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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PATOLOGIA GERAL SILVIA DE OLIVEIRA MORAES ROTEIRO DE ESTUDO SOBRE DOENÇAS DA IMUNIDADE 1. O que é doença auto-imune e quais os requisitos que garantem o diagnóstico relacionado à autoimunonidade? As doenças autoimunes (DAI) são um grupo de mais de 100 doenças relacionadas entre si, que envolvem qualquer órgão ou sistema do nosso organismo. Inclui doenças que atingem simultaneamente ou sequencialmente esses órgãos ou sistemas e outras dirigidas especificamente contra alguns deles, como sejam o sistema nervoso, os aparelhos digestivo e respiratório, pele, sangue, olhos, articulações e glândulas endócrinas, entre outros exemplos. O problema é o mesmo em todas as doenças autoimunes: o sistema imunitário fica desorientado, atacando o próprio corpo e os órgãos que deveria proteger. Como se trata de doenças que podem ser confundidas com qualquer outra doença, é muitas vezes difícil chegar a um diagnóstico só com um exame. A grande arma para orientar os exames é a história clínica (escutar as queixas dos doentes) e perante os antecedentes do doente e da família escolher cuidadosamente os exames a realizar. A atitude de realizar rapidamente todos os exames não produz um diagnóstico mais rápido, pelo contrário. Deve ser o seu médico assistente a orientar a realização desses exames. 2. Quais os tipos de doença autoimune? Alopecia Areata Anemia Aplástica Anemia Hemolítica Auto-imune Anemia Hemolítica Imune Induzida por Fármacos Angeíte Leucocitoclástica Cutânea Arterite de Células Gigantes Arterite de Takayasu Artrite Enteropática Artrite Idiopática Juvenil Artrite Psoriática Artrite Reactiva Artrite Reumatóide Ataxia Cerebelosa associada a Anticorpos Anti-Descarboxilase do Ácido Glutâmico Bronquiolite Obliterante Idiopática Cardiomiopatia Dilatada Cirrose Biliar Primária Colangite Esclerosante Primária Colite Ulcerativa Deficiência Adquirida do Factor X Degeneração Cerebelosa Paraneoplásica Dermatite Herpetiforme Dermatomiosite Diabetes Tipo I 3. O que é Tolerância Imunológica? A tolerância imunológica é o processo pelo qual o sistema imunológico não ataca o antígeno. Existem vários mecanismos que permitem a tolerância imunológica do organismo. Pode haver deleção clonal em que os clones reativos são eliminados pelo organismo. Anergia clonal em que os clones existem, mas não estão funcionais e ignorância clonal em que os clones estão presentes, mas o organismo não os utiliza. Pode também ser induzida a tolerância de forma externa, pela utilização de anticorpos anti-idiotipo ou pela estimulação das células supressoras. 4. Explique Tolerância Central. Tolerância central é o mecanismo através do qual as novas células T e células B tornam- se não reativas em relação ao próprio indivíduo. A tolerância central é distinta da tolerância periférica porque ocorre enquanto as células ainda estão presentes nos órgão linfáticos primários (timo e medula óssea), antes de serem exportadas para a periferia. A tolerância periférica é gerada depois das células atingirem a periferia. As células T reguladoras podem ser consideradas como mecanismos tanto central como periférico, já que podem geradas a partir de células T auto-reativas no timo durante a diferenciação de células T, mas exercem a sua função de supressão imunológica na periferia ou em outras células T auto-reativas. 5. Explique Tolerância Periférica. Tolerância periférica é uma tolerância imunológica desenvolvida após as células T e B terem amadurecido e se movimentem para a periferia. As células são controladas através de mecanismo de tolerância periférica. Este incluem a supressão das células auto-reativas por células T reguladoras e a geração de hiper-responsividade em linfócitos que encontram antígenos na ausência de sinais co-estimulatórios que acompanham a inflamação. 6. Explique como ocorre a Anergia. A alergia é uma deficiência do sistema imunitário que provoca uma reação a substâncias normalmente inócuas, denominadas alergênicos. Nesta secção irá aprender mais sobre o que despoleta a reação, a importância da IgE e o motivo por que a medição da IgE é um passo importante para gerir os sintomas e ajudar os doentes a sentir-se melhor. 7. Explique como ocorre supressão por células T regulatórias ou supressoras. Os linfócitos T reguladores (supressoras ou Th3) constituem ~ 10% das subpopulações de linfócitos T e a sua função última é manter a homeostasia e tolerância aos auto-antigénos. Isto é conseguido pela supressão da resposta imune de outras células. Este tipo de linfócitos caracterizam-se por expressarem CD4 e CD25 como marcadores celulares e o gene Foxp3. À semelhança das outras células T, o seu desenvolvimento ocorre no Timo sob ação de sinais específicos, onde adquirem características que as distinguem de todas as outras subpopulações linfocitárias T, sendo posteriormente exportadas para tecidos e órgãos periféricos. Aí funcionam como supressores da atividade efetora de potenciais linfócitos T auto-reativos. De um modo geral, as Th3 expressam: Uma proteína transmembranar, CD25, que é a cadeia alfa do receptor para a interleucina-2 (IL-2); Um fator de transcrição, Foxp3,que altera a expressão de muitos genes – funciona como enhancer para uns e suprime outros ( é o melhor marcador de células Th3); Uma proteína de superfície, o CTLA-4 ( Cytotoxic T-Lymphocyte- Associated antigen 4 ); Um receptor do tipo GITR (Glucocorticoid Induced TNF Receptor) Existem 2 tipo de linfócitos T reg CD4+ : Naturais e adaptativos. Os linfócitos Treg CD4+ naturais distinguem-se por serem anérgicos, isto é, não proliferarem em resposta a estímulos externos. A sua capacidade imunossupressora é exercida através do contato celular com linfócitos T auto-reativos. São caracterizados por expressarem à sua superfície as proteínas CTLA-4 e GITR Já os linfócitos Treg CD4+ do tipo adaptativo sofrem um processo de maturação adicional na periferia, adquirindo a sua capacidade imunossupressora em determinadas condições microambientais. Contudo, a expressão de CD25 pelos linfócitos Th3 deste tipo varia e o mecanismo imunossupressor é levado a cabo por citocinas inibidoras ( ex. IL-10, TGF- beta). Estudos recentes mostram que linfócitos T CD4+ com as características de linfócitos Treg CD4+ podiam ser gerados a partir de linfócitos T CD4+ CD25- naive, obtidos de recém- nascidos após estimulação via complexo TCR/CD3 in vitro na presença de IL-10 e IFN-alfa, o que apoia a existência destes linfócitos Treg induzidos/adaptativos. Os linfócitos Th3 expressam o TCR do tipo alfa-beta e só são ativadas se : Este ligar-se a uma molécula do tipo MHC-II, para a qual são específicas; Receberem estimulação de moléculas B7 (CD80 e CD86), presentes nas células apresentadoras de antígenos (APC). Quando