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CURSO DE DIREITO 
 
Direito Penal I 
 
 Prof. Pedro Rui da Fontoura Porto 
 
Conceito de Direito Penal 
 Noções Fundamentais 
 
a) Exclusividade do legislador federal; 
b) Ramo do Direito Público; 
 
 Funções do Direito Penal: 
 
a) Proteção de bens jurídicos de interesse social; 
b) Proteção da validade da norma penal; 
c) Prevenção geral e especial; 
d) Garantismo individual; 
 
 
Relações do Direito Penal com 
outras disciplinas 
 Ilícito penal, civil e administrativo; 
a) Independência das esferas; 
b) Vedação do bis in eaden na mesma 
esfera; 
 Direito Penal material, processual e 
execucional; 
Escola Penal Clássica 
1. Beccaria, “Dos Delitos e das Penas”: Mais 
importante que a crueldade das penas seria seu 
aspecto duradouro e a certeza da punição. 
Outros autores: Carrara e Von Liszt; 
2. O Crime é um fenômeno que decorre da lei, que diz 
o que é crime. Não decorre de aspectos sócio-
ambientais, psicológicos ou antropológicos que 
fariam o crime um acontecimento predeterminado. 
A base ética da pena é o livre-arbítrio. 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Positivista 
1) A escola positivista queria estudar o 
crime como fenômeno sociológico 
(Enrico Ferri); antropológico (Césare 
Lombroso) ou psicológico (Garófalo). 
2) Na maioria dos casos, o homem já 
estava prédeterminado ao crime por 
fatores ambientais, sociais, psíquicos ou 
genéticos. 
3) Seu mérito foi dar início ao estudo da 
criminologia, diferenciando-a do Direito 
Penal. 
CRIMINOLOGIA POLÍTICA 
CRIMINAL 
DOGMÁTICA PENAL 
ontológica, 
indutiva, 
empírica, 
procura a explicação 
científica do crime; 
a prevenção do 
delito; a intervenção 
no agente desviante, 
o estudo da vítima. 
Parte de estatísticas 
de casos concretos, 
para formular suas 
conclusões; 
parte dos dados 
coletados pela 
criminologia e 
estabelece programas 
e metas aplicáveis na 
legislação e na 
atuação 
administrativa. 
Minimalismo X 
Tolerância Zero. 
Expansão do Direito 
Penal X Garantismo. 
deontológica, 
dedutiva, lógica. 
Matar é crime; quem 
mata se sujeita a 
uma pena, salvo se 
agiu de forma 
justificada. É o 
próprio Direito Penal 
em sentido estrito, 
deve incorporar os 
estudos da 
criminologia e os 
programas de política 
criminal. 
 
Fontes do Direito Penal 
 Fonte Material: União (art. 22, I, da 
CF) 
 Fontes Formais: 
a) Fonte formal imediata: A Lei; 
b) Fontes formais mediatas: os princípios 
gerais de direito, a doutrina, a 
jurisprudência, os costumes (função 
contrafática da lei). 
Princípio da Legalidade Penal 
(desdobramentos) 
 “Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal.” (art. 1° do CP) 
 
 Tipicidade: Nullum crimen nulla pena sine lege 
 Irretroatividade: nullum crimen, nulla pena sine previa lege. 
 Taxatividade (a interpretação de normas incriminadoras 
não admite ampliações dos conceitos, deve ser restritiva e não 
extensiva) : 
 nullun crimen, nulla pena sine previa lege escripta e estricta 
 Vedação da coação direta (acusação e 
julgamento pela autoridade competente, após o devido 
processo legal) 
 
Dimensões da Legalidade 
Penal 
Criminal: somente a lei penal pode 
tipificar crimes; 
Penal: somente a lei penal pode 
cominar penas; 
Processual: o processo penal deve 
estar totalmente regulamentado em lei; 
Execucional: toda a execução da pena 
está regulamentada em lei penal. 
Princípios do Direito Penal 
 Fragmentariedade e subsidiariedade: 
 Lesividade: não se deve incriminar: 
 a) atitudes internas que não excedam o âmbito do próprio 
autor (homossexualismo, prostituição, uso privado de drogas) 
b) estados ou condições existenciais; 
c) Condutas que não afetem bens jurídicos; 
 Princípio da insignificância ou da bagatela: 
Não se aplica em caso de reiteração de condutas e deve-se 
levar em conta as condições da vítima. 
 Proporcionalidade: proibição da proteção deficiente X 
proibição de excesso de proteção – PRD para traficante. 
Pena necessária e suficiente. Adequação de meios, 
proporcionalidade estrita. 
 Humanidade – dignidade da pessoa humana. 
Lei Penais 
Incriminadoras 
 Situam-se apenas na parte especial do 
CP e em Leis Penais Complementares. 
 Descrevem um fato típico e lhe cominam 
penas: 
 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-
lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois 
anos, e multa. 
 
