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13 Hanseniase

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LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
 
• Doença infectocontagiosa de evolução lenta 
(período de incubação de 2 a 7 anos) 
• Infecção crônica, granulomatosa, curável 
• Sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões 
na pele e nos nervos periféricos, 
principalmente nos olhos, mãos e pés 
 
 
• Acometimento neural periférico leva a 
incapacidades físicas e permanentes 
• Estigma e preconceito 
• Doença curável quanto mais precocemente 
tratada 
 
 
• Acomete regiões tropicais e subtropicais de 
Ásia, áfrica e Américas do Sul e Central 
• Mycobacterium leprae ou Bacilo de Hansen 
(BH): elevada infectividade e baixa 
patogenicidade 
• Lentamente progressiva 
 
• Doença milenar, carregada de estigmas 
• Descamação em hebraico 
• Descrita antes de 600 a.C na Índia 
• Confundida com psoríase, vitiligo, lúpus 
• Na Idade Média teve níveis epidêmicos na 
Europa e nos séculos XV e XVI no Novo Mundo 
 
 
• 1980: 11 a 15 milhões de casos 
• 2010: 212 mil 
• Impacto da multidrogaterapia 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
• Objetivo da OMS: < 1caso para 10mil 
habitantes 
• Nas Américas, o Brasil é o primeiro lugar 
• Incidência igual entre H e M 
• Formas virchowianas 2x mais comum em 
homens 
• Brasil 2º lugar no mundo em número de casos, 
só perde para Índia. Enquanto no Rio Grande 
do Sul a doença está praticamente erradicada, 
estados como Mato Grosso, Tocantins e 
Maranhão ainda tem alta incidência 
 
• 1,15 caso para cada 10mil habitantes 
 
• Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen): 
parasita intracelular obrigatório, com 
afinidade por células reticuloendotelial, 
especialmente os os histiócitos do SNP (célula 
de Schwann), que se instala no organismo da 
pessoa infectada, podendo se multiplicas 
 
• A diferença morfológica com o bacilo da 
tuberculose (BK) é que o BH, quando em 
grande quantidade nas lesões, forma 
aglomerados bacilares, denominados globias 
• Bacilo álcool-ácido resistente 
 
• Tempo de multiplicação: de 11 a 16 dias 
(extremamente lento) 
• Alta infectividade e baixa patogenicidade 
• Preferencia para ambientes com temperatura 
mais baixa 
 
TRANSMISSÃO E PATOGÊNESE 
• O homem é considerado o único reservatório 
natural do bacilo 
• Os pacientes portadores de formas 
multibacilares são a principal fonte de infecção 
• As vias aéreas superiores provavelmente 
constituem a principal via de inoculação e 
eliminação do bacilo. Soluções de 
continuidade na pele eventualmente podem 
ser porta de entradanda infecção. Secreções 
orgânicas como leite, esperma, suor e 
secreção vaginal podem eliminar bacilos, mas 
não possuem importância na disseminação da 
hanseníase 
• A imunidade humoral (dependente de 
anticorpos) é ineficaz contra o M. leprae. A 
defesa é efetuada pela imunidade celular, 
capaz de fagocitar e destruir os bacilos, 
mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e 
mediadores da oxidação, fundamentais na 
destruição bacilar no interior dos macrófagos 
• Na forma paucibacilar (lesões tuberculoides), 
há predomínio de linfócitos Th1, produzindo 
IL-2 e IFN-gama, enquanto que na forma 
multibacilar (lesões virchowianas ou 
lepromatosas), o predomínio é de linfócitos T 
supressoras e Th2, produzindo IL-4, IL- 5 e IL-
10 
MODO DE TRANSMISSÃO 
o O homem é a única fonte de infecção da 
hanseníase Individuo infectado, sem 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
tratamento, geralmente multibacilar por 
gotículas de saliva-trato respiratório superior 
 