as células T do tipo reguladoras são ativadas começam a secretar elevadas quantidades de interleucina-10 (IL-10). Esta citocina é um potente imunossupressor e pode ser uma das responsáveis pelos mecanismos pelos quais as células Treg inibem: A ativação e, portanto atuação das células Th1 que iriam auxiliar na imunidade mediada por células e na inflamação; Possivelmente, a ação dos CTL (CD8+ cytolitic T lumphocytes); 8. Explique como ocorre deleção clonal por morte celular induzida por ativação. Linfócitos T e B durante o desenvolvimento encontram antígenos próprios e tais células realizam deleção clonal através de um processo conhecido como apoptose ou morte celular programada. Por exemplo, células T que se desenvolvem no timo inicialmentenão expressam nem CD4 nem CD8. Tais células posteriormente adquirem ambos CD4 e CD8 e se chamam células duplo-positivas e expressam baixos níveis de αβ TCR. Tais células realizam seleção positiva após interagirem com moléculas de MHC classe I ou classe II expressadas no epitélio cortical. Durante este processo, células com baixa afinidade pelo MHC são selecionadas positivamente. Células não selecionadas morrem por apoptose, um processo chamado “morte por desprezo”. Em seguida, as células perdem CD4 e CD8. Tais células T então encontram peptídeos próprios apresentados pelas moléculas de MHC próprias expressadas nas células dendríticas. Aquelas células T com receptores de alta afinidade pelo MHC + peptídeo próprio fazem deleção clonal também chamada seleção negativa através da indução de apoptose. Qualquer distúrbio nesse processo pode conduzir ao escape de células T auto-reativas que podem disparar doença autoimune. Da mesma maneira, células B em início de diferenciação quando elas encontram antígeno próprio, associado a célula ou solúvel, entra em deleção. Assim, deleção clonal tem papel chave em assegurar tolerância para com um antígeno próprio. Tolerância periférica: A deleção clonal não é jogo fácil e frequentemente células T e B falham em realizar deleção e por isso essas células podem potencialmente causar doenças autoimunes se chegarem aos órgãos linfoides periféricos. Assim, o sistema imune descobriu alguns pontos de controle (check points) adicionais de forma que a tolerância possa ser mantida. Morte celular induzida por ativação: Células T com a ativação não somente produzem citocinas e carreiam suas funções efetoras mas também morrem por morte celular programada ou apoptose. Nesse processo, o feceptor de morte (Fas) e seu ligante (FasL) exercem papel crucial. Assim, células T normais expressam Fas, mas não FasL. Com a ativação, células T expressam FasL que se ligam a Fas e disparam apoptose pela ativação da caspase-8. A importância da Fas e FasL é claramente demonstrada pela observação de que ratos com mutações em Fas (mutação lpr) ou FasL (mutação gld) desenvolvem severa doença linfoproliferativa e autoimune e morrem em 6 meses, enquanto que ratos normais vivem até 2 anos. Mutações semelhantes nesses genes de apoptose em humanos leva à doença autoimune chamada síndrome autoimune limfoproleferativa (ALPS). 9. Explique como ocorre sequestro de antígenos. O choque hipovolêmico também chamado choque hemorrágico, é a principal causa de morte de vítimas politraumatizadas (acidentes, quedas, etc.), é ocasionado por uma diminuição do fluxo sanguíneo proporcionando uma perfusão tecidual diminuída e lesão celular irreversível, isto pode levar a falência do sistema circulatório. Ele pode ter origem por uma desidratação, queimaduras e por severas perdas sanguíneas. Sendo necessária a instalação adequada de medidas de reposição de volume para corrigir o quadro clínico. 10. Como esses mecanismos relacionados à tolerância periférica podem estar relacionados com a incidência de doenças autoimunes. Raciocine por mecanismo. Células linfóides podem não ser expostas a alguns antígenos próprios durante sua diferenciação, porque elas devem ser antígenos de desenvolvimento tardio ou podem estar confinadas em órgãos especializados (ex. testículos, cérebro, olho, etc.). A liberação de antígenos desses órgãos resultantes de trauma ou cirurgia podem levar à estimulação de uma resposta imune e iniciação de uma doença autoimune. 11. Como os genes de suscetibilidade podem gerar a incidência de doenças auto-imunes? Estudos em camundongos e observações em humanos sugerem uma predisposição genética a doenças autoimunes. Associação entre certos tipos de HLA e doenças autoimunes têm sido notadas (HLA: B8, B27, DR2, DR3, DR4, DR5 etc.). 12. Sobre Lúpus Eritematoso Sistêmico descreva resumidamente: a. Etiopatogenia O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Não se sabe exatamente o causa esse comportamento anormal, mas pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como genética e meio ambiente. Esses mesmos estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada. O que a ciência ainda não sabe é quais são todos esses componentes. Os pesquisadores, no entanto, têm alguns palpites: • Luz solar: a exposição à luz do sol pode iniciar ou agravar uma inflamação preexistente a desenvolver lúpus • Medicamentos: lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Pessoas com sintomas parecidos com os do lúpus geralmente param de apresentar quando interrompem o uso. b. Principais aspectos clínicos Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem. Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são: • Fadiga • Febre • Dor nas articulações • Rigidez muscular e inchaços • Rash cutâneo - vermelhidão na face em forma de "borboleta" sobre as bochechas e a ponta do nariz. Afeta cerca de metade das pessoas com lúpus. O rash piora com a luz do sol e também pode ser generalizado • Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol • Dificuldade para respirar • Dor no peito ao inspirar profundamente • Sensibilidade à luz do sol • Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória • Linfonodos aumentados • Queda de cabelo • Feridas na boca • Desconforto geral, ansiedade, mal-estar. Outros sintomas de lúpus dependem de qual é a parte do corpo afetada: • Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade. • Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito. • Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia) • Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar • Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenômeno de Raynaud). Alguns pacientes têm apenas sintomas de pele. Esse tipo é chamado de lúpus discoide. c. Diagnóstico É difícil realizar o diagnóstico para lúpus, pois os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mudam com o passar de tempo, sobrepõem-se uns aos outros e confundem-se com os sintomas de outras doenças. O médico realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio. Um som anormal chamado atrito