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Economia 1 2016.2 Módulo 1 Escolas Econômicas

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
GRADUAÇÃO 2016.2 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: ___________________________________________________ 
 
 
 
ECO1134 - ECONOMIA 1 
72 h/a 4 Créditos 
 
 
MÓDULO 1 – ESCOLAS ECONÔMICAS 
 
 
Prof.: Egenilton Rodolfo de Farias 
Email: aegenilton@yahoo.com.br 
 
 
© Copyright Egenilton 2016 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 1 
 
CONTEÚDO PÁGINA 
Apresentação do programa, bibliografia, forma de avaliação 01 
Introdução 03 
Escolas Econômicas: a criação científica da Economia: de 1750 a 1870 04 
Escolas Econômicas: a elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870 a 1929 10 
Escolas Econômicas: a fase atual da Ciência Econômica: de 1929 aos nossos dias 13 
Questões sobre escolas econômicas 17 
Referências usadas no módulo 1 18 
 
APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA, BIBLIOGRAFIA, FORMA DE AVALIAÇÃO. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Introdução ao estudo da ciência econômica: suas principais escolas. 
 Análise econômica: definição, natureza, objetivo e métodos da ciência econômica. 
 Sistema econômico: conceitos, agentes, organização e funcionamento. 
 Estudo do mercado: oferta, demanda, elasticidade e conceitos de estruturas de mercado. Evolução da 
moeda e sistema monetário contemporâneo. 
 Noções de contabilidade social: principais agregados e balanço de pagamentos. Breve estudo do Estado 
na economia. 
 Noções de relações econômicas internacionais. 
 Tópicos de desenvolvimento econômico. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
www.editorasaraiva.com.br 
PINHO, D. B; VASCONCELLOS, M. A. S. (orgs.) Manual de economia 
(Equipe de Professores da USP). 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, 624p. 
Número de Chamada: 33 M294 
 
 
www.editoraatlas.com.br 
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. Ed. São Paulo: Atlas, 
2008, 928p. 
Número de Chamada: 33 R829I 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de 
economia. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008, 246p. 
Número de Chamada: 330.1 V331f 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 2 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
www.atica.com.br 
MELVIN, Michael; BOYES, William. Introdução à economia. São Paulo: Ática, 
2006, 479p. 
Número de Chamada: . . . . . . 
 
 
www.editoraatlas.com.br 
FONTES, Rosa; RIBEIRO, Hilton; SANTOS, Gilnei. Economia: um enfoque 
básico e simplificado. São Paulo: Atlas, 2008, 256p. 
Número de Chamada: . . . . . . 
 
 
www.elsevier.com.br 
MANKIW, N. Gregory. Introdução a Economia: Princípios de micro e 
macroeconomia. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010, 872p. 
Número de Chamada: 33 M278i 
 
 
www.pearson.com.br 
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Prentice Hall, 
2007, 352p. 
Número de Chamada: . . . . . . 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
WESSELS, Walter J. Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, 544p. 
Número de Chamada: 33 W515e 
 
FORMA DE AVALIAÇÃO 
1º GQ: prova do GQ (0 a 10). 
2º GQ: prova do GQ (0 a 10 ASSUNTO ACUMULATIVO). 
 Será concedido bônus, a critério do professor, ao aluno que frequentar assiduamente às aulas, participar das 
atividades, demonstrarem interesse e atenção nas aulas. Todas as provas serão SEM consulta de material. 
 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 3 
INTRODUÇÃO 
 
 A palavra economia deriva do grego oikosnomos (de oikos, casa; nomos, lei), que significa 
a administração de uma casa, ou do Estado. 
 
 Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, rádio e televisão, deparamo-nos com inúmeras 
questões econômicas, como: 
 
 Aumentos de preços; 
 
 períodos de crise econômica ou de crescimento; 
 
 desemprego; 
 
 setores que crescem mais do que outros; 
 
 diferenças salariais; 
 
 crises no balanço de pagamentos; 
 
 vulnerabilidade externa; 
 
 valorização ou desvalorização da taxa de câmbio; 
 
 dívida externa; 
 
 ociosidade em alguns setores de atividade; 
 
 diferenças de renda entre as várias regiões do país; 
 
 comportamento das taxas de juros; 
 
 déficit governamental; 
 
 elevação de impostos e tarifas públicas. 
 
 
 Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que, 
com altas doses de empirismo, têm opiniões formadas sobre as medidas que o Estado deve adotar. 
 
 Um estudante de Economia, de Direito ou de outra área pode vir a ocupar cargo de 
responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública e necessitará de 
conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos que nos 
rodeiam diariamente. 
 
 O objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e formular 
soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 4 
 
ESCOLAS ECONÔMICAS: A CRIAÇÃO CIENTÍFICA DA ECONOMIA: DE 1750 A 1870 
 
 A História do Pensamento Econômico é um estudo da herança deixada pelos que 
escreveram sobre assuntos econômicos no transcurso de muitos anos. A especulação do homem 
quanto ao seu meio: desde os tempos antigos. Por outro lado, o desenvolvimento da Análise 
Econômica teve de origem relativamente recente (a partir do século XVIII). 
 
FISIOCRACIA 
 Grupo de pensadores franceses, conhecidos como “os economistas” (filósofos economistas). 
Eles foram os primeiros a formar uma doutrina, uma verdadeira escola de pensamento econômico, 
com corpo teórico sólido e compartilhado. 
 
 Iniciou em 1756 com a publicação dos verbetes Rendeiros e Grãos de autoria de Quesnay. 
 
 Terminou em 1776 com a queda de Turgot do Ministério das Finanças e publicação de “A 
Riqueza das Nações” de Adam Smith. 
 
 Fisiocracia = governo da natureza. É a ciência do governo da vida social, que descobre suas 
leis naturais e indica a conduta econômica do governo e das classes, para o aumento da riqueza e o 
alcance da prosperidade. 
 
 Denominação de fisiocratas (1768): publicação de “Fisiocracia, ou constituição essencial do 
governo mais vantajoso para o gênero humano” (Du Pont de Nemours) 
 
 Foram reformadores sociais. As teorias representavam uma reação ao mercantilismo e a 
(certas) características feudais do Antigo Regime, por isso pregavam reformas através da ditadura 
esclarecida. 
 