 
RABELLO (1938) 
o Virchowiana: multibacilar com imunidade 
celular muito baixa 
o Tuberculoide: imunidade celular baixa 
o Dimorfa: intermediaria, um pouco de 
imunidade celular 
o Indeterminada: forma inicial 
DE MADRI (1953) 
o Consideram-se dois polos estáveis e opostos 
(virchowiano e tuberculoide) e dois grupos 
instáveis (indeterminado e dimorfo), que 
caminhariam para um dos polos, na evolução 
natural da doença 
RIDLEY E JOPLING 
o Tuberculoide (TT) borderline 
o Tuberculoide dimorfos que são subdivididos 
em Dimorfo-Tuberculoide (DT), Dimorfo-
Dimorfo (DD) e Dimorfo-Virchowiano (DV), 
Virchowiano-Subpolar (VVs) e Virchowiano 
(VV). 
OMS (1997) 
o Paucibacilar com lesão única 
o Paucibacilar com 2 a 5 lesões 
o Multibacilar 
 
• Período de incubação longo de 2 a 7 anos 
DE ACORDO COM A RESISTÊNCIA IMUNE 
AO BACILO, A HANSENÍASE PODE SER 
CLASSIFICADA EM 
o Paucibalar: 
▪ Apresentam resistência ao bacilo 
▪ Abrigam um numero pequeno de bacilos 
no organismo 
▪ Não são considerados fontes de 
transmissão 
o Multibacilar: 
▪ Não apresentam resistência ao bacilo 
▪ Carga bacilar elevada 
▪ Fonte de infecção e manutenção da cadeia 
epidemiológica da doença 
o Quando a pessoa doente inicia o tratamento 
quimioterápico, ela deixa de ser transmissora 
da doença, pois as primeiras doses da 
medicação matam os bacilos, torna-os 
incapazes de infectar outras pessoas 
 
• Doença de duplo acometimento: 
dermatoneurológica 
• Sinal marcante: perda de sensibilidade nas 
áreas afetas pelas lesões (ou em outras áreas 
inervadas por nervos periféricos) 
• Ela é mais frequente nos pacientes 
paucibacilares, nos quais a imunidade celular 
está exacerbada e, com isso, ao englobar o 
bacilo, acaba atingindo o nervo. Assim, os 
macrófagos são, na realidade, os que têm 
papel fundamental na neurite 
• Nos pacientes com o vírus HIV, o curso da 
hanseníase não se altera 
• Outros achados sistêmicos: uveíte ou 
glomerulonefrite, ou da própria extensão da 
doença em quadros de baixa resistência ao 
bacilo (linfonodomegalia e 
hepatoesplenomegalia). 
SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS 
o Lesões de pele que se apresentam com 
diminuição ou ausência de sensibilidade: 
▪ Diminuída/Hipoestesia 
▪ Ausente/Anestesia 
▪ Aumentada/Hiperestesia 
o Localizadas em qualquer região do corpo e 
podem, também, acometer a mucosa nasal e a 
cavidade oral 
o Principal local de acometimento: face, orelhas, 
nádegas, braços, pernas e costas 
o Máculas hipocrômicas com hipoanestesia e 
anestesia: 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
 
o Placa eritematodescamativa com alteração da 
sensibilidade: 
 
o Nódulos e infiltração: hansenomas 
 
 
o Face leonina: 
▪ Nodulos na face 
▪ Madarose 
▪ Face infiltrada 
 
SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS 
o Lesões nos nervos periféricos: decorrentes de 
processos inflamatórios causados tanto pela 
ação do bacilo nos nervos como pela reação do 
organismo ao bacilo ou por ambas 
o Neurite: Dor espessamento do nervo → Perda 
da sensibilidade nas áreas inervadas (pés, 
mãos e olhos) → Perda da força muscular nas 
áreas acometidas (olhos, membros superiores 
e inferiores) 
o Neurite crônica: comprometimento dos 
nervos periféricos → Perda da capacidade de 
suar (anidrose), perda de pelos (alopecia), 
perda das sensibilidades térmica, dolorosa e 
tatil e paralisia muscular 
 
 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
 
 
 
