Buscar

Nutrição e Dietética IV P2 Minerais

Prévia do material em texto

Nutrição e Dietética IV – P2 
Minerais 
 Cálcio 
Mais necessário em períodos como: crescimento, gestação, lactação. 
Mineral mais abundante do organismo (2% do peso corporal total). Presente no 
sangue, fluidos extracelulares, nas células de tecidos moles, no osso e nos dentes. 
Nos ossos, está sob a forma de sais (hidroxiapatita), composta de fosfato de cálcio e 
carbonato de cálcio. Dá resistência e rigidez à matriz mole. 
O osso está em constante síntese e reabsorção. 
60% do cálcio sérico está ionizado e fisiologicamente ativo, 40% é fisiologicamente 
inerte (35% ligado a proteína e 5% sob a forma a forma de sais cálcicos de citrato, 
bicarbonato e fósforo). Sua forma ionizada é fisiologicamente importante e tem sua 
concentração regulada por 3 hormônios (PTH, Calcitriol e Calcitonina). 
Circula 45% ligado a proteínas, 10% complexado com fosfato e 45% livre. 
Um aumento significativo do cálcico sérico leva a insuficiência cardíaca ou 
respiratória, uma diminuição causa tetania. 
Funções 
O cálcio na forma ionizada tem importantes funções metabólicas: essencial para 
atividade de certas enzimas, especialmente adenosina trifosfatase que atua na 
liberação de energia para contração muscular. 
No processo de coagulação sanguínea, o cálcio deve estar presente para iniciar as 
alterações necessárias para formação do coágulo em fibrina. O cálcio ionizado 
estimula a liberação de tromboplastina pelas plaquetas sanguíneas e também é um 
cofator necessário para a conversão de protrombina em trombina. 
Afeta a função de transporte das membranas celulares. Também influencia a 
transmissão de íons através das membranas das organelas celulares, a liberação de 
neurotransmissores nas junções sinápticas, síntese, secreção e efeitos metabólicos de 
hormônios proteicos e a liberação ou ativação de enzimas intra e extracelulares. 
É necessário ainda para a transmissão nervosa e regulação dos batimentos cardíacos. 
O balanço adequado e íons de cálcio, sódio, potássio e magnésio mantém o tônus 
muscular e controla a irritabilidade. 
Absorção e utilização 
Somente 20 a 30% do cálcio ingerido é absorvido. 
É absorvido no duodeno em meio ácido e a absorção cessa na parte inferior do TGI, 
onde o pH é básico. 
Sua absorção pode ser feita por difusão passiva simples, caso sua concentração no 
lúmen intestinal seja alta. Também ocorre absorção por transporte ativo, que requer 
energia e vitamina D. Esta, é necessária para a síntese de calbindina (proteína 
carreadora que promove transporte ativo do Ca). 
Para ser absorvido, ele necessita estar presente em forma hidrossolúvel no intestino 
e não pode ser precipitado por outros constituintes da dieta. 
Fatores que elevam sua absorção 
Vitamina D, acidez, lactose, ingestão de proteínas (ação de certos aminoácidos sobre 
o pH intestinal e sobre a formação de complexos solúveis de cálcio auxilia sua 
absorção), estádio fisiológico. 
Fatores que reduzem sua absorção 
Deficiência de vitamina D, gorduras (em grandes quantidades, pode afetar a 
absorção de cálcio da dieta, aumentando sua eliminação), ácido oxálico (combina-se 
com Ca formando um composto insolúvel, o oxalato de cálcio), ácido fítico 
(encontrado principalmente na casca externa de grãos cereais, combina-se com Ca e 
forma fitato de cálcio, que é insolúvel), meio alcalino, motilidade gastrointestinal 
elevada, falta de exercícios, estresse. 
Vitamina D + PTH = tira o Ca do osso para aumentar o nível sérico, diminui 
eliminação de Ca renal e aumenta reabsorção. 
Calcitonina = em casos de Ca elevado, aumenta fixação do mesmo no osso e 
aumenta a excreção renal. 
Fontes: provindo de origem animal, tem melhor biodisponibilidade. 
Leite e derivados, folhas verdes (espinafre, acelga e beterraba contém ácido oxálico 
e atrapalham sua absorção). 
Deficiência 
Raquitismo em crianças, osteomalácia em adultos. Estas manifestações clínicas 
normalmente estão associadas à falta de vitamina D também e ao desequilíbrio 
cálcio-fósforo. 
Em casos extremos, há desenvolvimento de osteoporose, tetania (aumento da 
irritabilidade das fibras nervosas e centros nervosos, resultando espasmos 
musculares e câimbras). 
 