 O grupo estava centrado na figura de Quesnay. Os outros são discípulos que absorveram e 
aceitaram seus ensinamentos com fidelidade (exceto Turgot). Eles agiam como grupo, “eram mais 
que uma escola cientifica: formavam um grupo unido no que respeita a um credo; constituíam, na 
verdade, o que se denomina freqüentemente uma seita”. Exerciam militância por suas idéias, 
considerados como excêntricos. Tiveram uma influencia passageira na historia francesa 
 
 O sucesso da fisiocracia, sobretudo de Quesnay, foi um sucesso de salão, no Palácio de 
Versalhes. 
 
 Segundo os historiadores, a sociedade elegante conversava a respeito da fisiocracia por 
algum tempo, mas poucas pessoas fora desse circulo tomavam conhecimento disto, exceto em tom 
zombeteiro. Havia, destarte, uma moda fisiocrata, mas não um movimento fisiocrata no sentido em 
que existiu (e existe) um movimento marxista, especialmente inexistiu um movimento enraizado nos 
interesses da classe agrária. 
 
Principais idéias econômicas 
 O inicio da perspectiva adotada pela Escola Clássica: existe um produto nacional e a tarefa 
da economia política é estudar as causas (origem, fonte) desse produto, sua circulação global e sua 
distribuição entre as classes sociais. 
 
 A partir dessa escola começou um estudo sistemático da Economia como um método 
cientifico especializado de analise. 
 
 Idéia de ordem natural: sociedade sujeita as leis da natureza; a Fisiocracia busca a harmonia 
das atividades humanascom essas leis, realizando a descoberta dessas leis. Daí a analogia da 
ciência da sociedade (Fisiocracia) com ciências biológicas: fluxo mercantil e sistema Sanguíneo; o 
organismo econômico, deixado por si próprio, conduz ao melhor caminho. 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 5 
 Uma orientação liberal. O livre comércio de grãos deve elevar seus preços e estimular a 
produção. São propagandistas do laissez-faire, laissez-passer = liberdade de negócios interno e 
livre comercio exterior. Pode ser considerada a primeira doutrina econômica identificada com o 
capitalismo (ainda que agrário), pelo destaque ao capital (adiantamentos agrícolas) e por sua 
defesa do liberalismo econômico. 
 
Principais autores 
 Pierre Boisguilbert (1647-1707) 
 terra como principal fonte de riquezas; proteção dos interesses agrários 
 pregação por reforma econômica e fiscal (abusos) 
 Sebastien de Vauban (1633-1707) 
 marechal, plano tributário contra isenções 
 estigmatizou o luxo, as dividas publicas, o privilégio 
 ambos foram denunciados e desonrados por suas proposições liberais 
 Francois Quesnay (1694-1774) 
 fundador do pensamento fisiocrata, em torno de sua figura que esta doutrina se 
estabelece 
 filho de proprietário de terras, educado para ser medico, estabelece-se na carreira 
de cirurgião, depois medico 
 primeiras publicações são referentes a medicina 
 1748 (54 anos) torna-se medico ordinário do rei; isso possibilita que em 1755 (aos 
61 anos) adquira uma propriedade rural que será o ponto de partida de sua obra 
econômica 
 1756 publica o primeiro estudo econômico sobre Rendeiros na Enciclopédia 
 começa a escrever seus estudos sobre economia por volta dos 60 anos, depois 
de ter tido uma carreira de medico e cirurgião 
 autor do Quadro Econômico, 1758, 1759, 1766 
 Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781) 
 Ministro das Financas (1774-1776), aplicou alguns conceitos fisiocratas, porem 
não é um seguidor estrito de Quesnay 
 figura de maior importância política e de espírito mais amadurecido que os 
fisiocratas da “seita” de Quesnay 
 - publica Reflexões sobre a formação e a distribuição da riqueza (1769-70) 
 dedicou-se a compreensão do capital e do juro 
 Pierre Samuel du Pont de Nemours (1739-1817) 
 45 anos mais novo que Quesnay 
 Publicista, divulgador, serviu a corte com Turgot; seu livro deu nome a escola de 
Fisiocracia, ou constituição essencial do governo mais vantajoso para o gênero 
humano (1768) 
 elaborou tratado de comercio entre Inglaterra e Franca (1786) 
 
Francois Quesnay Turgot Pierre Samuel 
 Em 1764, Adam Smith, então professor de Filosofia Moral na Universidade de Glasgow, 
entrou em contato com Quesnay, Turgot e outros fisiocratas, ao visitar a França. Doze anos depois, 
tornou-se o chefe da Escola Clássica que, juntamente com a Escola Fisiocrática, marcou o início da 
fase propriamente científica da economia. 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 6 
ESCOLA CLÁSSICA 
 Considera-se que sua formação e consolidação (1776-1817) correspondem ao nascimento 
da ciência econômica (com o nome de Economia Política). Seu predomínio se estende até pouco 
depois da metade do século XIX. Seus principais autores são Smith e Ricardo, secundados por 
Malthus, Say e Stuart Mill. 
 
 Embora a grande maioria dos autores tenha feito de Smith (1723- 1790) o apologista da 
nascente classe industrial capitalista, a verdade é que sua simpatia voltava-se freqüentemente para 
o operário e o trabalhador da terra, opondo-se aos privilégios e à proteção tal que apoiavam o 
"sistema mercantil". 
 
 O caráter otimista de Smith destoou dos mercantilistas; que o precederam e de MaIthus, que 
o seguiria. Confiava Smith no egoísmo inato dos homens e na harmonia natural de seus interesses: 
todo indivíduo se esforça, em seu próprio benefício, para encontrar o emprego mais vantajoso para 
seu capital, qualquer que seja ele - o que o conduz, naturalmente, a preferir o emprego mais 
vantajoso para a sociedade; o constante e ininterrupto esforço de todo homem para melhorar sua 
própria condição é freqüentemente bastante pode roso para manter a marcha natural das coisas no 
sentido da melhoria, a despeito da extravagância do governo e dos piores erros da administração. 
 
