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Resumo Tabelado Direito Penal Parte Geral

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Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
Apresentação 
Olá! Meu nome é Dayana Sales, do perfil @corujinha_juridica, sou servidora do TJRJ. A minha preparação para 
concursos começou desde muito cedo. Passei com 18 anos para Sargento Especialista da Aeronáutica. Minha 
formação militar foi na Escola de Especialistas (EEAR), em Guaratinguetá-SP. Na época que prestei o concurso, 
para área de Eletricidade (tenho formação em escola técnica – CEFET-RJ), eram 22 vagas nível Brasil. Passei em 
7º lugar. Fiquei um bom tempo na FAB, fiz faculdade de Direito, prestei alguns concursos (reprovei em uns e 
passei em outros) e finalmente tomei possei no TJRJ. 
 
Tenho pós-graduação em Direito do Consumidor. Trabalhei cedida no TRF-1 e STF. Atualmente estou cursando 
um MBA em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching e uma pós em Psicologia Positiva. Minha vida é estudar, 
conhecer novos assuntos, crescer como profissional e ajudar outras pessoas com a minha experiência. 
 
A minha técnica de estudos é baseada no estudo ativo. O estudo ativo é aquele onde o estudante sai da posição 
passiva e vai para ativa em busca das informações, criando os seus próprios materiais de estudos. Os meus 
resumos são feitos em cima de anotações de cursinhos, de materiais em pdf, pesquisas em livros, manuais e blogs 
jurídicos, lives de professores, Buscador do Dizer o Direito. Ou seja, uma miscelânea de informações registradas 
no formato de tabela. Fiz assim porque acho uma forma mais simples de estudar e memorizar os principais 
tópicos de cada matéria. 
 
Até então, eu não havia disponibilizado meus materiais na internet. Apenas um grupo de amigos tinham acesso. 
Alguns colegas que usaram meus materiais tiveram êxito nos concursos que prestaram. Espero que você faça um 
bom uso desses materiais. Estude, leia, faça questões, indague, pesquise, complemente esse material e ajuste 
para sua realidade. Vá atrás das informações. Assuma uma posição de estudante ativo. 
 
Por fim, quero também falar do meu novo projeto que vai ajudar muitas pessoas a destravar nos estudos e 
alcançar a tão desejada aprovação nos concursos públicos e na OAB. Estou falando do Rotina de Estudos 
Sustentável. O treinamento é para aqueles que querem aprender a estudar da forma correta e estratégica. Nesse 
treinamento, vamos trabalhar como técnicas de estudos, organização, planejamento, otimização do tempo, 
controle de ansiedade, mindset de crescimento e todas as dores e dificuldades que permeiam o universo dos 
estudos. Se você quer aprender a estudar de forma correta, eficaz, estratégica – venha conhecer meu projeto. 
Me segue lá no insta @corujinha_juridica. Todos os dias têm post com dicas valiosas sobre técnicas de estudos, 
produtividade, gerenciamento do tempo, planejamento. 
 
Espero que os meus materiais possam ajudá-los a conquistar a tão sonhada vaga no serviço público ou na OAB. 
Estude e confie no seu potencial! Tenha foco e disciplina! Adotem esse pensamento para a vida de vocês. 
 
Nossos objetivos só podem ser alcançados através de um plano, no qual devemos acreditar fervorosamente e 
sobre o qual devemos agir vigorosamente. Não há outro caminho para o sucesso (Pablo Picasso). 
 
Aguardo o contato de vocês no meu insta. Bons Estudos! Dayana 
 
 
 
 
 
 
 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
Teoria Geral do Crime – Referência: Livro Jamil Chaim Chaves + materiais em pdf +DOD 
Conceito De Direito Penal 
Conjunto de normas limitadores do poder punitivo estatal, voltadas a disciplinar a proibição de determinados 
comportamentos, estabelecendo infrações penais (crimes ou contravenções) e fixando as sanções respectivas 
(penas e medidas de segurança). Função do Direito Penal: proteção de bens jurídicos e limitação do poder 
punitivo. 
 
Características do Direito Penal 
Positivo A existência e a coercibilidade do direito penal pressupõem normas escritas provenientes 
do Estado. 
Autônomo Trata-se de ramo autônomo do Direito, regendo-se por normas próprias. 
Público Ramo do Direito Público, pois sempre envolve a participação do Estado, detentor exclusivo 
do direito de punir. Além disso, o Estado figura como sujeito passivo constante em todas 
as infrações penais. 
Sancionatório A pena e a medida de segurança são reações do ordenamento positivo na luta contra a 
criminalidade. 
Constitutivo Resulta do princípio da reserva legal, com a exigência de prévia definição dos crimes e do 
estabelecimento das reações penais. 
Valorativo Suas normas são carregadas de valores humanos e sociais. 
Coercitivo As normas jurídico-penais são providas de reações (penas e medidas de segurança) contra 
aqueles que as desobedecem. 
 
Ciências Criminais 
Direito Penal Conjunto de normas limitadoras do poder punitivo, voltadas a disciplinar determinados 
comportamentos, estabelecendo as infrações penais e fixando as sanções respectivas. 
Criminologia Ciência empírica e interdisciplinar, voltada ao estudo crítico do delito enquanto fenômeno 
social, da pessoa do delinquente e da vítima, bem como do funcionamento e eficácia dos 
programas de prevenção de crime e de ressocialização do infrator. 
Política Criminal Conjunto de estratégias, programas e alternativas a ser adotado pelos poderes públicos no 
tocante ao controle do crime. 
Direito Processual 
Penal 
Conjunto de normas ser observado para que a punição prevista em lei possa ser 
efetivamente imposta a alguém no caso concreto. Regula as atividades persecutórias e a 
aplicação jurisdicional do Direito Penal. 
 
Classificações 
Direito Penal Objetivo Conjunto de normas jurídicas que estabelece as infrações penais e fixa as 
sanções respectivas. 
Direito Penal Subjetivo Direito de punir (jus puniendi) do Estado, que surge com a prática da infração 
penal. 
Direito Penal Material ou 
Substantivo 
Direito Penal 
Direito Penal Forma ou 
Adjetivo 
Direito Processual Penal 
Direito Penal de Emergência É aquele criado em razão da ocorrência de algum acontecimento de maior 
repercussão, para servir como resposta rápida à sociedade. Leis penais editadas 
casuisticamente às pressas, geralmente de péssima qualidade. 
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Direito Penal Simbólico Refere-se às leis penais desprovidas de efetividade no tocante à proteção de 
bens jurídicos, editadas tão somente para transmitir à opinião pública a 
aparência de que o legislador é atuante e está tomando medidas contra a 
criminalidade. 
Direito Penal Promocional Consiste na utilização das leis penais para tingir finalidades políticas, como 
instrumento de transformação social (função promocional). Ofende o princípio 
da intervenção mínima e, geralmente, não se revela eficaz. 
Direito Penal Subterrâneo É aquele realizado pelas agências estatais de persecução penal, porém atuando 
à margem da lei, de forma violenta e arbitrária (ex: execução sumária, 
desaparecimento, tortura, sequestros). 
Direito Penal Paralelo Diz respeito ao poder punitivo exercido por agências que não têm oficialmente 
essa finalidade (ex: banimento de atletas por federações esportivas). 
 
Escolas Penais 
Escola Expoentes Características 
Clássica 1ª fase – Gaetano 
Filangieri, 
Domenico 
Romagnosi e 
Giovanni 
Carmignani 
2ª fase – Pelegrino 
Rossi, Francesco 
Carrara e Enrico 
Pessina 
 O crime é um ente jurídico (violação do Direito). 
 A responsabilidade penal é baseada no livre-arbítrio. 
 A pena tem caráter retributivo, com sentido de expiação e 
restabelecimento do equilíbrio do sistema ( inspiração em Kant e 
Hegel). 
 Prega a legalidade, a humanidade e a proporcionalidade das 
punições (reação ao Absolutismo). 
 Método racionalista e dedutivo. 
Positiva Cesare Lombroso, 
Enrico Ferri e 
Raffaele Garofalo 
 O crime é fenômenonatural e social. 
 Nega a ideia de livre-arbítrio. 
 A responsabilidade penal é baseada na responsabilidade social, 
derivada do determinismo. 
 A melhor forma de punição é a medida de segurança por prazo 
indeterminado. 
 A pena é um meio de defesa social, com função de prevenir 
crimes. 
 Método indutivo-experimental. 
Terceira Escola 
(Terza Scuola ou 
Escola Crítica) 
Emanuele 
Carmevale, 
Bernardino 
Alimena e 
Giuseppe 
Imlallomeni 
 Escola eclética, busca conciliar os postulados das escolas 
anteriores. 
 O crime é fenômeno social e individual. 
 A responsabilidade penal é baseada na imputabilidade moral 
(determinismos psicológico) 
 Podem conviver tanto as penas (imputáveis) quanto as medidas 
de segurança (inimputáveis) 
 A pena tem a função de defesa ou de preservação da sociedade. 
 Método lógico-abstrato e dedutivo, rejeitando o método indutivo-
experimental. 
Moderna Alemã Paulo Anselmo de 
Feuerbach, Franz 
Von Liszt, Van 
Hamel e Adolphe 
Prins 
 Também é uma escola eclética, buscando conciliar os postulados 
das escolas clássicas e positiva. 
 Distinção entre o Direito Penal e as demais ciências criminais. 
 O delito é considerado, ao mesmo tempo, um fato jurídico e um 
fenômeno humano-social 
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 A aplicação da pena e de medidas de segurança – como duplo 
meio de luta contra o direito. 
 Sem perder caráter retributivo, prioriza a finalidade preventiva da 
sanção, particularmente a prevenção especial, orientada 
conforme a personalidade do delinquente. 
 Emprego tanto do método lógico-abstrato quanto do indutivo-
experimental 
Técnico-Jurídica Arturo Rocco, Karl 
Binding e Vincenzo 
Manzini 
 O delito é a relação jurídica de caráter individual e social. 
 A responsabilidade é moral, sendo o homem dotado de livre-
arbítrio. 
 São aplicáveis tanto as penas quanto as medidas de segurança 
 Método técnico- jurídico 
 Rejeita o emprego da filosofia no âmbito penal. 
Correcionalista Karl David August, 
Dorado Montero e 
Concepción Arenal 
 O crime é um ente jurídico, criação do homem. 
 A reponsabilidade penal é coletiva e solidária. 
 O delinquente é um individuo incapaz e, que, portanto necessita 
de auxílio. 
 A pena tem a finalidade de cura ou emenda, e não de castigo, 
devendo ser determinada (sem prévia duração). 
Defesa Social Fillippo Gramatica 
e Marc Ancel 
 O crime é um mal, desestabilizador da sociedade. 
 O criminoso precisa ser adaptado à ordem social. 
 A pena tem finalidade de defesa social 
 Preconiza a humanização das punições e o respeito aos direitos 
humanos. 
 Rejeita o sistema punitivo-retributivo, bem como a pena de morte 
e o uso indiscriminado das penas privativas de liberdade. 
 
