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HANSENÍASE Epidemiologia: Ainda é um problema de saúde pública em 9 países => Angola, Moçambique, Madagascar, República Da África Central, República Democrata do Congo, República Unida da Tanzânia, Índia (1° lugar mundial), Nepal, Brasil (2° lugar mundial) BR é o único país que não conseguiu eliminar a propagação da doença Em 2003 a taxa de cura era de 69,3%, já em 2013 era de 84%, tendo um aumento de 14% na taxa de cura Em 10 a (03 -> 13), teve queda de 68% na prevalência da doença/10.000 hab. Em 2014, contudo, teve aumento nessa prevalência Objetivo do milênio é atingir índice de 1 caso : 10.000 hab Áreas de maior transmissão são GO, região N Desigualdade regional: MT, PA, MA, TO, RO e Go = 80% dos casos RS tem a menor incidencia do BR, ficando abaixo da médica brasileira, assim como SC, SP, MG, RJ, PR, DF, RN e AL Conceitos básicos: Lesões neurológicas, deformidades Lesões cutâneas Doença infecciosa Problema social, preconceito, ignorância Fenômeno imunológico Mycobacterium leprae Descoberto em 1873 Parasita intracelular obrigatório Replicação lenta, demorando 11-16 d PI lento, de 3-7 a, importante na descoberta de caso novo, investigar contatos intradomiciliares em 5-7 a, Endêmico no BR, no RS é considerada livre, mas ainda há casos Doença negligenciada, na índia é 1° lugar, BR é 2° Evolução grande nas taxas de cura Tem cura, mas se diagnosticada em fase tardia leva a sequelas importantes, que causam desconforto Sequelas e reações imunológicas Não existe cultura para M. leprae, diferente do da Tb Discriminação, doentes eram isoladas em função da dificuldade de tto e demora na cura Doença infectocontagiosa que tem preferência pela pele e nervos periféricos, podendo também ter acometimentos sistêmico dependendo da imunidade. Vara desde lesão única até doença sistêmica Tem alta infectividade e baixa patogenicidade. Muito se infectam, mas poucos desenvolvem a doença Sequelas periféricas em mãos, pés e face, que podem ser permanentes especialmente em pele, nervos, mãos, pés e olhos Homem é o único reservatório Alguns animais podem ser naturalmente infectados Transmissão: Transmissão de um indivíduo para o outro pela via respiratória => secreções nasais, tosses, espirros de doentes não tratado (que não começaram a medicação) => 5m A partir do momento que começa o tto, não transmite mais Pelo PI longo, transmissão é mais difícil, necessitando contato íntimo prolongado para transmissão (intradomiciliares) Como não se pega hanseníase: RS, banheiro, beijo, abraço, aperto de mão, utensílios domésticos, alimentos, sangue, placenta, aleitamento materno, no parto, roupas, piscina, contato com animais, moscas, formigas, mosquitos, água suja, banco de ônibus Manifestações clínicas: Manchas claras ou avermelhadas, placas, nódulos, ulcerações, vesículas não são comuns. Não coçam, não doem, não pegam pó Infiltrações generalizadas Xerodermia ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE (térmica, dolorosa, tátil), hipoestesia e anestesia das lesões Queda de pelos 1° perde a sensibilidade térmica, depois dolorosa e por fim tátil Paciente que começa a se queimar com o cigarro, cozinheira que queima o braço < queima e não sente a dor < encosta e não sabe que encostou, deixa as coisas cair Parestesias permanentes, que podem ser confundidas com neuropatias diabéticas (em bota) Não obrigatoriamente tem lesões cutâneas, pode ter só lesões nervosas puras (difícil diagnóstico) Dores articulares e neuraisTuberculoide Nervos Formas clínicas: Imunidade celular => T Mucosa nasal ou pele com solução de continuidade Doente bacilífero sem tto Borderline Pele Forma indeterminada Imunidade humoral => B Vísceras 10% adoecem Virchowiana 90% não adoecem Sadio Doente bacilífero sem tto < mucosa nasal ou pele sem continuidade < 90% não adoecem < 10% adoecem => disseminação linfática => formas indeterminadas => grau de imunossupressão => evolução para outras formas => se imunocompetentes, para na forma indeterminada. Se imunossupressão de imunidade celular evolui para forma tuberculoide, com lesões cutâneas em menor quantidade e predomínio de lesões nervosas, se imunossupressão por imunidade humoral, tem forma Virchowiana, que é a mais grave, com acometimento visceral, de pele e nervos, se não conteve a indeterminada e evoluiu, vai para forma Borderline/mista/dimorfa, com bastante acometimento de pele e nervos Disseminação pelos gânglios linfáticos após entrada pelo nariz, podendo ter disseminação hematológica e passar da forma indeterminada Baciloscopia (da linfa): indeterminada (inicial) e tuberculoide tem baciloscopia -, com predomínio de deficiência => paucibacilar, menos bacilos (estão na linfa), menos lesões de pele (até 5 lesões) e no máx 1 nervo acometido. Dimorfa e Virchowiana são com mais lesões, baciloscopia +, multibacilares, > 5 lesões cutâneas, > 1 tronco nervoso acometido. Ridley Paucibacilar: até 5 lesões de pele e/ou 1 tronco nervoso acometido Indeterminada: baciloscopia - => áreas de hipo ou anestesia, parestesia, manchas hipocrômicas (+ eritema), com ou sem diminuição da sudorese queda de pelos. Estágio inicial, transitório, mais notado em crianças, pode curar ou evoluir para outras curas Tuberculoide: baciloscopia - => placas eritematosas, hipocrômicas, bem definidas, hipo ou anestésicas, compromete nervos, poucas lesões ou únicas, máximo 10 cm, é o polo chamado resistência Multibacilar: > 5 lesoes de pele e/ou mais de 1 tronco nervoso acometido Dimorfa: baciloscopia – ou + => lesões pré-foveolares, com eritema plano e centro claro, lesões foveolares, eritematopigmentares, tom ferruginoso ou pardo, alterações de sensibilidade, entre tuberculoide e Virchowiano Virchowiano: baciloscopia + => eritema, infiltração difusa, placas de bordas mal definidas, tubérculos, nódulos, madarose, lesões de mucosas, alteração de sensibilidade, invasão da derme subcutâneo, infiltrado em feixe vasculonervoso, glândulas sudoríparas, aparelho pilosebáceo, polo anérgico, bacilo íntegro se aglomerando em globias. Operacional: para tto Linfa é coletada dos lóbulos das orelhas e cotovelos Fase indeterminada: 1 lesão geralmente, anestésicas, até 5 lesões, hipocrômicas ou avermelhadas, podem ser elevadas Forma tuberculoide se parece com a micose, com bordos elevados, centro e borda anestésica Dimorfa: muitas lesões cutâneas, multibacilar mesmo com linfa – (> 5 lesões contam mais de n° lesões cutâneas e é considerado multi, mas < 5 lesões e linfa + tratar como multi) Faces leoninas, madarose (ausência de sobrancelhas) Mucosa: lesões de palato Lesões são manifestações imunológicas, o padrão são manchas hipocrômicas com anestesia, mas nem sempre segue. Com tto, lesões podem ficar escuras Hanseníase Neural Pura: BAAR – Perda de sensibilidade em tronco mas com pele normal, parestesia, espessamento neural, dor Atrofia de membro, perda de força, hipotonia Baciloscopia – se só um tronco é acometido, sendo necessário biópsia de nervo. Troncos mais comuns: auricular, braquial, mediana, oftálmico do trigêmeo Face: trigêmeo (perde sensibilidade de face, dificuldade de mastigação) e facial (lagoftalmo, ulcera de córnea, pálpebra não fecha) Braços (radial -> braço caído, pode ter edema, ulnar e mediano -> mão em garra) Perna (fibular comum -> pé caído, tropeça se unilateral e tibial posterior, que dá inervação plantar, gera mal perfurante plantar, ulceras crônicas e osteomielite crônica) Nervo auricular: nervo espessado, palpar acima do ECM, duro N. mediano deixa o punho duro e dedos fechados Lesões secundárias: Atrofias Úlceras Perda de força em mãos, pés, pálpebras Cegueira por lesão de córnea Encurtamento dos dedos por desuso Garras Sinais de queimadura Olhos vermelhos Diagnóstico: CLÍNICO Lesões presentes. A anestesia pode ocorrer em qualquer local, no dorso é bem comum Teste térmico com tubo de ensaio, térmica com agulha, tátil com algodão, monofilamentos de