR 20 
RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL 21 
Relação trabalhista no campo segundo o Censo Agropecuário 2017 21 
Trabalho temporário e o trabalho formal 22 
Parceria e arrendamento 22 
Escravidão por dívida 22 
Posseiros 23 
Grileiros 23 
DADOS CENSO AGROPECUÁRIO 2017 24 
Mecanização cresce quase 50% 24 
Número de estabelecimentos que usam agrotóxicos cresce 20,4% 24 
73% dos estabelecimentos que usam agrotóxicos têm menos de 20 ha de lavouras 24 
Acesso à Internet cresce 1.900% desde 2006 24 
Analfabetismo entre os produtores rurais tem leve recuo: de 24,5% para 23,03% 24 
Proporção de produtores que receberam orientação técnica cai para 20,1% 24 
Produção vegetal responde por 66,2% do valor da produção agropecuária 24 
Nordeste perde 131 mil estabelecimentos, com redução de 5,1 milhões de hectares 25 
Proporção de área de terras arrendadas passa de 4,5% para 8,6% da área total 25 
Áreas de matas naturais em estabelecimentos agropecuários crescem 11,8% 25 
Mulheres e idosos aumentam participação entre produtores 25 
Cor ou raça do produtor são pesquisadas pela primeira vez no Censo Agropecuário 26 
A DIMENSÃO TERRITORIAL DA PROPRIEDADE 27 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 29 
LISTA DE QUESTÕES 47 
GABARITO 58 
RESUMO DIRECIONADO 59 
 
 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
A EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA E 
PROBLEMAS DEMOGRÁFICOS NO CAMPO 
Do começo da nossa colonização até os dias atuais, a agricultura é umas das principais bases da nossa 
economia. A expressão “Brasil, celeiro do mundo”, por exemplo, foi cunhada no Estado Novo, com Getúlio Vargas, 
e dá uma dimensão histórica sobre a importância desse setor para o país. 
Historicamente campo e cidade eram espaços totalmente diferentes e com ínfimas conexões. O espaço 
do campo era considerado atrasado e o espaço da cidade era o moderno. Tal divisão vem sendo, ao longo das 
últimas décadas, pouco a pouco desconstruída, pois as conexões entre campo e cidade são cada vez mais fortes, 
promovendo inclusive características urbanas no campo e vice-versa. A agroindústria é a principal responsável por 
essas novas relações espaciais. 
Com o espaço rural cada vez mais industrializado ou atrelado aos complexos industriais, porém, o processo 
de cultivo é fragmentado e o agricultor tem menos controle sobre sua lavoura, precisando adequar-se ao modo 
capitalista de produção, em sua etapa monopolista. 
A agropecuária prospera em nossas terras especialmente por conta de alguns fatores naturais 
determinantes, como: 
• Clima diversificado; 
• Chuvas regulares; 
• Energia solar abundante; e 
• Uma enorme disponibilidade de água doce (quase 13% de toda a água doce disponível do planeta). 
 
Com território de 851,49 milhões de hectares (ha), o Brasil tem um total de 5.073.324 estabelecimentos 
agropecuários, que ocupam uma área total de 351,289 milhões de ha, ou seja, cerca de 41% da área total do país. 
Atualmente, a participação da agricultura e do agronegócio representam cerca de 21% do nosso PIB. 
Quando estudamos a estrutura fundiária do Brasil, porém, precisamos entender também como as 
propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, bem como estudar as 
desigualdades que acontecem no campo. 
A desigualdade estrutural fundiária brasileira, inclusive, é um dos principais problemas da zona rural até os 
dias de hoje. 
Em nosso país, uma grande parte das terras se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, 
popularmente conhecidas como latifundiários. Já os minifundiários são proprietários de milhares de pequenas 
propriedades rurais espalhadas pelo país, algumas são tão pequenas que muitas vezes não conseguem produzir 
renda e a própria subsistência familiar suficiente. 
Estes problemas têm raízes históricas, como teremos oportunidade de estudar ao longo desta aula. 
 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E SESMARIAS 
O problema da má distribuição da terra no Brasil é produto histórico, resultado do modo como no passado 
ocorreu a posse de terras ou como foram concedidas. 
A distribuição teve início ainda no período colonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias. 
Iniciada com as capitanias hereditárias em 1534, a concessão de sesmarias, que contribuiria para a 
formação dos latifúndios, foi abolida apenas com o processo de independência, em 1822. 
Entende-se por SESMARIA um lote de terras que era distribuído a um beneficiário, em nome do rei de 
Portugal, com o objetivo de cultivar terras virgens. 
No caso da colonização portuguesa da América, as sesmarias tinham um objetivo duplo: 
• Criar as condições para o CULTIVO DAS NOVAS TERRAS conquistadas; e 
• Proporcionar o POVOAMENTO deste novo território. 
 
A prática de doação de sesmarias no Brasil começou com a constituição das capitanias hereditárias, em 
1534. É importante aqui salientarmos que quem assumia direitos e deveres sobre determinada capitania 
hereditária, por meio da carta de doação e do foral, era o donatário. Assim, cabia a este dividir sua capitania em 
partes menores, as sesmarias, que eram distribuídas para os colonos. 
A distribuição de sesmarias incluía o dever de cultivo durante certo período, que, na América portuguesa, 
era de cinco anos para cultivá-las e pagar os tributos devidos à Coroa Portuguesa – o que raramente era cumprido. 
A sesmaria, assim como as capitanias hereditárias, não garantia ao colono a propriedade das terras, 
mas apenas o direito de usufrui-las para cultivo durante determinado período. Os capitães donatários que 
recebiam capitanias hereditárias detinham apenas 20% de suas capitanias, tendo que distribuir os demais 80% por 
meio das sesmarias. 
Apesar do impedimento de alugar, arrendar ou vender as terras, muitos sesmeiros não cultivavam suas 
terras, preferindo repassá-las para os posseiros. Como a existência dos posseiros dificultava o controle da Coroa 
sobre a distribuição das terras, essa situava era proibida por Portugal. Uma regularização efetiva da situação 
fundiária do país somente iria ocorrer durante o Império, por meio da Lei de Terras de 1850. 
 
Ponto interessante e que já foi cobrado em prova, é que as sesmarias deram origem aos grandes 
latifúndios no Brasil. A distribuição de grandes extensões de terras a um único sesmeiro e a utilização de terras 
que não estavam dentro dos limites estipulados pelas cartas de Sesmarias contribuíram para a desigual 
distribuição de terras no Brasil, uma das causas da desigualdade social ainda vigente no país. 
Durante este período, este sistema agrícola que se valia de grandes propriedades rurais (o latifúndio) e 
mão de obra escrava ficou conhecido como PLANTATION. 
 
 
Coroa Portuguesa 
(proprietária das 
terras)
Donatário (tinha a 
posse das terras 
de uma Capitania 
Hereditária)
Sesmeiros (tinhaa 
posse das 
sesmarias)
Posseiros 
(cultivavam as 
terras dos 
sesmeiros)
Prof. Danuzio Neto 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
LEI DAS TERRAS (1850) 
Como vimos, a questão agrária no Brasil tem profundas raízes históricas que reforçaram o problema da 
concentração de terras em nosso país. Durante o Segundo Reinado, houve um dos mais importantes marcos 
desse processo, com o advento da Lei de Terras, de 1850, que reafirmou o predomínio dos grandes proprietários 
de terras em nosso país. 
Essa lei surgiu em uma época de intensas transformações sociais e políticas. Naquele mesmo ano, por 
exemplo, o governo imperial criminalizou o tráfico negreiro no Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio de 
Queiroz. Essas duas leis, inclusive, estavam fortemente ligadas, pois o fim da importação de escravos seria 
substituído por ações que incentivavam a utilização da mão de obra assalariada dos imigrantes europeus. 
A chegada desse novo contingente populacional, representava uma ameaça ao interesse econômico de 
muitos proprietários de terra. Vários imigrantes europeus, inclusive, só aportavam em território brasileiro porque 
tinham a expectativa de obterem terras onde poderiam praticar um tipo de agricultura diferente do sistema 
monocultor e agroexportador tradicionalmente cultivado no Brasil. Ademais, a extinção do regime de sesmarias, 
que foi abolido em 1822, representava um risco à grande propriedade, já que havia um vácuo legislativo de uma 
nova lei agrária. 
A Lei das Terras começaria a ser discutida em 1843, quando foi oferecida à Câmara de Deputados um 
primeiro projeto de lei onde se defendia uma política agrária semelhante à que foi criada para o processo de 
colonização australiano. Esse primeiro projeto previa: 
• A compra de terras devolutas por meio de pagamento à vista e com altos valores; 
• Criação de um imposto sob a propriedade das terras; e 
• O estabelecimento do registro e demarcação de todas as propriedades em um prazo de seis meses. 
 
A proposta, que já assegurava boa parte dos interesses dos grandes proprietários, foi aprovada e enviada 
para o Senado. Em 1848, porém, os senadores retiraram do projeto a cobrança do imposto e substituíram as penas 
de desapropriação – mediante situação irregular – pelo pagamento de multas. Após essas alterações, o Senado 
aprovou definitivamente a lei em 1850. 
Com a nova situação legislativa, a terra se transformou numa mercadoria de alto custo, acessível apenas a 
uma pequena parte da população. Pessoas com condição financeira inferior (ex-escravos, imigrantes e 
trabalhadores livres), portanto, tinham grandes dificuldades em obter um lote de terras. Para piorar a situação, a 
Lei de Terras, apesar de regulamentar a propriedade agrária, não foi cumprida em boa parte das propriedades. 
Pelo contrário, houve uma legitimatação do desmando e a ampliação de terras dos grandes proprietários. 
Assim, a Lei de Terras de 1850 acabou por legalizar o processo de concentração de terras que marcou a 
história brasileira ao longo dos séculos. 
 
