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Sentenças Condenatórias e Absolutórias.docx

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INTRODUÇÃO
Este trabalho analisará as sentenças condenatória e absolutória, elencando sua natureza jurídica; a classificação das decisões, onde abordará que as sentenças são divididas em “sentença em sentido amplo”, a qual se subdivide em interlocutória simples e interlocutória mista, e “sentença em sentido estrito”; o conceito de sentença absolutória e condenatória, onde salienta que sentença é o ato praticado pelo magistrado o qual solucionará o ato em primeira instância; os requisitos formais da sentença, onde analisará o histórico do processo, a fase de provas e a fase onde o mesmo decidirá pela procedência ou improcedência da ação penal; os efeitos da sentença, onde o principal efeito é o esgotamento do poder jurisdicional do juiz que a prolatou, não podendo mais praticar atos jurisdicionais na mesma; a possibilidade de emendatio e mutatio libelli, quando os fatos narrados na inicial devem manter relação lógica com a sentença, e por fim, será abordada a coisa julgada em matéria penal.
1 NATUREZA JURÍDICA
Segundo Fernando Capez, sentença é uma manifestação intelectual exprimida pelo Estado, através de seus órgãos jurisdicionados, que tem por objetivo encerrar uma lide por meio da aplicação do ordenamento jurídico no caso concreto. 
2 CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES
As sentenças podem ser divididas em “sentenças em sentido amplo” e “sentenças em sentido estrito”, sendo a primeira dividida em interlocutória simples e interlocutória mista.
A interlocutória simples é a sentença que determina questões relativas à regularidade processual, sem, no entanto, adentrar o mérito da causa. Em regra, não cabe recurso contra estas decisões, salvo se houver disposição legal expressa a respeito. Já a sentença interlocutória mista, encerra determinada etapa do processo, sem o julgamento do mérito da causa e se divide em interlocutória mista não terminativa, que encerra uma etapa procedimental e, em interlocutória mista terminativa, que resultam na extinção do processo sem julgamento do mérito. 
Já a sentença em sentido estrito trata da decisão dada em definitivo pelo juiz, encerrando, assim, a lide, com ou sem resolução de mérito. As sentenças em sentido estrito podem ser condenatórias, absolutórias ou terminativas de mérito. 
3 CONCEITO DE SENTENÇA ABSOLUTÓRIA E CONDENATÓRIA 
Para Fernando Capez, “sentença é uma manifestação intelectual lógica e formal emitida pelo Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais, com a finalidade de encerrar um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso concreto”. [1: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 23ª edição.. Saraiva, 11/2015. p. 533]
Em seu sentido estrito, a sentença é um ato praticado pelo juiz que solucionará o caso em primeira instância. 
São três os tipos de sentenças, sendo elas: 
a) condenatórias: quando julga procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva, ou seja, declaram a existência de um fato e condena a parte vencida a uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. 
b) absolutórias: quando não acolhem o pedido de condenação. As hipóteses cabíveis estão dispostas no art. 386, CPP.
Subdividem-se em: 
– próprias, quando não acolhem a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado; 
– impróprias, quando não acolhem a pretensão punitiva, mas reconhecem a prática da infração penal e impõem ao réu medida de segurança; 
De acordo com o art. 386, § único, CPP, na sentença absolutória, o juiz: 
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; 
II - ordenará a cessação das penas acessórias provisoriamente aplicadas; 
II - ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
III - aplicará medida de segurança, se cabível.
c) terminativas de mérito (também chamadas de definitivas em sentido estrito): quando julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem o acusado, como, por exemplo, ocorre na sentença de declaração da extinção de punibilidade. 
4 REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
Exposição (ou relatório ou histórico) – art. 381 I e II do CPP. É o histórico do processo. Consistem no resumo da marcha processual e de seus incidentes mais importantes;
Motivação (ou fundamentação) – art. 381, III, do CPP. É a fase em que o juiz, analisando a prova produzida, aponta as razões que o levarão a condenar ou a absolver o acusado. É o momento em que o juiz expõe o seu raciocínio;
Conclusão (ou decisão ou dispositivo) – art. 381 IV e V do CPP. É a fase em que o juiz declara a procedência ou improcedência da ação penal, indicando os artigos de lei aplicáveis e, finalmente, colocando a data e assinatura.
