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Apostila ESAMC Reformulada 2014

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APOSTILA DE GEOLOGIA 
 
+ 
 
ROTEIRO PARA AS AULAS PRÁTICAS DE MINERAIS E 
ROCHAS 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eng. Mateus Amarante Constancio 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
Campinas 
2013 
2 
 
SUMÁRIO 
 p. 
1. Minerais ................................................................................................................... 5 
1.1. Alguns conceitos básicos: .................................................................................. 5 
1.2. Propriedades a serem observadas .................................................................... 5 
1.2.1. Propriedades físicas .................................................................................... 5 
1.2.1.1. Clivagem e fratura ................................................................................ 5 
1.2.1.2. Dureza .................................................................................................. 6 
1.2.1.3. Tenacidade ........................................................................................... 6 
1.2.1.4. Peso Específico ou Densidade Relativa ............................................... 6 
1.2.2. Propriedades que dependem da luz ............................................................ 7 
1.2.2.1. Brilho .................................................................................................... 7 
1.2.2.2. Cor ........................................................................................................ 7 
1.2.2.3. Traço .................................................................................................... 7 
1.2.3. Magnetismo ................................................................................................. 7 
1.2.4. Propriedades químicas ................................................................................ 7 
1.3. Procedimentos para identificação ...................................................................... 8 
2. Rochas ..................................................................................................................... 9 
2.1. Rochas ígneas ou magmáticas .......................................................................... 9 
2.1.1. Formas de ocorrência ............................................................................... 10 
2.2. Rochas Magmáticas  Procedimento de Classificação: ................................. 11 
2.3. Rochas Ígneas mais empregadas na engenharia civil ..................................... 13 
2.4. Rochas sedimentares ...................................................................................... 13 
2.5. Rochas Sedimentares  Procedimento de Classificação: .............................. 15 
2.6. Rochas sedimentares mais empregadas na engenharia civil .......................... 18 
2.7. Rochas metamórficas ...................................................................................... 19 
2.8. Rochas metamórficas  Características a serem observadas nas 
amostras .................................................................................................................... 20 
2.8.1. Estrutura .................................................................................................... 20 
2.8.2. Textura ...................................................................................................... 21 
2.8.3. Composição Mineralógica ......................................................................... 21 
2.8.4. Classificação ............................................................................................. 21 
2.9. Rochas metamórficas mais empregadas na Engenharia Civil ......................... 22 
3 
 
3. Caracterização geológico-geotécnica dos maciços rochosos ................................ 22 
3.1. Litologia ............................................................................................................ 23 
3.2. Estado de alteração ......................................................................................... 23 
3.3. Coerência ......................................................................................................... 24 
3.4. Resistência....................................................................................................... 25 
3.5. Descontinuidades ............................................................................................. 25 
3.5.1. Orientação ................................................................................................. 26 
3.5.2. Número de famílias ................................................................................... 26 
3.5.3. Persistência ............................................................................................... 26 
3.5.4. Alteração das paredes das descontinuidades ........................................... 26 
3.5.5. Rugosidade ............................................................................................... 27 
3.5.6. Abertura .................................................................................................... 27 
3.5.7. Preenchimento .......................................................................................... 28 
3.5.8. Espaçamento ............................................................................................ 28 
3.5.9. Grau de fraturamento ................................................................................ 28 
4. Classificação de maciços rochosos ....................................................................... 29 
4.1. Rock Quality Designation – RQD ..................................................................... 30 
4.2. Classificação de Barton – Sistema Q ............................................................... 31 
4.3. Classificação de Bieniawski – Sistema RMR ................................................... 35 
4.4. Modelos Geomecânicos ................................................................................... 37 
5. Sondagem Rotativa ............................................................................................... 38 
5.1. Definição e equipamentos básicos ................................................................... 38 
5.2. Medida do nível d’água .................................................................................... 42 
5.3. Orientação dos testemunhos ........................................................................... 42 
5.4. Recuperação de testemunhos ......................................................................... 42 
5.5. Amostragem integral ........................................................................................ 43 
5.6. Sondagem a Rotopercussão ............................................................................ 44 
5.7. Ensaios em furos de sondagem rotativa .......................................................... 44 
5.7.1. Ensaio de perda de água sob pressão ...................................................... 45 
5.7.2. Perfilagem ótica (videoscopia) .................................................................. 46 
6. Ensaio de envelhecimento em rochas ................................................................... 47 
7. Intemperismo + solos ............................................................................................. 47 
7.1. Solos quanto à origem ..................................................................................... 48 
7.2. Solos quanto à granulometria .......................................................................... 49 
4 
 
7.3. Classificação táctil - visual dos solos ............................................................... 51 
8. Sondagem a Percussão .........................................................................................57 
8.1. Introdução ........................................................................................................ 57 
8.2. Objetivo ............................................................................................................ 60 
8.3. Definições importantes ..................................................................................... 60 
8.4. Normas ............................................................................................................ 61 
8.5. Equipamentos básicos e equipes..................................................................... 61 
8.6. Quando interromper a sondagem .................................................................... 61 
8.7. Quantidade de furos de sondagem a executar por m2 de área a 
construir (projeção a construir) – NBR 8036 .............................................................. 62 
9. Hidrogeologia ......................................................................................................... 64 
9.1. Ciclo Hidrológico .............................................................................................. 64 
9.1.1. Escoamento e Infiltração ........................................................................... 65 
9.2. A água subterrânea .......................................................................................... 65 
9.3. Aquíferos .......................................................................................................... 66 
9.4. Dinâmica das águas subterrâneas  A permeabilidade dos solos ................. 67 
10. Mapas e perfis geológicos ..................................................................................... 70 
10.1. Aspectos de interesse: ..................................................................................... 70 
10.2. Perfil Topográfico ............................................................................................. 70 
10.3. Mapas .............................................................................................................. 71 
10.4. Mapas Geológicos ........................................................................................... 72 
10.5. Tipos de Mapas Geológicos ............................................................................. 73 
10.6. Simbologia para Representação de Solos e Rochas segundo a NBR-
13441 75 
11. Bibliografia Básica ................................................................................................. 77 
12. Anexos ................................................................................................................... 77 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Minerais 
1.1. Alguns conceitos básicos: 
MINERALOGIA  É a ciência que estuda os minerais. 
 
MINERAL  É toda a substância inorgânica, de ocorrência natural, com 
composição química definida e que possui estrutura cristalina tridimensional 
ordenada. 
 
CRISTAL  É quando o mineral se apresenta com formas geométricas 
naturais, circundadas por superfícies planas e polidas, as quais são a 
expressão externa do arranjo regular interno dos átomos e íons. 
 
 De uma maneira geral os minerais podem se formar por: resfriamento 
magma, resfriamento de soluções ou gases magmáticos, evaporações de 
soluções salinas, reações entre substâncias e intemperismo. 
 
 Para a identificação de mineral, dispõe-se de vários processos, por meio 
dos quais se podem determinar, seja a estrutura cristalina seja a composição 
química. Entre esses métodos podem ser citados: cristalografia por difração de 
raios x, microscópica, conjugados com análise química. São, todavia, 
processos requintados, demorados e dispendiosos. Para o reconhecimento dos 
minerais mais comuns que entram na composição das rochas, existem 
elementos mais simples, os quais dependem das suas propriedades físicas e 
químicas. Os minerais já estudados cristalograficamente têm suas 
propriedades físicas e químicas catalogadas em tabelas facilmente 
manuseáveis. Assim, observando um conjunto de propriedades de um mineral, 
pode-se localiza-lo com relativa segurança nessas tabelas. 
 
1.2. Propriedades a serem observadas 
1.2.1. Propriedades físicas 
1.2.1.1. Clivagem e fratura 
 Clivagem: um mineral apresenta clivagem, quando ao romper-se sob a 
ação de uma força, apresenta 2 ou mais superfícies sempre planas e paralelas. 
 
 É uma propriedade condicionada pela estrutura interna, resultando o fato 
das ligações serem mais fracas em certas direções que em outras. É descrita 
6 
 
por termos, tais como: proeminente, perfeita, distinta e indistinta. Nem todas as 
espécies minerais apresentam clivagem. 
 
 Fratura: é a maneira pela qual se rompem os minerais, diferentemente 
da clivagem. Geralmente são superfícies irregulares. É designada por um dos 
termos: conchoidal, igual ou plana, desigual ou irregular. 
 
1.2.1.2. Dureza 
 É a resistência oferecida por uma superfície lisa do mineral ao ser 
riscado. 
 
Por razões práticas, os minerais são classificados através de uma tabela 
relativa a dureza, conforme a facilidade ou não de serem riscados por outros 
minerais. Dez minerais, do mais fraco ao mais resistente, quanto a dureza, são 
usados para compor tal escala, conhecida como escala de Mohs: 
 
 1 - Talco 6 - Ortoclásio 
 2 - Gipso 7 - Quartzo 
 3 - Calcita 8 - Topazio 
 4 - Fluorita 9 - Corindon 
 5 - Apatita 10 – Diamante 
 
1.2.1.3. Tenacidade 
 É a resistência oferecida pelo mineral ao ser rasgado, moído dobrado ou 
despedaçado. É uma propriedade relacionada a coesão. 
 
 Segundo ela o mineral pode ser: 
 
 Friável - pode ser transformado ou reduzido em pó; 
 Maleável - pode ser transformado em folha por percussão; 
 Séctil - pode ser cortado por um canivete; 
 Dúctil - pode ser transformado em fio; 
 Plástico - pode ser dobrado, mas não recupera a forma original, 
terminada a pressão que o deforma. 
 Elástico - pode recuperar a forma primitiva, ao cessar a força que o 
deforma. 
 