Prof. Danuzio Neto 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
AS LIGAS CAMPONESAS 
As Ligas Camponesas foram um movimento de luta pela reforma agrária no Brasil iniciado na década de 
1950. Um dos principais incentivadores do movimento foi Francisco Julião, advogado e deputado pelo Partido 
Socialista Brasileiro (PSB). A primeira liga surgiu em 1954, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. 
Contra a estrutura latifundiária e sob o lema “Reforma Agrária na lei ou na marra”, as Ligas Camponesas 
organizaram milhares de trabalhadores rurais que viviam como parceiros ou arrendatários, principalmente no 
Nordeste. 
As Ligas Camponesas surgiram durante o processo de industrialização do governo JK, quando a 
intensificação da mecanização da produção agrícola gerou desemprego e redução salarial no campo, aumentando 
a insatisfação social das populações pobres da zona rural nordestina. 
Em 1959, por causa da miséria da população nordestina, foi 
criada a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste 
(SUDENE), administrada pelo economista Celso Furtado. A entidade 
tinha o objetivo de produzir estudos sobre a situação 
socioeconômica da região e encontrar soluções imediatas para os 
problemas levantados. Foi também em 1959 que a Igreja Católica 
se declarou a favor da reforma agrária, ampliando o apoio à causa. 
As ligas camponesas sofreram grande repressão da polícia e dos grandes proprietários de terras. Ainda 
assim, o movimento se fortaleceu e conseguiu se expandir para os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. 
Atendendo as reivindicações das ligas camponesas, o presidente João Goulart lançou as Reformas de Base, 
em 1963, cujo pilar para o campo era justamente a reforma agrária. 
Em 1964, porém, a ação das ligas camponesas pela reforma agrária foi mais um dos motivos encontrados 
pelos militares para darem um golpe de Estado. 
Durante a ditadura militar, as ligas camponesas foram totalmente reprimidas e seus principais líderes, 
presos. A reivindicação dos trabalhadores rurais pela distribuição de terras, porém, seria retomada na década de 
1980, com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). 
 
 
Reforma Agrária é uma 
política de reestruturação 
fundiária. Ou seja, de definição de 
novas regras para a posse da terra 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
O ESTATUTO DA TERRA 
O Estatuto da Terra (Lei 4504, de 30 de novembro de 1964), promulgado para embasar um programa de 
reforma agrária que não foi realizado, buscava, segundo o discurso oficial, democratizar o acesso à propriedade 
rural, modernizar as relações de trabalho e de produção e, consequentemente, colaborar para o crescimento 
econômico do país. 
Foi este Estatuto que possibilitou a realização de um censo agropecuário que fornecesse os dados 
estatísticos necessários à elaboração de uma política de reforma agrária. Para a realização do censo, tornou-se 
necessário classificar os imóveis rurais em categorias, da mesma forma que, para realizar um censo demográfico, 
o IBGE classifica as pessoas por idade, sexo, cor, renda, dentre outros critérios. 
Por conta da grande diversidade das características físicas e das condições geográficas do imenso território 
brasileiro, porém, logo surgiu uma dificuldade: a adoção de uma unidade fixa de medida não bastaria para 
classificar de maneira realista os imóveis rurais. Um hectare fértil e úmido do Oeste Paulista, por exemplo, 
corresponde a uma realidade agrícola totalmente diferente da de um hectare de solo no semiárido nordestino. 
Para resolver essa dificuldade, foi criada uma unidade especial de medida de imóveis rurais – o módulo rural, que 
é derivado do conceito de propriedade familiar. 
 
A REFORMA AGRÁRIA 
Apesar de a Constituição ter fornecido instrumentos legais para a realização da reforma agrária, os 
assentamentos, na prática, têm ocorrido em ritmo lento. A lentidão, no passado, era ainda maior porque a maioria 
dos proprietários contestava na justiça a desapropriação de suas terras, argumentando que essas não eram 
improdutivas ou que o preço da indenização não correspondia ao valor de mercado. 
Todo esse procedimento fazia com que os processos se arrastassem por anos, impedindo o assentamento 
das famílias selecionadas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão responsável pela 
realização da reforma agrária. 
Em dezembro de 1996, no entanto, foi aprovada a Lei do Rito Sumário de Desapropriação, que 
“modernizou” a reforma agrária. Com essa lei, o pagamento da indenização passou a ser acompanhado da posse 
imediata da propriedade em litígio, ou no prazo estipulado pelo juiz, sem que o recurso judicial do proprietáriopara questionar o valor pago ou o laudo que declarou a área como improdutiva impeça sua retirada. Ademais, foi 
aprovada outra lei que proibiu a desapropriação de terras invadidas. Essas medidas possibilitaram ao governo 
agilizar os projetos de assentamento. 
 
Reforma agrária fiscal 
Em 1996 também foi estabelecida a possibilidade da realização da reforma agrária por via fiscal – utilização 
da cobrança de impostos como mecanismo de alteração da estrutura fundiária. Assim, foram criadas 30 alíquotas 
para o Imposto Territorial Rural (ITR). Sendo que, quanto maior a propriedade e menor o seu grau de utilização, 
maior o imposto a ser cobrado. 
Quem possui imóvel rural de até 50 hectares e utiliza mais de 80% da área, por exemplo, paga a menor 
alíquota – de 0,08% do valor venal da propriedade – ao ano. No outro extremo, quem possui imóvel rural de mais 
de 5 mil hectares e utiliza até 30% da área paga 20% ao ano de ITR. Assim, a cada cinco anos, o proprietário 
desembolsará o valor de sua propriedade aos cofres do governo. 
O que se busca com essas alíquotas, na prática, é obrigar os latifundiários a produzir em suas terras, vendê-
las, subdividi-las ou arrendá-las, para torná-las produtivas. 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO NA MODERNIDADE 
Afora todos os problemas apontados sobre o espaço rural, podemos dizer que o atual cenário do campo 
brasileiro se divide entre as benesses da tecnologia aplicada ao setor (como a participação na Revolução Verde e 
a adoção da biotecnologia) e os efeitos negativos da aplicação dessas tecnologias. Com o aumento das áreas 
cultivadas, por exemplo, surgiu a agricultura de precisão, que permite o conhecimento detalhado da lavoura, por 
meio de sinais de satélite e softwares. 
Ao envolver vários setores, como a agricultura de precisão e a biotecnologia, o agronegócio desponta 
como um dos mais importantes setores da nossa economia, constituindo-se, assim, como setor nacional com 
grande capacidade de geração de postos de trabalho, a despeito do seu processo de mecanização. 
Ao mesmo tempo em que o país se destaca no cenário mundial como exportador de “commodities” 
agrícolas (como soja, café e trigo), baseado num setor que se modernizou ao se orientar pelo binômio 
INDUSTRIALIZAÇÃO/EXPORTAÇÃO, o nosso país ainda tem grandes problemas da estrutura fundiária, que é 
extremamente concentrada desde os tempos coloniais. 
Por seu caráter exportador, podemos dizer que o agronegócio brasileiro: 
• Atende à demanda do mercado internacional; 
• Utiliza-se de capitais nacionais e estrangeiros; 
• É dominado por transnacionais do ramo alimentício e de fabricantes de insumos para a agricultura; 
• Apresenta uma crescente articulação com o capital externo em diferentes etapas do processo 
produtivo; e 
• Contribui, com certa frequência, para a geração de superávit primário na economia brasileira. 
 
Esse protagonismo do agronegócio brasileiro só é possível por causa do atual estágio de desenvolvimento 
do nosso espaço agrário, que possui as seguintes características: 
• ALTO GRAU DE MECANIZAÇÃO E QUIMIFICAÇÃO das fazendas, o que permitiu importante 
aumento da produtividade; 
• FORTE AUMENTO NA PRODUÇÃO, inicialmente de bens exportáveis, e depois de produtos para o 
mercado doméstico; 
• CRESCIMENTO DA AGROINDÚSTRIA; 
• AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA; 
• CRESCIMENTO DA UTILIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA; e 
• MAIOR INTERLIGAÇÃO ENTRE O SETOR AGRÍCOLA COM SEUS FORNECEDORES. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ESPAÇO RURAL BRASILEIRO NA ATUALIDADE 
- ALTO GRAU DE MECANIZAÇÃO E QUIMIFICAÇÃO das fazendas, o que permitiu importante aumento 
da produtividade do setor; 
- FORTE AUMENTO NA PRODUÇÃO; 
- AGROINDÚSTRIA ROBUSTA; 
- CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA; 
- GRANDE UTILIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA; 
- GRANDE INTERLIGAÇÃO ENTRE O SETOR AGRÍCOLA E SEUS FORNECEDORES. 
 
Prof. Danuzio Neto 
 Aula 05 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
REVOLUÇÃO VERDE E BIOTECNOLOGIA 
Atualmente, o agronegócio brasileiro é reconhecido mundialmente por conta de sua qualidade e 
eficiência. Além de tudo o que já foi citado, outros dois fatores contribuíram para o sucesso agropecuário 
brasileiro: 
• A Revolução Verde e 
• A Biotecnologia. 
 
