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Questões REVISÃO NEGÓCIO JURIDICO

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Questões REVISÃO: 
1)O negócio jurídico é um fato jurídico?
É um fato jurídico humano (fato jurídico em sentido amplo).
2) O que é fato jurídico?
Fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano, em virtude do qual nascem, preservam-se, modificam-se, transferem-se ou extinguem-se direitos (alguns autores falam em “relação jurídica”).
3) Qual a diferença entre ato jurídico estrito sensu e o negócio jurídico?
Para o professor Francisco Amaral no ato jurídico estrito sensu a eficácia do ato é ex lege. O conteúdo do ato e seus efeitos são previsto em lei. Ex: fixação de domicilio, reconhecimento de filhos (reconhecerei esse filho, se vc abrir mão da herança; ou não ficarei obrigado a prestar alimentos).
FATO JURÍDICO 		Fato jurídico humano (ou fato voluntário –CMSP):
				Ato jurídico lítico 
				Ato ilícito
				Negócio jurídico
				Fato jurídico natural (não depende da vontade humana) ex: morte. Dividem-se em:
		Ordinário (previsível: ex: nascer do sol).
		Extraordinário (imprevisível: ex: caso fortuito: furacão).
Código Civil de 1916 dividia fato jurídico em:
FATO JURÍDICO 		Ato jurídico (art.81) 
				Ato ilícito
Código Civil de 2002 divide fato jurídico em:
FATO JURÍDICO 		Ato jurídico lítico ( art.185)
				Ato ilícito (art.186)
				Negócio jurídico (art.104/art.184)
Conceito de negócio jurídico:
CMSP: “São declarações de vontade destinada à produção de efeitos jurídicos queridos pelo agente.” Declaração de vontade externada visando à obtenção de efeitos jurídicos.
ANTONIO JUNQUEIRA DE AZEVEDO: o negócio jurídico é uma manifestação de vontade qualificada destinada a produzir efeitos jurídicos. (p.17-18).
Para AJA é errado classificar NJ como ato lícito pq existem NJ que também são crimes. EX: arts.171, §2, II, 234, 235 e 241 do CPB.
Negócio jurídico pode ser conceituado como a declaração de vontade externada visando à obtenção de um efeito jurídico.
Duas teorias explicam a natureza jurídica do negócio jurídico: 
Teoria da vontade – origem na Alemanha – o negócio se explica pela vontade interna do agente – intenção – art.112 CC.
Teoria da declaração – origem na Alemanha – o negócio se explica pela vontade declarada – teoria objetiva. As duas teorias se completam – o negócio jur. é a soma da vontade interna e a que se declara- AJA 
O que teoria da pressuposição ?
Uma teoria que não é adotada hj, tem origem nas ideias de Windscheid sustentava a invalidade do neg jur qdo a certeza subjetiva do declarante não se confirmasse ao tempo da execução do negócio. Diferente da teoria da imprevisão que tem requisitos objetivos.
Questão: 
4)Como pode ser manifestada a declaração de vontade?
Declaração de vontade: pode ser expressa , tácita e pelo silêncio
 : expressa: verbal ou escrita ( ex. c. e v. imobiliária)
tácita: o que é ? se manifesta por comportamento concludente. (EX: meu filho comprando pipoca na escola). Falar do problema da falta de capacidade do agente para pratica de atos rotineiros praticados por menores, e a solução da doutrina aumentando o espectro do conceito de ato jurídico em sentido estrito, para suprir a falta de regulamentação própria do ato jurídico, denominando esses atos de ato-fato (Pontes de Miranda ex: tesouro), atos materiais etc ex: caça, pesca e pequenos negócios diários.
 	silêncio: em regra não é uma forma de manifestação da vontade. No direito não vale a máxima “quem cala consente” que teria origem numa peça de Eurípedes chamada Ifigênia em Áulis (EURÍPEDES. Ifigênia em Áulis, As Fenícias, As Bacantes. 5ª Edição. Jorge Zahar Editores. 2005). No direito “quem cala, cala”. [1: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12709&revista_caderno=7#_ftnref18 ]
Pode ser manifestação de vontade se as partes convencionarem nesse sentido ou se a lei dispuser nesse sentido. Ex: art.111 CC: nas assembleias o silêncio e forma de concordância. Ex. de lei dispor nesse sentido é a aceitação da herança: os credores notificam herdeiros para em 30 dias dizer se aceita ou não a herança. Passados 30 dias presume-se a aceitação. Na aceitação pura o silêncio traduz aceitação.