Leis Penais não incriminadoras 
JUSTIFICANTES 
Justificantes (tipos penais permissivos. Ex. 
arts. 22 a 25 do CP). 
 
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual 
ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Leis não incriminadoras 
Explicativas 
 Não incriminam nem desincriminam mas 
explicam ou complementam outras 
normas penais. 
 Art. 327 - Considera-se funcionário 
público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
Caracteres da Lei Penal 
 Exclusividade – só ela pode estabelecer 
crimes e cominar penas (prisionais e alternativas à 
prisão) 
 Imperatividade – elas advém da 
autoridade estatal. 
Generalidade – eficácia erga omnes. Não 
se aplicam integralmente aos menores de 18 
anos. 
Abstrata e impessoal – dirige-se para o 
futuro e não pode visar pessoas pré-
determinadas. 
Norma Penal em Branco 
Complementação Homogênea: a 
completa tipificação da lei penal depende 
da consulta a outra lei de igual hierarquia 
(penal ou extrapenal); 
 Ex.: Arts. 312 a 326 do CP são crimes que 
só podem ser praticados por funcionários 
públicos, mas o conceito deste não está 
nos artigos e sim no art. 327. 
 
 
 
 
 
 
 
Norma penal em branco com 
complementação homogênea 
LEI Nº 9.613/1998. 
 
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, 
localização, disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal. 
Pena: reclusão de três a dez anos e multa. 
 
O conceito de infração penal só pode ser localizado 
em outras leis – princípio da legalidade em 
matéria penal. 
Normas penais em branco com 
complementação heterogênea 
Complementação Heterogênea: 
a tipificação é completada pela consulta a 
textos legais de inferior hierarquia do que 
a lei, em geral, provenientes do poder 
executivo: Ex.: portarias, regulamentos, 
decretos, etc. 
 
Norma penal em branco 
heterogênea 
 Lei 11.343/06 – 
 Norma incriminadora principal 
 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, 
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, 
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
 Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento 
de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
Norma explicativa complementar: 
 Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, 
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no 
preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, 
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria 
SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. 
Analogia (Requisitos) 
 
 Onde há a mesma razão, aplica-se a 
mesma disposição. 
 
 que o fato considerado não tenha sido 
regulado pelo legislador; 
 este, no entanto, regulou situação que oferece 
relação de semelhança com o caso não 
regulado; 
 estarelação de semelhança é aferida pela 
identidade de razões legais (ratio legis); 
 a regra relativa ao fato semelhante é aplicada 
ao fato não regulado. 
Analogia (esquema) 
 Caso A Lei X 
 
 Caso B → sem regulamentação legal (lacuna 
da lei) 
 
 Caso A Caso B (onde significa 
igualdade de razões para aplicar a mesma lei) 
 Então: Lei X Caso B 
Analogia em favor do réu (In 
bonam partem) 
 É admitida em direito penal. Exemplos: 
1. Perdão judicial previsto no art. 121, § 
5º, do CP aos homicídios e lesões 
culposas do Código de Trânsito. 
2. Possibilidade de desistência da 
representação da vítima em lesões leves 
ser aplicada analogicamente para a 
contravenção de vias de fato. 
 
Analogia desfavorável ao réu 
(In malam partem) 
 Prejudica o réu. Não admitida em direito 
penal. 
 
Lei 10.826/95 Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, 
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, 
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição, de uso permitido, sem 
autorização e em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa 
 
No conceito de arma de fogo não se pode compreender 
armas brancas, armas de pressão, etc. 
Interpretação Analógica 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 Homicídio qualificado 
 § 2° Se o homicídio é cometido: 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro 
motivo torpe; 
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum; 
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Enumeração exemplificativa, findada por fórmula geral. 
Analogia ≠ Interpretação 
analógica 
 ANALOGIA é método de 
integração da norma 
penal a um fato 
concreto; 
 Estende-se a aplicação 
da norma penal a casos 
por ela não regulados; 
 Só é permitida em 
favor do réu. 
 
