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MATERIAL DIDÁTICO ELETRÔNICA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 UNIDADE 2 – AMPLIFICADORES OPERACIONAIS ............................................ 05 UNIDADE 3 – SEMICONDUTORES E DIODOS .................................................... 11 3.1 Definindo semicondutores e dinâmica de suas ligações ................................... 11 3.2 A junção pn e o diodo semicondutor ................................................................. 15 3.3 Tiristores ............................................................................................................ 21 UNIDADE 4 – TRANSISTORES ............................................................................. 24 4.1 Transistor bipolar de junção (TBJ) .................................................................... 26 4.2 Transistores de efeito de campo (FET) ............................................................. 30 UNIDADE 5 – CIRCUITOS LÓGICOS DIGITAIS ................................................... 35 5.1 As portas lógicas ............................................................................................... 37 5.2 Sistemas digitais ............................................................................................... 41 UNIDADE 6 – O USO DO CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) ... 43 6.1 Composição dos CLPs ...................................................................................... 43 6.2 Unidades terminais remotas (UTR) ................................................................... 46 6.3 Unidades dedicadas .......................................................................................... 46 6.4 Recursos do CLP .............................................................................................. 47 6.5 Instalação do CLP ............................................................................................. 51 6.5.1 Normas para a Instalação dos CLPs nos Quadros Elétricos .......................... 52 6.5.2 Cablagem dos Condutores nos Quadros Elétricos para Automação Industrial .................................................................................................................. 53 6.5.3 Comportamento do Controlador em Caso de Falta de Energia Elétrica ......... 56 6.5.4 Segurança na Fase de Instalação .................................................................. 56 6.5.5 Interface com a Rede Elétrica e com os Dispositivos de I/O .......................... 56 6.5.6 Manutenção e Pesquisa dos Defeitos ............................................................ 58 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 60 ANEXOS ................................................................................................................. 62 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Numa definição ampla, eletrônica, disciplina básica do curso de Engenharia Elétrica, seria definida como a arte de estudar e controlar a energia elétrica por meios elétricos, ou seja, o uso dos circuitos formados por componentes elétricos e eletrônicos. Amplificadores operacionais, semicondutores e diodos, transistores, circuitos lógicos digitais são alguns dos componentes pertencentes a este universo no qual os elétrons têm papel fundamental. Iniciaremos nossos estudos pelos fundamentos dos amplificadores operacionais, importantes em qualquer aplicação prática, bem como buscaremos compreender os conceitos de ganho e resposta em frequência de um amplificador operacional que é condição essencial para a sua utilização em instrumentação eletrônica. Lembremos do avanço da computação nos últimos 50 anos! Os sistemas eletrônicos modernos existem por causa dos componentes eletrônicos discretos individuais que têm sido integrados para funcionar como sistemas complexos. Embora o uso de componentes eletrônicos discretos esteja sendo largamente substituído pelos circuitos integrados, ainda é importante entender como funcionam os componentes individuais. Passaremos, portanto, pelo funcionamento dos semicondutores e diodos. Os transistores são outra família de componentes eletrônicos que veremos ao longo da unidade, com foco para o transistor bipolar de junção e de efeito de campo. Os computadores digitais têm tomado lugar de destaque na engenharia e nas ciências pelas últimas três décadas, realizando uma série de funções essenciais, como computação numérica e aquisição de dados, portanto, devemos estudar as características essenciais dos circuitos lógicos digitais, que estão no centro do computador digital. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 UNIDADE 2 – AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Uma das mais importantes funcionalidades da instrumentação eletrônica é a amplificação de sinais. A necessidade de converter pequenos sinais elétricos encontra diversas aplicações. Talvez a aplicação mais comum seja a conversão de um pequeno sinal elétrico de tensão, gerado por um toca fitas ou por um receptor de rádio ou por um tocador de CDs, para um nível capaz de atuar diretamente sobre um par de alto-falantes, ilustrado didaticamente abaixo. Amplificador em um sistema de áudio Os amplificadores têm diversas aplicações, não só relacionadas com a engenharia elétrica, por exemplo: a amplificação de pequenos sinais de transdutores (bioeletrodos, termistores e acelerômetros). Outras aplicações menos evidentescomo a utilização destes dispositivos na filtragem de sinais e isolamento de impedâncias também serão apostos nesta unidade, mas vamos partir de um amplificador operacional, analisando suas características gerais. a) Características do amplificador ideal O modelo mais simplificado de um amplificador está ao lado, no qual um sinal Vs(t) é amplificado por um fator constante “A”, denominado ganho do amplificador. Idealmente a tensão sobre a carga é dada pela expressão: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 Observe que o circuito apresentado foi modelado por seu equivalente de Thévenin, e a carga por sua resistência equivalente. O teorema de Thévenin assegura que a figura pode ser representante de circuitos mais complexos. O circuito equivalente da fonte é o circuito que o amplificador “vê” em sua entrada, e a carga RL corresponde à resistência equivalente vista a partir da saída do amplificador. Rizzoni (2013) lança o seguinte questionamento: O que aconteceria se fossem invertidos os pontos de vista da fonte e da carga? Ou seja, o que a fonte “enxerga” a partir da entrada do amplificador e o que a carga “enxerga” a partir da saída do amplificador? Enquanto não fica claro até este ponto, como se pode caracterizar o circuito interno do amplificador (que é relativamente complexo), pode-se presumir que este se comportará como uma carga equivalente em relação à fonte e como uma fonte equivalente em relação à carga. Afinal, isto é uma aplicação direta do teorema de Thévenin. A Figura ao lado apresenta uma imagem que representa o amplificador. A “caixa preta” da figura anterior é agora representada como um circuito equivalente que tem o comportamento que se segue. O circuito de entrada tem a resistência equivalente R entrada sendo a tensão de entrada ventrada dada por: A tensão equivalente de entrada vista pelo amplificador é amplificada por um fator constante A. Isto está representado pela fonte de tensão controlada Av entrada. A Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 fonte de tensão controlada aparece em série com a resistência interna Rsaída que é chamada de resistência interna (ou de saída) do amplificador. Desta maneira, a tensão entregue para a carga pode ser calculada pela expressão: Ou, substituindo Ventrada na equação: Em outras palavras, a tensão na carga é uma versão amplificada da tensão da fonte. Lamentavelmente, como pode ser observado, o fator de amplificação depende tanto da impedância da fonte quanto da carga e das resistências de entrada e saída do amplificador. Desta maneira, um amplificador terá desempenho variável conforme a carga e a fonte em que estiver conectado. b) Amplificador operacional Um