Questão: 
5) O que é o silêncio circunstanciado? 
A boa-fé impõe que a parte esclareça o outro contratante. Ex compra de carro com aparelhagem de som. É o que Sebastião José de Assis Neto (2009, p. 167) chama de efeito vinculante do silêncio ou o que Francisco Amaral (2003, p. 405) denomina silêncio circunstanciado. 
Exemplos : Art.111 e Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
6) Qual a nj da aparelhagem de som do carro ?
É de pertença art.93- não é parte integrante do bem, nem bem acessório. A jurisprudência acaba confundindo com bem acessório. Para ambos não há previsão de aplicação do P. da gravitação jurídica (art.59 CC/16), bem acessório que não segue a sorte do principal. Mesmo sem previsão ainda seria possível aplicar esse principio (Nelson Rosenvald, p.330).
7) O que são declarações de vontade receptícias e não-receptícias?
São receptícias de vontade as manifestações que precisam chegar ao conhecimento da outra parte para surtir efeitos, por exemplo: a revogação do mandato.
As não-receptícias são aquelas que produzem efeitos independentemente de recepção e de qualquer declaração de outra pessoa, por exemplo: promessa de recompensa, elaboração e revogação de testamento, estando, neste caso, o testador ainda vivo.
8) Como diferenciar o silêncio e a reserva mental?
O silêncio pode ser aceito como manifestação de vontade. Segundo a doutrina de Vicente Ráo (1997, p. 124), o silêncio produziria efeitos jurídicos quando, em razão das circunstâncias, a atitude omissiva e voluntária de quem assim permanecesse pudesse induzir a outra parte, como a qualquer outra pessoa, à convicção de que o silente tenha expressado uma vontade que fosse incompatível com a expressão de uma vontade contrária.
Verifica-se, assim, que, em regra, o silêncio não é manifestação de vontade. Depende, pois, das circunstâncias e do fato de o silêncio ter sido suficiente para convencer a outra parte, ou a qualquer outra pessoa, de que o silente tenha demonstrado uma vontade incompatível com a vontade oposta. Assim, há situações em que a abstenção do agente ganha juridicidade (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2010, p. 369).
Excepcionalmente, o silêncio pode produzir efeitos, conforme prescreve o artigo 111 do CC/02:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
O silêncio, também, pode ser considerado manifestação de vontade conforme o artigo 432 do Código Civil:
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
É o que Sebastião José de Assis Neto (2009, p. 167) chama de efeito vinculante do silêncio ou o que Francisco Amaral (2003, p. 405) denomina silêncio circunstanciado.
b) a reserva mental
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 351), “ocorre reserva mental quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara querer.” O objetivo é enganar o outro contratante ou declaratário.
A reserva, que não foi tratada pelo Código Civil de 1916, está disciplinada no artigo 110 do atual Código:
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
A reserva desconhecida de outra pessoa é irrelevante para o direito. A vontade declarada produzirá os seus efeitos normalmente. Porém, se o declaratário conhecer a reserva, a solução é outra. Nesse caso, a declaração será inexistente e, em consequência, não se forma o negócio jurídico. Pode ser q ocorra também simulação(art.167) nesse caso se houver intenção de causar prejuízo a terceiros ou violar a lei. [2: Leia mais: http://jus.com.br/artigos/22426/fato-juridico-plano-da-existencia/2#ixzz3Kq1FpNgD]
Assim, a reserva mental pode gerar um negócio jurídico inexistente ou inválido por simulação.
9) Coação física gera defeito do neg jurídico?
Deve-se observar que não se considera manifestada a vontade em casos de coação física ou de hipnose. Nestes casos, a manifestação de vontade seria neutralizada; o agente não emitiria sua vontade conscientemente, portanto, o negócio jurídico seria inexistente.
PARA QUE A DECLARAÇÃO DE VONTADE PRODUZA EFEITOS TEM QUE TER:
AGENTE CAPAZ: com capacidade civil (art.5) e capacidade jurídica (legitimidade- capacidade de dispor livremente sobre seus bens).
OBJETO LÍCITO POSSIVEL, DETERMINADO E DETERMINÁVEL
FORMA – como regra os neg. jurídicos são informais. art.107 p. do informalismo, exceção art.108 – direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 sal. Min. prescrita (solene= escritura pública ex.at.108) ou não proibida 
10) Quais as formas pelas quais pode se praticar um negócio jurídico?
A FORMA PODE SER:
 Expressa = escrita – particular ou pública 
Por que é adotada a forma pública em alguns casos pelo legislador?
