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LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 1 LEGISLAÇÃO ESPECIAL LEI Nº 12.037/2009 E SUAS ALTERAÇÕES A Lei 12.037/2009 dispõe sobre a identificação cri- minal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal. Ao analisarmos o texto constitucional, consegui- mos extrair, de acordo com os regulamentos, princí- pios e base da Constituição federal, que o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi- nal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Portanto, diante da disposição constitucional, criou-se a Lei 12.037/2009, para regulamentar as hipóteses. É importante ressaltar que artigo 1º da Lei 12.037/2009 o civilmente identificado não será submetido a identifica- ção criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL X INDICIAMENTO Torna-se de suma importância a diferenciação de identificação criminal com o indiciamento, para faci- litar a compreensão, apresentarei os dois conceitos, e montaremos um mapa metal. Vamos iniciar com a identificação criminal, que exibe como conceito o entendimento de Guilherme Souza Nucci - Código Penal, apresentando o significa- do de determinar a identidade de algo ou alguém. No âmbito jurídico, quer dizer apontar a individualidade e exclusividade de uma pessoa humana, não havendo espaço para a duplicidade. A identificação pode ser feita para fins civis e criminais. Já o indiciamento, constitui um procedimento mais amplo, privativo da área criminal. Trata-se do instru- mento oficial, ao dispor do Estado - investigação, para apontar o autor de determinada infração penal. Um exemplo de indiciamento é o realizado pelo delegado de polícia, previsto na Lei 12.830/2013, em especial no artigo 2º, §6º. z Identificação Criminal: É apontar a individuali- dade e exclusividade de uma pessoa humana, não havendo espaço para a duplicidade. A identifica- ção pode ser feita para fins civis e criminais. z Indiciamento: É um instrumento oficial, ao dispor do Estado - investigação, para apontar o autor de determinada infração penal QUALIFICAÇÃO Qualificação é um tópico bem pequeno, mas essen- cial, pois trata da colheita dos dados pessoais do indiciado ou do réu, envolvendo dados da sua vida privada e profissional. Nota-se que esse tópico não se encontra previsto na Lei, apresentando elementos doutrinários e juris- prudenciais essenciais para sua prova. DIREITO DE DEFESA, SILÊNCIO E PROTEÇÃO CONTRA A AUTOINCRIMINAÇÃO Tópico muito importante, que abarca a garantia à não autoincriminação, sendo como um meio de defe- sa do indivíduo em face do Estado. Portanto, o suspeito indiciado ou acusado tem direi- to ao silêncio, podendo calar-se, quando lhe for dirigida qualquer imputação criminal, sem que se possa extrair qualquer consequência negativa dessa opção. Esse direito é protegido pelas garantias constitucionais, podendo inclusive ser visto na Constituição Federal no artigo 5, inciso LXIII: Art. 5º LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Importante! Conforme artigo 198 do Código de Processo Penal. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. FALSA IDENTIDADE Esse ponto é proposto nos casos em que o indiciado ou acusado apresenta a identidade de uma outra pessoa, visando ocultar seu verdadeiro nome e seus documentos. O crime previsto no art. 307 do Código Penal destina-se, justamente, a punir quem assume identidade diversa da sua, procurando obter vantagem e causar dano a outrem. Art. 307. atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito pró- prio ou alheio, ou para causar dano a outrem, res- ponde pelo crime de falsa identidade, podendo ser punido com a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. MEIO PARA A COMPROVAÇÃO DA IDENTIDADE CIVIL Visando evitar a falsa identidade, obteve-se méto- dos para comprovação da identidade civil. Além disso, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares. A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: z Carteira de identidade; z Carteira de trabalho; z Carteira profissional; z Passaporte; z Carteira de identificação funcional; z Outro documento público que permita a identifica- ção do indiciado; z Documentos de identificação militares. Apresentaremos alguns modelos, visando ajudar o conhecimento sobre o tema: 2 z Carteiro de Trabalho: z Carteira de identidade: z Carteira profissional: z Passaporte: z Carteira de identificação funcional: z Documentos de identificação militares: HIPÓTESES DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL MESMO DEPOIS DE APRESENTADO O DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO Neste tópico, entende-se que mesmo havendo o documento de identificação apresentado, essa poderá se realizar de outra forma. O grande intuito é iden- tificar documentos que foram adulterados, alterando informações essenciais: Conforme artigo 3 da Lei 12.037/2009: Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I - o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II - o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III - o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV - a identificação criminal for essencial às inves- tigações policiais, segundo despacho da autorida- de judiciária competente, que decidirá de ofício ou LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 3 mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V - constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI - o estado de conservação ou a distância tem- poral ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA A preservação da dignidade da pessoa humana foi respeitada pela 12.037/2009, trazendo as regras apre- sentada no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal. Portanto, quando houver necessidade de identi- ficação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constran- gimento do identificado, com intuito da proteção do princípio da dignidade da pessoa humana. Inclusive, se a autoridade encarregada se mostrar inerte para proteção do referido princípio, poderá ser responsa- bilizada como foco central à proteção dos princípios basilares do direito brasileiro. PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO Conforme artigo 5 da Lei 12.037/2009: Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. Portanto, o processo datiloscópico, tem como fun- ção a colheita de digitais. Conforme artigo 5º, parágrafo único. Apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identifi- cação criminal quando for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante represen- tação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. Você verá de maneira recorrente nas provas, pois as bancas gostam de utilizar essa informação, reco- mendamos que entendam e gravem o assunto. BANCO DE DADOS DE PERFIS GENÉTICOS Com base no artigo 5-A da Lei 12.037/2019, os bancos dados estão relacionados à coletado perfil genético em que deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. Importante! As informações genéticas contidas nos ban- cos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. Vale ressaltar que os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respon- dendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos ou em decisão judicial. É importante lembrar que se for absolvido na esfera penal, não ocorrerá a aplicação de sanções nas esferas administrativas e civis. Já as informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos, deverão ser consignadas em laudo peri- cial firmado por perito oficial devidamente habilitado. SIGILO DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL O artigo 6º da Lei 12.037/2009, apresenta em sua redação o sigilo da identificação criminal, dispondo: Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Protegendo, assim, a coisa julgada, e vedando a men- ção de informações não destinadas ao juízo criminal. Novamente, é importante apontar que o descum- primento de tal regra poderá gerar a responsabilida- de civil, penal e administrativa. DESENTRANHAMENTO DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL No tocante ao artigo 7º da Lei 12.037/2009, dispõe o desentranhamento da identificação criminal, apre- sentando a seguinte redação: Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indi- ciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil. Cuidado, pois essa hipótese é facultativa e não uma obrigação, mas se acaso apresentar o pedido, deverá demonstrar provas de sua identificação civil. Já vimos as provas da identificação civil e são elas: carteira de identidade, carteira de trabalho, cartei- ra profissional, passaporte, carteira de identificação funcional ou outro documento público que permita a identificação do indiciado. EXCLUSÃO DOS PERFIS GENÉTICOS DOS BANCOS DE DADOS Esse tópico foi trazido em 2019, pela Lei 13.964/2019, podendo ser localizada através do artigo 7-A da Lei 12.037/2009: Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos ban- cos de