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Roteiro de estudo Doenças auto imunes

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS 
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PATOLOGIA GERAL 
SILVIA DE OLIVEIRA MORAES 
 
 
ROTEIRO DE ESTUDO SOBRE DOENÇAS DA IMUNIDADE 
 
1. O que é doença auto-imune e quais os requisitos que garantem o diagnóstico relacionado à 
autoimunonidade? 
As doenças autoimunes (DAI) são um grupo de mais de 100 doenças relacionadas entre 
si, que envolvem qualquer órgão ou sistema do nosso organismo. Inclui doenças que atingem 
simultaneamente ou sequencialmente esses órgãos ou sistemas e outras dirigidas 
especificamente contra alguns deles, como sejam o sistema nervoso, os aparelhos digestivo e 
respiratório, pele, sangue, olhos, articulações e glândulas endócrinas, entre outros exemplos. O 
problema é o mesmo em todas as doenças autoimunes: o sistema imunitário fica desorientado, 
atacando o próprio corpo e os órgãos que deveria proteger. 
Como se trata de doenças que podem ser confundidas com qualquer outra doença, é muitas 
vezes difícil chegar a um diagnóstico só com um exame. A grande arma para orientar os exames 
é a história clínica (escutar as queixas dos doentes) e perante os antecedentes do doente e da 
família escolher cuidadosamente os exames a realizar. A atitude de realizar rapidamente todos 
os exames não produz um diagnóstico mais rápido, pelo contrário. Deve ser o seu médico 
assistente a orientar a realização desses exames. 
 
2. Quais os tipos de doença autoimune? 
Alopecia Areata 
Anemia Aplástica 
Anemia Hemolítica Auto-imune 
Anemia Hemolítica Imune Induzida por Fármacos 
Angeíte Leucocitoclástica Cutânea 
Arterite de Células Gigantes 
Arterite de Takayasu 
Artrite Enteropática 
Artrite Idiopática Juvenil 
Artrite Psoriática 
Artrite Reactiva 
Artrite Reumatóide 
Ataxia Cerebelosa associada a Anticorpos Anti-Descarboxilase do Ácido Glutâmico 
Bronquiolite Obliterante Idiopática 
Cardiomiopatia Dilatada 
Cirrose Biliar Primária 
Colangite Esclerosante Primária 
Colite Ulcerativa 
Deficiência Adquirida do Factor X 
Degeneração Cerebelosa Paraneoplásica 
Dermatite Herpetiforme 
Dermatomiosite 
Diabetes Tipo I 
3. O que é Tolerância Imunológica? 
A tolerância imunológica é o processo pelo qual o sistema imunológico não ataca o 
antígeno. Existem vários mecanismos que permitem a tolerância imunológica do organismo. 
Pode haver deleção clonal em que os clones reativos são eliminados pelo organismo. Anergia 
clonal em que os clones existem, mas não estão funcionais e ignorância clonal em que os clones 
estão presentes, mas o organismo não os utiliza. 
Pode também ser induzida a tolerância de forma externa, pela utilização de anticorpos 
anti-idiotipo ou pela estimulação das células supressoras. 
 
4. Explique Tolerância Central. 
Tolerância central é o mecanismo através do qual as novas células T e células B tornam-
se não reativas em relação ao próprio indivíduo. A tolerância central é distinta da tolerância 
periférica porque ocorre enquanto as células ainda estão presentes nos órgão linfáticos primários 
(timo e medula óssea), antes de serem exportadas para a periferia. A tolerância periférica é 
gerada depois das células atingirem a periferia. As células T reguladoras podem ser 
consideradas como mecanismos tanto central como periférico, já que podem geradas a partir de 
células T auto-reativas no timo durante a diferenciação de células T, mas exercem a sua função 
de supressão imunológica na periferia ou em outras células T auto-reativas. 
 
5. Explique Tolerância Periférica. 
Tolerância periférica é uma tolerância imunológica desenvolvida após as células T e B 
terem amadurecido e se movimentem para a periferia. As células são controladas através de 
mecanismo de tolerância periférica. Este incluem a supressão das células auto-reativas por 
células T reguladoras e a geração de hiper-responsividade em linfócitos que encontram 
antígenos na ausência de sinais co-estimulatórios que acompanham a inflamação. 
 
 
 
6. Explique como ocorre a Anergia. 
A alergia é uma deficiência do sistema imunitário que provoca uma reação a substâncias 
normalmente inócuas, denominadas alergênicos. Nesta secção irá aprender mais sobre o que 
despoleta a reação, a importância da IgE e o motivo por que a medição da IgE é um passo 
importante para gerir os sintomas e ajudar os doentes a sentir-se melhor. 
 
7. Explique como ocorre supressão por células T regulatórias ou supressoras. 
Os linfócitos T reguladores (supressoras ou Th3) constituem ~ 10% das subpopulações de 
linfócitos T e a sua função última é manter a homeostasia e tolerância aos auto-antigénos. Isto é 
conseguido pela supressão da resposta imune de outras células. Este tipo de linfócitos 
caracterizam-se por expressarem CD4 e CD25 como marcadores celulares e o gene Foxp3. À 
semelhança das outras células T, o seu desenvolvimento ocorre no Timo sob ação de sinais 
específicos, onde adquirem características que as distinguem de todas as outras subpopulações 
linfocitárias T, sendo posteriormente exportadas para tecidos e órgãos periféricos. Aí funcionam 
como supressores da atividade efetora de potenciais linfócitos T auto-reativos. 
De um modo geral, as Th3 expressam: Uma proteína transmembranar, CD25, que é a 
cadeia alfa do receptor para a interleucina-2 (IL-2); Um fator de transcrição, Foxp3,que altera a 
expressão de muitos genes – funciona como enhancer para uns e suprime outros ( é o melhor 
marcador de células Th3); Uma proteína de superfície, o CTLA-4 ( Cytotoxic T-Lymphocyte-
Associated antigen 4 ); Um receptor do tipo GITR (Glucocorticoid Induced TNF Receptor) 
Existem 2 tipo de linfócitos T reg CD4+ : Naturais e adaptativos. 
Os linfócitos Treg CD4+ naturais distinguem-se por serem anérgicos, isto é, não 
proliferarem em resposta a estímulos externos. A sua capacidade imunossupressora é exercida 
através do contato celular com linfócitos T auto-reativos. São caracterizados por expressarem à 
sua superfície as proteínas CTLA-4 e GITR 
Já os linfócitos Treg CD4+ do tipo adaptativo sofrem um processo de maturação 
adicional na periferia, adquirindo a sua capacidade imunossupressora em determinadas 
condições microambientais. Contudo, a expressão de CD25 pelos linfócitos Th3 deste tipo varia 
e o mecanismo imunossupressor é levado a cabo por citocinas inibidoras ( ex. IL-10, TGF- 
beta). 
Estudos recentes mostram que linfócitos T CD4+ com as características de linfócitos Treg 
CD4+ podiam ser gerados a partir de linfócitos T CD4+ CD25- naive, obtidos de recém-
nascidos após estimulação via complexo TCR/CD3 in vitro na presença de IL-10 e IFN-alfa, o 
que apoia a existência destes linfócitos Treg induzidos/adaptativos. 
Os linfócitos Th3 expressam o TCR do tipo alfa-beta e só são ativadas se : 
Este ligar-se a uma molécula do tipo MHC-II, para a qual são específicas; 
Receberem estimulação de moléculas B7 (CD80 e CD86), presentes nas células 
apresentadoras de antígenos (APC). 
Quando as células T do tipo reguladoras são ativadas começam a secretar elevadas 
quantidades de interleucina-10 (IL-10). Esta citocina é um potente imunossupressor e pode ser 
uma das responsáveis pelos mecanismos pelos quais as células Treg inibem: 
A ativação e, portanto atuação das células Th1 que iriam auxiliar na imunidade mediada 
por células e na inflamação; 
 Possivelmente, a ação dos CTL (CD8+ cytolitic T lumphocytes); 
 