Abolicionismo Penal 
 Eliminação do sistema penal ou, em algumas vertentes abolicionistas, um amplo processo de 
descriminalização, despenalização e atenuação do rigor das penas. 
 Fundamentos: (1) cifra negra elevada ( a maior parte das infrações já não é levada ao conhecimento das 
autoridades); (2) o sistema penal é seletivo e estigmatizante; (3) o sistema penal é burocrático e expropria 
dos envolvidos (acusado e vítima) a solução do conflito; (4) as penas não cumprem a sua finalidade (não 
inibem a prática de crimes e não ressocializam), servindo apenas para causar dor ao acusado e a sua família. 
 Expoentes: Louk Hulsman, Thoman Mathiesen e Nils Christie 
 Críticas: (1) propostas utópicas, que não oferecem solução aos crimes graves; (2) o Direito Penal foi 
historicamente concebido para limitar o poder punitivo. Ao se remover o Direito Penal, estar-se-ia retirando 
também essa limitação, podendo-se voltar à barbárie e à vingança privada; (3) a certeza da punição é 
fundamental para inibir a prática de crimes. A eliminação do sistema penal, com o aparato estatal de 
persecução penal, reduziria essa certeza. 
 
Direito Penal Máximo 
 Aumentar as criminalizações e a severidade das penas, bem como reduzir a impunidade. Coibir infrações de 
menor gravidade, para evitar que se transformem em delitos de maior monta. Nenhum culpado deve ficar 
impune, mesmo que algum inocente seja condenado. Compatível com as políticas de “lei e ordem” e “ 
tolerância zero”. 
 Fundamentos: (1) Teoria das Janela Quebradas (Broken Windows Theory): se um prédio tiver algumas janelas 
quebradas, isso passará a mensagem de abandono, servindo como estímulo para que vândalos destruam as 
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outras. A conclusão é que desordem gera mais desordem, e a leniência com pequenas transgressões pode 
incentivas a prática de crimes mais graves. 
 A política de Tolerância Zero provocou redução da criminalidade e modificou a feição da cidade de Nova York 
nos anos de 1990. 
 Críticas; (1) não foi demonstrada a relação entre desordem e criminalidade suscitada pela teoria das janelas 
quebradas; (2) desrespeito aos direitos humanos; (3) sobrecarga dos tribunais e das prisões, revelando-se 
insustentável a longo prazo e (4) diversas cidades não adotaram o programa de tolerância zero também 
tiverem redução da criminalidade nos anos de 1990, decorrente de outros fatores. 
 
Direito Penal do Inimigo 
 Expoente: Günther Jakobs 
 Regramento diferenciado para os “inimigos”. Aqueles que não oferecem garantia cognitiva mínima de que 
cumprirão as normas, afastando-se de maneira intencional do Direito, não fazem jus às garantias processuais 
reconhecidas aos cidadãos. Existem, assim, dois modelos de direito penal: do cidadão e do inimigo. 
 Como exemplos de inimigos, Jakobs cita os delinquentes econômicos, os terroristas, membros de 
organizações criminosas, autores de delitos sexuais e de outros delitos graves e perigosos. 
 Características Principais: 
 Aplicação de medidas de segurança, baseadas na periculosidade, sem prazo determinado. 
 Tomar por base o futuro, o perigo que o inimigo representa (prospectivo). 
 Direito penal do autor (pune o agente por ser quem é). 
 Antecipação da punição, abrangendo atos preparatórios. 
 Fundamento: quem está fora do pacto social e almeja destruí-lo, perde o status de pessoa e os direitos de 
quem integra o pacto. Em linhas gerais, essa noção remonta a diversos filósofos contratualistas, tais como 
Kant, Rousseau, Fichte e Hobbes. 
 Crítica: 
 A concepção de “inimigo” muda de acordo com o momento histórico e o contexto social (basta 
imaginar que, para um nazista, um judeu seria considerado inimigo). 
 Um Estado Democrático de Direito jamais pode divisar seres humanos em “pessoas” e “não pessoas”. 
 Desrespeito aos direitos humanos. 
 
 
Direito Penal Mínimo 
 Proposta: Redução do âmbito de incidência do Direito Penal e a maximização da liberdade dos cidadãos, 
assegurando que nenhum inocente seja punido, mesmo que algum culpado possa ser absolvido. 
 Garantismo Penal (Luigi Ferrajoli): considerado o paradigma das doutrinas minimalistas. O modelo garantista 
é cristalizado em 10 axiomas: (1) não há crime sem pena; (2) não há crime sem lei; (3) não há lei penal sem 
necessidade; (4) não há necessidade sem injúria; (5) não há injúria sem ação; (6) não há ação sem culpa; (7) 
não há culpa sem sentença; (8) não há sentença sem acusação; (9) não há acusação sem prova e (10) não há 
prova sem defesa. 
 Direito de Intervenção (Winfried Hassemer): Novo campo do direito, localizado entre o Direito Penal e o 
Direito Administrativo, voltado ao enfrentamento da criminalidade moderna, admitindo a flexibilização de 
garantias individuais, embora sem contemplar penas privativas de liberdade. 
 
 
Velocidades do Direito Penal (Silva Sánchez) 
1ª Velocidade do 
Direito Penal 
Pena privativa de liberdade. Respeito aos direitos e garantias individuais. 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
2ª Velocidade do 
Direito Penal 
Medidasalternativas à prisão. Flexibilização de direitos e garantias individuais. 
3ª Velocidade do 
Direito Penal 
Pena privativa de liberdade. Flexibilização de direitos e garantias individuais. 
4ª Velocidade do 
Direito Penal 
Aplicável em face de agentes que exercem a função de Chefe de Estado e praticaram 
grandes violações internacionais de proteção a direitos humanos (crimes de lesa 
humanidade), ficando sujeitos ao direito penal internacional. 
 
Justiça Restaurativa 
Espécie de justiça consensual, buscando a reparação dos danos causados pelo delito. O objetivo é a realização 
de um acordo (chamado acordo restaurativo) que atenda às necessidades do ofendido e da coletividade, ao 
mesmo tempo em que promova a ressocialização do infrator. Os processos restaurativos podem incluir a 
mediação, a conciliação, a reunião familiar ou comunitária e círculos decisórios. Proporcionalidade e 
razoabilidade das obrigações assumidas no acordo restaurativo (reparação, restituição, prestação de serviços 
comunitários). 
 
Privatização do Direito Penal 
Expressão utilizada para indicar a crescente preocupação com a vítima no processo penal (leva-se em 
consideração o interesse privado do ofendido, e não apenas o interesse público). Exemplo disso é o crescimento 
da justiça restaurativa, além de diversas leis editadas nos últimos anos. 
 
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Terceira Via do Direito Penal 
Segundo Claus Roxin, a terceira via é a reparação de danos, que seria uma sanção autônoma, mesclando caráter 
civil ( sob o prisma da compensação de danos) e penal (sob o prisma do ônus para o acusado promover a 
reparação e da vinculação dessa reparação às finalidades da pena). A reparação do dano substituiria ou 
atenuaria a pena, na medida que atendesse as finalidades da pena e as necessidades da vítima. Para alguns, a 
terceira via se identifica com a justiça restaurativa. 
 
Justiça Consensual 
Modelo de justiça caracterizado, basicamente, pela concordância dos envolvidos quanto ao desfecho do 
conflito penal. 
 Modelo reparador: o objetivo central é a reparação de danos. Ex: composição civil de danos – art. 74 da lei 
9.099/95 
 Modelo restaurativo: busca-se a pacificação interpessoal e social de conflitos, a reparação de danos à vítima, 
a satisfação das expectativas de paz social, etc. Aqui, insere-se a denominada justiça restaurativa. 
 Modelo de justiça negociada: acordo entre a acusação e o réu, por meio do qual este confessa a prática de 
uma infração, ou deixa de contestá-la, em troca de algum beneficio no tocante às consequências jurídicas do 
delito. Fora do Brasil, o mais célebre instituto de justiça negociada é o plea bargaining. No Brasil, pode-se 
mencionar a transação penal e a suspensão condicional do processo e o acordo de não persecução penal. 
 Modelo de justiça colaborativa: tem como escopo obter a colaboração do acusado. É o que se dá na 
colaboração premiada (Obs: como também existe um acordo prevendo algum benefício para o acusado, boa 
parte da doutrina considera essa hipótese como justiça negociada). 
 