pericárdico ou atrito pleural poderá ser escutado. Um exame do sistema nervoso também pode ser realizado. Os exames usados para diagnosticar o lúpus incluem: • Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares. • Hemograma completo • Radiografia do tórax • Biópsia renal • Exame de urina. d. Morfologia Os auto-anticorpos também podem atacar as células sanguíneas produzidas pela medula óssea. A alteração mais comum é a anemia, que ocorre não só pela destruição das hemácias, mas também pela inibição da produção na medula óssea. Outra alteração hematológica comum é a diminuição dos glóbulos brancos (leucócitos), chamada de leucopenia. O mecanismo é o mesmo da anemia, destruição e inibição da sua produção. Seguindo o mesmo raciocínio também podemos encontrar a reduçãodo número de plaquetas, chamado de trombocitopenia. Quando temos queda das três linhagens sanguíneas ao mesmo tempo (hemácias, leucócitos e plaquetas) damos o nome de pancitopenia. Qualquer uma dessas alterações pode ser fatal, seja por grave anemia, por infecções devido à baixa contagem de glóbulos brancos ou por sangramentos espontâneos devido à queda das plaquetas. Aumento dos linfonodos e do baço também são um achado comum no lúpus e podem ser confundidos com linfoma. Outro problema comum no lúpus é o surgimento de tromboses. A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo é uma doença que ocorre com frequência nos pacientes com lúpus e está associada à formação de múltiplos trombos, tanto nas artérias como nas veias, podendo levar a quadros de AVC, infarto renal, isquemia dos membros, trombose venosa das pernas e embolia pulmonar. 13. Sobre Artrite Reumatóide descreva resumidamente: a. Etiopatogenia Diferentes fatores podem causar artrite reumatoide. O principal é ter grau de parentesco com pessoas que têm a doença. Segundo Roberto Heymann, assistente doutor da disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a carga genética passada de pai para filho pode conter genes que estão associados à artrite. Além dos fatores genéticos, a artrite reumatoide também pode estar associada a infecções virais e bacterianas. “Vírus e bactérias podem cair na corrente sanguínea e desencadear um desequilíbrio no sistema imunológico, resultando assim num quadro de artrite reumatoide”, alerta Tatiana. Ela conta que infecções urinárias, dores de dente e dores de garganta são alguns dos fatores que podem levar ao problema. O cigarro também pode ser visto como um facilitador para o desenvolvimento da artrite reumatoide, inclusive pessoas que não fumam, mas têm contato com fumantes, também correm risco. Os especialistas dizem que até mesmo fatores ambientais podem ser um gatilho para o desenvolvimento de artrite reumatoide. Poluentes como a sílica, elemento principal que constitui a areia, são alguns dos que podem predispor a doença. b. Principais aspectos clínicos. Os sinais e sintomas da artrite reumatoide são: • Dor nas articulações dos dedos das mãos e pés • Dor nas articulações dos joelhos e tornozelos • Dor nas articulações dos cotovelos e ombros • Dor na região do quadril • Dor, inchaço e aumento da temperatura nas articulações • Rigidez matinal, que pode durar horas • Caroços firmes de tecido sob a pele dos braços (nódulos reumatoides) • Rigidez e dificuldade para movimentar certas articulações no período da manhã • Fadiga • Febre • Perda de peso não intencional. Os sinais e sintomas da artrite reumatoide podem variar em termos de gravidade e, também, podem ser intermitentes, ou seja, aparecer e desaparecer em seguida. Períodos de maior atividade da doença, chamados de crises, alternam-se com períodos de remissão relativa - quando o inchaço e a dor das juntas (articulações) desaparecem ou ficam menos frequentes. Além disso, a inatividade da doença também pode ser percebida nos exames laboratoriais. c. Diagnóstico O diagnóstico de artrite reumatoide leva em consideração diferentes aspectos. Isso acontece porque não existe um exame específico para detectar a doença. Primeiramente, o médico irá perguntar sobre o histórico médico pessoal e familiar do paciente, a fim de descobrir se o indivíduo possui casos de artrite reumatoide na família e se apresenta fatores de risco, como tabagismo, que podem facilitar o desenvolvimento da doença. Além disso, também será necessária a realização de exames físicos no consultório. Nesse momento, o médico irá examinar as juntas procurando inchaço, dores ou limitações na realização dos movimentos. O médico também tentará detectar se os membros estão quentes, pois esse é um fator indicativo de inflamação. d. Morfologia Na artrite reumatoide, o sistema imunológico, responsável por proteger o nosso organismo de vírus e bactérias, também ataca os tecidos do próprio corpo – especificamente a membrana sinovial, uma película fina que reveste as articulações. O resultado desse ataque é a inflamação das articulações e consequente dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas mãos e nos pés. É importante lembrar que, por ser sistêmica, ela pode ocorrer em outras articulações, tais como joelhos, tornozelos, ombros e cotovelos, além de outras partes do organismo (pulmão, olhos, coluna cervical). Em outras palavras, embora a principal característica da artrite reumatoide seja a inflamação das articulações, várias regiões do corpo também podem ser comprometidas. Se não for tratada adequadamente, a inflamação persistente das articulações pode levar ao comprometimento das juntas, provocando deformidades e limitações nas atividades do dia a dia. 14. Sobre Síndrome de Sjogren descreva resumidamente: a. Etiopatogenia A causa da Síndrome de Sjögren ainda é desconhecida, mas sabe-se que trata-se de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células e tecidos saudáveis do corpo por engano. Neste caso, o alvo desses ataques são, geralmente, as glândulas lacrimais e salivares. No entanto, a síndrome também pode afetar as articulações, músculos, a tireoide, os rins, fígado, pulmões, a pele e até mesmo os nervos. Causas ambientais e genéticas são relacionados à ocorrência da doença, embora os médicos ainda não saibam afirmar com certeza se alguns genes específicos ou algum comportamento em especial estejam diretamente envolvidos nas causas da Síndrome de Sjögren. b. Principais aspectos clínicos. Os dois principais sintomas da Síndrome de Sjögren são: • Olhos secos, incluindo sensação de queimação, coceira ou como se houvesse areia • Boca seca acompanhada de dificuldade para engolir ou falar. No entanto, dependendo do caso, um paciente diagnosticado com a síndrome de Sjögren também pode apresentar: • Dor, inchaço e rigidez nas articulações • Inchaço das glândulas salivares - particularmente o conjunto localizado atrás da mandíbula e na frente das orelhas • Erupções cutâneas ou pele seca • Secura vaginal • Tosse seca e persistente • Fadiga prolongada. c. Diagnóstico Os sinais e sintomas da Síndrome de Sjögren costumam variar de pessoa para pessoa e são muito semelhantes aos causados por outras doenças e a alguns efeitos colaterais provocados por medicamentos. Existe uma variedade considerável de exames que pode ajudar a diagnosticar a síndrome por critério de exclusão: • Exames de sangue para medir os níveis de anticorpos e demais células presentes no sangue • Exames oftalmológicos, como o teste da lágrima de Schirmer • Exames de imagem, como sialograma (um tipo de raio-X específico) e cintilografia salivar • Biópsia labial. d. Morfologia As glândulas salivares são sítio frequente de patologias localizadas e sistêmicas, apresentando infiltração de células inflamatórias, acompanhada de alterações morfológicas e funcionais. Utilizando-se da técnica da imunohistoquímica foi avaliada a presença e a distribuição de células mononucleares, identificadas pelos anticorpos monoclonais CD20, CD45RO, CD8, CD57, CD68 e Plasma Cell, em glândulas salivares menores de lábio inferior de pacientes com Síndrome de Sjögren, uma exocrinopatia de natureza autoimune. Os mesmos procedimentos foram realizados para casos de sialadenites inespecíficas, não auto imunológicas. Os resultados comparativos entre ambas as patologias, para cada um dos anticorpos usados, não foram estatisticamente significativos. Entretanto, o infiltrado inflamatório nas glândulas salivares na SS apresentaramdistribuição focal e tendência à maior concentração de células CD20+, CD45RO+ e CD57+, em comparação às sialadenites inespecíficas. Estas, por sua vez, mostraram padrão inflamatório predominantemente difuso e tendência à maior concentração de células CD68+, Plasma Cell e CD8, em relação à SS. Os resultados sugerem que na SS, a resposta imunológica é caracterizada pela organização de áreas semelhantes e folículos linfóides, para a diferenciação de linfócito B em células produtoras de imunoglobulinas, com o auxílio de subclasses de linfócitos T. Nas sialadenites inespecíficas, a resposta imunológica é secundária as alterações atróficas locais, de caráter autolimitante e, sem ocasionar maiores prejuízos funcionais (AU). 15. Sobre Pênfigo descreva resumidamente: a. Etiopatogenia A enfermidade autoimune é caracterizada pela formação de bolhas por todo o corpo que, ao se romperem, podem servir de porta de entrada para infecções e culminar em sepse se não tratadas adequadamente. As bolhas são resultado do ataque do sistema imunológico a uma proteína normalmente existente na camada mais superficial da epiderme denominada desmogleína 1 – que ajuda a manter as células da pele aderidas umas às outras. O ataque a uma proteína própria do organismo é resultado de desgranulação do sistema imunológico e pode ser atribuído a inúmeros fatores. b. Principais aspectos clínicos. O pênfigo é um termo que abrange um grupo de doenças incomuns, que se caracterizam pelo surgimento de bolhas na pele e nas mucosas (oral, vaginal e peniana). Todos apresentam em comum à localização das bolhas, que é a epiderme (camada mais superficial da pele). c. Diagnóstico A confirmação do diagnóstico é feito por meio de uma detalhada análise ao microscópio de um fragmento de pele lesada (bolha). d. Morfologia Os pênfigos são doenças relativamente raras caracterizados pela formação de bolhas na pele e, às vezes, também nas mucosas (como boca, garganta, olhos, nariz e região genital de homens e mulheres). São consideradas doenças autoimunes, desencadeadas porque o sistema imunológico produz, de forma equivocada, anticorpos contra estruturas da pele, que são responsáveis pela união entre as células (como se fosse um “cimento”). Esses anticorpos chegam à pele e nas mucosas por meio da circulação, se ligam a partes desse “cimento” e o danifica, fazendo com que as células se separem. Após essa separação há passagem de líquido e formação das bolhas. Essas bolhas acabam se rompendo após algum tempo (horas a dias, dependendo do local e do tipo de pênfigo) e deixam feridas na pele e nas mucosas, que demoram bastante para fechar, e às vezes não fecham. Não se sabe o que leva a formação desses anticorpos. Não são doenças hereditárias, ainda que haja alguns genes envolvidos. Não há fatores do ambiente, da alimentação, ou mesmo emocionais que sejam responsáveis pelo surgimento dos pênfigos. Alguns medicamentos podem, raramente, desencadear essas doenças. É muito importante lembrar que, como outras doenças autoimunes, os pênfigos não são doenças contagiosas. Podem aparecer em qualquer idade (crianças, jovens, adultos e idosos), mas são mais frequentes em pessoas a partir dos 40-50 anos, tanto homens como mulheres. É diagnosticada no mundo todo, mas existe um tipo específico de pênfigo, conhecido como “fogo selvagem”, que é mais frequente no Brasil, sobretudo em áreas rurais. 16. Sobre Líquen Plano descreva resumidamente: a. Etiopatogenia A causa exata do líquen plano ainda é desconhecida. Algumas hipóteses sobre suas causas são aventadas, como: imunológica, psicogênica, neurológica, infecciosa ou ainda causada por metais pesados como ouro e mercúrio. b. Principais aspectos clínicos. Os principais sinais e sintomas de líquen plano incluem: Lesões orais: • O líquen plano oral é uma forma de líquen plano e pode ou não estar associada a lesões de pele. As manifestações são mais comuns na mucosa oral, porém pode afetar qualquer outra mucosa do corpo. • Pode se apresentar de várias formas, dentre elas: bolhosa, em placa, hipertrófica ( placa mais grossa), papulosa, erosiva • Pode ser doloroso • São localizados nas laterais da língua, parte interna da bochecha e gengiva • Se apresentam como manchas azuis esbranquiçadas • Formam linhas em forma de uma rede Lesões de pele: • São normalmente encontradas na parte interna dos pulsos, pernas, genitais. • Coçam muito • Aparecem simetricamente (em ambos os pulsos, por exemplo). • Ocorrem em lesões únicas ou múltiplas • Podem ser cobertos por finas listras brancas (chamados de estrias de Wickham) • Têm aparência brilhante e escamosa • Possuem uma coloração vermelha-arroxeada na pele c. Diagnóstico Pode concluir o diagnóstico baseando-se apenas na aparência das lesões presentes na pele e na boca. Se necessário for, uma biópsia de lesão pode confirmar o diagnóstico de líquen plano. Exames de sangue podem ser feitos para descartar outras possíveis, causas, como hepatite. d. Morfologia Líquen plano é uma doença que afeta mucosa e pele e apresenta natureza inflamatória crônica, incidindo em cerca de 2% da população e acometendo de maneira mais usual mulheres acima dos 40 anos de idade. As lesões orais são mais frequentes que as cutâneas e mais resistentes ao tratamento e, em geral, associam-se ao estresse. O aspecto bucal é variado, podendo as lesões estarem dispostas de modo linear, anular ou reticular, fazendo com que se assumam diferentes formas clínicas: forma erosiva, forma reticular, forma atrófica, forma bolhosa, forma de placa e forma papular. 