1.2.1.4. Peso Específico ou Densidade Relativa 
 É um número que exprime a relação entre seu peso e volume. 
 
7 
 
1.2.2. Propriedades que dependem da luz 
1.2.2.1. Brilho 
 É o aspecto da superfície do mineral quando reflete a luz podendo ser 
metálico ou não metálico. Os de brilho não metálico podem ser descritos 
como exibindo brilho vítreo, sedoso, adamantino, etc. 
 
1.2.2.2. Cor 
 É uma propriedade importante para identificação dos minerais. Os 
minerais que apresentam brilho metálico, geralmente apresentam cor constante 
e definida. Frequentemente os minerais, principalmente os de brilho não 
metálico, apresentam-se coloridos devido às impurezas. 
 
1.2.2.3. Traço 
 Constitui a cor do pó fino mineral e pode ser observado riscando uma 
placa de porcelana. 
 
1.2.3. Magnetismo 
 É uma propriedade que apresentam certos minerais, em seu estado 
natural, de serem atraídos por um imã. Apresentam alto teor de Fe na sua 
composição. 
 
1.2.4. Propriedades químicas 
 Com relação às propriedades químicas cita-se apenas o fenômeno da 
dissolução de calcários por ácidos. Pingando-se uma gota de ácido clorídrico 
diluído sobre um mineral, caso seja observado efervescência, pode-se concluir 
que esse se trata de um carbonato. As propriedades físicas presentes poderão 
indicar qual o tipo de carbonato em análise. 
 
 
CaCO3 + HCl = Ca Cl2 + H2O + CO2 
 
 
8 
 
1.3. Procedimentos para identificação 
Reconhecer o tipo de brilho do mineral: metálico ou não metálico. 
 
Examinar: 
 
a-) Cor do mineral 
 
b-) Dureza - é a propriedade relativa, devendo o mineral ser enquadrado entre 
certos valores de escala Mohs. 
 
Escala prática para uso: 
 
Unha  2,5 
Moeda  3,0Canivete  5,0 
Vidro  5,5 
Porcelana  6,0 
Quartzo  7,0 
 
Baixa  entre 1 - 2 
Média  entre 3 - 5 
Alta  entre 6 - 10 
 
c-) Cor do traço  observado numa placa de porcelana opaca. 
 
d-) Hábito do mineral  é a forma como ele normalmente se apresenta, como 
por exemplo: lamelar, prismático, globular, agregado, etc. 
 
e-) Outras propriedades  magnetismo, flexibilidade, maleabilidade, clivagem 
fratura, efervescência ao ácido clorídrico diluído, etc. 
 
Com os elementos acima obtidos, recorre-se a tabelas, como exemplo a 
tabela em anexo, a fim de selecionar um ou mais minerais que possuam 
propriedades semelhantes. Deve-se ter em mente que este é um processo de 
determinação simplificado, utilizando-se apenas propriedades macroscópicas e 
fáceis de serem observadas, não requerendo praticamente equipamento 
algum. Para um trabalho mais rigoroso, seria necessária a utilização de outras 
propriedades, como: ópticas, difração de raios-x, peso específico, composição 
química, etc. 
 
 
9 
 
2. Rochas 
Rocha é o agrupamento de um ou mais tipo de mineral resultante de 
um processo geológico determinado. Os minerais são arranjados segundo 
condições de temperatura e pressão existentes durante sua formação. 
As rochas, de acordo com seu modo de formação, constituem três 
grandes grupos: ígneas ou magmáticas, sedimentares e metamórficas, cada 
qual com características peculiares. 
Esses grupos rochosos se inter-relacionam, evidenciando o caráter 
cíclico e dinâmico da formação das rochas. 
 
Ciclo das Rochas (ABGE, 1998) 
 
 
2.1. Rochas ígneas ou magmáticas 
 As rochas ígneas ou magmáticas resultam da solidificação de material 
rochoso, parcial a totalmente fundido, denominado magma, gerado no interior 
da crosta terrestre. 
 Conforme seu local de formação distingue-se três tipos de rochas 
ígneas: 
 - Intrusivas ou plutônicas: o magma que sofre o seu resfriamento a 
grandes profundidades. Lentos processos de resfriamento e solidificação, 
resultando em material cristalino, geralmente de granulação grossa e de formas 
definidas. Exemplos: granito, pegmatito. 
10 
 
 - Hipo-abissais: É o magma que sofre o seu resfriamento no interior 
da crosta em profundidades intermediárias. Lentos processos de resfriamento, 
com minerais de pequeno tamanho, mas possíveis de observar a olho nu. 
Exemplo: diabásio. 
- Extrusivas ou vulcânicas: É o magma que sofre o seu resfriamento 
em contato com o ar ou água, na superfície da crosta. Resulta em material 
vítreo ou cristalino de granulação fina. Exemplo: basalto. 
 Quanto mais lento e profundo for o resfriamento do magma, mais 
desenvolvido serão os minerais que a constitui, consequentemente, maior a 
resistência à esforços mecânicos de compressão a rocha terá. 
2.1.1. Formas de ocorrência 
 As principais formas de ocorrência das rochas ígneas na crosta terrestre 
estão esquematizadas a seguir: 
 
Formas de ocorrência das rochas ígneas (CONSTANCIO, 2003) 
 
- Batólitos ou stocks: volumes irregulares de rochas intrusivas. 
- Diques: resulta do preenchimento de fraturas nas rochas da crosta 
terrestre pelo magma em ascensão. 
- Sills: corpo ígneo de forma tabular, concordante em relação as 
rochas encaixantes. 
- Derrames de lava: atividades vulcânicas expelidas por condutos 
vulcânicos ou por rede fraturas na superfície terrestre. 
A seguir, encontram-se os tipos de rochas e os locais de ocorrência 
11 
 
 
Tipos de rochas e suas formas de ocorrência (CONSTANCIO, 2003) 
 
 
2.2. Rochas Magmáticas  Procedimento de Classificação: 
 Existem diversos critérios de classificação. Enumeramos apenas 
algumas propriedades principais que são: 
 
Cor  a cor de uma rocha depende das cores dos minerais que as 
compõe. Segundo esse critério, a rocha pode ser: 
 
 a-) Melanocrática ou escura: quando contém mais de 60% de minerais 
ou materiais escuros. 
 
 b-) Mesocrática ou intermediária: quando contém entre 30% a 50% de 
minerais ou materiais escuros. 
 
 c-) Leucocrática ou clara: menos de 30% de minerais ou materiais 
escuros. 
 
 Estrutura  é o aspecto macroscópico apresentado pela rocha, 
relacionado com sua gênese e com fenômenos dinâmicos internos e externos 
da crosta terrestre. 
 
a-) Vesículas: cavidades formadas durante a solidificação. 
 
 b-) Amígdalas: cavidades que foram preenchidas posteriormente à 
solidificações das rochas. 
 
 c-) Diaclases ou juntas: fraturas geralmente decorrentes de contração 
por resfriamento durante a solidificação ou por esforços que atuam na crosta 
terrestre a sua observação geralmente é possível de se fazer apenas no 
campo. 
 
 d-) Compacta: caracteriza-se por uma homogeneidade aparente. 
 
 
 Textura  É a organização interna da rocha, referente ao arranjo, 
tamanho e forma das partículas que a constituem. 
12 
 
 Nas amostras a serem analisadas, algumas das seguintes texturas 
poderão ser observadas: 
 
 a-) quanto a cristalinidade - podem ser: 
 
 vítrea: quando a rocha não apresenta minerais, mas apenas 
material em estado amorfo (vidro). 
 
 cristalina: quando a rocha é completamente formada por minerais. 
 
 vítrea-cristalina: quando apresenta minerais e material em estado 
amorfo (vítreo). 
 
 b-) quanto ao tamanho dos minerais 
 
 Existem três tipos de granulação, que obedecem a um critério 
aproximado de divisão: 
 
 granulação grosseira: os minerais tem um tamanho médio de 
5mm. 
 
 granulação média: o tamanho médio dos minerais vária entre 
1mm à 5mm. 
 
 granulação fina: quando os minerais se apresentam com 
dimensões média inferiores a 1mm. 
 
Composição Mineralógica: 
 
 a-) deverá ser indicado o número de espécies minerais aparentes nas 
amostras. 
 
 b-) verificar a possibilidade de reconhecimento de algumas espécies 
minerais tais como : mica, feldspato e quartzo. 
 
 c-) dos minerais visíveis, citar: cor, brilho clivagem, etc. 
 
 
 Quanto a Gênese: 
 
 a-) intrusiva ou plutônica: rocha formada em grande profundidade, 
onde o resfriamento é mais lento, gerando minerais de granulação maior. Ex: 
granito. 
 
 b-) hipo-abissais: formada a pequena profundidade, onde o 
resfriamento é mais rápido, gerando minerais de granulação menor. Ex: 
diabásio. 
 
 c-) extrusiva ou vulcânica: rocha que se formou por resfriamento 
rápido na superfície da terra, portanto de granulação fina ou vítrea. Ex.: basalto 
13 
 
 
Porcentagem em sílica (quartzo): 
 
 a-) rochas ácidas: rochas com teor em sílica superior a 65%; Ex: granito. 
 
 b-) rochas intermediárias: teor compreendido entre 65% a 52%; Ex: 
sienito, diorito, etc.; 
 
 c-) rochas básicas: com teor abaixo de 52%. Ex.: basalto, diabásio. 
 