Semmes-Weinsteins (quanto menos sinto, mas pesado o monofilamento)Baciloscopia: pedir para diagnóstico entre paucibacilar e multibacilar Solicitar a baciloscopia na alta de multibacilares, para o controle de multibacilares por 5 a, e até – em multibacilares, se recidiva. A baciloscopia se negativa lentamente Se necessário, solicitar exames laboratoriais: coletar dos 2 lóbulos e dos 2 cotovelos: prender com pinça hemostática até ficar branco, onde ter linfa, com bisturi, coletar em lâmina, corar com ZN e observar no microscópio Mitsuda (não é diagnóstico): intradermorreação, semelhante ao PPD, só usada em estudos clínicos, não é de rotina HP Casos de Hanseníase: 1 ou > sinais e precisa de PQT Lesões e/ou áreas de pele com alterações de sensibilidade Acometimento de nervos periféricos, com ou sem espessamento, + lesões sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas Baciloscopia + de esfregaço intradérmico Contatos: pessoas que residiram nos últimos 5 a Chamar dos últimos 5 a os que residiram na mesma casa, para exame dermatoneurológico. Acompanhar 1x/a de multibacilar, ou 1x se paucibacilar. Se é contato e não tem nenhuma dose de BCG, sem cicatriz, prescrever 1 dose. Se tem só 1 cicatriz prescrever outra dose. Se tem as 2, não prescrever nada. Se o contato tiver < 1 a e já foi vacinado, não precisa de outra dose Se incerteza de cicatriz vacinal, aplicar uma dose de BCG, independentemente da idade Independentemente da idade => única situação em que faz na idade adulta. Se dúvida, aplicar uma dose. DD: Vitiligo Sarcoidose Pitiríase alba Pitiríase rósea Psoríase Pitiríase versicolor Porfiria Neuropatias Neuropatias periféricas LES Nervo acrômico Granuloma anular Tto: Só pela OMS, não é vendido Poliquimioterapia (PQT): 2 esquemas, com tto prolongado e com mais de 1 medicamento, eficaz, previne resistência medicamentosa, reduz risco de recidiva, boa resposta, boa aceitação, efeitos adversos Após 2sem de tto 90% bacilos já morreram e já não é mais infectante Falha terapêutica ocorre em < 1:10.000 tratados/a Paucibacilar: indeterminada, tuberculoide Até 5 lesões de pele, até 1 tronco nervoso Baciloscopia – Adulto: na frente do médico, toma Rifampicina (600 mg mensal) + Dapsona (opção de tto para Pneumocistis) (100 mg mensal), em casa 100mg/d de Dapsona < 6 doses em até 9m, podendo ter até 3 faltas consecutivas ou não Controle após a alta 1x/a por 3 a Se < 30 kg, ajudar a dose Multibacilar: dimorfa, Virchowiana > 5 lesões de pele, 1 ou mais troncos acometidos Baciloscopia + mesmo com < de 5 lesões de pele Adulto: na frente do médico: rifampicina 600 mg + clofazimina 300 mg + Dapsona 100 mg, em casa 50 mg/d de clofazimina + 100 mg/d de Dapsona. Pode se ausentar do tto por 6m 12 doses em até 18 m Pode ter até 6 faltas, consecutivas ou não Controle após alta 1x/a por 3 a ou até negativar Se < 30 kg, ajudar a dose CI: Hepatopatas Alcoolismo crônico com lesão hepática D. hematológicas severas (Sd meta-hemoglobinemia) Nefropatia autoimune Doença mental prévia Extremos de idade Gestantes podem tratar (em idade fértil, rifampicina reduz efeito ACO) Supervisão: Dose supervisionada Segurança de que ingeriu a dose Exames dos comunicantes Monitorar efeitos adversos Gravidez: segura para mãe e feto. Talidomida é usada na hanseníase quando há reações. Se + tb, não precisa usar a dose de Rifampicina da Hanseníase, que é mensal (a da Tb é diária) Se + HIV, tto não sofre modificações porque não interfere nos antirretrovirais (na da Tb, interfere) Reações Adversas: Costumam ocorrer em 1,8% dos casos, entre a 1ª e a 5ª dose supervisionada Sd. da Dapsona, com hepatopatia grave Sd. da Rifampicina Metahemoglobinemia Agranulocitose Hemólise Farmacodermia Insuficiência renal Hepatite Principais causas de morte na Hanseníase: Insuficiência renal aguda Insuficiência hepática Hepatite Farmacodermia Anemia hemolítica Sd sulfona Steven-Johnson Vasculite Iatrogenia Reações Hansênicas: Alterações do sistema imunológico