amplificador operacional (AOP) é um circuito integrado, que é formado por um conjunto de dispositivos elétricos e eletrônicos em uma única pastilha de silício. Um AOP é capaz de realizar várias operações sobre sinais, tais como adições, filtragens e integrações, que são também baseadas em propriedades de modelos de amplificador operacional e elementos de circuitos ideais. A introdução de amplificadores operacionais sob a forma de circuitos integrados marcou o início de uma nova etapa na eletrônica moderna. Desde o aparecimento do primeiro circuito integrado de um amplificador operacional, a tendência da instrumentação eletrônica caminhou da utilização de componentes discretos (uso de componentes individuais) na direção da utilização de circuitos integrados para um elevado número de aplicações. Esta afirmação é particularmente verdadeira para aplicações em Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 engenharia, não necessariamente elétrica, onde é possível encontrar AOPs sendo utilizados em aplicações de medição e instrumentação, servindo como um bloco extremamente versátil para qualquer finalidade onde seja necessário algum processamento de sinais elétricos. Segundo Rizzoni (2013), a tecnologia dos circuitos integrados se encontra em um estágio tão avançado de desenvolvimento que é possível afirmar que, para a maioria das aplicações de instrumentação, o amplificador operacional pode ser tratado como um dispositivo ideal. O comportamento de um amplificador operacional ideal é bem semelhante a um amplificador diferencial, que é um dispositivo que amplifica a diferença entre os valores de duas tensões de entrada. Os amplificadores operacionais são caracterizados por uma resistência de entrada que se aproxima de infinito e uma resistência de saída muito pequena. A entrada assinalada com um sinal positivo é denominada de entrada (ou terminal) não inversora, enquanto que a representada por um sinal negativo é denominada de entrada (ou terminal) inversora. O fator de amplificação, ou ganho AV(OL) é denominado ganho de tensão em malha aberta e seu valor de projeto é bastante elevado, podendo variar da ordem de 105 a 107. Uma das configurações mais populares de amplificadores operacionais, devido à sua simplicidade, é essa configuração inversora: O sinal de entrada a ser amplificado é conectado no terminal inversor, enquanto o terminal não inversor é aterrado. Será mostrado como é possível Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 escolher de forma (quase) arbitrária o ganho deste amplificador pela razão de dois resistores. A análise parte da aplicação da LKC no nó da entrada inversora, onde: a corrente iF que flui da saída de volta para o terminal inversor, é adequadamente chamada de corrente de realimentação, por representar uma entrada no amplificador que é amostrada da saída. Aplicando-se a Lei de Ohm, podemos determinar cada uma das três correntes mostradas na figura acima: Sendo a última corrente conforme consideramos anteriormente. A tensão na entrada não inversora v+ é facilmente definida como zero, pois está diretamente conectada ao terra: v+ = 0. Então, a operação em malha aberta do AOP exige que: Após determinar a tensão presente na entrada inversora v- em termos de vsaída, podemos definir o ganho do amplificador pela expressão: Vsaída/vs. Esta grandeza é denominada ganho em malha fechada, devido à ligação da realimentação entre a saída e a entrada caracterizarem uma malha fechada. Vale entender que os amplificadores operacionais permitem projetar circuitos de considerável sofisticação em alguns poucos passos, pela simples seleção de valores apropriados de resistores. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 Rizzoni (2013) resume alguns critérios de importância prática que o projetista deve ter em mente quando selecionar o valor de certos componentes para circuitos com AOPs. Use valores padronizados de resistores. Garanta que a corrente na carga seja razoável (não escolha valores de resistores muito pequenos). Evite escolher capacitâncias1 aleatoriamente (não escolha resistores de valor muito elevado). Projetos precisos necessitam de garantias. Se um dado projeto requer que o ganho do amplificador tenha um valor preciso, pode ser adequado o uso de resistores de precisão (de custo mais alto), com, por exemplo, tolerância de 1%. 1 A capacidade que um condutor isolado tem de armazenar cargas elétricas é limitada e depende da sua dimensão e do meio que o envolve. Essa capacidade recebe o nome de capacitância e é definida como o quociente da carga armazenada Q pelo seu potencial V, ou seja: C = Q/V, onde: C é a capacitância ou capacidade de um condutor; Q é a carga elétrica e V é o potencial elétrico. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 UNIDADE 3 – SEMICONDUTORES E DIODOS Os materiais podem ser classificados em 03 (três) tipos: Classificação dos materiais Conceito Exemplos Condutores Um material é condutor, quando os elétrons são fracamente ligados ao núcleo e ao serem submetidos a uma diferença de potencial passam a se locomover no interior do material. O ouro, a prata, o cobre e outros. Isolantes Um material é isolante, quando os elétrons se encontram fortemente presos em suas ligações, evitando a circulação desses elétrons. A borracha, a mica, a porcelana, etc. Semicondutores Um material é semicondutor se sua resistência se encontra entre a dos condutores e a dos isolantes. Principais: silício e germânio. 3.1 Definindo semicondutores e a dinâmica de suas ligações A principal característica dos semicondutores é a de possuir 04 (quatro) elétrons em sua última camada, camada de valência. Isto permite aos átomos do material semicondutor a formação entre si de ligações covalentes (SENAI, 2000). O germânio e o silício são os exemplos clássicos de materiais que apresentam uma resistividade elétrica intermediária, por isso eles fazem parte do grupo dos materiais semicondutores. Embora possa ser feito com mais de um elemento, os semicondutores elementares ou intrínsecos são materiais constituídos de elementos do grupo IV da tabela periódica, tendo propriedades elétricas que estão entre as dos materiais condutores e isolantes. Como exemplo, considere a condutividade de três materiais comuns: cobre, um bom condutor, tem uma condutividade de 0,59 x 106 S/cm; vidro, um bom isolante, pode variar de 10-16 a 10-13 S/cm; e, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 silício, um semicondutor, tem uma condutividade que varia de 10-8 a 10-3 S/cm. Note, então, que o nome semicondutor é um nome apropriado. Segundo nos ensina Rizzoni (2013), um material em condução é caracterizado por um grande número de elétrons na banda de condução, os quais têm uma ligação muito fraca com a estrutura básica do material. Portanto, um campo elétrico transmite energia para outros elétrons em um condutor e possibilita o fluxo de corrente. Em um semicondutor, por outro lado, é necessário considerar a estrutura cristalina do material, que, nesse caso, é caracterizada pela ligação covalente. Abaixo temos uma representação do arranjo da rede para o silício (Si), um dos semicondutores mais comuns. Estrutura da rede de silício, com quatro elétrons de valência Com temperatura suficientemente alta, a energia térmica faz com que os átomos da rede vibrem; com uma energia cinética suficiente, alguns elétrons de valência quebram suas ligações com a estrutura da rede e ficam disponíveis como elétrons de condução. Esses elétrons livres permitem um fluxo de corrente no semicondutor. Em um condutor, elétrons de valência têm ligações muito fracas com o núcleo, portanto, estão disponíveis para a condução numa extensão muito maior que os elétrons livres em um semicondutor. Um aspecto importante para esse tipo de condução é que o número de portadores de carga depende da quantidade de energia térmica presente na estrutura. Por isso, muitas propriedades dos semicondutores são em função da temperatura. Os elétrons livres de valência não são os únicos no mecanismo de condução em um semicondutor. Se um elétron livre deixa a estrutura da rede cristalina, ele cria Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 