 Embora a porcentagem de sílica seja obtida através de análises 
químicas das rochas, é possível ter-se uma idéia de seu teor analisando a 
porcentagem do mineral quartzo na rocha, pois o mesmo representa sílica livre. 
 
 
2.3. Rochas Ígneas mais empregadas na engenharia civil 
 Granitos: utilizados geralmente como brita, lajes polidas, blocos, etc. 
Possuem grande resistência a esforços compressivos, chegando a suportar 
2.700 kg/cm2. 
 
 Em granitos de uma mesma espécie, a resistência aumenta com a 
diminuição do tamanho dos minerais. 
 
 Basaltos e Diabásios: utilizados principalmente como brita, são 
empregadas secundariamente, em ornamentação. Os diabásios de textura 
grossa quando polidos, apresentam um aspecto original devido à disposição 
dos cristais de feldspato. Sua resistência à compressão é de ordem de 1.900 
kg/cm2. 
 
 As rochas em geral, quando utilizadas como material de construção, 
necessitam de um exame prévio detalhado, principalmente no que diz respeito 
a fenômenos de alteração, que muitas vezes são perceptíveis somente ao 
microscópio. Um mineral mesmo fracamente alterado pode mudarcompletamente os valores de resistência de uma rocha. 
 
 
2.4. Rochas sedimentares 
É o estágio final de um conjunto de processos naturais que vão da 
decomposição da rocha pré-existente até o seu transporte e sedimentação. 
Estas rochas são conhecidas como rochas brandas, pois, em geral, 
apresentam baixas resistências mecânicas. 
14 
 
As rochas sedimentares, em sua maioria, se formam a partir de 
processos que compõem o ciclo sedimentar, quais sejam: o intemperismo, a 
erosão, o transporte, a deposição e a litificação. 
Podem ter três tipos de origem: 
- Origem clástica ou mecânica: consiste na lenta compactação dos 
extratos de sedimentos que tende a comprimir os grãos, produzindo 
embricamento (união de grãos ou formação de uma estrutura) dos mesmos e 
agregação. A figura a seguir ilustra o processo de formação de rocha 
sedimentar de origem clástica. 
 
Processo de formação de rocha sedimentar de origem clástica (CONSTANCIO, 2003) 
 
- Origem química: rochas inorgânicas que se formam através da 
precipitação de soluções químicas em bacias de sedimentação. Exemplo: 
calcário, gipsita. 
- Origem orgânica: Acúmulo de animais, vegetais, ou seja, matéria 
orgânica de natureza diversa, que encontram condições favoráveis de 
formação, tais como, pântano, fundo do mar ou rios, onde se acumulam. 
Exemplo: folhelho betuminoso (restos vegetais), coquina (restos de concha). 
As figuras a seguir ilustram o processo de formação das rochas 
químicas e orgânicas respectivamente. 
15 
 
 
Processo de formação de rocha sedimentar de origem química (CONSTANCIO, 2003) 
 
Processo de formação de rocha sedimentar de origem orgânica (CONSTANCIO, 2003) 
 
 
2.5. Rochas Sedimentares  Procedimento de Classificação: 
Características a serem observadas nas amostras: 
 
Cor: 
 
 A cor depende não somente do tamanho das partículas que a compõe 
como também da pigmentação dessas partículas. 
 
 Em rochas de mesma composição mineralógica e de maneira geral, 
quanto maior as partículas componentes, mais clara é a rocha e vice-versa. 
16 
 
 A cor das rochas sedimentares normalmente se relaciona à oxidação de 
íons de ferro (caso existam) e a presença ou não de carbono ou resíduos 
carbonosos. Assim quando há baixa oxidação dos íons de ferro a cor varia do 
azul ao verde; quando é alta a oxidação, ela pode ser amarela, laranja, 
castanha ou vermelha. 
 
Estruturas: 
 
 As principais estruturas originadas concomitantemente com a formação 
da rocha são: 
 
 a-) Estrutura maciça: caracteriza-se pela homogeneidade aparente 
apresentada pela rocha. 
 
 b-) Estratificação plano-paralela: as rochas sedimentares, em geral, se 
apresentam em camadas ou estratos superpostos, horizontais. Cada estrato 
representa condições de deposição mais ou menos constantes. 
 
 c-) Estratificação cruzada: podem apresentar estratos cruzados, devido à 
decomposição dos sedimentos em ambientes de água corrente (deltas ou 
borda de bacia de sedimentação), ou pelo vento, como no caso das dunas. 
 
 
Textura: 
 
 No caso de rochas sedimentares, está intimamente ligada a natureza do 
sedimento, podendo ser: 
 
 a-) Clástica ou mecânica: é aquela representada por rochas 
sedimentares que foram formadas pela acumulação de fragmentos de rochas 
ou minerais. Essa textura é facilmente identificada em rochas com granulação 
visíveis, como: conglomerado, arenitos e mesmo em silitos, mas em argilitos, 
que também pode ser de origem mecânica, essa textura é dificilmente 
identificável, mesmo ao microscópio, devido ao pequeníssimo tamanho das 
partículas. 
 
 b-) Não Clásticas: são apresentados pelas rochas sedimentares de 
origem químicas e orgânicas. Assim, as orgânicas apresentam, 
frequentemente, fragmentos de organismos, macro ou microscópico. Todavia, 
as de origem química mostram grãos minerais justapostos ou imbricados, 
formados por precipitação de soluções. 
 
 Composição: 
 
17 
 
 Deverá ser indicado o número de minerais na amostra, caso existam, e 
identifica-los se possível. 
 
 Indicar as formas dos grãos observados, como exemplos: grãos 
arredondados, angulosos, quebrados, alongados, achatados. Caso seja 
possível, identificar as partículas de minerais ou de rochas que entram na 
composição da rocha sedimentar analisada. 
 
 Observar se aparece a matéria orgânica como: fragmentos de conchas, 
restos de plantas, etc. 
 
 Cimento: 
 
 O material que une as partículas sedimentares, dando coesão à rocha, 
constitui o seu cimento. As substâncias mais frequentes encontradas como 
cimento são: argilas, alumíno-silicatos hidratados, calcário (carbonatos), calcita, 
dolomita, hidróxidos e óxidos de ferro, sílica (SiO2) e anidrita CaSO2. 
 
Para verificar se o cimento é calcário, basta pingar algumas gotas de 
ácido sobre a rocha e notar se há desprendimento de CO2. 
 
Atenção: rochas sedimentares de origem química são uniminerálicas 
não possuem cimento! 
 
Classificação: 
 
Quanto à origem as rochas sedimentares podem ser classificadas em: 
mecânicas, orgânicas e químicas. 
 
Mecânicas: 
 
 a-) Rudáceas - como exemplo cita-se os conglomerados, nos quais 
predominam partículas maiores que 2mm. 
 
b-) Arenosas - como os arenitos, onde predominam partículas entre 
2mm e 0,062mm. 
 
c-) Siltosas - como os siltitos, onde predominam partículas entre 
0,062mm e 0,004mm. 
 
d-) Argilosas - como os argilitos e os folhelhos, formados por partículas 
menores que 0,004mm. 
 
 Orgânicas: 
 
 a-) Calcárias - coquinas, corais e travertinos. 
 
 b-) Silicosas – coquinas, diatomitas e alguns sílex. 
 
 c-) Carbonosas - turfas, carvões e folhelhos oleosos. 
18 
 
 Químicas: 
 
 a-) Calcárias – calcitas e dolomita 
 
 b-) Ferruginosas - alguns minérios de ferro em camadas 
 
 c-) Salinas - nas formas de cloretos (halita e silvita); de nitratos, sulfatos 
e boratos. 
 
2.6. Rochas sedimentares mais empregadas na engenharia civil 
 As rochas sedimentares tem grande importância econômica, pois nelas 
são encontradas parcela considerável de riqueza mineral existente, a saber: 
carvão, petróleo, gás mineral, muitos minérios metálicos e particularmente, 
matérias primas essenciais a indústria de construção como pedras de 
revestimentos, areia, cascalho, argila, etc. Deve-se ressaltar também que as 
maiores reservas de água subterrânea, possíveis de serem aproveitadas, são 
encontradas em rochas sedimentares. 
 
 Podemos considerar, para fins de aplicação, duas classes de rochas 
sedimentares: a rocha em si, como material corrente e o sedimento formador 
destas rochas. 
 
 Coerentes ou Rochas Sedimentares: 
 
 Arenitos - rocha formada por grãos de quartzo cimentados por um 
material qualquer (sílica, carbonato, óxidos de Fe, etc.). 
 
Os arenitos que possuem cimento silicosos apresentam grande 
resistência à abrasão e ao ataque químico, sendo normalmente utilizados em 
pisos (na forma de lajes ou blocos ) e em revestimento de fachadas. 
 
 Argilitos e Siltitos são empregados também no calçamento, como é o 
caso do “Varvito de Itu” ( rocha estratificada com alternância de silte e argila), 
sendo fácil a obtenção de lajes segundo os planos de estratificação. 
 
 Calcários Sedimentares dos vários tipos que existem, o travertino é de 
grande procura para o revestimento de fachada. Trata-se de um calcário 
compacto, contendo inúmeras cavidades, razão pela qual o lado de uma 
grande solidez, grande leveza e aptidão para segurar argamassa, devido sua 
textura celular. 
 
 Gipsita (sulfato de cálcio hidratado), rocha de origem química formada 
pela precipitação de sulfato de cálcio. É usado na forma de gesso em 
construção, principalmente em serviços de estuque. Tem grande emprego na 
fabricação de cimento Portland. 
 
