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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1° VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP. Número do Processo 1234 Juliana, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito comum, que lhe move Suzana, vem por seu advogado abaixo subscrito com endereço profissional na Rua …, nº…, bairro, cidade, oferecer a V. Exa. sua CONTESTAÇÃO Expondo e requerendo o que segue: I - DA SÍNTESE DA INICIAL A autora alega a doação de um sitio no valor de R$ 50.000,00 para o orfanato semente do amanhã. Alega ainda que tal doação foi em virtude de coação sofrida pela mesma uma vez que era funcionária da empresa XYZ ltda onde a ré é sócia majoritária e presidente. Frisa-se que a autora alega que por força da crença religiosa, influenciada pela ré efetivou a doação de um de seus bens, de menor valor. A autora disse não desejar a conciliação e requereu a anulação do negócio jurídico. II - DAS PRELIMINARES: I.I – DA COISA JULGADA: Esta é a segunda ação proposta pela autora em face da ré, com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir, caracterizando assim a coisa julgada formal e a material, conforme dispõe art. 337, VII e art. 485 do CPC. I.II- DA ILEGITIMIDADE DA PARTE: A ré esclarece que desde 2013 deixou de ser diretora do referido orfanato q recebeu a doação, e que portanto, não responde mais pelos atos referentes ao mesmo, sendo então parte ilegítima neste processo nos termos do art. 337, XI, CPC, indicando para tanto, nos termos do art. 339, CPC, o orfanato Semente do Amanhã para atuar como parte passiva deste. Verificadas as prerrogativas do art 485, V e VI, pede-se a extinção do processo sem resolução do mérito e a condenação da autora as custas processuais e honorários advocatícios. III - PREJUDICIAL DE MERITO III.I- DA DECADÊNCIA: Conforme preceitua o artigo 178, I, do Código Civil, elenca que são de 4 anos o prazo para pleitear anulação do negócio jurídico, ora a doação se deu no ano de 2012 sendo que a propositura da ação se deu em 2017 e ainda a autora deixou a empresa da ré em 2012. IV - MÉRITO Na petição inicial consta que Suzana doou no dia 18 de março de 2012, o sitio situado na Rua Melão,121, Ribeirão Preto/SP, que tem o valor de mercado de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), para o Orfanato Semente do Amanhã. Alega a autora que tal doação ocorreu em virtude da coação sofrida pelo mesmo já que era funcionária da empresa XYZ Ltda. Onde Juliana é sócia majoritária e presidente. Sendo certo também, que Juliana desempenhava a função de diretora do orfanato beneficiário da doação. Art. 151. A coação, para viciar a declaração de vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temo de dano iminente considerável à sua pessoa, à sua família ou a seus bens. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Segundo Francisco Amaral, coação é classificada como a ameaça com que se constrange alguém à pratica de algum ato jurídico, sendo sinônimo de violência. Observados os artigos e doutrina acima citados e aduzindo que a ré nada fez que pudesse caracterizar a coação a não ser pedir o ato de caridade da autora que seguia a mesma religião que a sua, e que ainda o fato de pedir não incute em nenhum erro, observando ainda que a autora no mês seguinte a doação pediu demissão da empresa por aceitar proposta de empresa concorrente, não prosperando, portanto, a alegação de medo de ser prejudicada no emprego pela ré. Isto exposto, requer não seja acolhida a acusação de coação como pressuposto para a anulação e negócio jurídico e por isso, seja julgado improcedente o pedido da autora. VI – PEDIDO Diante do exposto, o réu requer a esse Juízo : 1. seja acolhida a preliminar de coisa julgada, determinando a extinção do processo sem julgamento do mérito; 2. seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, intimando o Autor para se manifestar em 15 dias, sobre a alteração da petição inicial para substituição do Réu, caso contrário, seja extinto o processo sem julgamento do mérito; 3. Seja acolhida a decadência, extinguindo-se o processo COM resolução do mérito; 4. Ultrapassadas as preliminares de mérito, seja julgado improcedente o pedido; 5. a condenação da Autora ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios estes fixados sobre o valor da causa. VI-DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 369 e seguintes Código de Processo Civil, especialmente a prova de natureza documental, suplementar e superveniente, testemunhal e depoimento pessoal do autor. Pede deferimento. Rio de janeiro, 26 de maio de 2017. Nayara Vasconcelos Melo OAB/RJ.
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