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Decréscimo da Taxa de Lucro Economia Política Rosana Zau Mafra c/v – Aumento da Q • Marx achava que a acumulação incessante teria o efeito, com o tempo, de aumentar persistentemente a c/v. • Quer dizer, o aumento dos meios de produção tenderia a aumentar em ritmo mais rápido que o valor da força de trabalho. – Ex. Algodão HUNT, 2005 BORCHARDT, 1982 c/v -> conseqüências: • Uma das conseqüências seria a possibilidade da queda da taxa de lucro. HUNT, 2005 BORCHARDT, 1982 Decréscimo da Taxa de Lucro como conseqüência do progresso técnico • Todo progresso econômico (inclusive o suscitado pela máquina) aumenta a quantia do capital constante C. CONSTAN TE (A) C. VARIÁVEL (B) MAIS VALIA (C) TAXA DE LUCRO 50 100 100 66,66% 100 100 100 50% 200 100 100 33,33% 300 100 100 25% 400 100 100 20% BORCHARDT, 1982 p’= s’ (1-Q) - Demonstração • Embora a mais-valia fosse criada apenas pelo capital variável, o capitalista baseava sua taxa de lucro em todo seu capital. • Sendo a taxa de lucro a razão entre o excedente e o capital total p’ = s_ ou p’_s_ C (c + v) HUNT, 2005 p’= s’ (1-Q) • Ao dividirmos o numerador e o denominador por v (capital variável): (s/v)__ (c / v) + (v/v) HUNT, 2005 p’= s’ (1-Q) • Taxa de lucro: __ s’____ Q + 1 ou p’= s’ (1-Q) Atenção para o Livro do S. Brue! HUNT, 2005 Ou seja, Quando os capitalistas investem relativamente mais em equipamentos e menos na força de trabalho, Q aumenta e p’ cai. Este fato é de suma importância para Marx, pois lembre-se que, segundo ele, o capitalismo tem contradições internas que aceleram seu fim. BRUE, 2005 p’= s’ (1-Q) • Era por isso que a classe capitalista sempre tentara aumentar a duração da jornada de trabalho. __ s’____ Q + 1 HUNT, 2005 Decréscimo da Taxa de Lucro como conseqüência do aumento dos meios de produção • Aumento de número de operários (50%) • Aumento da mais-valia (50%) • Aumento do capital constante C. CONSTANTE (A) C. VARIÁVEL (B) MAIS VALIA (C) LUCRO 4 2 2 33,33% 6 BORCHARDT, 1982 C. CONSTANTE (A) C. VARIÁVEL (B) MAIS VALIA (C) LUCRO 15 3 3 16,66% 16 Como o capitalista compensa esta queda? http://www.corbisimages.com Como o capitalista compensa esta queda? • O desenvolvimento das força produtiva, pondo em movimento uma quantidade sempre maior de meios de produção por uma quantidade sempre menor de trabalho, faz que cada parte do produto total, cada mercadoria tomada à parte, contenha menos trabalho. • Então o preço das mercadorias, tomadas individualmente, cai. BORCHARDT, 1982, p.135) Como o capitalista compensa esta queda? • Aumenta o lucro sobre o número aumentado de mercadoria. Quê mais? http://www.corbisimages.com Como o capitalista compensa esta queda? 1. Exploração mais intensa da força de trabalho; e 2. Diminuição do salário abaixo do valor da força de trabalho Mas, se o valor e o lucro são produzidos apenas pela mão-de-obra, os capitalistas não terão um incentivo para utilizar mais mão de obra e menos capital? http://www.corbisimages.com Como o capitalista compensa esta queda? Para Marx, não. Ele acreditava que a dinâmica do capitalismo leva inevitavelmente a um aumento da composição orgânica do capital. A ‘grande contradição’ • A fórmula p’= __s_ ajuda a esclarecer a c + v “grande contradição” de Marx. Suposições: 1. Marx assumiu que todas as mercadorias são vendidas a seus respectivos valores (O Capital, vol.1); e 2. A mão de obra é a única fonte de valor. A ‘grande contradição’ 1.1 Indústrias com grande quantidade de capital constante (equipamentos e matéria prima) e quantidade relativamente pequena de mão de obra tendem a ter taxa de lucro menor que indústrias que utilizam pequena quantidade de capital constante e grande quantidade de mão de obra. Mão de obra é a única