 
19 
 
 Incoerentes  sem cimentação: 
 
 Torna-se quasedesnecessário discorrer sobre a aplicação desses 
sedimentos na Engenharia Civil, tal o volume de frequência com que são 
utilizados. 
 
 Cascalho: encontrado e extraído principalmente dos leitos dos rios ou de 
depósitos deixado por eles, devido a mudança de posição que frequentemente 
ocorre em seus cursos. 
 
 Areia: as mais empregadas são aquelas que fazem parte de depósitos 
eólicos ou retirada de leitos de rios. As areias nas praias contém teor em sal, 
fator que limita o seu emprego em construção. 
 
 Argilas: quanto à sua gênese podem ser consideradas de dois tipos: 
primárias formadas “in situ” pela decomposição química, principalmente de 
feldspatos e secundárias, que são aquelas que depois de formadas são 
transportadas geralmente pela água para um lugar qualquer, vindo a formar um 
depósito sedimentar. Estas são freqüentemente coloridas por óxidos de ferro e 
apresentam maior plasticidade que as outras. 
 
 
2.7. Rochas metamórficas 
São aquelas originadas de outras rochas que sofreram a ação de altas 
pressões e elevadas temperaturas, ou tiveram contato com gases e líquidos 
magmáticos. Ex.: Arenito (Sedimentar)  Quartzito (Metamórfica), Cálcáreo 
(Sedimentar)  Mármore (Metamórfica), Granito (Magmática)  Gnaisse 
(Metamórfica). 
O metamorfismo é um conjunto de fenômenos naturais que provocam 
alteração na estrutura, como também na composição mineralógica da rocha 
original (magmática e sedimentar). Estas alterações provocam a instabilidade 
dos minerais, que tendem a se transformar e rearranjar sob as novas 
condições. Pode ocorrer a recristalização do mineral até reações metamórficas 
mais intensas. 
A rocha resultante de um processo metamórfico depende, 
essencialmente, da sua composição original, das condições de pressão e 
temperatura e fluídos envolvidos, ou seja, rochas de composição mineralógica 
diferentes (por exemplo: calcários, folhelhos e basaltos) irão apresentar 
mineralogia metamórfica adversa, mesmo quando submetidos a ações 
metamórficas semelhantes. 
Os tipos de metamorfismos são: 
20 
 
- Cataclástico: ação de altas pressões dirigidas que provocam 
mudanças na estrutura da rocha original. Ex.: Cataclasito, Milonito. 
- Termal (Contato ou Local): ação de altas temperaturas 
(transferência de calor de massas magmáticas) que provocam mudanças na 
composição da rocha original (recristalização). Ex.: Mármore. 
- Dinamotermal: ação de altas temperaturas e pressões dirigidas que 
provocam alterações na estrutura e na composição mineralógica da rocha 
original. Ex.: Itacolomito, Itabirito, Xisto, Filito, Ardósia. 
- Plutônico: ação de altas temperaturas e pressões confinantes 
(hidrostática) que provocam alterações na estrutura e na composição 
mineralógica da rocha original. Ex.: Granulito, Eclogito. 
2.8. Rochas metamórficas  Características a serem observadas 
nas amostras 
2.8.1. Estrutura 
 Além da possibilidade de apresentarem fraturas (normalmente 
observáveis em afloramentos), essas rochas podem mostrar as seguintes 
estruturas: 
 
Foliação (xistosidade): é caracterizada por uma orientação resultante do 
desenvolvimento mais ou menos paralelo e contínuo de minerais micáceos, 
alongados ou prismáticos. 
 
Lineação: é a denominação dada à foliação (ou xistosidade) descontínua 
de uma rocha metamórfica de granulação maior, que contém quartzo, feldspato 
e minerais micáceos orientados (gnaisse). Nela há faixas de minerais planares 
orientados separados por minerais não orientados. 
 
 Estrutura semelhante, denominada bandeada, pode ocorrer em rochas 
metamórficas compostas exclusivamente por quartzo e pequena porcentagem 
de minerais micáceos (quartzitos). 
 
Granulada: poucos minerais lamelares ou alongados, e muito maior 
porcentagem de minerais granulares (mármores). 
 
Cataclástica: caracterizada por fragmentos angulosos da rocha original 
cimentados por massa fina do mesmo material. Quando o processo 
metamórfico é muito intenso, há uma redução e fragmentos muito finos, dando 
origem ao “milonito”, rocha dura, com granulação microscópica. 
 
21 
 
2.8.2. Textura 
 Granoblástica: quando os grãos se apresentam mais ou menos 
equidimensionais, sendo comum em rochas granuladas. 
 
 Lepidoblástica: é caracterizada por minerais placóides em arranjos 
mais ou menos paralelos. 
 
 Porfiroblástica - quando há cristais maiores que se sobressaem numa 
matriz mais fina. 
 
 Observação: Estas texturas não se aplicam às rochas resultantes do 
metamorfismo cataclástico. 
 
2.8.3. Composição Mineralógica 
Deverá ser indicado o numero de minerais possíveis de serem 
observados nas amostras. 
 
Observar a forma dos minerais 
 
Verificar a possibilidade de reconhecimento de algumas espécies 
minerais mais comuns. 
 
2.8.4. Classificação 
Rochas de metamorfismo cataclástico: Cataclasitos e Milonitos 
 
Rochas de metamorfismo termal: Hornfels e Mármores 
 
Rochas de metamorfismo dinamotermal: Quartzitos, Ardósias, Filitos, 
Xistos, Gnaisses e Itacolomitos 
 
Rochas de metamorfismo plutônico: Granulitos, Charnockitos e Eclogitos 
 
 Chama-se a atenção para o fato de que podem ser encontrados termos 
de transição entre rochas metamórficas típicas e rochas ígneas ou 
sedimentares, conforme a intensidade dos processos metamórficos que estas 
tenham sofrido. Por outro lado, encontramos também termos de transição entre 
um grupo e outro de rochas metamórficas como por exemplo: entre micaxistos, 
entre filitos e ardósias. 
 
22 
 
2.9. Rochas metamórficas mais empregadas na Engenharia Civil 
 Gnaisse: é uma das rochas mais comumente empregadas em 
construção com largo emprego em pavimentação na forma de paralelepípedos 
ou mesmo sub-base de rodovias. É usada também em leitos de ferrovias. 
 
 É freqüentemente utilizada como pedra britada, quando o teor em mica é 
baixo. Aceita polimento, permitindo obtenção de material de fino acabamento 
em forma de lajes. 
 
Quartzitos: muito utilizado em lajes, aparelhadas manualmente ou 
serradas, tanto em fachadas como em pisos, polido ou não. O uso para tais fins 
tem sido muito grande, não só pela beleza que apresentam como também pela 
resistência ao desgaste físico e químico. 
 
 Largo uso tem-se feito ultimamente de um quartzito micáceo proveniente 
de Minas Gerais, chamado de Itacolomito, o qual permite a obtenção de placas 
muito finas e regulares. Comercialmente é conhecida como “Pedra Mineira”. 
 
 Mármores: é de conhecimento geral a utilização dos mais variados tipos 
de mármores, tanto em revestimentos interiores e exteriores, quanto em pisos 
e ornamento. Deve-se considerar que os mármores coloridos e sulcados de 
veias, geralmente não dão pavimentos duráveis e econômicos, principalmente 
quando expostos ao tempo. Apresentam melhores resultados quando aplicados 
em revestimentos de paredes. Para uso em pisos, deve-se escolher um tipo de 
mármore que tenha granulação fina e compacta. 
 
3. Caracterização geológico-geotécnica dos maciços rochosos 
Um maciço rochoso, do ponto de vista de seu aproveitamento em 
engenharia, é constituído por um conjunto de blocos de rocha justapostos e 
articulados, separados por descontinuidades, e é a relação entre a quantidade 
de descontinuidades e a escala da obra que indica o grau de isotropia do meio 
(Serra Júnior e Ojima, 1998). Contudo, o comportamento do maciço não se 
restringe apenas a quantidade de descontinuidades, mas é influenciado pelas 
condições que essas descontinuidades apresentam. 
Como a natureza das características do maciço difere de local para 
local, função da história geológica da região considerada, é necessário 
evidenciar os atributos do meio rochoso que, isolada ou conjuntamente, 
condicionam o seu comportamento ante as solicitações impostas pela obra em 
questão. Tal procedimento denomina-se caracterização geológico-geotécnicado maciço rochoso. A caracterização objetiva, portanto, a “emergência das 
características de uma realidade para sua posterior classificação” (Franciss, 
1974). 
23 
 
