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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS MTR0912 – Tecnologia de Materiais Aplicada a Dutos ALUNO: João Paulo de Freitas Grilo Resumo do capítulo sobre Falhas do livro “Ciência e Engenharia de Materiais uma introdução” Natal, 27 de Março de 2012 FALHAS Fundamentos da fratura A falha é basicamente a separação de um corpo em duas ou mais partes respondendo a uma tensão qualquer de natureza estática e em temperaturas que são baixas em relação a sua temperatura de fusão. São possíveis duas modalidades de fratura: dúctil e frágil. Essa classificação se dá com a habilidade do material apresentar deformação plástica. A diferença básica é que a fratura dúctil tem maior capacidade de absorver energia antes da fratura, o contrário do material frágil que não tem essa propriedade. Qualquer processo de fratura envolve duas etapas – formação e propagação de trincas em resposta a uma tensão. A fratura dúctil é caracterizada por uma deformação plástica na vizinhança da trinca, onde a mesma vai aumentando de maneira lenta, podendo ser chamada de “estável”, pois ela resiste a qualquer crescimento adicional, a não ser que seja aumentada a tensão. Por outro lado a fratura frágil, as trincas têm pouca ou nenhuma deformação, ocorrendo a fratura de maneira rápida. A fratura frágil ocorre repentina e catastroficamente, sem qualquer aviso prévio, a fratura dúctil dá um alerta que a fratura está se formando, permitindo que medidas preventivas sejam tomadas. Os materiais dúcteis são mais tenazes, necessitando assim de mais energia para ocorrer a fratura. A fig. 1.1 representa as fraturas. Fig 1.1 (a) fratura dúctil onde a amostra tem estricção até um único ponto; (b) Fratura moderadamente dúctil após alguma estricção; (c)Fratura frágil sem qualquer deformação plástica. Fratura dúctil Tanto no nível microscópico e macroscópico a fratura dúctil terá suas características distintas. Na Fig 1.1 (a) é representado uma configuração de metais mais macios, como ouro, chumbo, entre outros. Esses materiais sofre uma estricção até uma fratura pontual, pois há redução em sua área igual a 100%. Na fig. 1.1 (b) representa a configuração mais comum entre os materiais dúcteis, onde há um começo de empescoçamento até a fratura. Na fig. 1.2 é representado as fases para ocorrer a fratura dúctil. Em primeiro lugar ocorre o empescoçamento fig. 1.2(a), com criação de “microvazios” fig 1.2 (b). em seguida os microvazios vão aumentando e se aproximam para coalecer em uma trinca elíptica que cresce em direção perpendicular a da aplicação da tensão fig 1.2 (c). A fratura, ocorre com a rápida propagação da trinca, fig. 1.2 (d), por meio de uma deformação cisalhante de 45°. Algumas vezes ocorre uma forma característica na fratura dúctil, chamada de fratura taça cone. Na fratura da amostra apresenta algumas irregularidades de forma fibrosa fig. 1.3, característico de deformação plástica. Fig 1.2 Estágio da fratura tipo taça e cone. (a) empescoçamento; (b) criação de microtrincas; (c) coalecimento da trinca; (d) propagação da trinca; (e) fratura final com ângulo de 45°. Fig. 1.3 (a) fratura tipo taça cone no alumínio; (b) fratura frágil em aço doce. Fratura frágil A fratura frágil ocorre sem qualquer deformação e pela rápida propagação de trinca. A formação da trinca é perpendicular, formando uma superfície plana, fig. 1.1 (c). A superfície da fratura frágil é ausente de qualquer sinal de deformação plástica. Umas podem conter uma série de “marca de sargento” com formato de “V” apontando para trás do crescimento da trinca, fig. 1.4 (a), outras superfícies podem conter linhas ou nervuras que se irradiam a partir do ponto de origem da trinca, seguindo um padrão em forma de leque, como apresenta a fig. 1.4 (b). Na maioria das fraturas frágeis é a propagação da trinca é dada por clivagem, ou seja a mesma cresce pelo interior do grão, sendo mais conhecida por fratura transgranular fig. 1.5 (a). A característica da clivagem é apresentada na fig. 1.5 (b). Fig. 1.4 (a) fotografia mostrando marcas de sargento em forma de “V”. As setas indica, a origem da trinca. (b) fotografia de uma superfície de fratura frágil apresentando nervuras e em formato de leque. A seta indica a origem da trinca. Fig. 1.5 (a)Perfil esquemático de uma seção transversal mostrando a propagação de trinca