dados ocorrerá: I - no caso de absolvição do acusado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos do 4 cumprimento da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) É importante ter cuidado com o prazo de 20 anos, porque as bancas podem alterar o prazo, com a inten- ção de induzir você ao erro. IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO Com base no artigo 7-B da Lei 12.037/2009, pode- mos extrair alguns detalhes da identificação do perfil genético, apresentando que: Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. Lembre-se do Poder Executivo, pois as bancas podem colocar Poder Legislativo ou Judiciário. Os bancos de danos não serão públicos, pois preju- dicaria a privacidade e a dignidade da pessoa. BANCO NACIONAL MULTIBIOMÉTRICO E DE IMPRESSÕES DIGITAIS A inclusão de 2019 da Lei 12.037, trouxe uma ino- vação e criação, no que tange, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Banco Nacional Multibiomé- trico e de Impressões Digitais. Ademais, o artigo 7-C, parágrafo 1º, apresentou: Art.7-C. §1ºA formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. Qual o objetivo do Banco Nacional Multibiométri- co e de Impressões Digitais? Possui a finalidade de guardar alguns dados por meio de um sistema de armazenamento, tais como impressão digital, imagem, entre outros, com o intuito de ajudar nas investigações de crimes. Tendo essa base introdutória, podemos apresentar que o Banco Nacional Multibiométrico e de Impres- sões Digitais possuirá o armazenamento dos registros biométricos, visando a celeridade na localização do indivíduo. Ademais, com o intuito na celeridade da colheita de dados, poderá ser realizada a colheita de digital de presos definitivos ou em estado provisório. Importante! Segundo Art.7-C, §5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digi- tais, ou com ele interoperar, os dados de regis- tros constantes em quaisquer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legis- lativo e Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil. No que tange os bancos de dados de identificação, poderá ser utilizado o compartilhamento de infor- mações, como por exemplo, a biometria eleitoral poderá ser fornecida os dados aos bancos para reali- zar o armazenamento das informações. E a integração, como se dará? Seguirá as regras do artigo 7-C, §7º, dispondo que: Art.7-C.§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométricos constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Mul- tibiométrico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com a unidade gestora. Os dados terão caráter sigiloso? Sim. Conforme artigo 7-C, §8º: Art.7-C.§ 8º Os dados constantes do Banco Nacio- nal Multibiométrico e de Impressões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nes- ta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente. É importante lembrar que as informações obtidas a partir da coincidência de registros biométricos rela- cionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial habilitado. Com base no artigo 7-C. §10º da Lei 12.037/2009. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres- sões Digitais. E, por fim, o acesso ao Banco Nacional Multibio- métrico e de Impressões Digitais poderá ser requerido ao juízo competente. Essa requisição será feita pelo Ministério Público Federal ou Estadual e/ou pela Auto- ridade responsável pela segurança pública. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (CESPE / CEBRASPE – 2020) Considerando essa situação hipotética e as disposições da Lei n.º 12.037/2009 acerca da identificação criminal de indivíduo civilmente identificado, julgue o item que se segue. A identificação criminal de José pode incluir a cole- ta de material biológico para a obtenção do perfil genético. ( ) CERTO ( ) ERRADO De acordo com a Lei 12.037/2009, a identificação criminal de José, incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquéri- to policial ou outra forma de investigação. Vale ressaltar, que embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando for essencial às investigações policiais, segun- do despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da auto- ridade policial, do Ministério Público ou da defesa, diante da referida hipótese a identificação criminal de José poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. Resposta: Certo. LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 5 2. (CESPE / CEBRASPE – 2020) Considerando essa situa- ção hipotética e as disposições da Lei n.º 12.037/2009 acerca daidentificação criminal de indivíduo civilmen- te identificado, julgue o item que se segue. A autoridade policial tem competência para autorizar a utilização de dados constantes de bancos de dados de perfis genéticos para realização de estudo de perfis biológicos da população com antecedentes criminais. Assinale a alternativa correta. ( ) CERTO ( ) ERRADO Segundo o artigo 7-C, em especial no §11° da Lei 12.037 de 2009, a autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz competente, no caso de inqué- rito ou ação penal instaurados, o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. Portanto, não é competente a autoridade policial para autorizar a utilização de dados, mas o juiz competente. Resposta: Errado. 3. (Instituto Acesso – 2019) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no art. 5º, inciso LVIII, que o civil- mente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Fazem-se a seguir cinco afirmações relativas à Lei 12.037/09, que dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado. I - As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, sendo vedada a determinação genética de gênero, con- soante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos; II - Os documentos de identificação militares são equi- parados aos documentos de identificação civis, no que concerne às finalidades da Lei 12.037/09; III - Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando esta for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; IV - Na hipótese de a identificação criminal ser essen- cial às investigações policiais, a identificação cri- minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético; V - O rol de documentos que atestam a identificação civil, apresentado no art. 2º do referido diploma normativo, é exemplificativo, sendo possível, portanto, atestá-la por meio de outro documento público que permita a identificação, ainda que não esteja expressamente elencado na lei; Quantas dessas afirmações estão corretas? a) Todas estão corretas. b) Todas estão erradas. c) Todas, exceto a última. d) Todas, exceto a primeira. e) Todas, exceto a segunda. De acordo com a Lei 12.037/2009, vamos analisar todas as afirmativas: ALT. I - INCORRETA - A afirmativa, encontra-se pre- vista no artigo 5-A, §1º da Lei 12.037/09, dizendo que as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos NÃO poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pes- soas, exceto determinação genética de gênero, con- soante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. ALT. II - CORRETA - Conforme artigo 2º, parágrafo único, da Lei 12.037/09, equiparam-se aos documen- tos de identificação civis os documentos de identifi- cação militares. ALT. III - CORRETA - A resposta encontra-se no arti- go 3º, inciso IV, da Lei 12.037/09, a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária compe- tente, que decidirá de ofício ou mediante represen- tação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. ALT. IV - CORRETA – Com base no artigo 5º, pará- grafo único, na hipótese de identificação criminal, poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. ALT. V - CORRETA – Conforme artigo 2º, ó rol de documentos é exemplificativo, inclusive há no inciso VI, do artigo 2º, a informação que poderá ser atesta- do por outro documento público que permita a iden- tificação do indiciado. Resposta: Letra D. 4. (Instituto Consulplan – 2019) Nos termos da Lei n. 12.037/2009, a identificação criminal incluirá o pro- cesso datiloscópico e o fotográfico, que serão junta- dos aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investiga- ção, podendo incluir a coleta de material biológico para obtenção do perfil genético se for essencial às investigações policiais, segundo despacho da auto- ridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. ( ) CERTO ( ) ERRADO Pessoal, está correto, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético, vale ressaltar que embora apre- sentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando for essencial às inves- tigações policiais, segundo despacho da autorida- de judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. Resposta: Certo. 