A ausência de tais requisitos enseja a nulidade da sentença.
A sentença pode ser manuscrita ou datilografada (neste caso o juiz deve rubricar todas as folhas) – art. 388 do CPP.
Pode também a sentença ser proferida oralmente em audiência (no rito sumário), caso em que será registrada por escrito pelo escrevente (ou estenotipista).
Sentença que deixa de considerar todos os fatos articulados na denúncia contra o réu é nula (é citra petita). Com relação aos fatos não apreciados não há, a rigor, sentença. Portanto, para evitar supressão de um grau de jurisdição, na hipótese de recurso, deve ser anulada (já que foi determinadas matérias não foram enfrentadas pelo juiz de 1º grau).
Sentença que considera fato criminoso que não foi objeto da denúncia é a sentença ultra petit.
Embargos de Declaração (ou embargos declaratórios): art. 382 do CPP: “Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão”. 
Obscuridade: é a falta de clareza na redação, que impede o entendimento daquilo que o juiz quer dizer.
Ambiguidade: ocorre quando alguma parte da sentença permitir duas ou mais interpretações.
Contradição: quando o juiz, em certa parte da sentença diz algo e mais adiante, diz outra coisa em sentido contrário (ex: contradição entre a fundamentação e o dispositivo).
Omissão: quando o juiz omite algo indispensável na sentença (ex.: artigo de lei em que o réu se acha incurso, regime inicial de cumprimento de pena).
Observação: Somente cabe na hipótese de sentença; é uma faculdade das partes que poderão optar pelo recurso de apelação; prazo: 2 dias, contados da intimação da sentença; para a maioria da doutrina é recurso, embora se processe “inaudita altera pars” (o juiz decide os embargos sem ouvir a parte contrária);
Sua interposição interrompe o prazo dos outros recursos, aplicando-se analogicamente o art. 538 do CPC – posição de Júlio Fabbrini Mirabete e Fernando Capez, dentre outros.
É o próprio juiz prolator da sentença quem julgará os embargos. Julgando procedentes os embargos, efetuará as devidas correções.
Tratando-se de acórdão: são cabíveis os embargos de declaração previstos no art. 619 do CPP.
Erros materiais ou pequenas omissões da sentença poderão ser corrigidos de ofício pelo juiz, devendo as partes ser cientificadas quando isso ocorrer.
5 EFEITOS DA SENTENÇA
Principal efeito da sentença: a sentença esgota o poder jurisdicional do magistrado que a prolatou, não podendo mais praticar ato jurisdicional, a não ser a correção de erros materiais.
Outros efeitos: - acarreta a saída do juiz da relação processual
Cria impedimento para o juiz prolator (art. 252, II, do CPP).
OBS: sentença inexistente (proferida por juiz sem jurisdição, por juiz em férias ou promovido): não produz efeitos.
Princípio da Correlação:
A sentença deve guardar relação com a denúncia (ou queixa), ou seja, entre o fato descrito na peça acusatória e aquele pelo qual o réu é condenado, deve haver correlação.
Se não houver correlação entre a imputação e a sentença há nulidade desta última.
 Emendatio libelli: (art. 383, CPP)
Ao oferecer a denúncia (ou a queixa), o acusador deve, necessariamente, descrever um fato ilícito e, ao final, dar a ele umaclassificação jurídica.
O réu se defende da descrição fática e não da classificação dada na peça inicial.
O juiz pode entender, por ocasião da sentença, que o fato descrito na peça acusatória está devidamente provado, mas que a classificação dada pelo acusador está errada.
Neste caso, o magistrado pode condenar o réu diretamente na classificação que entende correta, mesmo que tenha que aplicar pena mais grave, dispensando-se qualquer outra providência (como aditamento à denúncia ou manifestação da defesa). Ex.: denúncia que descreve um crime de roubo, mas capitula a conduta como furto.
Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
Na verdade, trata-se de mera correção da peça acusatória.
Do mesmo modo pode reconhecer na sentença, qualificadoras e causas de aumento descritas na denúncia (ou queixa), ainda que não constem da classificação jurídica.
Agravantes podem ser reconhecidas mesmo que não tenham constado da descrição fática (art. 385, do CPP).