Princípios Constitucionais 
Explícitos Implícitos 
 Legalidade ( Anterioridade e Retroatividade 
da lei mais benéfica) 
 Personalidade ou Responsabilidade Pessoal 
 Individualização da pena 
 Humanidade 
 Intervenção Mínima 
 Fragmentariedade 
 Subsidiariedade 
 Ofensividade ou Lesividade 
 Insignificância ou Bagatela 
 Adequação Social 
 Culpabilidade 
 Proporcionalidade 
 Vedação da Dupla Punição 
 
P. da Legalidade  Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal. 
 Garantias relacionadas à legalidade: 
(1) Lei certa (lex certa): os tipos penais incriminadores devem ser redigidos de 
forma clara e objetiva (taxatividade). 
(2) Lei prévia (lex praevia): a lei penal incriminadora somente é aplicável se 
anterior ao fato (anterioridade), não podendo retroagir para prejudicar o réu 
(irretroatividade). 
(3) Lei estrita (lex stricta): a lei penal incriminadora deve ser interpretada 
restritivamente, não se admitindo analogia contra o réu. 
(4) Lei escrita (lex scripta): para ter validade, deve ser escrita e ter sido publicada. 
 Corolários da legalidade: 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
(1) P. da anterioridade: a lei penal incriminadora somente pode ser aplicada se 
for anterior ao fato. 
(2) Irretroatividade da lei: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
P. da Personalidade, 
Pessoalidade, 
Responsabilidade 
Pessoal ou 
Intranscendência 
 A pena não pode passar da pessoa do delinquente. 
 A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, nos 
termos da lei, podem ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, 
até o limite do valor do patrimônio transferido. 
P. da Individualização da 
Pena 
A punição do agente deve ser dar na exata medida do crime praticado, de forma 
justa, evitando-se padronizações. A individualização da pena ocorre em 3 planos: 
(1) legislativo: estabelecimento das balizadas sancionatórias cominadas pelo 
legislador à infração penal; (2) judiciário: fixação da pena no caso concreto, pelo juiz 
de conhecimento, tomando por base a pena mínima e a pena máxima estabelecidas 
em lei; (3) executório: relacionado ao cumprimento da sanção, momento em que o 
juiz da execução fará as adaptações da pena no caso concreto. 
P. da Humanidade Determina o respeito à integridade física e moral dos acusados e sentenciados, 
vedando quaisquer tipos de penas desumanas ou cruéis. 
P. da Intervenção 
Mínima 
O Direito Penal, sendo a forma mais violenta de interferência estatal na vida privada 
do indivíduo, somente deve ser utilizado em face dos ataques mais graves aos bens 
jurídicos mais relevantes, e desde que outros instrumentos não sejam suficientes 
para lidar com a situação. 
Corolários da Intervenção Mínima: 
 Fragmentariedade: O Direito Penal não deve ser utilizado para tutelar 
qualquer situação, nem para proteger todo bem jurídico. Somente deve ser 
empregado em se tratando dos ataques mais graves aos bens jurídicos mais 
relevantes. 
 Subsidiariedade: O Direito Penal é o último recurso, devendo ser utilizado 
somente se outros instrumentos (somo sanções administrativas ou cíveis) 
não forem suficientes para resolver o problema (ultima ratio). 
 
Princípios decorrentes da Intervenção Mínima: 
 Princípio da Lesividade ou Ofensividade: apenas condutas que causem 
efetiva lesão ou perigo de lesão a bem jurídico podem ser objeto de 
repressão penal. 
 Insignificância ou Bagatela: certas condutas, embora formalmente típicas, 
representam uma lesão ínfima ao bem jurídico, sendo materialmente 
atípicas. Critérios para aferição STF: (1) reduzido grau de reprovabilidade do 
comportamento; (2) ausência de periculosidade social da ação; (3) 
inexpressiva lesão jurídica e (4) ofensividade mínima da conduta. 
 Adequação Social: uma conduta aceita e aprovada pela sociedade não pode 
ser considerada materialmente típica. 
P. da Culpabilidade Ninguém deve ser punido se não tiver agido com dolo ou culpa. É vedada a 
responsabilidade penal objetiva. 
P. da Proporcionalidade  Adequação: o meio adotado pelo poder público deve ser apto a promover a 
realização do objetivo perseguido. 
 Necessidade: o ato limitador de um direito somente deve ser utilizado se 
não houver outro meio menos gravosos para se alcançar o fim pretendido. 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
 Proporcionalidade em sentido estrito: ponderação entre a intensidade da 
restrição ao direito fundamental e a importância de se realizar o fim 
pretendido (relação custo-benefício). 
 
Vertentes do P. da Proporcionalidade: 
 Proibição da proteção deficiente: o Estado tem o dever de tutelar direitos 
fundamentais imperativo de tutela). A CF relaciona infraçõesespecialmente 
perniciosas, determinando que o legislador adote quanto a elas tratamento 
diferenciado e mais severos (mandados de criminalização). 
 Proibição de excesso: é vedada a hipertrofia da punição. 
P. da Vedação da Dupla 
Punição pelo mesmo 
fato (Ne Bis In Idem) 
Significa que ninguém pode ser processado e punido mais de uma vez pelo mesmo 
fato. 
Dimensões: (1) processual: ninguém pode ser processado mais de 1 vez pelo mesmo 
fato; (2) material: ninguém pode ser condenado mais de 1 vez pelo mesmo fato e 
(3) execucional: ninguém pode sofrer mais de 1 execução penal pelo mesmo fato. 
P. da Isonomia A isonomia ou igualdade é um princípio constitucional explícito. Todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Não é vedada toda e qualquer 
distinção de tratamento, mas tão somente aquelas arbitrárias, incompatíveis com 
valores constitucionais. 
 
Sobre a aplicação do Princípio da Insignificância: 
 
Fontes do Direito Penal 
Materiais Formais 
 Entes responsáveis pela criação do Direito Penal 
(União e Estados – se autorizados por LC) 
 Forma de exteriorização do Direito Penal 
 Direta ou Imediata: 
 lei em sentido estrito: o DP incriminador somente 
pode se exteriorizar por meio de lei emanada do 
Congresso Nacional (princípio da reserva legal). Em 
regra, as figuras penais incriminadoras são veículos 
em lei ordinária. Porém, a LC é meio hábil para tanto. 
 Lei delegada não pode criar lei penal incriminadora. 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
 Medidas provisórias não pode criar crimes e cominar 
penas, embora já tenha admitido MP contendo 
disposições benéficas ao réu. 
 Resolução não pode criar lei penal incriminadora. 
 
 Indireta/Medita: Constituição, Tratados e 
Convenções Internacionais sobre DH, Princípios de 
DP, Jurisprudência, Atos Adm., Doutrina e Costume. 
 
Características da Lei Penal 
Exclusividade Somente a lei penal pode criar infrações penais e cominar sanções. 
Imperatividade A prática da infração penal resulta na imposição de pena ou medida de segurança 
independentemente da vontade do destinatário. 
Impessoalidade A lei penal incriminadora é aplicável a fatos futuros, abstratamente considerados, e não a 
situações já ocorridas. 
Generalidade Volta-se indistintamente a todas as pessoas. 
Anterioridade A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada se anterior ao fato, exceto na hipótese 
de beneficiar o réu. 
 
Classificação das Leis Penais 
Incriminadoras Definem os fatos puníveis e comina as respectivas sanções. A estrutura das leis 
incriminadoras é composta de preceito primário (conduta) e um preceito secundário 
(sanção). 
 
 
Não Incriminadoras 
Permissivas Autorizam a prática de determinados fatos típicos. São as causas 
de exclusão da ilicitude. 
Exculpantes Excluem a culpabilidade de determinados fatos típicos e ilícitos. 
Interpretativas ou 
Explicativas 
Revelam o sentido e o alcance de outras leis penais. 
Complementares, 
de aplicação final 
Delimitam o campo de atuação de outras leis. 
De extensão ou 
integrativas 
Estendem a tipicidade de modo a permitir a punição de 
determinados fatos que não se amoldam, por si, ao tipo penal. 
 
Leis Penais em Branco 
Em sentido estrito, 
própria ou 
heterogênea 
A fonte de complemento é heterogênea, ou seja, diversa da lei (ex: portaria). 
Em sentido amplo, 
imprópria ou 
homogênea 
A fonte de complemento é homogênea, ou seja, tanto a lei penal quanto o complemento 
emanam do mesmo ente (do legislador). O complemento homogêneo pode ser: 
 Homovitelino, Homovitelíneo ou Homólogo: o complemento fornecido pelo 
legislador está no mesmo corpo normativo do tipo principal. 
 Heterovitelino, Heterovitelíneo ou Heterólogo: o complemento normativo dado pelo 
legislador está em outra conjunto normativo. 
Invertida, ao avesso 
ou ao revés 
Exige um complemento normativo relacionado com a pena. 
 
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Classificação das formas de Interpretação da Lei 
Quanto ao sujeito 
(origem) 
Autêntica ou Legislativa Realizada pelo próprio legislador. Pode ser feita no corpo da 
própria lei ou em lei posterior. Tem força de lei. 
Judiciária ou 
Jurisprudencial 
Feita pelos juízes e tribunais aplicarem a lei aos casos 
concretos. 
Doutrinária ou Científica Realizada pelos estudiosos do Direito. Não tem força 
obrigatória. 
 
 
 
Quanto ao meio 
Gramatica ou Literal Leva em consideração o sentido literal das palavras. 
Lógica Extrai o sentido e o alcance da lei por meio de raciocínio 
dedutivo. 
Teleológica Busca a finalidade da lei. 
Sistemática Interpreta a lei considerando o sistema jurídico como um 
todo, confrontando-a com outras leis e com princípios gerais 
do Direito. 
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Histórica Considera os antecedentes da lei, como discussões sociais e 
parlamentares, redação de diplomas anteriores que tratavam 
da matéria, etc. 
Progressiva, Adaptativa 
ou Evolutiva 
Extrai o significado da lei considerando a evolução social, 
científica e jurídica. 
 
Quanto ao 
resultado 
Declarativa Considera o alcance da lei correspondente ao seu teor literal, 
não sendo preciso ampliar nem restringir o sentido do texto 
legal. 
Restritiva Restringe o alcance da lei, por considerar que o texto legal foi 
além do que pretendia expressar. 
Extensiva Amplia o alcance da lei, por considerar que o texto legal ficou 
aquém do que pretendia expressar. 
 