5. (CESPE – 2018) Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base em disposições das Leis n.os 8.069/1990, 12.037/2009 e 13.445/2017 e suas alterações. Um indivíduo foi preso e a autoridade judiciária decidiu, de ofício, pela sua identificação criminal, por entender que tal medida seria essencial às investigações poli- ciais. Nessa situação, a identificação criminal é legal e incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, podendo incluir também a coleta de material genético para a obtenção do perfil genético. 6 ( ) CERTO ( ) ERRADO A questão obedece às regras do artigo 5ª parágrafo único, que embora apresentado documento de identi- ficação, poderá ocorrer identificação criminal quando a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante repre- sentação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa, nesse caso incluindo a identificação cri- minal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfi- co, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. Resposta: Certo. 6. (VUNESP – 2018) De acordo com a Lei Federal no 12.037/2009, artigo 2ª, a identificação civil é atestada, entre outros, pelo seguinte documento: a) escritura pública de posse de imóvel urbano. b) certidão negativa expedida por entidades de proteção ao crédito. c) histórico escolar acompanhado do respectivo certifi- cado de conclusão de escolaridade. d) certificado de propriedade de veículos automotores. e) carteira de identificação funcional. Questão bem tranquila e envolve o artigo 2ª, inciso V da Lei 12.037/2009, vamos analisar: Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I – carteira de identidade; II – carteira de trabalho; III – carteira profissional; IV – passaporte; V – carteira de identificação funcional; VI – outro documento público que permita a identifi- cação do indiciado. Resposta: Letra E. 7. (VUNESP – 2018) Segundo a Lei Federal no 12.037/2009, em seu artigo 3o, embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: a) o documento for emitido em Unidade da Federação diferente da que está sendo apresentada. b) a identificação civil for essencial às investigações poli- ciais, segundo despacho da autoridade judiciária compe- tente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. c) constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. d) o indiciado portar documentos de identidade forne- cendo sua qualificação. e) o documento apresentar data de emissão anterior à publicação da Lei Federal. Como dito no enunciado da questão, a resposta encontra-se no artigo 3º, em especial no inciso V, apresentandoque embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação crimi- nal quando constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações, além de outras hipóteses. Resposta: Letra C. 8. (VUNESP – 2018) A Lei Federal nº 12.037/2009, que dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado e regulamenta em seu art. 5º -A, par. 1º, a coleta do perfil genético e armazenamento em banco de dados, afirma que: a) as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos devem incluir traços somáti- cos ou comportamentais das pessoas, principalmente a determinação genética de gênero. b) as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos devem incluir traços físicos ou comportamentais das pessoas, principalmente a determinação genética de hereditariedade. c) as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar tra- ços físicos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação de doenças psicossomáticas. d) os perfis genéticos devem ser disponibilizados para pesquisa civil e criminal. e) as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero. A resposta encontra-se no artigo 5-A, em especial no §1º, que veio com a modificação de 2012, apontando que as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéti- cos. Resposta: Letra E. 9. (IESES – 2017) De acordo com a lei 12,037/2009, que dispõe sobre a identificação criminal do civilmen- te identificado, embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I. O indiciado portar documentos de identidade distin- tos, com informações conflitantes entre si. II. Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. III. A identificação criminal for essencial às investi- gações policiais, segundo despacho da autoridade policial competente. IV. O documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação. V. O estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apre- sentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. A sequência correta é: a) Apenas as assertivas II, III, IV e V estão corretas. b) Apenas a assertiva III está incorreta. c) As assertivas I, II, III, IV e V estão corretas. d) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. ALT. I. CORRETA - Base no artigo 3º, inciso III da Lei 12.037/2009, embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando o indiciado portar documentos de identida- de distintos, com informações conflitantes entre si. ALT. II. CORRETA - Podemos verificar o disposto no artigo 3º, inciso V, da Lei 12.037/2009, com base para constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 7 ALT. III. INCORRETA - Olha a pegadinha, cuidado, para não trocar autoridade policial por autorida- de judiciária, portanto, a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo des- pacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. ALT. IV. CORRETA - Embora apresentado documen- to de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação. ALT. V. CORRETA - O último item, baseia-se no inci- so VI, do artigo 3º, dizendo que embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identifi- cação criminal quando o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa iden- tificação dos caracteres essenciais. Resposta: Letra B. 10. (CESPE – 2016) De acordo com a Lei n.° 12.037/2009 e suas alterações, a identificação criminal com coleta de material biológico para a obtenção do perfil genéti- co do indiciado pode ocorrer quando: a) for essencial a investigações policiais, de acordo com despacho da autoridade judiciária competente. b) o documento apresentado for insuficiente para identificá-lo. c) o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si. d) constar de registros policiais o uso, pelo indiciado, de outros nomes ou diferentes qualificações. e) o documento apresentado pelo indiciado tiver rasura. De acordo com a Lei 12.037/2009, podemos ana- lisar o artigo 5º, parágrafo único, que remeterá a hipótese do artigo 3, inciso IV, apresentando que a identificação criminal incluirá o processo datiloscó- pico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquéri- to policial ou outra forma de investigação. Na hipótese de identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autori- dade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa, a identificação cri- minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. Resposta: Letra A. LEI Nº. 9.454/1997 E SUAS ALTERAÇÕES Para iniciarmos, a Lei 9.454/1997 dispõe sobre a cria- ção do número único de Registro de Identidade Civil. Para melhorar a sua interpretação do que é o número único de Registro de Identidade Civil, monta- mos um esquema do que a Lei 9.454/1997 estabelece: Sociedade e com os organismos governamentais e privados. Será identificado em suas relações Pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado Número Único de Registro de Identidade Civil Conforme fluxograma acima, nota-se que o núme- ro único de Registro de Identidade Civil concede a cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, o direi- to de ser identificado em suas relações com a socieda- de e com os organismos governamentais e privados. Vale ressaltar que quando falarmos em registro estrangeiro, deveremos seguir outro ditame, em espe- cial as regras entabuladas na Lei 13.445/2017. Portanto, lembre-se que o Número Único de Regis- tro de Identidade Civil é o meio pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, será identificado em suas relações com a sociedade e com os organis- mos governamentais e privados. CADASTRO NACIONAL DE REGISTRO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL O cadastro nacional de registro de identificação civil poderá ser localizado no art. 2º, da Lei nº 9.454, de 1997: Art. 2o É instituído o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, destinado a conter o número único de Registro de Identidade Civil, acompanha- do dos dados de identificação de cada cidadão. Necessidade de alocar os dados Criação do número único de Registro de Identidade Civil Criação Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil (banco de dados) Ademais, o Poder Executivo ficou responsável por definir a entidade que centralizará as atividades de implementação, coordenação e controle do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. Vamos dar uma olhada no art. 3º, da Lei nº 9.454, de 1997: Art. 3º O Poder Executivo definirá a entidade que centralizará as atividades de implementação, coor- denação e controle do Cadastro Nacional de Regis- tro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. Inclusive, o Poder Executivo atribuiu a referida