transgranular; (b) Fractografia eletrônica por varredura de um ferro fundido mostrando fratura transgranular Em algumas ligas a trinca se dá contornando os grãos, a chamada fratura intergranular. A fig. 1.6 apresenta esquematicamente e por fractografia uma fratura intergranular. Esse tipo de fratura ocorre após enfraquecimento ou fragilização das regiões de contorno de grão. Fig. 1.6 (a) perfil esquemático de uma fratura intergranular; (b) fractografia eletrônica por varredura mostrando uma superfície de fratura intergranular. Mecanismo da Fratura A mecânica da fratura permite a quantificação das relações entre as propriedades dos materiais, o nível de tensão, a presença de defeitos geradores de trincas e os mecanismos de propagação de trincas. Concentradores de tensão são defeitos internos que têm a habilidade de amplificar uma tensão aplicada em suas proximidades, ou seja uma tensão aplicada pode ser aumentada ou concentrada na extremidade do defeito (trinca), onde a magnitude dessa concentração depende da orientação e da geometria da trinca. Se admitirmos que uma trinca possui um formato elíptico (ou que possui um formato circular) e está orientada de acordo com uma direção perpendicular à tensão aplicada, a tensão máxima na extremidade da trinca, tem-se a Eq. 1.1. (8.1) onde σm representa a magnitude da tensão de tração nominal aplicada, pt representa o raio de curvatura da extremidade da trinca (Fig. 1.7) e a representa o comprimento de uma trinca superficial, ou metade do comprimento de uma trinca interna, e σm/ σo pode assumir o valor de K onde se tornar o fator concentrador de tensões. Fig. 1.7 (a) geometria de trincas superficiais e trincas internas. (b) perfil de tensões esquemático ao longo de X-X’ em (a), demonstrando aumento da tensão nas extremidades. O concentrador de tensão é mais significativos para materiais frágeis do que no dúcteis, então para materiais frágeis é aplicada a Eq. 1.2 (1.2) E = módulo de elasticidade γ s = energia de superfície interna a = metade do comprimento de uma trinca interna A fratura em materiais frágeis ocorre devido ao aumento das tensões de trações que há nas microtrincas uma vez encontradas no interior do material. Uma vez que as tensões na vizinhança da ponta de uma trinca podem ser definidas em termos do fator de intensidade de tensão, existe um valor crítico de K que pode ser usado para especificar as condições para uma fratura frágil; esse valor crítico é conhecido por tenacidade à fratura Kc, que é definido pela Eq. 1.3. (1.3) Para amostras relativamente finas, o valor de Kc dependerá e diminuirá com o aumento da espessura da amostra. Finalmente, Kc se torna independente de B, momento em que se diz existir a condição de deformação plana. O valor de Kc constante para amostras mais grossas é conhecido por tenacidade à fratura em deformaçãoplana, Klc, que também é definida pela Eq. (1.4). (1.4) A tenacidade à fratura em deformação plana Klc é uma propriedade fundamental dos materiais, a qual depende de muitos fatores, sendo que os de maior influência são a temperatura, a taxa de deformação e a microestrutura, diminuindo com o aumento da temperatura e com o aumento da taxa de deformação. Ensaios de fratura por impacto Antes do advento da mecânica da fratura como uma disciplina científica, foram estabelecidas técnicas de ensaio por impacto, de modo a se determinar as características de fratura dos materiais. Dois ensaios padronizados, as técnicas Charpy e Izod, foram concebidos e são ainda utilizados para medir a energia de impacto, algumas vezes também chamada de tenacidade ao entalhe. A técnica Charpy do entalhe em "V" de (CVN) é a mais fomumente usada nos Estados Unidos. Tanto na técnica Charpy como na técnica Izod, o corpo de prova possui o formato de uma barra com seção reta quadrada, na qual é usinado um entalhe com formato em "V"(Fig. 1.8). Fig 1.8 (a) Corpo de prova utilizado nos ensaios de impacto Charpy e Izod. (b) Desenho esquemático de um equipamento para ensaios de impacto. O martelo é liberado de uma altura determinada h e atinge o corpo de prova; a energia consumida na fratura é refletida na diferença entre h e a altura de balanço h’. Também estão mostrados os posicionamentos dos corpos de prova para ensaio. A carga é aplicada como um impacto instantâneo de um martelo de pêndulo balanceado que é liberado de uma posição elevada que se encontra