8. Explique como ocorre deleção clonal por morte celular induzida por ativação. 
Linfócitos T e B durante o desenvolvimento encontram antígenos próprios e tais células 
realizam deleção clonal através de um processo conhecido como apoptose ou morte celular 
programada. Por exemplo, células T que se desenvolvem no timo inicialmentenão expressam 
nem CD4 nem CD8. Tais células posteriormente adquirem ambos CD4 e CD8 e se chamam 
células duplo-positivas e expressam baixos níveis de αβ TCR. Tais células realizam seleção 
positiva após interagirem com moléculas de MHC classe I ou classe II expressadas no epitélio 
cortical. Durante este processo, células com baixa afinidade pelo MHC são selecionadas 
positivamente. Células não selecionadas morrem por apoptose, um processo chamado “morte 
por desprezo”. Em seguida, as células perdem CD4 e CD8. Tais células T então encontram 
peptídeos próprios apresentados pelas moléculas de MHC próprias expressadas nas células 
dendríticas. Aquelas células T com receptores de alta afinidade pelo MHC + peptídeo próprio 
fazem deleção clonal também chamada seleção negativa através da indução de apoptose. 
Qualquer distúrbio nesse processo pode conduzir ao escape de células T auto-reativas que 
podem disparar doença autoimune. Da mesma maneira, células B em início de diferenciação 
quando elas encontram antígeno próprio, associado a célula ou solúvel, entra em deleção. 
Assim, deleção clonal tem papel chave em assegurar tolerância para com um antígeno próprio. 
Tolerância periférica: A deleção clonal não é jogo fácil e frequentemente células T e B 
falham em realizar deleção e por isso essas células podem potencialmente causar doenças 
autoimunes se chegarem aos órgãos linfoides periféricos. Assim, o sistema imune descobriu 
alguns pontos de controle (check points) adicionais de forma que a tolerância possa ser mantida. 
Morte celular induzida por ativação: Células T com a ativação não somente produzem 
citocinas e carreiam suas funções efetoras mas também morrem por morte celular programada 
ou apoptose. Nesse processo, o feceptor de morte (Fas) e seu ligante (FasL) exercem papel 
crucial. Assim, células T normais expressam Fas, mas não FasL. Com a ativação, células T 
expressam FasL que se ligam a Fas e disparam apoptose pela ativação da caspase-8. A 
importância da Fas e FasL é claramente demonstrada pela observação de que ratos com 
mutações em Fas (mutação lpr) ou FasL (mutação gld) desenvolvem severa doença 
linfoproliferativa e autoimune e morrem em 6 meses, enquanto que ratos normais vivem até 2 
anos. Mutações semelhantes nesses genes de apoptose em humanos leva à doença autoimune 
chamada síndrome autoimune limfoproleferativa (ALPS). 
 
9. Explique como ocorre sequestro de antígenos. 
O choque hipovolêmico também chamado choque hemorrágico, é a principal causa de 
morte de vítimas politraumatizadas (acidentes, quedas, etc.), é ocasionado por uma diminuição 
do fluxo sanguíneo proporcionando uma perfusão tecidual diminuída e lesão celular irreversível, 
isto pode levar a falência do sistema circulatório. Ele pode ter origem por uma desidratação, 
queimaduras e por severas perdas sanguíneas. Sendo necessária a instalação adequada de 
medidas de reposição de volume para corrigir o quadro clínico. 
 
10. Como esses mecanismos relacionados à tolerância periférica podem estar relacionados 
com a incidência de doenças autoimunes. Raciocine por mecanismo. 
Células linfóides podem não ser expostas a alguns antígenos próprios durante sua 
diferenciação, porque elas devem ser antígenos de desenvolvimento tardio ou podem estar 
confinadas em órgãos especializados (ex. testículos, cérebro, olho, etc.). A liberação de 
antígenos desses órgãos resultantes de trauma ou cirurgia podem levar à estimulação de uma 
resposta imune e iniciação de uma doença autoimune. 
 
11. Como os genes de suscetibilidade podem gerar a incidência de doenças auto-imunes? 
Estudos em camundongos e observações em humanos sugerem uma predisposição 
genética a doenças autoimunes. Associação entre certos tipos de HLA e doenças autoimunes 
têm sido notadas (HLA: B8, B27, DR2, DR3, DR4, DR5 etc.). 
 
12. Sobre Lúpus Eritematoso Sistêmico descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos 
saudáveis do corpo. Não se sabe exatamente o causa esse comportamento anormal, mas 
pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como 
genética e meio ambiente. 
Esses mesmos estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem 
desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz 
de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada. O que a ciência ainda não 
sabe é quais são todos esses componentes. Os pesquisadores, no entanto, têm alguns 
palpites: 
• Luz solar: a exposição à luz do sol pode iniciar ou agravar uma inflamação 
preexistente a desenvolver lúpus 
• Medicamentos: lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados 
antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão 
alta. Pessoas com sintomas parecidos com os do lúpus geralmente param de apresentar 
quando interrompem o uso. 
 
b. Principais aspectos clínicos 
Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles 
também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos 
pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em 
crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem. 
Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que 
forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são: 
• Fadiga 
• Febre 
• Dor nas articulações 
• Rigidez muscular e inchaços 
• Rash cutâneo - vermelhidão na face em forma de "borboleta" sobre as bochechas e 
a ponta do nariz. Afeta cerca de metade das pessoas com lúpus. O rash piora com a luz 
do sol e também pode ser generalizado 
• Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol 
• Dificuldade para respirar 
• Dor no peito ao inspirar profundamente 
• Sensibilidade à luz do sol 
• Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória 
• Linfonodos aumentados 
• Queda de cabelo 
• Feridas na boca 
• Desconforto geral, ansiedade, mal-estar. 
Outros sintomas de lúpus dependem de qual é a parte do corpo afetada: 
• Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, 
problemas de visão, alterações de personalidade. 
• Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito. 
• Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia) 
• Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar 
• Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenômeno 
de Raynaud). 
Alguns pacientes têm apenas sintomas de pele. Esse tipo é chamado de lúpus discoide. 
 
c. Diagnóstico 
É difícil realizar o diagnóstico para lúpus, pois os sintomas variam muito de 
pessoa para pessoa, mudam com o passar de tempo, sobrepõem-se uns aos outros e 
confundem-se com os sintomas de outras doenças. 
O médico realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio. 
Um som anormal chamado atrito pericárdico ou atrito pleural poderá ser escutado. Um 
exame do sistema nervoso também pode ser realizado. 
Os exames usados para diagnosticar o lúpus incluem: 
• Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares. 
• Hemograma completo 
• Radiografia do tórax 
• Biópsia renal 
• Exame de urina. 
 