 Mutatio libelli: (art. 384, CPP)
 
Neste o juiz reconhece a possibilidade de existir circunstância não descrita explícita ou implicitamente na peça inicial.
Existe a descrição de um crime, mas as provas apontam que o fato delituoso praticado é outro.
Neste caso, o juiz baixa os autos para que o Ministério Público possa aditar a denúncia, no prazo de 5 dias, podendo arrolar 3 testemunhas.
Se houver recusa do Ministério Público: aplica-se analogicamente o art. 28 do CPP.
Feito o aditamento e sendo recebido pelo juiz, os autos irão para a defesa, por 5 dias, para que produza prova, podendo arrolar 3 testemunhas. Após o processo retorna para o juiz para sentença.
Observação: Se o juiz verificar que, além do crime descrito na denúncia, o réu praticou outro, não descrito, deve remeter cópia dos autos ao Ministério Público para que nova ação seja proposta em relação a tal fato, não podendo proceder da forma prevista no artigo 384, parágrafo único do CPP. Se a denúncia descrever crime tentado e o juiz entender que o crime se consumou, deve observar a regra do art. 384 do CPP (é necessário aditamento). 
Publicação da sentença:
Art. 389 do CPP: “A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim”.
Considera-se publicada a sentença no instante em que é entregue pelo juiz ao escrivão, que deverá lavrar, nos autos, um termo de publicação da sentença, certificando a data em que ocorreu.
Antes da publicação: o juiz pode modificar sua decisão.
Depois da publicação, torna-se imutável em relação ao magistrado, salvo nas hipóteses de embargos de declaração e correção de erros materiais.
Depois de publicada, as partes devem ser intimadas da sentença.
A partir da intimação começa a fluir o prazo para eventuais recursos.
Se prolatada oralmente em audiência, na presença das partes, considera-se publicada nesse instante, correndo de imediato o prazo recursal (art. 798, § 5º, “b” do CPP).
Intimação da sentença:
É o ato pelo qual se dá conhecimento às partes da decisão que foi proferida
a) para o MP: art. 390 do CPP: a intimação é sempre pessoal (os autos são remetidos diretamente para seu gabinete para que o Promotor seja cientificado do teor da sentença), devendo ocorrer em 3 dias após a publicação. 
b) para o querelante ou assistente da acusação: art. 391 do CPP: serão intimados pessoalmente ou através de seu advogado (pela imprensa – DO). Se não for encontrada a intimação será feita por edital, com o prazo de 10 dias.
c) para o réu: art. 392 do CPP: 
Quando estiver preso: deve ser intimado pessoalmente;
Quando estiver solto: deve ser intimado pessoalmente (ainda que tenha sido revel durante o processo). 
Se não for encontrado:
Sendo crime de que se livra solto ou crime afiançável (tendo prestado fiança): será intimado por seu defensor constituído. Se o defensor constituído também não for encontrado: será intimado por edital.
Sendo crime afiançável (não tendo prestado fiança) ou crime inafiançável: expedido mandado de prisão, se não for encontrado (conforme certidão do oficial de justiça), será intimado através de seu defensor constituído. Se o defensor constituído também não for encontrado: o réu será intimado por edital. Se o defensor não for constituído e o réu não for encontrado, o réu será intimado por edital.
Sentença absolutória: é aquela que julga improcedente a acusação, nas hipóteses do art. 386 do CPP. O réu será absolvido quando:
I–estiver provada a inexistência do fato (há certeza de que o fato criminoso não existiu);
II–não houver prova da existência do fato (há dúvida sobre a existência do fato criminoso);
III–o juiz reconhecer que o fato é atípico;
IV–estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V–não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI–existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII–não existir prova suficiente para a condenação.
 Observação: reconhecendo que o agente é inimputável em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o juiz impõe medida de segurança (art. 386, parágrafo, inciso III, do CPP). É sentença absolutória imprópria.
Efeitos da sentença absolutória:
1º-Absolvido, o réu deve necessariamente ser colocado em liberdade, ainda que haja recurso da acusação (art. 386, parágrafo único, inciso I, do CPP).
2º-Com o trânsito em julgado, o valor da fiança prestada deve ser devolvido.