 Para Smith, Deus (ou a natureza) implantou no homem certos instintos, entre os quais o de 
"trocar": este, mais a tendência de ganhar mais dinheiro e de subir socialmente, conduzem o 
trabalhador a poupar, a produzir o que a sociedade precisa e a enriquecer a comunidade. Os 
homens são "naturalmente" assim. 
 
 Se o governo se abstiver de intervir nos negócios econômicos, a "Ordem Natural" poderá 
atuar. Mas, como os fisiocratas, Smith não afirmava que fosse ela espontânea: era um fim que 
deveria ser alcançado. 
 
 Apesar da abundância de exemplos e de digressões, a Riqueza das nações contém o que 
seu subtítulo anuncia: investigação da natureza e das causas da riqueza das nações. Ou seja, em 
termos modernos, o autor busca uma teoria do desenvolvimento econômico. 
 
 A principal explicação de Smith para o desenvolvimento está nas primeiras páginas de sua 
obra: a divisão do trabalho - expressão de simplicidade enganadora, utilizada por ele com dois 
sentidos diferentes que seriam, em termos modernos: a especialização da força de trabalho, que 
acompanha o avanço econômico, e a alocação da força de trabalho entre várias linhas de emprego. 
 
 Ao enfatizar o mercado como regulador da divisão do trabalho, distinguiu o "valor de uso" do 
"valor de troca", atribuindo interesse econômico apenas ao último. Considerou o valor distinto do 
preço, afirmando ser o trabalho "a medida do valor". Analisou a distribuição da renda ao discutir os 
três componentes do "preço natural": salários, lucros e rendas da terra. Dos problemas do valor e da 
distribuição da renda, passou à exposição dos mecanismos de mudança econômica e dos fatores 
que governam a alocação das forças de trabalho entre empregos produtivos e improdutivos. 
 
 Marx utilizou a expressão "economistas clássicos" para designar os autores da teoria 
econômica que encontrara em Ricardo seu ponto culminante. Keynes considerou "clássicos" seus 
predecessores, incluindo entre eles Stuart Mill, Marshall, Edgeworth e Pigou. Empregamos "Escola 
Clássica" no sentido de grupo de economistas do fim do século XVIII e começo do século XIX, 
liderados por Adam Smith. 
 
