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Contratação de refugiados, como funciona / Carteira de Trabalho para Estrangeiro/e Refugiado – Como requerer

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Contratação de refugiados, como funciona 
 
 Carteira de Trabalho para Estrangeiro/e Refugiado – Como requerer
 Como consequência de graves conflitos militares, milhares de pessoas têm fugido de seus países em busca de um lugar seguro para viverem. Somente em 2015, foram mais de 65 milhões de refugiados e deslocados por todo o mundo, segundo a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), esta é a primeira vez que a quantidade de deslocados supera 60 milhões de pessoas.
Além de todas as barreiras culturais a serem enfrentadas, essas pessoas precisam lidar com a xenofobia, o preconceito religioso e racial, além de, muitas vezes, as portas fechadas no mercado de trabalho.
Para muitas empresas, é obscuro o tema contratação de profissionais refugiados. Conversamos com Marcelo Haydu, Diretor Executivo da Adus – Instituto de Reintegração do Refugiado, que esclareceu alguns pontos e contou como funciona a contratação desses profissionais aqui no Brasil.
Quem se enquadra em situação de refugiado?
Toda pessoa vinda de outro país devido à perseguição por raça, nacionalidade ou posição política. Para ser considerado refugiado, sua solicitação precisa ter sido julgada e aceita pela Polícia Federal, ou seja, deve portar o RNE (Registro Nacional de Estrangeiros) permanente, equivalente ao RG dos brasileiros.
Ao chegar no país, o estrangeiro ainda não é refugiado, e sim solicitante de refúgio. Ao solicitar refúgio, ele recebe um protocolo temporário, com validade de 12 meses, que tem o mesmo peso jurídico do RNE e pode ser renovado caso sua requisição não seja julgada e aceita dentro dos 12 meses.
Além desses dois, existem também as pessoas em situação análoga ao refúgio, que são as pessoas que migraram de forma forçada de seus países. Para essas pessoas, o RNE é emitidos sem a necessidade de requisição.
Como devem estar os documentos do profissional refugiado para que ele seja contratado?
Possuindo o RNE ou o protocolo de solicitação de refúgio, o estrangeiro já pode dar entrada em seus documento. Os documentos assegurados por lei aos refugiados são o Registro Nacional de Estrangeiros (RNE), CIE (Cédula de Identidade do Estrangeiro) o Cadastro de Pessoa Física (CPF), a Carteira de Trabalho (CTPS) e um documento de viagem. Todos estes documentos têm a mesma validade que os documentos dos cidadãos brasileiros e demais estrangeiros em situação regular e devem ser, obrigatoriamente, aceitos por todas as instituições públicas e privadas do país. 
Como funciona a formalização do vínculo empregatício e como ficam os direitos trabalhistas desses profissionais?
A contratação segue as mesmas diretrizes da contratação de brasileiros. É assegurado ao refugiado todos direitos que o trabalhador brasileiro possui, como horas extras, 13º salário, férias, jornada de trabalho, períodos de descanso, direitos da convenção coletiva, FGTS, INSS e outros.
Onde as empresas podem encontrar esses profissionais?
Existem organizações facilitadoras de contratação. A Adus, por exemplo, tem cerca de 2 mil pessoas refugiadas cadastradas em busca de emprego.
O que a empresa/recrutador precisa saber para entrevistar um candidato refugiado?
Além do fato de que nem todos dominam o português, muitos dos refugiados não conhecem as leis trabalhistas do Brasil, por isso, é importante saber e entender que eles poderão fazer muitos questionamentos durante a entrevista de emprego.
Outro ponto de atenção deve ser a cultura dessas pessoas, é  mais que necessário entender e respeitar a cultura delas. As vestimentas e comportamento, por exemplo, podem ser completamente diferentes dos nossos, como uso do hijab pelas mulheres islâmicas, que mostra apenas o rosto e a mão, e a barreira de contato físico que os muçulmanos mais tradicionais mantêm com pessoas de sexo oposto.
Como saber se esse profissional não está mentindo sobre seu currículo?
Para informações acadêmicas, é possível pedir o diploma/certificado dos cursos que foram apresentados no currículo, embora não sejam válidos no país, eles provam que o profissional teve a capacitação que diz ter. Além disso, é possível aplicar testes práticos dependendo de qual a atuação do profissional. É preciso, apenas, se atentar a quais profissões, aqui, exigem certificações ou registros para atuação, já que certificações de outras nacionalidades podem não ser válidas aqui no Brasil.
Mas afinal quais as vantagens de contratar um refugiado?
É preciso ter em mente que este é um profissional como qualquer outro, a empresa não está lhe fazendo um favor, ela está contratando um profissional. Eles têm qualificações como quaisquer outros, eram produtivos em seus países e têm potencial para contribuir no crescimento do nosso país. Muitos deles falam dois ou mais idiomas, o que é um diferencial, já que nosso país é carente de profissionais que dominam outras línguas. Além disso, há toda a troca cultural entre os colaboradores, o que torna o ambiente mais rico, e o vínculo da empresa a uma causa social relevante para o mundo, mostrando como ela apoia a diversidade.
 