 INTERPRETAÇÃO 
ANALÓGICA é método 
de interpretação da 
norma penal; 
 Ocorre sempre que 
após descrever uma 
série de casos, o 
legislador encerra com 
uma fórmula genérica; 
 Admite-se tanto em 
favor quanto em 
prejuízo do réu. 
Lei Penal no Tempo 
 Vacatio legis (Férias da Lei) 
 
 Revogação da lei penal (modos): 
a) Derrogação (parcial); 
b) Ab-rogação (total); 
c) Expressa; 
d) Tácita. 
 
Lei Penal no Tempo 
CP/Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que a lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
 Irretroatividade da lei mais gravosa 
 Retroatividade da lei mais benéfica 
 Sobreposição dos princípios acima ao da 
imutabilidade da sentença (coisa julgada): 
mesmo que o fato já tenha sido definitivamente 
julgado a lei nova deve retroagir para benefício 
do acusado, salvo se já cumprida a pena. 
 
Lei Penal no Tempo 
Hipóteses de conflitos de leis penais no 
tempo: 
 Abolitio criminis (extinção da punibilidade, 
efeitos sobre IP, processo e execução da 
pena); 
 Lei nova incriminadora; 
 Novatio legis in mellius (Lei nova mais 
benéfica); 
 Novatio legis in pejus (nova lei mais 
prejudicial). 
 
Abolitio criminis ou novatio legis in 
mellius (Lei descriminalizadora ou lei 
nova mais favorável ao réu) 
 
 
 
 
 
 
Lei 
Incriminadora Fato Criminoso Lei Desincriminadora 
 (abolitio criminis) 
 ou lei nova mais favorável 
 (novatio legis in mellius)
 
 Retroatividade 
Lei nova incriminadora 
 
Fato penalmente Lei nova incriminadora 
Irrelevante (do fato até então irrelevante) 
 
 
 
Não retroage 
Novatio legis in pejus 
(lei nova mais prejudicial) 
 
 
Lei Fato Lei nova mais severa 
Incriminadora Criminoso para o fato criminoso 
Não retroatividade 
Leis penais excepcionais ou 
temporárias 
 
Leis Penais Excepcionais e 
Temporárias 
Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias 
que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
 
 
 Vigência da Lei 
temporária ou 
excepcional 
Fato 
criminoso X 
Revogação 
da Lei Temporária 
ou excepcional 
Julgamento do 
fato X com 
Aplicação da Lei 
temporária ou 
excepcional 
Exemplos de crimes permanentes 
 Portes ilegais de armas e drogas, 
sequestros, cárcere privado. 
CRIMES PERMANENTES 
 Permanentes são aqueles crimes cuja 
consumação se prolonga no tempo até 
que cessada a permanência. SÚMULA 711 DO 
STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou 
da permanência. 
Crime 
permanente 
 
Lei incriminadora 
ou lei mais 
gravosa 
 
incidência imediata 
da lei mais Severa 
Cessação da 
permanência 
Tempo do Crime 
 
CP/Art. 4° - Considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
 
Teoria da atividade – caso do menor de 18 
anos. 
 
Contagem de prazos 
 Prazos materiais: “Art. 10 – O dia do começo 
inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, 
meses e anos pelo calendário comum”. São 
improrrogáveis, podem começar e terminar em feriados ou 
finais de semana. 
Ex.: Dia 05/07/05, prazo de seis meses termina 
04/01/06. 
 
 Prazos processuais: Art. 798 do CPP. 
Inicia a contagem a partir do primeiro dia útil; 
Prorrogam-se até o primeiro dia útil caso terminem em domingo 
ou feriado. 
Ex.: Dia 05/07/05, prazo de 10 dias, termina em 
15/07/05. 
Conflito aparente de normas 
Requisitos: 
1. Unidade de fato 
2. Pluralidade de normas aparentemente 
aplicáveis ao caso 
 
Princípios para solução: 
1. Especialidade; 
2. Subsidiariedade; 
3. Consunção. 
Princípio da Especialidade 
 A norma especial sempre revoga a geral: 
 
Art. 12 – As regras gerais deste Código 
aplicam-se aos fatos incriminados por lei 
especial, se esta não dispuser de modo 
diverso. 
 