d. Morfologia 
Os auto-anticorpos também podem atacar as células sanguíneas produzidas pela 
medula óssea. A alteração mais comum é a anemia, que ocorre não só pela destruição 
das hemácias, mas também pela inibição da produção na medula óssea. 
Outra alteração hematológica comum é a diminuição dos glóbulos brancos (leucócitos), 
chamada de leucopenia. O mecanismo é o mesmo da anemia, destruição e inibição da 
sua produção. Seguindo o mesmo raciocínio também podemos encontrar a reduçãodo 
número de plaquetas, chamado de trombocitopenia. 
Quando temos queda das três linhagens sanguíneas ao mesmo tempo (hemácias, 
leucócitos e plaquetas) damos o nome de pancitopenia. 
Qualquer uma dessas alterações pode ser fatal, seja por grave anemia, por 
infecções devido à baixa contagem de glóbulos brancos ou por sangramentos 
espontâneos devido à queda das plaquetas. 
Aumento dos linfonodos e do baço também são um achado comum no lúpus e 
podem ser confundidos com linfoma. 
Outro problema comum no lúpus é o surgimento de tromboses. A síndrome do 
anticorpo antifosfolipídeo é uma doença que ocorre com frequência nos pacientes com 
lúpus e está associada à formação de múltiplos trombos, tanto nas artérias como nas 
veias, podendo levar a quadros de AVC, infarto renal, isquemia dos membros, trombose 
venosa das pernas e embolia pulmonar. 
 
13. Sobre Artrite Reumatóide descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
Diferentes fatores podem causar artrite reumatoide. O principal é ter grau de 
parentesco com pessoas que têm a doença. Segundo Roberto Heymann, assistente doutor 
da disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a carga 
genética passada de pai para filho pode conter genes que estão associados à artrite. 
Além dos fatores genéticos, a artrite reumatoide também pode estar associada a 
infecções virais e bacterianas. “Vírus e bactérias podem cair na corrente sanguínea e 
desencadear um desequilíbrio no sistema imunológico, resultando assim num quadro de 
artrite reumatoide”, alerta Tatiana. Ela conta que infecções urinárias, dores de dente e 
dores de garganta são alguns dos fatores que podem levar ao problema. 
O cigarro também pode ser visto como um facilitador para o desenvolvimento da 
artrite reumatoide, inclusive pessoas que não fumam, mas têm contato com fumantes, 
também correm risco. Os especialistas dizem que até mesmo fatores ambientais podem 
ser um gatilho para o desenvolvimento de artrite reumatoide. Poluentes como a sílica, 
elemento principal que constitui a areia, são alguns dos que podem predispor a doença. 
 
b. Principais aspectos clínicos. 
Os sinais e sintomas da artrite reumatoide são: 
• Dor nas articulações dos dedos das mãos e pés 
• Dor nas articulações dos joelhos e tornozelos 
• Dor nas articulações dos cotovelos e ombros 
• Dor na região do quadril 
• Dor, inchaço e aumento da temperatura nas articulações 
• Rigidez matinal, que pode durar horas 
• Caroços firmes de tecido sob a pele dos braços (nódulos reumatoides) 
• Rigidez e dificuldade para movimentar certas articulações no período da manhã 
• Fadiga 
• Febre 
• Perda de peso não intencional. 
Os sinais e sintomas da artrite reumatoide podem variar em termos de gravidade e, 
também, podem ser intermitentes, ou seja, aparecer e desaparecer em seguida. Períodos 
de maior atividade da doença, chamados de crises, alternam-se com períodos de 
remissão relativa - quando o inchaço e a dor das juntas (articulações) desaparecem ou 
ficam menos frequentes. Além disso, a inatividade da doença também pode ser 
percebida nos exames laboratoriais. 
 
c. Diagnóstico 
O diagnóstico de artrite reumatoide leva em consideração diferentes aspectos. Isso 
acontece porque não existe um exame específico para detectar a doença. Primeiramente, 
o médico irá perguntar sobre o histórico médico pessoal e familiar do paciente, a fim de 
descobrir se o indivíduo possui casos de artrite reumatoide na família e se apresenta 
fatores de risco, como tabagismo, que podem facilitar o desenvolvimento da doença. 
Além disso, também será necessária a realização de exames físicos no consultório. 
Nesse momento, o médico irá examinar as juntas procurando inchaço, dores ou 
limitações na realização dos movimentos. O médico também tentará detectar se os 
membros estão quentes, pois esse é um fator indicativo de inflamação. 
 
d. Morfologia 
Na artrite reumatoide, o sistema imunológico, responsável por proteger o nosso 
organismo de vírus e bactérias, também ataca os tecidos do próprio corpo –
especificamente a membrana sinovial, uma película fina que reveste as articulações. 
O resultado desse ataque é a inflamação das articulações e consequente dor, inchaço e 
vermelhidão, principalmente nas mãos e nos pés. É importante lembrar que, por ser 
sistêmica, ela pode ocorrer em outras articulações, tais como joelhos, tornozelos, ombros 
e cotovelos, além de outras partes do organismo (pulmão, olhos, coluna cervical). Em 
outras palavras, embora a principal característica da artrite reumatoide seja a inflamação 
das articulações, várias regiões do corpo também podem ser comprometidas. 
Se não for tratada adequadamente, a inflamação persistente das articulações pode levar 
ao comprometimento das juntas, provocando deformidades e limitações nas atividades 
do dia a dia. 
14. Sobre Síndrome de Sjogren descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
A causa da Síndrome de Sjögren ainda é desconhecida, mas sabe-se que trata-se 
de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células e tecidos 
saudáveis do corpo por engano. Neste caso, o alvo desses ataques são, geralmente, as 
glândulas lacrimais e salivares. No entanto, a síndrome também pode afetar as 
articulações, músculos, a tireoide, os rins, fígado, pulmões, a pele e até mesmo os 
nervos. 
Causas ambientais e genéticas são relacionados à ocorrência da doença, embora os 
médicos ainda não saibam afirmar com certeza se alguns genes específicos ou algum 
comportamento em especial estejam diretamente envolvidos nas causas da Síndrome de 
Sjögren. 
 
b. Principais aspectos clínicos. 
Os dois principais sintomas da Síndrome de Sjögren são: 
• Olhos secos, incluindo sensação de queimação, coceira ou como se houvesse areia 
• Boca seca acompanhada de dificuldade para engolir ou falar. 
No entanto, dependendo do caso, um paciente diagnosticado com a síndrome de Sjögren 
também pode apresentar: 
• Dor, inchaço e rigidez nas articulações 
• Inchaço das glândulas salivares - particularmente o conjunto localizado atrás da 
mandíbula e na frente das orelhas 
• Erupções cutâneas ou pele seca 
• Secura vaginal 
• Tosse seca e persistente 
• Fadiga prolongada. 
 