De modo geral, as características mais visadas no estudo do 
comportamento dos meios rochosos relacionam-se a deformabilidade, a 
resistência, a permeabilidade (em especial, no caso de obras hidráulicas e 
certas obras de escavação), e ao estado de tensões naturais. Tais 
características compreendem as feições geológicas e os parâmetros 
geotécnicos (obtidos através da caracterização geológico-geotécnica do 
maciço rochoso) e os índices e propriedades físicas (determinados por meio de 
ensaios in situ e laboratoriais). 
As características que traduzem a qualidade dos meios rochosos, do 
ponto de vista de engenharia civil, associam-se fundamentalmente a litologia, 
ao estado de alteração, a coerência e as descontinuidades. 
3.1. Litologia 
Segundo Serra Junior e Ojima (1998) a classificação litológica para 
aplicação em engenharia deve apoiar-se em conceitos petrográficos de uso 
corrente da geologia, mas deve ser simplificada e objetiva, adotando como 
critérios o grupo genético, as estruturas principais, textura, granulação e 
mineralogia. Um maior detalhamento litológico pode ser realizado conforme 
haja necessidade no decorrer dos estudos. 
3.2. Estado de alteração 
Estado de alteração é o conjunto de modificações físico-químicas a que 
as rochas se encontram submetidas, e que conduz à degradação de suas 
características mecânicas (Serra Junior e Ojima, 1998). A caracterização do 
estado de alteração é feita tátil-visualmente, com base em variações do brilho e 
da cor dos minerais da rocha, além da friabilidade. A Tabela 1 apresenta uma 
classificação básica de graus de alteração de rochas. Guidicini et al (1972) 
consideram o grau de alteração o parâmetro mais difícil de ser definido em 
campo, e limitam a três os graus de alteração, devido ao fato de que como a 
determinação de limites é muito subjetiva, o emprego de um maior número de 
graus seria pouco prática. Os graus propostos são rocha sã (A1); alterada (A2); 
e muito alterada (A3). 
Segundo Vaz (1996) a utilização de critérios baseados na alteração 
mineralógica e na porcentagem relativa de solos e blocos, utilizados para a 
definição de horizontes de alteração, é subjetiva e dificilmente reproduzíveis 
por observadores diferentes em um mesmo perfil. 
Para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - 
IPT (1983) a caracterização do estado de alteração das rochas é normalmente 
abordada através de critérios qualitativos, onde a avaliação é visual, ou 
quantitativos, onde são utilizados diversos ensaios para avaliação das 
24 
 
características mecânicas das rochas, tais como: deformabilidade e ruptura; 
velocidade de propagação de ondas elásticas; porosidade e permeabilidade; 
expansibilidade; e desgaste em meio úmido. Os critérios de alteração 
qualitativos se aplicam bem às rochas duras, mas em rochas sedimentares 
estas observações podem não apresentar um resultado satisfatório, sendo 
necessária a utilização de métodos quantitativos, ou a utilização de parâmetros 
de coerência. 
Tabela 1 – Graus de alteração (IPT, 1984). 
 
 
3.3. Coerência 
A coerência baseia-se em propriedades como tenacidade, dureza e 
friabilidade das rochas, e também é determinada tátil-visualmente com a 
observação da resistência que a rocha oferece ao impacto do martelo e ao 
risco com lâmina de aço (Guidicini et al, 1972). A Tabela 2 apresenta os 
critérios para definição da coerência das rochas. Segundo Serra Junior e Ojima 
(1998), os parâmetros de alteração e coerência permitem perceber a ação 
intempérica sobre o maciço rochoso, e conseqüentemente as possíveis 
alterações nas características mecânicas das rochas, especialmente sobre a 
resistência, que sofre significativa redução nos estágios inicias de alteração. 
Tabela 2 – Graus de coerência (GUIDICINI, 1972). 
 
 
25 
 
3.4. Resistência 
Segundo Guidicini et al (1972) entende-se por grau de resistência 
aquele relacionado com a compressão simples. Os diferentes graus de 
resistência são estabelecidos com base nos valores de resistência obtidos em 
ensaios de compressão uniaxial. Este parâmetro é muito utilizado na 
caracterização de maciços rochosos para fins de engenharia, e as rochas 
podem ser subdivididas em cinco níveis de resistência, conforme a Tabela 3. 
O ensaio para obtenção da resistência a compressão uniaxial é 
relativamente dispendioso, requer tempo para a preparação de amostras e 
equipamentos especiais para a sua realização. Entretanto, testes indiretos são 
comumente utilizados para se obter esse parâmetro, como teste de carga 
puntual e o martelo de Schmidt. São testes mais simples, requerem menos 
preparação de amostras e equipamentos menos sofisticados. 
Tabela 3 – Graus de resistência (GUIDICINI, 1972). 
 
 
3.5. Descontinuidades 
As descontinuidades são sem dúvida o principal condicionante do 
comportamento de um maciço. Sem elas o maciço se comportaria como rocha 
intacta, dependendo apenas das características intrínsecas do material, como 
coesão e ângulo de atrito. Mas na realidade a resistência, a deformabilidade, a 
estabilidade, e a permeabilidade entre outras propriedades do maciço rochoso, 
estão muito mais associadas à natureza das descontinuidades do que à rocha 
propriamente dita (Serra Júnior e Ojima, 1998). 
Descontinuidade é um termo geral que engloba feições geológicas que 
interrompem a continuidade física do meio rochoso, como fraturas, falhas, 
acamamentos, contatos, foliações e xistosidades. Ela pode ser definida como 
qualquer superfície natural em que a resistência a tração é nula ou muito baixa 
(ISRM, 1978). Os principais tipos de descontinuidades são falhas e fraturas. As 
fraturas, ou juntas, caracterizam-se por ser um plano de quebra da 
continuidade da rocha sem movimentação relativa significativa entre os blocos. 
Um conjunto de fraturas com a mesma orientação e origem forma uma família. 
A falha é um plano onde ocorreu deslocamento de um bloco em relação ao 
outro. 
26 
 
Segundo Gabrielsen (1990), qualquer pessoa que esteja trabalhando 
com o estudo de rochas, independentemente da escala utilizada, irá ter que 
lidar com descontinuidades, sejam fraturas ou falhas. Segundo o autor, as 
descontinuidades representam a parte mais fraca do corpo rochoso, e o local 
onde todos os tipos de processos geológicos (geoquímico, termal e mecânico) 
podem interagir. 
3.5.1. Orientação 
É a atitude de um plano de descontinuidade no espaço. É descrito pela 
direção e o mergulho do plano. De acordo com Magalhães e Cella (1998), a 
direção é definida pelo ângulo entre o norte e a linha de intercessão do plano 
da descontinuidade, com o plano horizontal, e o mergulho é o ângulo de 
inclinação do plano com o plano horizontal. A reta do mergulho é a reta de 
máxima inclinação no plano, perpendicular à direção. 
3.5.2. Número de famílias 
Um conjunto de descontinuidades com mesma orientação e origem 
caracteriza uma família de fraturas. Quando ocorre mais de uma família elas 
são numeradas, de acordo com o grau de importância para estudo. O conjunto 
das famílias de um determinado local define um sistema de fraturas. 
3.5.3. Persistência 
Segundo a ISRM (1978), a persistência implica na extensão ou 
dimensão de uma descontinuidade em um plano, e pode ser quantificada 
observando-se o comprimento do traço da descontinuidade em uma superfície 
exposta do maciço. As descontinuidades podem ter seus traços acabando em 
outras descontinuidades, ou terminando na própria rocha. De acordo com Serra 
Junior e Ojima (1998), “a persistência tem especial influência na resistência ao 
cisalhamento dos maciços rochosos, com importância decisiva em certas 
situações de taludes e fundaçõesde barragens”. 
Contudo, é um parâmetro difícil de ser utilizado na prática, quando não 
se dispõe de extensos afloramentos para a observação das descontinuidades, 
ou quando o estudo é feito sobre testemunhos de sondagem. 
3.5.4. Alteração das paredes das descontinuidades 
A alteração do maciço rochoso não ocorre de forma homogênea. Ela 
ocorre inicialmente nas áreas aflorantes do maciço, e pelas descontinuidades 
27 
 
por onde há a possibilidade de percolação de água. A descrição da alteração 
das paredes é dada pelo grau de alteração da rocha, e pela espessura que a 
alteração apresenta. 
3.5.5. Rugosidade 
A rugosidade dos planos de uma descontinuidade é, de maneira geral, 
caracterizada pelas ondulações e irregularidades dos planos. De acordo com 
Serra Junior e Ojima (1998), a rugosidade “influência especialmente a 
resistência ao cisalhamento, sobretudo quando se trata de descontinuidades 
não preenchidas, conferindo um incremento ao ângulo de atrito, até um nível 
de tensões a partir do qual se verifica a ruptura.” A rugosidade é quantificada 
de acordo com seu perfil geométrico, conforme a figura a seguir. 
 
Figura 7 – Perfis de rugosidade (BARTON ET AL. 1974) 
 
3.5.6. Abertura 
A abertura corresponde à distância perpendicular que separa as duas 
paredes de uma descontinuidade, onde o espaço entre elas pode ser 
preenchido por ar, água ou outro material de preenchimento. A ISRM (1978) 
sugere a terminologia apresentada na Tabela 4 para a classificação da 
abertura de descontinuidades. 
Tabela 4 – Classificação de aberturas de descontinuidades (ISRM, 1978) 
 
 
28 
 
3.5.7. Preenchimento 
Preenchimento é o termo usado para designar o material presente 
entre as paredes de uma descontinuidade. O tipo de preenchimento 
encontrado tem papel importante no comportamento do maciço rochoso, 
principalmente com relação à resistência ao cisalhamento e à permeabilidade. 
Segundo Serra Junior e Ojima (1998), a caracterização do preenchimento deve 
conter a espessura, a caracterização de seus constituintes (granulação, 
mineralogia, textura, cor) e outras informações que se mostrarem relevantes. 
3.5.8. Espaçamento 
Segundo Magalhães e Cella (1998), o espaçamento refere-se à 
quantidade de descontinuidades por unidade de medida. Por definição o 
espaçamento é considerado como a distância perpendicular entre duas 
descontinuidades de uma mesma família, geralmente se referindo à média de 
espaçamentos da família. A terminologia proposta pela ISRM (1978) é dada na 
Tabela 5. 
Tabela 5 – Classificação de espaçamento (ISRM, 1978) 
 
 
3.5.9. Grau de fraturamento 
O grau de fraturamento expressa a quantidade de fraturas por metro 
linear de maciço. Utilizado principalmente na descrição de testemunhos, ele 
difere do espaçamento por não estar relacionado à distância perpendicular 
entre fraturas de uma mesma família, mas reflete a quantidade de pedaços em 
que o maciço ficou fragmentado. Guidicini et al (1972) propõe a classificação 
da Tabela 6 para determinar o grau de fraturamento. 
 
