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MACROECONOMIA , Economia primeiro período Claudio Ganda

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Direito
Disciplina: Economia
Prof. Dr. Cláudio Ganda
(claudioganda@pucsp.br)
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12ª aula: A Macroeconomia
A macroeconomia surgiu na década de 1930 durante a pior e mais generalizada depressão já vivida em todo o mundo, deflagrada pela quebra da bolsa de Nova York, em 1929.
O principal marco inaugural dessa teoria é identificado com a publicação de A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de John Maynard Keynes, em 1936.
Os economistas clássicos como Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (1772-1823) e Karl Marx (1818-1883), já haviam considerado o organismo econômico como um todo, mas foi Keynes, entretanto, quem forneceu o modelo, a sistematização teórica e as receitas práticas.
Com o objetivo de estudar o desempenho geral da economia, a macroeconomia focaliza as políticas econômicas e as variáveis de política que afetam aquele desempenho - as políticas monetária e fiscal, o estoque de moeda e taxa de juros, a dívida pública e o orçamento do governo. 
Em resumo, a macroeconomia trata das questões econômicas mais importantes da atualidade. 
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A macroeconomia não se restringe ao aspecto especulativo, mas avança no campo da política econômica. A observação e análise das variáveis agregadas permitem uma avaliação sobre o comportamento da economia como um todo, criando condições necessárias e suficientes para a prática de ações governamentais visando a adoção de políticas que busquem o equilíbrio da sociedade.
Preocupa-se mais com aspectos de curto prazo. Em outras palavras, a teoria macroeconômica avalia fundamentalmente questões conjunturais, como desemprego, que aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo de seu máximo de produção, e da estabilização do nível geral de preços.
A parte da economia que estuda questões de longo prazo é denominada teoria do desenvolvimento e crescimento econômico, que se dedica fundamentalmente às questões estruturais, como qualificação da mão de obra, progresso tecnológico, qualidade de vida da população, distribuição de renda, etc. 
A Macroeconomia e seu campo de estudo
Na macroeconomia existem três níveis de análise, a saber: 
Explicação – Previsão – Ação Política
Ao nível da Explicação, com base em dados estatísticos e associada a técnicas econométricas, ela permite encontrar justificativas para os fenômenos ocorridos no passado. É através dela que se pode verificar se os agentes econômicos se comportaram conforme o previsto ou, ao contrário, porque apresentaram disfunções e as razões para que isso ocorresse.
 A Previsão, por sua vez, permite aos economistas, também através de técnicas econométricas, simular o comportamento das variáveis agregadas, projetando-as para o futuro, sempre em função das observações ocorridas no passado. Com a utilização de duas ou mais variáveis agregadas, a análise de previsão poderá mostrar os caminhos que a economia poderá percorrer em busca do seu equilíbrio.
A Ação Política, que via de regra, está nas mãos dos governantes, se baseia nas simulações da Previsão. A forma de como interpretar os dados e resultados é que torna a própria teoria macroeconômica, especulativa ou pura, carregada de juízos de valor e desperta grandes controvérsias entre economistas de correntes distintas. 
Problemas básicos fundamentais 
Os três tipos de análise acima se justificam a partir da existência de cinco problemas básicos fundamentais da economia. Vejamos:
flutuação do nível de utilização dos recursos produtivos (emprego e desemprego);
nível geral de preços (deflação e inflação);
taxa de crescimento da capacidade produtiva ante o crescimento vegetativo da população;
 papel do governo como elemento de controle da atividade econômica; e
funcionamento de uma determinada economia e sua relação com a economia internacional.
Objetivos de política macroeconômica
São os seguintes os objetivos de política macroeconômica:
 alto nível de emprego
 distribuição de renda socialmente justa
 estabilidade de preços
 crescimento econômico
Alguns autores elencam também como meta o equilíbrio no balanço de pagamentos ou equilíbrio externo.
Instrumentos de política econômica
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação, com distribuição de renda justa, e cresça de forma contínua e sustentável.
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas:
 fiscal: arrecadação e gastos governamentais; 
 monetária: emissões, reservas compulsórias, open market, redescontos, regulamentação sobre crédito e taxa de juros; 
 cambial: regime de taxas fixas ou flutuantes de câmbio:
 comercial: incentivos às exportações e/ou estímulo/desestímulo às importações; 
 de rendas: intervenção diretas do governo na formação da renda (salários, aluguéis) como controle e congelamento de preços. 
Estrutura de análise macroeconômica
A estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de cinco mercados:
mercado de bens e serviços: nível de produção agregada e nível geral de preços; 
mercado de trabalho: taxa de salários e nível geral de emprego; 
mercado monetário: taxa de juros;
mercado de títulos: taxa de juros;
mercado de divisas: taxa de câmbio.
Contabilidade Social
Parte relativa à medição dos agregados econômicos nacionais que se constitui no registro contábil da atividade produtiva de um país ao longo de determinado período, procurando definir e medir os principais agregados a partir de valores já realizados ou efetivados (ex post, a posteriori, após ocorridos).
Sistemas de contabilidade social
Tratam o país como se fosse uma grande empresa que produz um único produto, o produto nacional bruto., que é o agregado de tudo o que é produzido nessa economia.
Existem dois sistemas: 
Sistema de contas nacionais: utiliza o método tradicional das partidas dobradas, discriminando as transações dos grandes agentes macroeconômicos: famílias, empresas, governo e setor externo, cada um representando uma conta específica.
Matriz de relações intersetoriais (ou matriz insumo-produto ou matriz de Leontief): inclui transações intermediárias. Trata-se de uma matriz de dupla entrada, apresentando tudo o que os setores gastam e o que compram com outros setores. 
Fluxo Circular da Atividade Econômica: retrata como a economia como um todo se movimenta. Mostra simplificadamente como indivíduos e empresas interagem na economia.
Hipótese em que indivíduos sejam detentores de outros fatores de produção, além da mão de obra, tais como: capital, construções, máquinas, equipamentos, recursos naturais, etc., e que esses fatores sejam utilizados na produção de bens e serviços. 
O Fluxo da Atividade Econômica – ou Fluxo Circular de Renda – se compõe de dois outros fluxos : 
Fluxo Real, indicativo do movimento dos recursos produtivos e bens e serviços entre os diversos agentes econômicos, e 
Fluxo Monetário, em direção oposta, revela a contrapartida do Fluxo Real, representado pelo pagamento em moeda pela utilização ou aquisição.

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