 O modelo teórico de desenvolvimento econômico de Smith constituía parte integrante de sua 
política econômica: ao contestar o padrão mercantilista de regulamentação estatal e de controle, apoiava 
a suposição de que a concorrência maximiza o desenvolvimento econômico e de que os benefícios do 
desenvolvimento seriam partilhados por toda a sociedade. 
 Nas suas obras, Smith preocupa-se com três problemas básicos: 
 Que fatores são responsáveis pela riqueza das nações e como se dá o crescimento 
econômico? 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 7 
 Que fatores impedem o desmoronamento da sociedade, composta por pessoas 
essencialmente egoístas? Ou seja, como explicar a coesão social num mundo onde todos 
buscam os próprios interesses? 
 Para onde caminha a sociedade? Em que direção ela se move? 
 De modo geral, os críticos de Smith têm afirmado que sua obra não é o original, salvo pela a 
disposição dos assuntos e pela exposição. Reconhecem, porém, que escolheu exemplos tão 
significativos que sua importância é reconhecida ainda hoje, e conseguiu combinar materiais históricos e 
analíticos de modo excepcionalmente eficaz. 
 Seus admiradores, entretanto, consideram a Riqueza das nações uma notável conquista 
intelectual, que deu uma visão completa do progresso econômico, dentro de um tratamento teórico, 
afastado de interesses particulares (diferentemente de seus antecessores). 
 Dentre seus discípulos, destacam-se pelas importantescontribuições à construção da Ciência 
Econômica: Malthus, Ricardo, Stuart Mill e Say (representante francês da Escola Clássica). De modo 
geral, todos eles procuraram explicar certos pontos ambíguos ou inconsistentes da obra de Smith. 
 Thomas Robert MaIthus (1766-1834) tentou precisar a terminologia teórica (Definitions in political 
economy) e colocar a economia em sólidas bases empíricas, embora reconhecendo os precários 
fundamentos empíricos de muitas proposições amplamente aceitas, bem como a deficiência dos dados 
estatísticos. Tornou-se famoso com a obra An essay on the principle of population, publicada 
anonimamente na primeira edição (1798), mas cuja calorosa recepção levou-o a preparar mais seis 
edições (a última em 1826). 
 Escreveu ainda vários panfletos e artigos sobre temas do momento e sua maior obra teórica - 
The principles of political economy considered with a view to their practical application. A lei da 
população de Malthus desenvolveu um aspecto que Smith deixara incompleto: “... a potência da 
população é infinitamente maior do que a potência da terra na produção de subsistência para o homem. 
A população, quando não controlada, cresce a uma taxa geométrica. A subsistência só cresce a uma 
taxa aritmética. Um ligeiro conhecimento dos números mostrará a imensidão da primeira potência em 
relação à segunda". 
 Os fatos, entretanto, mostraram que Malthus subestimara o ritmo e o impacto do progresso 
tecnológico. Além disso, não lhe seria possível prever a revolução agrícola que viria alterar radicalmente 
a oferta de bens de alimentação, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana. Relativamente às 
propriedades "auto-reguladoras" dos mercados, afastou-se de seus contemporâneos e apresentou 
contribuições desenvolvidas por James Mill e Say. 
 David Ricardo (1772-1823) trabalhou no mesmo sentido de Malthus, isto é, preocupado em 
ampliar a tradição iniciada por Smith. Mas, diferentemente de Smith e de MaIthus, que usaram 
amplamente exemplos ilustrativos, Ricardo, banqueiro de uma lógica rigorosa, era direto e formal. 
 Construiu um sistema abstrato em que as conclusões decorrem dos axiomas. 
 O interesse de Ricardo pela teorização da economia desenvolveu-se em sua meia-idade, quando 
já se havia enriquecido como lista em títulos governamentais e como banqueiro. Estimulado por James 
Mill, concentrou-se na redação dos Principles of political economy and taxation, publicado em 1817. 
 Nas duas primeiras edições, Ricardo mostrou-se otimista em relação às conseqüências sociais 
do maquinismo, mas na terceira reviu sua posição e concluiu que a máquina poderia provocar o é 
desemprego tecnológico e deteriorar as condições do trabalhador. Esta posição conflitava com a fé de 
Smith na "harmonia de interesses- entre as várias classes da sociedade e seria tema de destaque na 
obra de Marx. 
 Ricardo mudou de modo sutil, a análise clássica do problema do valor: "Então, a razão pela qual 
o produto bruto se eleva em valor do comparativo é porque mais trabalho é empregado na produção da 
última porção obtida, e não porque se paga renda ao proprietário da terra. O valor dos cereais é regulado 
pela quantidade de trabalho empregada em sua e produção naquela qualidade de terra, ou com aquela 
porção de capital, que não paga aluguel". 
 Ricardo mostrou as interligações entre expansão econômica e distribuição da renda. Tratou dos 
problemas do comércio internacional defendeu o livre-cambismo. Mas, como observou Lekachman, as 
idéias conduzem a resultados inesperados: Ricardo jamais teria suposto, que viesse a inspirar 
"socialistas ricardianos" - como William Thompson, - rol John Gray, Thomas Hodgskin, John Francis 
Bray, Charles Hall etc., que somaram elementos utópicos (edificação de comunidade com base na 
bondade e na racionalidade humanas) à fé em uma economia e psicologia científicas. 
 John Stuart Mill (1806-1873), filho do economista James Mill, buscou sistematizar e consolidar a 
análise clássica, desde Adam Smith. “Ao fazê-lo, todavia, modificou algumas premissas, histórica do 
pensamento econômico como revisionista”, e introduziu na economia preocupações de "justiça social" 
que lhe valeram o qualificativo de "clássico de transição" entre sua Escola e as reações socialistas. A 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 8 
reinterpretação das leis que governam a atividade econômica, em geral, e a distribuição da renda, em 
particular, talvez representem a modificação mais importante efetuada por Stuart Mill à tradição clássica. 
 Jean Baptiste Say (1768-1832), jornalista, industrial, parlamentar e professor de economia do 
"Collège de France" foi o principal representante francês da Escola Clássica. Retomou a obra de Smith 
para corrigi-Ia e completá-la em vários pontos. Daí seu Cours d'economie politique (1928, em seis 
volumes). Deu atenção especial ao empresário e ao lucro; subordinou o problema das trocas 
diretamente à produção, tornando-se conhecida sua concepção de que a oferta cria a procura 
equivalente (popularizada como "Lei de Say"). 
 Stuart Mill e Marx preocuparam-se com as conseqüências sociais da industrialização em sua 
época, especialmente o baixo padrão de vida da crescente classe trabalhadora (empilhada em favelas 
urbanas, sem as mais elementares condições sanitárias), a longa jornada de trabalho, os reduzidos 
salários, a ausência de legislação trabalhista e previdenciária etc. Mas, se o florescimento industrial 
fosse julgado em termos do crescimento da produção, do aumento do volume do comércio internacional 
ou da acumulação do capital produtivo, então o sucesso seria inegável. Esse contraste evidenciava, para 
ambos, que o sistema de distribuição de renda não estava funcionando bem na economia capitalista em 
expansão. Por outro lado, o crescimento industrial parecia associado a instabilidades econômicas que se 
sucediam com regularidade impressionante. Ambos, Stuart Mill e Marx, perceberam que o instrumental 
teórico legado pelos clássicos não era adequado: baseava-se nos pressupostos da "harmonia de 
interesses" e da ordem natural e providencial, que não se confirmavam. 
 Os dois autores não concordaram, entretanto, quanto à solução: Stuart Mill argumentou que a 
distribuição da renda era sensível à manipulação humana e preconizou políticas de promoção do bem-
estar geral, mas, sobretudo voltadas para a classe trabalhadora; Marx criticou-o por tentar harmonizar a 
economia política do capital às exigências do proletariado (entendido como classe "sem propriedade" ou 
que possui apenas o seu poder de trabalho), e essas exigências não podiam mais ser ignoradas. 
 
