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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE GOIÁS
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DE SAÚDE
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
DISCIPLINA: LINGUÍSTICA I
PROFESSORA: NAIR MARIA DI OLIVEIRA
ALUNA: IVAMARA PEREIRA DE BARROS
Resumo do Artigo Psicolinguística 
BALIEIRO JR, Ari Pedro. Psicolinguística. In: _MUSSALIM, Fernanda & BENTES, Anna Christina. Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. V. 2, 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 171-201. 
Introdução: As raízes e a evolução do campo
O problema da definição da Psicolinguística 
É muito comum que autores diferentes descrevam e delimitem a disciplina de maneiras diferentes. Assim acontece com o campo de estudos, ou conjunto de pesquisas, ou disciplina, abrigado sob o nome de Psicolinguística. 
Assim começaremos nossa exposição pela declaração dos critérios adotados em sua elaboração e do plano que pretendemos que o capítulo siga. O primeiro critério foi escolher fontes de informação razoavelmente atualizadas. Como critério adicional, decidimos começar por um levantamento histórico. 
O plano do capitulo consiste em uma introdução histórica, seguida de uma descrição do estado atual do campo e das principais questões com que as pesquisas que nele hoje se desenvolvem estão concernidas. Em seguida apresentaremos algumas questões que a Psicolinguística investiga. 
A pré-história 
O termo Psicolinguística surgiu pela primeira vez provavelmente em um artigo de N. H. Proncko, e sugere que se trata de um campo interdisciplinar para o qual colaboram a Psicologia e a Linguística. 
Na pré-história da Psicolinguística haviam dois movimentos opostos: um que caminhava da Psicologia para a Linguística e outro que caminhava da Linguística para a Psicologia. 
Esse movimento da Psicologia para a Linguística trazia duas concepções diferentes: uma europeia essencialmente mentalista e outra norte-americana comportamentalista.
 Quando W. Wundt, um dos fundadores da Psicologia começou a sustentar e demonstrar que a linguagem podia ser explicada ao menos em parte, à base de princípios psicológicos, encontrou a Linguística “preparada para trocar sua velha avalição romântica da linguagem por uma abordagem mais moderna. Essa tarefa, no entanto, não foi bem-sucedida. Sendo assim surgiu o estruturalismo de Saussure. 
Esse período foi extremamente fecundo graças ao estruturalismo na Linguística e do comportamentalismo na Psicologia. 
O período formativo 
A Teoria da Informação, surgiu logo após a Segunda Guerra. Shannon & Weaver (1949) definiam uma unidade de comunicação como formada respectivamente por: Fonte- Transmissor/codificador- Canal- Receptor/decodificador- Destinaçao.
Esse modelo mecanicista foi utilizado pela pesquisa na década de 1950. Inaugurou-se segundo Kess (1992), o período formativo, cujos marcos iniciais foram o “Seminário de Verão de Pesquisa em Ciência Social”, realizado na Universidade Cornell (1951) e o “Comitê sobre Linguística e Psicologia”. Havia ainda, muita dispersão teórica pipocando pesquisas em que a teoria se encontrava em grande parte implícita na pesquisa, ou dela emergia timidamente. 
O período linguístico 
O período chamado por Kess (1992) de Período Linguístico, em que, de uma grande dispersão teórica e uma postura operacionalista, a Psicolinguística passa a ter o modelo chomskyano, oriundo da Linguística, como paradigma teórico central, adotando uma postura metodológica fortemente racional-dedutiva no desing de seus experimentos. 
Foi atribuído à Linguística a missão de definir como se organizava a competência e à Psicolinguística a missão de gerar “uma teoria unificada da performance”, investigando “como os processos mentais transformam o conhecimento linguístico em atuação”.
Assim nasceu a Teoria da Complexidade Derivacional, que supunha que a percepção e a compreensão das sentenças deveria ser isomórfica á derivação da sentença por meio das regras da sintaxe. Outro aspecto importante no declínio dessa Teoria foi a rapidez com que a Gramatica Gerativa Transformacional começou a promover constantes revisões e modificações de seu modelo. 
O período cognitivo
 
Numa revisão dos experimentos sobre a realidade psicológica das estruturas e operações sintáticas mostraram que as descrições estruturais das sentenças, e as unidades constituintes que essas descrições especificam, tem um papel a desempenhar nas tarefas de memória e organização cognitiva.
O paradigma cognitivo, então, rejeitou a centralidade e a independência da gramatica, sustentando não somente que a capacidade cognitiva descrita pelos estudos da gramatica sobre a competência é apenas uma das manifestações da linguagem humana mais importante que ouros sistemas cognitivos ou comportamentais envolvidos na aquisição e no uso da linguagem. 
