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Guia Básico BLOCKCHAIN ETHEREUM e suas possibilidades


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Guia básico sobre 
ETHEREUM 
 
CONHEÇA A PLATAFORMA QUE VAI REVOLUCIONAR OS 
MERCADOS DESCENTRALIZADOS NO MUNDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO      
 
Imagine que toda a humanidade pudesse ter acesso a um único super computador. Mas que este, na 
verdade, fosse o conjunto de centenas de milhares de computadores espalhados pelo mundo atuando na 
mesma rede, de forma descentralizada e processando as mesmas informações. Esta é basicamente a 
proposta por trás da plataforma Ethereum. 
 
Ao longo dos últimos sete anos, o mundo vem observando uma crescente onda de entusiasmo e interesse                                 
no que diz respeito às redes descentralizadas. 
 
No momento, a maior e mais notável destas redes é a Blockchain do protocolo Bitcoin, que durante esse                                   
tempo conseguiu lançar as bases de uma promissora indústria de tecnologia financeira e também serviu                             
como inspiração para várias outras ideias geniais, como é o caso da plataforma Ethereum. 
 
Diferentemente do Blockchain, que permite apenas a existência do bitcoin como moeda digital, o                           
Ethereum promete ser o berço de qualquer aplicativo descentralizado ou criptomoeda que você queira e                             
possa programar. 
 
A moeda nativa da plataforma, chamada de ether, vem registrando forte alta nos últimos dois meses,                               
quando seu valor saiu de pouco menos de US$ 1 e passou os US$ 14, fazendo com que o seu valor de                                           
mercado ultrapassasse US$ 1 bilhão. 
 
Este​rally a transformou na segunda principal criptomoeda em negociação no momento, inclusive com um                             
valor de mercado maior que todas as outras criptomoedas existentes, com a óbvia exceção do bitcoin. 
 
Atenta às tendências do mercado, a coinBR, q​ue também possui operações de mineração de ether e em                                 
breve começará a negociar a moeda no Brasil,​publica este ebook para explicar como surgiu a plataforma                                 
Ethereum, quais seus conceitos básicos, suas características inovadoras e potencias aplicações em nossas                         
vidas e negócios. 
 
O bitcoin, sem dúvida, quebrou paradigmas na indústria de tecnologia financeira desde que surgiu. O                             
Ethereum, aparentemente, possui ainda mais ferramentas para ir além e ajudar na criação e                           
desenvolvimento de outros mercados. 
 
A revolução será descentralizada. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
O QUE É O ETHEREUM? 
 
Ethereum é uma plataforma digital cuja missão principal é a implementação de aplicações                         
descentralizadas (dapps) e de ​smart contracts (contratos inteligentes). Dapps são programas de                       
computador que removem a necessidade de intermediários em basicamente qualquer serviço centralizado                       
existente ao permitirem que qualquer pessoa confie em uma contraparte desconhecida para realizar os                           
mais variados tipos de negócios e acordos de forma 100% digital. 
 
No Ethereum, os desenvolvedores também podem escrever a lógica de negócios e acordos em forma de                               
contratos inteligentes, que são executados automaticamente quando suas condições são satisfeitas por                       
ambas as partes e informadas à rede. Estes contratos podem armazenar dados, enviar e receber transações                               
e até mesmo interagir com outros contratos, independentemente de qualquer controle. 
 
Inicialmente, o termo “smart contract” foi empregado para descrever o uso de sistemas computacionais                           
(ou outros meios automatizados) que tinham como objetivo efetivar determinados acordos. 
 
Como exemplo de um smart contract mecânico, podemos citar uma máquina que vende refrigerantes ou                             
chocolates. Quando você coloca uma nota ou moeda nestas máquinas, um sistema computacional                         
programado para identificar a quantia recebida e a opção do produto feita pelo usuário faz cumprir um                                 
acordo entre o consumidor e o proprietário da máquina e realiza uma venda automática. 
 
Os dapps e smart contracts funcionam na blockchain do Ethereum, que teve sua arquitetura inicial                             
concebida por um jovem gênio russo­canadense, à época com 19 anos, chamado Vitalik Buterin, que                             
escolheu o seguinte título para o seu ​white paper​: “Ethereum: uma plataforma de contratos inteligentes e                               
aplicativos descentralizados da próxima geração”. 
 