c. Diagnóstico 
Os sinais e sintomas da Síndrome de Sjögren costumam variar de pessoa para pessoa e 
são muito semelhantes aos causados por outras doenças e a alguns efeitos colaterais 
provocados por medicamentos. 
Existe uma variedade considerável de exames que pode ajudar a diagnosticar a síndrome 
por critério de exclusão: 
• Exames de sangue para medir os níveis de anticorpos e demais células presentes 
no sangue 
• Exames oftalmológicos, como o teste da lágrima de Schirmer 
• Exames de imagem, como sialograma (um tipo de raio-X específico) e 
cintilografia salivar 
• Biópsia labial. 
 
d. Morfologia 
As glândulas salivares são sítio frequente de patologias localizadas e sistêmicas, 
apresentando infiltração de células inflamatórias, acompanhada de alterações 
morfológicas e funcionais. Utilizando-se da técnica da imunohistoquímica foi avaliada a 
presença e a distribuição de células mononucleares, identificadas pelos anticorpos 
monoclonais CD20, CD45RO, CD8, CD57, CD68 e Plasma Cell, em glândulas salivares 
menores de lábio inferior de pacientes com Síndrome de Sjögren, uma exocrinopatia de 
natureza autoimune. Os mesmos procedimentos foram realizados para casos de 
sialadenites inespecíficas, não auto imunológicas. Os resultados comparativos entre 
ambas as patologias, para cada um dos anticorpos usados, não foram estatisticamente 
significativos. Entretanto, o infiltrado inflamatório nas glândulas salivares na SS 
apresentaramdistribuição focal e tendência à maior concentração de células CD20+, 
CD45RO+ e CD57+, em comparação às sialadenites inespecíficas. Estas, por sua vez, 
mostraram padrão inflamatório predominantemente difuso e tendência à maior 
concentração de células CD68+, Plasma Cell e CD8, em relação à SS. Os resultados 
sugerem que na SS, a resposta imunológica é caracterizada pela organização de áreas 
semelhantes e folículos linfóides, para a diferenciação de linfócito B em células 
produtoras de imunoglobulinas, com o auxílio de subclasses de linfócitos T. Nas 
sialadenites inespecíficas, a resposta imunológica é secundária as alterações atróficas 
locais, de caráter autolimitante e, sem ocasionar maiores prejuízos funcionais (AU). 
 
15. Sobre Pênfigo descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
A enfermidade autoimune é caracterizada pela formação de bolhas por todo o 
corpo que, ao se romperem, podem servir de porta de entrada para infecções e culminar 
em sepse se não tratadas adequadamente. As bolhas são resultado do ataque do sistema 
imunológico a uma proteína normalmente existente na camada mais superficial da 
epiderme denominada desmogleína 1 – que ajuda a manter as células da pele aderidas 
umas às outras. O ataque a uma proteína própria do organismo é resultado de 
desgranulação do sistema imunológico e pode ser atribuído a inúmeros fatores. 
 
b. Principais aspectos clínicos. 
O pênfigo é um termo que abrange um grupo de doenças incomuns, que se 
caracterizam pelo surgimento de bolhas na pele e nas mucosas (oral, vaginal e peniana). 
Todos apresentam em comum à localização das bolhas, que é a epiderme (camada mais 
superficial da pele). 
 
c. Diagnóstico 
A confirmação do diagnóstico é feito por meio de uma detalhada análise ao 
microscópio de um fragmento de pele lesada (bolha). 
 
d. Morfologia 
Os pênfigos são doenças relativamente raras caracterizados pela formação de 
bolhas na pele e, às vezes, também nas mucosas (como boca, garganta, olhos, nariz e 
região genital de homens e mulheres). São consideradas doenças autoimunes, 
desencadeadas porque o sistema imunológico produz, de forma equivocada, anticorpos 
contra estruturas da pele, que são responsáveis pela união entre as células (como se fosse 
um “cimento”). Esses anticorpos chegam à pele e nas mucosas por meio da circulação, 
se ligam a partes desse “cimento” e o danifica, fazendo com que as células se separem. 
Após essa separação há passagem de líquido e formação das bolhas. Essas bolhas 
acabam se rompendo após algum tempo (horas a dias, dependendo do local e do tipo de 
pênfigo) e deixam feridas na pele e nas mucosas, que demoram bastante para fechar, e às 
vezes não fecham. 
Não se sabe o que leva a formação desses anticorpos. Não são doenças 
hereditárias, ainda que haja alguns genes envolvidos. Não há fatores do ambiente, da 
alimentação, ou mesmo emocionais que sejam responsáveis pelo surgimento dos 
pênfigos. Alguns medicamentos podem, raramente, desencadear essas doenças. 
É muito importante lembrar que, como outras doenças autoimunes, os pênfigos não são 
doenças contagiosas. 
Podem aparecer em qualquer idade (crianças, jovens, adultos e idosos), mas são 
mais frequentes em pessoas a partir dos 40-50 anos, tanto homens como mulheres. É 
diagnosticada no mundo todo, mas existe um tipo específico de pênfigo, conhecido 
como “fogo selvagem”, que é mais frequente no Brasil, sobretudo em áreas rurais. 
 
16. Sobre Líquen Plano descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
A causa exata do líquen plano ainda é desconhecida. Algumas hipóteses sobre 
suas causas são aventadas, como: imunológica, psicogênica, neurológica, infecciosa ou 
ainda causada por metais pesados como ouro e mercúrio. 
 
b. Principais aspectos clínicos. 
 Os principais sinais e sintomas de líquen plano incluem: 
Lesões orais: 
• O líquen plano oral é uma forma de líquen plano e pode ou não estar associada a 
lesões de pele. As manifestações são mais comuns na mucosa oral, porém pode afetar 
qualquer outra mucosa do corpo. 
• Pode se apresentar de várias formas, dentre elas: bolhosa, em placa, hipertrófica ( 
placa mais grossa), papulosa, erosiva 
• Pode ser doloroso 
• São localizados nas laterais da língua, parte interna da bochecha e gengiva 
• Se apresentam como manchas azuis esbranquiçadas 
• Formam linhas em forma de uma rede 
Lesões de pele: 
• São normalmente encontradas na parte interna dos pulsos, pernas, genitais. 
• Coçam muito 
• Aparecem simetricamente (em ambos os pulsos, por exemplo). 
• Ocorrem em lesões únicas ou múltiplas 
• Podem ser cobertos por finas listras brancas (chamados de estrias de Wickham) 
• Têm aparência brilhante e escamosa 
• Possuem uma coloração vermelha-arroxeada na pele 
 
c. Diagnóstico 
Pode concluir o diagnóstico baseando-se apenas na aparência das lesões presentes 
na pele e na boca. 
Se necessário for, uma biópsia de lesão pode confirmar o diagnóstico de líquen 
plano. Exames de sangue podem ser feitos para descartar outras possíveis, causas, como 
hepatite. 
 
d. Morfologia 
Líquen plano é uma doença que afeta mucosa e pele e apresenta natureza 
inflamatória crônica, incidindo em cerca de 2% da população e acometendo de maneira 
mais usual mulheres acima dos 40 anos de idade. 
As lesões orais são mais frequentes que as cutâneas e mais resistentes ao 
tratamento e, em geral, associam-se ao estresse. O aspecto bucal é variado, podendo as 
lesões estarem dispostas de modo linear, anular ou reticular, fazendo com que se 
assumam diferentes formas clínicas: forma erosiva, forma reticular, forma atrófica, 
forma bolhosa, forma de placa e forma papular. 
 