• É a primeira manifestação da doença, podendo 
ocorrer evolução para cura ou para outra 
forma clínica, quer já paucibacilar ou 
multibacilar 
• Maculas hipocromicas, anestésica e 
anidrotica, com bordas imprecisas ou áreas 
circunscritas com distúrbios de sensibilidade, 
alopecia total ou parcial 
• Podem se localizar em qualquer área da pele 
• Geralmente não há comprometimento neural 
(de troncos nervosos), mas sim de apenas 
ramúsculos nervosos cutâneos 
• Baciloscopia negativa 
• Mitsuda positivo ou negativo 
• A histopatologia apresenta infiltrado 
perivascular e perineural 
• Em crianças é comum em face e MMII 
• Não há ocorrência de incapacidades 
• Dura de 1 a 5 anos 
• Evolução: cura (40%), HT ou HV 
• Diagnóstico diferencial: pitiríase alba, pitiríase 
versicolor, vitiligo, pinta, leucodermia gutata, 
nevo acrômico, nevo anêmico, hipomelanose 
idiopática do tronco, entre outros → A 
principal diferença entre a lesão da hanseníase 
e de outras doenças dermatológicas é a 
alteração de sensibilidade 
•Mácula hipocromica em cotovelo com 
distúrbio de sensibilidade 
 
• Mácula hipocrômica em dorso com distúrbio 
da sensibilidade: 
 
• Máculas hipocrômicas na coxa com distúrbio 
da sensibilidade 
 
 
• Geralmente surge a partir da HI não tratada, 
em pacientes com boa resistência. 
Caracterizando a forma clínica de contenção 
da multiplicação bacilar, dentro do espectro da 
doença 
• Aspecto papuloso ou tuberoso, por vezes em 
placas, tamanho variado, bem delimitadas 
• Lesões circinadas ou anulares, assimétricas, 
únicas ou pouco numerosas, com hipo ou 
anestesia precoce e sempre presente 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
• Lesões são bem delimitadas, em número 
reduzido, eritematosas, com perda total da 
sensibilidade e de distribuição assimétrica. 
Descrevem-se inicialmente máculas, que 
evoluem para lesões em placas com bordas 
papulosas, e áreas de pele eritematosas ou 
hipocromicas 
• Acomete poucos nervos, porém de forma 
intensa 
• Baciloscopia negativa 
• Mitsuda fortemente positivo 
• Seu crescimento centrífugo lento leva à atrofia 
no interior da lesão, que pode, ainda, assumir 
aspecto tricofitoide, com descamação das 
bordas. Observam-se, ainda, a variedade 
infantil e a forma neural pura. A primeira 
manifesta-se em crianças conviventes com 
portadores de formas bacilíferas e localiza-se 
principalmente na face 
• Pode se manifestar como nódulos, placas, 
lesões tricofitoides ou sarcoídicas. Portanto, é 
uma forma paucibacilar (a baciloscopia é 
tipicamente negativa), cujo foco foi um 
paciente multibacilar 
• Placas eritematosas com bordos bem 
delimitados, com distúrbio da sensibilidade: 
 
 
 
• Em algumas ocasiões, pequenos nervos 
espessados parecem emergir das placas e 
constituem o que denomina “lesões 
tuberculoides em raquete” 
 
 
• A neurite normalmente se apresenta com um 
quadro agudo de dor intensa e edema, sem 
que haja, a princípio, comprometimento 
funcional do nervo. Contudo, a lesão se torna 
crônica e passa a evidenciar o dano, 
identificado por anidrose e ressecamento 
cutâneo; alopecia; alteração sensitiva (na 
ordem em que é perdida: térmica, dolorosa e 
tátil) e motora, cursando com dormência e 
perda da força muscular. Em alguns casos, as 
alterações de sensibilidade e motricidade 
podem aparecer sem os sintomas agudos de 
neurite (neurite silenciosa). Outra forma é a 
forma neural pura, quando não se encontram 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
lesões cutâneas, mas encontramos 
espessamento do tronco nervoso e dano 
neural precoce e grave 
• A forma tuberculoide (HT) e a forma 
indeterminada (HI) constituem as formas 
paucibacilares da hanseníase. Apesar da 
possibilidade de cura espontânea na HT, a 
orientação é de que os casos sejam tratados 
para reduzir o tempo de evolução da doença e 
o risco de dano neural 
 