Por “próxima geração”, Buterin refere­se às ferramentas agregadas à sua invenção que, em teoria, são                             
capazes de resolver de maneira simples e objetiva várias das limitações da Blockchain do bitcoin e, com                                 
isso, inaugurar a fase 2.0 das criptmoedas. 
 
 
 
COMO FUNCIONA O ETHEREUM? 
 
Qualquer pessoa pode carregar aplicativos ou contratos inteligentes na rede do Ethereum. A equipe de                             
desenvolvimento da plataforma buscou deixar tudo o mais simples possível para amplificar o acesso à                             
tecnologia. Por isso, os desenvolvedores podem escrever seus códigos em sete diferentes linguagens de                           
programação, incluindo algumas bastante comuns, como HTML e JavaScript, dentre outras, como Go,                         
Python e Lisp. 
 
Como desenvolvedor de aplicativos, você vai precisar de infraestrutura zero para implementar e distribuir                           
suas aplicações. Qualquer coisa que possa ser representada matematicamente pode ser modelada,                       
garantida e negociada através do Ethereum. Depois de ser escrito em uma linguagem de programação                             
aceita pela plataforma, basta subir o código na plataforma, preencher as variáveis iniciais e enviar. Depois                               
disso, o trabalho passa a ser da plataforma, que em alguns segundos converte o código para linguagem de                                   
máquina, compilado em bytecode, e depois de minerado ele estará passível de ser executado. 
 
Uma vez feito o upload, o contrato estará armazenado no blockchain e outros usuários poderão acessá­lo                               
diretamente através da plataforma ou por meio de qualquer API (​Application Programming Interface ou                           
Interface de Programação de Aplicações) desenvolvida para acessá­lo. Com isso, aquele contrato, a partir                           
da identificação de que as condições celebradas nele foram satisfeitas, irá automaticamente executar as                           
premissas nele estipuladas e poderá, por exemplo, enviar ou receber valores de uma pessoa a outra. 
 
Além disso, assim como o bitcoin, com o qual você não precisa confiar em um banco ou em uma                                     
autoridade central para manter seus recursos financeiros seguros, no Ethereum suas informações pessoais,                         
sua identidade e seus fundos também ficam sob seu controle todo o tempo, desde que dentro de sua                                   
carteira. Sem contar que suas aplicações também estão blindadas a ataques de negação de serviço, devido                               
à natureza da tecnologia ser à prova desse tipo de intempérie. 
“ 
Muito provavelmente, as principais aplicações que serão desenvolvidas no 
Ethereum ainda sequer foram pensadas e surgirão no futuro 
-Vitalik Buterin, criador do Ethereum 
” 
 
 
 
 
O Ethereum possui uma moeda própria, chamadade ether (ETH) que tem basicamente dois propósitos: 
 
● Para rodar um dapp ou um contrato inteligente na rede da plataforma, o usuário precisa pagar pela                                 
utilização do poder de processamento da rede. Quanto mais complexo for o aplicativo, mais ether                             
ele exigirá. Se o bitcoin é o ouro digital, pense o ETH neste caso como se fosse o petróleo digital,                                       
um combustível necessário para manter os computadores rodando, garantir a verificação das                       
transações e, não menos importante, a segurança de toda a rede. 
 
● Assim como acontece com o bitcoin, aqueles que participam do processo de mineração do                           
Ethereum, ou seja, de verificação dos blocos de transação, recebem como recompensa uma certa                           
quantidade de ETH. O ether é minerado através de um algoritmo chamado Ethash, que foi                             
construído para dificultar seu processamento por meio de hardwares específicos, como o chips                         
ASICs, ​utilizados para minerar bitcoin. Sendo assim, a mineração ocorre por meio de GPUs,                           
hardwares bem mais simples, o que acaba encorajando a descentralização do processo,                       
diferentemente do que vem ocorrendo na indústria do bitcoin, que está bastante concentrada em                           
investidores com capacidade de sustentar uma operação de grande escala e uso intensivo de                           
capital. 
 
O Ethereum não foi chamado de uma tecnologia da nova geração dos mercados descentralizados à toa.                               
Ele traz uma série de melhorias em relação às outras alternativas. Vejamos algumas delas: 
 
● O tempo de confirmação de cada bloco na rede Ethereum é de 17 segundos, que será baixado para                                   
15 segundos nas próximas atualizações. Em comparação, ao utilizarmos o bitcoin este processo                         
leva cerca de 10 minutos para acontecer, podendo às vezes levar até mais tempo dependendo do                               
congestionamento da rede. Em suma, o Ethereum processa uma transação 30 vezes mais rápido                           
que o bitcoin. 
 