17. Sobre Psoríase descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
Não se sabe a causa exata da psoríase. O que se acredita até agora é que em nosso 
sistema imunológico existe uma célula conhecida como célula T, que percorre todo o 
corpo humano em busca de elementos estranhos, como vírus e bactérias, com o intuito 
de combatê-los. Se a pessoa tem psoríase, as células T acabam atacando células 
saudáveis da pele, como se fosse para cicatrizar uma ferida ou tratar uma infecção. 
Isso costuma trazer várias consequências, como a dilatação de vasos sanguíneos e 
o aumento no número de glóbulos brancos, que avançam para camadas mais externas da 
pele de forma muito rápida, provocando lesões avermelhadas. 
b. Principais aspectos clínicos. 
Os sintomas da psoríase variam de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem os 
seguintes: 
• Lesões avermelhadas na pele, cobertas com uma camada brancoprateada e 
descamativa 
• Pequenas manchas vermelhas 
• Pele seca, com facilidade para sangramentos. 
• Unhas espessas e esfareladas, amareladas, descoladas e com furinhos na superfície 
• Inchaço nas articulações 
• Articulações rígidas e doloridas 
• Placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. 
 
c. Diagnóstico 
O diagnóstico da psoríase é clínico, em que o médico faz um exame físico, 
analisando os aspectos da pele, unhas e couro cabeludo, e verificando se os sintomas 
realmente representam psoríase. O profissional também deverá levar em conta o 
histórico familiar do paciente para psoríase, uma vez que já que ter algum parente com a 
doença aumenta as chances de desenvolvê-la. O especialista também pode pedir para o 
paciente fazer uma biópsia da pele afetada para confirmar o diagnóstico. 
 
d. Morfologia 
A psoríase é uma doença crônica, autoimune - ou seja, em que o organismo o 
ataca mesmo - não contagiosa e que pode ser recorrente. Ela tem gravidade variável, 
podendo apresentar desde formas leves e facilmente tratáveis até casos muito extensos, 
que levam à incapacidadefísica, acometendo também as articulações. 
 
18. Sobre Esclerose sistêmica descreva resumidamente: 
a. Etiopatogenia 
A causa da esclerodermia é desconhecida. As pessoas com essa doença têm um 
acúmulo de colágeno na pele e em outros órgãos do corpo. Esse acúmulo leva a 
surgimento dos sintomas da doença. 
A esclerodermia disseminada pode ocorrer com outras doenças autoimunes, 
incluindo lúpus e polimiosite. Nesses casos, a doença é chamada de doença mista do 
tecido conjuntivo. 
 
 
 
b. Principais aspectos clínicos. 
Esclerose sistêmica, este tipo de esclerodermia pode afetar grandes áreas da pele 
ou órgãos, como o coração, os pulmões e os rins. Existem dois tipos principais de 
esclerodermia sistêmica: doença limitada (síndrome CREST) e doença difusa. 
Os sintomas da esclerodermia na pele podem incluir: 
• Dedos das mãos ou dos pés que ficam azulados ou brancos em reação a 
temperaturas altas e frias 
• Perda de cabelo 
• Rigidez da pele 
• Pele anormalmente clara ou escura 
• Espessamento da pele, rigidez e endurecimento dos dedos, das mãos e do 
antebraço. 
• Pequenos nódulos brancos abaixo da pele que às vezes liberam uma substância 
branca 
• Feridas (úlceras) na ponta dos dedos das mãos ou dos pés 
• Pele do rosto rígida e repuxada 
Problemas respiratórios podem ser resultado de cicatrizes nos pulmões e também podem 
incluir: 
• Tosse seca 
• Falta de ar 
• Respiração ofegante 
Os sintomas nos ossos e nos músculos podem incluir: 
• Dor nas articulações 
• Dormência e dor nos pés 
• Dor, rigidez e inchaço nos dedos e nas articulações 
• Dor no pulso 
Problemas no trato digestivo podem incluir: 
• Inchaço após as refeições 
• Constipação 
• Diarreia 
• Dificuldade para engolir 
• Refluxo do esôfago ou azia 
• Problemas para controlar as fezes (incontinência fecal) 
 
c. Diagnóstico 
A esclerodermia pode tomar muitas formas e afetar áreas diferentes do corpo. 
Justamente por isso, pode ser difícil de diagnosticar. 
Depois de um exame físico completo, o médico ou médica pode sugerir exames de 
sangue para verificar os níveis de certos anticorpos produzidos pelo sistema 
imunológico. O especialista pode remover uma pequena amostra de tecido (biópsia) da 
pele afetada para que possa ser examinado em laboratório, a fim de verificar 
anormalidades. 
O paciente também pode precisar realizar testes de respiração (testes de função 
pulmonar), uma tomografia computadorizada de seus pulmões e um ecocardiograma. 
 
d. Morfologia 
A pele espessada na esclerodermia é causada por uma superprodução de colágeno. 
O acúmulo anormal de tecido colágeno se chama fibrose. O colágeno é um componente 
normal da pele e de muitos órgãos internos. Contudo, na esclerodermia o balanço entre a 
produção e a quebra do colágeno está alterado, de maneira que um excesso de colágeno 
é produzido. Na esclerodermia localizada, este processo está confinado às áreas de pele 
afetada. Na ES, o excesso de colágeno pode causar fibrose afetando coração, pulmões e 
tubo digestivo. 
O colágeno é produzido pelos fibroblastos (um tipo de célula que é constituinte de 
muitos tecidos do nosso organismo), que podem ser ativados para produzirem mais 
colágeno que o normal. Em circunstâncias normais, a produção de tecido cicatricial é o 
último passo no processo de cicatrização que ocorre após injúria tecidual ou infecção. 
Isto ocorre na pele após um corte. Os fibroblastos são ativados pelo sistema imunológico 
para produzir colágeno como parte do processo normal de cicatrização. O processo 
cicatricial resultante resulta em diminuição da flexibilidade e disfunção dos órgãos 
envolvidos. 
O terceiro problema na esclerose sistêmica é a perda da regulação do sistema 
imunológico, resultando num ataque imunológico contra estruturas do próprio 
organismo. Alguns destes auto-anticorpos são encontrados em outras doenças 
autoimunes, enquanto outros são específicos de alguma doença em particular. 
 