Interpretação Extensiva Interpretação Analógica Analogia 
 Processo de extração de 
significado da lei. 
 Busca ampliar o alcance da 
lei, entendendo que o 
legislador disse menos do 
que queria dizer. 
 Prevalece na doutrina que é 
aplicável tanto em benefício 
quanto em prejuízo do 
acusado. Há precedentes do 
STF e STJ vedando 
interpretação extensiva in 
malam partem. 
 Processo de extração do 
significado da lei. 
 O legislador fornece uma 
fórmula casuística seguida de 
uma cláusula genérica, 
permitindo a aplicação da lei a 
casos semelhantes. 
 Processo de integração da lei. 
 Aplicação a um fato não disciplinado 
por lei alguma de uma lei que 
disciplina fato semelhante. 
 Admitida in bonam partem. 
 Vedada in malam partem. 
 
Tempo do Crime 
Teoria da Atividade Teoria do Resultado Teoria Mista 
Considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. É a 
teoria adotada pelo CP. 
Considera-se praticado o crime 
no momento da produção do 
resultado. 
Considera-se praticado o crime tanto no 
momento da ação ou omissão, quanto 
no momento da produção do resultado. 
 
 
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Sucessão de Leis Penais no Tempo 
Hipótese Definição Características 
Lei nova 
incriminadora 
(neocriminalização) 
Torna crime conduta até então 
considerada irrelevante penal. 
Somente atinge fatos praticados após a sua entrada 
em vigor, ou seja, é irretroativa. 
Lei penal mais severa 
(novatio legis in pejus 
ou lex gravior) 
Aquela que, de qualquer modo, 
prejudica o acusado. 
Somente atinge fatos praticados após a sua entrada 
em vigor, ou seja, é irretroativa. 
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Abolitio Criminis Revogação de figura penal 
criminalizadora 
(descriminalização). 
Benéfica ao acusado e, como tal, dotada de 
retroatividade. Apaga todos os efeitos penais da 
condenação. Porém, os efeitos civis permanecem. 
Obs: havendo revogação de figura criminalizadora, 
porém com transferência de seu conteúdo para 
outro dispositivo, não há abolitio criminis (princípio 
da continuidade normativo-típica). 
Lei nova favorável 
(novatio legis in 
mellius ou lex mitior) 
Aquela que, de qualquer modo, 
beneficiao acusado. 
Retroage para atingir fatos praticados antes da sua 
vigência. 
Vacatio Legis Interregno entre o dia da 
publicação e o dia em que a lei 
entra em vigor. 
Lei benéfica em vacatio legis é aplicável? Há 
controvérsias: 
Sim – o instituto da vacatio é beneficiar o indivíduo, 
não podendo ser utilizado em seu desfavor. 
Não – lei em vacatio ainda não está em vigor. 
Lei intermediária Aquela surgida depois da 
prática do fato, mas revogada 
antes de ser imposta a sanção 
do agente. 
Aplicam-se integralmente as regras de 
Extratividade (retroatividade e ultratividade) da lei 
mais benéfica. 
Leis intermitentes Abrange as lei temporárias ( o 
prazo de vigência vem 
determinado em seu próprio 
texto) e as leis excepcionais 
(editadas para serem aplicadas 
durante a situação de 
anormalidade). 
Pela letra do art. 3º do CP, têm ultratividade 
(aplicam-se ao fato praticado durante a sua 
vigência, mesmo após decorrido o período da sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram). Neste ponto, o art. 3º é 
constitucional? (1) Prevalece que sim; (2) não, por 
ofensa à irretroatividade da lei penal. 
Lei penal em branco Precisa ser complementada por 
outra lei para ter revelado o seu 
sentido e alcance. 
Alteração do complemento, benéfica ao acusado, 
retroage? (1) Sim; (2) não; (3) depende da natureza 
do complemente. 
Combinação de leis Conjugação de trechos de leis 
penais que se sucederam no 
tempo, para formar uma 
terceira lei, benéfica ao 
acusado 
É admissível? (1) Não, o juiz estaria legislando. 
Posição majoritária; (2) sim, é um processo de 
integração da lei, em obediência ao princípio da 
retroatividade da lei mais benéfica. 
 
Lugar do Crime 
Teoria da Atividade Teoria do Resultado Teoria da Ubiquidade, Mista ou 
Híbrida 
Considera-se praticado o crime no 
local da ação ou da omissão, 
ainda que outro seja o momento 
do resultado. 
Considera-se praticado o crime no 
local da produção do resultado. 
Considera-se praticado o crime tanto 
no local da ação ou omissão, quanto 
no local onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. É a teoria 
adotada no CP. 
 
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Territorialidade Intraterritorialidade Extraterritorialidade 
Aplicação da lei brasileira a crime 
praticado em território brasileiro. 
É a regra (art. 5º CP) 
Aplicação da lei estrangeira a 
crime praticado em território 
brasileiro. Possível em razão de 
convenções, tratados e regras de 
direito internacional. 
Aplicação da lei brasileira a crime 
praticado fora do território brasileiro. 
Quando presente algum fator que 
desperta o interesse do Brasil na 
punição. 
 
 
Territorialidade e Aplicação da Lei Brasileira 
Aplicação da Lei Brasileira Aplicação da lei do país da 
bandeira que ostentam 
Espaço terrestre, 
fluvial, marítimo (12 
milhas marítimas de 
largura, medidas a 
partir da linha baixa-
mar do litoral 
continente e insular) e 
espaço aéreo 
correspondente, 
sujeito à soberania do 
Estado. 
Embarcações e 
aeronaves 
brasileiras de 
natureza pública 
ou a serviço do 
governo 
brasileiro, em 
território 
nacional ou 
estrangeiro. 
(território 
brasileiro por 
Aeronaves e 
embarcações 
brasileiras, 
mercantes ou de 
propriedade 
privada que se 
achem, 
respectivamente, 
no espaço aéreo 
correspondente 
ou em alto-mar . 
(território 
Embarcações e 
aeronaves 
estrangeiras 
privadas, em 
território 
nacional. 
Embarcações e aeronaves 
privadas, em alto-mar ou 
espaço aéreo 
correspondente. 
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extensão ou 
equiparação) 
brasileiro por 
extensão ou 
equiparação) 
 
Extraterritorialidade da Lei Brasileira (art. 7º CP) 
Crimes (inciso I) Princípio Requisitos da 
Extraterritorialidade 
 Contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República 
 Contra o patrimônio ou fé pública 
da U/E/DF/M/ EP/ SEM/ autarquia 
ou fundação instituída pelo Poder 
Público. 
 Contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço. 
Defesa, proteção ou Real 
(bem jurídico envolvido é de 
relevância nacional) 
Incondicionada – o agente é 
punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
 Genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
Justiça Universal ou Cosmopolita 
(bem jurídico envolvido é de 
interesse transnacional). 
 
Crimes (inciso II) Princípio Requisitos da 
Extraterritorialidade 
 Que, por tratado ou convenção, o 
Brasil se obrigou a reprimir. 
 
Justiça Universal ou Cosmopolita 
(bem jurídico envolvido é de 
interesse transnacional). 
Condicionada – a aplicação da lei 
brasileira depende das seguintes 
condições: 
a) entrar o agente no território 
nacional; 
b) se o fato punível também no 
país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre 
aqueles pelos quais a lei brasileira 
autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido 
no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado 
no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
 
 
 Praticados por brasileiros. Nacionalidade ou personalidade 
ativa (crime praticado por 
brasileiro) 
 Praticados em aeronaves ou 
embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Princípio da Bandeira, Pavilhão, 
Representação ou Substituição 
 
Crimes (§3º) Princípio Requisitos da 
Extraterritorialidade 
Cometidos por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil. 
Princípio da nacionalidade ou 
personalidade passiva (a vítima é 
brasileira). 
Hipercondicionada. Além das 
condições acima: 
 Não foi pedida ou negada a 
extradição. 
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 Houve requisição do Ministério 
da Justiça. 
 
Pena cumprida no estrangeiro (art. 8º CP) 
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é 
computada, quando idênticas. Na hipótese de territorialidade condicionada, se o agente for processado no 
exterior, desaparece o interesse do Estado Brasileiro na persecução do delito. 
 
Imunidades Diplomáticas 
Imunidades 
Diplomáticas 
 Hipótese de Intraterritorialidade da lei penal. O agente diplomático, ainda que pratique 
um crime em território brasileiro, responderá perante seu país de origem. 
 As imunidades se baseiam no princípio da reciprocidade (o Brasil confere imunidade 
diplomática aos agentes de outros países, os quais, da mesma forma, concedem 
imunidade aos agentes brasileiros). 
Desfrutam de 
Imunidade 
Diplomática 
 Diplomatas de carreira 
 Membros do pessoal administrativo e técnico (estende-se a membros da família que 
com eles convivam, desde que não sejam nacionais do estado acreditado nem nele 
tenham residência permanente). 
 Membros do pessoal de serviço (encarregado dos serviços domésticos) gozam de 
imunidade quanto aos atos praticados no exercício de suas funções, desde que não 
sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente). 
 Chefe de governo ou de Estado estrangeiro e membros da comitiva. 
 Funcionários das organizações internacionais (ex: ONU) quando estejam em serviço. 
 Obs: não estão incluídos os empregados particulares dos diplomatas (faxineira, 
jardineiro, etc). 
Prerrogativas 
conferidas pela 
Imunidade 
Diplomática 
 Imunidade de Jurisdição: agente diplomático goza de imunidade de jurisdição penal do 
estado acreditado. Ainda que pratique um delito em território nacional ficará sujeito à 
lei do país a que pertence. Se o fato não for punível no país de origem, não será 
responsabilizado. 
 Imunidade Pessoal: o agente diplomático não pode sofrer nenhuma forma de detenção 
ou prisão, nem ser obrigado a prestar depoimento como testemunha.Contudo, pode 
ser investigado pela polícia. 
 Inviolabilidade da residência: as sedes diplomáticas são invioláveis. A residência 
particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os 
locais da missão. A inviolabilidade se estende a seus documentos, sua correspondência 
e seus bens. Obs: as embaixadas, apesar de invioláveis, não são consideradas extensão 
do território estrangeiro. 
Imunidades 
Consulares 
 A imunidade dos agentes consulares é bem mais restrita que a dos diplomatas, 
limitando-se aos atos de ofício, isto é, àqueles praticados no exercício das funções 
consulares (imunidade funcional relativa). 
 Como se limita aos atos realizados no exercício das funções consulares, não é extensiva 
aos familiares ou funcionários pessoais do agente consular. 
 Os locais consulares (imóveis utilizados pelas repartições consulares) são invioláveis e 
gozam de imunidade tributária. 
Renúncia às 
Imunidades 
Diplomáticas e 
Consulares 
 Os agentes diplomáticos e consulares não podem abrir mão da imunidade 
(irrenunciabilidade). Contudo, a renúncia pode ser feita pelo país de origem (Estado 
acreditante), devendo fazê-lo de forma expressa. 
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Imunidades Parlamentares 
Imunidade 
Parlamentar 
Absoluta, 
Substancial, 
Material, Real ou 
Inviolabilidade 
(Freedom of Speech) 
Art. 53 da CF:Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer 
de suas opiniões, palavras e votos. Para o reconhecimento da imunidade material, as 
afirmações devem estar relacionadas ao exercício do mandato. Essa relação com o 
exercício do mandato é presumida se o parlamentar estiver nas dependências da casa 
legislativa. 
Imunidade 
Parlamentar 
Relativa, Formal, 
Processual ou 
Adjetiva 
Relativa à prisão (freedom from arrest): desde a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional, não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
Ocorrendo a prisão, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para 
que, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre a prisão. 
Relativa sobre o processo: recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime 
ocorrido após da diplomação, o STF dará ciência à casa respectiva, que, por inciativa de 
partido político nela representado e pelo voto da maioria dos seus membros, poderá, até, 
a decisão final, sustar o andamento da ação. O pedido de sustação será apreciado pela 
casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa 
Diretora. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
Deputados Estaduais Gozam das mesmas prerrogativas que os deputados federais. 
Vereadores Somente têm imunidade substantiva, desde que suas opiniões, palavras e votos sejam 
proferidos no exercício do mandato e na circunscrição do Município. 
 