 Carteira de Trabalho para Estrangeiro/e Refugiado – Como requerer
 Os estrangeiros situados em território brasileiro também poderão tirar a sua carteira de trabalho e usufruir de todas as garantias e direitos trabalhistas que ela proporciona. É o primeiro passo para conquistarem o primeiro emprego em solo brasileiro.
Não há diferenciação quanto ao tipo de carteira de trabalho, sendo a mesma tanto para brasileiros natos e naturalizados, quanto para os estrangeiros.
Onde tirar?
O estrangeiro deverá se dirigir a sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Gerências e Agências Regionais do Trabalho e Emprego mais próximas e solicitar a emissão da carteira.
Agendamento
O interessado deverá entrar em contato com o local onde irá solicitar a carteira de trabalho e informar-se da necessidade de agendamento prévio do atendimento.
Visite o site do Ministério do Trabalho (clique aqui) para saber os canais de contatos dos locais competentes para emitir a carteira de trabalho para estrangeiros mais perto de você.
Documentos necessários para tirar a 1ª via da Carteira de Trabalho para estrangeiros:
A documentação exigida do estrangeiro que pretende tirar a carteira de trabalho varia de acordo com a sua situação no país.
a) Estrangeiro permanente, asilado político e com base no estatuto do refugiado
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
CIE – Cédula de Identidade de Estrangeiro;
Cópia da publicação no Diário Oficial da União contendo prazo de vigência da situação e informações da qualificação civil.
 Atenção: Na falta do CIE ou da cópia da publicação no DOU, será aceito:
Protocolo de solicitação do CIE emitido pela Polícia Federal;
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Para mais informações, ver artigo 2º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
b) Estrangeiro com visto temporário, na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do governo brasileiro (art. 13, V da Lei 6815/80)
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
CIE – Cédula de Identidade de Estrangeiro original, ou,
Protocolo de solicitação do CIE emitido pela Polícia Federal, constando a condição de estrangeiro no país, ou;
Cópia de autorização de trabalho publicada no DOU, desde que contenha dados da qualificação civil.
 Atenção: Na falta do CIE ou do protocolo expedido pela Polícia Federal, será aceito:
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Para mais informações, ver artigo 3º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
c) Estrangeiro com pedido de permanência na modalidade Reunião Familiar, prole, casamento ou união estável (na forma da Portaria MJ 1351/14)
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Protocolo da Polícia Federal informando
o motivo do pedido de permanência;
Certidão ou Declaração da Polícia Federal informando os dados da qualificação civil e motivo da permanência (caso não conste no protocolo);
Passaporte ou outro documento original do interessado capaz de complementar as informações de qualificação faltantes.
Para mais informações, ver artigo 4º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
d) Estrangeiro natural de país limítrofe
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE);
Certidão ou Declaração da Polícia Federal informando os dados da qualificação civil e motivo da permanência (caso não conste no protocolo);
Passaporte ou outro documento original do interessado capaz de complementar as informações de qualificação faltantes.
Atenção: Na falta do CIE, será aceito:
Protocolo de solicitação do CIE emitido pela Polícia Federal;
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Para mais informações, ver artigo 5º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
e) Estrangeiro com base no Acordo Mercosul
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE);
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Passaporte ou outro documento original do interessado capaz de complementar as informações de qualificação faltantes.
Para mais informações, ver artigo 6º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
f) Estrangeiros dependentes de pessoal diplomático e consular de países que mantém convênio de reciprocidade para o exercício de atividade remunerada no Brasil
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE);
Pedido de autorização de trabalho para dependentes fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores e visado pelo Ministério do Trabalho;
Passaporte ou outro documento original que conste a data de ingresso no país.
Para mais informações, ver artigo 7º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
g) Estrangeiro com base no Tratado de Amizade, cooperação e consulta entre Brasil e Portugal, que tiver o reconhecimento da igualdade de direitos e obrigações civis no Brasil (de acordo com o Decreto 3927/2001)
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Publicação no DOU de reconhecimento de igualdade em nome do interessado;
Qualquer documento oficial que tenha todos os dados da qualificação civil do interessado, expedido por órgão português ou brasileiro;
Para mais informações, ver artigo 8º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
h) Estrangeiro deficiente físico de qualquer idade e estrangeiro permanente com mais de 51 anos
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
CIE – Carteira de Identidade de Estrangeiro;
Atenção: Na falta do CIE, será aceito:
Protocolo de solicitação do CIE emitido pela Polícia Federal;
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Para mais informações, ver artigo 9º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
i) Estrangeiro com base no acordo Brasil e Nova Zelândia (Decreto 7252/2010)
Serão necessários os documentos:
Comprovante de residência com CEP;
CPF;
Protocolo expedido pela Polícia Federal;
Consulta impressa emitida pelo sistema SINCRE, constando os dados do estrangeiro interessado;
Passaporte com anotação do visto temporário de férias e trabalho.
Para mais informações, ver artigo 10º da Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
Quanto custa?
É gratuito.
Em quanto tempo fica pronta a carteira de trabalho?
A CTPS será entregue ao interessado, pessoalmente, em até 15 dias úteis contados a partir da data do protocolo de atendimento.
Qual a validade da CTPS para estrangeiro?
O prazo de validade varia de acordo com as condições do estrangeiro. Veja as validades na Portaria SPPE n° 04 de 26/01/15.
2ª via da Carteira de Trabalho para estrangeiros
A segunda via da CTPS para estrangeiro poderá ser solicitada nos mesmos locais onde é emitida a primeira via, isto é, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Gerências e Agências Regionais do Trabalho e Emprego.
Os documentos necessários também são os mesmo da solicitação da 1ª via, sendo os documentos abaixo complementares:
Documento que comprove o número da CTPS anterior.
Carteira de Trabalho antiga ou danificada – Em caso de atualização do nome, da fotografia ou por dano ao documento;
Boletim de Ocorrência – Em caso de perda, extravio, furto ou roubo da CTPS;
Fontes:
Ministério do Trabalho e Emprego
Polícia Federal
Ministério das Relações Exteriores
Portaria SPPE nº 04 de 26/01/2015
Site carreira e sucesso

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