● Você pode criar sua própria criptomoeda ou token utilizando a plataforma Ethereum. Enquanto                         
isso, na rede do Bitcoin, só existe a moeda digital homônima e nenhuma outra. 
 
● Somente contratos e aplicações simples podem ser implementadas no Blockchain do bitcoin. No                         
Ethereum, qualquer tipo de contrato inteligente ou dapp, por mais complexo que ele seja, pode ser                               
criado e executado. Tudo isso de maneira distribuída e resistente à censura de qualquer órgão. 
 
● A escalabilidade do Ethereum não é passível de uma longa e penosa discussão como vem                             
acontecendo com o bitcoin. No caso da primeira plataforma, o poder de processamento da rede                             
pode aumentar ou diminuir de acordo com a demanda. Isso já está pré­definido no protocolo                             
Ethereum. 
 
 
 
 
 
 
 
 PARA QUE SERVE O ETHEREUM? 
 
A maioria dos serviços que se usa hoje tem um fator em comum: são centralizados. Assim, por exemplo, 
você confia que seu banco pode manter seu dinheiro seguro, ser auditado independentemente e honesto. 
 
O mesmo é verdade com o Facebook, quando você carrega uma foto dos seus filhos, quando você envia                                   
um documento ao Dropbox ou mesmo quando você vai a uma consulta no hospital e cadastra na rede de                                     
saúde suas informações médicas pessoais. Se você trabalha como desenvolvedor, você precisa submeter                         
sua aplicação a uma App Store e se arrisca a tê­la removida pelas razões mais triviais e diversas. 
 
A história tem mostrado continuamente que esse modelo centralizado é falho, mas necessário para                           
garantir os níveis de confiança entre as contrapartes. Contudo, isso é complexo e custoso demais para                               
todos os envolvidos. 
 
Lembrando que tudo que é centralizado torna­se mais fácil de se atacar, pois oferece um ponto único                                 
como alvo, como o firewall de um website. 
 
 
 
As aplicações construídas no Ethereum não exigem que seus usuários confiem nos desenvolvedores com                           
relação a informações pessoais ou fundos. No Ethereum, suas informações pessoais permanecem suas,                         
seus fundos permanecem seus e seu conteúdo permanece seu. Por ser descentralizada, seus principais                           
benefícios são o fato de ser uma plataforma transparente, à prova de hackers e que nem sequer fica fora                                     
do ar. 
 
Como o Ethereum permite que você lance sua própria moeda, é possível criar qualquer tipo de ações de                                   
empresas dentro da plataforma ou representar a posse de qualquer objeto, como um carro ou uma casa. 
 
O Ethereum serve para retirar essas barreiras de desconfiança entre as partes. Você pode pensar nele                               
como uma rede distribuída programável. O fato de que o Ethereum é, por sua própria concepção,                               
resistente à fraude e à adulteração, significa que ele oferece uma nova gama de soluções para os                                 
problemas diários que são resolvidos atualmente a custos exorbitantes. Máquinas de votação, registro de                           
nome de domínio, registro de documentos legais, software médico, transferência de bens, serviços, smart                           
property e contratos entre indivíduos, sistemas de reputação e derivativos financeiros. Todos esses                         
aplicativos podem ser criados em uma rede onde os usuários mantêm o controle dos seus fundos e de seus                                     
dados pessoais o tempo todo. 
 
Uma aplicação futura do Ethereum são os DAOs ou organizações autônomas descentralizadas. Uma DAO                           
é composta de um ou mais contratos e poderia ser financiada por um grupo de indivíduos com ideias                                   
similares. Uma DAO opera completamente transparente e independente de qualquer intervenção humana,                       
incluindo seus criadores originais. Uma DAO vai ficar na rede por tanto tempo quanto ela cobrir seus                                 
custos de sobrevivência e fornecer um serviço útil à sua base de clientes. 
 
