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Teoria Geral Direito Civil

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Introdução
O presente trabalho procurou destacar ao longo de seu desenvolvimento os principais tópicos a respeito dos efeitos aquisitivos, modificativos, reservativos e extintivos dos fatos jurídicos.
Tem como objetivo a realização de uma análise detalhada, valendo-se de exemplos práticos, para que ocorra uma melhor compreensão à respeito desse tema. A pesquisa está organizada em uma única parte, dividida em quatros títulos, onde se desenvolve uma explicação clara com o intuito de facilitar o entendimento do leitor.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, coletando informações de obras dos principais doutrinadores que tratam à respeito do assunto.
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Efeitos aquisitivos dos fatos jurídicos 
A aquisição de direitos ocorre, na expressão de Stolfi, quando se da a ‘sua conjunção com seu titular. Assim, surge a propriedade quando o bem se subordina a um dominus’.
O código CC-02 não traz normas genéricas sobre a aquisição de direitos, ao contrario do CC-16, que seu artigo.74
Art.74. Na aquisição dos direitos se observarão estas regras: 
adquirem-se os direitos mediante ao ato do adquirente ou por intermédio de outrem;
pode uma pessoa adquiri-los para si, ou para terceiros;
dizem-se atuais os direitos completamente adquiridos, e futuros os cuja aquisição não se acabou de operar.
 Parágrafo único. Chama-se deferido o direito futuro, quando sua aquisição pende somente do arbítrio do sujeito não deferido, quando subordina a fatos os condições falíveis. 
 	 A titulo da complementação, porém, é um importante distinguir os direitos futuros, referidos na transcrita norma legal, em relação a expectativa de direito, ao direito eventual e ao direito condicional. 
 A expectativa de direito e mera possibilidade de sua aquisição, não estando amparada pela legislação em geral, uma vez que ainda não foi incorporada ao patrimônio jurídico da pessoa. Um exemplo e fase de tratativas para celebração de um contrato, em que não há falar, ainda, de um direito adquirido, por si só, a realização da avenca.
O direito eventual por sua vez refere-se a situações em que o interesse do titular ainda não se encontra completo pelo fato de não terem realizado todos os elementos básicos exigido pela norma jurídica. Como por exemplo podemos lembrar o direito a sucessão legitima que embora protegida pelo ordenamento jurídico, só se consolida com a morte do autor da herança. 
 Efeitos aquisitivos os fatos, atos e negócios jurídicos assim se qualificam por gerarem criação, aquisição, modificação, transmissão, conservação e extinção de direitos. O efeito aquisitivo é aquele pelo qual, através do fato, decorre em seguida o acréscimo de um bem ou direito ao patrimônio do agente, como na tradição, na transcrição do título aquisitivo no registro de imóveis, na reunião dos requisitos para a usucapião, na abertura da sucessão etc. Diz-se, para efeitos didáticos, que a aquisição de direitos pode ser: 
Originária ou derivada: originária é a aquisição de bens ou direitos sem relação jurídica com algum eventual titular anterior. Assim, na caça e pesca, por exemplo, adquirem-se bens sem relação jurídica com titular anterior. Por aquisição originária podemos falar, também, em criação de direitos, já que, determinados casos, como no do exemplo citado, existiam os objetos (bens), mas sobre eles não existiam direitos, que foram criados a partir do fato jurídico; a aquisição derivada, por sua vez, decorre de relação jurídica com o titular anterior.
Gratuita ou onerosa: gratuita é a aquisição de direito sem necessidade de sacrifício da contraparte para fazer jus à sua atribuição; onerosa, aquela em que se exige sacrifício correspondente por quem adquire o direito.
Título universal ou singular: aquisição a título universal é aquela em que o adquirente recebe um patrimônio, seja na integralidade ou uma cota-parte dele, como no caso da sucessão causa mortis, por exemplo; singular é a aquisição de certos e determinados bens ou direitos
Simples ou complexa: a aquisição simples é a que depende de um único fato e a complexa é a que demanda vários fatos, sejam eles sucessivos ou simultâneos.
Efeitos modificativos do fato jurídico 
A modificação dos direitos ocorre quando há alterações no titular ou no objeto sem afetar a sua essência. Na doutrina encontram-se duas classificações em relação ao tema, a modificação podendo ser objetiva ou subjetiva.
1)	É objetiva a modificação quando ela ocorre no objeto da relação jurídica, ora quanto a sua quantidade, ora devido a sua qualidade, dividindo-se em quantitativa ou qualitativa.
a)	Será quantitativa quando acontecer modificação em relação à quantidade do objeto, diminuindo ou aumentando, sem modificar a qualidade, o que acontece na amortização de débitos onde ocorre a redução da dívida. Outro exemplo é no caso de aluvião, um fenômeno causado pelas águas, que gradual e evolutivamente acresce ao terreno porção nova de terra, ampliando, consequentemente, os perímetros da propriedade imobiliária.
b)	Será qualitativa quando o conteúdo do objeto modifica para outra espécie, não podendo ser alterado o valor. Um exemplo ocorre quando o pagamento que foi acertado em dinheiro é realizado por meio de cheque, não há alteração na quantidade, altera-se apenas a espécie.
2)	A modificação subjetiva ocorre com o titular de um direito, não se extinguindo a relação jurídica, apenas substituindo-a. 
Exemplo: Nos casos de alienação ou desapropriação, que o poder jurídico exercido por uma pessoa sobre um imóvel, passa a ser exercido por outra, o direito de propriedade não perde sua substância, apenas ocorre um deslocamento de titularidade. Dessa mesma forma acontece com a morte do titular, abrindo-se a sucessão a herança se transporta para os herdeiros, o que assegura a continuidade da relação jurídica.
Vale lembrar que não só o sujeito ativo pode ser substituído, mas também o passivo, pois o devedor da relação jurídica pode ser substituído por outro em ato voluntário, no caso de assunção da dívida ou em ato involuntário, em casos de responsabilidade do herdeiro dentro do acervo hereditário.
É importante ressaltar que os direitos personalíssimos não admitem modificação em seus sujeitos, pois se extinguem com a morte ou substituição.
Também pode ocorrer modificação subjetiva quando houver multiplicação dos sujeitos, quando ao titular do direito outros se associam, exercendo em conjunto os direitos de propriedade, o titular primitivo não deixa de sê-lo, porém deixa de ser exclusivo, pois tem como titulares os demais sócios.
Efeitos conservativos do fato jurídico 
Ocorre o efeito de conservação do fato jurídico quando o direito sofre risco iminente de ameaça. Cabe ao titular tomar medidas preventivas ou repressivas. As preventivas visam proteger contra uma futura violação (exemplos: natureza judicial, medidas prescritas no código civil de 2002; natureza extrajudicial, para assegurar o cumprimento de uma obrigação de crédito, exemplo da hipoteca). Já as repressivas tem o objetivo de reparar os direitos violados (feita ação contra uma pessoa). Assim se procedem vários atos para a conservação desse direito ameaçado. Entre eles:
a) Atos de conservação – Atos praticados pelo titular do direito para evitar o perecimento, turbação ou esbulho de seu direito. Exemplo quando usam-se medidas ou ações cautelares.
b) Atos de defesa do direito lesado –Já ocorrido a violação ao direito, o ajuizamento de ações cognitivas ou executivas, são medidas adequadas (art. 5º., XXXV, da CF).
c) Atos de defesa preventiva – Antes mesmo da violação, porém diante de ameaça evidente, é possível o ajuizamento de procedimentos próprios para uma defesa preventiva, como é o caso do interdito proibitório, uma ação de caráter preventivo, quando a receio que a coisa esteja na iminência de ser turbada ou esbulhada, podendo ser ajuizada uma ação, apenas com ameaça implícita ou expressa.
d) Ocorrida a violação, a ordem jurídica admite, sempre excepcionalmente, a prática de atos de autotutela,
como, por exemplo, o desforço incontinenti, art. 1210, parágrafo 1º do CC, que diz o seguinte: ‘o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse’.
 