• Forma intermediaria que é resultado de uma 
imunidade também intermediaria 
• Instabilidade imunológica, o que faz com que 
haja grande variação em suas manifestações 
clínicas, seja na pele, nos nervos, ou no 
comprometimento sistêmico 
• Lesões infiltradas 
• As lesões da pele revelam- se numerosas e a 
sua morfologia mescla aspectos de HV e HT, 
podendo haver predominância ora de um, ora 
de outro tipo. A infiltração assimétrica da face 
e dos pavilhões auriculares, bem como a 
presença de lesões no pescoço e nuca, é 
elemento sugestivo desta forma clínica. As 
lesões neurais são precoces, assimétricas e, 
com frequência, levam a incapacidades físicas 
• Coloração varia de eritematosa a ferruginosa 
• Lesões anulares com borda interna nítida e 
externa apagada (queijo suíço) 
• Episódios reacionais frequentes 
• O acometimento dos nervos é mais extenso 
podendo ocorrer neurites agudas de grave 
prognóstico 
• Baciloscopia e Mitsuda variáveis 
• Lesões foveolares, elevadas ou não, com áreas 
centrais deprimidas e aspecto de pele normal, 
com limites internos nítidos e externos difusos 
 
 
BORDERLINE TUBERCULOIDE (BT) 
o Placas ou manchas eritematosas, por vezes 
anulares, de maior extensão, distribuição 
assimétrica, pouco numerosas ou com lesões 
satélite 
o A baciloscopia é negativa ou discretamente 
positiva 
BORDERLINE BORDERLINE (BB) 
o Lesões bizarras, semelhantes ao “queijo suíço” 
(“esburacadas”), também descritas como 
anulares ou foveolares, com limite interno 
nítido e limites externos imprecisos, com 
bordos de cor ferruginosa. 
o As lesões são mais numerosas que a BT, mas 
de distribuição assimétrica 
o A baciloscopia geralmente é moderadamente 
positiva 
o Em alguns casos, o quadro reacional evolui 
com neurite, orquite, epididimite, irite, 
iridociclite, artralgia ou artrite, linfadenopatia 
generalizada, proteinúria e dano hepático. 
Edema de membros inferiores, pré-tibialgia e 
febre acompanham esta reação. Às vezes, a 
febre alta e prolongada domina o quadro 
clínico 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
o Leucocitose (incluindo reação leucemoide), 
com desvio para esquerda, anemia 
normocítica normocrômica, VHS bastante 
elevado e proteína C-reativa aumentada são 
achados frequentes. Títulos altos de fator 
reumatoide e FAN podem ser encontrados, 
confundindo o diagnóstico com o das 
colagenoses. As reações do tipo 2 repetem-se 
e evoluem indefinidamente em surtos 
subentrantes 
BORDERLINE VIRCHOWIANA (BV) 
o Múltiplas lesões elevadas eritematoinfiltradas, 
algumas de aspecto anular 
o A baciloscopia é francamente positiva 
 
• Forma multibacilar da hanseníase 
• Corresponde ao polo de baixa resistência 
imunológica ao bacilo 
• Pode evoluir a partir da forma indeterminada 
ou se apresentar como tal desde o início 
• Polimorfismo de lesões: Caracteriza-se pela 
infiltração progressiva e difusa da pele, 
mucosas das vias aéreas superiores, olhos, 
testículos, nervos; podendo afetar, ainda, os 
linfonodos, o fígado e o baço 
(hepatoesplenomegalia). Na pele, descrevem-
se máculas, pápulas, nódulos e tubérculos 
• Baciloscopia fortemente positiva 
• Mitsuda negativo 
• Representa, nos casos virgens de tratamento, 
importante foco infeccioso ou reservatório da 
doença 
• A infiltração é difusa e mais acentuada na face 
e nos membros. A pele torna-se luzidia, 
xerótica, com aspecto apergaminhado e 
tonalidade semelhante ao cobre. Há rarefação 
dos pelos nos membros, cílios e da cauda da 
sobrancelha 
• Máculas eritemato-hipocromicas de 
distribuição simétrica, de limites imprecisos 
que não evolução tornam-se vinhosas, 
espessadas 
• Lesões solidas: pápulas, nodulos e placas, 
também de distribuição simétrica 
• Perda de cílios e supercílios (madarose) 
• Alopecia parcial ou total de antebraços, pernas 
e coxas 
• Fácies leonina: múltiplos nodulos em face, 
perda de cílios e supercílios, infiltração do 
pavilhão auricular 
 
• Máculas hipocrômicas, nodulos e placas em 
todo o tegumento: 
 
