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PRÁTICA SIMULADA - CIVIL Aluna: Larissa de Souza Barbosa. Matricula: 2018041236896. AULA 10 1ª. VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS-SP. Número do Processo Nº: 1234 JULIANA FLORES, brasileira, solteira, empresária, portador da carteira de identidade nº xxx , expedida pelo órgão xxx, inscrito no CPF sob nº xxx, com endereço eletrônico xxx, residente e domiciliado na Rua Tulipa, nº 333, Bairro: xxx ,Campinas /SP, CEP xxx, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência propor: CONTESTAÇÃO Em face da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO movida por SUZANA MARQUES, já devidamente qualificado, pelas razões de fatos e direito que se passa aduzir no final requerer: I. BREVE SÍNTESE Trata-se de uma AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO , a qual narra o Autor a doação de um sítio no valor de r$50.000,00 para o Orfanato Semente Do Amanhã. A autora alega, ainda que tal doação foi em virtude de coação sofrida pela mesma uma vez que era funcionária da empresa XYZ LTDA onde a ré é sócia majoritária e presidente. Frisa-se que a autora alega que por força da crença religiosa, influenciada pela autora efetivou a doação de um de seus bens, de menor valor e ainda, informa que não deseja conciliação-mediação e desejar anular o negócio jurídico celebrado. . Ocorre que, diferentemente do que foi narrado na inicial, que juliana ora ré informa que jamais coagiu a mesma. A ré esclarece que no mês seguinte à doação a autora pediu demissão, e aceitou proposta de emprego de um concorrente, e que desde 2013 não é mais diretora do referido orfanato que recebeu a doação. II. DAS PRELIMINARES A. DA COISA JULGADA Cumpre destacar que estamos diante de objeto previamente decidido, refletindo em coisa julgada, tratando-se de causa idêntica a ação transitada em julgado. Conforme expressa previsão do CPC/15, pode-se conceituar Coisa Julgada, da seguinte forma: Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Ao lecionar sobre o tema, respeitável doutrina esclarece: "Conceito. Coisa julgada material (auctoritas rei iudicatae) é a qualidade que torna imutável e indiscutível o comando que emerge da parte dispositiva da decisão de mérito (interlocutória ou sentença) não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário (CPC 502; LINDB 6.º § 3.º), nem à remessa necessária do CPC 496 (STF 423; Barbosa Moreira.Temas3, 107). (...) Decisão de mérito.O objeto da coisa julgada material é a decisão demérito. Verifica-se o julgamento do mérito quando o juiz profere decisão nas hipóteses do CPC 487. Acolher ou rejeitar o pedido (CPC 487 I) significa pronunciar-se pela procedência ou improcedência da pretensão (lide, objeto, mérito, pedido, objeto litigioso [Streitgegenstand]), isto é, sobre o bem da vida pretendido pela parte." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018. Versão ebook, Art. 502) Portanto, com o reconhecimento da coisa julgada material , tem-se o reconhecimento de sua imutabilidade, não podendo vir a ser julgado novamente, conforme precedentes sobre o tema: COISA JULGADA MATERIAL – Demonstrando nos autos que o Poder Judiciário já proferiu decisão transitada em julgado sobre a mesma relação jurídica, impõe-se a extinção do feito sem resolução do mérito, com fulcro na existência de coisa julgada. (TRT-2 10015880620195020090 SP, Relator: ROSANA DE ALMEIDA BUONO, 3ª Turma – Cadeira 5, Data de Publicação: 10/02/2021) Portanto, tem-se configurada Coisa Julgada não passível de nova análise judicial. B. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA Pelos fatos narrados na inicial, resta demonstrado que Trata-se da ilegitimidade passiva da ré, uma vez que os titulares do direito material em conflito são: a autora e o orfanato Semente do Amanhã, uma vez em que a ré não responde pela empresa. A ilegitimidade da parte se tratando de matéria cogente, ou seja, refere às condições da ação, pela qual a sua inobservância conduz à carência de ação na forma do art. 485, inciso VI, do CPC/15. Conforme esclarece a doutrina: "Parte legítima é aquela que se encontra em posição processual (autor ou réu) coincidente com a situação legitimadora, 'decorrente de certa previsão legal, relativamente àquela pessoa e perante o respectivo processo litigiosos'." (DIDIER JR, Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 387) III. DA DECADÊNCIA Quanto a decadência, ao analisar o r. processo, o mesmo feri o artigo 178, I, do Código Civil, onde relata que são de 4 anoso prazo para pleitear anulação de negócio jurídico. Sendo assim excelentíssimo, a doação ocorreu no ano de 2012 e a segunda propositura da ação se deu em 2017, a autoria através de cópia da CTPS em fls.X, comprova a saída dela da empresa em 2012. Vejamos quanto ao artigo: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; IV. DO MÉRITO A Contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o que se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos. Nos termos do art. 320 do CPC, "a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação." Nesse mesmo sentido é o disposto no Art. 373 do CPC: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; No presente caso, narra o Autor que teria existido coação por parte da ré, no entanto, não traz qualquer prova para evidenciar o alegado. Uma vez que a doação foi dada em sã consciência pela autora. Ainda mais, a autora já havia pedido demissão do emprego bem antes da mesma efetuar a doação. Cumpre esclarecer que já foi pleiteado esse mesmo pedido em outro processo, onde não obtiveram deferimento e se tornando coisa julgada. Ademais, a ré não faz parte desse processo, tornando-se ilegítima no processo, onde quem deverá fazer parte é a empresa. Insta salientar, que há uma decadência sobre o prazo. É com isso não há o que se falar na necessidade da audiência de conciliação, e com isso o réu não deseja participar. V. DOS PEDIDOS Diante de todo exposto, o réu vem por meio desta contestação requerer a Vossa Excelência que: 1. Seja acolhida a preliminar de coisa julgada, determinando a extinção do processo sem julgamento do mérito; 1. Seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, intimando o Autor para se manifestar em 15 dias, sobre a alteração da petição inicial para substituição do Réu, caso contrário, seja extinto o processo sem julgamento do mérito; 1. Seja acolhida a decadência, extinguindo-se o processo COM resolução do mérito; 1. Ultrapassada a preliminar de mérito, seja julgada improcedente o pedido; 1. A condenação da Autora ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios estes fixados sobre o valor da causa. VI. DAS PROVAS Caso Vossa Excelência entenda pelo prosseguimento do feito, o réu deseja requer, desde já, o poder para incluir na ação as seguintes provas: 1. Depoimento do representante legal dos responsáveis pelo orfanato Semente do Amanhã, para esclarecimento dos fatos que concernem à doação realizada pela autora. 2. A admissibilidade da prova testemunhal do funcionário do orfanato Semente do Amanhã, a respeito dos fatos relevantes para o julgamento; 3. Todas as provas necessárias e admitidas em direito, de acordo com o andamento do feito. Termos em que, pede Deferimento. Local e Data Advogado OAB/UF
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