responsabilidade, através do Decreto 7.166/2010, ao Ministério da Justiça, sendo, portanto, órgãocentral do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. Dica O Ministério da Justiça, nada mais é que um órgão da administração pública federal direta, suas principais competências são: 8 z a defesa da ordem jurídica, dos direitos políti- cos e das garantias constitucionais; z a coordenação do Sistema Único de Seguran- ça Pública; z a defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do consumidor. Art. 3º, §1º. A União ficou autorizada a firmar convênio com os Estados e o Distrito Federal para a implementação do número único de registro de identificação civil. Já os órgãos regionais exercerão a coordenação no âmbito de cada Unidade da Federação, repassando aos órgãos locais as instruções do órgão central e reportan- do a este as informações e dados daqueles. Conforme previsto no art. 3º, §2º, da Lei nº 9.454, de 1997: Art. 3º O Poder Executivo definirá a entidade que centralizará as atividades de implementação, coor- denação e controle do Cadastro Nacional de Regis- tro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. [...] § 2º Os órgãos regionais exercerão a coordenação no âmbito de cada Unidade da Federação, repassan- do aos órgãos locais as instruções do órgão central e reportando a este as informações e dados daqueles Isso é uma previsão legal expressa no art. 3º, §2º, da Lei nº 9.454, de 1997: Art. 3º O Poder Executivo definirá a entidade que centralizará as atividades de implementação, coor- denação e controle do Cadastro Nacional de Regis- tro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. [...] § 2º Os Estados e o Distrito Federal, signatários do convênio, participarão do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil e ficarão respon- sáveis pela operacionalização e atualização, nos respectivos territórios, do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, em regime de com- partilhamento com o órgão central, a quem caberá disciplinar a forma de compartilhamento a que se refere este parágrafo. CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA Será incluída na proposta orçamentária do órgão central do sistema a provisão de meios necessários, acompanhada do cronograma de implementação e manutenção do sistema. Conforme previsto no art. 4º, da Lei nº 9.454, de 1997: Art. 4º Será incluída, na proposta orçamentária do órgão central do sistema, a provisão de meios necessários, acompanhada do cronograma de implementação e manutenção do sistema. E, por fim, o Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oitenta dias, a regulamentação da lei 9.454/1997 e, no prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implementação. Conforme previsão legal do art. 5º: Art. 5º O Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oitenta dias, a regulamentação desta Lei e, no prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implementação. ATO PRAZO Regulamentação da lei 9.454/1997 180 dias Início da implementação 360 dias EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (VUNESP – 2018) A Lei Federal no 9.454/1997 versa sobre a) o registro de identidade civil. b) o uso de qualificação. c) a identificação criminal. d) o auto de reconhecimento. e) a qualificação indireta. A Lei 9.454/1997, institui o número único de Regis- tro de Identidade Civil e dá outras providências. Resposta: Letra A. 2. (VUNESP – 2018) A Lei Federal no 9.454/1997, que ins- titui o número único de Registro de Identidade Civil e dá outras providências, em seu art. 3ª, parágrafo 2ª, define a responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal: a) por reportar quaisquer problemas, técnicos ou admi- nistrativos, durante a operação do Sistema Nacional. b) pela certificação da veracidade das informações pres- tadas pelo cidadão quando de sua identificação. c) pela operacionalização e atualização, nos respectivos territórios, do Cadastro Nacional de Registro de Identi- ficação Civil. d) por coibir a falsificação de documentos públicos quan- do da emissão dos documentos de identidade. e) pela verificação de que os registros inseridos no cadastro não estejam em duplicidade junto aos demais territórios. Nesse ponto, os Estados e o Distrito Federal, sig- natários do convênio, participarão do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil e ficarão responsáveis pela operacionalização e atualização, nos respectivos territórios, do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, em regime de com- partilhamento com o órgão central, a quem caberá disciplinar a forma de compartilhamento a que se refere este parágrafo. Resposta: Letra C. 3. (UFMT – 2017) Sobre Registro de Identidade Civil, Lei n° 9.454, de 7 de abril de 1997 e alterações, assinale o órgão responsável pela sua implementação e execução. a) O Poder Legislativo, por meio de posterior regulamentação. b) Os Estados e o Distrito Federal por meio da remessa do cadastro biométrico/fotográfico dos cidadãos já regis- trados para o Instituto Nacional de Identificação (INI), órgão da Polícia Federal com sede em Brasília-DF. LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 9 c) O Poder Executivo Federal regulamentaria a lei e provi- denciaria ainda, no prazo de trezentos e sessenta dias, as condições necessárias para o início de sua implemen- tação (estudos técnicos, previsão orçamentária etc.). d) A prefeitura juntamente com o Ministério da Integra- ção Social para que este remeta as informações do Cadastro NIS e também do PIS/PASEP para que esse número seja usado como número único de Registro de Identidade Civil, com a finalidade de evitar duplicidade. Com base no artigo 5° da Lei 9.454/1997, o Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oiten- ta dias, a regulamentação desta Lei e, no prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implemen- tação. Resposta: Letra C. 4. (CESPE – 2011) A mencionada lei instituiu o número único de registro de identidade civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, será identi- ficado em suas relações com a sociedade e com os organismos governamentais e privados. ( ) CERTO ( ) ERRADO A questão aborda um conceito mais introdutório, por isso é necessária sua fixação, a lei instituiu o número único de registro de identidade civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, será identifi- cado em suas relações com a sociedade e com os orga- nismos governamentais e privados. Resposta: Certo 5. (CESPE – 2011) A implementação do número único de registro de identificação civil é de competência exclu- siva da União, sendo vedada, para tanto, a celebração de convênio com os estados e o Distrito Federal. ( ) CERTO ( ) ERRADO Conforme artigo 3º, §1º. A implementação do núme- ro único de registro de identificação civil é de com- petência exclusiva da União, sendo autorizada, para tanto, a celebração de convênio com os estados e o Distrito Federal. Ficando a União, portanto, autorizada a firmar convênio com os Estados e o Distrito Federal para a implementação do número único de registro de identificação civil. Resposta: Errado. LEI Nº. 7.116/1983 E SUAS ALTERAÇÕES Para iniciarmos, a Lei 7.116/1983 apresenta sua estrutura central à validade nacional das Carteiras de Identidade, além de regular sua expedição, apresen- tando inclusive outras providências. É importante destacar que a Carteira de Identida- de emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional, por exem- plo, uma carteira de identidade emitida no Paraná terá validade em todo território nacional e não ape- nas no estado em que foi emitido. Para facilitar, apresentamos o artigo 1º da Lei 7.116/1983: Art 1º A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional. A fé pública é um termo utilizadoque possui a fina- lidade de autenticar determinado documento como verdadeiro, sendo praticado por servidor público. Com isso, podemos apontar que nem a União e nem Municípios são competentes para emissão da carteira de identidade, e eles só emitirão quando não houver estados, distrito federal e nem territórios. EXPEDIÇÃO DA CARTEIRA DE IDENTIDADE Para a expedição da Carteira de Identidade não será exigida do interessado a apresentação de qual- quer outro documento além da certidão de nascimen- to ou de casamento. A requerente do sexo feminino apresentará obri- gatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em consequência do matrimônio. Com relação ao brasileiro naturalizado, ele deverá apresentar o Certificado de Naturalização. Importante! Conforme artigo 1º. § 3º. É gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. No entanto, no caso da emissão de uma segunda via, poderá ser cobrado um determinado valor. Vamos reunir essas informações? EXPEDIÇÃO DA CARTEIRA DE IDENTIDADE Não será exigida do interessado a apresentação de qualquer outro documento, além da certidão de nascimento ou de casamento. Requerente do sexo feminino apresentará obrigatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em consequência do matrimônio Brasileiro naturalizado, deverá apresentar o Certificado de Naturalização É gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. ELEMENTOS DA CARTEIRA DE IDENTIDADE A Lei 7.116/1983, trouxe alguns elementos da car- teira de identidade, esses elementos são muito cobra- dos em prova. Portanto, recomendo a compreensão e memorização desse tópico. Art 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguin- tes elementos: a) Armas da República e inscrição “República Fede- rativa do Brasil”; b) nome da Unidade da Federação; 10 c) identificação do órgão expedidor; d) registro geral no órgão emitente, local e data da expedição; e) nome, filiação, local e data de nascimento do identificado, bem como, de forma resumida, a comarca, cartório, livro, folha e número do registro de nascimento; f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impressão digital do polegar direito do identificado; g) assinatura do dirigente do órgão expedidor. Todos os elementos são importantes e essenciais para a constituição da Carteira de Identidade. Uma característica importante é o registro geral (R.G.) no que tange ao órgão de expedição, com isso tor- na-se necessária a demonstração do órgão que expediu o documento, pois há diversos espalhados pelo Brasil, como por exemplo Secretaria de Segurança Pública (SSP), Policia Civil (PC). Vale ressaltar que na emissão de cada documento gera-se uma numeração diferente. INCLUSÃO DE DADOS NA CARTEIRA DE IDENTIDADE A inclusão de dados na carteira de identidade tor- nou-se uma ferramenta essencial e podemos localiza- -lo no artigo 4º: Art 4º Desde que o interessado o solicite a Carteira de Identidade conterá, além dos elementos referi- dos no art. 3º desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda. Apresento, como exemplo, a inclusão do CPF ao RG, mas, para a inclusão deverá ocorrer a solicitação e apresentação do documento. Com base no artigo 4. §1º. O Poder Executivo Fede- ral poderá aprovar a inclusão de outros dados opcio- nais na Carteira de Identidade. Portanto, a abarcamento na Carteira de Identidade dos dados poderá ser parcial e dependerá exclusivamente da apresentação dos respectivos documentos com proba- tórios, conforme dispõe o artigo 4º, §2º da Lei 7.116/1983. CARTEIRA DE IDENTIDADE DO PORTUGUÊS A Carteira de Identidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante aos elementos e regras entabuladas na Lei 7.116/1983, devendo dela constar referência a sua nacionalidade e à Convenção promulgada. Vale ressaltar que esse artigo surgiu em decorrên- cia do Tratado celebrado entre o Brasil e Portugal, apresentando algumas condições de mudança. OUTRAS INFORMAÇÕES REFERENTE A CARTEIRA DE IDENTIDADE Conforme artigo 6º: Art 6º Carteira de Identidade fará prova de todos os dados nela incluídos, dispensando a apresenta- ção dos documentos que lhe deram origem ou que nela tenham sido mencionados. Já com relação ao artigo 7º da Lei 7.116/1983: Art 7º A expedição de segunda via da Carteira de Identidade será efetuada mediante simples solicita- ção do interessado, vedada qualquer outra exigên- cia, além daquela prevista no art. 2º, a qual poderá ser atribuído um valor para sua expedição. Importante! A Carteira de Identidade será expedida com base no processo de identificação datiloscópica (método de identificação através das impres- sões digitais). A apresentação dos documentos poderá ser feita por cópia regularmente autenticada. No que tange ao artigo 10, podemos extrair que: Art 10. O Poder Executivo Federal aprovará o modelo da Carteira de Identidade e expedirá as nor- mas complementares que se fizerem necessárias ao cumprimento desta Lei. E, por fim, as Carteiras de Identidade emitidas anteriormente à vigência desta Lei continuarão váli- das em todo o território nacional. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (VUNESP – 2018) Segundo a Lei Federal no 7.116/1983, artigo 3o, a Carteira de Identidade conterá o seguinte elemento: a) declaração de doador de órgãos. b) bandeira nacional. c) data de validade. d) categoria em que o portador é habilitado. e) nome da Unidade da Federação. A questão encontra base legal no artigo 3º, alínea “b”: Art 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguin- tes elementos: b) nome da Unidade da Federação; Resposta: Letra E. 2. (UFMT – 2017) O texto legal do artigo 3° da Lei n° 7.116/1983 informa os elementos necessários para expedição da Carteira de Identidade, com validade em todo o território nacional. Assinale a alternativa que apresenta elemento em DESACORDO com a lei citada. a) Fotografia, no formato 5 x 7 cm, assinatura e impres- são digital do polegar esquerdo do identificado. b) Armas da República e inscrição “República Federativa do Brasil”. c) Nome da Unidade da Federação. d) Identificação do órgão expedidor. Pessoal, muito cuidado aos detalhes, principalmen- te se a questão abordar números, antes de respon- der, respire fundo, e começa a leitura com atenção e observando todos os detalhes. O grande erro da alternativa A, encontra-se no forma- to da fotografia, que deverá obedecer ao tamanho de LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 11 3 x 4 cm, com assinatura e impressão digital do pole- gar direito do identificado; Resposta: Letra A. 3. (FUNCAB – Papiloscopista) Acerca dos termos da lei que assegura validade nacional as Carteiras de Identi- dade e regula sua expedição, Lei n° 7.116, de 1983, é correto afirmar que: a) a Carteira de identidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante o disposto nesta lei, devendo dela constar referência a sua nacionalidade e à Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses. b) a apresentação dos documentos para a expedição da Carteira de Identidade não poderá ser feita por cópia autenticada. c) para a expedição da Carteira de Identidade será exigi- da do brasileiro naturalizado os mesmos documentos exigidos ao brasileiro nato. d) a Carteira de Identidade será expedida com base no processo de identificação conhecido como Bertiolagem. e) para a expedição da Carteira de Identidade será exi- gida do interessado, brasileiro nato, ou naturalizado a apresentação apenas da certidão de nascimento ou de casamento e no caso dos maiores de dezoito anos, nos termos da norma que disciplina o documen- to nacional único de identidade, a obrigatoriedade do número do registro no Cadastro de Pessoa Física da Receita Federal. a) Correta. A questão abordao artigo 5º da Lei 7.116/1983, apresentando que a Carteira de Iden- tidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua naciona- lidade e à Convenção promulgada pelo Decreto nº 70.391, de 12 de abril de 1972 (Promulga a Conven- ção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Bra- sileiros e Portugueses.) b) Errada. Conforme artigo 9º, dispondo que a apre- sentação dos documentos, poderá ser feita por cópia regularmente autenticada. c) Errada. Conforme artigo 2º, §2º, O brasileiro naturalizado apresentará o Certificado de Naturali- zação, documento que o brasileiro nato não possui. d) Errada. Conforme artigo 8º, a Carteira de Identi- dade de que trata esta Lei será expedida com base no processo de identificação datiloscópica. e) Errada. Conforme artigo 2º, a alternativa possuiu dois erros, o primeiro que a exigência é apenas com relação a requerente do sexo feminino e o outro é que o Cadastro de Pessoa Física da Receita Federal., não é obrigatório, mas sim opcional. Resposta: Letra A. 4. (CESPE / CEBRASPE – 2016) De acordo com a Lei n.° 7.116/1983 e suas alterações, a expedição da carteira de identidade se dará mediante a) identificação datiloscópica e, caso a pessoa requeren- te seja brasileira naturalizada, apresentação do certifi- cado de naturalização. b) apresentação do comprovante de pagamento de taxa no valor de 1% do salário mínimo vigente, para a pri- meira emissão do documento. c) apresentação da certidão de nascimento ou de casa- mento e do comprovante de quitação eleitoral, caso o requerente seja maior de dezoito anos. d) apresentação da certidão de casamento, caso a pes- soa requerente seja do sexo feminino e casada, inde- pendentemente de alteração em seu nome de solteira em razão do matrimônio. e) apresentação do certificado de naturalização, caso o requerente seja português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade. a) Correta. Para respondermos à alternariva, será necessário a junção do artigo 2º, §2º, com o artigo 8º, apresentando que a Carteira de Identidade de que trata esta Lei será expedida com base no processo de identi- ficação datiloscópica, abordando que o brasileiro natu- ralizado apresentará o Certificado de Naturalização. b) Errada. Conforme artigo 1º §3º, será gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. c) Errada. Conforme artigo 2º, §1º. Tal exigência compreende a requerente do sexo feminino, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em consequên- cia do matrimônio. d) Errada. Conforme artigo 2º, §1º. Tal exigência compreende a requerente do sexo feminino, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em consequên- cia do matrimônio e) Errada. Conforme artigo 5º, a Carteira de Iden- tidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua naciona- lidade e à Convenção, não necessitando de certidão de naturalização. Resposta: Letra A. 5. (CESPE – 2016) De acordo com a Lei n.