17. Sobre Psoríase descreva resumidamente: a. Etiopatogenia Não se sabe a causa exata da psoríase. O que se acredita até agora é que em nosso sistema imunológico existe uma célula conhecida como célula T, que percorre todo o corpo humano em busca de elementos estranhos, como vírus e bactérias, com o intuito de combatê-los. Se a pessoa tem psoríase, as células T acabam atacando células saudáveis da pele, como se fosse para cicatrizar uma ferida ou tratar uma infecção. Isso costuma trazer várias consequências, como a dilatação de vasos sanguíneos e o aumento no número de glóbulos brancos, que avançam para camadas mais externas da pele de forma muito rápida, provocando lesões avermelhadas. b. Principais aspectos clínicos. Os sintomas da psoríase variam de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem os seguintes: • Lesões avermelhadas na pele, cobertas com uma camada brancoprateada e descamativa • Pequenas manchas vermelhas • Pele seca, com facilidade para sangramentos. • Unhas espessas e esfareladas, amareladas, descoladas e com furinhos na superfície • Inchaço nas articulações • Articulações rígidas e doloridas • Placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. c. Diagnóstico O diagnóstico da psoríase é clínico, em que o médico faz um exame físico, analisando os aspectos da pele, unhas e couro cabeludo, e verificando se os sintomas realmente representam psoríase. O profissional também deverá levar em conta o histórico familiar do paciente para psoríase, uma vez que já que ter algum parente com a doença aumenta as chances de desenvolvê-la. O especialista também pode pedir para o paciente fazer uma biópsia da pele afetada para confirmar o diagnóstico. d. Morfologia A psoríase é uma doença crônica, autoimune - ou seja, em que o organismo o ataca mesmo - não contagiosa e que pode ser recorrente. Ela tem gravidade variável, podendo apresentar desde formas leves e facilmente tratáveis até casos muito extensos, que levam à incapacidadefísica, acometendo também as articulações. 18. Sobre Esclerose sistêmica descreva resumidamente: a. Etiopatogenia A causa da esclerodermia é desconhecida. As pessoas com essa doença têm um acúmulo de colágeno na pele e em outros órgãos do corpo. Esse acúmulo leva a surgimento dos sintomas da doença. A esclerodermia disseminada pode ocorrer com outras doenças autoimunes, incluindo lúpus e polimiosite. Nesses casos, a doença é chamada de doença mista do tecido conjuntivo. b. Principais aspectos clínicos. Esclerose sistêmica, este tipo de esclerodermia pode afetar grandes áreas da pele ou órgãos, como o coração, os pulmões e os rins. Existem dois tipos principais de esclerodermia sistêmica: doença limitada (síndrome CREST) e doença difusa. Os sintomas da esclerodermia na pele podem incluir: • Dedos das mãos ou dos pés que ficam azulados ou brancos em reação a temperaturas altas e frias • Perda de cabelo • Rigidez da pele • Pele anormalmente clara ou escura • Espessamento da pele, rigidez e endurecimento dos dedos, das mãos e do antebraço. • Pequenos nódulos brancos abaixo da pele que às vezes liberam uma substância branca • Feridas (úlceras) na ponta dos dedos das mãos ou dos pés • Pele do rosto rígida e repuxada Problemas respiratórios podem ser resultado de cicatrizes nos pulmões e também podem incluir: • Tosse seca • Falta de ar • Respiração ofegante Os sintomas nos ossos e nos músculos podem incluir: • Dor nas articulações • Dormência e dor nos pés • Dor, rigidez e inchaço nos dedos e nas articulações • Dor no pulso Problemas no trato digestivo podem incluir: • Inchaço após as refeições • Constipação • Diarreia • Dificuldade para engolir • Refluxo do esôfago ou azia • Problemas para controlar as fezes (incontinência fecal) c. Diagnóstico A esclerodermia pode tomar muitas formas e afetar áreas diferentes do corpo. Justamente por isso, pode ser difícil de diagnosticar. Depois de um exame físico completo, o médico ou médica pode sugerir exames de sangue para verificar os níveis de certos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico. O especialista pode remover uma pequena amostra de tecido (biópsia) da pele afetada para que possa ser examinado em laboratório, a fim de verificar anormalidades. O paciente também pode precisar realizar testes de respiração (testes de função pulmonar), uma tomografia computadorizada de seus pulmões e um ecocardiograma. d. Morfologia A pele espessada na esclerodermia é causada por uma superprodução de colágeno. O acúmulo anormal de tecido colágeno se chama fibrose. O colágeno é um componente normal da pele e de muitos órgãos internos. Contudo, na esclerodermia o balanço entre a produção e a quebra do colágeno está alterado, de maneira que um excesso de colágeno é produzido. Na esclerodermia localizada, este processo está confinado às áreas de pele afetada. Na ES, o excesso de colágeno pode causar fibrose afetando coração, pulmões e tubo digestivo. O colágeno é produzido pelos fibroblastos (um tipo de célula que é constituinte de muitos tecidos do nosso organismo), que podem ser ativados para produzirem mais colágeno que o normal. Em circunstâncias normais, a produção de tecido cicatricial é o último passo no processo de cicatrização que ocorre após injúria tecidual ou infecção. Isto ocorre na pele após um corte. Os fibroblastos são ativados pelo sistema imunológico para produzir colágeno como parte do processo normal de cicatrização. O processo cicatricial resultante resulta em diminuição da flexibilidade e disfunção dos órgãos envolvidos. O terceiro problema na esclerose sistêmica é a perda da regulação do sistema imunológico, resultando num ataque imunológico contra estruturas do próprio organismo. Alguns destes auto-anticorpos são encontrados em outras doenças autoimunes, enquanto outros são específicos de alguma doença em particular. 