a uma altura fixa h. A amostra fica posicionada na base, conforme está mostrado. Com a liberação, uma aresta em forma de faca montada sobre o pêndulo atinge e fratura o corpo de prova exatamente no entalhe, que atua como um ponto de concentração de tensões para este impacto de alta velocidade. O pêndulo continua o seu balanço, elevando-se até uma altura máxima h', que é inferior a h. A absorção de energia, computada a partir da diferença entre h e h', representa uma medida da energia do impacto. A diferença principal entre as técnicas Charpy e Izod está na maneira como o corpo de prova é sustentado, conforme está ilustrado na Fig. 1.8. Além disso, esses testes são denominados ensaios de impacto, com base na maneira como é feita a aplicação da carga. Variáveis que incluem o tamanho e o formato do corpo de prova, bem como a configuração e a profundidade do entalhe, influenciam os resultados dos testes. Uma das principais funções dos ensaios de Charpy e Izod é a de determinar se um material experimenta ou não uma transição dúctil—frágil com a diminuição da temperatura e, se este for o caso, as faixas de temperaturas ao longo das quais isso acontece. Â transição dúctil-frágil está relacionada à dependência da absorção da energia de impacto medida em relação à temperatura. Essa transição está representada para um aço pela curva A na Fig. 1.9. Sob temperaturas mais elevadas, a energia CVN é relativamente grande, o que corresponde a um modo de fratura dúctil. À medida que a temperatura é reduzida, a energia de impacto cai repentinamente ao longo de uma faixa de temperaturas relativamente estreita, abaixo da qual a energia possui um valor constante, porém pequeno; isto é, o modo de fratura é frágil. Fig 1.9 dependência da energia de impacto Charpy com entalhe “V” (curva A) e da porcentagem da fratura por cisalhamento (curva B) em relação à temperatura. Na fig. 1.10 observa-se dois outros tipos gerais de comportamento energia de impacto em função da temperatura. Os metais CFC de baixa resistência e a maioria dos metais HC não apresentam transição dúctil-frágil, assim como materiais de alta resistência, que também são insensíveis à temperatura. Fig 1.10 Curvas esquemáticas para os três tipos genéricos de comportamento da energia de impacto em função da temperatura. Um aumento do teor de carbono também aumenta a temperatura de transição dos aços, assim como aumenta a resistência dos mesmos, assim observa-se na fig. 1.11. Fig 1.11 Influência do teor de carbono sobre o comportamento da energia charpy com entalhe em “V” em função da temperatura para o aço. Fadiga A fadiga é uma forma de falha que ocorre em estruturas que estão sujeitas a tensões dinâmicas e oscilantes (por exemplo, pontes, aeronaves e componentes de máquinas). O termo "fadiga" é usado pois esse tipo de falha ocorre normalmente após um longo período de tensão repetitiva ou ciclo de deformação. A fadiga é importante no sentido de que ela é a maior causa individual de falhas em metais, sendo estimado que ela compreende aproximadamente 90% de todas as falhas metálicas. Os polímeros e os cerâmicos (exceto os vidros) também são suscetíveis a esse tipo de falha. Adicionalmente, ela é catastrófica e traiçoeira, ocorrendo muito repentinamente e sem avisos. A falha por fadiga é de natureza frágil, mesmo em metais dúcteis, no sentido de que existe muito pouca, se alguma, deformação plástica generalizada associada com a falha. A tensão aplicada pode ser de natureza axial (tração-compressão), de flexão (dobramento) ou torcional (torção). Em geral, são possíveis três modalidades diferentes de tensão oscilante-tempo (fig 1.12). Uma é representada por uma dependência regular e senoidal em relação ao tempo Fig. 1.12(a), o outro é conhecido por ciclo de tensões repetidas, está ilustrado na Fig. 1.12(b); os valores máximos e mínimos são assimétricos em relação ao nível zero de tensão. Finalmente, o nível de tensão pode variar aleatoriamente em amplitude e frequência (Fig 1.12(c)). Fig. 1.12 Variação da tensão ao longo do tempo, que é responsável por falhas por fadiga. Curva σ – N Para obter valores significativos de análise a fluência dois parâmetros devem ser correspondido e uma função, tanto o número de ciclos (N) e a amplitude de tensão (σ) aplicado no material, e isso é determinado a partir de um ensaio. Um equipamento para ensaios deve ser projetado