O estado atual 
No estado atual da Psicolinguística, denominado por Kess (1992) de período da teoria psicolinguística, realidade psicológica e ciência cognitiva, o campo se apresenta em um estado de transição, com pesquisas oriundas de várias escolas teóricas, como, por sinal, é também o caso da Psicologia e da Linguística. Outra característica importante é o grande número de trabalhos interdisciplinares. 
A influência do paradigma chomskyano, segundo Kess (1992), continua presente, menos em função de sua apresentação da Linguística como uma Psicologia Cognitiva. A parceria entre a Psicologia e a Linguística está experimentando um recrudescimento, após um período de relativo esfriamento. 
Dessa forma, as questões da definição do objeto e do método de estudo, necessárias para que possamos falar em uma disciplina autônoma, parecem estar se encaminhando para uma solução. 
Questões e problemas da Psicolinguística 
A relação entre linguagem e cérebro, incluindo os fundamentos biológicos da linguagem, sua neurofisiologia e os prejuízos do processamento causados por lesão cerebral, as relações entre linguagem e pensamento, como um produto do sistema cerebral, os sistemas de processamento mental da linguagem, incluindo os subsistemas linguísticos como percepção , a memória, o conhecimento do mundo etc, o processamento de unidades amplas da linguagem, como o texto e o discurso, e a aprendizagem de outras atividades ou sistemas linguísticos como a leitura e a escrita. 
O método experimental e seus problemas
O método experimental consiste em elaborar experimentos, ou um conjunto de procedimentos que permitam verificar a existência ou não das relações. Dois são os principais problemas do método: criar situações de caráter artificial que podem não ter uma correspondência clara ou direta com as situações reais da vida. Em segundo lugar, a própria delimitação das variáveis. Assim, a crítica epistemológica ao desing dos experimentos é a primeira preocupação tanto dos experimentadores quanto dos seus críticos. 
Processamento dos sinais acústicos da fala
Uma questão experimental típica concerne ao processamento dos sinais acústicos da fala, que implica a existência de procedimentos “mentais” realizados pelo individuo para poder entender o que ouve. O pesquisador enfrenta problemas da falta de acesso direto ao processamento. Outro problema é a dificuldade em elaborar estudos experimentais sobre a produção dos sinais acústicos da fala.
A postura de Scliar-Cabral (1991), é de que uma teoria do processamento do sinal acústico da fala, tanto para a recepção quanto para a produção, deve conciliar processos essencialmente buttom-up com processos essencialmente top-down. 
Unidades de significação ou o problema do léxico 
O reconhecimento de palavras, a capacidade do falante/ouvinte de distinguir palavras em uma determinada emissão verbal, ou mais propriamente dito, de distinguir unidades de significação, é uma questão que surge da suposição de que o processamento da fala, tanto na recepção quanto na produção, envolve algum tipo de léxico, que seria um dicionário mental, no qual estariam armazenadas as palavras conhecidas pelo falante/ouvinte. 
É, também, importante estudar como o léxico se relaciona comos outros sistemas de provimento das informações necessárias para o ato de falar/ouvir. 
Quando estudamos a recepção, o principal problema diz respeito ao modo como se dá a identificação das unidades significativas. Quando estudamos a produção o problema principal se refere a seleção de unidades lexicais que serão inseridas na fala. Finalmente é necessário integrar o conjunto de informações perceptuais e contextuais que interage com o léxico, tanto na percepção quanto na produção. 
Outra questão fundamental consiste em descobrir como a significação é representada na memória e como é usada na recepção/produção da fala. 
Restrições psicobiológicas 
Finalmente, é preciso compatibilizar os achados e teorias da Psicolinguística com os achados e teorias da Psicologia, da Neurologia e da Neuropsicologia, que apresentam um conjunto de restrições psicobiológicas. 
Um exemplo desse tipo de restrições pode ser encontrado na afirmação de que qualquer processador mental que utilize a memória de curto prazo somente pode lidar com 7+/-2 unidades simultâneas, o que exige que qualquer modelo para processamento da fala deverá apresentar dispositivos cujo funcionamento permita satisfazer essa limitação. 
Alguns exemplos 
Alguns exemplos de estudos psicolinguísticos, tanto teóricos quanto aplicados, tentando mostrar como a Psicolinguística procede no enfrentamento das questões com que se defronta. 
Níveis de análise e elementos da Psicolinguística (um corte epistemológico)
Garman (1990) apresenta um modelo esquemático simples da “cadeia da fala” que ilustra o que ocorre entre um falante e um ouvinte e permite distinguir três níveis de análise do processamento linguístico: 
O nível linguístico, relacionado à formulação (codificação/decodificação) da mensagem.