O Ethereum também permite que desenvolvedores criem, por exemplo, diferentes mercados                     
descentralizados, armazenem registros de dívidas ou promessas de pagamentos, transfiram fundos de                       
acordo com instruções dadas no passado (como uma intenção de compra/venda ou um contrato futuro) e                               
muitas outras coisas que não haviam sido inventadas ainda, tudo isso de forma automática, sem um                               
intermediário ou risco de contraparte. 
“ 
O Ethereum permite que você crie em sua plataforma qualquer aplicação 
aplicação descentralizada ou moeda digital 
 
” 
 
 
 
 
 
POTENCIAIS APLICAÇÕES 
 
Ethereum é uma plataforma de programação de aplicativos. O que pode ser construído nele é limitado                               
apenas pela criatividade dos seus desenvolvedores. Dito isso sobre a tecnologia, há três tipos de                             
aplicações que nos vêm à mente. 
 
A primeira são as moedas individuais. Imagine se você é um artista e quer se sustentar através da emissão                                     
de uma nova moeda. Se você quiserapoiar esse artista, você iria comprar essa moeda, tecnicamente                               
investindo em seu própria oferta inicial de ações (IPO). E, como as milhões de moedas que são                                 
negociadas em bolsas descentralizadas, esta moeda se tornaria uma representação do valor daquele artista                           
e não apenas um meio de troca. 
 
Ethereum torna simples emitir seus próprios tokens de valor para recompensar seus usuários por                           
determinadas ações que eles tomam, mesmo fora da rede, como um check­in no Foursquare, por exemplo,                               
ou participar de um projeto colaborativo de computação. 
 
 
 
Imagine como o relacionamento entre os consumidores e os varejistas mudaria se em vez de emitir pontos                                 
de fidelidade, varejistas emitissem cupons criptográficos de valor que poderiam ser trocados por bens e                             
serviços em mercados descentralizados ou mesmo outros pontos de valor, como milhas aéreas. 
 
Outra aplicação interessante desse conceito é que hoje, no Facebook, quando você ajuda a identificar os                               
artistas que vão se tornar bem sucedidos, clicando no botão curtir, esse valor vai para os anunciantes do                                   
Facebook e não vai para os produtores de conteúdo, nem para você.  
 
No Ethereum, por outro lado, tanto o criador do conteúdo quanto os early adopters seriam recompensados                               
por apontarem este artista. Este é um novo modelo de renda que nunca existiu antes e que pode                                   
revolucionar completamente a nossa forma de pensar sobre os rendimentos na internet de hoje. 
 
O segundo tipo de aplicação que prevemos que será muito bem sucedido no Ethereum são os aplicativos                                 
que atualmente necessitam de um intermediário. Os usuários estão cansados de pagar taxas exorbitantes                           
para empresas como Ebay, Kickstarter ou Airbnb.  
 
Numa rede peer to peer, a existência de um intermediário se limita a trazer valor agregado real, como o                                     
seguro, por exemplo, ao invés de apenas colocar duas pessoas em contato. Num Kickstarter                           
descentralizado, em vez de receber um produto encomendado que rapidamente se torna obsoleto ou                           
apenas uma camiseta, os usuários poderão ser recompensados com cupons de valor das startups em que                               
investem. 
 
O terceiro tipo de aplicação se refere às financeiras. Em nossa sociedade, há este conceito de aldeia, cujo                                   
qual, se você pegar um empréstimo e ficar inadimplente, você seria banido do meio. Em resumo, você                                 
está garantindo acesso a empréstimos com a sua reputação ao invés de usar, para isso, bens físicos.  
 
Este é um conceito bem­sucedido no mundo em desenvolvimento, onde as empresas de micro­finanças                           
sofreram com taxas de inadimplência muito baixas. Mas isso não é novidade e nunca se escalou além de                                   
um grupo pequeno de indivíduos. 
 
Com Ethereum, você pode escalar a reputação para milhões de pessoas, por isso prevemos grandes                             
mudanças não apenas no mundo em desenvolvimento, mas também muito mais perto de casa. E isso não                                 
seria limitado apenas ao crédito. No Ethereum, qualquer usuário pode emitir e negociar ações, títulos,                             
derivativos e até contratos de diferenças. 
 
Pode ser que as aplicações Ethereum que terão o maior impacto no mundo não tenha ainda sido                                 
inventadas, da mesma forma que levou quatro anos para as redes sociais aparecerem na web e mais dois                                   
anos para vê­las diversificar e inventar novas aplicações como micro­blogging. 
 