 
29 
 
Tabela 6 – Graus de fraturamento (GUIDICINI ET AL, 1972) 
 
 
4. Classificação de maciços rochosos 
São nas primeiras fases de estudo de um projeto, onde ainda são 
poucas as informações sobre o maciço rochoso, que o uso da classificação de 
maciços traz grandes benefícios, e serve como um check-list que assegura que 
todas as informações relevantes sejam consideradas. Contudo, a utilização da 
classificação não deve, e nem pode, ser a única fonte de informação na 
elaboração do projeto. 
A formulação de classificações geomecânicas remonta a década de 40, 
tendo sido elaboradas grande número delas, nos anos que se seguiram. Uma 
lista resumida das principais classificações geomecânicas está apresentada na 
tabela 7. 
Tabela 7 – Principais classificações geomecânicas (BIENIAWSKI, 1989) 
 
 
Segundo Guidicini et al (1972) uma classificação geotécnica de meios 
rochosos depende do campo de aplicação da obra (superficial ou subterrânea), 
da etapa de projeto e o nível de detalhe do estudo, da disponibilidade de 
recursos, do grau de desenvolvimento do meio técnico em que a classificação 
é feita, e da natureza do meio rochoso em estudo e seu nível de complexidade. 
30 
 
Para Bieniawski (1989), as classificações de maciços rochosos são 
necessárias para avaliar as condições dos maciços para fins de engenharia, e 
se tornaram bem aceitas pela comunidade científica, pois permitem 
correlacionar as experiências de condições de maciços de um local com as 
encontradas em outro. Nenhum parâmetro isolado pode descrever completa e 
adequadamente um maciço rochoso para fins de engenharia. Vários fatores 
têm diferentes significados, e somente uma combinação de fatores pode 
descrever um maciço satisfatoriamente. Para selecionar os parâmetros 
geológicos é importante que eles sejam não só os mais significativos do ponto 
de vista da engenharia, mas também que possam ser medidos e verificadas no 
campo, a fim de evitar opiniões pessoais e observações qualitativas. Segundo 
Kirkaldie (1988), muitos dos problemas que surgiram no passado com os 
sistemas de classificação devem-se ao caráter genérico das classificações, 
com a rocha sendo classificada comumente por suas características 
mineralógicas e petrológicas, sendo que nessas classificações a rocha 
precisava ser reinterpretada para os diferentes usos na engenharia. 
A conceituação de termos como caracterização, classificação 
geológico-geotécnica, classificação geomecânica e compartimentação, são 
definidos por Monticeli (1983) como: 
- Caracterização de Maciço Rochoso: levantamento das 
características geológicas (litologia e estruturas), geotécnicas (recuperação, 
fraturamento, alteração, etc) e mecânicas (obtidos através de ensaios) do 
maciço rochoso. 
 Classificação Geológico-Geotécnica: elege características 
representativas do maciço (parâmetros de classificação) com os quais se 
estabelecem unidades, zonas ou compartimentos, que correspondem às 
classes formadas pelas variações dos parâmetros. 
Classificação Geomecânica ou Modelo Geomecânico: estabelece 
parâmetros ou índices mecânicos às classes ou unidades de maciço, para 
utilização direta no projeto. 
Compartimentação: estabelece unidades que sintetizam de maneira 
clara e relevante os condicionantes geológicos-geotécnicos importantes para a 
finalidade do estudo, que podem ser obtidos a partir da caracterização ou da 
classificação do maciço rochoso. 
4.1. Rock Quality Designation – RQD 
O RQD como uma forma de classificação de maciços rochosos, 
acabou se tornando um dos parâmetros utilizados por outras classificações. É 
definido como a percentagem de pedaços de testemunho de rocha intactos, 
maiores ou iguais a 10 cm, pelo comprimento do avanço da perfuração, a 
manobra. Para isto, o testemunho deve ter tamanho mínimo NW (54,7mm) e 
31 
 
ser perfurado com barrilete duplo-livres, para rochas duras a medianamente 
duras: 
 
p = comprimento das peças maiores que 10 cm; 
n = comprimento da manobra de avanço da perfuração. 
4.2. Classificação de Barton – Sistema Q 
O sistema Q de classificação de maciço rochoso foi desenvolvido por 
Barton, Lien e Lunde em 1974, baseados na análise de 212 casos históricos de 
túneis, dos quais mais de 30 casos incluíam túneis permanentemente sem 
suportes. Este sistema avalia numericamente a qualidade do maciço rochoso 
usando os seguintes parâmetros: RQD; número de famílias de juntas; 
rugosidade das juntas; grau de alteração e preenchimento das juntas; fluxo 
interno d’água; e condições de tensões. 
Estes parâmetros se relacionam através da equação: 
 
Onde: 
RQD – rock quality designation (Tabela 8); 
Jn – índice de influência do número de famílias de fraturas (Tabela 9); 
Jr – índice de influência darugosidade das paredes das fraturas 
(Tabela 10); 
Ja – índice de influência da alteração das paredes das fraturas (Tabela 
11); 
Jw – índice de influência da ação da água subterrânea (Tabela 12); 
SRF – índice de influência do estado de tensão do maciço (Tabela 13). 
32 
 
Tabela 8 – Principais Valores de RQD – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
 
Tabela 9 – Principais Valores de Jn – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
 
Tabela 10 – Principais Valores de Jr – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
Tabela 11 – Valores de Ja – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
 
Tabela 12 – Valores de Jw – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Tabela 13 – Valores de SRF – Classificação geomecânica de BARTON et al, (1974). 
 
 
A nota final obtida para o maciço pode variar entre 0,001 até 1000, 
abrangendo as diversas variações dos maciços rochosos. Com a nota final 
pode-se relacionar o maciço a uma das nove classes, conforme a tabela 14. 
35 
 
Tabela 14 – Classes de maciços rochosos – Sistema Q (BARTON et al, 1974). 
 
 
 
4.3. Classificação de Bieniawski – Sistema RMR 
Desenvolvido por Bieniawski em 1973, o sistema RMR (Rock Mass 
Rating), também conhecido como classificação geomecânica, foi sendo 
modificado com a inclusão de novos parâmetros, sendo hoje utilizada a 
classificação publicada em 1989. É baseada em seis parâmetros: resistência 
da rocha intacta; RQD; espaçamento de fraturas; condição das fraturas; água 
subterrânea; e orientação das descontinuidades. 
Para aplicar a classificação geomecânica o maciço rochoso é dividido 
primeiramente em regiões estruturais, onde as características sejam mais ou 
menos uniformes, e a classificação é aplicada para cada região considerando 
as características médias de cada uma (Bieniawski, 1989). Para cada um dos 
parâmetros é atribuído um peso relativo, de acordo com a Tabela 15. O sexto 
parâmetro é um valor de ajuste que avalia a relação da orientação das 
descontinuidades com o tipo de obra, podendo ser mais ou menos favorável. A 
Tabela 16 exemplifica o efeito das orientações das descontinuidades em 
relação ao eixo e sentidos de escavação em túneis, enquanto a Tabela 17 
(Bieniawski e Orr, 1976) auxilia na estimativa da favorabildade da orientação 
das descontinuidades em relação à estabilidade de fundações de barragens. A 
Tabela 18 detalha os critérios para descrição das condições das 
descontinuidades. A nota final do maciço é dada pela somatória dos pesos dos 
parâmetros considerados, definindo as classes de maciços (Tabela 19). O 
sistema RMR associa ao final, para cada uma das cinco classes de maciço 
rochoso, uma estimativa do tempo médio de auto sustentação e vão livre da 
seção para o caso de túneis, e os valores de coesão (KPa) e de ângulo de 
atrito (Tabela 20). 
 
 
 
36 
 
Tabela 15 – Classificação geomecânica de Bieniawski (1989). 
 
 
Tabela 16 – Efeito da direção geológica e do mergulho na construção de túneis 
 
 
Tabela 17 – Efeito da direção geológica em fundações de barragens (Bieniawski e Orr, 1976). 
 
 
37 
 
Tabela 18 – Orientação para a classificação das condições das descontinuidades. 
 
 
Tabela 19 – Classes do maciço determinada pela soma total dos pesos. 
 
 
Tabela 20 – Significado das classes. 
 