° 7.116/1983 e suas alterações, a expedição da carteira de identidade se dará mediante a) apresentação do comprovante de pagamento de taxa no valor de 1% do salário mínimo vigente, para a pri- meira emissão do documento. b) apresentação da certidão de nascimento ou de casa- mento e do comprovante de quitação eleitoral, caso o requerente seja maior de dezoito anos. c) apresentação da certidão de casamento, caso a pes- soa requerente seja do sexo feminino e casada, inde- pendentemente de alteração em seu nome de solteira em razão do matrimônio. d) apresentação do certificado de naturalização, caso o requerente seja português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade. e) identificação datiloscópica e, caso a pessoa requeren- te seja brasileira naturalizada, apresentação do certifi- cado de naturalização. Novamente, para respondermos à questão, será necessário a junção do artigo 2º, §2º, com o artigo 8º, apresentando que A Carteira de Identidade de que trata esta Lei será expedida com base no pro- cesso de identificação datiloscópica, abordando que o brasileiro naturalizado apresentará o Certificado de Naturalização. Resposta: Letra E. LEI N° 13.445/2017 Para iniciarmos, a Lei 13.445/2017 apresenta sua vertente de estrutura central ao instituir a Lei de Migração. 12 Para melhorar a sua interpretação, montamos um esquema do que a Lei 13.445/2017 estabelece: Estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante. Regula a sua entrada e estada no País Dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante 13.445/2017 No decorrer da matéria, o conceito inicial, ficará concretizado na sua mente e facilitará a resolução de questões. CONCEITOS A Lei 13.445/2017 apresentou alguns conceitos essenciais para estruturar a lei de migração, vamos ver todos? CONCEITO EXPLICAÇÃO Imigrante Pessoa nacional de ou- tro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil. Emigrante Brasileiro que se estabele- ce temporária ou definiti- vamente no exterior. Residente fronteiriço Pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho. Visitante Pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabe- lecer temporária ou defi- nitivamente no território nacional; Apátrida Pessoa que não seja considerada como nacio- nal por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apá- tridas, de 1954, promulga- da pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro. A lei prejudica a aplicação de normas internas e internacionais específicas sobre refugiados, asilados, agentes e pessoal diplomático ou consular, funcioná- rios de organização internacional e seus familiares. DOS PRINCÍPIOS E DAS GARANTIAS Para aplicação da norma, necessitou-se o estabe- lecimento de princípios e diretrizes para respeitar as garantias básicas. Portanto, a política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes: I - universalidade, indivisibilidade e interdependên- cia dos direitos humanos; II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação; III - não criminalização da migração; IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi admiti- da em território nacional; V - promoção de entrada regular e de regularização documental; VI - acolhida humanitária; VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil; III - garantia do direito à reunião familiar; IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares; X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas; XI - acesso igualitário e livre do migrante a servi- ços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social; XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante; XIII - diálogo social na formulação, na execução e na avaliação de políticas migratórias e promoção da participação cidadã do migrante; XIV - fortalecimento da integração econômica, polí- tica, social e cultural dos povos da América Latina, mediante constituição de espaços de cidadania e de livre circulação de pessoas; XV - cooperação internacional com Estados de origem, de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do migrante; XVI - integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas públicas regio- nais capazes de garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço; XVII - proteção integrale atenção ao superior inte- resse da criança e do adolescente migrante; XVIII - observância ao disposto em tratado; XIX - proteção ao brasileiro no exterior; XX - migração e desenvolvimento humano no local de origem, como direitos inalienáveis de todas as pessoas; XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de depor- tação coletivas. São diversos princípios e diretrizes, e não são ape- nas esses, existem também alguns direitos que são assegurados. Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabili- dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu- rança e à propriedade, bem como são assegurados: I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 13 II - direito à liberdade de circulação em território nacional; III - direito à reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e dependentes; IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de crimes e de violações de direitos; V - direito de transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país, observa- da a legislação aplicável; VI - direito de reunião para fins pacíficos; VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos; VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assis- tência social e à previdência social, nos termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiên- cia de recursos; X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante declaração de hipossuficiência econômi- ca, na forma de regulamento; XIII - direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade quanto aos dados pessoais do migrante, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 ; XIV - direito a abertura de conta bancária; XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional, mesmo enquanto pendente pedido de autorização de residência, de prorro- gação de estada ou de transformação de visto em autorização de residência; e XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as garantias que lhe são asseguradas para fins de regularização migratória. Os direitos e as garantias, serão exercidos em observância ao disposto na Constituição Federal, inde- pendentemente da situação migratória e não excluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil seja parte. DA SITUAÇÃO DOCUMENTAL DO MIGRANTE E DO VISITANTE Dos Documentos de Viagem Vale ressaltar que há documentos que quando emitidos pelo Estado brasileiro, são de propriedade da União, cabendo a seu titular a posse direta e o uso regular. Quais são eles? O artigo 5º dispõe: I - passaporte; II - laissez-passer; III - autorização de retorno; IV - salvo-conduto; V - carteira de identidade de marítimo; VI - carteira de matrícula consular; VII - documento de identidade civil ou documento estrangeiro equivalente, quando admitidos em tratado; VIII - certificado de membro de tripulação de trans- porte aéreo; e IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Esta- do brasileiro em regulamento. Podemos extrair que o documento de identidade civil ou documento estrangeiro equivalente, quando admiti- dos em tratado e o certificado de membro de tripulação de transporte aéreo, não são de propriedade da União. DOS VISTOS O visto é o documento que dá a seu titular expec- tativa de ingresso em território nacional, sendo concedido por embaixadas, consulados-gerais, con- sulados, vice-consulados e, quando habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior. Importante! Atentar-se ao artigo: Art. 7°, Parágrafo único. Excepcionalmente, os vistos diplomático, oficial e de cortesia poderão ser concedidos no Brasil. Vale ressaltar que poderão ser cobrados taxas e emolumentos consulares pelo processamento do visto. Ademais, regulamento disporá sobre: Solicitação e emissão de visto por meio eletrônico. Hipóteses e condições de dispensa recíproca ou unilateral de visto e de taxas e emolumentos consulares por seu processamento Prazo máximo para a primeira entrada e para a estada do imi- grante e do visitante no País Prazo de validade do visto e sua forma de contagem Requisitos de concessão de visto, bem como de sua simplificação, inclusive por reciprocidade A simplificação e a dispensa recíproca de visto ou de cobrança de taxas e emolumentos consulares por seu processamento poderão ser definidas por comu- nicação diplomática. NÃO CONCESSÃO DO VISTO A Lei 13.445/2017, adentrou no assunto e dispôs sobre a não se concederá visto, e elencou os seguintes critérios: Art. 10. Não se concederá visto: I - a quem não preencher os requisitos para o tipo de visto pleiteado; II - a quem comprovadamente ocultar condição impe- ditiva de concessão de visto ou de ingresso no País; ou III - a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou sem autorização de viagem por escrito dos res- ponsáveis legais ou de autoridade competente. 