Sentença condenatória: é aquela que julga procedente a acusação e estabelece a pena aplicável dentre as cominadas. 
Exige certeza plena de materialidade e autoria.
Deve ser fundamentada – art. 387 do CPP.
No momento da imposição de pena o juiz deve observar o critério trifásico de fixação da pena, previsto no artigo 69 do CP.
1ª fase: fixação da pena base, de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP;
2ª fase: faz incidir as atenuantes e agravantes;
3ª fase: faz incidir as causas diminuição e de aumento da pena.
Para cada uma dessas fases deve haver fundamentação adequada (tanto a acusação quanto a defesa têm o direito de saber quais os fundamentos que levaram o juiz a fixar a pena em cada fase).
Efeitos da sentença condenatória:
1º-Ser o réu preso ou conservado na prisão, assim, nas infrações inafiançáveis, como nas afiançáveis (enquanto não prestar fiança) – art. 393, inciso I, do CPP.
Portanto:
 Se preso: será mantido na prisão até trânsito em julgado da sentença.
Se for confirmada a condenação: passará à execução da pena
Se solto: será preso com a expedição de Mandado de Prisão, exceto se:
Tratar-se de crime de que se livra solto
Tiver direito de apelar em liberdade por ser primário e de bons antecedentes - art. 594 do CPP
Sendo afiançável o crime, prestar fiança (art. 322) ou, sendo pobre, o juiz conceder liberdade provisória sem fiança (art. 350 do CPP).
2º-Ser o nome do réu lançado no rol dos culpados (art. 393, II do CPP): somente é possível após o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 5º, LVII, da CF). Consiste na inserção, em livro próprio, do nome e qualificação do condenado.
3º-Obrigação de reparar o dano decorrente do ilícito
4º-Perda dos instrumentos e produtos do crime (art. 91, II do CP)
5º-Perda do cargo ou função pública em caso de crime funcional (art. 92, I, do CP)
Observação: depois de transitada em julgado, a sentença penal condenatória produz outros efeitos (previstos na CF):
1º-impede a naturalização (art. 12, II, “b”, da CF);
2º-suspende os direitos políticos enquanto durarem os efeitos da condenação (art. 15, III, da CF);
3º-se o réu for oficial e tiver sido condenado à pena superior a 2 anos, será submetido a julgamento de indignidade ou incompatibilidade do oficialato (art. 42, § 8º,da CF). 
Coisa julgada: ocorre quando a sentença transita em julgado, por que:
a) não houve recurso da sentença;
b) tendo havido recurso, houve reexame da causa pelo Tribunal, que confirmou ou modificou a decisão de 1º grau.
A sentença torna-se definitiva e imutável: não pode ser novamente discutida a matéria nela tratada.
Coisa julgada = “é a imutabilidade da entrega da prestação jurisdicional e seus efeitos, para que o imperativo jurídico contido na sentença tenha força de lei entre as partes” (visa evitar “bis in idem”).
A sentença pode ser justa ou injusta, mas se transitada em julgado deve ser respeitada. 
Existem exceções à regra da imutabilidade da sentença transitada em julgado:
Revisão criminal: se, após a sentença condenatória com trânsito em julgado, surgirem novas provas, favoráveis ao acusado, a sentença será revista. Veda-se a revisão criminal “pro societate” (contra o sentenciado). 
Habeas corpus: pode também rescindir a sentença condenatória com trânsito em julgado quando houver, por exemplo, nulidade absoluta do processo.
Casos de anistia, indulto, unificação de penas – que se verificam no Juízo de execução penal.
6 POSSIBILIDADES DE EMENDATIO E MUTATIO LIBELLI 
De acordo com Gomes, “no processo penal, vigora o princípio da correlação entre imputação e sentença. Isto é, os fatos narrados na inicial (denúncia ou queixa) devem manter relação lógica com a sentença”.[2: GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01 mai. 2017. ]
Para tanto, conforme explica o autor, o juiz dispõe de dois instrumentos: emendatio libelli e mutatio libelli.[3: GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01 mai. 2017. ]
6.1 Emendatio libelli
A emendatio libelli ocorre quando na ocasião da sentença, o juiz “(...) verificando que a tipificação não corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição jurídica”. A fundamentação legal do instituto está contida no artigo 383 do Código de Processo de Penal (CPP): “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave”.[4: GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01 mai. 2017. ][5: BRASIL. Decreto-lei n. 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 13 out. 1941. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 01 mai. 2017. ]
Do dispositivo, verifica-se que na emendatio libelli não há qualquer alteração quanto aos fatos, mas na tipificação destes. Importa destacar a parte final do artigo 383 do CPP, que menciona que a alteração na tipificação do delito será possível ainda que a pena seja mais grave. Conforme leciona Shimura, “[6: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 36.]