Conflito Aparente de Normas 
Especialidade Norma especial tem preferência em relação à norma geral. É especial aquela que contém 
todos os elementos da geral, além de elementos especializantes. 
Subsidiariedade Norma principal deve ser aplicada em detrimento da subsidiária. A norma é subsidiária 
quando prevê uma conduta que é composta de norma principal, ou seja quando está 
inserida na principal. A subsidiária pode ser: (1) expressa – prevista explicitamente na lei 
(“ se o fato não constitui crime mais grave”); (2) tácita – o fato previsto em uma norma 
(subsidiária) é elemento componente de fato incriminado mais gravemente por outra 
conduta (principal). Ex: a ameaça é subsidiária em relação ao estupro. 
Consunção ou 
Absorção 
A norma prevê crime mais abrangente e grave deve ser aplicada em detrimento daquela 
que pune mera fase de realização do delito, ou constitui seu exaurimento. Hipóteses: 
a) Ante factum não punível: o crime é praticado como meio para realização de outro 
crime. Ex: agente invade a residência para praticar furto. Responderá apenas pelo 
furto. 
b) Post factum não punível: ocorre geralmente quando, após consumar o crime, há 
agressão contra o mesmo bem jurídico. Ex: após furtar o celular da vítima, o agente 
danifica. Responderá apenas pelo furto. 
c) Crime progressivo ou de passagem: ocorre quando o agente, para chegar a um 
crime mais grave, precisa necessariamente passar por crime menos grave. Ex: para 
atingir a consumação do homicídio, é preciso passar pela lesão corporal. 
Responderá apenas pelo homicídio. 
d) Progressão criminosa: ocorre quando o agente, logo após praticar um crime menos 
grave, delibera e vem praticar um crime mais grave. Ex: sujeito decide agredir a 
vítima e faz isso. Em seguida, decide matá-la e faz isso. Responderá apenas pelo 
homicídio. 
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Sucessividade Lei posterior prevalece sobre lei anterior que cuide do mesmo fato. Ex: o art. 309 do CTB, 
que é posterior, derrogou o art. 32 da LCP no tocante à direção sem habilitação em vias 
terrestres. 
Alternatividade Há 2 entendimentos: 
1) Está relacionado aos tipos mistos alternativos, de ação múltipla, ou de conteúdo 
variado. Em tais delitos, mesmo havendo a prática de mais de uma conduta 
incriminada (no mesmo contexto fático), haverá só um crime. 
2) Ao se reconhecer que um tipo penal deve ser aplicado a determinado fato, 
automaticamente está excluída a aplicação de outros que também o preveem 
como delito. Nesse sentido, a alternatividade é inútil, pois os demais critérios são 
suficientes para resolver os conflitos aparentes de normas. Boa parte da doutrina 
não inclui a alternatividade como critério para solução de conflito aparente de 
normas, pelas razões apontadas. 
 
 
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Homologação de Sentença Estrangeira 
 Para ser executada no Brasil, a sentença proferida por autoridade judiciária de outro país precisa ser aqui 
homologada. 
 A homologação é feita no STJ. 
 A homologação requer prova do trânsito em julgado da sentença estrangeira, nos termos da Súmula 420 
do STJ. 
 Hipóteses em que se admite a homologação: (1) obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições 
e a outros efeitos civis e (2) sujeita-lo a medida de segurança. 
 A lei de Lavagem de Capitais prevê a possibilidade de o juiz brasileiro aplicar, por solicitação de autoridade 
estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes 
descritos no art. 1º da lei. 
 Existem hipóteses em que a sentença estrangeira produz efeitos no Brasil, sem a necessidade de 
homologação, pois não existe execução da sentença. São elas: gerar reincidência; gerar maus 
antecedentes, impedir a suspensão condicional da pena, prorrogar o prazo para o livramento condicional. 
 
Prazo Penal Prazo Processual Penal 
O dia do começo deve ser incluído no cômputo. Os 
dias, meses e anos são contados pelo calendário 
comum. 
Não se computa o dia do começo do prazo, incluindo, 
porém, o dia do vencimento. O prazo que terminar em 
domingo ou feriado considerar-se-á prorrogado até o 
último dia útil imediato. 
 
Conceito de Crime 
Material ou 
Substancial 
Conduta que provoca a lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico, merecedora de 
punição. 
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Formal ou Legal Conduta estabelecida em lei como tal. 
Analítico ou 
Dogmático 
Exame sob o prisma da ciência do Direito. O crime é decomposto em elementos ou 
substratos, para fins de estudos. 
 
Concepção Elementos ou Substratos do Crime 
Quadripartite Fato típico + Antijuridicidade + Culpabilidade + Punibilidade 
Tripartite Fato típico + Antijuridicidade + Culpabilidade (adotada pela teoria causalista e pela 
teoria finalista) 
Bipartite Fato típico + Antijuridicidade (teoria finalista bipartida)Criminalização Primária Criminalização Secundária 
Tipificação de determinada conduta, abstratamente. 
Somente pode ser realizada pelo Poder Legislativo, 
por força do princípio da Reserva Legal. 
Ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, 
desenvolvida quando as agências policiais detectam um 
indivíduo que supostamente praticou um ato 
criminalizado primariamente. 
 
Sujeito Ativo do Crime 
Pessoa que pratica a infração penal. Poder ser qualquer pessoa física capaz e com 18 anos completos. 
Animais não podem figurar como sujeito ativo do crime. 
 
 
Crime Comum Crime Próprio Crime de Mão Própria 
Não exige qualidade especial 
do sujeito ativo, podendo ser 
praticado por qualquer 
pessoa (homicídio) 
Exige sujeito ativo qualificado ou 
especial (ser mãe no crime de 
infanticídio) 
Além de próprio, somente pode ser 
executado pelo próprio agente, 
pessoalmente (falso testemunho) 
 
Pessoa Jurídica como sujeito ativo de crime 
Legislação Doutrina Jurisprudência 
A CF permite a 
responsabilização penal da PJ 
nos crimes contra a ordem 
econômica e financeira e 
contra a economia popular e 
nos crimes ambientais. 
Embora haja controvérsia, 
prevalece a admissibilidade da 
responsabilidade da PJ. 
O STF e o STJ admitem a 
responsabilidade penal da PJ por crimes 
ambientais, sendo desnecessária a 
responsabilização simultânea da pessoa 
física que agia em seu nome 
(desnecessária dupla imputação). 
 
Sujeito Passivo 
É o titular do bem jurídico atingido pela infração. Pode ser qualquer pessoa (física ou jurídica) e até mesmo 
entes sem personalidade jurídica, como a coletividade. 
O morto não é sujeito passivo de crime (na calúnia contra os mortos, por exemplo, as vítimas são os seus 
familiares). 
Animais também não figuram como sujeito passivo (no crime de crueldade contra animais, o sujeito passivo 
é a coletividade). 
 
Espécies de Sujeito Passivo 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
Sujeito passivo constante, mediato, formal, geral 
ou genérico 
Sujeito passivo eventual, imediato, material, 
particular ou acidental 
É o Estado, que figura como sujeito passivo de 
todas as infrações, em razão do seu interesse na 
manutenção da paz e da ordem. 
É o titular do bem jurídico diretamente atingido pela 
infração. Alguns crimes não têm sujeito passivo 
eventual determinado, vale dizer, o sujeito passivo é a 
coletividade (ex: tráfico de drogas). São os 
denominados crimes vagos. 
 
Sujeito passivo comum Sujeito passivo próprio 
O tipo penal não exige qualquer qualidade especial 
da vítima, ou seja, qualquer pessoa pode sofrer a 
prática criminosa (homicídio) 
O tipo penal demanda alguma qualidade da vítima 
(infanticídio) 
 
Observações 
Crimes bipróprios são aqueles que exigem uma qualidade especial do sujeito ativo e também do sujeito 
passivo (infanticídio).. 
Crimes de dupla subjetividade passiva são aqueles que apresentam pluralidade de vítimas (o crime de 
violação de correspondência tem como ofendidos o emitente e o destinatário). 
A mesma pessoa não pode figurar como sujeito ativo e passivo da própria conduta. 
 