para duplicar o tanto quanto possível as condições de tensão durante o serviço (nível de tensão, frequência temporal, padrão de tensões etc). Um diagrama esquemático de um equipamento para ensaios giratórios com dobramento, comumente utilizado para ensaios de fadiga, está mostrado na Fig. 1.13; as tensões de compressão e de tração são impostas sobre o corpo de prova à medida que ele é simultaneamente dobrado e girado. A partir disso é plotado um gráfico σ por N, após o comportamento dos mesmo tiverem sido observados. Fig. 1.13 Diagrama esquemático de um equipamento para testes de fadiga, para a realização de ensaios giratórios com dobramento. Com um estudo do gráfico é possível observar que quanto maior a magnitude da tensão, menor será o número de ciclos antes de ocorrer a falha no material. Para algumas ligas ferrosas (à base de ferro) e de titânio, a curva σ -N (Fig. 1.14 (a)) se torna horizontal para valores de N mais elevados; ou. existe um nível de tensão limitante, chamado de limite de resistência à fadiga (algumas vezes também chamado de limite de durabilidade), abaixo do qual a falha por fadiga não irá ocorrer. Para a maioria das ligas não ferrosas é aplicado algo que é chamado de resistência a fadiga, pois os mesmos não possuem um limite de resistência à fadiga no sentido de que a curva σ -N continua a sua tendência decrescente para maiores valores de N (Fig. 1.14). Outro importante parâmetro que caracteriza o comportamen-to de fadiga de um material é a vida em fadiga Nf. Este é o nú-mero de ciclosnecessários para causar a falha em um nível de tensão específico, conforme tomado do gráfico σ -N (Fig. 1.14 (b)). Fig. 1.14 Amplitude da tensão (σ) em função do logaritmo do número de ciclos até a falha por fadiga (N) para (a) um material que exibe um limite de resistência a fadiga (b) um material que não exibe um limite de resistência a fadiga. Iniciação e propagação de trincas O processo de falha por fadiga é descrito em três etapas: (1) iniciação da trinca, onde uma pequena trinca se forma em algum ponto de alta concentração de tensões; (2) propagação da trinca, durante a qual essa trinca avança em incrementos a cada ciclo de tensões; e (3) fratura final, que ocorre muito rapidamente uma vez que a trinca que está avançando tenha atingido o seu tamanho crítico. As trincas associadas com falhas por fadiga quase sempre se iniciam (ou nucleiam) sobre a superfície de um componente em algum ponto de concentração de tensões. Uma vez que uma trinca estável tenha se nucleado, ela então começa a se propagar muito lentamente e, em metais policristalinos, ao longo dos planos cristalográficos com elevadas tensões de cisalhamento. Isso é algumas vezes chamado de propagação de estágio I. Já no estágio II, o crescimento da trinca avança através de um processo repetitivo de abaulamento plástico e afilamento da ponta da própria trinca, onde a taxa de extensão da trinca aumenta drasticamente. A região de uma superfície de fratura que se formou durante a propagação em estágio II pode ser caracterizada por dois tipos de marcas, conhecidas por marcas de praia e estrias. Essas duas características indicam a posição da ponta da trinca em um dado ponto no tempo e aparecem como ressaltos concêntricos que se expandem para longe do(s) sítio(s) de iniciação da(s) trinca(s), com frequência em um padrão circular ou semicircular. As marcas de praia (algumas vezes também chamadas de "marcas de conchas") possuem dimensões macroscópicas (Fig. 1.15(a)) e podem ser observadas a olho nu. Por outro lado, as estrias de fadiga apresentam dimensões microscópicas e estão sujeitas a observação através de um microscópio eletrônico (MET ou MEV'). A Fig. 1.15 (b) é uma fractografia eletrônica que mostra essa característica. Cada estria é considerada representar a distância de avanço de uma frente de trinca durante um único ciclo de carregamento. A largura entre estrias depende, e aumenta, em função do aumento da faixa de tensões. Fig. 1.15 (a) Superfície de fratura de um eixo rotativo de aço que sofreu falha por fadiga. As nervuras de marcas de praia são visíveis na fotografia. (b) fractografia eletrônica por transmissão mostrando estrias de fadiga no alumínio. Fatores que afetam a vida em fadiga Tensão média Além de ser totalmente influenciada pela amplitude da tensão na curva σ -N A tensão média, também, irá afetar também a