Chama-se de REVOLUÇÃO VERDE o conjunto de iniciativas tecnológicas, iniciadas na década de 1950 no 
México, que transformou as práticas agrícolas e aumentou drasticamente a produção de alimentos no mundo. 
O precursor da Revolução Verde foi o engenheiro agrônomo Norman Borlaug, responsável por desenvolver 
técnicas químicas que deram maior resistência inicialmente às plantações de milho e trigo, e que otimizaram os 
métodos de produção agrícola. 
Foi a Revolução Verde, a partir de meados da década de 1960, a grande responsável pelo processo de 
modernização da agricultura brasileira. Apesar das inúmeras vantagens para o consumidor, porém, acadêmicos 
apontam que esse novo padrão de desenvolvimento econômico gerou desemprego para o homem do campo e a 
diminuição da renda destes trabalhadores. Até hoje, como sabemos, o agronegócio brasileiro é caracterizado por 
uma heterogeneidade estrutural que beneficia uma minoria e exclui uma grande quantidade de 
trabalhadores. 
Já a BIOTECNOLOGIA permitiu a transferência de genes de uma espécie para outra, criando os 
organismos geneticamente modificados (OGMs) – ou transgênicos. 
Foi a partir dos TRANSGÊNICOS que houve um novo salto de produtividade, já que este tipo de produto 
foi a maneira mais eficiente que a ciência encontrou para resolver problemas que afetam a produção de alimentos 
no globo, como doenças e problemas climáticos (como secas e geadas, por exemplo). 
Segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia: 
A biotecnologia tem contribuído para melhorar a qualidade de plantas e aumentar a 
produtividade agrícola, de forma sustentável e focada na conservação ambiental. Dessa forma, 
vem ajudando a produzir alimentos de maior valor nutritivo e espécies mais adaptadas a 
condições adversas de clima e solo, além de mais resistentes a pragas, doenças e pesticidas. 
Com a aplicação da biotecnologia na agricultura, também tem sido possível reduzir custos e perdas 
pós-colheitas, pela produção de variedades que amadurecem mais lentamente que as 
convencionais. Ela permite, ainda, um uso mais eficiente do solo – como o plantio direto, que evita 
a erosão – e oferece novas possibilidades para os cultivos tradicionais, como a produção, por meio 
de plantas, de plásticos biodegradáveis, tecidos com amido e compostos farmacêuticos. 
Ao aumentar a produtividade agrícola, o uso da biotecnologia na agricultura contribui 
para a redução do desmatamento de áreas naturais e, consequentemente, para a preservação 
da biodiversidade nesses locais. Além disso, pode ser usada como uma poderosa para monitorar o 
processo de extinção de espécies, pela quantificação da variabilidade genética (base da 
perpetuação de todas as espécies) existente nelas, por meio de testes de DNA. Ela pode ajudar a 
detectar, e também a prevenir, a perda da variabilidade genética das plantas e de outros seres 
vivos. 
 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
CINTURÕES VERDES 
Espécie de área de transição entre o espaço rural e o urbano, é chamada de CINTURÃO VERDE a área 
verde que pode ser composta por PARQUES, CHÁCARAS, RESERVAS AMBIENTAIS, JARDINS ou POMARES 
que estão localizados ao redor de uma cidade (ÁREA PERIFÉRICA). 
Os cinturões verdes são apontados como possível solução para alguns conhecidos problemas urbanos, 
como a péssima qualidade do ar, ausência de áreas recreativas verdes e a escassez de fornecimento de frutas e 
verduras frescas para a populaçãodos centros urbanos. 
A seguir, apresento algumas das vantagens que costumam ser apontadas para o incentivo da manutenção 
dos cinturões verdes: 
• Melhoria na qualidade do ar das cidades; 
• Áreas de lazer (parques) e educacionais (voltadas para a educação ambiental); 
• Áreas de produção agrícola que podem abastecer o mercado consumidor das cidades próximas com 
produtos mais frescos. 
• Manutenção do microclima da região, não permitindo que as temperaturas se elevem muito. 
• Em algumas regiões, estes cinturões verdes são áreas de preservação ambiental, o que contribui para 
a manutenção do ecossistema local. 
 
 
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Geografia para Agente de Pesquisas e Mapeamento do IBGE 
FRONTEIRAS AGRÍCOLAS 
Fronteira agrícola é uma área, mais ou menos definida, que representa um AVANÇO DA PRODUÇÃO 
AGROPECUÁRIA SOBRE O MEIO NATURAL. Em outras palavras, podemos dizer que se trata de uma REGIÃO 
AINDA COM MATA NATIVA QUE SOFRE COM A EXPANSÃO DE ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS. 
Assim, podemos dizer que a Fronteira Agrícola se apresenta como um complicado dilema para a 
sociedade. De um lado, temos a atividade humana se expandindo a fim de buscar novos territórios cultiváveis, o 
que contribui para a economia nacional. De outro, geralmente, grandes reservas florestais e áreas pouco povoadas 
que ainda conservam a vegetação nativa e o ecossistema local, o que contribui para a preservação do planeta. 
Diante dessas informações, percebemos que a existência da fronteira agrícola está diretamente ligada 
a maior necessidade de produção de alimentos e de criação de animais – tanto para o consumo interno quanto 
para o abastecimento do comércio internacional. Além disso, a sua existência também está ligada à ausência de 
políticas públicas eficientes – já que, na fronteira agrícola, muitas terras são compradas ilegalmente e sem 
qualquer tipo de controle/fiscalização. 
Diante da situação singular de uma fronteira agrícola, que ameaça ecossistemas ainda intocáveis, a 
comunidade científica costuma acompanhar com bastante preocupação o conflito existente entre a “mata 
virgem” e o avanço das atividades agropecuárias, já que são nessas áreas em que há maior desrespeito à 
legislação ambiental e ocorrem com mais frequência desmatamento ilegal e conflitos que envolvem a posse e o 
uso das terras. 
 
Frente de expansão e frente pioneira 
Uma fronteira agrícola costuma se desenvolver por meio das seguintes etapas: 
FRENTE DE EXPANSÃO – Esta fase se inicia com a presença dos posseiros durante a ocupação de áreas 
naturais. Estas ocupações geralmente são realizadas por pequenos produtores sobre terras devolutas (terrenos 
públicos sem uso público), sendo que, em não raras ocasiões, estes produtores se organizam por meio de 
cooperativas. Após dez anos de ocupação destes terrenos, os produtores geralmente requerem a posse legal de 
suas terras por meio do usucapião. Normalmente, estes produtores exercem a agricultura familiar e de 
subsistência. 
FRENTE PIONEIRA – São os GRILEIROS que ganham o protagonismo nesta fase. PRODUTORES 
RURAIS que expandem seus domínios por meio da grilagem (apropriação ilegal por meio da falsificação de 
documentos e de títulos de propriedades) de terras devolutas ou de espaços já ocupados pelos posseiros. Os 
grileiros desenvolvem um modo de produção voltado para a produção comercial interna e para a exportação. 
FRENTE DE EXPANSÃO E FRENTE PIONEIRA 
Frente de expansão 
- PRESENÇA DOS POSSEIROS; 
- PEQUENOS PRODUTORES SOBRE TERRAS DEVOLUTAS (terrenos públicos sem uso público); 
- Geralmente ORGANIZADOS POR MEIO DE COOPERATIVAS; 
- Geralmente, REQUEREM A POSSE LEGAL DE SUAS TERRAS POR MEIO DO USUCAPIÃO; 
- Geralmente, exercem a AGRICULTURA FAMILIAR E DE SUBSISTÊNCIA. 
 
Frente pioneira 
- GRILEIROS; 
- PRODUTORES RURAIS; 
- Expandem seus domínios por meio da GRILAGEM de terras devolutas ou de espaços já ocupados pelos 
posseiros. 
- MODO DE PRODUÇÃO VOLTADO PARA A PRODUÇÃO COMERCIAL INTERNA E PARA A EXPORTAÇÃO. 
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Onde está a fronteira agrícola brasileira? 
No Brasil, a fronteira agrícola se encontra atualmente na região Norte, tomando espaço de vastas 
porções da Floresta Amazônica. 
Em relação aos estados, podemos citar como regiões da fronteira agrícola os seguintes: Pará, Mato 
Grosso, Tocantins e Maranhão. Por conta deste avanço, são ainda registrados vários conflitos na área da 
Floresta Amazônica decorrentes de questões ambientais ou de “mera” luta por posse de terra. Dentre estes 
conflitos, ganhou destaque o caso de Dorothy Stang, que era uma ativista norte-americana, mas naturalizada 
brasileira, que foi assassinada por fazendeiros na cidade de Anapu (PA), em 2005. Com o desmatamento da 
Floresta Amazônica, muitas comunidades indígenas perderam as suas terras ou tiveram os seus espaços 
reduzidos. 
 