 
Segundo Bieniawski (1989), o RMR é um sistema de aplicação 
simples, e os parâmetros utilizados são facilmente obtidos em furos de 
sondagem ou em mapeamentos geológicos. O autor não recomenda utilizar a 
classificação caso não se disponha de todos os dados, e sugere aplicar no 
mínimo duas classificações no desenvolvimento de um projeto, com a 
finalidade de checar os resultados obtidos. 
4.4. Modelos Geomecânicos 
O modelo geomecânico contempla o meio rochoso no seu conjunto, 
envolvendo todas as informações necessárias a elaboração do modelo físico, 
sobre o qual o projeto de engenharia será desenvolvido. Deve abranger as 
características globais do maciço, como as classes geomecânicas, e as 
particularidades relevantes que possam condicionar o seu comportamento, 
como as descontinuidades, com seus respectivos parâmetros geomecânicos. 
38 
 
Elaborado após a caracterização e classificação do maciço, reúne 
todas as feições do meio rochoso, definidas espacialmente, de interesse ao 
projeto em questão. É, portanto, específico para o local estudado. 
5. Sondagem Rotativa 
5.1. Definição e equipamentos básicos 
A sondagem rotativa é um tipo de investigação feita com um tubo, 
denominado barrilete, dotado de uma peça cortante, feita com um material de 
alta dureza (coroa) em sua ponta, que perfura o terreno através de movimento 
de rotação. O barrilete geralmente tem uma camisa livre em seu interior para 
preservar o testemunho do terreno, que constitui a parte central da área anelar 
cortada pela coroa. Para rochas brandas utilizam-se coroas com pastilhas de 
widia. Para rochas de média a alta dureza, empregam-se coroas com diamante 
industrial, na forma de pequenos grãos incrustrados numa matriz, formada pela 
mistura de vários metais, submetidos à sinterização . 
 
Barrilete Duplo Móvel 
 
 
Coroa de Widia 
39 
 
 
Coroa de Diamante 
 
Existem barriletes e coroas de várias dimensões para permitir a 
execução das perfurações em série telescópica. Com isso é possível manter 
protegida, com revestimento, parte da parede do furo, constituído por material 
que pode desmoronar, enquanto a perfuração prossegue com um diâmetro 
menor. 
A série de diâmetros padronizados são denominados com as letras 
EW, AW, BW, NW, HW, etc. A primeira letra corresponde ao diâmetro do furo e 
a segunda (W) indica a rosca padronizada da composição de perfuração. Os 
diâmetros mais comuns estão apresentados na tabela 21. 
Tabela 21 – Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos 
 
 
O equipamento básico para a sondagem rotativa consta de uma sonda 
motorizada, bomba de água, hastes, barriletes e coroas. 
 
Equipamentos básicos 
40 
 
 
 
Equipamentos básicos 
 
As sondas geralmente imprimem o avanço da perfuração, 
pressionando o hasteamento rotatório com macacos hidráulicos. 
A operação da sondagem rotativa se faz por ciclos sucessivos de corte 
e retirada dos testemunhos do interior do barrilete, procedimento este 
denominado manobra. O avanço de cada manobra depende basicamente da 
qualidade do material que está sendo perfurado. Quando a rocha é de boa 
qualidade, o comprimento do testemunho obtido em cada manobra pode ser 
igual ao comprimento do barrilete (3 a 5 m). Entretanto, quando ocorre a perda 
ou destruição de material, em terrenos de difícil amostragem, o comprimento 
de cada manobra deve ser diminuído, até o mínimo necessário. 
Para que o maciço rochoso seja bem representado pelo testemunho, 
recomenda-se que em cada manobra o comprimento da amostra não seja 
inferior a 95% do avanço. 
Intervalos localizados com baixa recuperação, dentro de um conjunto 
de boas amostras, podem ter origem em uma porção excepcionalmente ruim 
do maciço ou em algum problema no funcionamento do barrilete. Os trechos 
com baixa recuperação devido a deficiência de operação do equipamento 
devem ser indicados na caixa de testemunhos e no boletim de sondagem. 
Enfim, todos os fatos ocorridos durante a execução de uma sondagem devem 
ser criteriosamente registrados para que os resultados da investigação possam 
ser corretamente interpretados. 
41 
 
Não existe uma norma brasileira específica para a execução de 
sondagem rotativa. A referência nacional deste tipo de ensaio é o Manual de 
Sondagem da ABGE (Boletim nº 3 - Revisado - 4ª edição, 73 pág, ABGE,1999) 
e as Instruções Normativas para Execução de Sondagens, do DEINFRA 
(Departamento Estadual de Infra-Estrutura do estado de Santa Catarina, IN-
07/94). Estes manuais têm por objetivo orientar a execução da maior parte das 
atividades rotineiras relacionadas às sondagens geológico-geotécnicas. Tendo 
um formato genérico, é imprescindível que, na sua utilização, prevaleça sempre 
o julgamento criterioso de sua aplicabilidade, total ou parcial, de maneira a se 
tornar adequado às inúmeras situações e objetivos de uma investigação 
geológico-geotécnica específica. 
Os testemunhos obtidos nas sondagens devem ser guardados em 
caixas de madeira ou de plástico com tampa. Eles devem ser dispostos na 
sequência exata de sua posição no furo, da esquerda para direita e de cima 
para baixo. 
Quando, no local da sondagem rotativa, existe uma cobertura de 
material terroso, acima do maciço rochoso, o procedimento rotativo tem início a 
partir da profundidade em que a resistência do material atinge 50 golpes para 
30 cm no SPT. Neste caso, a sondagem também é denominada sondagem 
mista. 
 
 
 
Caixas de testemunhos 
42 
 
5.2. Medida do nível d’água 
A posição do nível d’água, medida em furos, constitui informação 
fundamental nos trabalhos de Geologia de Engenharia. Não é rara a ocorrência 
de diferentes níveis d’água no terreno, correspondentes a aqüíferos confinados 
isolados por trechos de rocha pouco fraturada ou camadas quase 
impermeáveis de sedimentos. Nessas condições, o nível d’água no furo 
apresenta variações a medida que a perfuração avança, interceptando um 
maior número de feições permeáveis. Ao término da sondagem, o nível d’água 
medido no furo reflete o equilíbrio dinâmico dos níveis, com predominância 
daquele de maior transmissividade ou capacidade de aporte ou drenagem de 
água por furo. 
A água de circulação da sondagem também pode interferir no nível 
medido. Para evitar essa situação o ideal é esgotar o furo e, antes da medida, 
deve-se aguardar tempo suficiente para restabelecer o equilíbrio (geralmente 
24 horas após conclusão da perfuração). 
5.3. Orientação dos testemunhos 
A orientação dos testemunhos de sondagem e de todas as feições 
encontradas pode ser feita por procedimento que assinale, no topo da primeira 
amostra de uma manobra, uma marca de referência, possibilitando a definição 
da posição espacial da amostra coletada, quando ela ainda está incorporada 
ao maciço. 
Com um segmento de testemunho orientado é possível fazer uma 
montagem com os demais, acima e abaixo dele, desde que a recuperação seja 
adequada. 
5.4. Recuperação de testemunhos 
Denomina-se recuperação dos testemunhos, a porcentagem entre o 
comprimento das amostras coletadas e o avanço da sondagem em cada 
manobra. Para medir o comprimento das amostras é preciso montá-las em 
uma calha que permita um bom ajuste entre os vários segmentos. 
43 
 
 
Recuperação de 100% de testemunho de rocha com comprimento de manobra de 3,00 metros 
 
5.5. Amostragem integral 
Para se obter amostragem contínua em trechos cuja recuperação pelo 
método convencional é muito baixa, como por exemplo, rochas alteradas, 
torna-se necessário recorrer a uma técnica de amostragem integral. Só assim 
se poderá esperar que os materiais dessas zonas mais brandas sejam 
amostrados de forma a evidenciar-se a sua posição relativa ao longo do furo e 
a sua natureza. Nos processos correntes de perfuração por rotação não é 
possível, em geral, obter amostra dessas zonas, que são muitas vezes as mais 
importantes dos maciços, por condicionarem o seu comportamento mecânico. 
A técnica de amostragem integral desenvolvida no LNEC (Laboratório 
Nacional de Engenharia Civil – Lisboa), associada a sondagens rotativas, 
consiste no seguinte esquema (figura a seguir). Na primeira fase procede-se à 
perfuração de um trecho de 2 a 3 m com coroa de pequeno diâmetro (38 mm 
ou inferior). Na segunda fase, coloca-se um varão metálico de diâmetro inferior 
no interior do furo realizado e procede-se à introdução de uma calda de 
cimento rápida ou resina de forma a soldar o varão ao maciço rochoso e a 
permitir a penetração da calda em fraturas ou zonas esmagadas do trecho em 
questão. Na terceira fase, procede-se à reperfuração com coroa de maior 
diâmetro de forma a que a vara introduzida fique centrada neste furo. A 
amostra que se obtém é, em princípio, uma amostra integral, isto é, 
representativa de todos os tipos de terreno perfurados ainda que estes sejam 
de má qualidade (caso de zonas de alteração, enchimentos de falhas, etc.), e 
orientada (permitindo determinar a orientação das descontinuidades que nela 
ocorrem). 
Esse método de amostragem é empregado na caracterização de 
feições geológicas de um maciço rochoso, especialmente descontinuidades, 
44 
 
com duas finalidades principais: determinação da disposição espacial e 
qualidade da amostragem (recuperação de materiais moles, de 
preenchimento). 
 