14 Nesse ponto, pularemos para o artigo 45, que é con- teúdo que cai com grande incidência em concursos públicos. Trabalharemos o mesmo em partes, vamos lá? Poderá ser denegado o visto a quem se enquadrar em pelo menos um dos casos de impedimento defini- dos nos incisos I, II, III, IV e IX do art. 45. Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato funda- mentado, a pessoa: I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efei- tos da expulsão vigorarem; II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agres- são, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002; III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira; IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo internacional; IX - que tenha praticado ato contrário aos princí- pios e objetivos dispostos na Constituição Federal. A pessoa que tiver visto brasileiro denegado será impedida de ingressar no País enquanto permanece- rem as condições que ensejaram a denegação. TIPOS DE VISTOS A Lei elencou alguns tipos de vistos, em que solici- tante que pretenda ingressar ou permanecer em terri- tório nacional poderá ser concedido visto: z Visita z Temporário z Diplomático z Oficial z Cortesia Analisaremos a seguir cada um deles a seguir. Visto de Visita No que corresponde ao visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para esta- da de curta duração, sem intenção de estabelecer residência. A Lei elencou alguns casos, vamos ver todos: Art. 13. I - turismo; II - negócios II - trânsito IV - atividades artísticas ou desportivas V - outras hipóteses definidas em regulamento. Importante! É vedado ao beneficiário de visto de visita exer- cer atividade remunerada no Brasil. O beneficiário de visto de visita poderá receber pagamento do governo, de empregador brasileiro ou de entidade privada a título de diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem, bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinhei- ro, em competições desportivas ou em concursos artísticos ou culturais. O visto de visita não será exigidoem caso de escala ou conexão em território nacional, desde que o visi- tante não deixe a área de trânsito internacional. Visto Temporário Já o visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito de esta- belecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos a uma hipótese do artigo 14. I - o visto temporário tenha como finalidade: a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; b) tratamento de saúde; c) acolhida humanitária; d) estudo; e) trabalho; f) férias-trabalho; g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, tecnológica ou cultural; i) reunião familiar; j) atividades artísticas ou desportivas com con- trato por prazo determinado; II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos; III - outras hipóteses definidas em regulamento. §1º: O visto temporário para pesquisa, ensino ou extensão acadêmica poderá ser concedido ao imi- grante com ou sem vínculo empregatício com a instituição de pesquisa ou de ensino brasileira, exigida, na hipótese de vínculo, a comprovação de formação superior compatível ou equivalente reco- nhecimento científico. Já, de acordo com o §2º, o visto temporário para tratamento de saúde poderá ser concedido ao imi- grante e a seu acompanhante, desde que o imigrante comprove possuir meios de subsistência suficientes. Com relação ao visto temporário para acolhida huma- nitária poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente insta- bilidade institucional, de conflito armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de direitos humanos ou de direito internacional humanitário, consoante dispõe o §3º do referido artigo. O visto temporário para estudo poderá ser con- cedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil para frequentar curso regular ou realizar estágio ou inter- câmbio de estudo ou de pesquisa. Vale ressaltar que o visto temporário para trabalho poderá ser concedido ao imigrante que venha exercer atividade laboral, com ou sem vínculo empregatício no Brasil, desde que comprove oferta de trabalho for- malizada por pessoa jurídica em atividade no País, dispensada esta exigência se o imigrante comprovar titulação em curso de ensino superior ou equivalente. Correspondente ao §6º, ao visto temporário para férias-trabalho poderá ser concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis) anos que seja nacional de país que conceda idêntico benefício ao nacional brasileiro, em termos definidos por comunicação diplomática. LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 15 É de suma importância que não se exigirá do marítimo que ingressar no Brasil em viagem de lon- go curso ou em cruzeiros marítimos pela costa brasi- leira o visto temporário, bastando a apresentação da carteira internacional de marítimo, nos termos de regulamento, vide §7º. É reconhecida ao imigrante a quem se tenha conce- dido visto temporário para trabalho a possibilidade de modificação do local de exercício de sua atividade laboral. O visto para realização de investimento poderá ser concedido ao imigrante que aporte recursos em projeto com potencial para geração de empregos ou de renda no País. Visto Diplomático e Oficial Os vistos diplomático e oficial poderão ser trans- formados em autorização de residência, o que impor- tará cessação de todas as prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes do respectivo visto. É de suma importância que os vistos diplomático e ofi- cial poderão ser concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente, representando Estado estrangeiro ou organismo internacional reconhecido. Importante! Não se aplica ao titular dos vistos que são as autoridades e funcionários estrangeiros que via- jem ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente, representando Esta- do estrangeiro ou organismo internacional reco- nhecido o disposto na legislação trabalhista brasileira. Os vistos diplomático e oficial poderão ser estendi- dos aos dependentes das autoridades. Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por Estado estran- geiro ou organismo internacional, ressalvado o dis- posto em tratado que contenha cláusula específica sobre o assunto. Já com relação ao dependente de titular de visto diplomático ou oficial, dispõe o parágrafo único do artigo 17, que poderá exercer atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista bra- sileira, desde que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional brasileiro, por comunicação diplomática. Visto de Cortesia Relaciona-se ao empregado particular titular de visto de cortesia somente poderá exercer atividade remunerada para o titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia ao qual esteja vinculado, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia será responsável pela saída de seu empregado do ter- ritório nacional. DO REGISTRO E DA IDENTIFICAÇÃO CIVIL DO IMIGRANTE E DOS DETENTORES DE VISTOS DIPLOMÁTICO, OFICIAL E DE CORTESIA Art. 19. O registro consiste na identificação civil por dados biográficos e biométricos, e é obrigatório a todo imigrante detentor de visto temporário ou de autorização de residência. No que corresponde ao registro gerará número único de identificação que garantirá o pleno exercício dos atos da vida civil, visando inclusive um controle. Já o documento de identidade do imigrante será expedido com base no número único de identificação. É importante destacar que enquanto não for expe- dida identificação civil, o documento comprobatório de que o imigrante a solicitou à autoridade competen- te garantirá ao titular o acesso aos direitos, de acordo com o §1º do art. 19. Art. 20. A identificação civil de solicitante de refú- gio, de asilo, de reconhecimento de apatridia e de acolhimento humanitário poderá ser realizada com a apresentação dos documentos de que o imi- grante dispuser. No que corresponde aos documentos de identida- de emitidos até a data de publicação desta Lei conti- nuarão válidos até sua total substituição. E, por fim, de acordo com o art. 22, a identificação civil, o documento de identidade e as formas de gestão da base cadastral dos detentores de vistos diplomáti- co, oficial e de cortesia atenderão a disposições espe- cíficas previstas em regulamento. DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE E DO VISITANTE Do Residente Fronteiriço Residente fronteiriço é a pessoa que mora em uma cidade fronteiriça, por exemplo, Foz do Iguaçu/PR, faz divisa com o Paraguai e a Argentina, é muito comum ver estrangeiro ou brasileiro, morando, trabalhando e estudando no País vizinho. Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação, concedeu-se ao residente fronteiriço, mediante requerimento, autorização para a realização de atos da vida civil. Condições específicas poderão ser estabelecidas em regulamento ou tratado. A autorização, indicará o Município fronteiriço no qual o residente estará autorizado a exercer os direi- tos a ele atribuídos por esta Lei. Art. 24. §1º: O residente fronteiriço detentor da autorização gozará das garantias e dos direi- tos assegurados pelo regime geral de migração entabulados na Lei, conforme especificado em regulamento. §2º O espaço geográfico de abrangência e de valida- de da autorização será especificado no documento de residente fronteiriço. O documento de residente fronteiriço será cance- lado, a qualquer tempo, se o titular: 16 Cancelamento do Documento Fraude de Documento ou Utilização de Falso Obtiver outra condição migratória Sofrer condenação penal Exercer direito fora dos limites previstos na autorização Lembrem-se dessas regras, pois são essenciais. DA PROTEÇÃO DO APÁTRIDA E DA REDUÇÃO DA APATRIDIAA Lei dispõe que o regulamento disporá sobre ins- tituto protetivo especial do apátrida, consolidado em processo simplificado de naturalização. E quando iniciará o processo simplificado de naturalização? O processo simplificado de naturalização, será ini- ciado tão logo seja reconhecida a situação de apatridia. Art. 26 §2º: Durante a tramitação do processo de reconhecimento da condição de apátrida, incidem todas as garantias e mecanismos protetivos e de faci- litação da inclusão social relativos à Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas de 1954, à Convenção relati- va ao Estatuto dos Refugiados, e à Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 (Lei que define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951). Com isso aplicam-se ao apátrida residente todos os direitos atribuídos ao migrante relacionados ao tópico de princípios e das garantias. §4º O reconhecimento da condição de apátrida asse- gura os direitos e garantias previstos na Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, bem como outros direitos e garantias reconhecidos pelo Brasil. No que tange o processo de reconhecimento da condi- ção de apátrida, presente no §5º, tem como objetivo verifi- car se o solicitante é considerado nacional pela legislação de algum Estado e poderá considerar informações, docu- mentos e declarações prestadas pelo próprio solicitante e por órgãos e organismos nacionais e internacionais. Reconhecida a condição de apátrida, de que a pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhe- cida pelo Estado brasileiro, o solicitante será consultado sobre o desejo de adquirir a nacionalidade brasileira. Caso o apátrida opte pela naturalização, a decisão sobre o reconhecimento será encaminhada ao órgão competen- te do Poder Executivo para publicação dos atos necessários à efetivação da naturalização no prazo de 30 (trinta) dias. Já com relação ao apátrida reconhecido que não opte pela naturalização imediata terá a autorização de residência outorgada em caráter definitivo. Claro que caberá recurso contra decisão negativa de reconhecimento da condição de apátrida. Importante! Subsistindo a denegação do reconhecimento da condição de apátrida, é vedada a devolução do indivíduo para país onde sua vida, integridade pessoal ou liberdade estejam em risco. Vale destacar que será reconhecido o direito de reunião familiar a partir do reconhecimento da con- dição de apátrida. Vale ressaltar que implica perda da proteção: Perda da proteção A renúncia A prova da falsidade para reconhecimento da condição de apátrida Existência de fatos que, reconheceidos anterior- mente, teriam ensejado decisão negativa DO ASILADO O asilo político é ato discricionário do Estado e poderá ser diplomático ou territorial, onde será outor- gado como instrumento de proteção à pessoa. A Lei estabeleceu que um Regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a manutenção de asilo. Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a huma- nidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Importante! Art. 29. A saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo. DA AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA Esse ponto é interessante e informa que a residên- cia poderá ser autorizada, mediante registro, ao imi- grante, ao residente fronteiriço ou ao visitante que se enquadre em uma das seguintes hipóteses: Hipóteses a residência a pessoa outras hipóteses definidas em regulamento. LE G IS LA Ç Ã O E SP EC IA L 17 No entanto, precisamos aprofundar um pouco em cada um dos tópicos, de acordo com o art. 30. Quanto a Residência: Que tenha como finalidade: z pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; z tratamento de saúde; z acolhida humanitária; z estudo; z trabalho; z férias-trabalho; z prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; z realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, tec- nológica ou cultural; z reunião familiar. Quanto à Pessoa: z seja beneficiária de tratado em matéria de residên- cia e livre circulação; z seja detentora de oferta de trabalho; z já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não deseje ou não reúna os requisitos para readquiri-la; z seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de prote- ção ao apátrida; z seja menor nacional de outro país ou apátrida, desacompanhado ou abandonado, que se encon- tre nas fronteiras brasileiras ou em território nacional; z tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação de direito agravada por sua condição migratória; z esteja em liberdade provisória ou em cumprimen- to de pena no Brasil; Quanto à outras hipóteses definidas em regulamento: É importante informar que não se concederá a auto- rização de residência a pessoa condenada criminalmen- te no Brasil ou no exterior por sentença transitada em julgado, desde que a conduta esteja tipificada na legisla- ção penal brasileira, ressalvados os casos em que: z A conduta caracterize infração de menor potencial ofensivo; z A pessoa se enquadre em: z A residência tenha como finalidade o tratamento de saúde; z A residência tenha como finalidade a acolhida humanitária z A residência tenha como finalidade reunião familiar z A pessoa seja beneficiária de tratado em matéria de residência e livre circulação Não obsta progressão de regime de cumprimen- to de pena, ficando a pessoa autorizada a trabalhar quando assim exigido pelo novo regime de cumpri- mento de pena. (§ 2o O disposto no § 1) Já nos procedimentos referentes ao cancelamen- to de autorização de residência e no recurso contra a negativa de concessão de autorização de residên- cia devem ser respeitados o contraditório e a ampla defesa. Com relação aos prazos e o procedimento da autorização de residência, serão dispostos em regulamento. Vale ressaltar que, de acordo com o art. 31 §1º, será facilitada a autorização de residência que tenha como finalidade de pesquisa, ensino ou extensão acadêmica e/ou trabalho, devendo a deliberação sobre a autori- zação ocorrer em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, a contar de sua solicitação. Nova autorização de residência poderá ser conce- dida, mediante o preenchimento dos requisitos e por requerimento. Esse requerimento de nova autorização de resi- dência após o vencimento do prazo da autorização implicará aplicação da sanção de permanecer em ter- ritório nacional depois de esgotado o prazo legal da documentação migratória: Já o solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida fará jus a autorização provisória de resi- dência até a obtenção de resposta ao seu pedido. Art. 30 § 5º Poderá ser concedida autorização de resi- dência independentemente da situação migratória. Para que isso ocorra poderão ser cobradas taxas pela autorização de residência. De acordo com o art. 33, o regulamento é quem disporá sobre a perda e o cancelamento da autori- zação de residência em razão de fraude ou de ocul- tação de condição impeditiva de concessão de visto, de ingresso ou de permanência no País, observado procedimento administrativo que garanta o contra- ditório e a ampla defesa. Vale destacar que poderá ser negada autorização de residência com fundamento nas hipóteses previs- tas nos incisos I, II, III, IV e IX do art. 45, como já visto anteriormente. No que corresponde a posse ou a propriedade de bem no Brasil não confere o direito de obter visto ou autori- zação de residência em território nacional, sem prejuízo do disposto sobre visto para realização de investimento. O visto de visita ou de cortesia poderá ser transfor- mado em autorização de residência,
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