 
 
Vitimização Primária Consequência negativas decorrentes da infração penal em si. 
Vitimização Secundária Causadas pelos órgãos de persecução penal, sujeitando o ofendido à burocracia 
e a constrangimento diversos (ex: aguardar longas horas para ter registrada a 
ocorrência, submeter-se a exame de corpo de delito, relatar eventuais abusos 
sexuais perante desconhecidos...) 
Vitimização Terciária A doutrina atribui dois sentidos a essa expressão: 
 Essa vitimização resulta da estigmatização social sofrida pelo ofendido 
(ex: vítima de furtos é alvo de zombarias e repreendida em seu meio social 
por ter sido descuidada; pessoa estuprada é rejeitada pelo companheiro 
ou lhe é atribuída culpa ao evento) 
 Vítima terciária: é a pessoa sobre a qual recai a imputação do fato 
criminoso, quando sofre punição além daquela imposta pela lei (ex: 
tortura e sevícias de outros presos) ou responde a processos mesmo 
sendo inocente. 
 
Objeto jurídico do crime Objeto material do crime 
Bem ou interesse protegido pela norma penal. Ex: 
vida, patrimônio, dignidade sexual. 
Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta 
criminosa. 
 
Infração Penal Crime Contravenção Penal 
Principal fonte 
normativa 
Código Penal Lei das Contravenções 
Pena privativa de 
liberdade aplicável 
Reclusão, detenção ou multa Prisão simples ou multa 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
Regime inicial 
cabível 
Reclusão : fechado, semiaberto ou 
aberto 
Detenção: semiaberto ou aberto 
Possível regressão para o regime 
fechado 
Semiaberto ou aberto 
Inadmissível regressão para o fechado 
Ação Penal Pública (incondicionada ou 
condicionada) ou privada 
Pública incondicionada 
Tentativa Punível Não punível 
Competência J. Federal ou Estadual J. Estadual 
Limite de 
cumprimento de 
pena 
40 anos 5 anos 
Prazo mínimo das 
medidas de 
segurança 
1 a 3 anos 6 meses 
Período de Sursis 2 a 4 anos ou 
4 a 6 anos 
1 a 3 anos 
Reincidência Ocorre quando o agente comete 
novo crime, depois de transitar em 
julgado à sentença que, no país ou 
no estrangeiro, o tenha condenado 
por crime anterior 
Ocorre quando o agente comete uma 
contravenção depois de passar em julgado a 
sentença que o tenha condenado, no Brasil 
ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, 
no Brasil , por motivo de contravenção 
Extraterritorialidade Admite Não admite 
Prisão preventiva e 
temporária 
Admissível Não admite 
Ignorância ou 
compreensão 
errada da lei 
O desconhecimento da lei é 
inescusável, podendo servir como 
atenuante da pena 
No caso de ignorância ou de errada 
compreensão da lei escusáveis, a pena pode 
deixar de ser aplicada 
 