uma carga positiva correspondente nessa estrutura. Abaixo temos um esquema da situação em que uma ligação covalente é quebrada em função da saída de um elétron livre da estrutura. A vaga causada pela retirada de um elétron livre é chamada de lacuna. Observe que, se existe uma lacuna, temos efetivamente uma carga positiva. As cargas positivas também contribuem para o processo de condução, considerando que, se um elétron da banda de valência “salta” para preencher uma lacuna próxima, neutralizando assim uma carga positiva, isso correspondentemente cria uma nova lacuna em outro local. Elétrons livres e “lacunas” na estrutura da rede Obs.: uma vaga (ou lacuna) é criada se um elétron livre deixa a estrutura. Essa “lacuna” pode se mover pela rede se outros elétrons substituírem o elétron livre. Portanto, o efeito é equivalente ao de uma carga positiva se movendo para a direita. Esse fenômeno torna-se relevante quando é aplicado um campo elétrico externo no material. É importante ressaltar aqui que a mobilidade – isto é, a facilidade com que as cargas positivas se movem através da rede – é bem diferente para os dois tipos de portadores. Os elétrons livres podem se mover mais facilmente na rede que as lacunas. Para perceber isso, considere o fato de que um elétron livre já tenha quebrado a ligação covalente, enquanto para uma lacuna viajar pela estrutura, um elétron deve vencer a ligação covalente sempre que uma lacuna surge em uma nova posição. De acordo com essa ideia relativamente simplificada dos materiais semicondutores, podemos ter uma visão de um semicondutor como tendo dois tipos de portadores de carga – lacunas e elétrons livres – que circulam em sentidos opostos quando o semicondutor está submetido a um campo elétrico, dando origem Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 a um fluxo de corrente na direção do campo elétrico. Esse conceito está ilustrado abaixo: Um campo elétrico externo força a lacuna a emigrar para a esquerda e o elétron livre para a direita. O fluxo de corrente total é para a esquerda. Um fenômeno adicional, chamado recombinação, reduz o número de portadores de carga em um semicondutor. Ocasionalmente, um elétron livre “viajando” nas imediações de uma lacuna se recombinará com essa lacuna, para formar uma ligação covalente. Se esse fenômeno ocorrer, serão anulados dois portadores de carga. Contudo, apesar da recombinação,o saldo líquido é de tal forma que o número de elétrons livres continua existindo a uma determinada temperatura. Portanto, esses elétrons estão sempre disponíveis para a condução. O número de elétrons livres disponíveis para um dado material é chamado de concentração intrínseca ni. Por exemplo, na temperatura ambiente, o silício tem: ni = 1,5 x 10 16 elétrons / m3 Obs.: deve existir também um número equivalente de lacunas. Na técnica de fabricação, raramente são empregados semicondutores puros ou intrínsecos. Para controlar o número de portadores de cargas em um semicondutor, geralmente é usado o processo de dopagem. A dopagem consiste na adição de impurezas na estrutura cristalina do semicondutor. A quantidade de impurezas é controlada e pode ser de dois tipos. Se o dopante for um elemento da quinta coluna da tabela periódica (por exemplo, arsênico), o resultado final é que onde quer que exista uma impureza, um elétron livre adicional estará disponível para Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 a condução. Os elementos que fornecem as impurezas são chamados de doadores no caso os elementos do grupo V, visto que eles “doam” um elétron livre adicional para a estrutura da rede. Uma situação equivalente surge quando elementos do grupo III (por exemplo, índio) são usados para dopar um silício. Nesse caso, porém, é criada uma lacuna adicional pelo elemento de dopagem, que é chamado de aceitador, visto que ele aceita um elétron livre da estrutura e gera uma lacuna ao fazê-lo. Semicondutores dopados com elementos doadores conduzem corrente predominantemente pelos elétrons livres e, por isso, são chamados semicondutores tipo n. Quando um elemento aceitador é usado como dopante, as lacunas constituem os portadores mais comuns, e o semicondutor resultante é dito semicondutor tipo p. A dopagem ocorre geralmente em níveis em que a concentração de portadores do dopante é significativamente maior que a concentração intrínseca do semicondutor original. Se n for o número total de elétrons livres e p o de lacunas, então, num semicondutor dopado tipo n, temos: n >> ni e p << pi Portanto, os elétrons livres são portadores majoritários em um material tipo n, enquanto lacunas são portadores minoritários. Num material tipo p, os portadores majoritários e minoritários são invertidos. Dopagem é uma prática padrão por uma série de razões. Entre elas está a capacidade de controlar a concentração de portadores e a de aumentar a condutividade do material resultante da dopagem (RIZZONI, 2013). 3.2 A junção pn e o diodo semicondutor Uma seção simples de material semicondutor por si só não possui propriedades que a tornam útil para a montagem de circuitos eletrônicos. Contudo, quando uma seção de material tipo p e uma seção de material tipo n são colocadas em contato para formar uma junção pn, surgem algumas propriedades importantes. A junção pn forma a base do diodo semicondutor, um elemento muito usado em circuitos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 Observe a junção pn abaixo: A região de depleção do lado p é carregada negativamente porque suas lacunas foram recombinadas com os elétrons livres do lado n. A região de depleção do lado n é carregada positivamente porque seus elétrons livres foram recombinados com as lacunas do lado p. Essa é uma junção pn idealizada, onde, sobre o lado p, vemos um predomínio de portadores de carga positiva ou lacunas, e sobre o lado n, são os elétrons livres que predominam. Agora, nas proximidades da junção, em uma pequena seção chamada região de depleção, os portadores de cargas móveis (lacunas e elétrons livres) entram em contato uns com os outros e se recombinam, deixando, assim, a junção praticamente livre de portadores de cargas. O que fica na região de depleção, na ausência de portadores de cargas, é a estrutura da rede do material tipo n, do lado direito e do tipo p do lado esquerdo. Mas o material do tipo n, privado de elétrons livres, que foram recombinados com as lacunas nas proximidades da junção, está agora carregado positivamente. De modo similar, o material tipo p na junção está carregado negativamente porque lacunas foram perdidas para a recombinação. O efeito total é que, enquanto a maioria do material (tipo p ou n) está com carga neutra porque a estrutura da rede e os portadores de carga neutralizam uns aos outros (na média), a região de depleção vê uma separação de cargas, dando origem a um campo elétrico dirigido do lado n para o lado p. Portanto, a separação de cargas faz com que exista um potencial de contato na junção. Esse potencial é tipicamente de ordem de poucos décimos de volt e depende do material (cerca de 0,6 a 0,7 V para o silício). O potencial de contato é chamado também de tensão de barreira. Agora, nos materiais tipo n, lacunas são portadores minoritários; os portadores tipo p, relativamente poucos (lacunas), são gerados termicamente e se recombinam com os elétrons livres. Algumas dessas lacunas derivam na região de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 depleção para a esquerda, e são empurradas através da junção pelo campo elétrico existente. Existe uma situação similar no material tipo p, onde agora os elétrons derivam através da região de depleção (para a direita). O efeito final é que uma pequena corrente de saturação reversa (Is) circula pela junção no sentido reverso (para a esquerda) quando o diodo está polarizado reversamente. Essa corrente não depende muito da tensão na junção e é determinada principalmente pelos portadores gerados termicamente; isto é, dependente da temperatura. Com o aumento da temperatura, mais pares elétrons-lacunas são gerados termicamente, e um número maior de portadores minoritários produz