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Codigo-Penal-Legislacao-360-2023 2-i9nvyb

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1 
2023.2 
 
2 
 
2023.2, 05.05.2023 
 
3 
 
 
 
 
 
INDICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARTIGOS 
COMENTÁRIOS E TABELAS 
REDAÇÃO SIMPLIFICADA 
TEXTO LEGAL COM DESTAQUES 
NAVEGAÇÃO POR MARCADORES 
 
Utilize este material como seu caderno de estudos. Os espaços foram 
pensados para que você tenha uma leitura mais ativa, adicionando o que 
considera importante e organizando todas as anotações em um só lugar. 
Destacamos com uma estrela os dispositivos com maior incidência 
em provas e que merecem uma atenção especial. 
Para facilitar seus estudos, já incluímos anotações e tabelas com 
apontamentos doutrinários e jurisprudenciais. 
Além da diagramação desenhada para tornar a leitura mais fluente, 
tornamos a redação mais objetiva, especialmente nos números. 
NEGRITO - 
ROXO - 
LARANJA - 
CINZA SUBLINHADO - 
Grifos para indicar termos importantes. 
Destacando números (datas, prazos, percentuais e outros valores). 
Expressões que apresentam uma ideia de negação ou ressalva/exceção. 
Indicando vetos e revogações. 
Dispositivos cuja eficácia está prejudicada, mas não estão revogados expressamente. 
Uma ferramenta a mais para você que gosta de ler pelo tablet ou notebook. 
Todos os nossos materiais foram desenhados para você ler de forma muito 
confortável quando impressos, mas se você também gosta de ler em telas, 
conheça esta ferramenta que aplicamos em todos os conteúdos, os recursos de 
interatividade com a navegação por marcadores – a estrutura de tópicos do 
leitor de PDF, que também pode ter outro nome a depender do programa. 
Os títulos, capítulos, seções e artigos das legislações, bem como as súmulas e 
outros enunciados dos materiais de jurisprudências, estão listados na barra de 
marcadores do seu leitor de PDF, permitindo que a localização de cada 
dispositivo seja feita de maneira ainda mais fluente. 
Além disso, com a opção VOLTAR, conforme o leitor de PDF que esteja 
utilizando, você também pode retornar para o local da leitura onde estava, sem 
precisar ficar rolando páginas. 
ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES 
CINZA TACHADO - 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA DE ESTUDOS 
Se você está iniciando o estudo para concursos ou sente a necessidade de uma organização e planejamento melhor, este 
conteúdo deve contribuir bastante com a sua preparação. Liberamos gratuitamente no site. 
Nele você encontrará: 
CONTROLE DE LEITURA DAS LEGISLAÇÕES 
A fim de auxiliar ainda mais nos seus estudos, um dos conteúdos do Guia é a planilha para programar suas leituras e revisões 
das legislações. Lá nós explicamos com mais detalhes e indicamos sugestões para o uso, trazendo dicas para tornar seus 
estudos mais eficientes. Veja algumas das principais características: 
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DE JURISPRUDÊNCIAS 
DICAS PARA A RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 
CONTROLE DE ESTUDOS POR CICLOS 
CONTROLE DE LEITURA DE INFORMATIVOS (STF E STJ) 
PLANNER SEMANAL 
MATERIAL GRATUITO 
 
5 
SUMÁRIO GERAL 
ÍNDICE DAS TABELAS .............................................................................................................................................................................. 6 
 DL 2.848/40 - Código Penal ................................................................................................................................................................... 9 
PARTE GERAL .......................................................................................................................................................................................... 10 
Título I - Da aplicação da Lei Penal ................................................................................................................................................................... 14 
Título II - Do Crime ................................................................................................................................................................................................. 19 
Título III - Da Imputabilidade Penal ................................................................................................................................................................. 31 
Título IV - Do Concurso de Pessoas ................................................................................................................................................................. 33 
Título V - Das Penas ............................................................................................................................................................................................... 35 
Título VI - Das Medidas de Segurança ............................................................................................................................................................ 61 
Título VII - Da Ação Penal ................................................................................................................................................................................... 63 
Título VIII - Da Extinção da Punibilidade ....................................................................................................................................................... 65 
PARTE ESPECIAL .................................................................................................................................................................................... 73 
Título I - Dos crimes contra a pessoa ............................................................................................................................................................... 73 
Título II - Dos crimes contra o patrimônio ..................................................................................................................................................... 93 
Título III - Dos crimes contra a propriedade imaterial ............................................................................................................................ 108 
Título IV - Dos crimes contra a organização do trabalho ....................................................................................................................... 110 
Título V - Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos .................................................................. 112 
Título VI - Dos crimes contra a dignidade sexual ...................................................................................................................................... 113 
Título VII - Dos crimes contra a família......................................................................................................................................................... 120 
Título VIII - Dos crimes contra a incolumidade pública .......................................................................................................................... 123 
Título IX - Dos crimes contra a paz pública ................................................................................................................................................. 131 
Título X - Dos crimes contra a fé pública ...................................................................................................................................................... 132 
Título XI - Dos crimes contra a Administração Pública........................................................................................................................... 140 
Título XII - Dos Crimes Contra o Estado Democrático de Direito ....................................................................................................... 158 
DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................................................................ 160 
 
 
6 
ÍNDICE DAS TABELAS 
 DL 2.848/40 - Código Penal .......................................................................................................................9 Direito Penal, Criminologia e política criminal ............................................................................. 10 
 Conceito de Direito Penal ................................................................................................................... 10 
 Direito Penal de emergência, simbólico e promocional ............................................................. 10 
 Princípios do Direito Penal.................................................................................................................. 11 
 Fontes do Direito Penal ........................................................................................................................ 11 
 Axiomas do Garantismo Penal ........................................................................................................... 12 
 Lei Penal - Classificações ..................................................................................................................... 12 
 Norma penal em branco ....................................................................................................................... 13 
 Abolitio criminis x Princípio da continuidade normativo-típica ................................................ 14 
 Teorias do tempo do crime .................................................................................................................. 15 
 Teorias do lugar do crime .................................................................................................................... 15 
 Não aplicação da Teoria da Ubiquidade * ....................................................................................... 16 
 Extraterritorialidade e princípios do art. 7º do CP ...................................................................... 17 
 Pena cumprida no estrangeiro ........................................................................................................... 17 
 Contagem de prazo ................................................................................................................................ 17 
 Conceito de Crime ................................................................................................................................. 19 
 Momento de consumação ................................................................................................................... 19 
 Tentativa (conatus) ................................................................................................................................. 20 
 Crimes que não admitem tentativa .................................................................................................. 20 
 Punição da tentativa .............................................................................................................................. 21 
 Pontes do Direito Penal ....................................................................................................................... 22 
 Teorias no crime impossível * ............................................................................................................. 22 
 Teorias do dolo adotadas pelo Código Penal ................................................................................. 23 
 Espécies de dolo * ................................................................................................................................... 23 
 Modalidades de culpa ........................................................................................................................... 24 
 Culpa própria e imprópria * ................................................................................................................. 24 
 Teorias da conduta................................................................................................................................. 25 
 Erro de tipo * ............................................................................................................................................ 27 
 Erro sobre a pessoa e erro na execução .......................................................................................... 28 
 Erro Jurídico-Penal ................................................................................................................................ 28 
 Modalidades do erro de proibição .................................................................................................... 28 
 Coação irresistível ................................................................................................................................. 29 
 Sistema de aferição da inimputabilidade ........................................................................................ 31 
 Embriaguez............................................................................................................................................... 31 
 Concurso de pessoas ............................................................................................................................. 33 
 Punição do partícipe .............................................................................................................................. 33 
 Penas privativas de liberdade (PPL) ................................................................................................. 35 
 Fixação do regime inicial ...................................................................................................................... 36 
 Regime fechado ...................................................................................................................................... 37 
 Regime semiaberto ................................................................................................................................ 38 
 Regime aberto ......................................................................................................................................... 38 
 
