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RESUMO:O ‘olhar’ do universo infantil sobre as violências: saberes, discursos e outras formas de expressão de crianças de um morro de Florianópolis/SC” por Danielli Vieira.

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Resumo
“O ‘olhar’ do universo infantil sobre as violências: saberes, discursos e outras formas de expressão de crianças de um morro de Florianópolis/SC” por Danielli Vieira.
O referido trabalho consiste de uma pesquisa cujo objetivo foi identificar o imaginário, os discursos e outras formas de expressão de crianças moradoras de Mont Serrat, comunidade localizada na área central de Florianópolis, a respeito das violências, em especial daquelas decorrentes do narcotráfico.
A problemática do trabalho envolve as reflexões acerca de fenômenos caracterizados como violência em sociedades e questões relativas à infância, às crianças.
A pesquisadora acompanhou um grupo de dezesseis crianças com idade entre 9 e 13 anos no ambiente escolar, e também em algumas ocasiões, pode acompanhar o cotidiano dessas crianças fora da escola.
Durante as observações em sala de aula, procurou direcionar a atenção para as situações em que emergiam naturalmente comentários, gestos que remetesse ao narcotráfico, a representação desse universo, etc.
As conclusões da pesquisadora foram as seguintes:
Ao contrário do que geralmente se pensa, as crianças têm muito a nos contar a respeito de assuntos considerados “sérios” e inacessíveis ao universo infantil: elas conhecem os horários mais frequentes dos tiroteios, e as atitudes que devem ser tomadas quando eles acontecem. Também demonstraram conhecer quais eram os locais e horários perigosos para circulação no morro, e o domínio desse conhecimento permitia que elas estivessem e brincassem “na rua” com certa margem de tranquilidade dentro dos limites que conheciam. O tráfico apareceu como sinônimo de violência de forma bastante contundente entre as crianças que formaram o publico da pesquisa.
Foi possível perceber claramente que o “mundo do narcotráfico” permeavam o cotidiano e o imaginário das crianças: não é um mundo completamente à parte do seu, sendo muitas vezes familiar. Isso ficou muito claro no acionamento de um vocabulário específico composto, dentre outras coisas, por nomes de armas, e gírias usadas no narcotráfico. Além disso, foi possível identificar que formas de violência agiam como uma linguagem e como uma forma de relação entre os meninos.
Notou-se que a posse de saberes relacionados às violências, o conhecimento das formas de ação do narcotráfico e a convivência intensa com acontecimentos tais como homicídios e tiroteios é sem duvida uma dimensão particular do cotidiano das crianças.

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