 
 
 
UM POUCO DE HISTÓRIA 
 
O Ethereum foi inicialmente descrito por Buterin no final de 2013 como o resultado de sua pesquisa e                                   
trabalho na comunidade Bitcoin. Pouco depois, Vitalik publicou o ​Ethereum white paper​, no qual ele                             
descreve em detalhes o desenho técnico e racional por trás do protocolo Ethereum, além da arquitetura                               
dos smart contracts. 
 
No dia 25 de janeiro de 2014, durante a North American Bitcoin Conference, realizada emMiami (EUA),                                 
Vitalik apresentou oficialmente sua ideia. Imediatamente após sua apresentação, uma grande quantidade                       
de desenvolvedores o procurou para entender melhor sua proposta. 
 
Em abril daquele ano, Dr. Gavin Wood, que começou a trabalhar com Buterin, publicou o ​Ethereum                               
Yellow Paper que serviu como a bíblia técnica e a especificação de­facto para a Ethereum Virtual                               
Machine (EVM). A partir deste artigo técnico, o Ethereum passou a ter a possibilidade de ser                               
implementado em várias linguagens de programação. 
 
Além do desenvolvimento do software para o Ethereum, a viabilidade para lançar uma nova criptomoeda                             
e uma blockchain requeria um esforço gigantesco de bootstrapping, uma espécie de mecanismo de                           
inicialização de aplicações, com o objetivo de reunir os recursos necessários para colocar a plataforma de                               
pé e em funcionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para dar início a uma grande rede de desenvolvedores, mineradores, investidores e outros interessados, o                             
Ethereum anunciou um plano para conduzir uma pré­venda das moedas ether. 
 
As complexidades legais e financeiras que envolvem o levantamento de recursos por meio de uma                             
pré­venda levou a criação de várias entidades legais, incluindo a Fundação Ethereum, estabelecida em                           
junho de 2014, em Zug, na Suiça. 
 
No início de julho, o Ethereum distribuiu a alocação inicial de ether por meio de uma pré­venda que                                   
durou 42 dias, totalizando o equivalente a 31.591 bitcoins, que à época valiam pouco mais de USD 18,4                                   
milhões, em troca por 60.102,216 ETH. 
 
Os resultados da venda foram inicialmente usados para pagar débitos acumulados com as questões legais                             
e jurídicas da empreitada e também para os meses de empenho dos desenvolvedores que ainda precisavam                               
ser compensados, além de dar sustentação ao contínuo desenvolvimento da tecnologia. 
 
Após o sucesso da pré­venda de ether, o desenvolvimento da tecnologia foi formalizado sobre uma                             
organização sem fins lucrativos chamada ETHDEV, que gerencia o desenvolvimento do Ethereum e tem                             
Vitalik Buterin, Gavin Wood e Jeffrey Wilcke como os três diretores da entidade. 
 
Ao longo de 2014, o interesse dos desenvolvedores cresceu firmemente e o time da ETHDEV conseguiu                                 
entregar uma série de lançamentos de proof­of­concept (PoC) para a comunidade desenvolvedora fazer                         
suas avaliações. Frequentes posts do time desenvolvedor no blog do Ethereum ajudaram a manter o                             
entusiamo e ímpeto ao redor dos avanços do Ethereum. O aumento do tráfego e o crescimento da base de                                     
usuários tanto no fórum do Ethereum quando no Reddit eram provas de que a plataforma estava atraindo                                 
uma comunidade devota e rapidamente crescente de desenvolvedores.Isso tem continuado ainda nos dias                           
de hoje. 
 
Em novembro de 2014, o ETH DEV organizou o evento DEVcon­0, que reuniu desenvolvedores                           
Ethereum de todo o mundo na cidade alemã de Berlim para discutir uma série de questões envolvendo a                                   
tecnologia. Várias apresentações e sessões da conferência serviram mais tarde para orientar importante                         
iniciativas que tornaram o Ethereum mais confiável, seguro e escalável. 
 
Em abril de 2015, o programa DEVgrants foi anunciado, que consistiu em um programa que oferecia                               
recursos para contribuições tanto para a plataforma quanto para projetos baseados no Ethereum. Centenas                           
de desenvolvedores já estavam dedicando seu tempo e intelecto para os projetos. O programa continua                             
ainda aberto a todo e em janeiro de 2016 foi renovado oferecendo mais recursos aos participantes. 
 