SISTEMA 
NERVOSO 
PERIFÉRICO 
NEURITE IMPORTANTE 
Nariz Rinite, ulceração, perfuração e 
desabamento do septo nasal 
Mucosa oral Infiltração difusa (pápulas e 
nódulos) 
Laringe Infiltração de epiglote, pregas 
vocais 
Olhos Madarose, espessamento de 
nervos, iridocilite aguda ou 
crônica 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
Linfonodos Linfadenomegalia 
Fígado, baço e 
adrenais 
Granulomas 
Medula óssea Anemia 
• O comprometimento nervoso ocorre nos 
ramúsculos da pele, na inervação vascular e 
nos troncos nervosos. Estes últimos vão 
apresentar deficiências funcionais e sequelas 
tardias. São sinais precoces de HV a obstrução 
nasal, rinorreia serossanguinolenta e edema 
de membros inferiores 
• Histopatologia demonstra aglomerado de 
bacilos nas camadas profundas da derme 
(globias). Na realidade, o micro-organismo 
pode ser isolado de qualquer tecido ou órgão 
(fígado, baço, medula óssea, etc.) com exceção 
do pulmão e sistema nervoso central 
FENÔMENO DE LUCIO 
o Ocorre antes do tratamento em poucos 
pacientes com hanseníasevirchowiana, 
especialmente naqueles com a forma “lepra 
bonita” ou lepra de Lucio 
o Lesões maculares equimóticas (necróticas) 
que se ulceram podem ocorrer em pequeno 
número ou por uma área extensa da pele, 
sendo observada mais comumente em 
extremidades inferiores 
 
o No caso de lesões generalizadas, o paciente 
pode comportar-se como um grande 
queimado, e a infecção secundária das lesões 
por Pseudomonas aeruginosa é uma 
complicação temida 
o A histopatologia demonstra necrose isquêmica 
da epiderme e derme superficial parasitismo 
intenso de células endoteliais, proliferação de 
células endoteliais e formação de trombos em 
grandes vasos das porções profundas da 
derme 
o O tratamento consiste na poliquimioterapia, 
medidas de suporte, antibioticoterapia e 
transfusões de troca 
o Os glicocorticoides e a talidomida não são úteis 
 
• Essencialmente clínica e epidemiológica, com 
base na história e condições de vida do 
paciente, além do exame dermatoneurológico 
• Considera-se um caso de hanseníase a pessoa 
que apresenta um ou mais dos seguintes sinais 
cardinais: 
▪ Mancha e/ou área(s) da pele com 
alteração (perda) de sensibilidade, 
característica da hanseníase 
▪ Acometimento de nervo(s) periférico(s), 
com ou sem espessamento, associado a 
alteração sensitivas e/ou motoras e/ou 
autonômica 
▪ Baciloscopia positiva de esfregaço 
intradérmico 
• Em caso de dúvida, pode-se lançar mão de 
provas complementares, que são o teste da 
histamina (ausência do eritema secundário) e 
da pilocarpina (anidrose) 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
o Um caso de hanseníase é uma pessoa que 
apresenta uma ou mais de uma das seguintes 
características e que requer quimioterapia: 
o Lesão (ões) de pele com alteração de 
sensibilidade 
o Acometimento de nervo (s) com 
espessamento neural 
o Baciloscopia positiva 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
o Anamnese 
o Avaliação dermatológica 
o Avaliação neurológica: 
▪ Inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés; 
▪ Palpação dos troncos nervosos periféricos; 
▪ Avaliação da mobilidade articular; 
▪ Avaliação da força muscular; e 
▪ Avaliação de sensibilidade nos olhos, 
membros superiores e membros inferiores 
▪ O nervo deve ser palpado com as polpas 
digitais do segundo e terceiro dedos, 
deslizando-os sobre a superfície óssea, 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
acompanhando o trajeto do nervo, no 
sentido de cima para baixo. Deve-se 
verificar se há queixa de dor espontânea 
no trajeto do nervo; de choque ou de dor; 
se há espessamento do nervo palpado 
comparado com o nervo correspondente, 
no lado oposto; se há alteração na 
consistência do nervo (endurecimento, 
amolecimento); se há alteração na forma 
do nervo (abscessos e nódulos); se o nervo 
apresenta aderências 
AVALIAÇÃO DERMATOLÓGICA 
o Inspeção de toda a superfície corporal, no 
sentido craniocaudal, procurando identificar 
áreas acometidas por lesões de pele 
o As áreas onde as lesões ocorrem com maior 
frequência são face, orelhas, nadegas, 
brações, pernas e dorso 
o Pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele: 
térmica, dolorosa e tátil que se 
complementam 
o Pesquisa de sensibilidade térmica: 
▪ Dois tubos de vidro, um contendo água fria 
e no outro aquecida 
▪ Deve-se ter o cuidado da temperatura da 
água não ser muito elevada (acima de 
45ºC), pois neste caso poderá despertar 
sensação de dor e não de calor 
▪ Na impossibilidade fazer-se o teste com 
água quente e fria, pode-se utilizar um 
algodão embebido com éter como 
procedimento alternativo 
 