o que interessa destacar é o interesse da defesa social, que não pode ser superado pelo unilateralíssimo interesse pessoal dos criminosos. Não se pode reconhecer ao réu, em prejuízo do bem social, um suposto direito adquirido a um quantum de pena injustificadamente diminuta.”
O autor explica que na emendatio libelli, “(...) o fato continua o mesmo, contra o qual o réu já se defendeu”. Para o integrante do parquet paulista, a classificação do crime pode ser alterada porque “(...) o réu não se defende deste ou daquele delito definido no Código, mas sim do fato criminoso que lhe é imputado”. [7: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 35.][8: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017.]
Ademais, “(...) a correlação há de se verificar entre a sentença e o fato e não entre a sentença e a capitulação dada (...) O perfeito enquadramento da espécie das normas legais que sobre ela incidem, é tarefa do magistrado”. [9: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 35.]
Em suma, ao se tratar de emendatio libelli, deve-se ter em mente a relação entre fatos e sentença e não havendo alteração dos fatos, não há prejuízo ao exercício da defesa e do contraditório do réu. 
6.2 Mutatio libelli
Conforme os ensinamentos de Gomes, “(...) verifica-se a mutatio libelli quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução processual”. De acordo com o autor, neste caso, o juiz não poderá de ofício alterar os fatos narrados, devendo remeter o processo ao Ministério Público, para que este adite a peça inaugural. A mutatio libelli encontra-se disciplinada no artigo 384 do Código de Processo Penal: [10: GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01 mai. 2017. ][11: GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01 mai. 2017. ]
Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
Shimura ressalva que a mutatio libelli não poderá ocorrer se “(...) a apelação for exclusiva do réu e importar agravação da pena, a teor do art. 317 do CPP”. Esta ressalva é pertinente a mutatio libelli porque nesta, de maneira distinta da emendatio libelli, há alteração dos fatos. [12: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 37.]
Portanto, não é lícito ao juiz 
(...) acrescer ao fato principal outras circunstâncias ou acidentes não mencionados na acusação que a denúncia contém. Violar tais limites, há julgamento extra petita, o qual é absolutamente nulo, por violar o direito de defesa e por corresponder a verdadeira condenação sem denúncia (art. 564, III, a, CPP. [13: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 37.]
A mutatio libelli ocorreporque durante o curso do processo, os fatos imputados podem ser alterados, sendo fundamental, contudo, que (...) “se dê ao réu a oportunidade e os meios de defesa” .[14: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 37.]
Da alteração dos fatos narrados na inicial durante o processo, notadamente diante das provas, Shimura aponta que poderão ocorrer as seguintes situações:[15: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 37-38.]
A primeira hipótese concerne a uma nova definição jurídica dos fatos imputados ao réu, contudo, sem alteração da pena. Neste caso, os autos deverão ser baixados à defesa, “(...) para que, em 8 dias, se manifeste e requeira a produção de provas que lhe aprouver.” .[16: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 37-38.]
A segunda hipótese tange à diminuição da pena com a nova definição jurídica. Novamente, deve-se abrir “(...) vista à defesa para se manifestar” [17: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 38.]
A terceira e última hipótese concerne ao agravamento da pena, decorrente da nova definição jurídica. De acordo com Shimura, neste caso, deverá ocorrer o aditamento da denúncia. [18: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 38.]
Importa mencionar que no caso de o Promotor se recusar a aditar a denúncia, “(...) não resta outra alternativa ao juiz senão absolver o réu, vez que o crime praticado foi outro, que não o descrito na inicial” [19: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 38.]