7 
 Características das penas restritivas de direitos (PRD) ............................................................. 39 
 Substituição da PPL por PRD.............................................................................................................. 41 
 Cálculo da pena de multa ..................................................................................................................... 42 
 Execução da pena de multa ................................................................................................................. 43 
 Teorias das penas ................................................................................................................................... 44 
 Reincidência ............................................................................................................................................. 46 
 Coação moral irresistível e coação resistível ................................................................................ 47 
 Cálculo da pena (dosimetria da pena) – Sistema trifásico ......................................................... 47 
 Concurso material (homogêneo e heterogêneo) ......................................................................... 48 
 Concurso formal (homogêneo e heterogêneo) ............................................................................. 49 
 Concurso formal (próprio e impróprio) ........................................................................................... 49 
 Teorias sobre o crime continuado ..................................................................................................... 50 
 Sistemas de aplicação da pena ........................................................................................................... 50 
 Tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade ..................................................... 51 
 Sistemas do Sursis ..................................................................................................................................52 
 Espécies de Sursis * ................................................................................................................................ 52 
 Livramento condicional - Aumento dos requisitos ...................................................................... 54 
 Livramento condicional - Prorrogação e suspensão ................................................................... 55 
 Livramento condicional - Requisitos objetivos e subjetivos ..................................................... 56 
 Efeitos da condenação .......................................................................................................................... 57 
 Leis Especiais e efeitos da condenação ........................................................................................... 58 
 Pena x Medida de segurança .............................................................................................................. 61 
 Espécies de medida de segurança ..................................................................................................... 61 
 Extinção da punibilidade fora do art. 107 do CP .......................................................................... 65 
 Anistia, Graça e Indulto ........................................................................................................................ 65 
 Renúncia x Perdão do ofendido ......................................................................................................... 67 
 Prazos prescricionais ............................................................................................................................ 68 
 Termo inicial da prescrição (art. 111 do CP) .................................................................................. 68 
 Prescrição da pena de multa ............................................................................................................... 69 
 Não corre a prescrição - Causas impeditivas ................................................................................. 70 
 Causas impeditivas da prescrição antes do trânsito em julgado ............................................. 70 
 Causas de suspensão fora do Código Penal ................................................................................... 70 
 Prescrição ................................................................................................................................................. 71 
 Hipóteses de homicídio privilegiado ................................................................................................ 73 
 Homicídio - Causa de diminuição e atenuante genérica ............................................................ 73 
 Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) ................................................................................. 74 
 Aborto criminoso.................................................................................................................................... 78 
 Exceções em que o aborto não é crime (excludente de ilicitude) ............................................ 78 
 Lesão corporal grave e gravíssima .................................................................................................... 80 
 Lesão corporal (Art. 129 do CP)......................................................................................................... 81 
 Calúnia e denunciação caluniosa ....................................................................................................... 84 
 Exceção da verdade na calúnia .......................................................................................................... 84 
 Exceção da verdade na difamação .................................................................................................... 85 
 Art. 140, § 3º - Antes e depois da Lei 14.532/23 .......................................................................... 85 
 Injúria Racial e o Princípio da Continuidade Normativo-Típica .............................................. 85 
 Retratação ................................................................................................................................................ 86 
 Tráfico de pessoas (Art. 149-A do CP) ............................................................................................. 89 
 Invasão de dispositivo informático - Ação penal .......................................................................... 92 
 
8 
 Furto (art. 155 do CP) ........................................................................................................................... 94 
 Roubo próprio e impróprio .................................................................................................................. 95 
 Roubo com emprego de arma ............................................................................................................. 96 
 Teorias da consumação do furto e do roubo.................................................................................. 96 
 Apropriação indébita e sonegação de contribuição previdenciária - Extinção da 
punibilidade.............................................................................................................................................. 99 
 Apropriação indébita previdenciária ............................................................................................... 99 
 Estelionato previdenciário ............................................................................................................... 102 
 Ação penal no crime de estelionato ............................................................................................... 103 
 Estelionato e furto mediante fraude ............................................................................................. 103 
 Estelionato, tráfico de influência e exploração de prestígio .................................................. 103 
 Receptação e lavagem de dinheiro ................................................................................................ 106 
 Imunidades patrimoniais .................................................................................................................. 107 
 Importunação sexual e ato obsceno * ........................................................................................... 113 
 Corrupção de menores * ................................................................................................................... 115 
 Associação e organização criminosa ............................................................................................. 131 
 Falsificação de documento público................................................................................................ 135 
 Equiparam-se a documento público e particular ....................................................................... 135 
 Falsidade ideológica ........................................................................................................................... 136 
 Peculato.................................................................................................................................................. 140 
 Peculato culposo - Reparação do dano ......................................................................................... 140 
 Peculato eletrônico............................................................................................................................. 141 
 Concussão, corrupção ativa/passiva e prevaricação ............................................................... 143 
 Prevaricação e corrupção passiva privilegiada .......................................................................... 143 
 Tráfico de influência e exploração de prestígio ......................................................................... 144 
 Tráficode influência e exploração de prestígio ......................................................................... 146 
 Concussão, corrupção passiva e ativa .......................................................................................... 147 
 Sonegação previdenciária................................................................................................................. 149 
 Denunciação caluniosa e comunicação falsa de crime ............................................................ 153 
 
 
9 
 
DL 2.848/40 
- 
Código 
Penal 
Código Penal. 
Atualizado até a Lei 14.562/23. 
 
10 
PARTE GERAL 
DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL 
 
DIREITO PENAL 
Analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser 
rotulados como crime ou contravenção, anunciando as penas. 
Ciência Normativa (dever ser) 
Objeto O crime enquanto NORMA 
Resultado Normas 
Método Dedutivo 
 
CRIMINOLOGIA 
(ciência penal) 
Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o 
comportamento da sociedade. 
Ciência Empírica valorativa (ser) 
Objeto O crime enquanto FATO 
Resultado Dados científicos 
Método Empírico Indutivo 
 
POLÍTICA CRIMINAL 
(ciência política) 
Estratégias e os meios de controle social da criminalidade. 
Ciência Política 
Objeto O crime enquanto VALOR 
Resultado Ações concretas contra a criminalidade 
 
CONCEITO DE DIREITO PENAL 
 
Aspecto FORMAL 
(ou estático) 
Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos 
comportamentos humanos como infrações penais, define os seus 
agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas 
Aspecto MATERIAL 
O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados 
altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando 
bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso 
da sociedade. 
Aspecto 
SOCIOLÓGICO (ou 
dinâmico) 
O Direito Penal é um instrumento de controle social, buscando 
assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos 
membros da sociedade. 
 
DIREITO PENAL DE EMERGÊNCIA, SIMBÓLICO E PROMOCIONAL 
 
DIREITO PENAL 
DE EMERGÊNCIA 
O Estado, atendendo as demandas de criminalização, cria normas 
de repressão ignorando garantias do cidadão. 
Finalidade: devolver o sentimento de tranquilidade para a 
sociedade. 
Exemplo: lei dos crimes hediondos. 
 
DIREITO PENAL 
PROMOCIONAL, 
POLÍTICO OU 
DEMAGOGO 
O Estado visando a consecução dos seus objetivos políticos, 
emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção 
mínima. 
Finalidade: usar o direito penal para transformação 
social/política. 
Exemplo: contravenção da mendicância (revogada), o Estado cria 
a contravenção ao invés de melhorar as políticas públicas. 
 
DIREITO PENAL 
SIMBÓLICO 
O Estado cria leis sem qualquer eficácia jurídica ou social. 
Exemplo: proibição da marcha da maconha (direito de liberdade de 
expressão). 
 
 
11 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
Relacionados à MISSÃO 
FUNDAMENTAL DO 
DIREITO PENAL 
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS 
Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA (subsidiariedade) 
Princípio da INSIGNIFICÂNCIA (decorre da intervenção mínima) 
Princípio da ADEQUAÇÃO SOCIAL 
Princípio da PROIBIÇÃO DE PROTEÇÃO DEFICIENTE 
Princípio da VEDAÇÃO À CONTA CORRENTE (carta de crédito 
carcerário) 
Princípio da CONFIANÇA 
 
Relacionados ao 
FATO DO AGENTE 
Princípio da EXTERIORIZAÇÃO (materialização do fato) 
Princípio da LEGALIDADE 
Princípio da OFENSIVIDADE (lesividade) 
 
Relacionados ao 
AGENTE DO FATO 
Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL 
Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
Princípio da CULPABILIDADE 
Princípio da ISONOMIA (igualdade) 
Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
Relacionados à 
PENA 
Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
Princípio da HUMANIDADE 
Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA 
Princípio da PROPORCIONALIDADE 
Princípio da PESSOALIDADE 
Princípio da VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Fontes MATERIAIS ou 
de PRODUÇÃO 
Se refere ao encarregado da criação do Direito Penal. 
 