mercadoria que pode ser explorada e obter lucro A ‘grande contradição’ O problema da transformação 1.1Indústrias com grande quantidade de c e quantidade relativamente pequena de v -> taxa de lucro menor que indústrias que utilizam pequena quantidade de c e grande quantidade de v. p’ ind 1: __s_ = __3__ (10%) c + v 27 + 3 p’ ind 2: __s_ = __6__ (37,5%) c + v 10 + 6 BRUE, 2005 A ‘grande contradição’ Como o capitalista compensa esta queda? Para Marx, não. Ele acreditava que a dinâmica do capitalismo leva inevitavelmente a um aumento da composição orgânica do capital. Contradição • Indústrias equipadas, que utilizam muito capital e pouca mão-de-obra têm taxa de lucro tão alta quanto as indústrias que utilizam pouco capital e muita mão-de-obra. p’ ind 1: __s_ = __8,5__ (36,9%) c + v 20+3 • As taxas de juros tendem a ser padronizadas entre as indústrias BRUE, 2005 Conclusão Outra contradição • Se as taxas de lucro são uniformes e a razão entre capital e mão-de-obra varia entre as indústrias, então as mercadorias não serão vendidas por seus respectivos valores. BRUE, 2005 Outra contradição Formação de um taxa de lucro uniforme No seu conjunto, as mercadorias foram vendidas +2 -8 +7 e -18 +17 _____ 26 acima 26 abaixo do valor SETORE S C. CONSTA NTE (A) C. VARIÁV EL (B) MAIS VALIA (C) VALOR DA MERCA DORIA PREÇO DO CUSTO PREÇO DA MERCA DORIA TAXA DE LUCRO MÉDIA DIF. ENTRE O PREÇO E O VALOR I 80 20 20 90 70 92 22% +2 II 70 30 30 111 81 103 22% -8 III 60 40 40 131 91 113 22% -18 IV 85 15 15 70 55 77 22% +7 V 95 5 5 20 15 37 22% +17 BORCHARDT, 1982 Consumo Parcial do Capital Constante SETORE S C. CONSTA NTE (A) C. VARIÁV EL (B) MAIS VALIA (C) TAXA DE LUCRO (D) C.CONST ANTE CONSU MIDO (E) VALOR DA MERCA DORIA (F = B+C+E) PREÇO DO CUSTO (F-D) I 80 20 20 20% 50 90 70 II 70 30 30 30% 51 111 81 III 60 40 40 40% 51 131 91 IV 85 15 15 15% 40 70 55 V 95 5 5 5% 10 20 15 Sub- total 390 110 110% TOTAL 500 110 78% 22% 22 22% BORCHARDT, 1982 Contradição • Os preços de venda das mercadorias produzidas em indústrias de custo constantes e capital intenso ficam acima de seus valores, enquanto as mercadorias relacionadas a um grande volume de mão-de-obra serão vendidas a preços abaixo de seus valores (sistema capitalista). Volume 3 de O Capital BRUE, 2005 Outra contradição Contradição • Assim entendido, a teoria do valor do trabalho ainda é mantida, mas somente para o sistema capitalista. BRUE, 2005 Outra contradição O acúmulo de capital e a crise • Produção versus consumo: A dinâmica do acúmulo de capital e a tendência a recorrentes crises comerciais centralizam a propriedade do capital e concentram a riqueza nas mãos de menos pessoas. Exercito industrial de reserva O conflito de classes Essa concentração de riqueza nas mãos de cada vez menos capitalistas e o empobrecimento absoluto e relativo dos trabalhadores definem o estágio para o conflito de classes. A renda da terra Fórmula trinitária: Capital-lucro , terra renda fundiaria, trabalho- salário. Todos os elementos para os quais se repartea mais-valia. A renda da terra Propriedade fundiária Certas pessoas tem o monopolio de dispor de determinadas porcoes de terra -> renda fundiaria Expropriacao dos camponeses; renda diferencial; etc Surgimento das classes: capitalistas industriais, assalariados e os proprietários de terra. Próxima aula: Contribuições e falhas analíticas de Marx. Página 187 (S. Brue) Referências • BRUE, S.L. História do pensamento econômico. São Paulo: Cengage Learning, 2005 • HUNT, E.K. Historia do Pensamento Econômico. Uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro: Campus, 2005. Referências • BORCHARDT, Julian. O Capital – Karl Marx. 7a edição. Rio de Janeiro, Editora LTC, 1982.
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