Outro aspecto a ser tratado no tocante à mutatio libelli, diz respeito à 
(...) legitimidade do próprio promotor de justiça de fazê-lo, se inerte o magistrado ou de não ter assim entendido. Vale dizer, a qualquer tempo, antes da sentença, pode o Ministério Público aditar a denúncia, independentemente de qualquer providência do juízo, à luz do artigo 569 CPP. E não aceito o aditamento, cabível o recurso em sentido estrito (...) [20: SHIMURA, Sérgio Seiji. Breves considerações sobre a "emendatio libelli" e a "mutatio libelli". Justitia, São Paulo, v. 53, n. 153, p. 34-40, jan./mar. 1991. Disponível em: <http://www.justitia.com.br/links/edicao.php?ID=165>. Acesso em: 01 mai. 2017. p. 39.]
Portanto, a legitimidade para mutatio libelli pertence ao Promotor de Justiça, ainda se inerte o Magistrado. Ademais, o aditamento da denúncia é possível a qualquer tempo, desde que antes da sentença. 
7 COISA JULGADA EM MATÉRIA PENAL
Coisa julgada significa a decisão formulada por uma sentença definitiva, que já não pende de recurso de apelação; Devemos ressalvar que há diferença entre coisa julgada penal e coisa julgada cível, como bem explica RANGEL, são institutos distintos entre si, cada um com seus princípios e regras próprias, tutelas distintas entre o ser e ter. O citado autor também diz que coisa julgada penal é a qualidade dos efeitos que a sentença produz, isto é, a qualidade da imutabilidade do comando que emerge da sentença em relação ao fato principal. Não se trata apenas de preclusão, mas da inalterabilidade de um fato naturalístico.
Coisa julgada significa que a decisão final no processo foi dada, como explica Aury Lopes Jr., significa a decisão imutável e irrevogável, imutabilidade do mandamento que nasce da sentença. Também infinitamente, deve ser encarada como uma garantia individual Constitucional, descrita no Art. 5º, XXXVI, que reza: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”. Da forma a preservar o “ne bis in idem”, e resguardar o cidadão que não seja condenado por duas vezes sobre o mesmo fato. A respeito da coisa julgada, também há dispositivo na Convenção Americana de Direitos Humanos, o qual afirma que “o acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”.
Segundo Aury Lopes Jr, a coisa julgada atua em duas dimensões: a primeira se reflete a dimensão Constituição, visto a regra de garantia individual, já citada acima; a outra dimensão é com relação ao processo penal, visto a imutabilidade das decisões e preclusões. O autor também afirma que a preocupação com a coisa julgada se dá em torno do réu, o qual poderá ocorrer a relativização da coisa julgada em sede de revisão criminal, tão somente a seu favor.
Coisa Julgada Formal
Segundo RANGEL a coisa julgada formal é a imutabilidade da sentença como ato processual que já não é mais recorrível por força de preclusão dos recursos, se finda todo e qualquer tipo de alteração da sentença por meio de outros recursos, devido ao exaurimento dos prazos recursais.
Há coisa julgada formal, quando na sentença não for tratado especificamente do fato supostamente delituoso, nas palavras de Lopes Jr: “... não há análise e julgamento sobre o mérito (ou seja, sobre o fato processual ou caso penal), a decisão faz coisa julgada formal...” Vê-se claramente uma visão processualística quanto à coisa julgada formal, depreendendo-se do fato da vida.
 
Decisão de Impronúncia
Decisão de impronúncia é o exemplo da coisa julgada formal, pois é o ato onde o Juiz singular, diante da ausência de materialidade e, ou indícios de autoria ou participação, nega-se o prosseguimento da ação penal, resultando na extinção do processo sem a resolução de mérito.
Segundo CAPEZ, a impronúncia é uma decisão de rejeição da imputação para o julgamento perante o Tribunal do Júri, porque o juiz não se convenceu da existência do fato ou de indícios suficientes de autoria ou de participação. Nesse caso, a acusação não reúne elementos mínimos sequer para serem discutidos. Não se vislumbra nem o fumus boni iuris, ou seja, a probabilidade de sucesso na pretensão punitiva.