Efeitos extintivos dos fatos jurídicos 
A extinção é a destruição da relação jurídica, que pode ocorrer das seguintes formas:
a)	O perecimento do objeto, um fato extintivo que atinge o direito da própria substância, onde o bem acaba, e seu titular o perde, sem poder transferir para outro. Geralmente isso se ocasiona por fatores naturais ou por destruição pelo próprio ser humano, por exemplo, quando um anel cai no mar, caiu em um lugar onde não pode ser retirado, ocorrendo assim o seu perecimento. 
b)	Existe a perca de direito por alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro por vontade própria. Nem todos os objetos são passíveis de alienação, como exemplo dos direitos personalíssimos. 
c)	Renúncia, sem que o titular transfira seu direito a outrem, ele o abandona, e a intenção é explícita. Há também a renúncia por aquisição por parte de outro titular. O exemplo disso é a herança, quando um herdeiro abre mão de seu direito, e outro herdeiro passa a ter essa condição.
d)	 Outro modo de extinção de direitos é o abandono. Onde a intenção é implícita, e o titular possui a intenção de se desfazer da coisa. Quem se apossar da Res Derelicta, que significa coisa abandonada, não possui nenhum vínculo com quem abandonou, tratando-se de uma aquisição originária.
e)	 Pode ocorrer a extinção de direito pelo falecimento do titular, sendo o direito personalíssimo, portanto é intransferível. Por exemplo, quando morre o filho de uma relação extramatrimonial sem ter iniciado a investigação de paternidade, sendo a iniciativa da ação por parte do filho, com sua morte extinguisse esse direito. 
Quando o direito extingue-se pelo decurso de tempo, direta ou indiretamente, há a prescrição e a decadência.
f)	Na prescrição ocorre a perda da ação atribuída a um direito por falta de tutela jurídica. O prazo prescricional é estabelecido somente pela lei. Como acontece no caso de usucapião, em que o antigo titular perde a ação devido a sua inércia.
Conclusão 
Após a realização da pesquisa concluímos que o fato jurídico em sentido amplo é um acontecimento natural humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas. 
Durante o trabalho, procuramos cumprir todos os objetivos propostos, sempre fundamentando os conceitos e citando exemplos que ocorrem frequentemente, da maneira mais clara e objetiva possível.
Esta pesquisa foi muito importante colaborando com a expansão do nosso conhecimento à respeito do tema, para que futuramente nos permita, através da compreensão adquirida, realizar um desenvolvimento prático.

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