Tabela da principais classificações dos crimes 
Crime Comum Pode ser praticado por qualquer pessoa (homicídio) 
Crime Próprio Exige uma qualidade especial do sujeito ativo. 
Crime próprio puro: a conduta somente é incriminada quando cometida por sujeito 
ativo qualificado, se for praticada por outra pessoa, não configura crime. Ex: 
advocacia administrativa. 
Crime próprio impuro: a conduta é incriminada se for cometida por sujeito ativo 
qualificado e também se for praticada por outra pessoa, mas neste caso configura 
crime diverso. Ex: se o funcionário público subtrai determinada quantia responde por 
peculato. A mesma conduta, praticada por um particular, configura delito de furto. 
Crime de Mão 
Própria 
Além de próprio, somente pode ser executado pelo próprio agente, pessoalmente. 
Ex: falso testemunho. 
Crime Instantâneo Consuma-se num momento específico, ou seja, não se prolonga no tempo. Ex: 
homicídio 
Crime Permanente A consumação se prolonga, se arrasta no tempo, por vontade do agente. Ex: 
sequestro ou cárcere privado. Pode ser: 
 Necessariamente permanente: para a consumação, é imprescindível a 
manutenção da situação antijurídica por tempo juridicamente relevante. Ex: 
sequestro. 
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 Eventualmente permanente: é um crime instantâneo, mas a lesão ao bem 
jurídico, no caso concreto, acaba se prolongando no tempo. Ex: furto de 
energia elétrica. 
Crime Instantâneo 
de efeitos 
Permanentes 
Consuma-se em um momento específico, mas os seus efeitos se prolongam no 
tempo, sem que o agente possa fazê-lo desaparecer. Ex: homicídio – ocorrida a 
morte, não há mais como voltar atrás. 
Crime Comissivo O tipo penal descreve uma ação. Ex: homicídio 
Crime Omissivo O tipo penal descreve uma omissão, ou seja, um não fazer. Ex: omissão de socorro 
Crime Omissivo 
Impróprio 
(comissivo por 
omissão) 
O sujeito, por conta de sua omissão, responde pela prática de crime comissivo. Isso 
ocorre quando o agente podia e devia agir para impedir o resultado. 
Crime Comissivo 
Impróprio 
(omissivo por 
comissão)O agente, por conta de uma ação, responde por crime omissivo. 
Crime Mono-
Ofensivo 
Atinge somente um bem jurídico. Ex: furto. 
Crime Pluriofensivo Atinge mais de um bem jurídico. Ex: roubo 
Crime de 
Subjetividade 
Passiva Única 
O tipo penal prevê uma só vítima. 
Crime de Dupla 
Subjetividade 
Passiva 
O tipo penal prevê a existência de mais de uma vítima. 
Crime de Dano ou 
Lesão 
Consuma-se com a efetiva ocorrência de lesão ao bem jurídico tutelado. 
Crime de Perigo Consuma-se com a mera colocação em perigo de um bem jurídico tutelado. 
 Crimes de perigo concreto: o perigo ao bem jurídico deve ficar comprovado 
nos autos. 
 Crimes de perigo abstrato: o perigo é presumido pelo legislador, dispensando-
se a comprovação no caso concreto. 
 Crimes de perigo individual: a conduta expõe a perigo uma só pessoa ou um 
número determinado de pessoas. 
 Crimes de perigo comum ou coletivo: a conduta expõe a perigo um número 
indeterminado de pessoas. 
Crime 
Unissubjetivo, 
monossubjetivo, 
unilateral ou de 
concurso eventual 
Pode ser cometido por um só agente. 
Crime 
Plurissubjetivo, 
plurilateral ou de 
concurso 
necessário 
Requer mais de um agente para se configurar. 
 Condutas Paralelas: os agentes colaboram mutuamente para resultado 
comum. Ex: associação criminosa. 
 Condutas Convergentes ou Bilaterais: as condutas partem de pontos opostos 
e vem a se encontrar, advindo desse encontro de vontades o resultado. Ex: 
bigamia 
 Condutas Divergentes ou Contrapostas: as condutas se voltam umas contra as 
outras. Ex: rixa 
Crime Simples Constituído por uma conduta típica. 
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Crime Complexo Constituído pela fusão de mais de uma conduta. 
 Crime complexo em sentido estrito: constituído peça fusão de mais de uma 
conduta típica. Ex: roubo 
 Crime complexo de sentido amplo: formado pela junção de uma conduta 
típica e outra conduta, que, em si considerada, não é típica. Ex: estupro. 
Crimes Ultra 
Complexos 
Crime complexo ao qual é acrescido outro crime, que funciona como qualificadora ou 
causa de aumento de pena – ex: roubo com causa de aumento por conta de emprego 
de arma de fogo. 
Crime Progressivo 
(de passagem) 
Ocorre quando o agente, para chegar a um delito mais grave, precisa 
necessariamente passar por um menos grave. Ex: para atingir a consumação no 
homicídio, é preciso passar pela lesão corporal menos grave. 
Crime Progressão 
Criminosa 
Ocorre quando o agente, logo após praticar um crime menos grave, delibera e vem a 
praticar um crime mais grave. Há uma evolução criminosa na vontade do agente. 
Crime Habitual Constituído pela prática reiterada de condutas que, tomadas em seu conjunto, 
constituem um modo de vida inaceitável pela lei penal. Ex: exercício ilegal da 
medicina, manutenção de casa de prostituição e o curandeirismo. 
 Crime habitual próprio: é o crime habitual propriamente dito, ou seja, a 
prática de uma conduta isolada é atípica, porém quando cometidas reiterada 
e sucessivamente, configuram o crime. 
 Crime habitual impróprio: a prática de uma só conduta já tem relevância para 
configurar o crime, sendo as demais ações consideradas reiteração do mesmo 
delito, e não pluralidade de crimes. Ex: gestão fraudulenta, previsto no art. 4º 
da Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. 
Crime Material ou 
Causal 
A consumação depende da ocorrência de resultado naturalístico (modificação do 
mundo exterior). Ex: homicídio 
Crime Formal ou de 
Consumação 
Antecipada 
Consuma-se com a prática da conduta, independentemente de possível resultado 
naturalístico. Ex: extorsão mediante sequestro – se consuma com a conduta de 
sequestrar a pessoa com o fim de obter vantagem como condição ou preço do 
resgate. A efetiva obtenção da vantagem, embora possa ocorre, é desnecessária para 
a consumação. 
Crime de Mera 
Conduta 
Consuma-se com a simples prática da conduta, sequer comportando resultado 
naturalístico. Ex: violação de domicílio. O ingresso na casa alheia é suficiente para 
consumar o crime e não provoca alteração no mundo exterior. 
Crime 
Unissubsistente 
Pode ser praticado mediante um só ato. Ex: injúria verbal. 
Crime 
Plurissubsistente 
Exige a prática de diversos atos. Ex: roubo ou estupro. 
Crime de Forma 
Livre 
Pode ser praticado de qualquer modo escolhido pelo agente. Ex: homicídio, furto. 
Crime de Forma 
Vinculada 
Somente se configura se praticado de um modo específico descrito no tipo penal. Ex: 
curandeirismo 
Crime Vago, 
Multivitimário ou 
de Vítimas Difusas 
Não possui sujeito passivo determinado. O sujeito passivo é a coletividade. Ex: 
violação de sepultamento. 
Crime Remetido Remete a outro tipo penal, sendo que sua compreensão depende da consulta a essa 
figura remetida. Ex: uso de documento falso. 
Crime 
Condicionado 
Aquele cuja punibilidade depende do advento de determinada condição. Ex: crimes 
falimentares, em regra, dependem da sentença de falência para serem puníveis. 
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Crime de Atentado 
ou de 
Empreendimento 
É aquele que equipara a punição da forma tentada à forma consumada. 
Crimes Militares É aquele praticado por militar. 
 Crime militar próprio: previsto apenas no CPM. Ex: deserção 
 Crime militar impróprio: previsto no COM e também em outras leis. 
Crimes Políticos Aqueles previstos na Lei de Segurança Nacional. 
Crimes Transeunte 
ou de Fato 
Transitório 
Não deixa vestígios materiais. 
Crime Não 
Transeunte 
Deixa vestígios materiais. 
Crime Exaurido ou 
Crime Esgotado 
A expressão diz respeito a resultados ocorridos após a consumação do delito. 
Crime Profissional Praticado no exercício da profissão, ou seja, o agente se vale do seu mister para 
perpetuar o delito. 
Crime de Trânsito Praticado na condução de veículo automotor, o qual se aplica o CTB. 
Crime de 
Circulação 
Cometido por intermédio de um automóvel, dolosa ou culposamente – podendo-se 
aplicar o CP ou CTB. 
Crime de Ação 
Violenta 
Praticado com o emprego de violência ou grave ameaça 
Crime de Ação 
Astuciosa 
Cometido com emprego de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. 
Crime de Ação 
Múltipla (de 
conteúdo variado) 
O tipo penal prevê mais de um verbo nuclear. 
Crime de Lockout 
ou de Locaute 
É a paralisação total ou parcial das atividades promovida pelo empregador. 
Crime a Prazo Aquele cuja consumação depende do advento de um prazo. Ex: apropriação de coisa 
achada. Comete o crime quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando 
de restituí-la ao titular ou de entrega-la à autoridade competente no prazo de 15 
dias. 
Crime Funcional ou 
Delicta in officio 
É aquele praticado por funcionário público. 
 Próprio: ausente a qualidade de funcionário público, o fato é atípico (ex: 
prevaricação) 
 Impróprio: ausente a qualidade de funcionário público, o fato continua sendo 
típico, porém constitui outro delito. 
Crime de 
Tendência Interna 
Transcendente 
(crimes de 
intenção) 
Traz como elementar uma finalidade especial, a qual não precisa ser alcançada para 
consumação do delito. Ex: extorsão mediante sequestro. O crime se consuma com o 
sequestro da vítima, mesmo que a finalidade do agente (obtenção da vantagem 
econômica) não seja alcançada. 
Crime de Resultado 
Cortado 
Espécie de crime de intenção, no qual o agente busca uma finalidade desnecessária 
à consumação, sendo que a efetiva obtenção dessa finalidade não requer a sua 
intervenção. Ex: extorsão mediante sequestro. O crime está consumado com o 
sequestro da vítima, visando a obtenção de vantagem como condição ou preço do 
resgate. O efetivo recebimento do resgate ocorre se terceiros efetuarem o 
pagamento. 
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Crime Mutilado de 
Dois Atos 
Espécie de crime de intenção,no qual o agente busca um finalidade desnecessária à 
consumação, sendo que a efetiva obtenção dessa finalidade requer uma nova 
intenção sua. Ex: agente falsifica moeda falsa, com o fim de restituí-la à circulação. 
Crime do Colarinho 
Azul ou Blue Collar 
Crimes 
Também chamados de crimes de rua. São aqueles geralmente praticados por pessoas 
economicamente menos favorecidas. 
Crime do Colarinho 
Branco ou White 
Collar Crimes 
São aqueles geralmente cometidos por pessoas que desfrutam de elevado poder 
econômico. 
Crimes sem 
Colarinho ou 
Colorless Crimes 
Sendo aqueles praticados por meio da internet, cujo perfil dos autores é totalmente 
desconhecido. 
Crimes Parcelares Crimes que formam a série de continuidade delitiva. Por ficção jurídica, os vários 
delitos parcelares são considerados um único crime. 
Crime de Catálogo Crimes que admitem interceptação telefônica, nos termos da lei 9.296/1996. 
Crime Aberrantes Abrange as hipóteses de aberratio causae (erro sobre o nexo causal), aberratio ictus 
(erro na execução) e aberratio criminis ou delicti (resultado diverso do pretendido). 
Crime Principal e 
Acessório 
(Parasitário) 
Crime principal é aquele que independe da existência de outro, como o homicídio e 
o roubo. Crime acessório ou parasitário é o que depende da existência de uma 
infração antecedente – receptação e lavagem de dinheiro. 
Crime Natural Contraria valores éticos absolutos e universais. São condutas que têm sido 
criminalizadas nas diversas ordenações ao longo da história, como o homicídio, a 
violência sexual, furto, roubo. 
Crime de Plástico Não encontra amparo direto em valores universais, mas ainda assim são inseridos na 
lei penal. Ex: crimes que não tutelam diretamente qualquer valor universal – ex: 
sonegação fiscal, os que buscam proteger prerrogativas de autoridades – ex: 
desacato e os de cunho exclusivamente moral ou religiosos – ex: suicídio, autolesão 
e homossexualidade. 
Crime de Opinião 
ou de Palavra 
É o delito que envolve a manifestação abusiva de pensamento. Ex: crimes contra a 
honra. 
Crime de Conexão 
Teleológica ou 
Ideológica 
É aquele praticado para assegurar a execução de outro delito posterior. 
Crime de Conexão 
Consequencial ou 
Causal 
É aquele praticado para assegurar a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro 
crime, já ocorrido. 
Crime Falho Nome dado à tentativa perfeita ou acabada, ocorrendo quando o agente não alcança 
o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade. 
Crime Obstáculo Tipifica de modo autônomo condutas preparatórias. Ex: associação criminosa e 
petrechos para fabricação de moeda. 
Crimes de 
Impressão 
É aquele que provoca determinado estado anímico na vítima. Divide-se em: 
 Delito de inteligência: recai sobre as faculdades cognitivas, sendo realizado 
por meio de engano ou engodo, como o estelionato. 
 Delito de sentimento: recai sobre as faculdades emocionais, como a injúria. 
 Delito de vontade: recai sobre a capacidade de autodeterminação, como o 
constrangimento ilegal. 
Crime Putativo, 
Imaginário ou 
O agente imagina estar praticando um delito, mas na realidade não está. Pode 
decorrer de: 
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Erroneamente 
Suposto 
 Erro de tipo: o agente equivocadamente supõe estarem presentes todos os 
elementos constitutivos do tipo penal. 
 Erro de Proibição (delito de alucinação ou crime de loucura): o agente imagina 
ser proibida uma conduta que, na realidade, é permitida. 
 Obra do agente provocador (crime de ensaio, crime de experiência, flagrante 
provocado ou flagrante preparado): ocorre na hipótese em que terceiro 
provoca o agente a praticar infração e toma todas as providências para tornar 
impossível a ocorrência do resultado. 
Crime Gratuito Aquele praticado sem motivo conhecido. 
Crime Anão ou 
Liliputiano 
São sinônimos de contravenção penal. 
Crime de Atuação 
Pessoal ou de 
Conduta Infungível 
É sinônimo de crime de mão própria. 
Crime Espúrio ou 
Promíscuo 
São sinônimos de crime omissivo impróprio. 
Crime 
Multitudinário 
É aquele cometido por um grande número de pessoas, num contexto de tumulto. 
Crime de ímpeto É aquele cometido por impulso, sem previa racionalização ou planejamento. 
Crime Premeditado É aquece precedido de prévia racionalização e planejamento. 
Crime Achado A expressão refere-se precipuamente ao encontro fortuito de provas 
(serendipidade), em que se descobre uma infração penal que não estava até então 
sendo investigada. 
Delitos de 
Esquecimento ou 
de Olvidamento 
Delitos em que o agente é omissivo por culpa inconsciente ( ou seja, sem a intenção 
de produzir o resultado, nem prever que ele poderia ocorrer) ex: agente causa lesões 
a terceiro porque esquece o gás aberto, esquece de colocar um aviso que anuncie o 
perigo ou de acender as luzes para sinalizar um obstáculo. 
Crimes de 
Hermenêutica 
 
Criminalização de um modo particular de interpretar a lei, considerado inadequado. 
Tal hipótese é inadmissível. 
 
Tabela sobre Fato Típico: Conduta 
Teoria Conceito de Conduta 
Causalista, 
Naturalista, 
Clássica, Causal ou 
Mecanicista 
- Idealizada: Franz von Liszt, Ernst von Beling e Gustav Radbruch. 
- Surgiu: início do século XIX. 
- Estrutura do crime: Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade (TEORIA TRIPARTITE). 
- Elementos da culpabilidade: Imputabilidade (apenas). 
Dolo e culpa, são ESPÉCIES de culpabilidade, ou seja: A culpabilidade será dolosa ou 
culposa, e o elemento que a configurará será a imputabilidade, caso ocorra. 
Conduta: movimento corporal voluntário que produz uma modificação no mundo 
exterior perceptível pelos sentidos. 
 
Movimento corpóreo voluntário que produz modificação no mundo exterior. A conduta 
não está associada a uma finalidade do agente (dolo e culpa são examinados na 
culpabilidade. 
Neokantista, 
Neoclássica ou 
Causal-Valorativa 
- Idealizada: Edmund Mezger. 
- Surgiu: início do século XX (1.900 a 1.930). 
- Estrutura do crime: Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade (TEORIA TRIPARTITE). 
- Elementos da culpabilidade: Imputabilidade + Exigibilidade de Conduta Diversa + 
Dolo e Culpa. 
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Dolo e culpa deixam de ser espécies de culpabilidade e passam a ser ELEMENTOS da 
mesma. Não se fala mais, portanto, em culpabilidade dolosa ou culpabilidade culposa. 
- Conduta: comportamento humano voluntário, causador de modificação no mundo 
exterior. 
 