REGRA União (art. 22, I, da CF) 
EXCEÇÃO 
Estados, em questões especificas, autorizados 
por LC (art. 22, parágrafo único, da CF) 
 
Fontes FORMAIS, 
de CONHECIMENTO 
ou de COGNIÇÃO 
É o instrumento de exteriorização do Direito Penal, ou seja, do 
modo como as regras são reveladas. 
 
Doutrina 
CLÁSSICA 
Imediata Lei 
Mediata 
Costumes 
Princípios Gerais 
 
Doutrina 
MODERNA 
Imediata 
Lei (única fonte incriminadora) 
CF 
Tratados e Convenções 
Internacionais de Direitos Humanos 
Jurisprudência 
Princípios 
Complementos das Normas Penais 
em Branco 
Mediata Doutrina 
 
O costume é uma fonte informal 
 
 
12 
AXIOMAS DO GARANTISMO PENAL 
 
A teoria garantista penal de Luigi Ferrajoli tem sua base fincada em 10 axiomas ou 
implicações dêonticas que não expressam proposições assertivas, mas proposições 
prescritivas; não descrevem o que ocorre, mas prescrevem o que deva ocorrer; não 
enunciam as condições que um sistema penal efetivamente satisfaz, mas as que deva 
satisfazer em adesão aos seus princípios normativos internos e/ou a parâmetros de 
justificação externa. Cada um dos axiomas se relaciona com um princípio: 
 
AXIOMAS e 
PRINCÍPIOS 
CORRELATOS 
Nulla poena sine crimine 
(Não há pena sem crime) 
Princípio da retributividade ou 
da consequencialidade da 
pena em relação ao delito 
Nulluam crimen sine lege 
(Não há crime sem lei) 
Princípio da legalidade 
Nulla lex (poenalis) sine necessitate 
(Não há lei penal sem necessidade) 
Princípio da necessidade ou da 
economia do direito penal 
Nulla necessitas sine injuria 
(Não há necessidade sem ofensa a 
bem jurídico) 
Princípio da ofensividade ou 
da lesividade do evento 
Nulla injuria sine actione 
(Não há ofensa ao bem jurídico sem 
ação) 
Princípio da materialidade ou 
da exterioridade da ação 
Nulla actio sine culpa 
(Não há ação sem culpa) 
Princípio da culpabilidade ou 
da responsabilidade pessoal 
Nulla culpa sine judicio 
(Não há culpa sem processo) 
Princípio da jurisdicionalidade 
Nulla judicio sine accusatione 
(Não há processo sem acusação) 
Princípio acusatório 
Nulla accusatio sine probatione 
(Não há acusação sem prova) 
Princípio do ônus da prova ou 
da verificação 
Nulla probatio sine defensione 
(Não há prova sem defesa). 
Princípio do contraditório ou 
da defesa ou da falseabilidade 
 
LEI PENAL - CLASSIFICAÇÕES 
 
NORMAS 
INCRIMINADORAS 
São aquelas descrevem crimes (preceito primário) e cominam 
penas (preceito secundário). 
 
NORMAS NÃO 
INCRIMINADORAS 
 
Não criam infração e 
nem comina sanção. 
 
Divide-se em: 
Permissivas 
Justificantes 
Aquelas que afastam a 
ilicitude. 
Ex.: arts. 23, 24 e 25, CP - 
Excludentes de ilicitude 
Exculpantes 
Aquelas que afastam a 
culpabilidade. 
Ex.: art. 26, caput, CP - 
Inimputáveis. 
Explicativas ou 
Interpretativas 
Aquelas que explicam conceitos. 
Exemplo: art. 327, CP - Conceito de 
funcionário público para fins penais. 
Complementares, 
de Aplicação ou 
Finais 
Aquelas que fornecem princípios gerais 
para aplicação da lei penal. 
Exemplo: art. 59, CP – Critérios para a fixação 
da pena. 
Integrativas ou de 
Extensão 
Aquela utilizada para viabilizar a 
tipicidade de alguns fatos, pois a 
subsunção do fato à norma é indireta 
(normas penais de adequação típica 
indireta ou mediata). 
Exemplo: norma de extensão pessoal ou 
espacial (concurso de crimes) - art. 29, CP. 
 
13 
 
COMPLETAS ou 
PERFEITAS 
São aquelas que apresentam todos os elementos da conduta 
criminosa. 
Exemplo: art. 157, caput, CP. 
 
INCOMPLETAS ou 
IMPERFEITAS 
São aquelas que dependem de complemento valorativo, feito 
pelo juiz (tipo aberto) ou normativo, feito por outra norma ou 
por ato da Administração Pública (norma penal em branco). 
 
NORMA PENAL EM BRANCO 
 
Segundo Franz von Liszt, leis penais em branco são como corpos errantes em busca de 
alma. Existem fisicamenteno universo jurídico, mas não podem ser aplicadas em razão de 
sua incompletude. A lei penal em branco é também denominada de cega ou aberta, e 
pode ser definida como a espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa 
reclama complementação. DIVIDE-SE EM: 
 
IMPRÓPRIA, 
HOMOGÊNEA OU 
EM SENTIDO 
AMPLO/LATO 
O seu complemento normativo emana do próprio legislador, ou 
seja, da mesma fonte de produção normativa. 
Homovitelina 
ou Homóloga 
O complemento emana da mesma instância 
legislativa (norma incompleta e seu 
complemento integram a mesma estrutura 
normativa). 
Exemplo: no crime de peculato (art. 312 do 
CP), a elementar funcionário público está 
descrita no próprio CP (art. 327 do CP). 
Heterovitelina 
ou Heteróloga 
O complemento emana de instância 
legislativa diversa (norma incompleta e seu 
complemento integram estruturas 
normativas diversas). 
Exemplo: no crime de ocultação de 
impedimento para o casamento (art. 236 do 
CP), as hipóteses impeditivas da união civil 
estão elencadas no CC (art. 1.521 do CC). 
 
PRÓPRIA, 
HETEROGÊNEA OU 
EM SENTIDO 
ESTRITO 
O seu complemento normativo não emana do legislador, mas de 
fonte normativa diversa. 
Exemplo: no crime de tráfico de drogas (art. 33, da Lei nº 
11.343/06), as substâncias consideradas drogas estão na 
Portaria 344 SVS/MS 
 
AO QUADRADO 
A norma penal requer um complemento que, por sua vez, deve 
também ser integrado por outra norma (o tipo penal é 
duplamente complementado). 
Exemplo: art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de 
destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente. O conceito de floresta de preservação permanente 
é obtido no Código Florestal, que, dentre várias disposições, 
estabelece uma hipótese em que a área de preservação 
permanente será assim considerada após declaração de interesse 
social por parte do Chefe do Poder Executivo. 
 
DE FUNDO 
CONSTITUCIONAL 
É aquela em que o complemento está em norma constitucional. 
Exemplo: no crime de abandono intelectual (art. 246 do CP), o 
conceito de instrução primária está no art. 208, I, da CF. 
 
AO REVÉS, AO 
AVESSO, 
INVERTIDA OU 
INVERSA 
O complemento refere-se à sanção/preceito secundário, não 
ao conteúdo proibitivo/preceito primário. 
Exemplo: art. 1º, a, da Lei de Genocídio (Lei 2.889/56), segundo o 
qual aquele que com a intenção de destruir, no todo ou em parte, 
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, mata membros do 
grupo, é punido com as penas do art. 121, § 2º, do CP (homicídio 
doloso qualificado). 
Em decorrência do princípio da reserva legal, o complemento 
obrigatoriamente tem que ser outra lei. 
 
 
14 
TÍTULO I - DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Anterioridade da Lei 
Art. 1º 
Não há crime sem lei anterior que o defina [Princípio da anterioridade]. Não há pena sem 
prévia cominação legal [Princípio da legalidade]. (Lei 7.209/84) 
Lei penal no tempo 
Art. 2º 
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime , 
CESSANDO em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
[Abolitio criminis] (Lei 7.209/84) 
Parágrafo único. A LEI POSTERIOR, que de qualquer modo favorecer o agente, 
APLICA-SE AOS FATOS ANTERIORES, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. [Retroatividade de lei penal benéfica] (Lei 7.209/84) 
Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo 
das execuções a aplicação de lei mais benigna. 
Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos 
antes da vigência da Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei 
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. 
Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o 
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do 
que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. 
 