A decisão de Impronuncia está prevista no Art. 414, do CPP:
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
Portanto, o juiz deverá verificar a materialidade e indícios de autoria ou participação do fato criminoso, e havendo apenas um deles, ou dos dois, deverá o Juiz Pronunciar o acusado, tendo em vista que o juiz natural dos crimes dolosos contra a vida são os cidadãos, que compõe o conselho de sentença. Destaca-se que esta decisão é realizada depois de toda a instrução do processo, segundo BADARÓ, a impronúncia é proferida quando, apesar da instrução, não lograr demonstrar a verossimilhança da tese acusatória, não havendo elementos suficientes de autoria e materialidade para pronúncia. Está, assim, em posição completamente oposta em relação à pronúncia.
A decisão de impronúncia tem efeito terminativo, visto que o recurso cabível para atacá-laé a apelação, segundo o Art. 593, II, do CPP.
No entanto, apesar da decisão de impronúncia ser terminativa, não faz coisa julgada material, como traz o Prof. Aury: “... Uma decisão terminativa que encerra o processo sem julgamento de mérito, não havendo a produção de coisa julgada material, pois o processo pode ser reaberto a qualquer tempo, até a extinção da punibilidade, desde que surjam novas provas”. No caso da impronúncia, o acusado ainda não foi submetido ao conselho de sentença, portanto não poderá sofrer os efeitos da absolvição. Por outro lado, foi sentenciado por um juiz singular, que em razão do principio do juiz natural deveria ter participado de toda a instrução penal e julgar ao final.
Segundo RANGEL, o processo penal moderno é instrumento de garantia e não de punição, entende ser inconstitucional tal decisão, tendo em vista que no Estado Democrático de direito, teremos uma situação inusitada onde o indivíduo no banco de reservas aguardando novas provas ou a extinção da punibilidade. Isto é, sem nenhum indício de materialidade ou autoria, o acusado ainda permanecerá na incerteza.
Coisa Julgada Material
A Coisa julgada Material, segundo Rangel opera-se fora do processo para todas as pessoas, com efeito, “erga omnes”. É o comando que emerge da sentença, tornando-a imutável, mas no processo penal em relação ao fato da vida, o fato do mundo. A coisa julgada material surge na sentença de mérito, isto é, na efetiva resolução do fato típico, condenando ou absolvendo o réu.
Coisa julgada material, sempre é precedido da formal, visto que primeiramente ocorre a preclusão dos prazos recursais, e que a sentença seja imutável. Após, e somente com a imutabilidade da sentença, é que esta fará parte de um universo, isto é, que seus efeitos extrapolem o processo, restringindo possibilidade de nova denúncia, a decisão formulada por uma sentença definitiva, que já não pende de recurso.
Diferenças Entre Coisa Julgada Formal E Material
Segundo Ada Pellegrini Grinover, a coisa julgada formal é pressuposto da coisa julgada material. Enquanto a primeira torna imutável dentro do processo o ato processual sentença, pondo-a com isso ao abrigo dos recursos definitivamente preclusos, a coisa julgada material torna imutáveis os efeitos produzidos por ela e lançados fora do processo. É imutabilidade da sentença, no mesmo processo ou em qualquer outro, entre as mesmas partes. Em virtude dela, nem o juiz pode voltar a julgar, nem as partes a litigar, nem o legislador a regular diferentemente a relação jurídica.
Claus Roxim Caracteriza a coisa julgada formal como efeito conclusivo, e coisa julgada material como efeito impeditivo.  A coisa julgada formal, segundo ele refere-se a uma decisão incontestável no mesmo processo, com efeito conclusivo, sendo que o caso material, definitivamente resolve a causa, impedindo que seu objeto seja reanalisada em outro processo.
RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA NO PROCESSO PENAL
            A relativização da coisa julgada penal tem como pressuposto a sentença transitada em julgado de condenação. Segundo RANGEL, a condenação criminal será sempre coisa relativamente julgada, na medida em que se admite revisão criminal ou habeas corpus para desconstituir qualquer prisão injusta, ou ocorrência do erro judicial.
No caso de haver a sentença absolutória, temos a coisa julgada soberana, isto é, imutável, como demonstra TUCCI quando se tratar de sentença absolutória, ou de extinção da punibilidade, por jamais poder ser modificado o seu conteúdo, com a preclusão dos prazos para recurso forma-se a coisa julgada de autoridade absoluta; porém se a sentença for condenatória – mutável por natureza ou destinação, em qualquer tempo, ou em diversas circunstâncias – ver-se-á tutelada, apenas, pela coisa julgada de natureza relativa.