19. Como ocorre o reconhecimento imunológico dos alotransplantes? 
O sucesso de qualquer transplante está na capacidade de controlar a resposta imune, 
permitindo a adaptação do transplante e evitando a sua rejeição. Os principais genes 
responsáveis pelo reconhecimento de antígenos externos, o complexo de histocompatibilidade 
maior (MHC), estão localizados no braço curto do cromossoma 6. Nos seres humanos, estes 
genes codificam várias proteínas da superfície da membrana celular. Estes aloantígenos são 
conhecidos como antígenos de leucócitos humanos (HLA – Human leukocyte antigens) e o seu 
elevado polimorfismo permite ao sistema imunitário reconhecer antígenos self e non-self. Os 
genes MHC podem ser divididos em duas classes: 
Os MHC de classe I (HLA-A, HLA-B e HLA-C) encontram-se em praticamente todas as 
superfícies celulares. Esta classe de MHC reconhece antígenos proteicos externos, incluindo 
tecidos transplantados e são reconhecidos por linfócitos T com especificidade antigénica. 
Geralmente, as moléculas de classe I são reconhecidas por linfócitos T citotóxicos ou CD8+. 
Por outro lado, os MHC de classe II (HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ) apenas se encontram em 
células que apresentam antígenos (APC – antigen-presenting cells) como os linfócitos B, 
macrófagos e células dendríticas. Pensa-se que os MHC de classe II são os que desempenham o 
papel predominante na resposta imunitária inicial a antígenos de tecidos transplantados. Ao 
entrarem em contato com um antígeno non-self, os HLA de classe II ativam os linfócitos TH 
(helper ou CD4+) que, por sua vez, sofrem uma expansão clonal através da produção de 
citoquinas reguladoras. 
O processo de reconhecimento de antígenos transplantados é conhecido como 
alorreconhecimento e poderá ocorrer por duas vias distintas. A via direta envolve receptores nos 
linfócitos T do hospedeiro que reconhecem antígenos intactos nas células do órgão 
transplantado. A via indireta requer uma célula apresentadora de antígeno (APC) que processa o 
antígeno e o apresenta às células CD4+. A interação entre os linfócitos T e a APC é um 
processo complexo e ativa outras vias de sinalização celular. Porém, a apresentação do antígeno 
através do complexo de receptores de linfócitos T por si só não é suficiente para ativar os 
linfócitos T. Um segundo sinal, independente do antígeno, é necessário e poderá ser dado 
através de várias moléculas acessórias como a B7, moléculas de adesão intercelular (ICAMs) ou 
o ligando CD48. 
Uma vez feito o reconhecimento, ocorre uma importante cascata de eventos ao nível 
celular. A cinase protéica C é uma enzima responsável pela fosforilação de várias proteínas, 
resultando na libertação de cálcio intracelular ionizado. Este cálcio intracelular vai ligar-se a 
uma proteína reguladora dependente de cálcio, a calmodulina, formando um complexo que irá 
ativar outras fosfatases, em particular a calcineurina. Esta proteína desempenha um papel 
preponderante na ativação da transcrição do gene da IL-2 e vai desfosforilar o fator nuclear de 
linfócitos T ativas (NFAT- nuclear fator of activated T cells). O NFAT desfosforilado migra do 
citoplasma para o núcleo e adere a locais promotores, induzindo a produção de citoquinas. 
 
20. Explique os mecanismos efetores de rejeição de transplantes. 
Em transplantações clinicas, podem ocorrer três tipos principais de rejeição: hiperaguda, 
aguda e crônica. Independentemente do tipo de rejeição, sinais de perigo incluem febre, 
sintomas febris, hipertensão, edemas ou aumento súbito de peso, mudança no ritmo cardíaco, 
falta de ar e dor e sensibilidade no local do transplante. 
 Rejeição hiperaguda 
Ocorrendo minutos ou dias após a transplantação, a rejeição hiperaguda deve-seà reação 
dos anticorpos IgG contra a classe I HLA no órgão transplantado. A função do órgão perde-se 
como resultado da deposição de anticorpos, ativação do complemento e destruição vascular. Os 
transplantes renais são muito susceptíveis à rejeição hiperaguda. Atualmente, este tipo de 
rejeição pode ser prevenido detectando o anticorpo com cross-matching simples antes da 
transplantação. 
 Rejeição aguda 
A rejeição aguda é a mais comum, ocorrendo frequentemente nos primeiros 6 meses após 
a transplantação. Após 6 meses, o corpo adapta-se ao novo órgão e a rejeição aguda é menos 
provável. Este tipo de rejeição é mediado por linfócitos T, que infiltram o alograft, sofrem 
expansão clonal e causam destruição de tecidos. As drogas imunossupressoras são muito 
eficazes na prevenção deste tipo de rejeição. 
 Rejeição crônica 
Rejeição crônica é o termo usado quando a função do alograft se vai lentamente 
deteriorando, existindo evidências histológicas de hipertrofia e fibrose. Pode ocorrer em todos 
os tipos de transplante de órgãos. Em transplantes do coração, manifesta-se tal como uma 
doença da artéria coronária; em transplantes do pulmão, como bronchiolitis obliterans e em 
transplantes renais como fibrose intersticial progressiva, atrofia tubular e isquemia glomerular. 
O fígado parece ser menos afetado pela rejeição crónica, mas quando ocorre, perde-se 
epitélio biliar, levando eventualmente a hyperbilirubinemia e falha no funcionamento do 
transplante. 
A etiologia da rejeição crónica não é clara. Há algumas provas de que esta rejeição possa 
representar uma rejeição aguda de baixo grau. Em todos os órgãos a patofisiologia é semelhante: 
hipertrofia progressiva das artérias pequeno-médias que acaba por levar a fibrose intersticial, 
atrofio e eventual falha no transplante. Apesar de a rejeição crônica ocorrer tendencialmente 
mais tarde no período pós-transplantação, pode desenvolver-se 6 a 12 meses após a 
transplantação. Infelizmente não existe um tratamento padrão para rejeições crónicas. 
 
21. Quais os aspectos morfológicos da Rejeição aguda e da crônica. 
As alterações vasculares da rejeição crônica consistem em densa fibrose obliterativa da 
íntima, principalmente nas artérias corticais. Estas lesões vasculares resultam em isquemia 
renal, manifesta por perda glomerular, fibrose intersticial e atrofia tubular, além de 
encolhimento do parênquima renal. Os glomérulos podem mostrar cicatrizes com duplicação 
das membranas basais; este aspecto, algumas vezes, é chamado glomerulopatia crônica dos 
transplantes. 
 
22. Explique o que são imunodeficiências primárias e exemplifique. 
As imunodeficiências primárias (IDPs ou PIDs) são distúrbios geneticamente herdados 
que envolvem o sistema imune e suas respostas, predispondo os indivíduos afetados a infecções 
recorrentes e graves, desregulação do sistema imune com doenças autoimunes e malignidade. 
As IDPs apresentam muitas semelhanças clínicas com as imunodeficiências secundárias, que 
podem ocorrer durante certas infecções virais, após o uso de imunossupressores no transplante, 
durante o tratamento de doença autoimune sistêmica ou em associação com a quimioterapia no 
câncer. Mais de 150 alterações genéticas associadas a imunodeficiências já foram identificadas. 
As IDPs apresentam incidências estimadas que variam de 1:2.000 a 1:10.000 nascidos vivos e a 
prevalência para a população geral é de 1:10.000. Esses dados são subestimados, pois o 
diagnóstico nem sempre é feito e muitos pacientes morrem antes disso. As IDPs acometem mais 
o sexo masculino do que o feminino na infância (5:1), havendo equilíbrio na vida adulta (1:1). 
Essas doenças geralmente são classificadas de acordo com o segmento do sistema imune 
que está alterado. Os defeitos podem afetar predominantemente a imunidade específica 
(deficiência humoral, celular ou combinada, atingindo os braços humoral e celular) e a 
imunidade inata (deficiência de fagócitos e sistema complemento), respondendo a deficiência 
humoral ou anticórpica pela metade dos casos de IDPs. A deficiência celular e de fagócitos 
responde por 20-30% das IDPs, enquanto a deficiência de complemento, por menos de 1%. 
Os tipos mais comuns de IP incluem: Agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X 
(XLA); Imunodeficiência Variável Comum (CVID) / Hipogamaglobulinemia; Síndrome de 
Hiper-IgM; Deficiência Seletiva de IgA; Deficiência de Subclasse de IgG; Imunodeficiência 
Combinada Grave (SCID); Síndrome de Wiskott-Aldrich; Síndrome de DiGeorge; Ataxia-
telangiectasia. 
 