ABOLITIO CRIMINIS X PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA 
 
ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA 
 
O instituto da abolitio criminis refere-se à 
supressão da conduta criminosa nos 
aspectos formal e material. 
O princípio da continuidade normativo-
típica refere-se apenas à supressão formal. 
O fato não é mais punível (ocorre extinção 
da punibilidade – art. 107, III, do CP). 
O fato continua sendo punível (a conduta é 
deslocada para outro tipo penal). 
Ex.: O revogado crime de adultério (art. 240 
deste Código). 
Ex.: O crime de atentado violento ao pudor 
passou a ser tipificado no art. 213 em 
conjunto com o crime de estupro (Lei 
12.015/09). 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º 
A LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. [Ultratividade] (Lei 7.209/84) 
São 2 as características essenciais da lei excepcional ou temporária: 
autorrevogabilidade e ultratividade. 
Tempo do crime 
Art. 4º 
Considera-se PRATICADO O CRIME no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja 
o momento do resultado. (Lei 7.209/84) 
 
 
15 
TEORIAS DO TEMPO DO CRIME 
 
Teoria da ATIVIDADE 
ou da AÇÃO 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
É a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro. 
Teoria do RESULTADO, DO 
EVENTO ou DO EFEITO 
Considera-se praticado o crime quando da ocorrência do 
seu resultado, pouco importando o momento da ação. 
Teoria da UBIQUIDADE, 
MISTA, HÍBRIDA ou 
ECLÉTICA 
Considera tempo do crime tanto o momento da ação ou 
omissão quanto o momento da produção do resultado. 
 
CRIME PERMANENTE E IMPUTABILIDADE: 
 Se uma pessoa menor de 18 anos inicia a prática de um crime permanente (ex.: 
sequestro) e atinge a maioridade enquanto não cessada a permanência, aplica-se a 
legislação penal, tendo em vista que passou a ser imputável durante a prática da 
conduta. 
CRIME CONTINUADO E IMPUTABILIDADE: 
 Se alguém praticar dois atos infracionais da mesma espécie (ex.: furto) e outros dois 
furtos já quando maior de 18 anos, as duas primeiras condutas não serão 
consideradas para fim de reconhecimento de crime continuado. 
FIXAÇÃO DA IMPUTABILIDADE (TEMPO DA CONDUTA): 
 Se um menor de 18 anos desfere facadas na vítima que vem a falecer dias depois, 
ocasião em que já atingiu a maioridade, aplica-se o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e não o Código Penal, tendo em vista que o ato infracional foi praticado 
na época em que era inimputável (momento da conduta). 
Territorialidade 
Art. 5º 
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. (Lei 7.209/84) 
§ 1º. Para os efeitos penais, consideram-se como EXTENSÃO DO TERRITÓRIO 
NACIONAL as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço 
aéreo correspondente ou em alto-mar. (Lei 7.209/84) 
§ 2º. É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. (Lei 7.209/84) 
Lugar do crime 
Art. 6º 
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Lei 7.209/84) 
 
TEORIAS DO LUGAR DO CRIME 
 
Teoria da 
ATIVIDADE 
O crime considera-se praticado no lugar da CONDUTA. 
Teoria doRESULTADO 
O crime considera-se praticado no lugar do RESULTADO. 
Teoria MISTA 
(UBIQUIDADE) 
O crime considera-se praticado no lugar da CONDUTA ou do 
RESULTADO. 
É a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro. 
 
 
16 
NÃO APLICAÇÃO DA TEORIA DA UBIQUIDADE * 
 
Crimes CONEXOS 
Não se aplica a teoria da ubiquidade, eis que os diversos crimes 
não constituem unidade jurídica. Deve cada um deles, portanto, 
ser processado e julgado no país em que foi cometido. 
Crimes PLURILOCAIS 
Aplica-se a regra delineada pelo art. 70 do CPP, ou seja, a 
competência será determinada pelo lugar em que se consumar 
a infração ou, no caso de tentativa, pelo local em que for 
praticado o último ato de execução. Na hipótese de crimes 
dolosos contra a vida, aplica-se a teoria da atividade, segundo 
pacífica jurisprudência, em razão da conveniência para a 
instrução criminal em juízo, possibilitando a descoberta da 
verdade real. 
Infrações penais de 
MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO 
Teoria da Atividade - “A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”. 
(art. 63 da Lei 9.099/95) 
Crimes 
FALIMENTARES 
Foro do local em que foi decretada a falência, concedida a 
recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação 
extrajudicial. (art. 183 da Lei 11.101/05) 
ATOS INFRACIONAIS 
Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do 
lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, 
continência e prevenção. (art. 147, § 1º, do ECA) 
 
* Conforme ensina Cleber Masson. 
Extraterritorialidade 
Art. 7º 
FICAM SUJEITOS À LEI BRASILEIRA, embora cometidos no estrangeiro: (Lei 7.209/84) 
I. OS CRIMES: [EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA] (Lei 7.209/84) 
a. contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; [Princípio da 
Defesa] (Lei 7.209/84) 
b. contra o patrimônio ou a fé pública da União, do DF, de Estado, de Território, 
de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; [Princípio da Defesa] (Lei 7.209/84) 
c. contra a administração pública, por quem está a seu serviço; [Princípio da 
Defesa] (Lei 7.209/84) 
d. de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
[Princípio da Justiça Penal Universal] (Lei 7.209/84) 
II. OS CRIMES: [EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA] (Lei 7.209/84) 
a. que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; [Princípio da 
Justiça Penal Universal] (Lei 7.209/84) 
b. praticados por brasileiro; [Princípio da personalidade / nacionalidade 
ativa] (Lei 7.209/84) 
c. praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
[Princípio da Representação] (Lei 7.209/84) 
§ 1º. Nos casos do inciso I (extraterritorialidade incondicionada), o agente é punido 
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Lei 7.209/84) 
§ 2º. Nos casos do inciso II (extraterritorialidade condicionada), a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Lei 7.209/84) 
a. entrar o agente no território nacional; (Lei 7.209/84) 
b. ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Lei 7.209/84) 
c. estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
(Lei 7.209/84) 
d. não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Lei 
7.209/84) 
e. não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Lei 7.209/84) 
 
17 
§ 3º. A lei brasileira aplica-se também ao CRIME COMETIDO POR ESTRANGEIRO 
CONTRA BRASILEIRO FORA DO BRASIL, se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior: [EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA] (Lei 7.209/84) 
a. não foi pedida ou foi negada a extradição; (Lei 7.209/84) 
b. houve requisição do Ministro da Justiça. (Lei 7.209/84) 
 
EXTRATERRITORIALIDADE E PRINCÍPIOS DO ART. 7º DO CP 
 
Art. 7º, I, a, b, c Princípio da DEFESA INCONDICIONADA 
Art. 7º, I, d Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL INCONDICIONADA 
Art. 7º, II, a Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL CONDICIONADA 
Art. 7º, II, b Princípio da NACIONALIDADE ATIVA CONDICIONADA 
Art. 7º, II, c Princípio da REPRESENTAÇÃO CONDICIONADA 
Art. 7º, § 3º Princípio da NACIONALIDADE PASSIVA HIPERCONDICIONADA 
 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º 
A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, 
quando diversas, ou nela é COMPUTADA, quando idênticas. (Lei 7.209/84) 
 
PENA CUMPRIDA NO 
ESTRANGEIRO 
ATENUA Quando DIVERSAS 
COMPUTADA Quando IDÊNTICAS 
 
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º 
A SENTENÇA ESTRANGEIRA, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Lei 7.209/84) 
I. obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Lei 
7.209/84) 
II. sujeitá-lo a medida de segurança. (Lei 7.209/84) 
Não é necessário homologar a sentença estrangeira para caracterização da 
reincidência. 
Segundo Cleber Masson, analisando os arts. 9º e 63 do CP, não há necessidade de 
homologação da sentença estrangeira condenatória para caracterização da 
reincidência no Brasil. Basta a sua simples existência. 
Parágrafo único. A HOMOLOGAÇÃO DEPENDE: (Lei 7.209/84) 
a. para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Lei 7.209/84) 
b. para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do 
Ministro da Justiça. (Lei 7.209/84) 
Contagem de prazo 
Art. 10 
O DIA DO COMEÇO inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos 
pelo calendário comum. (Lei 7.209/84) 
 
CONTAGEM DE PRAZO 
 
Prazo PENAL 
INCLUI o do COMEÇO 
Art. 10 do CP 
Exclui o do final 
 
Prazo PROCESSUAL PENAL 
Exclui o do começo 
Art. 798 do CPP 
INCLUI o do FINAL 
 
 
18 
Frações não computáveis da pena 
Art. 11 
Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de 
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (real). (Lei 7.209/84) 
Legislação especial 
Art. 12 
As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não 
dispuser de modo diverso. [Princípio da especialidade] (Lei 7.209/84) 
As regras gerais (previstas na parte geral e na parte especial do CP) possuem aplicação 
subsidiária em relação às leis especiais (legislação extravagante). Não se aplicará as 
regras gerais do Código Penal na hipótese da legislação especial regular a matéria de 
forma diversa. 
 
Súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de 
liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. 
 
19 
TÍTULO II - DO CRIME 
CONCEITO DE CRIME 
 
Enfoque 
FORMAL 
Infração penal consiste na prática de uma conduta descrita em uma normal 
penal incriminadora; em outras palavras, é aquilo que está rotulado em 
uma norma penal incriminadora com ameaça de pena. 
 
Enfoque 
MATERIAL 
Infração penal é o comportamento humano, causador de uma lesão ou 
ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pelo Estado. 
 
Enfoque 
ANALÍTICO 
Leva em consideração os elementos estruturais que compõem o crime. Em 
relação a essa espécie de conceituação temos basicamente duas correntes: 
Bipartite 
Crime é fato típico + ilícito (a culpabilidade é pressuposto 
para a aplicação da pena) 
Tripartite 
Crime é fato típico, ilícito e culpável. 
É a corrente amplamente adotada no Brasil. 
 
Enfoque 
LEGAL 
Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou 
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente 
com a pena de multa (art. 1° da LICP) 
 
Relação de causalidade 
Art. 13 
O RESULTADO, de que depende a existência do crime, somente é imputávela quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
[Teoria da equivalência dos antecedentes / Conditio sine qua non] (Lei 7.209/84) 
Superveniência de causa independente 
§ 1º. A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem 
os praticou. [Teoria da causalidade adequada] (Lei 7.209/84) 
Relevância da omissão 
§ 2º. A OMISSÃO É PENALMENTE RELEVANTE QUANDO o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: [Crimes omissivos 
impróprios] (Lei 7.209/84) 
a. tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b. de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c. com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Art. 14 
Diz-se o CRIME: (Lei 7.209/84) 
Crime consumado 
I. CONSUMADO, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Lei 
7.209/84) 
 
MOMENTO DE CONSUMAÇÃO 
 
Crime INSTANTÂNEO 
Quando a consumação se dá em momento determinado. 
Exemplo: roubo, que se dá com a inversão da posse do bem. 
Crime PERMANENTE 
É aquele cuja consumação se protrai no tempo. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro. 
Crime INSTANTÂNEO de 
EFEITOS PERMANENTES 
É aquele em que a consumação se dá em momento 
determinado, mas o efeito causado é irreversível. 
Exemplo: homicídio. 
 
 
20 
Súmula 610 do STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que 
não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
Súmula 96 do STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção 
da vantagem indevida. 
Tentativa 
II. TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. (Lei 7.209/84) 
 
TENTATIVA (CONATUS) 
 
BRANCA ou 
INCRUENTA 
Quando a vítima não sofre lesões. 
VERMELHA ou 
CRUENTA 
Quando a vítima sofre lesões. 
PERFEITA 
(acabada, frustrada 
ou crime falho) 
O sujeito faz tudo o que pode para chegar à consumação do delito, 
esgotando todos os meios executórios que estavam à sua 
disposição, e mesmo assim, a consumação não sobrevém, por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
IMPERFEITA 
(inacabada ou 
tentativa 
propriamente dita) 
O sujeito não chega a fazer tudo o que queria, ou seja, ainda há 
meios executórios ao seu alcance, contudo, o agente é 
interrompido, por causas estranhas à sua vontade e o crime não se 
consuma. 
FALHA ou 
FRACASSADA 
O agente acredita que não pode prosseguir na execução, 
quando, na verdade, isso lhe era possível. O sujeito, de forma 
equivocada, supõe que não atingirá a consumação do crime com os 
meios que possui e, por isso, desiste de prosseguir na execução. 
Não se trata de desistência voluntária, pois o agente paralisa a 
prática dos atos não por não mais querer a consumação, mas por 
acreditar que a consumação não ocorrerá. (ex.: é convencido por 
terceiro que a arma está descarregada e não atira, mas, na verdade, a 
arma estava municiada). 
QUALIFICADA ou 
ABANDONADA 
Refere-se às hipóteses de desistência voluntária ou 
arrependimento eficaz. 
INIDÔNEA, 
IMPOSSÍVEL, 
INÚTIL, 
INADEQUADA ou 
QUASE CRIME 
Crime impossível. Art. 17 do CP: Não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do 
objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
Adota-se teoria objetiva – a função da tentativa leva em 
consideração o perigo ao bem jurídico. 
 
No crime impossível, o bem jurídico não corre perigo, pois o agente 
se vale de meios absolutamente ineficazes ou se volta contra 
objetos absolutamente impróprios. 
 
Brasil: teoria objetiva temperada ou moderada – meio 
“absolutamente” ineficaz ou objeto “absolutamente” improprio. 
 
Se meio relativamente ineficaz ou objetivo relativamente 
improprio, o agente responde pela tentativa. Ex.: tentar envenenar 
alguém usando substância letal, mas em quantidade insuficiente (meio 
relativamente eficaz). Responde por tentativa de homicídio. 
 
CRIMES QUE 
NÃO ADMITEM 
TENTATIVA 
CULPOSOS (exceto culpa imprópria) 
CONTRAVENÇÕES PENAIS (A tentativa até pode ocorrer, mas não é 
punível – art. 4º da LCP) 
HABITUAIS 
OMISSIVOS PRÓPRIOS 
UNISSUBSISTENTES 
PRETERDOLOSOS 
ATENTADO / EMPREENDIMENTO (A tentativa já é punida com a 
pena do crime consumado, pois ela está descrita no tipo penal) 
 
 
21 
Pena de tentativa 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, PUNE-SE A TENTATIVA com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. (Lei 7.209/84) 
 
PUNIÇÃO DA TENTATIVA 
 
Teoria OBJETIVA 
(REALÍSTICA) 
Observa o ASPECTO OBJETIVO do delito 
(sob a perspectiva dos atos praticados pelo 
agente). 
A punição se fundamenta no perigo de dano 
acarretado ao bem jurídico, verificado na 
realização de parte do processo executório. 
Por ser objetivamente incompleta, a 
tentativa merece pena reduzida. A tentativa 
é chamada de tipo manco. 
REGRA! 
Pune-se a tentativa 
com a pena 
correspondente 
ao crime 
consumado, 
diminuída de 
1/3 a 2/3. 
 
Teoria SUBJETIVA 
(VOLUNTARÍSTICA 
ou MONISTA) 
Observa o ASPECTO SUBJETIVO do delito 
(sob a perspectiva do dolo). 
A consumação e a tentativa são idênticas, 
logo, a tentativa deve ter a mesma pena da 
consumação, sem redução. 
EXCEÇÃO! 
São os crimes de 
atentado ou 
empreendimento. 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Art. 15 
O agente que, voluntariamente, DESISTE de prosseguir na execução ou IMPEDE que o 
resultado se produza, SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ PRATICADOS. [Ponte de Ouro] (Lei 
7.209/84) 
Arrependimento posterior 
Art. 16 
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, REPARADO O DANO OU 
RESTITUÍDA A COISA, até o recebimento da denúncia ou da queixa , por ato voluntário do 
agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3. [Ponte de Prata] (Lei 7.209/84) 
Súmula 554 do STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. 
 
CP, art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III. ter o agente: (...) b. 
procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe 
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; (...) 
 
É possível o reconhecimento da causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do 
Código Penal (arrependimento posterior) para o caso em que o agente fez o 
ressarcimento da dívida principal (efetuou a reparação da parte principal do dano) 
antes do recebimento da denúncia, mas somente pagou os valores referentes aos juros 
e correção monetária durante a tramitação da ação penal. 
É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada parte principal do dano, até 
o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável potencializar a amplitude da 
restituição. 
STF. 1ª Turma. HC 165312, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 14/04/2020 - Informativo 973. 
 