Principais problemas da Fronteira agrícola 
Por conta da grilagem e do desmatamento, alguns problemas saltam aos olhos nos locais onde se desbrava 
uma fronteira agrícola, sendo, o primeiro deles, os conflitos no campo, já que de um lado estarão grileiros e, do 
outro, posseiros (que podem estar representados por meio de movimentos sociais do campo, como o MST – 
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Em oposição ao grupo de grileiros, também podemos observar grupos 
indígenas. Com o avanço do agronegócio, as pequenas propriedades são pressionadas para avançar ainda mais a 
fronteira agrícola ou para praticarem o êxodo rural, o que resulta na migração de um grande contingente de 
trabalhadores rurais, sem as qualificações adequadas, para as cidades. 
Das disputas territoriais, que também podem envolver comunidades indígenas, são recorrentes os 
assassinatos na luta pela terra. No meio de tudo isso, ainda ocorre a remoção e a comercialização ilegal de madeira 
nativa da floresta. Diante dessas informações, podemos apontar como três os principais problemas observados 
como decorrentes das fronteiras agrícolas: 
Devastação da vegetação – Este é o problema de mais fácil observação, já que a fronteira agrícola, para 
existir como tal, precisa avançar sobre a vegetação nativa de determinada região. 
Concentração de terras – Este problema se refere ao surgimento de latifúndios, já que o tamanho médio 
de uma propriedade na fronteira agrícola é maior que o de terrenos rurais no resto do país. 
Questão de produção de alimentos – Este problema aparece como decorrência do segundo, já que os 
grandes latifundiários, geralmente, produzem com os olhos voltados para o mercado exterior. 
 
A fronteira agrícola muda de lugar? 
A fronteira agrícola não é um local imutável no cenário de determinada região. Não é como um acidente 
geográfico, que permanece no mesmo lugar pelos séculos. No Brasil, assim como em qualquer outro país com 
grandes áreas cultiváveis, a localização da fronteira agrícola se modificou ao longo da história. 
Durante boa parte do período colonial, por exemplo, a zona litorânea, composta predominantemente pela 
Mata Atlântica, foi cenário da primeira fronteira agrícola do Brasil. Ao longo do século XX, as práticas agrícolas 
ganharam novos terrenos, avançando para o interior do país. Nesse meio tempo, o Centro-Oeste passou a ser a 
nova fronteira agrícola, tocada por produtores oriundos do Sul e do Sudeste brasileiro. Como resultado, houve 
intensa transformação da paisagem de estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que fez com 
que a região Centro-Oeste ficasse conhecida como o celeiro do Brasil. 
 
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Assim, podemos perceber que o Centro-Oeste, atualmente o coração do agronegócio brasileiro, nem 
sempre teve suas porteiras abertaspara o setor. Antes da década de 1970, por uma questão tecnológica, a região 
ainda era considerada um obstáculo para a expansão agrícola, já que a maioria dos solos não era considerada 
agricultável por conta de seus elevados índices de acidez. Com a REVOLUÇÃO VERDE, no entanto, houve a 
correção dos solos (principalmente por meio da técnica de calagem). Para fortalecer ainda mais a interiorização 
da fronteira agrícola, houve a difusão da rede de infraestrutura, logística e serviços, o que facilitou sobremaneira 
a ocupação agrícola do Cerrado. 
 
 
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CENSO AGROPECUÁRIO – CENSO AGRO 
Os dados mais confiáveis sobre a realidade agropecuária brasileira estão disponíveis no Censo 
Agropecuário do IBGE. O Censo Agro, como este levantamento também é conhecido, é a principal e mais 
completa investigação estatística e territorial sobre a produção agropecuária brasileira, contemplando 
informações dessa atividade econômica no país sobre: 
• A estrutura; 
• A dinâmica; e 
• O nível de produção. 
 
As informações geradas pelo Censo Agro possibilitam, por exemplo, o planejamento e a avaliação de 
políticas públicas sobre o setor. Elas propiciam, também, estudos a respeito da expansão da fronteira agrícola e 
da dinamização produtiva ditada pelas inovações tecnológicas e enriquecem a produção de indicadores 
ambientais. Permitem ainda análises sobre as transformações decorrentes do processo de reestruturação e de 
ajustes na economia e de seus reflexos sobre o setor. 
O primeiro Censo Agropecuário foi realizado em setembro de 1920. A partir dessa pesquisa pioneira, foram 
mais 10 edições, sendo a última em 2017, totalizando 11 Censos Agropecuários. O IBGE tem sido responsável por 
esse trabalho desde a fundação do Instituto, em 1936. 
No período de mais de 100 anos, o Censo Agro acompanhou a mudança tecnológica no campo e também 
se modernizou – seja nas temáticas abordadas ou nas tecnologias utilizadas hoje para a realização da pesquisa. Na 
década seguinte a do primeiro levantamento, por motivos políticos que culminaram na Revolução de 30, o Censo 
Agro não foi realizado. A partir da década de 1940, ele foi feito de dez em dez anos, até 1970, quando passou a ser 
quinquenal. Então teve em 70, 75, 80 e 85. Hoje ele deveria ser feito de cinco em cinco anos, mas a partir de 1985 
houve problemas para conseguir recursos, sendo realizado apenas em 1995-1996, 2006 e 2017. 
 
 
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OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL 
Com território de 851,487 milhões de hectares (ha), o Brasil tem um total de 5.073.324 estabelecimentos 
agropecuários, que ocupam uma área total de 351,289 milhões de ha, ou seja, cerca de 41% da área total do país. 
Em relação ao levantamento anterior, feito em 2006, houve aumento de 5,8% na área ocupada, apesar da redução 
de 102.312 unidades rurais. O levantamento também mostra um total de terras indígenas que somam 117,639 
milhões de ha e unidades de conservação espalhadas por 151,895 milhões de ha. 
 
 
 
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AGRICULTURA FAMILIAR 
A agricultura familiar tem dinâmica e características distintas da agricultura não familiar. Nela, a gestão 
da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora 
de renda. A definição legal de agricultura familiar consta no Decreto nº 9.064, de 31 de maio de 2017. 
Apesar de estarem em segundo plano no cenário nacional, por conta do domínio da grande propriedade 
rural, as unidades familiares são elementos fundamentais no espaço geoeconômico rural. 
 Considerando-se, porém, os alimentos que vão para a mesa dos brasileiros, os estabelecimentos de 
agricultura familiar têm participação significativa. Nas culturas permanentes, o segmento responde por 48% do 
valor da produção de café e banana; nas culturas temporárias, são responsáveis por 80% do valor de produção da 
mandioca, 69% do abacaxi e 42% da produção do feijão. 
Participação da agricultura familiar em cada Unidade da Federação 
 
Fonte: https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/pdf/agricultura_familiar.pdf 
 
Segundo o Censo Agropecuário, existiam 3,9 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar – 77% 
do total, apesar de ocuparem apenas 23% da área destinada à agropecuária. Em 2017, a agricultura familiar 
ocupava 10,1 milhões de pessoas, 67% do total de trabalhadores nos estabelecimentos agropecuários. 
Em 2006, a agricultura familiar respondia por 84,4% dos estabelecimentos agropecuário, com um total de 
4.367.902 deles. De um levantamento para outro, portanto, houve diminuição de estabelecimentos rurais 
familiares. 
 
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Ou seja, a agricultura familiar encolheu no país, já que houve uma redução de 9,5% no número de 
estabelecimentos classificados como de agricultura familiar, em relação ao último Censo, de 2006. O segmento 
também foi o único a perder mão de obra. Enquanto na agricultura não familiar houve a criação de 702 mil postos 
de trabalho, a agricultura familiar perdeu um contingente de 2,2 milhões de trabalhadores. 
 
 
De acordo com a Lei 11.326, para ser classificado como agricultura familiar o estabelecimento deve: 
• Ser de pequeno porte (até 4 módulos fiscais); 
• Ter metade da força de trabalho familiar; 
• A atividade agrícola no estabelecimento deve compor, no mínimo, metade da renda familiar; e 
• Ter gestão estritamente familiar. 
 
Do censo de 2006 para o de 2017, a configuração dos produtores mudou. Aumentou muito o número de 
estabelecimentos em que o produtor está buscando trabalho fora, diminuiu a mão de obra da família e está 
diminuindo a média de pessoas ocupadas. O estabelecimento acaba não podendo ser classificado porque não 
atende aos critérios da lei. 
Outro fator é o envelhecimento dos chefes das famílias, ao mesmo tempo em que os filhos optam por 
outras atividades fora do domicílio agrícola. As pessoas estão ficando idosas, o que reduz o número de ocupados. 
Além disso, há o aumento da mecanização e da contratação de serviços. 
A Lei 11.326 foi regulamentada pelo Decreto 9.04/2017, que mudou a forma de classificar o 
estabelecimento, principalmente em relação à renda do produtor, com a nova exigência de ser 
predominantemente obtida no domicílio. Em 2017, dos 4,6 milhões de estabelecimentos de pequeno porte que 
poderiam ser classificados como de agricultura familiar, apenas 3,9 milhões atenderam a todos os critérios. 
Ainda assim, a agricultura familiar continua representando o maior contingente (77%) dos 
estabelecimentos agrícolas do país, mas, por serem de pequeno porte, ocupam uma área menor, 80,89 milhões 
de hectares, o equivalente a 23% da área agrícola total. Em comparação aos grandes estabelecimentos, 
responsáveis pela produção de commodities agrícolas de exportação, como soja e milho, a agricultura familiar 
responde por um valor de produção muito menor: apenas 23% do total no país. 
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Fonte: https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/pdf/agricultura_familiar.pdf 
 
A agricultura familiar geralmente se desenvolve no entorno das grandes cidades e em algumas regiões 
agroindustriais, tendo em vista que as famílias fornecem matéria-prima para as grandes empresas processadoras. 
Quando a agricultura praticada pela família é extensiva e de subsistência, os seus membros, geralmente,veem-se obrigados a complementar a renda como trabalhados temporários em épocas de corte, colheita ou 
plantio nas grandes propriedades agroindustriais – além de buscarem também subempregos nas cidades. Quando 
a propriedade possui uma boa rentabilidade/produtividade, geralmente os membros não procuram renda extra 
em outras propriedades. 
Apesar de se apresentarem como uma categoria única, há muita diferença entre os vários 
estabelecimentos rurais familiares, já que nem todas possuem as mesmas condições de produtividade, tendo em 
vista a ocorrência de vários problemas para algumas dessas unidades, como a falta de escoamento adequado, 
piores técnicas de produção e maquinário precário. 
Há também muita diferença de produtividade e capacidade de escoamento entre as próprias unidades 
familiares. É mais provável, por exemplo, que uma família que tenha uma propriedade rural próxima a um grande 
centro urbano, e produza alimentos de forma intensiva (modo de produção mais moderno, maior uso de 
tecnologia, mais eficiente), tenha uma rentabilidade maior do que aquela que pratica a agricultura extensiva 
(modo mais tradicional de produção, sem disponibilidade de muita tecnologia, menos eficiente) em uma área 
mais distante dos grandes centros urbanos. 
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TAMANHO DA PROPRIEDADE RURAL FAMILIAR 
A propriedade familiar possui área de dimensão variável. Para dimensioná-la, leva-se em consideração, 
basicamente, três fatores que ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização diminuem a 
área do módulo. Esses fatores são: 
 
Localização da propriedade 
Se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, em região bem atendida pelo sistema de 
transportes, ele proporciona rendimentos maiores do que um imóvel mal localizado, por isso terá uma área menor. 
 