19. Como ocorre o reconhecimento imunológico dos alotransplantes? O sucesso de qualquer transplante está na capacidade de controlar a resposta imune, permitindo a adaptação do transplante e evitando a sua rejeição. Os principais genes responsáveis pelo reconhecimento de antígenos externos, o complexo de histocompatibilidade maior (MHC), estão localizados no braço curto do cromossoma 6. Nos seres humanos, estes genes codificam várias proteínas da superfície da membrana celular. Estes aloantígenos são conhecidos como antígenos de leucócitos humanos (HLA – Human leukocyte antigens) e o seu elevado polimorfismo permite ao sistema imunitário reconhecer antígenos self e non-self. Os genes MHC podem ser divididos em duas classes: Os MHC de classe I (HLA-A, HLA-B e HLA-C) encontram-se em praticamente todas as superfícies celulares. Esta classe de MHC reconhece antígenos proteicos externos, incluindo tecidos transplantados e são reconhecidos por linfócitos T com especificidade antigénica. Geralmente, as moléculas de classe I são reconhecidas por linfócitos T citotóxicos ou CD8+. Por outro lado, os MHC de classe II (HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ) apenas se encontram em células que apresentam antígenos (APC – antigen-presenting cells) como os linfócitos B, macrófagos e células dendríticas. Pensa-se que os MHC de classe II são os que desempenham o papel predominante na resposta imunitária inicial a antígenos de tecidos transplantados. Ao entrarem em contato com um antígeno non-self, os HLA de classe II ativam os linfócitos TH (helper ou CD4+) que, por sua vez, sofrem uma expansão clonal através da produção de citoquinas reguladoras. O processo de reconhecimento de antígenos transplantados é conhecido como alorreconhecimento e poderá ocorrer por duas vias distintas. A via direta envolve receptores nos linfócitos T do hospedeiro que reconhecem antígenos intactos nas células do órgão transplantado. A via indireta requer uma célula apresentadora de antígeno (APC) que processa o antígeno e o apresenta às células CD4+. A interação entre os linfócitos T e a APC é um processo complexo e ativa outras vias de sinalização celular. Porém, a apresentação do antígeno através do complexo de receptores de linfócitos T por si só não é suficiente para ativar os linfócitos T. Um segundo sinal, independente do antígeno, é necessário e poderá ser dado através de várias moléculas acessórias como a B7, moléculas de adesão intercelular (ICAMs) ou o ligando CD48. Uma vez feito o reconhecimento, ocorre uma importante cascata de eventos ao nível celular. A cinase protéica C é uma enzima responsável pela fosforilação de várias proteínas, resultando na libertação de cálcio intracelular ionizado. Este cálcio intracelular vai ligar-se a uma proteína reguladora dependente de cálcio, a calmodulina, formando um complexo que irá ativar outras fosfatases, em particular a calcineurina. Esta proteína desempenha um papel preponderante na ativação da transcrição do gene da IL-2 e vai desfosforilar o fator nuclear de linfócitos T ativas (NFAT- nuclear fator of activated T cells). O NFAT desfosforilado migra do citoplasma para o núcleo e adere a locais promotores, induzindo a produção de citoquinas. 20. Explique os mecanismos efetores de rejeição de transplantes. Em transplantações clinicas, podem ocorrer três tipos principais de rejeição: hiperaguda, aguda e crônica. Independentemente do tipo de rejeição, sinais de perigo incluem febre, sintomas febris, hipertensão, edemas ou aumento súbito de peso, mudança no ritmo cardíaco, falta de ar e dor e sensibilidade no local do transplante. Rejeição hiperaguda Ocorrendo minutos ou dias após a transplantação, a rejeição hiperaguda deve-seà reação dos anticorpos IgG contra a classe I HLA no órgão transplantado. A função do órgão perde-se como resultado da deposição de anticorpos, ativação do complemento e destruição vascular. Os transplantes renais são muito susceptíveis à rejeição hiperaguda. Atualmente, este tipo de rejeição pode ser prevenido detectando o anticorpo com cross-matching simples antes da transplantação. Rejeição aguda A rejeição aguda é a mais comum, ocorrendo frequentemente nos primeiros 6 meses após a transplantação. Após 6 meses, o corpo adapta-se ao novo órgão e a rejeição aguda é menos provável. Este tipo de rejeição é mediado por linfócitos T, que infiltram o alograft, sofrem expansão clonal e causam destruição de tecidos. As drogas imunossupressoras são muito eficazes na prevenção deste tipo de rejeição. Rejeição crônica Rejeição crônica é o termo usado quando a função do alograft se vai lentamente deteriorando, existindo evidências histológicas de hipertrofia e fibrose. Pode ocorrer em todos os tipos de transplante de órgãos. Em transplantes do coração, manifesta-se tal como uma doença da artéria coronária; em transplantes do pulmão, como bronchiolitis obliterans e em transplantes renais como fibrose intersticial progressiva, atrofia tubular e isquemia glomerular. O fígado parece ser menos afetado pela rejeição crónica, mas quando ocorre, perde-se epitélio biliar, levando eventualmente a hyperbilirubinemia e falha no funcionamento do transplante. A etiologia da rejeição crónica não é clara. Há algumas provas de que esta rejeição possa representar uma rejeição aguda de baixo grau. Em todos os órgãos a patofisiologia é semelhante: hipertrofia progressiva das artérias pequeno-médias que acaba por levar a fibrose intersticial, atrofio e eventual falha no transplante. Apesar de a rejeição crônica ocorrer tendencialmente mais tarde no período pós-transplantação, pode desenvolver-se 6 a 12 meses após a transplantação. Infelizmente não existe um tratamento padrão para rejeições crónicas. 21. Quais os aspectos morfológicos da Rejeição aguda e da crônica. As alterações vasculares da rejeição crônica consistem em densa fibrose obliterativa da íntima, principalmente nas artérias corticais. Estas lesões vasculares resultam em isquemia renal, manifesta por perda glomerular, fibrose intersticial e atrofia tubular, além de encolhimento do parênquima renal. Os glomérulos podem mostrar cicatrizes com duplicação das membranas basais; este aspecto, algumas vezes, é chamado glomerulopatia crônica dos transplantes. 22. Explique o que são imunodeficiências primárias e exemplifique. As imunodeficiências primárias (IDPs ou PIDs) são distúrbios geneticamente herdados que envolvem o sistema imune e suas respostas, predispondo os indivíduos afetados a infecções recorrentes e graves, desregulação do sistema imune com doenças autoimunes e malignidade. As IDPs apresentam muitas semelhanças clínicas com as imunodeficiências secundárias, que podem ocorrer durante certas infecções virais, após o uso de imunossupressores no transplante, durante o tratamento de doença autoimune sistêmica ou em associação com a quimioterapia no câncer. Mais de 150 alterações genéticas associadas a imunodeficiências já foram identificadas. As IDPs apresentam incidências estimadas que variam de 1:2.000 a 1:10.000 nascidos vivos e a prevalência para a população geral é de 1:10.000. Esses dados são subestimados, pois o diagnóstico nem sempre é feito e muitos pacientes morrem antes disso. As IDPs acometem mais o sexo masculino do que o feminino na infância (5:1), havendo equilíbrio na vida adulta (1:1). Essas doenças geralmente são classificadas de acordo com o segmento do sistema imune que está alterado. Os defeitos podem afetar predominantemente a imunidade específica (deficiência humoral, celular ou combinada, atingindo os braços humoral e celular) e a imunidade inata (deficiência de fagócitos e sistema complemento), respondendo a deficiência humoral ou anticórpica pela metade dos casos de IDPs. A deficiência celular e de fagócitos responde por 20-30% das IDPs, enquanto a deficiência de complemento, por menos de 1%. Os tipos mais comuns de IP incluem: Agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X (XLA); Imunodeficiência Variável Comum (CVID) / Hipogamaglobulinemia; Síndrome de Hiper-IgM; Deficiência Seletiva de IgA; Deficiência de Subclasse de IgG; Imunodeficiência Combinada Grave (SCID); Síndrome de Wiskott-Aldrich; Síndrome de DiGeorge; Ataxia- telangiectasia. 