 Fósforo 
Disponível amplamente nos tecidos celulares e nos alimentos. 
A maior parte (cerca de 80%) está presente sob a forma de cristais de fosfato de 
cálcio insolúvel (apatita) nos ossos e dentes. É necessária uma grama de fósforo para 
cada duas gramas de cálcio retido. 
Outros 20% estão distribuídos em células e no fluido extracelular combinado com 
carboidratos, proteínas e em outros compostos. 
Função 
Componente essencial dos ácidos nucleicos. Fosfolipídeos são elementos chave na 
estrutura das membranas celulares. A glicose é fosforilada na primeira etapa de sua 
utilização e em outras etapas. 
Faz parte de algumas proteínas conjugadas (por exemplo, caseína do leite). Muitas 
vitaminas B funcionam como coenzimas somente em combinação com fosfato. O 
sistema tampão do fosfato é importante especialmente no líquido intracelular. 
Absorção 
Varia entre 50 e 70%. A absorção mais favorável de fosfato inorgânico ocorre 
quando são ingeridas quantidades iguais de Ca e P, o que torna o leite uma boa 
fonte. 
Do mesmo modo que com o cálcio, a presença de vitamina D aumenta sua absorção. 
O transporte ativo é feito em menor concentração e o passivo em maior. 
PTH aumenta sua excreção renal. 
Fontes 
As carnes, aves, peixes e ovos são excelentes fontes. Leite e derivados, idem. Nozes 
e legumes também. 
Deficiências 
Diminuição de síntese de ATP e de outros compostos orgânicos de fosfato, além de 
manifestações neuromusculares, esqueléticas, hematológicas e renais. 
 Ferro 
Divido em “ferro essencial” e “ferro não-essencial”, respectivamente 60 e 40% do 
Fe do organismo. O essencial está incorporado na hemoglobina, mioglobina e certas 
enzimas respiratórias, que catalizam os processos de óxido-redução dentro da célula. 
25% está na forma de estoque, a ferritina. 
Possui duas formas, provindas da dieta: 
Ferrosa Férrica 
Heme Não heme 
Fe
2+
 Fe
3+ 
Animal Vegetal 
Proteína de membrana auxilia sua 
absorção 
Insolúvel 
 