vida em fadiga, cuja influência pode ser representada por uma série de curvas σ -N, cada uma medida a um valor diferente de σm; isso está mostrado esquematicamente na Fig 1.16. Como se pode observar, aumentar o nível médio de tensão leva a uma diminuição na vida em fadiga. Fig 1.16 Demonstração da influência da tensão média σm sobre o comportamento σ –N em fadiga. (a) (b) (a) (b) Efeitos da superfície A maioria das trincas que levam a falhas por fadiga têm sua origem em posições localizadas sobre a superfície, mais especificamente em sítios de amplificação de tensão. Foi observado que a vida em fadiga é especialmente sensível às condições e à configuração da superfície do componente. Numerosos fatores influenciam a resistência à fadiga, e um gerenciamento apropriado desses fatores levará a uma melhoria na vida em fadiga. Entre esses fatores estão incluídos critérios de projeto, bem como diversos tipos de tratamentos de superfície. Efeitos do ambiente Há dois tipos de falhas por fadiga assistidas pelo ambiente: a fadiga térmica e a fadiga por corrosão. A fadiga térmica é induzida normalmente a temperaturas elevadas, pela flutuação das tensões térmicas; as tensões mecânicas de uma fonte externa não precisam estar presentes. A origem dessas tensões térmicas está na restrição à expansão e/ou à contração dimensional que normalmente ocorreria em um membro estrutural que apresenta variações de temperatura. A fadiga associada a corrosão é causada pela simultânea ação de uma tensão cíclica e um ataque químico. Ambientes corrosivos possuem uma influência negativa e produzem vidas em fadiga mais curtas. Mesmo a atmosfera ambiente normal irá afetar o comportamento de fadiga de alguns materiais. pequenos pites formados pelo ataque químico do ambiente podem servir como concentradores de tensões, portanto, sítios de propagação de trinca. Fluência Fluência é a deformação em materiais quando estão submetidos a tensões estáticas (como por exemplo, rotores de turbinas de motores a jato). Definida como sendo a deformação permanente e dependente do tempo de materiais, quando estes são submetidos a uma carga ou tensão constante, a fluência é em geral um fenômeno indesejável e, com frequência, é o fator de limitação na vida útil de uma peça. Um ensaio típico de fluência consiste em se submeter um corpo de prova a uma carga ou tensão constante enquanto se mantém a temperatura constante; a deformação é medida e plotada como uma função do tempo decorrido. A maioria dos ensaios é do tipo com carga constante, os quais fornecem informações de uma natureza que pode ser empregada na engenharia; os ensaios com tensão constante são empregados para proporcionar uma melhor compreensão dos mecanismos da fluência. O comportamento típico da fluência pode ser plotado em um gráfico após um ensaio de fluência. A fig. 1.17 apresenta um gráfico de fluência que consiste em três regiões, cada uma das quais possuindo a sua própria característica distinta deformação- tempo. Fig 1.17 Curva típica de fluência mostrando a deformação em função do tempo sob tensão constante e sob temperatura elevada constante. A taxa de fluência mínima de/dt é a inclinação do segmento linear na região secundária. O tempo de vida de ruptura t, é o tempo total até a ruptura. Tanto a temperatura como o nível da tensão aplicada influenciam as características da fluência (Fig. 1.18 (a)). Seja pelo aumento da tensão ou da temperatura, o seguinte será observado: (1) a deformação instantânea no momento da aplicação da tensão aumenta; (2) a taxa de fluência em regime estacionário é aumentada; e (3) o tempo de vida até a ruptura é diminuído. Os resultados de ensaios de ruptura por fluência são mais usualmente apresentados na forma do logaritmo da tensão em função do logaritmo do tempo de vida até a ruptura. A Fig. 1.18(b) é um desses gráficos para uma liga de níquel, onde pode ser vista uma relação linear para cada temperatura. Para algumas ligas e ao longo de faixas de tensão relativamente grandes, a não-linearidade dessas curvas é observada. Fig. 1.18 (a) Influência da tensão σ e da temperatura T sobre o comportamento em fluência. (b) Tensão (escala logarítmica) em função do tempo de vida até a ruptura (escala logarítmica) para uma liga carbono-níquel com baixo teor de liga a três temperaturas diferentes. (a) (b)
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