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O aborto de repetição é caracterizado quando há perda de três gestações seguidas

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O aborto de repetição é caracterizado quando há perda de três gestações seguidas, com o mesmo parceiro. Se a mulher tem mais de 35 anos, dois abortos em sequência já podem indicar o problema. O aborto pode ocorrer até a vigésima semana de gestação, mas geralmente ocorrem antes de completarem 12 semanas. Cerca de 0,5% dos casais sofrem com essa dificuldade.
A grande maioria dos casos tem soluções simples. Leia abaixo a relação de causas possíveis e como trata-las.
Malformações fetais
As malformações fetais ocorrem quando há alterações cromossômicas do feto, e isso pode acontecer independentemente dos pais serem normais. Apenas 4% dos casos de aborto de repetição são causadas por isso. “Não há tratamento específico, apenas um aconselhamento genético que vai estimar o risco de ocorrerem novas perdas nas gestações seguintes. Para isso, é fundamental que se faça o diagnóstico genético do feto abortado”, explica o Dr.Ricardo. Nesses casos o casal também deve se submeter ao exame genético
Fragilidade do colo uterino
As vezes pode ocorrer uma fragilidade do colo uterino, que não consegue segurar o peso da gravidez. A causa para essa fragilidade pode ser congênita ou uma consequência de traumas sobre o colo do útero que podem acontecer numa curetagem por exemplo. É mais frequente após a 16ª semana de gestação e a perda não provoca muita dor, explica o Dr. Ricardo.
Esse problema pode ser diagnosticado antes da gravidez, com um exame chamado histerossalpingografia , ou durante a gestação, por meio de uma ultra-som. Para soluciona-lo, é colocado uma sutura que mantêm o colo do útero fechado e a gestante deve ficar em repouso relativo. “A sutura é retirada e a paciente ainda pode tentar o parto vaginal”. O resultado é excelente, diz o especialista.
Inadaptação Imunológica
O feto tem 50% da carga genética da mãe e 50% do pai. Em função disso o feto é interpretado como um corpo estranho para o organismo da mulher no início da gravidez. “A mulher precisa da um” visto de permanência para este diferente corpo. Esse processo se inicia com o reconhecimento dos antígenos paternos, seguido da produção de anticorpos cuja função será a de suprimir a resposta do sistema imunológico da mulher contra feto”. Esclarece, o Dr.Ricardo.
Quando este reconhecimento não funciona adequadamente, o organismo da mulher ver o feto como um agente agressor e produz substâncias que impedem o desenvolvimento da placenta e do feto, provocando o aborto. Essa causa é chamada aloimune e é responsável por cerca de 85% dos casos de aborto de repetição.
O diagnóstico desse problema é feito com um teste chamado prova cruzada de “croosmatch”, no qual se verifica se a mulher produz os anticorpos que reconhecem os antígenos paternos. Se isso não acontece mesmo depois dela já ter engravidado mais de uma vez, está detectado o problema.
O tratamento consiste em imunizar a mulher com as células brancas- os linfócitos do marido. Depois disso, o teste da prova cruzada é repetido. Se estiver tudo certo a mulher poderá ter uma nova gravidez. Esse tratamento tem resultados positivos em 8,9% dos casos, na primeira tentativa.
Disfunções hormonais
A causa hormonal mais frequente é a chamada fase lútea deficiente. “ Nesse caso a mulher produz mais progesterona do que seria necessário para manter a nutrição adequada do endométrio nos primeiros meses de gravidez”, explica o Dr.Ricardo. O tratamento se faz com a indução da ovulação ou a reposição de progesterona até o terceiro mês de gestação. Entre 20 e 25% dos casos de aborto de repetição tem como causa a fase lútea deficiente.
Outra causa hormonal é a hiperprolactinemia, um aumento da dosagem da prolactina no sangue da mulher que pode interferir na ovulação ou mesmo causar a fase lútea deficiente. O tratamento é simples, por meio de medicamentos que reduzem a liberação de problema.
Durante a gestação também pode ocorrer também alterações na glândula tireóide, como o hipo ou hipertiroidismo, levando a abortos recorrentes. O tratamento para cada problema é específico.
Doenças autoimune
Algumas pessoas podem desenvolver anticorpos contra seus próprios órgãos ou tecidos. Isso pode passar despercebido até que ocorra uma gravidez. O tratamento dependerá da origem do problema.
Uma das alterações autoimunes mais frequentes é a síndrome dos anticorpos antifosfolipídicos, em que o organismo da mulher produz anticorpos que aumentam a coagulação, podendo induzir a formação de trombos na placenta. A gestante que apresenta esse problema recebe um tratamento a base de medicamentos de injeções diárias e de anticoagulantes .
Trombofilia hereditária
Ocorre quando tem alterações genéticas que predispõem a trombose, problema que pode prejudicar o desenvolvimento do feto até provocar um abortamento. O tratamento pode ser feito pela simples ingestão de aspirinas ou pelo uso de anticoagulantes, dependendo do caso.

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