 
22 
PONTES DO DIREITO PENAL 
 
PONTE DE 
OURO 
A lei estabelece um tratamento mais favorável em face da voluntária não 
produção do resultado. Evita-se a consumação do crime. 
Desistência voluntária (art. 15, 1ª parte, do CP) e 
Arrependimento eficaz (art. 15, 2ª parte, do CP) 
EXCLUDENTE DA TIPICIDADE 
 
PONTE DE OURO 
ANTECIPADA 
A Lei Antiterrorismo prevê a possibilidade de 
incidência das hipóteses de desistência voluntária e 
arrependimento eficaz (art. 15, CP), mesmo antes 
de iniciada a execução, quando o agente realiza 
atos preparatórios, mas desiste de iniciar a 
execução do crime de terrorismo. 
 Art. 10 da Lei 13.260/16. Mesmo antes de iniciada a 
execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º 
desta Lei (atos preparatórios), aplicam-se as 
disposições do art. 15 do Código Penal. 
 
PONTE DE 
PRATA 
Institutos que atuam após a consumação da infração penal, trazendo 
um tratamento penal mais benéfico ao agente. 
Arrependimentoposterior (art. 16 do CP) 
CAUSA GERAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
 
PONTE DE 
BRONZE 
Confissão qualificada: quando o agente admite a autoria dos fatos, 
mas suscita, a seu favor, uma causa de exclusão da ilicitude ou da 
culpabilidade. 
Confissão espontânea (art. 65, III, d, do CP) 
ATENUANTE GENÉRICA 
 
PONTE DE 
DIAMANTE ou 
PONTE DE 
PRATA 
QUALIFICADA 
Institutos penais que, depois da consumação do crime, podem chegar 
até a eliminar a responsabilidade penal do agente. 
Colaboração premiada (diversas previsões) 
PERDÃO JUDICIAL, SUBSTITUIÇÃO DE PENA, ETC 
 
Crime impossível 
Art. 17 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é IMPOSSÍVEL CONSUMAR-SE O CRIME. (Lei 7.209/84) 
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
Súmula 567 do STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou 
por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não 
torna impossível a configuração do crime de furto. 
 
TEORIAS NO CRIME IMPOSSÍVEL * 
 
Teoria 
SUBJETIVA 
É chamada de subjetiva porque, para essa teoria, o que importa é o 
elemento subjetivo. Assim, o agente é punido pela sua intenção 
delituosa, mesmo que, no caso concreto, não tenha colocado nenhum 
bem em situação de perigo. 
 
Teoria 
SINTOMÁTICA 
O enfoque é a periculosidade do autor e não propriamente o fato. Com 
a conduta praticada o autor mostrou ser perigoso e deve sofrer a 
punição, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado. 
Percebe-se que a teoria tem forte relação com o direito penal do autor. 
 
Teorias 
OBJETIVAS 
Diz-se que há elemento objetivo quando a tentativa tinha 
possibilidade de gerar perigo de lesão para o bem jurídico. Se a 
tentativa não gera perigo de lesão, ela é inidônea. 
 
23 
A inidoneidade pode ser: 
› Absoluta (aquela conduta jamais conseguiria fazer com que o crime 
se consumasse); ou 
› Relativa (a conduta poderia ter consumado o delito, o que somente 
não ocorreu em razão de circunstâncias estranhas à vontade do 
agente). 
OBJETIVA 
PURA 
Para esta corrente, não haverá crime se a tentativa 
for inidônea (não importa se inidoneidade absoluta 
ou relativa). Enfim, em caso de inidoneidade, não 
interessa saber se ela é absoluta ou relativa, não 
haverá crime. 
OBJETIVA 
TEMPERADA 
(Teoria adotada 
pelo Brasil) 
Esta segunda corrente faz a seguinte distinção: 
› Se os meios ou objetos forem relativamente 
inidôneos, haverá crime TENTADO. 
› Se os meios ou objetos forem absolutamente 
inidôneos, haverá crime IMPOSSÍVEL. 
 
* Conforme ensina Márcio Cavalcante. 
 
Art. 18 
Diz-se o crime: (Lei 7.209/84) 
Crime doloso 
I. DOLOSO, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Lei 
7.209/84) 
Crime culposo 
II. CULPOSO, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. (Lei 7.209/84) 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica DOLOSAMENTE. (Lei 7.209/84) 
 
TEORIAS DO DOLO ADOTADAS PELO CÓDIGO PENAL 
 
TEORIA DA 
VONTADE 
CP, art. 18, I: “quis o resultado”. 
Configuração do dolo exige: previsão do resultado + vontade de 
produzir o resultado. 
JUSTIFICA O DOLO DIRETO. 
 
TEORIA DO 
ASSENTIMENTO 
(consentimento ou 
da anuência) 
CP, art. 18, I: “assumiu o risco de produzi-lo”. 
Configuração do dolo: não é somente quando o agente quer o 
resultado, mas também quando realiza a conduta assumindo o risco 
de produzi-lo. 
JUSTIFICA O DOLO EVENTUAL. 
 
ESPÉCIES DE DOLO * 
 
DOLO 
DIRETO 
O agente “quer 
a produção do 
resultado” (CP, 
art. 18, I, 
primeira parte). 
Dolo direto de 
PRIMEIRO GRAU 
O agente tem intenção (vontade consciente) de 
produzir o resultado e dirige sua conduta para este 
fim. Dolo: fim e meios escolhidos. Exemplo: o 
agente deseja matar um inimigo 
Dolo direto de 
SEGUNDO GRAU 
(DOLO DE 
CONSEQUÊNCIAS 
NECESSÁRIAS) 
O agente tem intenção (vontade consciente) de 
produzir o resultado, mas sabe que a sua produção 
necessariamente dará causa a outros resultados. 
Exemplo: o agente coloca um explosivo dentro de 
um carro de seu desafeto. Morte do desafeto: dolo 
de 1º grau. Morte de outros passageiros: dolo de 2º 
grau. 
 
 
24 
DOLO 
INDIRETO 
O agente não 
dirige sua 
vontade a um 
resultado 
determinado. 
Dolo 
ALTERNATIVO 
O agente quer alcançar um ou outro resultado 
(alternatividade objetiva) ou atingir uma ou outra 
pessoa (alternatividade subjetiva). 
Dolo EVENTUAL 
O agente quer um resultado, mas assume o risco 
de realizar o outro. Adoção da teoria do 
assentimento. Há indiferença em relação ao 
resultado. 
 
Diferença de dolo eventual e dolo de segundo grau: 
DOLO EVENTUAL: é possível que o resultado “indiferente” sequer ocorra. 
DOLO DE 2º GRAU: o resultado certamente ocorrerá em virtude do meio de execução. 
 
* Conforme ensina Márcio Cavalcante. 
 
MODALIDADES DE CULPA 
(VIOLAÇÃO DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO) 
 
IMPRUDÊNCIA Conduta positiva. Ex.: motorista que dirige em velocidade excessiva. 
NEGLIGÊNCIA 
Conduta negativa. Ex.: motorista deixa de fazer manutenção nos 
freios. 
IMPERÍCIA 
Culpa profissional. Ex.: médico, durante o parto, por imperícia, causa a 
morte da gestante. 
 
CULPA PRÓPRIA E IMPRÓPRIA * 
 
CULPA PRÓPRIA 
(O agente não quer o 
resultado nem assume 
o risco de produzi-lo) 
É a culpa 
propriamente dita. 
Subdivide-se em duas 
espécies: 
Culpa 
INCONSCIENTE 
É a culpa SEM PREVISÃO. 
O agente não prevê o resultado que era 
previsível para o homem médio (homo medius 
ou homem standard). 
Culpa 
CONSCIENTE 
É a culpa COM PREVISÃO. 
O agente acredita sinceramente que o 
resultado não ocorrerá. ** 
Em ambos os casos a consequência jurídico-penal é a mesma. 
 
CULPA IMPRÓPRIA 
(Culpa por extensão, 
por equiparação ou por 
assimilação) 
O sujeito, após prever o resultado, e desejar sua produção, realiza 
a conduta por erro inescusável quanto à ilicitude do fato. 
Supõe uma situação fática que, se existisse, tornaria a sua ação 
legítima. 
Por política criminal, é a única modalidade de crime culposo que 
comporta tentativa. 
 
* Conforme ensina Márcio Cavalcante. 
 
** No caso do DOLO EVENTUAL, o resultado previsto não é desejado, mas assume o risco 
de produzi-lo. Na CULPA CONSCIENTE o resultado previsto não é desejado ou assumido, 
porque o agente acredita, sinceramente, que pode evitá-lo. 
 