Ex. Homicídio e lesões culposas comuns e 
as do CTB. 
Princípio da Subsidiariedade 
 A lei primária sempre prevalece sobre a 
secundária; 
 A lei primária é sempre mais grave que a 
secundária, revelando um maior grau de 
violação do mesmo bem jurídico; 
 “Soldado de reserva” 
 
1) Subsidiariedade expressa (art. 132 do CP); 
 Ex.: Lei 8.069/90 Art. 243. Vender, fornecer ainda que 
gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou 
adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam 
causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização 
indevida: 
 Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato 
não constitui crime mais grave. 
 
Exemplos de subsidiariedade 
tácita 
2) Subsidiariedade Tácita: subentendida: 
Há um pressuposto implícito de que não incidindo 
a norma que mais gravemente atenta contra o 
bem jurídico, outra norma de proteção menor 
incidirá. 
Ex.: Lesão corporal e tentativa de homicídio; 
Furto e roubo. Homicídio culposoe doloso. 
 
Princípio da Consunção 
(absorção) 
 O crime-fim absorve o crime-meio, 
quando é etapa necessária para a 
realização da conduta finalizada. 
Ex.: Invasão de domicílio para realizar furto 
ou roubo. Porte ilegal de arma para 
realizar um homicídio; falsificação de um 
cheque para realizar um estelionato. 
 
 
Princípio da alternatividade 
 Nos crimes plurissubsistentes, que 
admitem dois ou mais verbos nucleares, a 
realização de mais de um deles, na 
mesma ocasião, não importa em 
pluralidade de crimes. 
 Receptação qualificada: CP/Art. 180, § 1º - Adquirir, 
receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, 
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de 
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que 
deve saber ser produto de crime: 
 Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa 
 
 
Conceito analítico do crime 
(teoria finalista da ação) 
CRIME 
TIPICIDADE 
CONDUTA 
ANTIJURIDICIDADE 
RESULTADO 
NEXO CAUSAL 
ADEQUAÇÃO 
TÍPICA 
CULPABILIDADE 
Objeto Jurídico do Delito 
 Bem ou valor tutelado pela norma penal. 
Todo crime tem um objeto jurídico que é o 
bem jurídico tutelado. 
 Assim nos crimes contra a honra o objeto 
jurídico é a honradez humana; 
 No crime aborto o objeto jurídico é a vida 
do feto, etc. 
 
Objeto Material do Delito 
 Prova: depende de auto de apreensão, 
avaliação, exame de corpo de delito nas 
infrações que deixem vestígios. Necropsia, 
exame de conjunção carnal. 
 
Sujeitos do crime 
 Sujeito ativo - designações legais; pessoa 
física e jurídica (esta apenas nos crimes ambientais); 
 
a) próprio: crimes praticados por Funcionários 
Públicos; 
b) comum: praticados por qualquer pessoa. 
 
 Sujeito Passivo: indivíduo, sociedade, 
Estado. 
Classificação das Infrações 
Penais quanto ao resultado 
 Crimes de dano: art. 302 e 303 do CTB; 
 Perigo concreto: o perigo está explícito no 
tipo e deve ser provado – Ex. Arts. 308 e 309 do 
CTB 
 Perigo abstrato – o perigo está implícito no 
tipo e por isso é presumido, não necessitando ser 
provado. Ex. art. 306 do CTB 
Infrações penais quanto ao 
moento consumativo 
 Crimes materiais: a consumação do crime 
só se dá com a produção de um resultado 
naturalístico. Ex. art. 155 do CP; 
 Crimes formais: a consumação dispensa o 
tipo descreve como finalidade um resultado 
naturalístico, mas a consumação independe dele 
ser alcançado; Ex. art. 158 do CP; 
 Crimes de mera conduta: a consumação 
independe de qualquer resultado naturalístico, 
sequer previsto no tipo. Ex.: porte ilegal de 
arma, falso testemunho, invasão de domicílio. 
TIPICIDADE 
Elementos essenciais do tipo 
ELEMENTOS ESSENCIAIS OBJETIVOS: 
1. Sujeitos ativo e passivo, comum e especial; 
2. Verbo nuclear: único e múltiplo (Conduta – 
comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa); 
3. Objeto: jurídico (comum a todos os crimes é o bem 
jurídico tutelado) e material (só crimes materiais) ; 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS NORMATIVOS: 
1. De Interpretação conceitual: Existem nos tipos conceitos 
jurídicos: funcionário público, documento público. Conceitos 
técnico-científicos : estado puerperal, doença mental. Conceitos 
culturais : dignidade ou decoro – art. 140 do CP. 
2. Axiológicos: juízo de valoração. São expressões contidas em 
tipos penais como:“indevidamente”, “meio fraudulento”, “fato 
juridicamente relevante”. São fortemente subjetivos, mas o juiz 
deve buscar sua valoração na escala mediana da sociedade. 
TIPICIDADE 
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO: 
 