Adam Smith Malthus Stuart Mill 
 
 
David Ricardo Jean Baptiste Say 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 9 
MARXISMO 
 Karl Marx (1818-1883) opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões, 
com base no que Lenin considerou a melhor criação da humanidade no século XIX: a filosofia alemã, a 
economia política inglesa e o socialismo francês. 
 Criticou a doutrina populacional de Malthus com base nas diferenças características dos diversos 
estágios da evolução econômica e seus respectivos modos de produção, afirmando que uma mudança 
no sistema produtivo poderá converter em excedente demográfico uma aparente escassez populacional. 
 Preocuparam-se com épocas históricas específicas, contestando os casos hipotéticos dos 
clássicos (Smith, por exemplo, escrevera sobre um estágio "primitivo e rude" da sociedade), as 
construções abstratas que não consideravam o significado da dinâmica interna do processo histórico, 
nem as leis econômicas peculiares aos estágios históricos. 
 Ao lado de disputas metodológicas com o classicismo, Marx modificou a análise do valor, apesar 
de haver utilizado vários componentes da versão clássica da teoria do valor-trabalho (Ricardo, 
especialmente); desenvolveu conceitos que se tornaram muito conhecidos (como,por exemplo, o de 
mais valia, capital variável, capital constante, exército de reserva industrial e outros), analisaram a 
acumulação do capital, a distribuição da renda, as crises econômicas etc. 
 Marx disse que “o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer outra 
mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção, e conseqüentemente à reprodução, desse 
artigo em especial". 
 Desenvolveu argumentos para mostrar que o valor da força de trabalho se baseia nos insumos 
de trabalho necessários à subsistência e treinamento dos trabalhadores. As condições da produção do 
sistema capitalista, entretanto, obrigam o trabalhador a vender mais tempos de trabalho do que o 
necessário para produzir valores equivalentes às suas necessidades de subsistência. Os trabalhadores 
são obrigados a aceitar as condições impostas pelos empregadores porque não dispõem de fontes 
alternativas de renda. 
 Assim, seu dia de trabalho compreende o tempo "necessário- à produção de valores iguais às 
exigências de manutenção, e um tempo de trabalho "excedente". O valor criado pelo tempo de trabalho 
excedente é apropriado pelos detentores dos meios de produção - os capitalistas. 
 Por sua própria natureza, o capitalismo tende a separar as classes sociais de modo sempre 
crescente: com o avanço tecnológico, um número cada vez maior de trabalhadores é rebaixado em suas 
técnicas, e passa a realizar operações de rotina e tarefas repetitivas. Além disso, a substituição dos 
homens pelas máquinas faz aumentar o exército de reserva dos desempregados - conseqüência do 
modo de produção capitalista, que mantém a posição de poder dos capitalistas e permite abundante 
oferta de trabalho a salários de subsistência. Aliás, entre os próprios capitalistas, a difusão do 
maquinismo e a dinâmica do sistema fazem desaparecer os pequenos empresários, ou os de menores 
recursos, que também se tornam dependentes dos proprietários dos meios de produção. 
 Ademais, a existência do exército de reserva industrial explica também a tendência dos salários 
se manterem ao nível de subsistência: os capitalistas podem recorrer à mão-de-obra desempregada 
para substituir aquela que deseja melhores salários. 
 Muitos autores afirmam que a contribuição de Marx à análise econômica é um prolongamento, 
engenhosamente elaborado, da Escola Clássica. Outros os contestam com veemência, insistindo no erro 
freqüente de se analisar separadamente as diversas teorias marxistas, o que destrói a unidade do 
marxismo - um conjunto de filosofia, sociologia, história e economia. Outros, enfim, acusam o "complô do 
silêncio" dos "economistas burgueses" em tomo da obra de Marx, por causa de sua sociologia da 
revolução, que preconiza a derrubada violenta da ordem capitalista. 
 Friedrich Engels foi um revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o marxismo. Ele 
foi co-autor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o Manifesto Comunista. 
Também ajudou a publicar, após a morte de Marx, O Capital, principal obra de seu amigo e colaborador. 
 
Karl Marx Livro “O Capital” Friedrich Engels 
 
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ESCOLAS ECONÔMICAS: A ELABORAÇÃO DOS PRINCÍPIOS TEÓRICOS 
FUNDAMENTAIS: 1870 A 1929 
 
 Os parâmetros deste importante período da evolução do pensamento econômico foram 
marcados: 
 
 No início - 1870 - pelo espaço de tempo em que surgiu a análise econômica moderna, com a 
mudança na definição dos problemas econômicos: da determinação das causas do 
desenvolvimento da riqueza, o economista passou a se preocupar com a alocação dos recursos 
escassos entre usos alternativos, com o fim de maximizar a utilidade ou a satisfação dos 
consumidores. Ao mesmo tempo, a economia adquiriu caráter internacional, já que anteriormente 
representava campo de estudos de ingleses e franceses, principalmente. E tomou-se disciplina 
acadêmica, estudada em Universidades, deixando de ser domínio quase exclusivo dos homens de 
negócio. 
 
 No fim - 1929 - pela "Grande Depressão", que gerou verdadeira "crise de consciência- dos 
economistas, quando estes perceberam que a ciência clássica não lhes permitia analisar 
integralmente a expansão da atividade econômica e elaborar políticas econômicas adequadas. 
Verificaram que a teoria do retomo automático ao equilíbrio era indefensável: os preços e os custos 
não se a adaptam mutuamente corri rapidez e facilidade (teoria dos custos constantes), e as ofertas 
e procuras nem sempre reagem automaticamente diante das alterações dos preços (teoria da 
concorrência imperfeita); a própria moeda, com base no padrão-ouro, provocava desequilíbrios; a 
atividade econômica apresentava-se cada vez menos competitiva etc. 
 
 O Neoclassicismo apresentou-se sob a forma de importantes escolas, dentre as quais se 
destacaram: a Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca, a Escola de Lausanne ou Escola 
Matemática, a Escola de Cambridge e a Escola Sueca. 
 
ESCOLA DE VIENA 
 Escola de Viena ou Escola Austríaca é constituída por um grupo de economistas que 
lecionou na Universidade de Viena e sustentou algumas idéias comuns, mais tarde englobadas no 
marginalismo. 
 
 Nascida com Carl Menger (1840-1921), ela foi pouco divulgada no exterior por causa da 
barreira da língua. As obras de Menger constituíram, na Alemanha e na Áustria, o fundamento dos 
estudos teóricos posteriormente aí realizados. A escola continuou com Friedrich Von Wieser (1851-
1926) e Eugen von Böhm-Bawerk (1851-1914). A tradição austríaca encontra-se também nos 
trabalhos de Ludwig Edler von Mises (1881-1973), de Friedrich August von Hayek (1899- ) e de 
John Richard Hicks (1904- ). 
 
 O ponto de partida de Carl Menger consistiu em chamar a atenção para os fundamentos 
psicológicos do valor, voltando a certas idéias de Condillac, que criticava os economistas clássicos 
que pesquisavam a origem do valor nas coisas e não no homem. Baseando-se nessa idéia, Menger 
constatou que a intensidade de um desejo decresce com sua satisfação e daí concluiu que o valor 
de um bem (supondo que ele seja divisível, como um pedaço de pão) é determinado por sua última 
porção, ou seja, por sua porção menos desejável. Esse é o princípio da utilidade marginal. 
 
 A conclusões semelhantes chegaram os economistas William Stanley Jevons (1835-1882) e 
Léon Walras (1834-1910), mas foram os representantes da escola austríaca os que melhor 
exploraram o princípio. Reduzindo todos os fatos econômicos a valores e partindo da nova noção de 
valor que formularam, os austríacos acreditaram poder reconstituir abstratamente os mecanismos 
da vida econômica. Assim, eles propuseram novas explicações para o valor dos bens de produção, 
os juros, a moeda e a distribuição dos bens. 
 