uma Is maior (na temperatura ambiente, Is é da ordem de nanoampéres 10 -9 A no silício). Essa corrente através da junção circula no sentido oposto ao da corrente de deriva e é chamada de corrente de difusão Id. É claro que, se uma lacuna do lado p entrar no lado n, é bem provável que ela se recombine rapidamente com um dos portadores tipo n do lado n. Os fenômenos de deriva e de difusão ajudam a explicar como uma junção pn se comporta quando ela é conectada a uma fonte de energia externa. A capacidade de uma junção pn para conduzir uma corrente essencialmente num só sentido – isto é, de conduzir apenas quando a junção está polarizada diretamente – faz com que ela tenha aplicações importantes nos circuitos. Um dispositivo com uma junção pn simples e um contato ôhmico em seus terminais, é chamado de diodo semicondutor, ou simplesmente diodo. Em outras palavras, o diodo é um componente formado por dois cristais semicondutores de germânio ou silício. Porém na fabricação, o semicondutor é misturado a outras substâncias formando assim um cristal do tipo p (anodo) e outro do tipo n (catodo). Abaixo vemos os aspectos e o símbolo do diodo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone:(0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 Os diodos só conduzem corrente elétrica quando a tensão do anodo é maior que a do catodo. Abaixo vemos o funcionamento do diodo: Tensão do anodo maior que a do catodo – o diodo conduz corrente e funciona como chave ligada. Tensão do anodo menor que a do catodo – o diodo não conduz corrente e funciona como chave desligada. Temos ainda o diodo emissor de luz, mais conhecido como LED – diodo especial feito de “arseneto de gálio”. Funciona da mesma forma que o diodo comum e acende quando diretamente polarizado. O diodo emissor de luz (LED) é um diodo que quando polarizado diretamente emite luz visível (amarela, verde, vermelha, laranja ou azul) ou luz infravermelha. Ao contrário dos diodos comuns não é feito de silício, que é um material opaco, e sim, de elementos como gálio, arsênico e fósforo. É amplamente usada em equipamentos devido a sua longa vida, baixa tensão de acionamento e boa resposta em circuitos de chaveamento. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 A polarização do LED é similar ao um diodo comum, ou seja, acoplado em série com um resistor limitador de corrente, como mostrado ao lado: O LED é esquematizado como um diodo comum com seta apontando para fora como símbolo de luz irradiada. A corrente que circula no LED é: Para a maioria dos LED's disponíveis no mercado, a queda de tensão típica é de 1,5 a 2,5V para correntes entre 10 e 50 mA. Abaixo temos o LED: Os LEDs são usados nos circuitos como sinalizadores visuais. Como eles não suportam altas correntes, sempre vão ligados em série com um resistor. Já o fotodiodo é um diodo com encapsulamento transparente, reversamente polarizado que é sensível a luz. Nele, o aumento da intensidade luminosa, aumenta sua corrente reversa. Num diodo polarizado reversamente, circula somente os portadores minoritários como já dito. Esses portadores existem porque a energia térmica entrega energia suficiente para alguns elétrons de valência saírem fora de suas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 órbitas, gerando elétrons livres e lacunas, contribuindo, assim, para a corrente reversa. Quando uma energia luminosa incide numa junção pn, ela injeta mais energia aos elétrons de valência e com isso gera mais elétrons livres. Quanto mais intensa for a luz na junção, maior será corrente reversa num diodo. Por fim o Diodo Zener, o único que pode conduzir corrente no sentido inverso, ou seja, com a tensão do catodo maior que a do anodo. Para ele conduzir nesta condição, a tensão aplicada nele deve ser igual ou maior que a indicada no seu corpo. A seguir vemos este diodo, seu símbolo e funcionamento: a) b) a) tensão aplicada maior que a do Zener – ele condiz e estabiliza o seu valor. b) tensão menor que a do Zener – ele não conduz e não estabiliza. Rizzoni (2013) explica que o fenômeno de ruptura Zener é parecido com a ruptura por avalanche. Ele ocorre geralmente em regiões altamente dopadas nas proximidades de junções metal-semicondutor. É um fenômeno muito útil em aplicações em que há a necessidade de se manter uma tensão constante em uma carga, por exemplo, em reguladores de tensão e alguns casos como circuitos de proteção. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 3.3 Tiristores Tiristor é um dispositivo de quatro camadas e membro da família dos semicondutores que tem dois estados estáveis de operação: um estado apresenta corrente aproximadamente igual a zero, e o outro tem uma corrente elevada; limitada apenas pela resistência do circuito externo. O tiristor pode ser considerado uma chave unidirecional que substitui, com vantagens, por exemplo, contatores e relés de grande capacidade. Tornou-se vantajoso no controle de grandes potências, devido a diversos fatores: é um dispositivo leve, pequeno, confiável, de ação rápida; pode ser ligado com correntes muito reduzidas; e, não apresenta problemas de desgaste mecânico porque não possui partes móveis. O SCR (Retificador Controlado de Silício – Silicon Controled Rectifier) é um dispositivo de 4 camadas (PNPN) e 3 terminais como podemos observar na figura: Outros componentes, no entanto, possuem basicamente a mesma estrutura: LASCR (SCR ativado por luz), TRIAC (tiristor triodo bidirecional), DIAC (tiristor diodo bidirecional), GTO (tiristor comutável pela porta), MCT (Tiristor controlado por MOS). Para melhor entendermos o seu funcionamento, vamos utilizar o circuito equivalente com os 2 transistores. Aplicando-se uma tensão E [ (+) no anodo (A) e (-) no catodo (K)] veremos que o transistor PNP e o NPN não conduzem porque não circula a corrente i2 e a Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 corrente i1. Aplicando agora um pulso positivo no gate (G) em relação ao catodo, (o pulso deve ter amplitude maior que 0,7 V, pois entre G e K existe uma junção PN formando um diodo), vamos fazer circular a corrente i1 que fará o transistor NPN entrar em condução. Com isso i2 também irá circular fazendo com que o transistor PNP conduza. Assim, sendo, o pulso no gate não é mais necessário, pois o transistor PNP mantém o NPN conduzindo e vice-versa. Como podemos observar, esse estado de condução permanecerá indefinidamente. A única maneira de desligar o SCR é fazer a tensão E (entre anodo e catodo) igual a zero. Obs.: 1) Não é possível simular um SCR com 2 transistores, pois a corrente i2 (da base do transistor PNP) será muito pequena. 2) Atenção, para sempre colocar uma carga em série com a alimentação quando for utilizar um SCR! Existem alguns parâmetros típicos de tiristores e que caracterizam condições limites para sua operação. Dentre eles: a) Tensão direta de ruptura (VBO). b) Máxima tensão reversa (VBR). c) Máxima corrente de anodo (Ia max): pode ser dada como valor RMS, médio, de pico e/ou instantâneo. d) Máxima temperatura de operação (Tj max): temperatura acima da qual pode haver destruição do cristal. e) Resistência térmica (Rth): é a diferença de temperatura entre 2 pontos especificados ou regiões, dividido pela potência dissipada sob condições de equilíbrio térmico. É uma medida das condições de fluxo de calor do cristal para o meio externo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 f) Característica I2t: é o resultado da integral do quadrado da corrente de anodo num determinado intervalo de tempo, sendo uma medida da máxima potência dissipável pelo dispositivo. É dado básico para o projeto dos circuitosde proteção. g) Máxima taxa de crescimento da tensão direta Vak (dv/dt). h) Máxima taxa de crescimento da corrente de anodo (di/dt): fisicamente, o início do processo de condução de corrente pelo tiristor ocorre no centro da pastilha de silício, ao redor da região onde foi construída a porta, espalhando-se radialmente até ocupar toda a superfície do catodo, à medida que cresce a corrente. Mas se a corrente crescer muito rapidamente, antes que haja a expansão necessária na superfície condutora, haverá um excesso de dissipação de potência na área de condução, danificando a estrutura semicondutora. Este limite é ampliado para tiristores de tecnologia mais avançada fazendo-se a interface entre gate e catodo com uma maior área de contato, por exemplo, “interdigitando” o gate (FEEC/UNICAMP, 2010). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 UNIDADE 4 – TRANSISTORES Existe uma infinidade de sinais de interesse em eletrônica que são muitos fracos, como por exemplo, as correntes elétricas que circulam no corpo humano, o sinal de saída de uma cabeça de gravação, etc., e para transformá-los em sinais úteis torna-se necessário amplificá-los. Antes da década de 50, a válvula era o elemento principal nesta tarefa. Em 1951, foi inventado o transistor. Ele foi desenvolvido a partir da tecnologia utilizada no diodo de junção, como uma alternativa em relação às válvulas, para realizar as funções de amplificação, detecção, oscilação, comutação, etc. A partir daí o desenvolvimento da eletrônica foi imenso. Por definição, é um componente formado por três cristais de silício, sendo dois N e um P ou dois P e um N. Abaixo vemos os tipos e símbolos dos transistores comuns usados em eletrônica (bipolares): Segundo Rizzoni (2013), um transistor é um dispositivo semicondutor de três terminais que pode executar duas funções fundamentais para o projeto de circuitos eletrônicos: amplificação e chaveamento. Dito de modo simples, a amplificação consiste em aumentar um sinal pela transferência de energia feita pelo dispositivo a partir de uma fonte externa, enquanto um transistor como chave é um dispositivo para controlar uma corrente ou tensão de valor relativamente alto entre ou através de dois terminais, por meio de uma corrente ou tensão de controle de baixo valor, aplicada a um terceiro terminal. Polarização é definido como as tensões aplicadas nos terminais do transistor para ele poder funcionar. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 Polarização de um transistor NPN – tensão mais alta no coletor, média na base e mais baixa no emissor. A tensão da base é só um pouco maior que a do emissor. Polarização do transistor PNP – funcionam com tensão mais alta no emissor, média na base e tensão mais baixa no coletor. Chave, amplificador de sinais e regulador de tensão são algumas das funções dos transistores, conforme ilustrado abaixo: Focaremos em duas famílias de transistores: transistores bipolares de junção, cuja sigla é TBJs ou BJTs (Bipolar Junction Transistors); e transistores de efeito de campo, cuja sigla é TECs ou FETs (Field-Effect Transistors). Rizzoni (2013) explica o funcionamento do transistor como um amplificador linear utilizando as ilustrações a seguir que mostram os quatro modos possíveis de funcionamento de um transistor por meio de modelos de circuito empregando fontes controladas. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 Modelos de fontes controladas para o funcionamento do transistor como amplificador linear Fonte: Rizzoni (2013, p. 454). As fontes de tensão e de corrente controladas são mostradas para gerar uma corrente ou tensão proporcional a uma corrente ou tensão de entrada; a constante de proporcionalidade µ é chamada ganho interno do transistor. Como será visto, o TBJ age essencialmente como um dispositivo controlado por corrente, enquanto o FET se comporta como um dispositivo controlado por tensão. Transistores também podem agir no modo não linear, como chaves controladas por corrente ou por tensão. Quando um transistor funciona como chave, uma corrente ou tensão de baixo valor é usada para controlar o fluxo de corrente entre dois terminais do transistor de modo liga/desliga. 4.1 Transistor bipolar de junção (TBJ) A junção pn constitui a base de vários dispositivos semicondutores. O diodo semicondutor, dispositivo de dois terminais, é a aplicação mais direta da junção pn. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 Um TBJ é formado pela junção de três seções de material semicondutor, cada uma com concentração de dopagem diferente. As três seções podem ser uma região estreita n entre camada p+ e p (como um sanduíche), ou uma região p entre camadas n e n+, onde os sobrescritos mais (+) indicam um material com nível de dopagem mais forte. Os TBJs resultantes são chamados de transistores pnp e npn, respectivamente. Veja abaixo estrutura aproximada, símbolo e nomenclaturas para os dois tipos de TBJs: O funcionamento do TBJ npn pode ser explicado considerando-se que o transistor é constituído de duas junções pn viradas uma contra a outra. A junção base-emissor (BE) tem um funcionamento bem parecido com um diodo quando polarizado diretamente; portanto, pode-se desenhar o fluxo correspondente das correntes de lacunas e de elétrons da base para o emissor quando o coletor estiver aberto e a junção BE, polarizada diretamente. Observe que a corrente de elétrons é mostrada como sendo maior que a corrente de lacunas, em função de uma dopagem maior de n do lado da junção. Alguns pares de elétron-lacuna na base se recombinarão; os portadores de carga restantes aumentarão o fluxo total de corrente da base para o emissor. É importante observar também que a seção da base é mais estreita que a seção do emissor do transistor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 Caso a polarização fosse reversa, da junção base-coletor (BC), aconteceria um fenômeno interessante: os elétrons “emitidos” pelo emissor com a junção BE polarizada diretamente alcançam a região muito estreita da base e, após a perda de alguns para a recombinação, a maioria deles é “recolhida” pelo coletor, bem ilustrada abaixo: Vemos que a polarização reversa da junção BC tem esse sentido para poder varrer os elétrons do emissor para o coletor. Esse fenômeno acontece porque a região da base é mantida particularmente estreita. Como a base é estreita, há uma alta probabilidade de que os elétrons tenham impulso suficiente, pelo campo elétrico, para cruzar a junção base-coletor, polarizada reversamente, e chegar ao coletor. O resultadoé que há um fluxo líquido de corrente do coletor para o emissor (no sentido oposto ao fluxo de elétrons), além da corrente de lacunas da base para o emissor. A corrente de elétrons circulando no coletor através da base é substancialmente maior que a corrente que circula na base vinda do circuito externo. A propriedade principal do transistor bipolar é que uma corrente baixa na base controla uma corrente muito maior no coletor. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 Além de funcionarem com amplificadores, os componentes de três terminais podem ser usados como chaves eletrônicas em que um terminal controla o fluxo de corrente entre os outros dois. Igualmente, os diodos podem funcionar como componentes para ligar/desligar. Vejamos rapidamente o funcionamento de diodos e transistores como chaves eletrônicas, ilustrando o uso desses componentes eletrônicos como circuitos de chaveamento que são o núcleo das portas analógicas e digitais. Os circuitos de chaveamentos com transistor formam a base dos circuitos lógicos digitais, assunto a ser amplamente apresentado mais adiante. Objetivamos no momento apenas uma compreensão dos princípios básicos do funcionamento interno desses circuitos digitais. Uma porta lógica eletrônica é um dispositivo que, baseando-se em um ou mais sinais de entrada, produz uma das duas ou mais saídas determinadas; conforme será visto resumidamente, pode-se construir as duas portas, digital e analógica. Uma tensão ou corrente analógica – ou mais comumente, um sinal analógico – é aquela que varia de modo contínuo no tempo, em analogia com uma grandeza física (por isso a expressão analógica). Um exemplo de um sinal analógico é um sensor de tensão correspondente à temperatura ambiente, em um dia qualquer, que pode variar, digamos, entre -1,11ºC (30 F) e 10ºC (50 F). Um sinal digital, por outro lado, é um sinal que pode ter apenas um número finito de valores; em particular, uma classe comumente encontrada de sinais digitais consiste em sinais binários, os quais podem ter somente dois valores (por exemplo, 1 e 0). Um exemplo típico de um sinal binário pode ser o sinal de controle para um aquecedor, em um sistema de aquecimento doméstico controlado por um termostato convencional, em que podemos pensar nesse sinal como sendo “ligado” (ou 1), se a temperatura da casa cair abaixo do ajuste do termostato (valor desejado), ou “desligado” (ou 0), se a temperatura da casa for maior que ou igual ao ajustado na temperatura (digamos, 20°C). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 Abaixo temos as aparências dos sinais analógico e digital de um aquecedor. Os circuitos digitais são tópicos especialmente importantes, pois uma grande parte da eletrônica industrial e de consumo atual é realizada na forma digital. 4.2 Transistores de efeito de campo (FET) O conceito que forma a base do funcionamento do transistor de efeito de campo (FET) é que um campo elétrico externo pode ser usado para variar a condutividade de um canal, fazendo o FET agir ou como um resistor controlado por tensão ou como uma fonte de corrente controlada por tensão. Os FETs são os principais transistores da família dos componentes eletrônicos integrados e, embora esses transistores tenham várias configurações diferentes, é possível entender o funcionamento dos diferentes componentes baseando-se principalmente em um tipo. Nosso exemplo será o funcionamento básico do semicondutor FET com óxido de metal no modo crescimento, que nos leva a tecnologias que são conhecidas como NMOS, PMOS e CMOS. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 Classificação dos transistores de efeito de campo Estes transistores podem ser agrupados em três categorias principais. As duas primeiras são dos semicondutores de efeito de campo com óxido de metal, ou MOSFETs: 1) MOSFETs modo crescimento. 2) MOSFETs modo depleção. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 A terceira categoria consiste nos transistores de efeito de campo de junção, ou JFETs. Além disso, cada um desses dispositivos pode ser fabricado como um dispositivo canal n ou canal p, onde essas designações n ou p indicam o tipo de dopagem usado no canal do semicondutor. Todos esses transistores funcionam de modo bem similar. O MOSFET tem uma fonte, uma porta e um dreno. A diferença básica para o JFET é que a porta é isolada eletricamente do canal, por isso, a corrente de porta é extremamente pequena, para qualquer tensão positiva ou negativa (WENDLING, 2009). A porta consiste em uma camada de película metálica, separada da estrutura do tipo p por uma camada fina de óxido (por isso a terminologia semicondutor de óxido de metal). O dreno e a fonte são construídos de material n+. O dreno está conectado ao terminal positivo da tensão de alimentação VDD e o terminal fonte, conectado ao terra. Visto que o substrato tipo p está conectado à fonte e daí, ao terra, a junção dreno-substrato n+p apresenta uma forte polarização reversa. A tensão na junção pn+ formada pelo substrato e o terminal fonte é zero, visto que eles estão conectados ao terra. Logo, o caminho entre o dreno e a fonte consiste em duas junções pn polarizadas reversamente e não há corrente. Na ausência de uma tensão na porta, o MOSFET modo crescimento canal n age como um circuito aberto. Então, os componentes, modo crescimento são normalmente abertos (desligados) (RIZZONI, 2013). Os MOSFET têm uma fina camada de dióxido de silício, um isolante que impede a circulação de corrente de porta tanto para tensões positivas como negativas. Essa camada isolante é mantida tão fina quanto possível para dar a porta um melhor controle sobre a corrente de dreno. Como a camada é muito fina, é fácil destruí-la com uma tensão porta-fonte excessiva. Além da aplicação direta de tensão excessiva entre a porta fonte, pode-se destruir a camada isolante devido a transientes de tensão causados por retirada/colocação do componente com o sistema ligado. O simples ato de tocar um MOSFET pode depositar cargas estáticas suficientes que excedam a especificação de (tensão liminar) Vgs máximo. Alguns Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 MOSFET são protegidos por diodos Zener internos em paralelo com a porta e a fonte. Mas eles têm como inconveniente, a diminuição da impedância de entrada (WENDLING, 2009). O MOSFET é muito utilizado na fabricação de circuitos integrados de portas lógicas, registradores e memórias, entre outros. Isto se justifica pelo fato desse dispositivo dissipar baixíssima potência e, também, por possibilitar a integração em larga escala (ocupa uma pequenaárea). O JFET é formado por três terminais: fonte (source) – por onde os elétrons entram; dreno (drain) – de onde os elétrons saem; porta (gate) – faz o controle da passagem dos elétrons. O transistor pode ser um dispositivo com canal n (condução por elétrons) ou com canal p (condução por lacunas). Tudo que for dito sobre o dispositivo com canal n se aplica ao com canal p com sinais opostos de tensão e corrente. O princípio de funcionamento do JFET é bem simples. O objetivo é controlar a corrente iD que circula entre a fonte e o dreno. Isto é feito aplicando-se uma tensão (negativa) na porta. Para polarizar um transistor JFET, é necessário saber a função do estágio, isto é, se o mesmo irá trabalhar como amplificador ou como resistor controlado por tensão. Como amplificador, a região de trabalho é o trecho da curva, na figura, após a condição de pinçamento e à esquerda da região de tensão VDS de ruptura. Se for como resistor controlado por tensão a região de trabalho é entre VDS igual a zero e antes de atingir a condição de pinçamento (WENDLING, 2009). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 Teste de diodos e transistores Uma maneira simples para se testar diodos e transistores utilizando um ohmímetro. Teste de funcionamento de um diodo com um ohmímetro 1. Encosta-se a ponta de prova negativa no cátodo. 2. Encosta-se a ponta de prova positiva no ânodo. O ohmímetro deve indicar resistência baixa. 3. Inverte-se as pontas de provas, a resistência deve ser alta. Teste de funcionamento de um transistor npn com um ohmímetro 1. Encosta-se a ponta de prova negativa na base do transistor. 2. Encosta-se a ponta de prova positiva no coletor do transistor. O ohmímetro deve indicar resistência alta. 3. Muda-se a ponta de prova positiva para o emissor do transistor O ohmímetro deve indicar resistência alta. 4. Inverte-se as pontas de provas, isto é, encosta-se a positiva na base e repete os itens 2 e 3. As resistências devem ser baixas. Isto é válido para os multímetros digitais. Em geral, nos multímetros analógicos, a ponta de prova positiva está ligada ao polo negativo da bateria. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 UNIDADE 5 – CIRCUITOS LÓGICOS DIGITAIS Uma das distinções fundamentais no estudo dos circuitos lógicos (e na análise de quaisquer sinais derivados das medições físicas) está entre os sinais analógicos e digitais. Um sinal analógico é um sinal cujo valor varia em analogia com uma quantidade física (por exemplo: temperatura, força ou aceleração). Por exemplo, uma tensão proporcional a uma pressão variável medida ou uma vibração varia naturalmente de forma analógica. A Figura abaixo mostra uma função analógica no tempo f(t), na qual podemos notar de imediato que para cada valor de tempo t, f(t) pode assumir um valor entre qualquer um dos valores em um determinado intervalo. Tensão analógica da pressão em um cilindro de uma máquina de combustão interna Por outro lado, um sinal digital pode ter apenas um número finito de valores. Essa diferença é extremamente importante. Um exemplo de um sinal digital é um sinal que permite a exibição de uma medição de temperatura em uma leitura digital. Vamos admitir por hipótese que a leitura digital é apresentada em três dígitos e pode mostrar valores de 0 a 100, e vamos supor que o sensor de temperatura está calibrado corretamente para medir temperaturas de 0 a 100°C. Além disso, a faixa de saída do sensor é de 0 a 5 V, onde 0V corresponde a 0ºC e 5 V a 100ºC. Portanto, a constante de calibragem do sensor é: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 Obviamente, a saída do sensor é um sinal analógico; contudo, o mostrador (display) pode mostrar apenas um número finito de leituras (101, para ser exato). Em função de o mostrador (display) só poder mostrar um valor de um conjunto de estados discretos – os inteiros de 0 a 100 –, ele é chamado de mostrador digital display digital, indicando que a variável mostrada é expressa na forma digital. Agora, cada temperatura no mostrador corresponde a uma faixa de tensões: cada dígito no mostrador representa um centésimo da faixa de 5 V do sensor, ou 0,05 V = 50 mV. Logo, o mostrador apresentará 0 se a tensão no sensor estiver entre 0 e 49 mV, 1 se estiver entre 50 e 99 mV, e assim por diante. A figura abaixo mostra a relação da função em degraus entre a tensão analógica a e a leitura digital. Essa quantização (valores discretos) da tensão de saída o sensor é na verdade uma aproximação. Se desejarmos saber a temperatura com maior precisão, podemos usar um número maior de dígitos no mostrador (RIZZONI, 2013). Representação digital de um sinal analógico Os sinais digitais mais comuns são os sinais binários. Um sinal binário é um Sinal que pode ter apenas um dos dois valores discretos e é, portanto, caracterizado pelas transições entre dois estados. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 Na aritmética binária, os dois valores discretos f1 e f0 são representados, respectivamente, pelos números 1 e 0. Na forma de onda da tensão binária, esses valores são representados por dois níveis de tensão. Enfim, os circuitos lógicos digitais podem operar pela detecção das transições entre os níveis de tensão. As transições são sempre chamadas de bordas e podem ser positivas (f0 para f1) ou negativas (f1 para f0). Praticamente todos os sinais processados por um computador são binários. 5.1 As portas lógicas As portas lógicas são os componentes básicos da eletrônica digital. Usadas para criar circuitos digitais e até mesmo circuitos integrados complexos. São dispositivos que operam um ou mais sinais lógicos de entrada para produzir uma e somente uma saída. As portas lógicas são circuitos eletrônicos destinados a executar as operações lógicas. Estes circuitos eletrônicos, compostos de transistores, diodos, resistores, etc., são encapsulados na forma de circuito integrado. Cada circuito integrado pode conter várias portas lógicas, de iguais ou diferentes funções lógicas. Portas lógicas de mesma função podem ter características elétricas diferentes, como: corrente de operação, consumo e velocidade de transmissão. Para a eletrônica digital, os símbolos “0”e “1” da álgebra booleana, são níveis de tensão elétrica, onde “0” – Equivale ao nível de tensão mais baixo e “1” – Equivale ao nível de tensão mais alto. Estes níveis lógicos serão os estados lógicos das variáveis lógicas de entrada e saída dos circuitos lógicos. Algumas portas lógicas podem possuir mais de duas entradas e alguns circuitos integrados podem possuir tipos diferentes de portas lógicas no mesmo encapsulamento. Conhecida como álgebra de chaveamento, binária, aplicação direta na eletrônica digital. Precisamos falar rapidamente das funções lógicas que podem ser tratadas em termos da tabela verdadeque é uma listagem de todos os valores possíveis que cada variável booleana pode ter e dos valores correspondentes da função desejada. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 As portas AND (multiplicação lógica) e OR (adição lógica) formam a base de todos os projetos lógicos em conjunto com a porta NOT. Essa porta é essencialmente um inversor (que pode ser montado usando transistores de efeito de campo bipolares) e fornece o complemento da variável lógica conectada em sua entrada. Temos também as portas complementares NAND e NOR, comumente usadas na prática. Elas formam a base da maioria dos circuitos lógicos práticos. A porta XOR (OR exclusivo) faz parte da prática comum dos fabricantes de circuitos integrados. Eles fornecem combinações variadas de circuitos lógicos em um único encapsulamento (CI). Observe os esquemas abaixo (todos exemplificados para porta de 2 entradas apenas): Porta OU (OR) Representação Algébrica: F = A + B Ler-se: A função F é equivalente a variável “A” ou “B” Porta E (AND) Representação Algébrica: F = A * B Ler-se: A função F é equivalente a variável “A” e “B” Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 39 Porta Inversora (NOT) Representação Algébrica: F = A Ler-se: A função F é equivalente a variável não “A” Porta Não OU (NOR) Representação Algébrica: F = A + B Ler-se: A função F não é equivalente a variável “A1'ou “B” Porta Não E (NAND) Representação Algébrica: F = A * D Ler-se: A função F Não é equivalente a variável “A”e “B” Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 40 Porta OU Exclusivo (XOR) Representação Algébrica: F = (A* B)-\-(A * B) ou A (+) B Ler-se: A função F é equivalente ou a variável “A” ou “B” Porta Não OU Exclusivo (XNOR) Representação Algébrica: F = (Ã+ B)*(A + B) ou A (*) B Ler-se: A função F não é equivalente ou a variável “A” ou “B” Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 41 O mapa de Karnaugh é um mapa que descreve todas as combinações possíveis das variáveis presentes na função lógica que seja de nosso interesse. Ele nos deixa mais seguros em relação a termos escolhido a implementação mais eficiente. 5.2 Sistemas digitais Um sistema digital é um conjunto de funções de chaveamento envolvendo variáveis binárias e que realizam determinadas tarefas. Os sistemas digitais se agrupam em duas categorias distintas: a) Sistemas Digitais Combinacionais ou módulos lógicos combinacionais. E, b) Sistemas Digitais Sequenciais ou módulos lógicos sequenciais. Os sistemas combinacionais apresentam em suas saídas, num certo instante de tempo, valores que dependem exclusivamente dos valores aplicados em suas entradas nesse exato instante. Os sistemas sequências apresentam em suas saídas, em um determinado instante, valores que dependem dos valores presentes nas entradas nesse instante e em instantes anteriores. Por causa dessa propriedade de memória, os circuitos sequenciais podem armazenar informação; esse recurso abre uma nova área de aplicação para os circuitos lógicos. O dispositivo básico de armazenagem de informação em um circuito digital sequencial é chamado de flip-flop. Existem vários tipos e com as seguintes características: Um flip-flop é um dispositivo biestável; isto é, ele pode permanecer estável em um dos dois estados (0 ou 1) até que condições apropriadas causem sua mudança de estado. Pode, então, servir como elemento de memória. Um flip-flop tem duas saídas, sendo uma o complemento da outra. Segundo Filardi (2013), além dessas classificações os flip-flop se agrupam em algumas famílias, ou tipos como: 1. Set-Reset (SR), possui duas entradas, chamadas de S e R, e duas saídas Q e Q. O valor em Q é chamado de estado do flip-flop. Se Q = 1, dizemos que o Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 42 dispositivo está no estado 1. Portanto, precisamos definir apenas uma das duas saídas do flip-flop. As duas entradas R e S são usadas para mudar o estado do flip- flop, de acordo com as seguintes regras: Quando R = S = 0, o flip-flop permanece n o estado presente (sempre 1 ou 0); Quando S = 1 e R = 0, o flip-flop é set (ativado) para o estado 1 (logo, S para set); Quando S= 0 e R = 1, o flip-flop é reset (desativado) para o estado 0 (logo, R para reset) . Não é permitido que as duas entradas R e S tenham os valores iguais a 1 (isso coresponde a requerer do flip-flop os estados de set e reset ao mesmo tempo) (RIZZONI, 2013). 2. JK, que funciona de acordo com as seguintes regras: Quando J = 0 e k = 1, o flip-flop é desativado (reset) para 0; Quando J = 1 e K = 0, o flip-flop é ativado (set) para 1; Quando J e K = estão com nível alto, o flip-flop irá alternar entre os estados a cada transição negativa da entrada de clock, denotada a partir de agora com o símbolo . 