Para ressaltar a importância do ato e para minimizar os riscos dos vícios do consentimento.
 Tacita 
 verbal
Negócios ad solemnitatem e ad probationem
ad probationem - a lei estabelece 
ad solemnitatem - 
11) Neg jur. Formal (solene) é sinônimo de neg jur feito pela forma pública? 
Não, exemplo testamento neg jurídico formal, que pode ser feito de três formas: público, particular e cerrado (mix).
12) Se o negócio jurídico não exige forma pública, mas ele é feito pela forma pública, como poderá ser o distrato? Exemplo de doação de bem móvel
O negócio jurídico deverá ser feito pela forma exigida pela lei. Houve uma importante mudança em relação ao CC/16, art.1093, veja o art.472 do CCB/02.
13) De um exemplo de nulidade absoluta por vício de forma:
Uma compra e venda feita por instrumento particular, que pelo seu valor seria nula (art.108 CC). Esse negocio jurídico pode ser transformado na sentença numa promessa de compra e venda, que independe do valor do imóvel.
14) que fenômeno é esse ?
Conversão substancial do neg jur. É uma espécie de conservação do neg jur nulo, que só pode ser sanado pela repetição ou pela conversão substancial.
VONTADE – livre, esclarecida e ponderada
CAUSA: É o que me leva a declarar aquela vontade.
É tratada no CC/02 como motivo. É importante quando ele é declarado no ato. Veremos o exemplo do erro – art.140 – falso salvador do afogado. Se não explicitei que o motivo da doação era o salvamento não poderei anular o ato de doação do apartamento. 
AJA p.107 : Objeto é o conteúdo do ato ( transferir imóvel na compra e venda), é elemento do ato. O motivo ao contrário está no agente, mas se o motivo for transposto do agente para o negócio passará a fazer parte deste, desta forma se forem ilícitos a ilicitude passara para o objeto.
Segundo Capanema a compra e venda a non domino, ou seja, de quem não é o proprietário da coisa vendida, é nula pela impossibilidade absoluta do objeto.
15) Celebro contrato de c. e v. de acetona para uma compradora que exerce comércio de drogas. Este contrato é válido? MAG/TJRJ
Pela leitura do art.104 seria, mas uma novidade o art.166, III diz que quando o motivo determinante comum a ambas as partes for ilícito o negócio é nulo.
16) A ilicitude do motivo determinante (causa ilícita) influi sempre sobre a validade do neg jurídico? 
O nosso ordenamento adota o princ da irrelevância dos motivos, as exceções são expressas na lei ex: fraude contra credores, simulação. O neg será nulo quando o motivo determinante comum a ambas as partes for ilícito.
17)Contrato de pensão alimentícia para prostituta é válido?
AJA p.105/107. – LEVAR MATERIAL PARA ALUNOS.
RESERVA MENTAL : é o engodo, a mentira que fica só na mente de quem faz a declaração, que quer coisa diferente daquela que declara. Exemplo : casamento de imigrante.
É uma simulação unilateral válida desde que a outra parte não saiba.
Se for conhecido o negocio jurídico é inválido por simulação.
REPRESENTAÇÃO (legal ou convencional): o representante declara a vontade e produz efeitos na esfera jurídica do representado, desde que dentro dos limites (fora é ato “ultra vires”)dos poderes que ele tem.
18) Quando o representado será responsabilizado pelos atos do representante putativo?
Quando ele tiver agido com culpa. Ex; assinou papel em branco
19) Diferencie atos nulos e anuláveis:
São espécies de invalidades: nulidades = nulidade absoluta = int público, não decai, alegada de oficio, não convalesce. Anulabilidade = nulidade relativa= interesse particular, sofre decadência (2 anos prazo geral, e 4 anos vícios), deve ser alegada pelo interessado, o neg jur pode ser confirmado.
20) Relacione o efeito prodrômico da sentença e a teoria ponteana:
No direito processual penal, o efeito prodrômico da sentença, ou Reformatio in pejus indireta: a obrigação de, no segundo julgamento, em razão de recurso exclusivo do réu, o órgão julgador, caso não pretenda melhorar a situação daquele, observar a pena imposta na primeira sentença. No caso de sentença nula, sendo proferida nova decisão, em razão de recurso exclusivo do réu, essa não poderá piorar a sua situação. A sentença anulada produzira o efeito de limitar por exemplo o quantum de uma nova condenação. É hipótese de ato nulo produzindo efeitos indiretos, portanto quebra da teoria ponteana.

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