Fertilidade do solo e clima 
Quanto mais propícios às condições naturais – relevo, solo, clima e hidrografia –, menor a área do módulo. 
 
Tipo de produto cultivado e tecnologia empregada 
Em uma região do país onde se cultiva mandioca ou batata, por exemplo, e se utilizam técnicas 
tradicionais, o módulo rural deve ser maior do que em uma região que produz soja ou uva com emprego de 
tecnologia moderna. 
Baseado nestes critérios apresentados, passou-se a utilizar, a partir de 1990, uma classificação que foi 
regulamentada em lei. São consideradas pequenas as propriedades com até 4 módulos rurais; médias as de 4 a 15 
módulos; e grandes as que superam 15. 
De acordo com o artigo 185 da nossa Constituição, é proibida a desapropriação, para fins de 
assentamento rural, de pequenas e médias propriedades produtivas. 
TAMANHO DAS PROPRIEDADES RURAIS 
Pequenas propriedades: até 4 módulos rurais; 
Médias propriedades: de 4 a 15 módulos; e 
Grandes propriedades: as que superam 15 módulos. 
 
 
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RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL 
No Brasil, a escravidão foi a primeira forma generalizada de relação de trabalho no campo, situação que 
perdurou nos primeiros séculos da nossa história – tanto no período colonial quanto no imperial. Assim, durante 
os ciclos da cana-de-açúcar e do ouro, por exemplo, o trabalho escravo de africanos e seus descendentes foi a 
principal fonte de mão de obra utilizada em nosso país. 
Até 1888, quando houve a Abolição da Escravatura, o grande produtor rural utilizava-se da mão de obra 
escrava para cultivar as suas lavouras. O pequeno produtor que não tinha condições de comprar escravos, por 
outro lado, desenvolvia o trabalho camponês. 
Com o advento da expansão cafeeira na região Sudeste, no século XIX, surgiu a relação de trabalho 
denominada colonato, baseada no trabalho familiar, realizado por imigrantes. O café começou a se desenvolver 
no Brasil justamente no período de transição entre o fim da escravatura e o começo da utilização maciça de mão 
de obra livre. 
Principalmente no Sudeste e no Sul, em substituição à mão de obra escrava, o café era cultivado por meio 
do colonato, em que os colonos responsáveis diretamente pela produção entregam parte desta para o proprietário 
da terra. 
Todas essas formas de relação de trabalho lançaram raízes em nossa sociedade e até hoje moldam as 
relações sociais do nosso campo. Distante dos grandes centros urbanos, a zona rural ainda apresenta um grande 
contingente de trabalhadores que não possuem vínculo formalizado com seus empregadores, tendo em vista a 
maior dificuldade de fiscalização e atuação de fiscais e da justiça do trabalho. 
 
Relação trabalhista no campo segundo o Censo Agropecuário 2017 
Em 30/09/2017, havia 15.105.125 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários, uma média de 
3,0 pessoas por estabelecimento, entre produtores e pessoas com laços de parentesco com eles, além de 
empregados temporários e permanentes. Do total de pessoas ocupadas nesta data, os produtores e trabalhadores 
com laços de parentesco com eles representaram 73,5% (11.101.533). 
Na comparação com o Censo Agropecuário 2006, houve redução de 1.463.080 pessoas no total de 
ocupados, que era de 16.568.205 no dia 31/12 daquele ano. A média de ocupados por estabelecimento também 
caiu, de 3,2 pessoas, em 2006, para 2,97, em 2017. 
Nos estabelecimentos da Agricultura Familiar, a população ocupada se reduziu em 2,166 milhões de 
pessoas. No entanto, nos estabelecimentos que não caracterizados dessa forma, a oferta de postos de trabalho 
seguiu um rumo oposto: de 2006 para 2017, a população ocupada nesse tipo de estabelecimentos ganhou mais 
702,9 mil trabalhadores. 
Em contraponto com a queda no pessoal ocupado, o número de tratores em estabelecimentos 
agropecuários aumentou 49,9%, ou 409.189 unidades a mais em relação ao Censo Agropecuário de 2006, 
chegando a 1.229.907 unidades em 30 de setembro de 2017. Já o número de estabelecimentos que utilizavam este 
tipo de máquina aumentou em mais de 200 mil, alcançando um total de 734.280 produtores em 2017. 
Com o aumento da produtividade das terras brasileiras e a maior mecanização observada nos últimos 
anos, conjugado com o alto número de desempregados do cenário atual, é possível que seja observado no próximo 
censo um número ainda menor de trabalhadores voltados para atividades agropecuárias. 
Apesar de toda essa importância, uma grande parcela das pessoas ocupadas na agricultura familiar não 
consegue obter uma renda mínima que lhes assegure condições dignas de vida. Por esta razão, muitos agricultores 
acabam por realizar trabalhos em outros estabelecimentos (familiares ou patronais), ou atuam em atividades não 
agrícolas. Além disso, para muitas famílias a aposentadoria rural (de apenas um salário mínimo) é a principal fonte 
de renda. 
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Trabalho temporário e o trabalho formal 
Os trabalhadores diaristas e temporários são denominados de diferentes formas de acordo com a região 
em que trabalham: no Centro-Sul são boias-frias; no Nordeste e Centro-Oeste, corumbás; no Norte, peões. 
Geralmente, recebem por dia, não são registrados em carteira de trabalho e conseguem trabalho para apenas 
determinadas épocas do ano. 
Esta modalidade de mão-de-obra é absorvida principalmente pela agroindústria de cana-de-açúcar, 
laranja, algodão e café, que a utiliza apenas no período do plantio e da colheita. Há ainda famílias que, embora 
possuam uma pequena propriedade, fazem trabalhos avulsos em latifúndio, retornando depois para casa. Aqueles 
que não têm propriedade trabalham como volantes, ou seja,ao terminar a temporada de serviços em uma região, 
deslocam-se para outra para encontrar trabalho. 
Essa relação de trabalho geralmente é feita com trabalhadores que são contratados por meio de 
intermediários (ilegais), conhecidos como “gatos”, que fornecem a mão de obra ao fazendeiro. 
A mão de obra contratada através da intermediação de terceiros, como empreiteiros, cooperativas de mão 
de obra e empresas, passou de 251.652 pessoas, em 2006, para 611.624 em 2017. Foi um crescimento de 143%. 
Dentre as modalidades de contratação, a mais frequente foi a de contratação através de empreiteiros, com 
497.247 estabelecimentos contratando mão de obra, dessa forma, ou 9,8% do total. Essa modalidade de 
contratação cresceu 108% em relação a 2006. 
 
Parceria e arrendamento 
Parceiros e arrendatários são aqueles que alugam a terra de um proprietário para cultivar alimentos ou 
criar gado. A diferença entre parceria e arrendamento se dá no tipo de contrapartida dada por aquele que ocupa a 
terra. 
Se o aluguel for pago em dinheiro, há arrendamento; se o aluguel for pago com parte da produção, 
combinada entre as partes, há parceria. Caso a divisão seja feita meio a meio, o parceiro será chamado de meeiro; 
caso seja de 1/3, será terceiro; caso seja de 1/4, quarteiro. 
DIFERENÇA ENTRE PARCERIA, ARRENDAMENTO E MEEIRO 
Se o aluguel for pago em dinheiro, dizemos que há arrendamento; 
Se o aluguel for pago com parte da produção, temos uma parceria. 
- Caso a divisão seja feita meio a meio, o parceiro será chamado de meeiro; 
- Caso seja de 1/3, será terceiro; 
- Caso seja de 1/4, como quarteiro. 
 
Escravidão por dívida 
A escravidão por dívida no meio rural se dá por meio do aliciamento de mão de obra feito a partir de falsas 
promessas. 
Ao empregar-se na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, como seu salário nunca 
é suficiente para quitar a dívida, fica aprisionado sob vigilância de capangas armados a serviço do fazendeiro. 
 