Agravação pelo resultado 
Art. 19 
Pelo RESULTADO que AGRAVA ESPECIALMENTE A PENA, só responde o agente que o 
houver causado ao menos culposamente. (Lei 7.209/84) 
É possível a aplicação das agravantes genéricas do art. 61 do CP aos crimes 
preterdolosos. 
Assim, nos crimes preterdolosos, espécie de delito qualificado pelo resultado, é possível 
a incidência de agravante genérica prevista no art. 61 do CP. 
Ex.: pode ser aplicada agravante genérica do art. 61, II, “c”, do CP no delito de lesão 
corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP). 
STJ. 6ª Turma. AgInt no AREsp 1074503/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/09/2018. 
 
Em crimes preterdolosos ou preterintencionais, imprescindível é que a denúncia 
impute a previsibilidade e culpa no crime consequente, sob pena de indevida 
 
25 
responsabilização objetiva em direito penal, com atribuição de responsabilidade 
apenas pelo nexo causal. 
STJ. 6ª Turma. RHC 59.551/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/08/2016. 
 
TEORIAS DA CONDUTA 
 
TEORIA 
CAUSALISTA 
 
Causal-Naturalista / 
Clássica / 
Naturalística / 
Mecanicista 
 
Von Liszt, Beling, 
Radbruch. Início do 
século XIX 
Movimento corporal (ação) voluntário que produz uma 
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Crime 
É fato típico, ilícito e culpável. A teoria causalista 
é tripartite. 
Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade. 
Culpabilidade 
(3º substrato)É imputabilidade, dolo e culpa (“espécies” de 
culpabilidade). 
Conduta 
AÇÃO consistente em um movimento humano 
voluntário que causa modificação no mundo 
exterior. 
Críticas: desconsidera que toda ação humana é dirigida a uma 
finalidade; não explica de maneira adequada os crimes omissivos, 
formais e de mera conduta; desconsidera os elementos normativos 
e os elementos subjetivos do tipo. 
 
TEORIA 
NEOKANTISTA 
 
Causal-Valorativa / 
Neoclássica / 
Normativista 
 
Edmund Mezger. 
Primeiras décadas do 
século XX 
 
Base causalista 
Comportamento humano (ação ou omissão) voluntário causador 
de um resultado. 
Crime É fato típico, ilicitude e culpabilidade. Tripartite 
Fato típico É conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. 
Culpabilidade 
Imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa, 
culpa e dolo. 
Conduta 
COMPORTAMENTO humano voluntário, 
causador de modificação no mundo exterior. 
Críticas: partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória 
quando reconheceu elementos normativos e subjetivos no tipo. 
 
TEORIA 
FINALISTA 
 
Ôntico-
Fenomenológica 
 
Criada por Hans 
Welzel. Meados do 
século XX (1930 – 
1960) 
Comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um 
fim – toda conduta é orientada por um querer. 
Crime É fato típico, ilícito e culpável. 
Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade. 
Dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico (dolo deixa 
de ser normativo e passa a ser natural: só elementos subjetivos: 
consciência e vontade. Permanece a consciência da ilicitude na 
culpabilidade). 
Culpabilidade 
Imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa 
e potencial consciência da ilicitude (a antiga atual 
consciência da ilicitude que ficava no dolo – 
neokantismo –, tornando-o normativo, se desloca 
para a culpabilidade, tornando-se potencial 
consciência). 
Conduta 
COMPORTAMENTO humano voluntário 
psiquicamente dirigido a um fim (ilícito). 
Críticas: a finalidade não explica os crimes culposos (sendo frágil 
também nos crimes omissivos); a teoria se centralizou no desvalor 
da conduta, ignorando o desvalor do resultado. 
 
TEORIA SOCIAL 
DA AÇÃO 
 
Desenvolvida por 
Wessels, tendo como 
principal adepto 
Jescheck 
Comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um 
fim socialmente reprovável. 
Crime Fato típico, ilicitude e culpabilidade. 
Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade. 
Culpabilidade 
É imputabilidade, potencial consciência da 
ilicitude, e exigibilidade de conduta diversa. 
 
26 
Conduta 
Comportamento humano voluntário 
psiquicamente dirigido a um fim, socialmente 
reprovável. 
Crítica: não há clareza no que significa fato socialmente relevante. 
 
FUNCIONALISMO 
TELEOLÓGICO OU 
MODERADO 
 
Dualista / 
Moderado / da 
Política Criminal / 
Valorativo 
 
Roxin – Escola de 
Munique 
Comportamento humano voluntário causador de relevante e 
intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
Crime 
Fato típico, ilícito e REPROVÁVEL 
(imputabilidade, potencial consciência da 
ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e 
necessidade da pena). Culpabilidade passa a ser 
limite da pena (culpabilidade funcional). 
Fato típico Ainda é conduta, resultado, nexo e tipicidade. 
Conduta 
Orientada pelo princípio da intervenção mínima, 
consiste em um comportamento humano 
voluntário, causador de relevante e intolerável 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
Crítica: coloca a reprovabilidade como substrato do crime. 
 
FUNCIONALISMO 
RADICAL OU 
SISTÊMICO 
 
Monista / Radical 
 
Jakobs – Escola de 
Bonn 
Comportamento humano voluntário causador de um resultado 
violador do sistema, frustrando as expectativas normativas. 
Crime 
Fato típico, ilicitude e culpabilidade. Também é 
tripartite. 
Fato típico É conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. 
Culpabilidade 
Imputabilidade, potencial consciência de ilicitude, 
exigibilidade de conduta diversa. 
Conduta 
Comportamento humano voluntário causador de 
um resultado evitável, violador do sistema, 
frustrando as expectativas normativas. 
Críticas: serve aos Estados totalitários; reduz direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 
O ERRO sobre elemento constitutivo do TIPO legal de crime EXCLUI O DOLO, mas 
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Lei 7.209/84) 
Descriminantes putativas 
§ 1º. É ISENTO DE PENA quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. NÃO HÁ ISENÇÃO DE 
PENA quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Lei 7.209/84) 
Quanto à natureza jurídica das descriminantes putativas, o Código Penal adotou a 
teoria limitada da culpabilidade, conforme consta expressamente no item 19 da 
Exposição de Motivos da parte geral: 
 Repete o Projeto as normas do Código de 1940, pertinentes às denominadas 
"descriminantes putativas". Ajusta-se, assim, o Projeto à teoria limitada pela 
culpabilidade, que distingue o erro incidente sobre os pressupostos fáticos de uma 
causa de justificação do que incide sobre a norma permissiva. Tal como no Código 
vigente, admite-se nesta área a figura culposa (artigo 17, § 1º). 
Teoria Limitada da Culpabilidade 
 As descriminantes putativas tem natureza jurídica de erro de tipo, quando o engano 
recair sobre os pressupostos do fato; ou de erro de proibição, quando o erro recair 
sobre a existência ou os limites de uma causa putativa de exclusão da ilicitude. 
Erro determinado por terceiro 
§ 2º. Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Lei 7.209/84) 
 
27 
Erro sobre a pessoa 
§ 3º. O ERRO QUANTO À PESSOA contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa 
contra quem o agente queria praticar o crime. (Lei 7.209/84) 
 
ERRO DE TIPO * 
 
ESSENCIAL 
(CP, art. 20, 
caput) 
ESCUSÁVEL / INEVITÁVEL / INVENCÍVEL 
Exclui o DOLO 
e a CULPA 
É a modalidade de erro que não deriva de culpa do 
agente. Mesmo que ele tivesse agido com a cautela 
e a prudência de um homem médio, ainda assim 
não poderia evitar a falsa percepção da realidade 
sobre os elementos constitutivos do tipo penal. 
 
INESCUSÁVEL / EVITÁVEL / VENCÍVEL Exclui o DOLO, 
MAS NÃO A 
CULPA (CASO haja 
previsão da 
MODALIDADE 
CULPOSA) 
É a espécie de erro que provém da culpa do agente, 
é dizer, se ele empregasse a cautela e a prudência 
do homem médio poderia evitá-lo, uma vez que 
seria capaz de compreender o caráter criminoso 
do fato. 
 