 
 
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ESCOLA DE LAUSANNE 
 Escola de pensamento econômico marcada pelas obras do economista francês Léon Walras 
(1834-1910), primeiro catedrático de economia da Faculdade Lausanne, e de seu sucessor e 
discípulo, o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). A escola caracteriza-se também pela formulação 
da teoria do equilíbrio geral, desenvolvida por Walras, e pela ênfase no tratamento matemático dos 
problemas econômicos. 
 
 Walras e Pareto procuraram demonstrar como todos os valores econômicos determinam-se 
mutuamente, definindo uma interdependência geral dos mercados de produtos e dos fatores de 
produção (ou de serviços produtivos, segundo a expressão de Walras). 
 
 Essa interdependência seria assegurada pela ação do empresário, que utiliza os fatores de 
produção para produzir e vender bens e serviços, e pelo fato de que as receitas totais provenientes 
de todas as vendas dos meios de produção devem igualar — numa concorrência pura e equilibrada 
— as receitas totais obtidas pelas vendas de todos os bens de consumo. À noção de 
interdependência de mercados, acrescenta-se a de equilíbrio. 
 
 Walrase Pareto procuraram definir as condições de um equilíbrio estável, onde existiriam 
forças que compensariam automaticamente os desvios e desequilíbrios, restabelecendo o equilíbrio 
geral. 
 
ESCOLA DE CAMBRIDGE 
 Conjunto dos pensamentos econômicos desenvolvidos em duas fases distintas por um grupo 
de economistas ligados à Universidade de Cambridge, na Inglaterra. 
 
 O primeiro e maior nome do grupo foi Alfred Marshall, teórico do marginalismo e titular da 
cadeira de economia política de Cambridge até 1908. Marshall foi sucedido por seu discípulo Arthur 
C. Pigou, teórico da política do bem-estar social e que lecionou em Cambridge até 1944. Em todo 
esse período, o pensamento econômico de Cambridge foi caracterizado pelo refinamento da teoria 
marginalista e da teoria econômica clássica, com ênfase nas teorias do valor, da distribuição e do 
equilíbrio, assim como nas análises microeconômicas. 
 
 Depois da Segunda Guerra Mundial, entretanto, os economistas de Cambridge refutaram os 
preceitos básicos da teoria marginalista, ou o que se tornou conhecido como teoria econômica 
neoclássica, desenvolvendo idéias baseadas no trabalho de John Maynard Keynes e abrindo um 
grande debate com o pensamento ortodoxo. As principais figuras nesse debate do pós-guerra foram 
Joan Robinson e Nicholas Kaldor. Nesse período, também passaram por Cambridge e exerceram 
considerável influência pelo rigor dos trabalhos o italiano Piero Sraffa e o polonês Michal Kalecki. 
 
 Em sua nova postura, a escola de Cambridge passou a enfatizar a análise macroeconômica, 
em contraste com as análises microeconômicas baseadas na utilidade marginal. E refutou 
diretamente alguns dogmas da teoria marginalista, como o de que haveria uma relação funcional 
direta entre a taxa de lucro e a aplicação intensiva de capital. 
 
 Os economistas de Cambridge demonstraram a possibilidade da reciclagem do capital e 
criticaram os marginalistas por tirarem conclusões sobre os grandes agregados econômicos a partir 
de microanálises, argumentando que a função dos agregados de produção não é compatível na 
prática com as microfunções econômicas. Criticaram também a teoria neoclássica da distribuição, 
que relaciona o fator preço com a produtividade marginal. E passaram a desenvolver uma teoria do 
crescimento econômico fundamentada em Keynes, tendo como objetivo o pleno emprego, por meio 
do qual se poderia determinar uma redistribuição de lucros e salários. 
 
 De modo geral, essa abordagem tenta equacionar o subemprego de recursos econômicos, 
privilegiando o investimento como o motor da economia, em contraste com a teoria neoclássica, 
que, detendo-se no equilíbrio do pleno emprego, destaca a poupança, em vez do investimento, 
como fator de crescimento. 
 
 
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ESCOLA NEOCLÁSSICA SUECA 
 
 Grupo de economistas suecos (Myrdal, Lundberg, Lindhal, Heckscher, Ohlin) que, inspirados 
na obra de Knut Wicksell, notabilizaram-se por estudos sobre as relações temporárias entre os 
fenômenos econômicos. 
 
 Em 1934, Myrdal desenvolveu, em seu livro Monetary Equilibrium (Equilíbrio Monetário), a 
análise das antecipações econômicas, introduzindo as distinções entre o que chamou de “ex-ante” e 
“ex-post”, ou seja, a definição das quantidades econômicas em termos de ações projetadas no início 
de um período e de medidas realizadas no fim do mesmo período. 
 
 Em seguida, Lundberg, em seus Studies in the Theory of Economic Expansion (Estudos 
sobre a Teoria da Expansão Econômica), 1937, e Lindhal, na obra Studies in the Theory of Money 
and Capital (Estudos sobre a Teoria do Dinheiro e do Capital), 1939, utilizaram a análise de 
seqüência. Ela indica como uma situação econômica se transforma em outra e explica os processos 
de ajustamento das variáveis econômicas no tempo. 
 
 Como Myrdhal, Lindhal insiste na importância das antecipações das receitas, dos 
investimentos, dos movimentos de preços, dos juros etc. Para Lindhal, é a partir dessas 
antecipações que se calcula o valor do capital, e este, por sua vez, determinará a importância da 
renda global e do movimento dos preços. 
 
 Ohlin não acredita na eficácia prática das taxas monetárias de juros para determinar a 
quantidade de investimentos e o conjunto da atividade econômica, mas sim nos planos “exante” de 
poupança, de consumo e de antecipação da renda. 
 
 Lundberg, por sua vez, procurou dinamizar o equilíbrio monetário com seus modelos de 
seqüência, que se aplicam, em particular, no estudo da influência dos diferentes tipos de expansão 
(da produção de bens de consumo e investimentos de capital) sobre o desenvolvimento econômico. 
 