23. Sobre AIDS descreva: a. Conceito. A AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. b. Agente etiológico e suas principais características. A Aids é membro de um grupo de síndromes clínicas causadas por um retrovírus, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), este por sua vez possui genoma RNA, da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae [lentivírus - incluem os vírus: visna de carneiro, imunodeficiência bovina, felina e símia (chimpanzés africanos)]. Pertencente ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que para multiplicar- se necessitam de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então integra-se ao genoma do hospedeiro, provocando infecção latente a longo e curto prazo, ocasionando de forma progressiva e fatal síndromes debilitantes acompanhadas de degeneração do Sistema Nervoso Central (SNC). Em condição experimentais controladas as partículas virais intracelulares sobrevivem no meio externo por até no máximo um dia, já as partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias em temperatura ambiente ou até 11 dias a 37 ºC. Observa-se ainda, que todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%, possuindo desta forma, a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. O HIV apresenta em seu gênese uma partícula infecciosa que consiste de dois filamentos idênticos de RNA, cada um com aproximadamente 9,2 quilobase (Kb) de comprimento, acondicionadas dentro de um centro de proteínas virais cercadas por um envoltório de bicamada lipídica derivada da membrana celular do hospedeiro, mas incluindo proteínas de membranas codificadas viralmente. O genoma do HIV compartilha sua estrutura básica das sequências de ácidos nucleicos características de todos os retrovírus conhecidos, incluindo os seguintes elementos: Longas Repetições Terminais (LTR) em cada extremidade do genoma, que regulam a integração viral no genoma do hospedeiro, sequências gag (antígeno especifico ao grupo), que codificam proteínas estruturais do cerne; sequências env (envelope), codificando as glicoproteínas gp 120 e gp 41 do envoltório, necessárias para a infecção das células; e sequência pol (polimerase) codificando a transcriptase reversa, a endonuclease e as enzimas protease virais necessárias para a replicação do vírus. Além desses três genes retrovírais padrão, o HIV contém vários outros genes acessórios, incluindo tat, ver, vif, nef, vpr e vpu que são responsáveis pela regulação da síntese e da montagem das partículas virais infecciosas e da patogenicidade do vírus, esta variabilidade considerável no seu genoma dificulta o desenvolvimento de uma vacina para combatê-lo. c.Células alvo. A Aids é causada pelo vírus HIV que insere seu material genético no DNA de células-alvo hospedeiras, principalmente de linfócitos CD4, células de defesa do sistema imunológico humano. Destruindo-as após ampla replicação em seu interior. Esta replicação do vírus provoca a morte das células-alvo, causando imunodeficiência e predispondo os indivíduos com HIV/AIDS a inúmeras infecções oportunistas. d. Formas de transmissão. A AIDS é transmitida pelo contato desprevenido com o sangue, sêmen, leite materno, e fluidos vaginais infectados pelo vírus. Por tal motivo, o uso de instrumentos perfurocortantes sem terem sido previamente esterilizados, transfusão de sangue contaminado; sexo oral, anal e vaginal sem uso de camisinha; e gravidez, parto e aleitamento de bebê cuja mãe é portadora, são as principais formas de contágio. Por meio desses fluidos, o vírus penetra no corpo, infectando as células do sistema imune, primariamente linfócitos T que expressam moléculas CD4 em sua superfície. Lá, replica-se, bloqueando a síntese de proteínas importantes para o metabolismo e suprimindo genes responsáveis pelo reparo nas alterações do DNA. Assim, compromete o sistema imune ao longo do tempo, deixando o indivíduo vulnerável à ação de outras doenças, ditas oportunistas, como tuberculose e infecções fúngicas. e. Formas de prevenção. Com relação à transmissão via contato sexual a maneira mais indicada é usando preservativo durante todo o tempo, e em todas as relações. Hoje em dia existem dois tipos de preservativo (também conhecido como camisinha): a masculina e a feminina. Outra maneira é pela utilização de agulhas ou seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de maneira correta antes do uso. Em transfusões de sangue deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do vírus HIV para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma pessoa saudável. f. Etiopatogenia completa (de infecção inicial até reinfecção de outras células). O vírus é contraído pelo contato sexual ou com sangue contaminado. No primeiro caso, acredita-se que ele grude em células imunológicas chamadas dendríticas, presentes nas mucosas da boca, da vagina, do pênis, do reto e do trato gastrointestinal. Elas o transportam aos nódulos linfáticos (onde são produzidas e armazenadas células de defesa). Como precisa de uma célula hospedeira para se manter vivo, o HIV age já nas primeiras horas após a infecção. Ele tem uma espécie de “encaixe” que o conecta perfeitamente a receptores na membrana das células T CD4+, um tipo de linfócito que organiza a reação do corpo a invasores. Mas outros órgãos, como o cérebro, também podem ser afetados e usados como esconderijo. O vírus então libera uma enzima chamada transcriptase reversa, que altera seu próprio material genético, convertendo-o de RNA para DNA. Isso permite que ele se integre ao código genético da T CD4+. Uma das classes de medicamentos para tratamento anti-HIV bloqueia justamente essa enzima. O HIV pode permanecer inativo por muitos anos. O invasor continua produzindo novas enzimas com diferentes funções, como a replicação de seu material genético, a criação de proteínas longas e a quebra dessas proteínas. Depois, esses “pedaços” são unidos ao seu próprio DNA. É isso que lhe permite criar a base para “se duplicar”. Parte do coquetel anti-HIV visa bloquear uma dessas enzimas, a protease. O novo vírus se separa da célula T CD4+ e rouba uma parte de sua membrana, com todas as estruturas necessárias para se juntar a outra T CD4+ e reiniciar o processo. Isso significa que