Ao longo de 2014 e 2015 o desenvolvimento da plataforma passou por uma série de lançamentos de PoCs                                   
que culminaram no teste de rede do 9º PoC, chamado Olympic. A comunidade desenvolvedora foi                             
convidada a testar os limites da rede e um prêmio substancial em recursos foi alocado para aqueles que                                   
 
 
conseguissem ter sucesso em quebrar o sistema de algum jeito. Um mês depois do teste, as recompensas                                 
foram anunciadas oficialmente depois do lançamento oficial do Ethereum. 
 
No começo de 2015, outro programa de recompensas foi lançado oferecendo bitcoins para aqueles que                             
encontrassem vulnerabilidade em qualquer parte do software do Ethereum. Isso sem dúvida contribuiu                         
para a confiabilidade e segurança do Ethereum e a própria confiança da comunidade na plataforma. O                               
programa ainda continua ativa e não há data planejada para seu fim. 
 
A auditoria de segurança do Ethereum começou no final de 2014 e continuou ao longo do primeiro                                 
semestre de 2015. Múltiplas firmas terceiras de segurança de software foram envolvidas para conduzir um                             
processo final de auditoria nos componentes críticos do protocolo. Os relatórios de auditoria descobriram                           
problemas de segurança que foram resolvidos e testados novamente e resultaram, em última instância, em                             
uma plataforma mais segura. 
 
A rede do Ethereum Frontier foi lançada oficialmente no dia 30 de julho de 2015 e os desenvolvedores                                   
começaram a escrever smart contracts e aplicativos descentralizados, conhecidos como Dapps, para                       
rodarem em tempo real na rede Ethereum. Ao mesmo tempo, mineradores começaram a se juntar à rede                                 
Ethereum para manter a segurança da blockchain da plataforma e passaram a ganhar ether para minerar os                                 
blocos, algo muito similar ao que acontece com o bitcoin. 
 
Apesar de que o lançamento do Frontier tenha sido o primeiro marco do projeto Ethereum e foi                                 
inicialmente pensado como uma versão beta por seus desenvolvedores, ele acabou se mostrando no final                             
das contas muito mais capaz e confiável do que se esperava e houve uma verdadeira corrida de                                 
desenvolvedores que passaram a construir soluções e a melhor o ecossistema do Ethereum. 
 
A segunda conferência de desenvolvedores DEVCON1 ocorreu na cidade inglesa de Londres no início de                             
novembro do ano passado. O evento, que durou cinco dias, reuniu mais de 100 apresentações e painéis de                                   
discussões, atraindo mais de 400 participantes, compostos por desenvolvedores, empreendedores,                   
pensadores e executivos de negócios. 
 
A presença de grandes corporações, como UBS, IBM e Microsoft, claramente indicam o interesse pela                             
tecnologia. Inclusive, a Microsoft anunciou que iria oferecer o Ethereum em sua nova blockchain como                             
uma oferta de serviço na plataforma de computação na nuvem Microsoft Azure. 
 
Outro grande marco para tecnologia ocorreu no dia 14 de março, quando o Ethereum deixou sua versão                                 
beta Frontier e passou a rodar a robusta versão conhecida por Homestead, que inclui uma série de                                 
melhorias no protocolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONCLUSÃO 
 
O Ethereum é uma plataforma em constante desenvolvimento. Surgiu a partir de uma jovem mente                             
brilhante e hoje já envolve centenas de desenvolvedores de alto nível que estão trabalhando dia e noite                                 
para propor melhorias e soluções criativas para a rede. 
 
Diferentemente do bitcoin, o ether não tem como proposta ser uma moeda de reserva de valor, mas isso                                   
poderá acontecer, dependendo da conjuntura. O cerne do Ethereum é ser a infraestrutura tecnológica para                             
a resolução de crises de confiança entre contrapartes que são tão presentes no mundo. 
 
No futuro, talvez utilizaremos aplicações sem sequer saber que elas estão rodando na plataforma do                             
Ethereum. Mas até chegarmos a esse ponto, muita coisa ainda precisa acontecer. A única certeza é que o                                   
time de Vitalik Buterin está caminhando por terras ainda não desbravadas pela humanidade e, só por isso,                                 
já merece nosso respeito e atenção.

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