 
DOLO DIRETO 
Menosprezo 
DOLO EVENTUAL: Previsão do resultado + ASSUME 
Indiferença O RISCO DO RESULTADO 
 
CULPA 
Descuido 
Consciência da ação e do resultado 
Consciência do nexo causal 
Vontade de praticar a ação e o resultado 
Consciente: 
Agente prevê o resultado 
Agente não quer nem assume o risco do 
resultado 
Inconsciente 
Agente não prevê o resultado, 
mas este lhe é previsível 
CULPA 
(stricto sensu) 
 
 
 
 Elementos 
 da Culpa 
 
• Falta ao dever de 
cuidado objetivo 
• Previsibilidade 
• Resultado danoso e involuntário 
• Nexo causal entre conduta e resultado 
• Tipificação legal do crime culposo 
 Imprudência 
 
 Imperícia 
 
 Negligência 
PRETERDOLO 
 Crime preterdoloso: ação dolosa + resultado culposo: 
“DOLO NO ANTECEDENTE E CULPA NO 
CONSEQUENTE” 
 
Lesão corporal seguida de morte 
 
CP/art. 129 – (...) 
§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam 
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco 
de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
 
Observação: 
 
 Diferença entre tentativa de homicídio e lesões 
corporais: indícios externos da vontade criminosa; 
 
 
 
CRIME AÇÃO RESULTADO 
HOMICIDIO 
DOLOSO 
DOLOSA 
(animus 
necandi) 
DOLOSO 
HOMICIDIO 
CULPOSO 
CULPOSA CULPOSO 
LESÃO 
CORPORAL 
SEGUIDA DE 
MORTE 
DOLOSA 
(PARA FERIR 
– animus 
laedendi) 
CULPOSO 
(maior que o 
pretendido) 
Crime: conduta, resultado, relação de 
causalidade 
 Elementos do 
fato típico: 
 conduta Caim desfere facada em Abel 
resultado Abel morre 
nexo causal 
(relação de 
causalidade) 
A facada que atingiu órgão vitais, 
provocou hemorragia, decadência da 
pressão sangüínea e morte 
adequação 
típica 
Conduta, resultado e nexo causal estão 
previstos no tipo penal do art. 121 do 
CP. 
CONDUTA E RESULTADO 
 
Conduta 
Voluntariedade 
Finalidade: dolo ou culpa 
Atuação da vontade no mundo 
exterior 
Resultado 
Naturalístico 
Normativo 
NEXO CAUSAL 
(Relação de causalidade) 
 Teoria da equivalência dos antecedentes causais 
e procedimento de eliminação hipotética. 
Proibição do regressus ad infinitum: 
Causa A 
Causa B 
Causa C 
RESULTADO 
Procedimento de eliminação hipotética 
– teoria da conditio sine qua non 
 Se eliminando mentalmente a causa A o 
resultado não ocorre (como ocorreu ao 
menos), então ela é causa do resultado. 
Causa A 
Causa B 
Causa C 
RESULTADO 
CONCAUSAS RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
 Estas não excluem o nexo causal, 
pois somam forças com a conduta 
para a produção do resultado. 
 
Antecedentes: hemofilia, aids, etc; 
 
Supervenientes: após ser ferido, a 
pessoa contrai tétano ou 
septicemia. 
 