23. Sobre AIDS descreva: 
a. Conceito. 
A AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. 
Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável 
a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou 
câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. 
 
b. Agente etiológico e suas principais características. 
A Aids é membro de um grupo de síndromes clínicas causadas por um retrovírus, 
o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), este por sua vez possui genoma RNA, da 
família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae [lentivírus - incluem os vírus: 
visna de carneiro, imunodeficiência bovina, felina e símia (chimpanzés africanos)]. 
Pertencente ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que para multiplicar-
se necessitam de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela 
transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então integra-se ao genoma 
do hospedeiro, provocando infecção latente a longo e curto prazo, ocasionando de forma 
progressiva e fatal síndromes debilitantes acompanhadas de degeneração do Sistema 
Nervoso Central (SNC). 
Em condição experimentais controladas as partículas virais intracelulares 
sobrevivem no meio externo por até no máximo um dia, já as partículas virais livres 
podem sobreviver por 15 dias em temperatura ambiente ou até 11 dias a 37 ºC. 
Observa-se ainda, que todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura 
genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%, possuindo desta 
forma, a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. O HIV apresenta em 
seu gênese uma partícula infecciosa que consiste de dois filamentos idênticos de RNA, 
cada um com aproximadamente 9,2 quilobase (Kb) de comprimento, acondicionadas 
dentro de um centro de proteínas virais cercadas por um envoltório de bicamada lipídica 
derivada da membrana celular do hospedeiro, mas incluindo proteínas de membranas 
codificadas viralmente. 
O genoma do HIV compartilha sua estrutura básica das sequências de ácidos 
nucleicos características de todos os retrovírus conhecidos, incluindo os seguintes 
elementos: Longas Repetições Terminais (LTR) em cada extremidade do genoma, que 
regulam a integração viral no genoma do hospedeiro, sequências gag (antígeno 
especifico ao grupo), que codificam proteínas estruturais do cerne; sequências env 
(envelope), codificando as glicoproteínas gp 120 e gp 41 do envoltório, necessárias para 
a infecção das células; e sequência pol (polimerase) codificando a transcriptase reversa, 
a endonuclease e as enzimas protease virais necessárias para a replicação do vírus. 
Além desses três genes retrovírais padrão, o HIV contém vários outros genes 
acessórios, incluindo tat, ver, vif, nef, vpr e vpu que são responsáveis pela regulação da 
síntese e da montagem das partículas virais infecciosas e da patogenicidade do vírus, 
esta variabilidade considerável no seu genoma dificulta o desenvolvimento de uma 
vacina para combatê-lo. 
 
c.Células alvo. 
A Aids é causada pelo vírus HIV que insere seu material genético no DNA de 
células-alvo hospedeiras, principalmente de linfócitos CD4, células de defesa do sistema 
imunológico humano. Destruindo-as após ampla replicação em seu interior. Esta 
replicação do vírus provoca a morte das células-alvo, causando imunodeficiência e 
predispondo os indivíduos com HIV/AIDS a inúmeras infecções oportunistas. 
 
d. Formas de transmissão. 
A AIDS é transmitida pelo contato desprevenido com o sangue, sêmen, leite 
materno, e fluidos vaginais infectados pelo vírus. Por tal motivo, o uso de instrumentos 
perfurocortantes sem terem sido previamente esterilizados, transfusão de sangue 
contaminado; sexo oral, anal e vaginal sem uso de camisinha; e gravidez, parto e 
aleitamento de bebê cuja mãe é portadora, são as principais formas de contágio. 
Por meio desses fluidos, o vírus penetra no corpo, infectando as células do sistema 
imune, primariamente linfócitos T que expressam moléculas CD4 em sua superfície. Lá, 
replica-se, bloqueando a síntese de proteínas importantes para o metabolismo e 
suprimindo genes responsáveis pelo reparo nas alterações do DNA. Assim, compromete 
o sistema imune ao longo do tempo, deixando o indivíduo vulnerável à ação de outras 
doenças, ditas oportunistas, como tuberculose e infecções fúngicas. 
 
e. Formas de prevenção. 
Com relação à transmissão via contato sexual a maneira mais indicada é usando 
preservativo durante todo o tempo, e em todas as relações. Hoje em dia existem dois 
tipos de preservativo (também conhecido como camisinha): a masculina e a feminina. 
Outra maneira é pela utilização de agulhas ou seringas descartáveis em todos os 
procedimentos médicos. Instrumentos cortantes que entram em contato com o sangue, 
devem ser esterilizados de maneira correta antes do uso. Em transfusões de sangue deve 
haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do vírus HIV para que este 
não passe de uma pessoa contaminada para uma pessoa saudável. 
 
f. Etiopatogenia completa (de infecção inicial até reinfecção de outras células). 
O vírus é contraído pelo contato sexual ou com sangue contaminado. No primeiro 
caso, acredita-se que ele grude em células imunológicas chamadas dendríticas, presentes 
nas mucosas da boca, da vagina, do pênis, do reto e do trato gastrointestinal. Elas o 
transportam aos nódulos linfáticos (onde são produzidas e armazenadas células de 
defesa). Como precisa de uma célula hospedeira para se manter vivo, o HIV age já nas 
primeiras horas após a infecção. Ele tem uma espécie de “encaixe” que o conecta 
perfeitamente a receptores na membrana das células T CD4+, um tipo de linfócito que 
organiza a reação do corpo a invasores. Mas outros órgãos, como o cérebro, também 
podem ser afetados e usados como esconderijo. 
O vírus então libera uma enzima chamada transcriptase reversa, que altera seu 
próprio material genético, convertendo-o de RNA para DNA. Isso permite que ele se 
integre ao código genético da T CD4+. Uma das classes de medicamentos para 
tratamento anti-HIV bloqueia justamente essa enzima. O HIV pode permanecer inativo 
por muitos anos. 
O invasor continua produzindo novas enzimas com diferentes funções, como a 
replicação de seu material genético, a criação de proteínas longas e a quebra dessas 
proteínas. Depois, esses “pedaços” são unidos ao seu próprio DNA. É isso que lhe 
permite criar a base para “se duplicar”. Parte do coquetel anti-HIV visa bloquear uma 
dessas enzimas, a protease. 
O novo vírus se separa da célula T CD4+ e rouba uma parte de sua membrana, 
com todas as estruturas necessárias para se juntar a outra T CD4+ e reiniciar o processo. 
Isso significa que o HIV passou a gerar cópias de si mesmo. Com seu funcionamento 
gravemente afetado, as T CD4+ vão se tornando menos eficientes e perdendo sua 
habilidade de combater outras doenças. O número de células T CD4+ diminui. 
Normalmente, temos entre 800 e 1200 delas por milímetro cúbico de sangue. Quando 
esse total fica abaixo de 200, o organismo se torna vulnerável a infecções oportunistas. 
Além disso, o paciente sofre com perda de peso, diarreia e problemas neurológicos. É a 
síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). 
 