Teoria Finalista - Idealizada: Hans Welzel. 
- Surgiu: metade do século XX (1.930 a 1.960). 
- Estrutura do crime: Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade (TEORIA TRIPARTITE). 
- Elementos da culpabilidade: Imputabilidade + Exigibilidade de Conduta Diversa + 
Potencial Consciência da Ilicitude. 
O traço marcante do finalismo é que dolo e culpa saíram da culpabilidade para 
integrar a tipicidade – de onde, aliás, não mais saíram. 
- Conduta: comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim. 
 
Teoria da Ação 
Social 
- Idealizada: Johannes Wessels e Hans-Heirinch Jescheck. 
A pretensão desta teoria não é substituir as teorias clássica e finalista, mas sim 
acrescentar-lhes uma nova dimensão, a relevância ou transcendência social. 
- Estrutura do crime: Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade (TEORIA TRIPARTITE). 
- Elementos da culpabilidade: Imputabilidade + Exigibilidade de Conduta Diversa + 
Potencial Consciência da Ilicitude. 
Dolo e culpa integram o fato típico, mas seriam novamente analisados quando do juízo 
de culpabilidade. 
- Conduta: comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim 
socialmente reprovável. 
 
Teoria 
Funcionalista 
Moderada, 
Teleológica, 
Dualista ou da 
Política Criminal 
- Idealizada: Claus Roxin (ESCOLA DE MUNIQUE). 
- Estrutura do crime: Fato Tipíco + Ilicíto + Reprovável (Imputabilidade + Exigibilidade 
de Conduta Diversa + Potencial Consciência da Ilicitude + Necessidadede Pena). 
- Elementos da culpabilidade: A culpabilidade é LIMITE DE PENA (CULPABILIDADE 
FUNCIONAL). 
- Conduta: comportamento humano voluntário, causador de relevante e intolerável 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
- Missão do Direito Penal: proteção de bens jurídicos 
 
Teoria 
Funcionalista 
Sistêmica, 
ou Monista 
- Idealizada: Günther Jakobs (ESCOLA DE BONN). 
- Estrutura do crime: Tipicidade + Ilicitude + Culpabilidade. 
- Elementos da culpabilidade: Imputabilidade + Exigibilidade de Conduta Diversa + 
Potencial Consciência da Ilicitude. 
- Conduta: comportamento humano voluntário, violador do sistema e frustrador das 
expectativas normativas. 
- Missão do Direito Penal: assegurar a vigência do sistema 
 
 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
 
 
 
Causas que 
excluem a 
conduta 
a) Inconsciência: sonambulismo, hipnose, narcolepsia, crise epilética, estado de coma. 
b) Involuntariedade b.1) Caso Fortuito – evento decorrente de ato humano, imprevisível e 
inevitável, como a greve e a guerra. 
Força Maior – fato previsível ou imprevisível, porém inevitável, 
proveniente de força da natureza – como a chuva e relâmpago. 
b.2) Movimentos Reflexos – reação motora (muscular) ou secretória 
(glandular) automática provocada por um estímulo – tosse ou espirro. 
 Cuidado! Não excluem a vontade (existe conduta): 
 Ações em curto circuito (reações explosivas e momentâneas, 
provocadas por emoções violentas que afloram rapidamente) 
 Ações habituais (mecânicos ou automáticos) – 
comportamentos reiterados 
b.3) Coação física irresistível (vis absoluta): constrangimento físico, 
eliminando a possibilidade de o agente se comportar de acordo com a 
sua vontade. 
 Não se confunde com a coação moral irresistível (vis 
compulsiva): em que a vontade não é eliminada, mas se torna 
viciada. Exclui a exigibilidade de conduta diversa e, por 
consequência, a culpabilidade. 
 
Dolo 
Teorias - Representação: Dolo é a consciência e a vontade de praticar a conduta, prevendo a 
possibilidade de produzir o resultado. 
- Vontade: Dolo é a consciência e a vontade de praticar a conduta, dirigida 
especificadamente ao resultado. Adotada no Brasil quanto ao dolo direto. 
- Consentimento, do Assentimento ou da Anuência: Dolo é a consciência e a vontade 
de praticar a conduta, prevendo o resultado e assumindo o risco de produzi-lo. Adotada 
no Brasil quanto ao dolo eventual. 
Elementos - Cognitivo ou intelectivo: consciência dos elementos objetivos do tipo penal. 
- Volitivo: vontade da realização dos elementos objetivos do tipo penal. 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
Características - Abrangência: o dolo deve abranger todos os elementos objetivos do tipo. 
- Atualidade: o dolo deve estar presente no momento da conduta. 
- Aptidão para influenciar o resultado: o dolo envolve um quere ativo, ou seja, pune-se 
a vontade desde que apta a produzir o resultado. 
Dolo Normativo 
e Dolo Natural 
- Teoria Causalista: O dolo está alocado na culpabilidade (terceiro substrato do crime) e 
traz em seu bojo a consciência da ilicitude. Faltando a consciência da ilicitude, não há 
dolo. Por isso, recebe o nome de dolo normativo ou dolo malus. 
- Teoria Finalista: o dolo está alocado no fato típico. Ao ser trazido para o primeiro 
substrato do crime, o dolo desprende-se da consciência da ilicitude (inserida na 
culpabilidade), abandonando seu aspecto normativo. Por essa razão, passa a ser 
chamado dolo natural, dolo neutro ou dolo bonus. 
Dolo 
Enantiomórfico 
Ocorre quando ambas as partes agem dolosamente, um visando causar prejuízo ao 
outro utilizando meios contrários a boa-fé. Trata-se do conhecido dolo recíproco, 
compensando ou bilateral. 
 
Dolo Normativo, Híbrido, Colorido, Cromático, 
Cinzento, Valorado ou Dolus Malus 
Dolo Natural, Neutro, Acromático ou Avalorado 
Adotado pela teoria neokantista, integra a 
culpabilidade, trazendo, a par dos elementos 
consciência e vontade, também a consciência 
atual da ilicitude (elemento normativo). 
 
#EMRESUMO: 
Teoria adotada  Neokantista; 
Elemento do Crime  Culpabilidade; 
Elementos  Consciência, Vontade e 
Consciência ATUAL 
da ilicitude. 
 
Adotado pela teoria finalista, integra a conduta e 
necessariamente o fato típico, despido da 
consciência da ilicitude (elemento da 
culpabilidade), pressupondo somente consciência e 
vontade. 
 
#EMRESUMO: 
Teoria adotada  Finalista; 
Elemento do Crime  Fato Típico; 
Elementos  Consciência e Vontade. 
 
 
Espécies de Dolo 
Direto, 
determinado ou 
intencional 
É a vontade consciente dirigida especificadamente à produção do resultado típico 
(teoria da vontade). 
Indireto ou 
Indeterminado 
Aqui, a vontade do agente não se fixa num só sentido ou direção. Divide-se em: 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales siga @corujinha_juridica 
 Dolo Eventual: o agente visualiza mais de um resultado, direcionando sua conduta 
para atingir um deles, mas assumindo o risco de causar outro (teoria do 
assentimento). 
 Dolo Alternativo: o agente visualiza mais de um resultado, direcionando sua conduta 
para atingir, indistintamente, qualquer um deles. 
 
Dolo de 1º grau É a vontade consciente dirigida especificadamente ao resultado. 
Dolo de 2º grau É a vontade de atingir determinado resultado, sabendo que ocorrerão outros resultados, 
como consequência necessária do primeiro. 
Dolo de 3º grau Alguns autores sustentam, ainda, a existência de dolo direto de terceiro grau, também 
chamado de dolo de dupla consequência necessária. Ele ocorre nos casos em que a 
consequência do dolo direto de segundo grau causa, inevitavelmente, a violação de 
outro bem juridicamente protegido. Esta outra violação também acontece com o 
conhecimento e vontade do agente. 
Ex: Cristina, com o objetivo de matar Tiago, coloca uma bomba no avião em que o 
mesmo viajava. O avião explode, causando a morte de Tiago (dolo direto de primeiro 
grau), de todos os demais passageiros (dolo direto de segundo grau), bem como o 
aborto da passageira Flávia, a qual estava grávida (dolo direto de terceiro grau). 
Ressalta-se que, para responder pelo resultado, Cristina deveria ter ciência da gravidez 
de Flávia. 
Dolo Cumulativo O agente tem a vontade de atingir determinado resultado, evoluindo em seguida para 
vontade de atingir outro resultado. É um caso de progressão criminosa. 
Dolo de Dano É a vontade de causar efetiva lesão a um bem jurídico tutelado. Ex: atirar em uma 
pessoa, almejando matá-la. 
Dolo de Perigo É a vontade de expor a perigo um bem jurídico tutelado. 
Dolo Genérico O agente deseja praticar a conduta descrita no tipo penal, o qual não exige nenhuma 
finalidade específica. 
Dolo Específico O agente deseja praticar a conduta visando uma finalidade específica, que é elementar 
do tipo penal. 
Dolo Presumido Também chamado de in re ipsa – é aquele que dispensa a comprovação no caso 
concreto. Não é admitido. 
Dolo Geral 
(Aberratio 
Causae) 
É o erro quanto ao meio de execução do crime. O agente, imaginando ter produzido o 
resultado pretendido, pratica nova conduta com finalidade diversa, sendo esta a efetiva 
causa do resultado inicialmente visado. 
Dolo de ímpeto É aquele surgido repentinamente, por impulso, sem prévia racionalização ou 
planejamento. 
Dolo 
Premeditado 
É aquele precedido de prévia racionalização e planejamento. 
Dolo 
Abandonado 
É a hipótese de desistência voluntária ou arrependimento eficaz, nas quais o agente, 
voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se 
produza. 
Dolo Global ou 
Unitário 
É o dolo necessário para a configuração da continuidade delitiva (segundo posição 
majoritária), devendo o agente atuar de acordo com um plano global ou unitário que 
encampe toda a cadeia de crimes. 
 
 
 
 Revisão Direito Penal Parte Geral - Material feito por Dayana da S. Sales

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