Concausa superveniente 
relativamente independente 
que produziu por si só o 
resultado 
 
 É a hipótese excepcional do art. 13, § 1°, 
CP (exceção à regra anterior) 
 Exclui o nexo causal; 
 Só é possível quando superveniente; 
 Ex.: acidente fatal com o veículo de 
socorro. 
OMISSÃO PRÓPRIA 
 
 
 
 
 
 
 
1. São crimes próprios de 
omissão e só podem ser 
praticados por omissão. 
2. O sujeito ativo não se 
enquadra nas hipóteses do 
art. 13, § 2º, do CP 
(garantidor). 
3. Em geral, são crimes de mera 
conduta. Ex. arts. 135, 319 e 
320 do CP. 
 
Omissão Imprópria ou 
penalmente relevante 
1. O sujeito ativo tem especial obrigação 
de agir cfe. Art. 13, § 2º, a, b e c, do 
CP. 
2. São sempre crimes materiais e o sujeito 
responde pelo resultado a título de dolo 
ou culpa, desde que haja nexo causal. 
Nexo causal na omissão imprópria 
Interposição hipotética da 
conduta ativa em lugar da omissão 
 
Substituição 
hipotética 
Omissão penalmente relevante (Omissão 
Imprópria art. 13, § 2°, CP) Requisitos. 
a) Abstenção em hipóteses que o agente 
tenha o dever de agir: 
Obrigação legalde proteção, cuidado e vigilância; 
Outra forma de obrigação: contratual; 
Criador da situação de perigo (incêndio, inundação, 
acidentes) 
b) Resultado lesivo; 
b) Nexo causal entre a omissão e o 
resultado: procedimento de interposição hipotética da 
conduta omitida; 
c) Poder de fato de agir: Caso ausente, trata-se de 
exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta 
diversa. 
CRIME TENTADO 
Iter Criminis: 
 
1.Fase interna (cogitatio ou cogitação, 
idealização mental do crime) e 
 
2. Fase externa: 
2.1 Atos preparatórios 
2.2 Atos executórios: estes são idôneos e 
inequívocos da finalidade; 
 
Requisitos do crime tentado: 
a) Início da execução típica (atos executórios); 
b) Não consumação por circunstâncias alheias à 
vontade do agente; 
c) Elemento intencional (só dolo) igual ao do 
crime consumado. 
 
 
CRIME TENTADO 
 Infrações que não admitem tentativa: 
crimes culposos, preterdolosos e unissubsistentes; Não se 
pune a tentativa de contravenção penal; 
 Punibilidade da tentativa: quanto mais próximo 
da consumação, menor a redução. 
 
 
 
 
 
 
 
Consumação 
Redução de 
2/3 
Redução 
 de 1/3 
“Na tentativa o agente quer prosseguir mas não pode. 
Na desistência voluntária ele pode prosseguir mas já não 
quer.” 
Desistência voluntária e 
arrependimento eficaz (art. 15): 
Excludentes de tipicidade ou causas de 
impunibilidade. 
 
Tentativa Tentativa 
Imperfeita Perfeita 
 
Desistência Arrependimento 
Voluntária Eficaz 
 
CONSUMAÇÃO 
Situações em que a reparação do dano até o 
recebimento da denúncia são causas de impunibilidade: 
Quitação de cheque sem suficiente provisão de fundos e 
Pagamento de tributo sonegado para crimes de 
sonegação fiscal. 
 Arrependimento posterior - Minorante 
genérica (art. 16), requisitos: 
1. delito praticado sem violência ou grave ameaça; 
2. reparação voluntária ou devolução do bem até 
o recebimento da denúncia; 
 
Fato Investigação Denúncia Recebimento da 
 MP denúncia p/ Juiz 
CRIME IMPOSSÍVEL 
 Ineficácia absoluta do meio ou 
impropriedade absoluta do 
objeto; 
 Ineficácia relativa do meio ou 
impropriedade relativa do objeto não 
caracterizam crime impossível; 
 É uma excludente da tipicidade: há 
apenas tipicidade subjetiva e não 
objetiva. 
ILICITUDE OU 
ANTIJURIDICIDADE 
Causas legais de exclusão da ilicitude 
(art. 23 do CP): 
a) Estado de necessidade; 
b) Legítima defesa; 
c) Estrito cumprimento do dever legal; 
d) Exercício regular de um direito; 
 
 
Consentimento do ofendido: 
É uma causa supralegal de exclusão da ilicitude; 
 
Requisitos: 
 
1. Consentimento anterior ou concomitante à ação 
típica; 
2. Capacidade e voluntariedade de quem consente; 
3. Autorizado ciente de que age com consentimento; 
4. Nexo entre a ação, o resultado e o consentimento; 
5. Que o bem agredido seja disponível. 
 