O nível fisiológico, relacionado com a produção e recepção da fala. 
O nível acústico, em que ocorrem as ondas sonoras que formam a “ponte” entre o falante e o ouvinte. 
O autor aponta ainda, três elementos fundamentais deste processamento: 
A existência de um sinal linguístico.
A atividade neurofisiológica.
O sistema linguístico 
Ao distinguir três níveis de análise e apontar três elementos do processamento, Garman, numa operação normalmente chamada corte epistemológico, está colocando limites ao que pode ser estudado e ao que pode ser dito a respeito do fenômeno. 
Linguagem e pensamento (um modelo de processamento)
Garman (1990) descreve o processamento da linguagem usando a analogia de uma central telefônica, capaz de organizar uma sequência de eventos de input/output (entrada/saída). Enquanto temos acesso aos eventos de input/output, podemos supor que o cérebro, ou a central telefônica, deve ser capaz de “reconciliar as consideráveis diferenças físicas e fisiológicas entre estes eventos, de tal forma que pode reconhecer e gerar as ‘mesmas’ mensagens em diferentes formas”.
A aprendizagem da segunda língua por adultos (um estudo experimental)
O estudo partiu da constatação de que nos primeiros estágios da aquisição os aprendizes não dispõem da grande variedade de mecanismos linguísticos para a construção de proposições de que dispunham na L1 e, assim sua produção parece ser guiada primordialmente por razões semânticas e pragmáticas. 
Considerando que o único mecanismo sintático disponível para o aprendiz planejar um discurso coerente é a ordem em que dispõe as poucas palavras que conhece, era fundamental estudar as relações entre a organização semântico-pragmática do discurso dos aprendizes e este mecanismo de ordenar palavras, em última análise, um mecanismo sintático. 
Os dados apontaram não apenas a existência de “esquemas”, ou padrões invariantes, como a relevante influência da restrições semântico-pragmáticas e também foram encontradas indicações sobre a gradatividade da aquisição de outros mecanismos gramaticais. 
A teoria léxico-funcional da gramática (uma operação teórica) 
Em busca de uma integração entre teoria linguística e fatores de processamento, a Teoria Léxico-Funcional da Gramática (LFG) é proposta como uma alternativa à Gramática Gerativa, chomskyana, que pressupõe que o falante possui uma Gramática Universal incorporada à própria estrutura de sua mente. 
O léxico, então, além das entradas fonológica e semântica referidas anteriormente, teria também uma entrada gramatical, em que ficariam armazenados os aspectos sintáticos das palavras. 
A partir daí, criticaram uma teoria já existente (a Gramática Gerativa) e elaboraram uma teoria alternativa. 
Linhas alternativas ao mainstream
Há que se reconhecer pelo menos duas fontes de paradigmas alternativos aos dominantes no mainstream das pesquisas. Um vindo da Psicologia, apoia-se nas reflexões teóricas de dois grandes mestres, Piaget e Vygotsky, enquanto o outro, vinda da Linguística Aplicada, relaciona-se com as aplicações das descobertas psicolinguísticas a diversos campos de atividade humana. 
Piaget e Vygotsky 
Enquanto a publicação do livro A linguagem e o pensamento da criança, de Piaget (1923/1966), teve grande impacto no campo da Psicologia, já a obra Pensamento e linguagem, de Vygotsky (1934), foi proibida em 1936. 
Atualmente, podem se encontrados reflexos das concepções de Piaget principalmente nos trabalhos de Emília Ferrero sobre a aquisição da escrita pela criança e, de forma geral, nos estudos das ciências cognitivas, das quais é geralmente considerado um precursor. As concepções de Vygotsky, por seu turno, são bastante influentes no Brasil, especialmente nos estudos conduzidos por psicólogos e educadores. 
Psicolinguística aplicada 
O nome Psicolinguística Aplicada é geralmente utilizado para identificar os estudos da Psicolinguística que se dedicam a resolver questões de aplicação das descobertas do campo, e abrange obras relacionadas com áreas bastante diversas. 
Nesses estudos há uma espécie de linha alternativa, o brand Harvard-MIT, um modelo psicológico individual, mas essa não é a única maneira de estudar a cognição humana, há também a Hermenêutica. 
Conclusão: um campo em evolução 
Hoje, com a emergência e a influência das ciências cognitivas, as metáforas e modelos tem apontado para um paradigma “computacional”, em que a linguagem é entendida como um processo simbólico, que opera símbolos e toma decisões baseadas em conhecimento armazenado e/ou deduzido deste.

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