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Posseiros 
São trabalhadores rurais que ocupam a terra sem ter o correspondente título de propriedade, geralmente 
estão engajados em movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra). 
As primeiras ocupações deste movimento se davam, em geral, em fazendas improdutivas que se 
encaixavam nos pré-requisitos constitucionais para a realização da reforma agrária. Nos últimos anos, porém, tem 
se observado com mais frequência invasões de propriedades produtivas, centros de pesquisas e órgãos públicos, 
o que configura uma ação ilegal. 
Em muitos casos, os enfrentamentos decorrentes dessas ações causam sérios conflitos, inclusive com 
registro de mortes entre lavradores, policiais e jagunços. Algumas áreas de assentamento, com destaque às que 
se organizaram em cooperativas, foram bem-sucedidas e prosperaram bastante, mas os assentamentos 
desorganizados, realizados em áreas desprovidas até mesmo de infraestrutura que permita o escoamento da 
produção, fracassaram. 
 
Grileiros 
São os invasores de terras que conseguem, mediante corrupção, escritura falsa da propriedade da terra. 
Costumam agir em áreas de expansão das fronteiras agrícolas ocupadas inicialmente por posseiros, o que causa 
grandes conflitos e inúmeros assassinatos, entre os membros dos dois grupos. 
 
 
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DADOS CENSO AGROPECUÁRIO 2017 
Mecanização cresce quase 50% 
Em contraponto com a queda no pessoal ocupado no campo, o número de tratores em estabelecimentos 
agropecuários aumentou 49,9%, ou 409.189 unidades a mais em relação ao Censo Agropecuário de 2006, 
chegando a 1.229.907 unidades em 30 de setembro de 2017. Já o número de estabelecimentos que utilizavam este 
tipo de máquina aumentou em mais de 200 mil, alcançando um total de 734.280 produtores em 2017. 
 
Número de estabelecimentos que usam agrotóxicos cresce 20,4% 
Entre 2006 e 2017, houve um aumento de 20,46% no total de estabelecimentos que usaram agrotóxicos 
no período de referência do Censo. Na série histórica dos censos agropecuários, esse número variou bastante, 
chegando ao seu ponto mais alto (quase 2 milhões) em 1980, e ao nível mais baixo (quase 1,4 milhão) em 2006. 
Em 2017, cerca de 34% dos estabelecimentos que declararam despesas com agrotóxicos tinham 5 ha ou 
mais de área de lavouras. Estes estabelecimentos concentravam 94% da despesa com agrotóxicos. 
 
73% dos estabelecimentos que usam agrotóxicos têm menos de 20 ha de lavouras 
Dos 1.681.564 estabelecimentos que declararam ter utilizado agrotóxicos, 1.230.403 tinham área de 
lavouras menor que 20 hectares, o equivalente a 73% desse total. A despesa destes estabelecimentos com 
agrotóxicos foi de R$ 2,36 bilhões. O total de despesas com agrotóxicos levantado pelo censo foi de R$ 31,8 
bilhões. 
 
Acesso à Internet cresce 1.900% desde 2006 
Com relação ao acesso à internet, o crescimento é igualmente relevante. No Censo 2017, 1.430.156 
produtores declararam ter acesso à internet, sendo que 659 mil através de banda larga, e 909 mil, via internet 
móvel. Em 2006, o total de estabelecimentos agropecuários que tinham acesso à internet era de apenas 75 mil. 
Já o número de estabelecimentos com acesso ao telefone passou de 1,2 milhões para 3,1 milhões, uma alta 
de 158% entre 2006 e 2017. 
 
Analfabetismo entre os produtores rurais tem leve recuo: de 24,5% para 23,03% 
Cerca de 15,5% dos produtores disseram nunca ter frequentado escola e 73% frequentaram somente o 
ensino fundamental, sendo que 66,5% destes declararam não ter terminado o curso. Além disso, 23,03% dos 
produtores (ou 1.164.710) declararam não saber ler e escrever. Em 2006, essa taxa de analfabetismo era de 24,5%. 
 
Proporção de produtores que receberam orientação técnica cai para 20,1% 
Diminuiu de 22% para 20,1% a proporção de produtores que receberam orientação técnica. Em 2017, 
1.025.443 produtores agropecuários declararam receber assistência técnica, correspondendo a 20,1% do total, 
uma proporção menor que a de 2006, quando havia 1.145.049 estabelecimentos que recebiam orientação técnica 
(22% do total). 
 
Produção vegetal responde por 66,2% do valor da produção agropecuária 
O valor da produção com atividades agropecuárias chegou a R$ 465 bilhões. A Produção Vegetal 
participou com 66,2% (R$ 308 bilhões), sendo 77% (R$ 237,3 bilhões) das culturas de Lavoura Temporária; 13% das 
de Lavoura Permanente; 5,7% da Silvicultura; 2,8% da Horticultura; 0,7% da Extração Vegetal e 0,6% pela 
Floricultura. 
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Já a produção animal contabilizou R$ 157,4 bilhões (33,8% do total), com 70,5% vindo dos animais de 
grande porte. A produção de aves foi a segunda mais expressiva (19%), com os animais de médio porte e os 
pequenos a seguir: 8% e 2,5%, respectivamente. 
 
Nordeste perde 131 mil estabelecimentos, com redução de 5,1 milhões de hectares 
Apenas a região Nordeste teve queda tanto no número (menos 131.341) quanto na área (menos 5.180.546 
ha) dos estabelecimentos agropecuários. Esta redução se deu principalmente em municípios do semiárido 
Nordestino, 65.667 estabelecimentos ou 50% da redução e 4.538.458 ha, representando 87,6% da redução. 
Já na região Sul, mesmo com a queda no número de estabelecimentos (menos 152.889), houve aumento 
na área (mais 1.094.307 ha). 
Nas demais regiões houve aumento de estabelecimentos e de área: na Norte mais 104 mil 
estabelecimentos com mais 9,67 milhões de hectares; na Sudeste mais 47,3 mil estabelecimentos com aumento 
de 5,36 milhões de hectares e na Centro-Oeste aumento de 29,7 mil estabelecimentos com aumento de 6,65 
milhões de hectares. 
Apesarda redução de 102.312 estabelecimentos entre 2006 e 2017, houve aumento de 4,9% (17.609.779 
hectares) na área total dos estabelecimentos. 
Além disso, o número de produtores sem área (apicultores, extrativistas, criadores de animais em beira de 
estradas, etc.) caiu de 255.019, em 2006, para 77.037 em 2017. 
 
Proporção de área de terras arrendadas passa de 4,5% para 8,6% da área total 
Em relação à condição legal das terras, entre 2006 e 2017, a proporção de estabelecimentos que 
declararam terras próprias aumentou de 76% para 80,9%; porém, a participação da área de terras próprias 
diminuiu de 91% para 85%. 
Já a proporção de terras arrendadas reduziu-se de 6,4%, em 2006, para 6,3%, em 2017, mas a participação 
da área da modalidade cresceu de 4% para 8%. Os estabelecimentos com terras em “comodato ou ocupadas” 
variaram de 9,7% para 9,6%, com reflexo de 2,2% para 2,8% na área. 
 
Áreas de matas naturais em estabelecimentos agropecuários crescem 11,8% 
Em relação ao uso da terra nos estabelecimentos agropecuários, entre 2006 e 2017, observou-se redução 
de 33,6% na área utilizada para lavouras permanentes, como frutas e café, por exemplo. Já a área destinada a 
lavouras temporárias, como grãos e cana de açúcar, cresceu 14%. 
Houve, também, redução de 18% nas áreas de pastagem natural e crescimento de 10% nas áreas 
destinadas a pastagens plantadas. O Censo mostra, ainda, elevação da quantidade de hectares de matas naturais 
(12%) existentes em seus domínios, e no das matas plantadas (83%), que são as áreas destinadas a silvicultura. 
 
Mulheres e idosos aumentam participação entre produtores 
Observamos que 81,3% dos produtores são do sexo masculino e 18,7% do sexo feminino representando 
um aumento na participação das mulheres, pois no Censo Agropecuário de 2006 elas representavam 12,7% do 
total de produtores. 
Quanto à idade, houve redução na participação dos grupos de menores de 25 anos (3,3% para 2%), de 25 
a menos de 35 (13,6% para 9,3%) e de 35 a menos de 45 (21,9% para 17,9%), enquanto a dos grupos mais velhos 
aumentou: de 45 a menos de 55 (23,3% para 24,2%), de 55 a menos de 65 (20,4% para 23,5%) e de 65 ou mais 
(17,5% para 23,2%). 
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Cor ou raça do produtor são pesquisadas pela primeira vez no Censo Agropecuário 
A cor ou raça do produtor que dirige o estabelecimento foi pesquisada pela primeira vez em um Censo 
Agropecuário. A distribuição encontrada foi: brancos 45,4%; pretos 8,4%; amarelos 0,6%; pardos 44,5% e 
indígenas 1,1%. 
Esses números são similares à distribuição dos grupos de cor ou raça na população que foram encontrados 
pela PNAD Contínua do IBGE. 
 
 
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A DIMENSÃO TERRITORIAL DA PROPRIEDADE 
Em relação à área: 
• Na categoria com mais de mil hectares, são 51.203 estabelecimentos, que ocupam 167,227 milhões 
de ha. 
• As propriedades pequenas, com até 10 hectares, são 2.543.681, em 7,993 milhões de ha. 
• Foram identificados 77.037 estabelecimentos agropecuários sem área, ou seja, produtores que 
trabalham, por exemplo, com extrativismo e apicultura. 
 