Consentimento excludente da tipicidade: 
Crimes contra a dignidade sexual; violência presumida; 
Invasão de domicílio. 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
Colisão de bens jurídicos tutelados. 
 
Requisitos: 
a) Ameaça a direito próprio ou alheio: 
b) Perigo atual 
 EMENTA: CRIME. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL. 
COMERCIALIZAÇÃO DE DVDS E CDS FALSIFICADOS. ESTADO DE 
NECESSIDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. APELO DO MP 
PROVIDO. Para reconhecimento do estado de necessidade não 
basta a mera alegação de dificuldades de ordem financeira havendo 
que se comprovar situação de perigo atual e inevitável de modo a não 
permitir alternativa que não a prática do ilícito. Apelo do MP provido 
para condenar a acusada por infração ao artigo 184, § 2º, do CP. 
(Apelação Crime Nº 70026727073, Quarta Câmara Criminal, Tribunal 
de Justiça do RS, Relator: José Eugênio Tedesco, Julgado em 
12/03/2009) 
Requisitos do estado de 
necessidade 
 Não causado voluntariamente pelo sujeito 
- refere-se à provocação dolosa da situação de perigo. Em 
caso de provocação culposa, persiste o estado de 
necessidade, mas pode configurar-se crime culposo. 
 O comportamento lesivo é inevitável: 
 O sujeito protege o bem de maior ou igual 
valor; 
 Inexistência do dever legal de enfrentar o 
perigo. 
 Estado de necessidade defensivo (terceiro 
participa do fato necessitado) e agressivo 
(terceiro totalmente inocente). 
 
Estado de Necessidade 
Comportamento lesivo 
inevitável 
 EMENTA: APELAÇÃO CRIME. FURTO QUALIFICADO. ESTADO DE 
NECESSIDADE. INSIGNIFICÂNCIA. INOCORRÊNCIA. PENA. Estado de 
necessidade invocado sem a menor comprovação. Causa excludente 
que só tem lugar em situações extremas, muito bem caracterizadas, 
quando evidenciado que não há outra forma do agente de salvar um 
bem próprio senão lesando terceiro, ao que não afeiçoada a espécie. 
Não é juridicamente insignificante a conduta correspondente ao invadir 
automóvel, mediante utilização de chave micha, para subtração de bens 
afixados em seu interior, cujo valor ainda se mostrava bem superior ao do 
salário mínimo da época. Réu que atuou na companhia de outro indivíduo, 
que lhe teria alcançado a micha e indicado o veículo à subtração. Pena-
base fixada além do que determinado pela expressão geral do 
acontecimento. Por maioria, apelo parcialmente provido, para redução da 
pena reclusiva. (Apelação Crime Nº 70025318262, Sétima Câmara 
Criminal, Julgado em 30/04/2009)73 
 
Estado de Necessidade. Excesso. 
Descaracterização da excludente. 
◦ Os réus e as testemunha afirmaram que o animal (tatu mulita) foi 
morto para servir de alimentação para os réus à noite. 
Indiscutível a miserabilidade dos mesmos, que inclusive pescava 
com linha de mão o que é mais um indício de sua pobreza. Não 
há dúvida também que eram pessoas incultas. 
 
 EXCESSO DOLOSO NO ESTADO DE NECESSIDADE. A 
quantidade e o valor dos peixes subtraídos da propriedade da 
vítima - mais de 200 quilos ou o equivalente a R$ 808,00 não 
permitem acolher a alegação de estado de necessidade. 
 Estado de necessidade putativo – imaginário 
 Minorante do art. 24, § 2º, do CP 
LEGÍTIMA DEFESA 
1. Agressão injusta, 
2. Atual ou iminente; 
3. A direito próprio ou alheio; 
4. Meios necessários; 
5. Uso moderado. 
 Excesso doloso e culposo; 
 Legítima defesa real X Legítima defesa 
putativa; 
 Legítima defesa real X Estado de necessidade; 
 LD recíproca e sucessiva; 
 LD e erro de execução. 
 