ACIDENTAL 
Erro de tipo acidental é o que recai sobre dados diversos dos elementos 
constitutivos do tipo penal. Sobre as circunstâncias (qualificadoras, 
agravantes genéricas e causas de aumento da pena) e fatores irrelevantes 
da figura típica. 
A INFRAÇÃO PENAL SUBSISTE ÍNTEGRA, E ESSE ERRO NÃO AFASTA 
A RESPONSABILIDADE PENAL. 
Pode ocorrer nas seguintes situações: 
 
Erro sobre a PESSOA 
(ou error in persona) 
Quando o agente confunde a pessoa visada, 
contra a qual desejava praticar a conduta 
criminosa, com pessoa diversa. 
Erro sobre o OBJETO 
O sujeito crê que a sua conduta recai sobre um 
determinado objeto, mas na verdade incide 
sobre coisa diversa. 
Erro quanto às 
QUALIFICADORAS 
O sujeito age com falsa percepção da realidade 
no que diz respeito a uma qualificadora do 
crime. 
Erro sobre o 
NEXO CAUSAL 
(aberratio causae) 
É o engano relacionado à causa do crime: o 
resultado buscado pelo agente ocorreu em 
razão de um acontecimento diverso daquele 
que ele inicialmente idealizou. 
Erro na EXECUÇÃO 
(aberratio ictus / 
aberração no ataque) 
Art. 73 do CP: Quando, por acidente ou erro 
no uso dos meios de execução, o agente, ao 
invés de atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, responde como 
se tivesse praticado o crime contra aquela, 
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 
deste Código. Nocaso de ser também atingida 
a pessoa que o agente pretendia ofender, 
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
RESULTADO DIVERSO 
DO PRETENDIDO 
(aberratio delicti ou 
aberratio criminis) 
Art. 74 do CP: Fora dos casos do artigo 
anterior, quando, por acidente ou erro na 
execução do crime, sobrevém resultado 
diverso do pretendido, o agente responde por 
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; 
se ocorre também o resultado pretendido, 
aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
 
* Conforme ensina Cleber Masson. 
 
 
28 
ERRO SOBRE A PESSOA E ERRO NA EXECUÇÃO 
 
ERRO SOBRE A PESSOA 
(art. 20, § 3º, CP) 
ERRO NA EXECUÇÃO 
(art. 73, CP) 
 
Há equívoco na representação da 
VÍTIMA PRETENDIDA. 
Representa-se corretamente a 
VÍTIMA PRETENDIDA. 
A EXECUÇÃO DO CRIME é correta. 
Não há falha operacional. 
A EXECUÇÃO DO CRIME é errada. 
Há falha operacional (erro na execução). 
A pessoa visada não corre perigo 
(foi confundida com outra). 
A pessoa visada corre perigo. 
 
O agente responde pelo crime nos dois casos, considerando as qualidades da vítima 
virtual/pretendida (teoria da equivalência). 
 
Erro sobre a ilicitude do fato [Erro de proibição] 
Art. 21 
O DESCONHECIMENTO DA LEI É INESCUSÁVEL. O erro sobre a ilicitude do fato, SE 
INEVITÁVEL, isenta de pena; SE EVITÁVEL, poderá diminui-la de 1/6 a 1/3. (Lei 7.209/84) 
Parágrafo único. Considera-se EVITÁVEL o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir 
essa consciência. (Lei 7.209/84) 
 
ERRO JURÍDICO-PENAL 
 
ERRO DE 
TIPO 
Recai sobre situação fática. 
Exemplo: Apoderar-se de objeto alheio supondo-o próprio. 
 
ERRO DE 
PROIBIÇÃO 
Atinge a compreensão sobre a ilicitude de uma conduta. 
Exemplo: Apoderar-se de objeto do devedor inadimplente, supondo 
lícita a ação de satisfazer o crédito com as próprias mãos. 
 
MODALIDADES DO ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
DIRETO 
Agente se engana em relação ao conteúdo da norma 
proibitiva (porque ignora a existência de uma norma penal 
incriminadora; porque não conhece completamente o seu 
conteúdo; ou porque não entende seu âmbito de incidência). 
Ex.: pensa que não é crime portar drogas para consumo próprio. 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
INDIRETO 
(descriminante putativa 
por erro de proibição) 
Agente sabe que a conduta é típica, mas acredita que está 
amparado por uma norma permissiva (equivoca-se quanto à 
existência da norma permissiva ou quanto aos seus limites). 
Ex.: pensa que está autorizado a matar a mulher adúltera em 
legítima defesa da honra. 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
MANDAMENTAL 
É o erro de direito que incide nos crimes omissivos impróprios 
(art. 13, § 2º, do CP). 
O garantidor, diante da situação de perigo, acredita, 
erroneamente, estar autorizado a não agir para evitar o 
resultado. 
 
Coação irresistível e obediência hierárquica 
Art. 22 
Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
(Lei 7.209/84) 
Causa legal de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa. 
 
 
29 
COAÇÃO IRRESISTÍVEL 
 
Coação FÍSICA 
irresistível 
 
(VIS ABSOLUTA) 
Ocorre nas hipóteses em que o agente, em razão de força física 
externa, é impossibilitado de determinar seus movimentos de acordo 
com sua vontade. 
Exclui a TIPICIDADE (por falta de conduta) 
O fato é atípico. 
Exemplo: um sujeito, com dever de agir para impedir determinado 
resultado, é amarrado e, consequentemente, impossibilitado de 
evitar que ocorra o resultado lesivo. 
 
Coação MORAL 
irresistível 
 
(VIS COMPULSIVA) 
Na coação moral é conferida ao coagido a possibilidade de escolha, 
entre cumprir o ato determinado pelo coator ou sofrer as 
consequências danosas por ele prometidas. 
Exclui a CULPABILIDADE (por inexigibilidade de conduta diversa) 
O fato é típico, ilícito, porém não culpável. 
Exemplo: um pai que é bancário e tem sua filha sob a mira de uma 
pistola e caso não passe a senha do cofre sua filha será morta. 
 
Exclusão de ilicitude 
Art. 23 
NÃO HÁ CRIME quando o agente pratica o fato: (Lei 7.209/84) 
I. em estado de necessidade; (Lei 7.209/84) 
II. em legítima defesa; (Lei 7.209/84) 
III. em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Lei 
7.209/84) 
Excesso punível 
Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. (Lei 7.209/84) 
O rol deste artigo não é taxativo, pois admite causas supralegais, como consentimento 
do ofendido. 
AS FONTES DAS CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO SÃO: 
 › LEI (estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito); 
 › NECESSIDADE (estado de necessidade e legítima defesa); 
 › FALTA DE INTERESSE (consentimento do ofendido). 
Os efeitos das causas excludentes de antijuridicidade se estendem à esfera 
extrapenal. 
CPP, art. 65: 
 Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado 
em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal 
ou no exercício regular de direito. 
Estado de necessidade 
Art. 24 
Considera-se em ESTADO DE NECESSIDADE quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio 
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Lei 7.209/84) 
§ 1º. Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. (Lei 7.209/84) 
§ 2º. Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de 1/3 a 2/3. (Lei 7.209/84) 
 
30 
Legítima defesa 
Art. 25 
Entende-se em LEGÍTIMA DEFESA quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Lei 7.209/84) 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, 
CONSIDERA-SE TAMBÉM em LEGÍTIMA DEFESA o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
(Lei 13.964/19) 
 
31 
TÍTULO III - DA IMPUTABILIDADE PENAL 
Inimputáveis 
Art. 26 
É ISENTO DE PENA o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, INTEIRAMENTE INCAPAZ 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
[Critério biopsicológico] (Lei 7.209/84) 
Redução de pena 
Parágrafo único. A pena pode ser REDUZIDA de 1/3 a 2/3, se o agente, em virtude 
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. (Lei 7.209/84) 
Menores de 18 anos 
Art. 27 
Os menores de 18 anos são PENALMENTE INIMPUTÁVEIS, ficando sujeitos às normas 
estabelecidas na legislação especial. [Critério biológico] (Lei 7.209/84) 
 
SISTEMA DE AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE 
 
SISTEMA 
BIOPSICOLÓGICO 
ou MISTO 
Art. 26 
do CP 
Não basta que o agente tenha a condição mental 
(doença mental, ou desenvolvimento mental incompleto). 
É necessário que essa condição mental tenha sido 
capaz de comprometer o seu entendimento ou o seu 
comportamento a partir desse entendimento. 
 
SISTEMA 
BIOLÓGICO ou 
ETIOLÓGICO 
Art. 27 
do CP 
É irrelevante que o sujeito tenha, no caso concreto, se 
mostrado lúcido ao tempo da prática da infração penal 
para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se 
de acordo com esse entendimento. 
O decisivo é o fator biológico, a formação e o 
desenvolvimento mental do ser humano. 
 
Emoção e paixão 
Art. 28 
Não excluem a imputabilidade penal: (Lei 7.209/84) 
I. a emoção ou a paixão; (Lei 7.209/84) 
Embriaguez 
II. a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância

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