 Ao contrário das análises econômicas estáticas, que estudavam apenas a posição final do 
equilíbrio econômico e o resultado das forças em ação, a dinâmica das seqüências desenvolvidas 
pelos economistas suecos estuda o jogo das forças econômicas e seus encadeamentos temporais. 
O desenvolvimento da análise dinâmica contribui para a explicação das flutuações econômicas, que 
não estavam integradas nos sistemas de equilíbrio estático. E essa explicação foi elaborada 
simultaneamente com a construção de uma teoria macroeconômica da renda global e da teoria 
dinâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLAS ECONÔMICAS: A FASE ATUAL DA CIÊNCIA ECONÔMICA: DE 1929 AOS 
NOSSOS DIAS 
 
EVENTOS RECENTES QUE INFLUENCIARAM OS ESTUDOS DA ECONOMIA MUNDIAL 
 Grande depressão de 30: estudiosos da economia buscaram encontrar caminhos para a 
estabilização ocorrida em virtude da quebra da bolsa de NY (1929). 
 1936: John Maynard Keynes postula a moderna teoria da análise econômica, onde propunha 
que as políticas econômicas adotadas não funcionavam adequadamente, e sugeria que o 
Estado deveria intervir como regulador da Economia. 
 
John Maynard Keynes 
 1945: 55% da capacidade industrial voltada para armamentos (na época era considerado 
muito mais lucrativo e tinha grande demanda); também houve um grande despertar para o 
crescimento de povos subdesenvolvidos (foi motivado principalmente pela facilitação das 
economias internacionais e também pela busca do bem-estar). 
 1946: invenção do Eniac (Pensilvânia University) – equipamento pesando 30 tons, com a 
capacidade de fazer cálculos balísticos complexos. 
 
 Década de 50 e 60: busca pelo crescimento econômico por países subdesenvolvidos: 
 Desenvolvimento econômico = condição de bem estar (apesar de muitas vezes o 
bem estar não estar relacionado ao progresso) 
 Globalização em fase acelerada no começo da década de 50. 
 As nações pobres sofriam com a explosão demográfica, desequilíbrio ecológico, 
exploração desequilibrada e consumo destrutivo. 
 1969: criação da primeira infra-estrutura global de comunicações e os respectivos protocolos 
(ARPANET – o precursor da Internet). 
 
Equipe que projetou e implantou a Arpanet, 
predecessora da internet. 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 14 
 1985: instauração da Perestroika (que significa reconstrução, reestruturação) foi, em 
conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail 
Gorbachev, em 1985. Ganhou a conotação de “reestruturação econômica”. (Gorbachev 
sentiu que a economia da União Soviética estava decaindo, e percebeu que o sistema 
socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma - 
uma das idéias principais era a de reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa 
nacional). 
 Fim de 1989: queda do Muro de Berlim e reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental. 
 
 1990: operadores privados começaram a criar as suas próprias infra-estruturas, e as 
restrições à comercialização da Internet foi totalmente abolidas, aparecendo a World Wide 
Web, o desenvolvimento dos browsers, a diminuiçãode custos de acesso, o aumento de 
conteúdos, entre outros fatores, fizeram com que a Internet tivesse um crescimento 
exponencial. 
 1992: estabelecido o Tratado da União Européia (normalmente conhecido como Tratado de 
Maastricht), ou mercado único europeu (que nada mais é do que uma união aduaneira). 
Passou a adotar uma moeda única (o euro, adotado por 16 dos 27 estados membros em 
forma escritural a partir de 1º de janeiro de 1999 e como cédula e moeda desde 1º de janeiro 
de 2002) e políticas agrícolas, de pescas, comerciais e de transportes comuns. 
 1992: estabelecido o 
Tratado da União Européia 
(normalmente conhecido 
como Tratado de 
Maastricht), ou mercado 
único europeu (que nada 
mais é do que uma união 
aduaneira). Passou a 
adotar uma moeda única 
(o euro, adotado por 16 
dos 27 estados membros 
em forma escritural a partir 
de 1º de janeiro de 1999 e 
como cédula e moeda 
desde 1º de janeiro de 
2002) e políticas agrícolas, 
de pescas, comerciais e 
de transportes comuns. 
 
 
 fim do século XX: surgimento da questão crucial sobre a aceleração do crescimento 
econômico das economias periféricas. Globalização acelerada principalmente depois do 
tremendo avanço tecnológico das telecomunicações, dos computadores em rede e da 
Internet. 
 
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REVOLUÇÃO KEYNESIANA 
 No conturbado período entre as duas Grandes Guerras, surgiu John Maynard Keynes (1883-
1946), cujas obras romperam com a tradição neoclássica e apresentaram um programa de ação 
governamental para a promoção do pleno emprego. Foi tal o impacto que produziram, que a 
atuação de Keynes e de seus continuadores passou a ser cognominada de "Revolução 
Keynesiana". 
 
 Ela é uma modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, com a qual não se 
atinge totalmente a autonomia da empresa privada, e que prega a adoção, no todo ou em parte, das 
políticas sugeridas na principal obra de Keynes, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, 
1936. 
 
 Tais políticas propunham solucionar o problema do desemprego pela intervenção estatal, 
desencorajando o entesouramento em proveito das despesas produtivas, por meio da redução da 
taxa de juros e do incremento dos investimentos públicos. 
 
 As propostas da chamada “revolução keynesiana” foram feitas no momento em que a 
economia mundial sofria o impacto da Grande Depressão, que se estendeu por toda a década de 30 
até o início da Segunda Guerra Mundial. Suas idéias influenciaram alguns pontos do New Deal, o 
programa de recuperação econômica de Franklin D. Roosevelt (1933-1939). 
 
 De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo conflito 
mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez de mão-de-obra na maioria dos países 
capitalistas. Para a maioria dos economistas, era a comprovação da eficácia das propostas 
keynesianas. Surgiu a convicção de que o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos 
soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar 
dinheiro. 
 
 Após 1945, a teoria econômica keynesiana converteu-se em ortodoxia, tanto para os 
economistas quanto para a maioria dos políticos. O keynesianismo lançou raízes principalmente nos 
Estados Unidos, temerosos de que o regresso dos veteranos de guerra pudesse provocar nova 
depressão. 
 