No entanto, o fato de não admitir a relativização da coisa julgada em casos de absolvição, pode gerar infortúnios. Como é sabido, quem causa dano a outrem, tem o dever de reparação na esfera cível. Como na área criminal via de regra, o fato criminoso causa dano a outrem. Portanto se a absolvição não for por negativa de autoria, ou inexistência de crime, o processamento é perfeitamente possível na área cível, e havendo nexo causal poderá haver há obrigação de indenizar.
No caso concreto poderá haver situação em que o acusado absolvido por falta de provas, ou causas de exclusão de ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade), ou ainda prescrição, poderão sujeitar o acusado ao dever de indenizar no cível. Porquanto entende RANGEL que nesses casos o acusado deve ter o direito via revisão criminal para melhorar sua condição e demonstrar a inexistência do fato ou negativa de autoria.
Há concordância na doutrina na possibilidade relativização da absolvição (coisa julgada), somente nesta situação, para beneficiar o acusado, dado o processo penal como instrumento de garantia, diante da nossa Constituição Federal da Republica.
CONCLUSÃO
Em virtude do que foi abordado em relação às sentenças condenatórias e absolutórias, nós definimos de forma conceitual no que tange às estas duas espécies de sentenças acima mencionadas, e vimos que no âmbito das decisões absolutórias, podemos falar em próprias e impróprias, já no que se refere à natureza jurídica, concluímos que no que tange à natureza da sentença , é que é através dela que o juiz vai ligar o fato à norma, aplicando o direito à espécie concreta, fazendo nada mais do que declarar o direito preexistente, tudo de acordo com o seu livre convencimento. Com embasamento no processo penal, o qual é a base para nosso objeto de pesquisa para este seminário, foi mencionado que existem sentenças que não julgam o mérito e não colocam fim ao processo, desta forma, é necessário, para o entendimento da definição de sentença, o conhecimento das demais decisões processuais penais classificando-as. Mencionamos também que o relatório, a fundamentação e dispositivo, são os requisitos formais/intrínsecos da sentença, e que efeito geral é o esgotamento do poder jurisdicional do magistrado que a prolatou, exceto quanto à correção de erros materiais (esta não atinge o julgado). Em relação às hipóteses de modificação do pedido acusatório, mencionamos e definimos conceitualmente a “mutatio libelli” e “emendatio libelli”, e no que tange à “coisa julgada” na esfera penal, nós mencionamos que coisa julgada se trata de decisão imutável e irrevogável, pois se refere à imutabilidade do mandamento que nasce da sentença.
Dito isso, acreditamos termos cumprido com o objetivo proposto para que fosse elaborado este seminário, tanto de forma escrita quanto de forma oral, pois abordamos e esclarecemos de forma clara, objetiva e didática todos os subtemas ora requisitados.
E por fim, faz-se necessário mencionar que, este seminário foi de suma importância para nosso conhecimento, pois nos foi permitido com o aprofundamento deste tema e apresentação deste seminário aumentar e reafirmar nosso conhecimento, e ainda, a disseminação da informação ora obtida. 
	
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-lei n. 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 13 out. 1941. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm>. Acesso em: 01/05/2017.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 23ª edição.. Saraiva, 11/2015. p. 533
CAPEZ, Fernando. Processo Penal Simplificado. 19. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
GOMES, Luiz Flávio. Qual a diferença entre “mutatio libelli e emendatio libelli?” Disponível em:< https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/166134409/qual-a-diferenca-entre-mutatio-libelli-e-emendatio-libelli>. Acesso em: 01/05/2017.
JUS MUNDI. Tipos de sentença: Classificação das sentenças judiciais. Disponível em: http://jus-mundi.blogspot.com.br/2012/03/tipos-de-sentenca.html Acesso em 01 de Maio de 2017.
LOPES JR. Aury. Direito Processual Penal, 11 ed – São Paulo, Saraiva, 2014.
RANGEL, Paulo. A coisajulgada no Processo Penal Brasileiro Como Instrumento de Garantia, Atlas. 2012.

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