Técnica de amostragem integral (LNEC) 
 
5.6. Sondagem a Rotopercussão 
As perfuratrizes a ar comprimido são empregadas com muita 
freqüência em obras civis, na perfuração de rocha e concreto sem armação, 
com finalidades diversas, principalmente em perfurações para desmonte e 
tratamento de maciços rochosos (cortinas de injeção, drenagem, chumbadores, 
tirantes, etc.). Em casos particulares, a perfuração a rotopercussão é realizada 
como sondagem, embora não forneça amostras dos materiais perfurados, a 
não ser detritos da perfuração e a velocidade de avanço. É o caso da 
investigação de horizontes existentes no interior de maciços rochosos, como 
passagens friáveis, mudanças litológicas, feições geológicas de alta 
permeabilidade etc., quando não for necessária a obtenção de testemunhos. 
É um método de abertura de furos com o uso de equipamentos 
rotopercussivos, geralmente com propulsão pneumática. É de grande 
importância a observação dos detritos produzidos, assim como o registro de 
fenômenos importantes ocorridos durante a perfuração. 
5.7. Ensaios em furos de sondagem rotativa 
Os furos de sondagem constituem de um privilegiado acesso ao interior 
do maciço com pouca interferência sobre suas características naturais. Neles 
são feitos vários tipos de ensaios para a determinação dos parâmetros do 
maciço em conjunto com suas descontinuidades. Os ensaios mais comuns em 
furos de sondagem rotativa são: ensaio de perda de água sob pressão e a 
videoscopia. 
45 
 
5.7.1. Ensaio de perda de água sob pressão 
O ensaio de perda d’água sob pressão, realizado em maciços rochosos 
através de furos de sondagens, visa a determinação da permeabilidade e do 
comportamento desses maciços frente a percolação de água através de suas 
fissuras. 
Consiste na injeção de água sob pressão num certo trecho de um furo 
de sondagem e na medida da quantidade de água absorvida pelo maciço 
rochoso durante um certo tempo, a uma dada pressão de injeção. É realizado 
para vários estágios de pressão. O esquema de montagem dos equipamentos 
do ensaio é apresentado na figura a seguir. 
 
Montagem do ensaio (ABGE, 1999) 
 
 O ensaio é executado convencionalmente, em cinco estágios de 
pressão, para caracterizar o comportamento do maciço, e também, para 
diagnosticar possíveis problemas na sua execução, além de obter o valor da 
permeabilidade. 
 A execução do ensaio é feita pela injeção de água, na pressão 
determinada para cada estágio. Após a estabilização do fluxo de água (em 
geral de 10 a 20 minutos), mede-se a vazão de injeção e a pressão 
correspondente, a cada minuto, durante 10 minutos no mínimo. 
 O cálculo do valor de permeabilidade é feito considerando os mesmos 
parâmetros dos ensaios de infiltração, acrescentando a pressão manométrica 
da bomba d’água e subtraída a perda de carga na tubulação de ensaio. 
Critérios e métodode cálculo da permeabilidade estão contidos em ABGE 
(1999). 
46 
 
5.7.2. Perfilagem ótica (videoscopia) 
Câmeras de vídeo miniaturizadas e com fonte de luz permitem a 
obtenção de imagens das paredes dos furos, cujas distorções são corrigidas 
por meio de processamentos em computador, permitindo a obtenção de vistas 
planas. Equipamentos mais avançados podem reproduzir a figura 
tridimensional virtual dos testemunhos, a partir das informações das paredes, 
por meio de imagens digitais, permitindo obter as orientações das estruturas 
geológicas. 
A perfilagem ótica ou televisamento de furos consiste em um método 
de investigação, em que se obtém imagem contínua, colorida em 360° de 
paredes de furos de sondagem convencional ou perfurações com métodos 
destrutivos. 
O equipamento utilizado trata-se de uma ferramenta, constituída 
principalmente por uma câmera com espelho convexo, ligada a um cabo de 
aço especial que envia informações a uma central acoplada ao computador. 
Este sistema fornece imagens de “fatias” em 360°, que são empilhadas 
formando a imagem completa da parede do furo. O aparelho é equipado por 
um sistema de três magnetômetros e três gravímetros, além de contador de 
profundidades. Com isso a ferramenta fornece dados complementares de 
direção e inclinação dos furos. 
 
Câmera 
 
Este método traz a grande vantagem do tempo de execução, em 
relação com as sondagens convencionais. Outro grande ganho com esse 
equipamento é a precisão dos dados estruturais, como direção e mergulho, 
além da direção, inclinação e desvio dos furos. 
Como o objeto de trabalho é a imagem, limita-se a utilização do método 
para furos acima do nível de água. 
47 
 
6. Ensaio de envelhecimento em rochas 
O intemperismo é definido, em termos gerais, como todas aquelas 
mudanças que ocorrem devido a exposição de material rochoso a atmosfera. 
Os efeitos do intemperismo estão por toda parte. De um ponto de vista 
geológico, o intemperismo é importante por que ele transforma rocha sólida em 
fragmentos menores, decompõe esses fragmentos e os prepara para remoção 
pelos agentes de erosão. 
Os dois tipos principais de intemperismo são a desintegração mecânica 
e a decomposição química. O congelamento (expansão do gelo) é o tipo mais 
importante de intemperismo físico. Os 3 tipos principais de intemperismo 
químico são a oxidação, dissolução e hidrólise. 
O quebramento de uma massa rochosa em partículas menores, a 
primeira vista parece ser um pouco aleatório gerando uma infinidade de formas 
geométricas. Todavia, quando estudamos cuidadosamente, vemos que existe 
um sistema e ordem no processo. O quebramento mecânico de rochas e as 
formas da maioria dos fragmentos são condicionados por parâmetros tais como 
juntas, clivagem e outros planos de descontinuidade estrutural no material 
rochoso. 
Para realizar o estudo do comportamento da rocha quanto ao 
itemperismo pode-se realizar o ensaio de intemperismo acelerado ou teste de 
envelhecimento acelerado. 
Este ensaio é realizado em câmaras de envelhecimento (QUV). QUV é 
a câmara de envelhecimento ambiental acelerado, e é a câmara mais usada no 
mundo todo para ensaio de envelhecimento, pois gera a melhor simulação da 
luz solar com longitude de onda curta (Luz Ultravioleta UVA e UVB). Em 
poucos dias ou semanas, o QUV é capaz de reproduzir os efeitos que podem 
ocorrer ao longo de meses ou, até mesmo, anos em ambiente externo. 
Ensaios de alteração acelerada, em laboratório, visam o conhecimento 
da durabilidade da rocha em relação aos agentes intempéricos, além da 
investigação dos mecanismos de degradação para cada caso. As simulações 
de alteração procuram verificar as respostas das denominadas características 
intrínsecas à exposição a ambientes potencialmente degradadores. 
 
7. Intemperismo + solos 
 Solo é o resultado da desintegração e decomposição das rochas devido 
à ação dos intemperismos físico e químico. 
48 
 
 
Intemperismo  Decomposição das Rochas 
 
 Intemperismo Físico: desintegração das rochas formando sedimentos 
sem alterar a composição mineralógica da rocha mãe. Ex: variação da 
temperatura, congelamento da água, cristalização dos sais e ação física de 
vegetais. 
 Intemperismo Químico: reações químicas entre os minerais 
constituintes da rocha e soluções aquosas de diferentes teores. Ex: hidrólise, 
hidratação, oxidação, carbonatação e ação química dos organismos e das 
matérias orgânicas. 
7.1. Solos quanto à origem 
 
Solos quanto a origem (residuais e transportados) 
49 
 
***Solos Orgânicos: são solos constituídos por matéria orgânica, oriundos da 
decomposição de vegetais e micro organismos. 
 
7.2. Solos quanto à granulometria 
Os solos recebem designações segundo as dimensões das partículas 
compreendidas entre determinados limites convencionais, como mostra figura a 
seguir. 
 Escalas granulométricas adotadas pela A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, M.I.T. e ABNT. 
 
 Nesta figura estão representadas as classificações adotadas pela 
A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O. (American 
Association for State Highway and Transportation Officials), ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas) e M.I.T (Massachusetts Institute of 
Technology). No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT/NBR 6502/95) – Terminologia - Rochas e Solos define como: 
 Bloco de rocha – Fragmentos de rocha transportados ou não, com 
diâmetro superior a 1,0 m. 
 
 Matacão – fragmento de rocha transportado ou não, comumente 
arredondado por intemperismo ou abrasão, com uma dimensão 
compreendida entre 200 mm e 1,0 m. 
 
 Pedregulho – solos formados por minerais ou partículas de rocha, com 
diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm. Quando arredondados ou 
semi-arredondados, são denominados cascalhos ou seixos. Divide-se 
quanto ao diâmetro em: pedregulho fino (2 a 6 mm), pedregulho 
médio (6 a 20 mm) e pedregulho grosso (20 a 60 mm). 
50 
 
 Areia – solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou 
partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 
2,0 mm. As areias de acordo com o diâmetro classificam-se em: areia 
fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia 
grossa (0,6 mm a 2,0 mm). 
 
 Silte – solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa 
resistência quando seco ao ar. Suas propriedades dominantes são 
devidas à parte constituída pela fração silte. É formado por partículas 
com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm. 
 
 Argila – solo de graduação fina constituída por partículas com 
dimensões menores que 0,002 mm. Apresentam características 
marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido, molda-se 
facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesão 
suficiente para construir torrões dificilmente desagregáveis por pressão 
dos dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e consistência 
em seu estado e umidade naturais. 
 
 
 Todos os solos, em sua fase sólida, contêm partículas de diferentes 
tamanhos em proporções das mais variadas. A determinação do tamanho das 
partículas e suas respectivas porcentagens de ocorrência permitem obter a 
função distribuição de partículas do solo e que é denominada distribuição 
granulométrica. 
 
 A distribuição granulométrica dos materiais granulares, areias e 
pedregulhos, será obtida através do processo de peneiramento de uma 
amostra seca em estufa, enquanto que, para siltes e argilas se utiliza à 
sedimentação dos sólidos no meio líquido. Para solos, que tem partículas tanto 
na fração grossa (areia e pedregulho) quanto na fração fina (silte e argila) se 
torna necessária a análise granulométrica conjunta. 
 
 As partículas de um solo, grosso ou fino, não são esféricas, mas se 
usará sempre a expressão diâmetro equivalente da partícula

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