 
Funções 
O ferro participa no transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, no 
transporte de gás carbônico das células para os pulmões e no processo de respiração 
celular. 
A mioglobina da célula muscular tem uma função similar à da hemoglobina. Os 
citocromos, presentes em todas as células, não se combinam com o oxigênio, mas 
funcionam na cadeia respiratória na transferência de elétrons através da oxidação 
alternativa e redução do Fe. A catalase e a peroxidase catalisam estes processos de 
óxido-redução dentro da célula. 
As hemácias, formadas na medula óssea, possui parte heme, sintetizada a partir de 
glicina e Fe, na presença de piridoxina. 
98% do Fe presente no organismo não é eliminado. Ao invés disso, é liberado da 
porfirina, captado pela transferrina e retorna à medula óssea para a produção de 
novas células ou é armazenado no baço e/ou no fígado na forma de ferritina 
(combinado com apoferrina). 
A porfirina sem ferro é convertida em bilirrubina e transportada para o fígado para 
sua excreção na bile. 
Deficiência de ácido ascórbico, vitamina E, ácido fólico e vitamina B12 aceleram a 
taxa de destruição dos eritrócitos. Todas são essenciais para metabolismo do ferro. 
Absorção 
HCl remove proteína de ligação do Fe por desnaturação e solubiliza ferro para sua 
redução. 
As formas inorgânicas do ferro são prontamente absorvidas na mucosa do intestino 
delgado. A forma ferrosa, portanto, é mais facilmente absorvida que a férrica. 
A maior absorção ocorre no duodeno superiordevido à acidez. 
DMT1 = proteína transportadora de metais divalentes. Não é específica do Fe. 
Ajuda na absorção do Fe não heme com uma ferriredutase associada. 
Ferroportina = permite entrada de Fe heme no sangue. 
Ceruloplasmina = cobre dependente, transporta o Fe no sangue. 
A ceruloplasmina é uma proteína sérica que atua como antioxidante com 
propriedade de oxidar o ferro 2+ à ferro 3+, assim através da manutenção do ferro 
em estado oxidado, a ceruloplasmina pode impedi-lo de participar da reação Haber-
Weiss e outras reações dependentes de ferro que iniciam a peroxidação lipídica. 
Para ser internalizado, o Fe se liga a receptores de membrana de ferritina. 
Fatores que aumentam sua absorção 
Ácido ascórbico, meio ácido, fator intrínseco (aumenta absorção do ferro heme 
devido à similaridade estrutural do heme com a vitamina B12), estado fisiológico. 
Fatores que diminuem sua absorção 
Meio alcalino, agentes complexantes (fitatos, oxalatos e fosfatos), motilidade 
intestinal, esteatorreia, forma química do Fe. 
Deficiência 
Anemia ferropriva, anoxia, depleção da atuação de enzimas ferro dependentes. 
Fontes 
As melhores fontes são de origem animal: carnes. Leite e derivados não são fontes 
boas e ainda possuem cálcio. 
Feijão e leguminosas em geral possuem a forma não heme, assim como vegetais 
folhosos escuros. 
 Zinco 
Abundante nas plantas, microrganismos e animais. 
5 a 15% do zinco ingerido é absorvido, principalmente no intestino delgado 
superior. A principal via de excreção é o TGI. 
Existe uma família de 70 ou mais metaloenzimas zinco dependentes, incluindo: 
anidrase carbônica, fosfatase alcalina, desidrogenase lática e carboxipeptidase. Ele 
auxilia a ligar enzimas a seu substrato e pode modificar a forma molecular das 
enzimas. Diversas enzimas zinco dependentes estão envolvidas na regulação do 
crescimento celular. 
O Zn participa no metabolismo de ácidos nucleicos e na síntese de proteínas. 
Também é parte integrante do RNA e necessário para síntese de DNA. 
Está presente nas melhores fontes de proteína. É muito presente no meio 
intracelular. 
Absorção 
É afetada pelo tamanho do organismo, pela presença de substâncias que interferem, 
como cálcio, fitato, outros agentes quelantes e vitamina D. 
É mais biodisponível na forma de sulfato de zinco (animal). 
Pode competir com Fe pela DMT1 para absorção. 
Zinco absorvido pode se ligar à metalotioneína no enterócito (proteína que regula o 
Zn que sai do enterócito). É aumentada quando o Zn aumenta. 
No sangue é transportado ligado à albumina e possui sua reserva nos músculos. 
Funções 
Pode ser usado no pâncreas para produção de enzimas digestivas (proteases). 
É regulador de expressão gênica e de apoptose celular, 
Possui função catalítica em enzimas. 
Faz parte da proteína ligante de retinol. Essencial para o metabolismo de vitamina 
A. 
Tem função estrutural: zinc fingers, que dão estabilidade às proteínas corporais. Se 
formam entre os aminoácidos, se forem removidos pode causar a perda da atividade 
da proteína. 
É também antioxidante. 
Deficiência 
Retarda crescimento infantil, provoca perda de massa magra (catabolismo muscular 
para liberação de Zn), diminuição do metabolismo de vitamina A e de funções 
biológicas e celulares. 
Fontes 
Carne, fígado, ovos e alimentos do mar (principalmente ostras).

Continue navegando