Manifestações inflamatórias agudas e subagudas Mais frequentes nas formas multibacilares Antes, durante ou depois da PQT, sendo mais comum após a cura É diferente de recidiva, em que há manifestações da doença após a cura Pode ter acometimento neural, envolvendo troncos nervosos, sendo o que ocorre em 25-30% Quanto maior o n° de lesões cutâneas, 50% ocorrem durante o tto , sendo 17,1% do tipo I, 30% do tipo II e 2,8% associado a neurite isolada Tipo I = reação reversa: Aparecem lesões novas, manchas e placas Normalmente durante o tto elas aparecem, mas, começam a aparecer mais lesões após o início do tto É uma manifestação imunológica. Pode ter neurite associada (nervo grosso). É mais comum em multibacilar, porque tem mais bacilos para reação imunológica quando bacilos vão morrendo. Ocorre em 10% dos paucibacilares e em 35% dos multibacilares Pode ou não haver espessamento de nervos Lesões antigas mudam de cor, ficam mais edemaciadas. Não suspender o tto. Pode ser recorrente ou crônica, ulceras, áreas de necrose, infiltrações É chamado de recorrente quando há novo episódio em > 3m É chamado de crônico quando ocorrem em < 3m Há edema nos pés Pode haver lesão reversa sobre nervo importante Tipo II = eritema nodoso: São as mais comuns Linfa é – Nódulos subcutâneos dolorosos Manifestações sistêmicas, pode haver mal-estar, febre, artralgia Pode ocorrer neurite com ou sem espessamento de nervo periférico Acometimento de vários sistemas por reações imunológicas Mais em multibacilares Pode ocorrer antes, durante ou após tto É mais prolongado que o tipo I e recorrente Se estende após tempo de cura, podendo aparecer até 5 a após a cura É difícil diferenciar de recorrência (coleta de linfa) Orqui-epidimite => edema + dor => afastar neoplasia Vasculite => Fenômeno de Lúcio, uma vasculite necrotizante após ulceração, sendo um sinal inflamatório. Pode ser vasculite generalizada. Gera cicatrizes anestésicas Mão reacional => paralisia, atrofia, edema, lesões Artrite: geralmente poliarticular, subaguda, rigidez matinal de 1h, lesões concomitantes Adenopatia Icterícia Depósito de imunocomplexos, que pode originar proteinúria e glomerulonefrite Astenia Inapetência Insônia Eritema multiforme (polimorfo), com bolhas, placas eritematosas e ulcerações Tipo III = Neurite: Neurites isoladas, puras Dificuldade de diagnóstico se sem diagnóstico prévio ou se durante o tto Pode ser silenciosa, pode demorar para aparecer Notada após atrofia Acomete especialmente ulnar, fibular e tibial posterior, os quais são nervos mistos (sensitivos e motores) Há dor espontânea ou na palpação, com espessamento do nervo Destrói 30% do nervo Fatores que precipitam as reações hansênicas: Vacinação Infecções intercorrentes: ITGU, Tb, Influenza, Hepatite, problemas odontológicos, parasitas Tumores Distúrbios hormonais, como na puberdade, gravidez e parto, tto hormonais com P Fatores psicossociais Estresse KI, brometo, vitA Tto reações hansênicas: Ocorrência de reação hansênica não contraindica PQT, não precisa parar PQT e, se ocorrer após o tto, novo tto não precisa ser reiniciado Se reversa, usar Prednisona em dose alta (1-1,5 mg/kg/d), para atuar como dose imunossupressora, que reduz inflamação, evita ulcerações e novas portas de entrada, que podem gerar sepse, celulite). Uso da Prednisona deve ser pelo tempo que tiver os sintomas ou tolerar (controlar sintomas e diminuir progressivamente). Continuar tto da hanseníase se estiver em tto. Prevenção de S. stercoralis e osteoporose Imobilizar membro se neurite Tto eritema nodoso hansêmico: corticoide e talidomida (funciona melhor. 100-400mg/d) (talidomida deve ser observada em mulher em idade fértil). Continuar tto da hanseníase se estiver em tto. Tto da dor neuropática Alternativas são prednisona ou pentoxifilina Efeitos adversos do tto Sd. metahemoglobinemia: Hb não capta mais O2 Iatrogenia, especialmente de suas complicações e do tto
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