Entre 2006 e 2017, a participação na área total dos estabelecimentos iguais ou maiores de 1.000 ha 
aumentou de 45% para 47,6%. Com um aumento de 3.625 estabelecimentos e de 17,08 milhões de hectares, a 
área média do grupo elevou-se de 3.155,7 para 3.265,9 ha. 
Já os estabelecimentos de 100 a menos de 1.000 ha perderam participação na área total, passando de 
33,8% para 31,9%. Houve, entre esses estabelecimentos, uma redução de 3.569 unidades e de 586.494 ha, com a 
área média variando de 266 ha para 266,8 ha. 
Já nos estratos intermediários (menos de 100 ha), a participação da área manteve praticamente estável, 
variando de 21,2% para 20,4%, com um acréscimo de 75.614 estabelecimentos e com a área média mantendo-se 
em 15,8 ha. 
Quanto à utilização da terra: 
• Houve diminuição de 34% na área de lavouras permanentes, ficando em 7,755 milhões de hectares, 
e de 18% nas pastagens naturais, que somam 47,323 milhões de ha. 
• Por outro lado, as áreas dedicadas a lavouras temporárias cresceram 14% (55.761.998 ha), as de 
pastagens plantadas subiram 10% (112.174.148 ha), as matas naturais dentro de estabelecimentos 
agrícolas aumentaram 12% (106.574.867 ha) e as matas plantadas ocupam uma área 83% maior que 
em 2006 (8.658.850 ha). 
 
O aumento da área com mata natural decorre da aprovação, em 2012, do Código Florestal. Todo 
estabelecimento agropecuário, dentro do Código Florestal, tem que manter um percentual de matas naturais, de 
acordo com a região. É natural que você aumente o estabelecimento, aumente a área total e aumente a área de 
mata, porque esta área de mata não estava sendo contada como pertencente a estabelecimento agropecuário. 
Os produtores que são proprietários das terras subiram de 76% em 2006 para 81% em 2017. As terras 
arrendadas são a segunda maior proporção, com um total de 6,3% das propriedades, embora a participação em 
hectares dessa modalidade tenha subido de 4,5% para 8,6% do total em área. 
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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 
1. (CESPE - ABIN - 2008) 
O Brasil é um importante produtor agrícola que tem ampliado suas exportações, principalmente as do 
agronegócio. Ganhos em produtividade são reconhecidos em todos os fatores da produção: terra, trabalho e 
capital. 
Tendo em vista o panorama da agricultura brasileira na atualidade, sua evolução e características principais, julgue 
o item que se segue. 
A expansão agrícola, ao inaugurar novos polos de crescimento econômico e ao disseminar os programas de 
assentamento rural, ajudou a atenuar o problema da concentração da propriedade de terras no país. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Estamos aqui falando de Brasil e, como todos sabemos, os novos polos de crescimento econômico, bem como os 
programas de assentamento rural, não ajudaram a atenuar o problema fundiário no país. A estrutura fundiária 
brasileira ainda é caracterizada pela grande concentração da terra, o que tem resultado em recorrentes conflitos 
agrários entre diversos grupos (grileiros, fazendeiros, posseiros, madeireiros, movimentos sociais). 
Resposta: Errado 
 
2. (CESPE - ABIN - 2008) 
Com relação ao processo de modernização agrícola brasileira e suas implicações, julgue o item subsequente. 
Os conflitos pela posse de terra no Brasil ocorrem tanto nas áreas tradicionais de produção agropecuária como nas 
novas áreas de expansão agrícola, a exemplo da região Centro-Oeste. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Os problemas fundiários que desaguam em conflitos sangrentos ainda são uma realidade do nosso país. Além das 
áreas tradicionais, onde esses conflitos tendem a diminuir, eles também ocorrem nas fronteiras agrárias, onde, 
por conta da fragilidade da documentação e da situação real de posse de cada terreno, há recorrente conflito entre 
grileiros e posseiros que se apresentam não raras vezes, concomitantemente, como os donos de uma mesma terra. 
Resposta: Certo 
 
3. (TJ/SC - TJ/SC - 2011) 
Em relação as principais características e tendências recentes do setor agrário brasileiro, leia as proposições abaixo 
e responda. 
I. O Brasil se destaca no cenário mundial como exportador de “commodities”, produtos agrícolas como soja, 
o café, o algodão, a laranja e produtos da pecuária portanto, a modernização do setor agrário brasileiro está 
orientado pelo binômio industrialização – exportação, o agronegócio. 
II.O grande problema da estrutura fundiária do Brasil é a extrema concentração das propriedades, cujas 
origens remontam ao nosso modelo de colonização aqui aplicado. 
III. A utilização da biotecnologia, a mudança na estrutura genética dos vegetais, tornando-os mais resistentes 
às pragas, adaptando-os a diferentes tipos de solos e climas aumenta a produção mundial de alimentos e 
com isto em poucos anos a fome será erradicada do nosso planeta. 
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Assinale a alternativa corretas: 
a) Somente a alternativa I está correta 
b) Somente a alternativa II está correta 
c) Somente as alternativas I e II estão corretas 
d) Somente as alternativas II e III estão corretas 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
RESOLUÇÃO: 
I. O Brasil se destaca no cenário mundial como exportador do “commodities”, produtos agrícolas como soja, o 
café, o algodão, a laranja e produtos da pecuária portanto, a modernização do setor agrário brasileiro está 
orientado pelo binômio industrialização – exportação, o agronegócio. 
O item resumiu bem a situação de grande exportador assumido pelo agronegócio brasileiro. ITEM CORRETO. 
II. O grande problema da estrutura fundiária do Brasil é a extrema concentração das propriedades, cujas origens 
remontam ao nosso modelo de colonização aqui aplicado. 
Durante a colonização brasileira, por exemplo, as províncias, que hoje corresponderiam aos estados, eram de 
propriedade privada, o que demonstra o grau de concentração histórico de nossas terras. ITEM CORRETO. 
III. A utilização da biotecnologia, a mudança na estrutura genética dos vegetais, tornando-os mais resistentes às 
pragas, adaptando-os a diferentes tipos de solos e climas aumenta a produção mundial de alimentos e com isto 
em poucos anos a fome será erradicada do nosso planeta. 
Infelizmente, a questão da fome não será resolvida apenas por conta do desenvolvimento tecnológico, o que já 
poderia ser feita, já que é um problema que envolve também questões econômicas, políticas e sociais. ITEM 
INCORRETO. 
Resposta: C 
 
4. (ACEP - BNB - 2006) 
Assinale a alternativa que NÃO é característica do processo de modernização da agricultura brasileira. 
a) O aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas, o que promoveu importante aumento da 
produtividade do setor. 
b) O forte aumento na produção, no início de bens exportáveis, e depois também de produtos para o mercado 
doméstico. 
c) O crescimento da agroindústria. 
d) O aumento da concentração fundiária e o crescimento da utilização da mão-de-obra temporária. 
e) Menor interligação entre o setor agrícola propriamente dito com seus fornecedores, chamados setores " a 
montante" e com seus compradores, setores ditos "a jusante". 
RESOLUÇÃO: 
Dentre outras características, o processo de modernização da agricultura brasileira caracterizou-se pelo (a): 
- Aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas, o que promoveu importante aumento da 
produtividade do setor. 
- O forte aumento na produção, no início de bens exportáveis, e depois também de produtos para o mercado 
doméstico. 
- O crescimento da agroindústria. 
- O aumento da concentração fundiária e o crescimento da utilização da mão-de-obra temporária. 
- Maior interligação entre o setor agrícola propriamente dito com seus fornecedores. 
Ou seja, diante das informações acima descritas, percebe-se que a única alternativa incorreta é a da letra E. 
Resposta: E 
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5. (FCC - SEDU/ES - 2016) 
Considere o texto abaixo. 
A ..I.., como muitos chamaram a evolução da agricultura no terço final do século vinte, proporcionou aumentos 
significativos de produtividade que garantiram, junto com a expansão das fronteiras agrícolas, o abastecimento 
de alimento para uma população mundial em explosivo crescimento neste período. Apesar disso, as técnicas 
convencionais e a expansão da área de terras agricultáveis chegando ao seu limite, estamos correndo o risco de 
comprometer seriamente alguns recursos naturais, como flora, fauna e mananciais de água. Portanto, é 
imperativo que se busque alternativas para uma maior oferta de alimentos. É onde entra a ..II.. 
(Disponível em: www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/a-polemica-dos-transgenicos-no-brasil-5323/) 
O conteúdo do texto destaca duas grandes transformações I e II que afetaram a produção agrícola em escala 
mundial, desde a década de 1940 até dos dias atuais. Preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto 
em: 
a) Revolução Verde − biotecnologia 
b) Reforma Agrária − indústria. 
c) Modernização do Campo − agricultura orgânica. 
d) Globalização Produtiva − abertura econômica. 
e) Segunda Revolução Industrial − reforma agrária. 
RESOLUÇÃO: 
As duas grandes transformações citadas no texto são, respectivamente, a Revolução Verde e a biotecnologia. 
Resposta: A 
 