3. Tipo T, só executa duas funções, Memorizar e Trocar, como a principal função é a de Troca, por isto é chamado de flip-flop tipo T (de Troca). Este flip-flop até é definido como um flip-flop independente, mas, na maioria das vezes é encontrado sendo implementado por um flip-flop tipo D ou por flip-flop JK. 4. Tipo D (Delay), utiliza dois flip-flops RS. Um clock é conectado à entrada habilitada de cada flip-flop e como Q1 vê um sinal de clock invertido, a trava é habilitada quando a forma de onda do clock está em nível baixo. Contudo, visto que Q2 é desabilitado quando o clock está em nível baixo, a saída do flip-flop D não mudará para o estado 1 enquanto o clock não for para o nível alto, habilitando a segunda trava e transferindo o estado de Q1 para Q2. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 43 UNIDADE 6 – O USO DO CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) Os Controladores Lógicos Programáveis (CLP) são dispositivos que permitem o comando de máquinas e equipamentos de maneira simples e flexível, de forma a possibilitar alterações rápidas no modo de operá-los, por meio da aplicação de programas dedicados armazenados em memória EPROM (MAMEDE FILHO, 2012). Os CLPs podem substituir com grandes vantagens os tradicionais comandos de máquinas e equipamentos, tais como botoeiras, chaves comutadoras, contatores e relés. Existe no mercado uma grande diversidade de CLPs destinados a diferentes níveis de automação, em conformidade com a complexidade de cada aplicação. 6.1 Composiçãodos CLPs Os CLPs são constituídos por um gabinete contendo um determinado número de cartões, cada um deles desempenhando funções específicas, ou seja: a) Fontes de alimentação Os CLPs podem ser alimentados em 110/220 V em corrente alternada ou em 24 V em corrente contínua, dependendo da seleção feita pelo cliente. Somente a unidade básica necessita de alimentação. Todas as expansões são supridas pela unidade básica. Nos bornes de conexão com a rede externa existe um fusível de característica rápida com corrente nominal entre 1,25 e 2A, dependendo do tipo de CLP. Em geral, os CLPs de 110/220 V são alimentados por um circuito monofásico a três condutores: fase, neutro e condutor de proteção associado à proteção do terra do sinal eletrônico. Essa conexão é feita internamente ao equipamento. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 44 b) Entradas e saídas Os cartões de entrada e saída constituem a interface entre o processador lógico e os equipamentos periféricos. O cartão do circuito de entrada prepara os sinais das fontes externas e os envia para a unidade de processamento. A saída é composta de amplificadores de chaveamento para controle dos equipamentos periféricos que podem ser constituídos por contatores, bobinas, lâmpadas de sinalização, etc. Cada tipo de CLP tem uma determinada quantidade de terminais de entrada e saída, dependendo da capacidade que se deseja em função da aplicação, sendo associado a cada terminal um LED, para monitoração do sinal de lógica. Todos os sinais de saída destinados à comutação de cargas indutivas dispõem de um dispositivo contra surtos de tensão, podendo ser varistor, diodo, etc., protegidos por fusíveis de corrente nominal apropriada. Em geral, os módulos de entrada e saída dispõem de cartões de expansão apropriados. A cada terminal de entrada e saída está associado um endereço utilizado na programação (MAMEDE FILHO, 2012). c) Temporizadores e contadores São cartões contendo circuitos elétricos dedicados cujos ajustes são efetuados por hardware. O número de temporizadores e contadores varia em função da capacidade do cartão. Os temporizadores podem ser ajustados desde 10ms até 1.020s, sendo os ajustes efetuados através de chaves binárias ou potenciômetros externos. Um programa dedicado gerencia a capacidade do tempo. A seleção do temporizador é feita através de códigos com base na codificação dos terminais anteriormente mencionados. A sincronização do tempo, em geral, é realizada com o GPS on-line. Os contadores permitem a contagem de eventos entre 0 e 999, e o ajuste é feito através de três chaves cada uma delas com indicadores numéricos de 0 a 9. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 45 d) Memórias Os CLPs são dotados de cartões de memórias utilizados pelos processadores lógicos para processar os sinais e pelo sistema operacional e também utilizados para armazenamento dos programas dedicados. Essas memórias podem ser do tipo EPROM ou RAM protegidas contra ausência de tensão por meio de baterias específicas com longa vida útil. Em geral, as memórias podem ser assim classificadas: i)Memória de trabalho: É destinada ao armazenamento do programa aplicativo processador lógico e, em geral, é do tipo RAM, com capacidade e velocidade dependentes do CLP desejado. ii)Memória de programa: É destinada ao armazenamento dos programas em linguagem lógica (LPW- L) e, em geral, é do tipo EPROM, com capacidade e velocidade dependentes do CLP desejado. A memória de programa é composta por um cartão de circuito impresso provido de conector específico. Para sua gravação é utilizado um gravador de EPROM. No apagamento da memória EPROM, devem-se usar lâmpadas ultravioleta de comprimento de onda de 254 µm a uma distância, inferior a 25 mm do cartão de memória. O tempo de exposição ao feixe de luz ultravioleta é de 40 minutos para uma intensidade de 12.000 µW/cm2 até 120 minutos para uma intensidade de 4.000 µW/cm2. As memórias EPROM suportam atualmente um número muito grande de apagamentos, além do qual não são mais ativadas. iii)Memória de sinal Esta memória é destinada ao sistema operacional e ao armazenamento das informações dos temporizadores e contadores, entradas e saídas e marcadores Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 46 intermediários. Em geral, é tipo RAM, sendo protegida contra a ausência de energia por meio de baterias de longa vida útil. 6.2 Unidades terminais remotas (UTR) São unidades independentes, com a função de coletar dado e executar comandos dos equipamentos do processo. Os dados coletados podem ser digitais (ligado/desligado, fechado/aberto, pulsos, acumuladores, etc.) ou analógicos (medida de tensão, corrente, frequência, ângulo de fase, etc.). Os controles emitidos pela UTR poderão ser digitais, através de relés, ou analógicos, na forma de um valor de tensão variável disponível nos terminai da UTR. As UTRs devem ter capacidade de executar programas de controle local, independentemente da ativação do Centro de Supervisão e Controle, mas com possibilidade de intervenção do mesmo, bloqueio ou ativação através de modificação de pontos definidos na base de dados da UTR. Esses controles locais devem ser executados de maneira similar aos que ocorrem no CLPs, com os programas sendo gravados de maneira não volátil, em memória própria da UTR. Esses programas poderão ser modificados e recarregados na memória da UTR, utilizando-se as ferramentas normais de configuração da mesma. Os programas deverão ser escritos e compilados em microcomputadores pessoais e transferidos através de canal de comunicação sem interrupção das funções de supervisão. As UTRs devem ser montadas em painéis, em gabinetes metálicos ou em fibra de vidro (MAMEDE FILHO, 2012). 6.3 Unidades Dedicadas São equipamentos que desempenham funções específicas junto ao processo e guardam as mesmas características funcionais da Unidade de Aquisição de Dados e Controle. Essas unidades aquisitam informações via entrada analógica, tais como tensão, corrente, ângulo de fase, etc., disponibilizando o resultado do seu processamento numa saída digital conectada a um circuito de comando de um equipamento. São conhecidos como Unidades Dedicadas os seguintes dispositivos: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 47 a) Relés digitais: de sobrecorrente; diferenciais; de distância, multifunção, etc. b) Oscilógrafos: equipamentos destinados a registrar as anormalidades ocorridas nos sistemas elétricos de força, tais como sobre e subtensão, sobrecorrente, sobre e subfrequência, etc. Esses equipamentos são dotados de unidades digitais e analógicas para aquisição de informações, disponibilizando o resultado do seu processamento em tela de monitor, papel, etc. c) Unidades de intertravamento: são unidades que contêm uma determinada quantidade de entradas digitais
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