Legítima defesa putativa 
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei 
 
 Descriminantes putativas 
 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há isenção de 
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é 
punível como crime culposo. 
 http://ricardo-gama.blogspot.com.br/2010/05/o-soldado-do-bope-que-confundiu-
uma.html 
 
 
Estrito cumprimento do dever 
legal 
ECDL é o dever que decorre da 
lei: funcionário público ou quem lhe 
auxilia: prisões, MBA, apreensões, 
interdições de estabelecimentos, etc.; 
 
 
 
Exercício regular de um direito. 
 são condutas permitidas em 
outros ramos do direito: cirurgias 
não emergenciais, tatuagens, poder 
correcional dos pais e professores, 
violência esportiva, etc.; 
 
Ofendículos 
Exercício regular de um direito ou Legítima 
defesa predisposta. Proporcionalidade, 
avaliação técnica e bomsenso. 
CONCURSO DE AGENTES 
 Crimes monossubjetivos: podem ser 
cometidos por uma só pessoa. Concurso 
eventual. 
 Plurissubjetivos: devem ser cometidos por 
duas ou mais pessoas. Concurso necessário. 
 Teoria monista: exceções pluralísticas. 
PARTICIPAÇÃO 
LATO SENSU 
Principal Autor 
Co-autor 
Acessória: participação stricto 
sensu 
Participação 
principal 
Autor: é quem realiza sozinho o verbo nuclear 
do tipo; Autoria mediata: é autor quem realiza 
a conduta por meio de incapaz; 
Co-autor: todos que realizam o verbo nuclear 
do tipo. 
Requisitos da co-autoria: 
1. Vontade livre e consciente de colaborar 
na ação de outra pessoa; 
2. Homogeneidade de elemento subjetivo: 
todos agem com dolo ou todos com culpa. 
 Autoria colateral e incerta. 
Participação acessória 
(stricto sensu) 
É preciso que a conduta principal seja típica e 
antijurídica, mas não é necessário que o seu autor 
seja culpável. 
Modalidades (de participação em sentido estrito): 
a) Moral: é psicológica, instigação, induzimento e 
determinação; 
b) Material: auxílio material ao(s) autor(es). 
 
Requisitos: 
a) Vontade livre e consciente de participar da ação 
criminosa de outrem; 
b) Homogeneidade de elemento subjetivo (dolo) ou 
normativo (culpa): não há participação dolosa em crime 
culposo e vice-versa. Em tais casos um responde por dolo e outro 
por culpa. 
Punibilidade no concurso de 
agentes 
 Embora partícipes e co-autores incorram nas 
mesmas penas, cada um deverá responder no 
limite de sua culpabilidade: é a individualização 
da pena. 
 Participação de menor importância: cabe 
apenas ao partícipe em sentido estrito. 
Cooperação dolosamente distinta 
 Cooperação dolosamente distinta: 
a) desvio qualitativo 
b) desvio quantitativo 
c) previsibilidade do resultado mais grave. 
 
 
 
 
 Participação impunível: Art. 31 CP 
 
Comunicabilidade das 
circunstâncias do crime 
Condições pessoais: relações do sujeito com o 
mundo exterior, v. g., profissão, parentesco, 
reincidência, semi-imputabilidade, inimputabilidade, etc. 
Podem ser acidentais ou elementares. 
 
Circunstâncias acidentais: não alteram a 
figura típica, podem apenas aumentar ou diminuir a 
pena (agravante de cometer o crime contra ascendente, descendente, irmão 
ou cônjuge). 
 
Circ. Elementares: são os elementos do fato típico 
tanto podem ser circunstâncias objetivas como 
condições pessoais (subjetivas). 
 
Comunicabilidade das circunstâncias pessoais 
elementares 
 Condições pessoais: 
a) Elementares: 
 Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
A condição de funcionário público está explícita no art. 312 e 
por isso é uma elementar. 
 
Condição pessoal elementar 
§ 9o Se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, 
cônjuge ou companheiro, ou com quem 
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: 
 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 
(três) anos 
 
 
b) Condição pessoal não elementar: são por 
exemplo os casos a seguir. Em tais casos as 
condições pessoais não integram tipos penais 
incriminadores. 
Art. 61, I – reincidência; 
 
 Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer 
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
Ex. Agente reincidente pratica lesões 
corporais contra ascendente. 
 
Requisitos para comunicação da condição pessoal ao 
co-autor ou partícipe: 
a) Que seja elementar; 
b) Que seja de conhecimento do co-autor ou partícipe.

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