6. (MPE/GO - MPE/GO - 2017) 
Analise as proposições que seguem, pertinentes ao cenário atual da agropecuária brasileira: 
I. Na propriedade em que são desenvolvidas atividades com o emprego de técnicas rudimentares, com baixos 
índices de produtividade e sem dispor de capitais de investimento, diz-se que há agropecuária extensiva. 
II. Nos chamados "Cinturões Verdes" praticamente inexiste a utilização de mão de obra familiar. 
III. Com a modernização das técnicas, o domínio das grandes propriedades e a intensificação do êxodo rural, as 
unidades familiares deixaram de ser elementos fundamentais no espaço geoeconômico rural. 
Está correto o que se afirma em: 
a) Todas as assertivas estão corretas. 
b) Apenas a assertiva I está correta. 
c) Apenas a assertiva III está correta. 
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
e) Todas as assertivas estão incorretas. 
RESOLUÇÃO: 
I. Considera-se agropecuária extensiva aquela praticada a partir de técnicas mais tradicionais e com pouca 
tecnologia agregada. ITEM CORRETO. 
II. Cinturão verde é uma área verde que pode ser composta por parques, chácaras, ou pomares, por exemplo, 
que se localizam ao redor de uma cidade (na área periférica). Ou seja, por não serem, necessariamente, áreas 
de influência do agronegócio, são cultivadas por meio de mão-de-obra familiar. ITEM INCORRETO. 
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III. As unidades familiares ainda são extremamente importantes para a economia nacional e para o 
abastecimento de produtos importantes que estão presentes na mesa do brasileiro, como o arroz e o feijão. 
ITEM INCORRETO. 
Resposta: B 
 
7. (CESGRANRIO - IBGE - 2016) 
As atividades agrícolas estão em constante processo de inovação para obter maior produtividade. Nesse contexto, 
durante a década de 1950, ocorreu de forma mais intensa o processo de modernização da agricultura que envolveu 
um grande aparato tecnológico provido de variedades de plantas modificadas geneticamente em laboratório, 
espécies agrícolas que foram desenvolvidas para alcançar alta produtividade, uma série de procedimentos técnicos 
com uso de defensivos agrícolas e de maquinários. 
Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias- -ensino/a-modernizacao-agricultura.htm>. 
Acesso em: 31 maio 2016. 
Nesse contexto histórico, o processo de modernização mencionado caracteriza, especificamente, 
a) as Reformas de Base 
b) a Revolução Verde 
c) o Milagre Econômico 
d) a Nova República 
e) o Estado Novo 
RESOLUÇÃO: 
Duas inovações tecnológicas contribuíram fortemente para um aumento exponencial da eficiência na agricultura, 
a biotecnologia e Revolução Verde, sendo que esta permitiu o alcance de uma maior produtividade por meio do 
desenvolvimentode pesquisas em sementes, fertilização do solo, utilização de agrotóxicos e mecanização no 
campo que aumentassem. 
Resposta: B 
 
8. (NUCEPE - SEDUC/PI - 2015) 
Sobre o espaço brasileiro leia as afirmativas e marque a alternativa CORRETA. 
I. A modernização da agricultura e a ocupação estimulada pelo desenvolvimento da fronteira agrícola 
fortalecem a estrutura fundiária brasileira, os latifúndios e a empresa rural. 
II. A indústria brasileira encontra-se concentrada principalmente no Sudeste, marcada pela variedade e 
volume de produção, diversificada em indústria automobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não 
metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica e mecânica. 
III. A questão energética brasileira é uma das preocupações primordiais, quando se trata da relação 
crescimento e desenvolvimento socioeconômico, os principais investimentos, neste setor, têm priorizado 
outras fontes de energia limpa, como as termoelétricas, considerando a crise da água no Brasil. 
a) Somente I é correta. 
b) Somente III é correta. 
c) Apenas I e II estão corretas. 
d) Apenas II é correta. 
e) Nenhuma é correta. 
 
 
 
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RESOLUÇÃO: 
I. A modernização da agricultura e a ocupação estimulada pelo desenvolvimento da fronteira agrícola fortalecem 
a estrutura fundiária brasileira, os latifúndios e a empresa rural. 
Tanto a modernização da agricultura quanto a ocupação estimulada pelo desenvolvimento da fronteira agrícola 
contribuem para o fortalecimento da estrutura fundiária brasileira, os latifúndios e a empresa rural, já que ambos 
estão relacionados, principalmente, aos grandes atores do setor. ITEM CORRETO. 
II. A indústria brasileira encontra-se concentrada principalmente no Sudeste, marcada pela variedade e volume de 
produção, diversificada em indústria automobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não metálicos, 
têxtil, de vestuário, metalúrgica e mecânica. 
Apesar do movimento dos últimos anos de desconcentração espacial da indústria, esta ainda se concentra 
bastante na região Sudeste. ITEM CORRETO. 
III. A questão energética brasileira é uma das preocupações primordiais, quando se trata da relação crescimento e 
desenvolvimento socioeconômico, os principais investimentos, neste setor, têm priorizado outras fontes de 
energia limpa, como as termoelétricas, considerando a crise da água no Brasil. 
As termoelétricas não são consideradas exemplo de fonte de energia limpa, tendo em vista que consomem 
combustíveis fósseis para queimar e gerar energia, o que ocasiona uma grande liberação de poluentes na 
atmosfera. ITEM INCORRETO. 
Resposta: C 
 
9. (CESPE - SEDU/ES - 2010) 
A respeito das recentes transformações do espaço agroindustrial brasileiro, julgue o item que se segue. 
Com as mudanças nas relações de trabalho e com as especializações de funções nas agroindústrias, muitas pessoas 
se mudaram para as áreas rurais em busca de bons empregos. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
O que tem se observado, durante décadas, é a crescente diminuição da população rural. Este movimento, de 
diminuição da população rural, deve persistir, tendo em vista a contínua adoção de tecnologias no campo que 
aumentam a produtividade – e dispensam o uso de muita mão-de-obra. 
Resposta: Errado 
 
10. (CESPE - SEPLAG/DF - 2008) 
Hoje, tanto os cinturões quanto as frentes pioneiras revelam que o território brasileiro tem incorporado muitas das 
características da chamada revolução agrícola, especialmente nas culturas de exportação, aquelas que consolidam 
a divisão territorial do trabalho mundial. Assim, esses produtos acabam por invadir, com velocidade cada vez 
maior, áreas antes destinadas às produções domésticas. 
No Brasil, verifica-se a inter-relação entre o processo de urbanização e a modernização no campo. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
O consumo urbano de alimentos e as demandas industriais de matérias primas, principalmente, demonstram a 
relação existente entre a produção agropecuária e o espaço urbano. 
Se antes a economia rural era voltada para as suas próprias necessidades (autossuficiente), hoje se percebe que 
ela se organiza e se especializa para atender às demandas da cidade. 
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Sob outra perspectiva, percebemos também a economia urbana depende da rural, ao fornecer maquinário, 
insumos e alimentos industrializados para esta. 
Resposta: Certo 
 
11. (CESPE - SEPLAG/DF - 2008) 
Hoje, tanto os cinturões quanto as frentes pioneiras revelam que o território brasileiro tem incorporado muitas das 
características da chamada revolução agrícola, especialmente nas culturas de exportação, aquelas que consolidam 
a divisão territorial do trabalho mundial. Assim, esses produtos acabam por invadir, com velocidade cada vez 
maior, áreas antes destinadas às produções domésticas. 
No processo de modernização no campo, o pequeno agricultor vê-se excluído da dinâmica das atividades agrícolas 
em função do baixo volume de produção por este alcançado. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
O pequeno produtor ainda é um ator bastante relevante na economia rural, respondendo inclusive pela produção 
de importantes produtos de consumo diário da população brasileira, como o arroz e o feijão. 
Resposta: Errado 
 
12. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2006) 
No quarto final do século XX, a estrutura social do mundo contemporâneo sofreu alterações profundas. Em 1991, 
desmoronaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o sistema socialista construído em torno delas. As 
nações que continuaram adotando o comunismo como objetivo promoveram grandes mudanças: a China, por 
exemplo, a partir de 1978, desmantelou o sistema de comunas, no qual se organizava a maior parte de sua imensa 
população. Do lado capitalista, a produção e a distribuição de bens se reorganizaram: os países centrais do sistema 
deslocaram, para além de seus territórios, especialmente para a Ásia, um gigantesco aparato produtivo e, graças 
ao avanço das comunicações, uma grande quantidade de serviços. 
Enquanto isso, no Brasil, o desenvolvimento industrial foi mínimo nas últimas décadas, salvo uma ou outra 
indústria, nenhuma delas muito sofisticada tecnologicamente. O único setor que se destacou foi o do agronegócio. 
Mudanças que já se desenvolviam em períodos anteriores consolidaram a extensão do capitalismo ao campo, o 
assalariamento rural, a incorporação de uma forma subordinada da pequena propriedade familiar a cadeias 
produtivas comandadas por grandes empresas. Foi como se o país tivesse cumprido um outro ciclo de produção 
de matérias-primas, depois dos ciclos do ouro, do açúcar e do café, em mais uma etapa de sua inserção 
subordinada no sistema capitalista mundial, do qual é morador periférico desde os tempos coloniais. 
Retrato do Brasil. São Paulo: Editora Manifesto, n.º 4, nov./dez./2005, p. 133 (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes. 
A modernização das atividades agrícolas no Brasil resultou em aumento na concentração de propriedade da terra 
e na migração rural-urbana. 
( ) Certo ( ) Errado 
RESOLUÇÃO: 
Se você lembrar que a modernização das atividades agrícolas, principalmente quando substituiu o homem pela 
máquina, levou ao êxodo rural (migração rural-urbana), logo você conclui que houve uma concentração de terras 
nas mãos de “poucos” produtores. 
Resposta: Certo 
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13. (CESPE - SEPLAG/DF - 2008) 
Hoje, tanto os cinturões quanto as frentes pioneiras revelam que o território brasileiro tem incorporado muitas das 
características da chamada revolução

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