g. Explicação para resistência à infecção de algumas pessoas. 
Na década de 1990, pesquisadores mostraram que, entre aqueles que são 
naturalmente imunes ao HIV – que representam 1 em cada 200 infectados –, uma grande 
parte carregava um gene específico, denominado HLA B57. Agora, um grupo de 
pesquisadores nos Estados Unidos revelou um novo fator que contribui para a 
capacidade desse gene em conferir imunidade. 
O estudo é destaque na edição desta quinta-feira (6/5) da revista Nature. O grupo, 
liderado pelos professores Arup Chakraborty, do Instituto de Tecnologia de 
Massachusetts, e Bruce Walker, do Instituto Médico Howard Hughes, descobriu que a 
presença do HLA B57 faz com que o organismo produza mais linfócitos T – glóbulos 
brancos que atuam na proteção contra infecções. 
Pessoas com o gene têm um número maior de linfócitos T, que se grudam 
fortemente com mais pedaços do HIV do que aqueles que não têm o gene. Isso aumenta 
as chances de os linfócitos reconhecerem células que expressam as proteínas do vírus, 
incluindo versões mutantes que surgiram durante a infecção. 
Esse efeito contribui para o controle maior da infecção pelo HIV (e por qualquer 
outro tipo de vírus que evolua rapidamente), mas também torna as pessoas mais 
suscetíveis a doenças autoimunes, nas quais os linfócitos T atacam as próprias células do 
organismo. 
 
h. Fases da doença e suas características clínicas. 
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico 
começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a 
incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais 
da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após 
a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito 
parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos 
passa despercebido. 
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as 
constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o 
suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma 
equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. 
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos 
eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a 
infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos 
linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo 
de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 
1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e 
emagrecimento. 
 
i. Fisiopatogenia. 
Aids é uma doença infecto contagiosa, transmitida através de relações sexuais e 
contato com sangue contaminado, pode ser transmitida de mãe para filho no momento 
do parto ou na amamentação. O agente etiológico é o retrovírus HIV. Um parasita 
intracelular obrigatório, como todo vírus, quando em contato com seu hospedeiro, que 
neste caso é o ser humano, realiza a fusão com as células do sistema imunológico as 
células linfócito T CD4+, injetando o seu material genético e três enzimas fundamentais 
para realizar sua reprodução no interior da célula, são elas: a transcriptase reversa, 
integrase e a protease. Ao ser introduzida na célula a transcriptase reversavai realizar 
um processo inverso ao da transcrição do DNA, pois ele transcreve o RNA, formando 
assim o DNA viral, que pela ação da integrase vai ser integrado ao DNA da célula, com 
isso a célula passa a transcrever RNA viral, e sintetizar todas as proteínas que o vírus 
necessita formando assim novos vírus do HIV, que saem da célula, e vão infectar novas 
células através do mesmo processo. Até hoje não existe uma vacina ou soro capaz de 
eliminar ou neutralizar o vírus, o que temos disponíveis são os antirretrovirais que são 
capazes de impedir os mecanismos que o vírus usa para reproduzir-se. 
 
j. Doenças oportunistas relacionadas. 
A ineficiência das respostas imunes na defesa do hospedeiro pode ser atribuída em 
partes a interações de cooperação com defesas naturais mais simples e menos adaptáveis. 
O que facilita o aparecimento de infecções ocasionando um aumento da 
morbimortalidade em pacientes com o sistema imune comprometido incluindo então os 
doentes de AIDS. 
Desta forma, as predisposições do indivíduos soropositivos / doentes de AIDS, é 
caracterizada por inúmeras infecções oportunistas que são causadas por diferentes tipos 
de patógenos (vírus, fungos, bactérias e protozoários) que afetam diversos sistemas 
orgânicos. Dentre eles os que afetam os sistemas: pulmonar, hepático, sistema nervoso 
central, trato gastrointestinal, afecções de pele e mucosas, visão, sistema cardíaco, dentre 
outros. 
24. Sobre Amiloidose discorra sobre patogenia. 
A amiloidose é uma doença rara que ainda afeta oito em cada 1 milhão de pessoas. É uma 
doença progressiva e geralmente incurável, que ocorre quando há acúmulo, ao redor dos vasos 
sanguíneos, de pedaços de proteína dobrados em uma configuração altamente estável. Essas 
proteínas são produzidas na medula óssea em consequência a uma série de doenças, o que torna 
a amiloidose não uma doença em si, mas uma manifestação de outra doença. 
O aparecimento da amiloidose envolve mecanismos relacionados à síntese protéica e às 
atividades dos macrófagos. Uma provável degeneração macrofágica, com redução metabólica 
nessa célula e uma consequente diminuição de sua atividade lisossômica, constitui umas das 
hipóteses para explicar a patogenia da amiloidose. 
O acúmulo de grandes quantidades de amilóide pode comprometer o funcionamento 
normal de muitos órgãos. Os sintomas da amiloidose dependem do local onde o amilóide 
acumula-se. Muitos indivíduos apresentam poucos sintomas, enquanto outros apresentam uma 
doença grave e potencialmente letal. Em geral, a pessoa tem queixas antigas de fadiga, perda de 
peso, edema nas pernas e falta de ar antes do diagnóstico. Podem ainda apresentar sensibilidade 
diminuída nos dedos, diarreia, empachamento após alimentação, aumento na espessura da 
língua e tonturas ao se levantar. O fígado costuma estar aumentado (hepatomegalia) e um 
aumento do baço (esplenomegalia) pela deposição dos amilóides, mas isso raramente chega a 
prejudicar a sua função. Algumas vezes surge ascite, mas ela também está associada à 
insuficiência do coração e perda de (outras) proteínas pelos rins (síndrome nefrótica). 
 
25. Como realizar diagnóstico? 
Após a suspeita clínica, pode ser realizada a pesquisa de amilóides de cadeia leve no 
sangue ou urina, que serve como exame de rastreamento. Depois disso, são realizadas biópsias 
de gordura subcutânea, mucosa retal e/ou medula óssea para confirmação diagnóstica. Em 
alguns casos, é necessária a coleta de biópsia do órgão afetado. Essas biópsias mostrarão o 
acúmulo da proteína amilóide. 
Não há cura para a amiloidose. Os objetivos do tratamento, a partir do diagnóstico, são 
reduzir ou diminuir a produção do amilóide, eliminar depósitos, aliviar ou curar a doença de 
base e tratar as complicações decorrentes pelos depósitos nos órgãos acometidos. 
 
26. Quais aspectos morfológicos da Amiloidose. 
Os órgãos afetados costumam estar aumentados de volume e firmes e tem uma aparência 
cérea. Se os depósitos forem suficientemente grandes, se pinta a superfície de corte com iodo 
confere uma cor amarela que é transformada em azul violáceo depois da aplicação de ácido 
sulfúrico.

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