 Em 1946, foi provada a Lei do Emprego, que transformou em obrigação legal do governo 
manter o pleno emprego mediante empréstimos e financiamentos de obras públicas. No período 
imediatamente posterior à guerra, a política econômica e uma parcela importante dos trabalhos 
teóricos dos keynesianos centraram-se no problema da manutenção do pleno emprego. Assim, as 
pesquisas voltavam-se para as flutuações da atividade econômica a curto prazo, para os meios de 
vencer a depressão e para a tendência à estagnação, manifestada a longo prazo pelo sistema 
econômico. 
 
 Os trabalhos mais importantes baseados nas idéias de Keynes surgiram nos Estados 
Unidos, elaborados por um grupo de jovens economistas liderados por Alvin Hansen, professor em 
Harvard. Alguns desses trabalhos referem-se ao arcabouço técnico de A Teoria Geral; outros 
procuram analisar as relações entre os salários reais e nominais, tendo como preocupação o 
equilíbrio no desemprego, bem como os fatores que contribuem para o esgotamento dos períodos 
de elevado nível de atividade econômica e o início das depressões. Mas os trabalhos teóricos de 
maior alcance dos keynesianos prendiam-se às tendências, a longo prazo, da economia capitalista 
(a chamada teoria do declínio das oportunidades de investimento) e à possibilidade de o nível de 
atividade econômica ser influenciado ou determinado pelo governo mediante ma política monetária 
e fiscal. 
 
 A partir de 1969 foi instituído o Prêmio Nobel de Economia e consolidou-se a importância da 
Teoria Econômica como corpo científico próprio. Os primeiros ganhadores foram Ragnar Frisch e J 
an Tinbergen. Aliás, os econometristas e economistas que trouxeram contribuição empírica ao 
conhecimento econômico têm se constituído na grande maioria dos agraciados com o Nobel de 
Economia. 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 16 
TENDÊNCIAS DA CIÊNCIA ECONÔMICA DEPOIS DE KEYNES 
 
 A Teoria Econômica vem apresentando algumas transformações, principalmente a partir dos 
anos 70, após as duas crises do petróleo. Três características marcam esse período. Primeiro, 
existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria. O segundo 
ponto diz respeito ao avanço no conteúdo empírico da economia. Finalmente, observamos uma 
consolidação das contribuições dos períodos anteriores. 
 
 O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volume e 
precisão sem precedentes. A Teoria Econômica passou a ter um conteúdo empírico que lhe conferiu 
uma aplicação prática maior. Por um lado, isso permite um aprimoramento constante da teoria 
existente; por outro, abre novas frentes importantes. 
 
 Todo o corpo teórico da economia avançou consideravelmente. Hoje a análise econômica 
engloba quase todos os aspectos da vida humana, e o impacto desses estudos na melhoria do 
padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O controle e o planejamento 
macroeconômico nos permitem antecipar muitos problemas e evitar algumas flutuações 
desnecessárias. 
 
 A economia pós-keynesiana é um conjunto de formulações e propostas de um grupo de 
economistas — entre os quais se destacam Joan Robinson e Paul Davidson —, que, tomando como 
ponto de partida as idéias de Keynes e Kalecki sobre a crítica das idéias convencionais acerca do 
equilíbrio, desenvolveu uma nova macroeconomia. 
 
 A ênfase dessa abordagem é a natureza dinâmica da economia de mercado (que utiliza o 
dinheiro como intermediário de trocas), que está sujeita a grande dose de incerteza. A dinâmica dos 
mercados, que envolve uma noção de tempo cronológico, nem sempre se encontra em equilíbrio e 
o comportamento dos agentes econômicos em tais mercados nem sempre responde 
adequadamente aos estímulos proporcionados, de forma a alcançar qualquer ponto de otimização. 
 
 Alguns autores pós-keynesianos colocaram menor ênfase na dinâmica de curto prazo e 
concentraram suas atenções nas condições que permitiriam uma taxa de crescimento estável a 
médio e longo prazo. Seguindo as teses de Sraffa, alguns autores dessa corrente estudaram as 
tendências de longo prazo da economia capitalista e a divisão do excedente entre o capital e o 
trabalho e as contradições que cercam essas relações. Tais contradições criariam incertezas, o que 
impediria que uma economia crescesse num ritmo estável, correspondendo a todas as expectativas 
dos agentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES SOBREESCOLAS ECONÔMICAS 
 
 
01) Quais as características básicas da fase de criação científica da Economia? 
 
 
02) Explique resumidamente o que é a Escola Clássica. 
 
 
03) Comente sobre as principais críticas à Escola Clássica. 
 
 
04) O que os fisiocratas chamaram de “idéia de ordem natural”? 
 
 
05) Quem foi o mais destacado dos economistas clássicos? Quais suas principais idéias? 
 
 
06) Quais as principais tendências da ciência econômica depois de Keynes? 
 
 
07) Por que a atuação de Keynes e de seus continuadores passou a ser cognominada de "Revolução 
Keynesiana"? 
 
 
08) Que fato consumado em 1992 foi marcante para a economia mundial? 
 
 
09) Quem foi Karl Marx? 
 
 
10) O primeiro catedrático de economia da Faculdade Lausanne, da França, foi: 
 a ( ) John Maynard Keynes 
 b ( ) Karl Marx 
 c ( ) Léon Walras 
 d ( ) Adam Smith 
 e ( ) Thomas Robert MaIthus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Economia 1 Módulo 1 ♦ Página 18 
 
REFERÊNCIAS USADAS NO MÓDULO 1 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de 
economia. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Capítulo 2. 
Número de Chamada: 330.1 V331f 
 
 
www.editoraatlas.com.br 
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. Ed. São Paulo: Atlas, 
2008. Capítulo 1. 
Número de Chamada: 33 R829I 
 
 
www.editorasaraiva.com.br 
PINHO, D. B; VASCONCELLOS, M. A. S. (orgs.) Manual de economia 
(Equipe de Professores da USP). 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Capítulos 
2 e 3. 
Número de Chamada: 33 M294 
 
 
 
SITES RECOMENDADOS 
 
 
www.race.nuca.ie.ufrj.br 
www.ipea.gov.br 
www.coreconpe.org.br 
www.anpec.org.br 
economia.uol.com.br

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