o HIV passou a gerar cópias de si mesmo. Com seu funcionamento gravemente afetado, as T CD4+ vão se tornando menos eficientes e perdendo sua habilidade de combater outras doenças. O número de células T CD4+ diminui. Normalmente, temos entre 800 e 1200 delas por milímetro cúbico de sangue. Quando esse total fica abaixo de 200, o organismo se torna vulnerável a infecções oportunistas. Além disso, o paciente sofre com perda de peso, diarreia e problemas neurológicos. É a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). g. Explicação para resistência à infecção de algumas pessoas. Na década de 1990, pesquisadores mostraram que, entre aqueles que são naturalmente imunes ao HIV – que representam 1 em cada 200 infectados –, uma grande parte carregava um gene específico, denominado HLA B57. Agora, um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos revelou um novo fator que contribui para a capacidade desse gene em conferir imunidade. O estudo é destaque na edição desta quinta-feira (6/5) da revista Nature. O grupo, liderado pelos professores Arup Chakraborty, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Bruce Walker, do Instituto Médico Howard Hughes, descobriu que a presença do HLA B57 faz com que o organismo produza mais linfócitos T – glóbulos brancos que atuam na proteção contra infecções. Pessoas com o gene têm um número maior de linfócitos T, que se grudam fortemente com mais pedaços do HIV do que aqueles que não têm o gene. Isso aumenta as chances de os linfócitos reconhecerem células que expressam as proteínas do vírus, incluindo versões mutantes que surgiram durante a infecção. Esse efeito contribui para o controle maior da infecção pelo HIV (e por qualquer outro tipo de vírus que evolua rapidamente), mas também torna as pessoas mais suscetíveis a doenças autoimunes, nas quais os linfócitos T atacam as próprias células do organismo. h. Fases da doença e suas características clínicas. Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. i. Fisiopatogenia. Aids é uma doença infecto contagiosa, transmitida através de relações sexuais e contato com sangue contaminado, pode ser transmitida de mãe para filho no momento do parto ou na amamentação. O agente etiológico é o retrovírus HIV. Um parasita intracelular obrigatório, como todo vírus, quando em contato com seu hospedeiro, que neste caso é o ser humano, realiza a fusão com as células do sistema imunológico as células linfócito T CD4+, injetando o seu material genético e três enzimas fundamentais para realizar sua reprodução no interior da célula, são elas: a transcriptase reversa, integrase e a protease. Ao ser introduzida na célula a transcriptase reversavai realizar um processo inverso ao da transcrição do DNA, pois ele transcreve o RNA, formando assim o DNA viral, que pela ação da integrase vai ser integrado ao DNA da célula, com isso a célula passa a transcrever RNA viral, e sintetizar todas as proteínas que o vírus necessita formando assim novos vírus do HIV, que saem da célula, e vão infectar novas células através do mesmo processo. Até hoje não existe uma vacina ou soro capaz de eliminar ou neutralizar o vírus, o que temos disponíveis são os antirretrovirais que são capazes de impedir os mecanismos que o vírus usa para reproduzir-se. j. Doenças oportunistas relacionadas. A ineficiência das respostas imunes na defesa do hospedeiro pode ser atribuída em partes a interações de cooperação com defesas naturais mais simples e menos adaptáveis. O que facilita o aparecimento de infecções ocasionando um aumento da morbimortalidade em pacientes com o sistema imune comprometido incluindo então os doentes de AIDS. Desta forma, as predisposições do indivíduos soropositivos / doentes de AIDS, é caracterizada por inúmeras infecções oportunistas que são causadas por diferentes tipos de patógenos (vírus, fungos, bactérias e protozoários) que afetam diversos sistemas orgânicos. Dentre eles os que afetam os sistemas: pulmonar, hepático, sistema nervoso central, trato gastrointestinal, afecções de pele e mucosas, visão, sistema cardíaco, dentre outros. 24. Sobre Amiloidose discorra sobre patogenia. A amiloidose é uma doença rara que ainda afeta oito em cada 1 milhão de pessoas. É uma doença progressiva e geralmente incurável, que ocorre quando há acúmulo, ao redor dos vasos sanguíneos, de pedaços de proteína dobrados em uma configuração altamente estável. Essas proteínas são produzidas na medula óssea em consequência a uma série de doenças, o que torna a amiloidose não uma doença em si, mas uma manifestação de outra doença. O aparecimento da amiloidose envolve mecanismos relacionados à síntese protéica e às atividades dos macrófagos. Uma provável degeneração macrofágica, com redução metabólica nessa célula e uma consequente diminuição de sua atividade lisossômica, constitui umas das hipóteses para explicar a patogenia da amiloidose. O acúmulo de grandes quantidades de amilóide pode comprometer o funcionamento normal de muitos órgãos. Os sintomas da amiloidose dependem do local onde o amilóide acumula-se. Muitos indivíduos apresentam poucos sintomas, enquanto outros apresentam uma doença grave e potencialmente letal. Em geral, a pessoa tem queixas antigas de fadiga, perda de peso, edema nas pernas e falta de ar antes do diagnóstico. Podem ainda apresentar sensibilidade diminuída nos dedos, diarreia, empachamento após alimentação, aumento na espessura da língua e tonturas ao se levantar. O fígado costuma estar aumentado (hepatomegalia) e um aumento do baço (esplenomegalia) pela deposição dos amilóides, mas isso raramente chega a prejudicar a sua função. Algumas vezes surge ascite, mas ela também está associada à insuficiência do coração e perda de (outras) proteínas pelos rins (síndrome nefrótica). 25. Como realizar diagnóstico? Após a suspeita clínica, pode ser realizada a pesquisa de amilóides de cadeia leve no sangue ou urina, que serve como exame de rastreamento. Depois disso, são realizadas biópsias de gordura subcutânea, mucosa retal e/ou medula óssea para confirmação diagnóstica. Em alguns casos, é necessária a coleta de biópsia do órgão afetado. Essas biópsias mostrarão o acúmulo da proteína amilóide. Não há cura para a amiloidose. Os objetivos do tratamento, a partir do diagnóstico, são reduzir ou diminuir a produção do amilóide, eliminar depósitos, aliviar ou curar a doença de base e tratar as complicações decorrentes pelos depósitos nos órgãos acometidos. 26. Quais aspectos morfológicos da Amiloidose. Os órgãos afetados costumam estar aumentados de volume e firmes e tem uma aparência cérea. Se os depósitos forem suficientemente grandes, se pinta a superfície de corte com iodo confere uma cor amarela que é transformada em azul violáceo depois da aplicação de ácido sulfúrico.
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