o Pesquisa da sensibilidade tátil: 
▪ Mecha fina de algodão seco 
 
o Pesquisa da sensibilidade protetora dolorosa: 
▪ Utiliza-se a ponta de uma caneta 
esferográfica ou uma agulha 
▪ Essa pesquisa é a mais importante para 
prevenir incapacidade, pois detecta 
precocemente diminuição ou ausência de 
sensibilidade protetora do paciente 
 
ACOMETIMENTO NEUROLÓGICO 
o M. leprae invade o epineuro a partir de vasos 
sanguíneos e linfáticos, em seguida o 
endoneuro e é fagocitado pelas células de 
Schwann 
o A interação entre o M. leprae e a CS envolve a 
ligação do PGL-1 ao domínio G da cadeia alfa-
2 da laminina 2, localizada na lamina basal 
desta célula 
o PGL-1 é o principal responsável pelo 
neurotropismo 
o HV: baixa imunidade celular, muitos bacilos e 
pouco acometimento neural 
o HT: alta resposta celular, acometimento neural 
mais grave precoce 
o Nervos acometidos: Cubital → Ciático → 
Poplíteo externo → Radial → Mediano → Tibial 
posterior → Auricular 
o Forma neural pura: 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
▪ Comprometimento nervoso sem lesões de 
pele 
▪ Hipo/anestesia unilateral 
▪ Progressão para comprometimento motor 
e amiotrofia 
▪ Espessamento neural 
▪ Características imunológicas da MHT ou 
MHD 
▪ Ulnar → Mediano → Fibular 
▪ Confirmação por biopsia 
o Distúrbios sensitivos: hipoestesia → Anestesia 
em faixa → Perda de sensibilidade térmica, 
dolorosa e tátil 
o Distúrbios motores: paralisias e amiotrofias: 
▪ Nervo cubital: garra cubital 
 
▪ Nervo mediano: atrofia e depressão da 
eminencia tenar, lateralização do polegar e 
flexão das falanges do 2º e 3º 
quirodáctilos; mão do pregador 
▪ Nervo radial: mão caída (queda do punho) 
 
▪ Nervo tibial posterior: garras dos 
pododáctilos (dedos em martelo); mal 
perfurante plantar 
 
▪ Nervo ciático poplíteo externo: marcha 
escarvante 
▪ Fibular comum: queda do pé 
▪ Mão em garra pelo comprometimento do 
ulnar, cubital e mediano 
 
o Os principais nervos periféricos acometidos na 
hanseníase são os que passam: 
▪ Face: trigêmio e facial, que podem causar 
alterações na face, nos olhos e no nariz 
▪ Braços: radial, ulnar e mediano, que 
podem causar alterações nos braços e 
mãos 
▪ Pernas: fibular comum e tibial posterior 
que podem causar alterações nas pernas e 
pés 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
o Reação de Mitsuda: avalia a imunidade celular 
de um individuo especifica ao bacilo de 
Hansen; é um teste de aplicação intradérmica 
tardia (28 dias). Injeção intradérmica na 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
superfície extensora do antebraço direito de 
0,1ml de antígeno com contém 40 a 60 milhoes 
de bacilos mortos e faz a leitura em 20-28 dias 
podendo ter presença de uma pápula ou 
nódulo, que pode ou não ulcerar. Utiliza-se na 
classificação da doença e na definição do 
prognóstico. Não possui valor para o 
diagnóstico, pois de um modo geral é 
encontrado de forma positiva na população sã, 
que já teve contato com o bacilo, porém não 
desenvolveu a doença por apresentar boa 
imunidade. Reações de até 5mm é Mitsuda 
negativo, acima de 5mm é positivo para OMS 
o Macroscopicamente a reação de Mitsuda pode 
ser classificada de acordo com a intensidade 
da resposta: 
▪ – ausência de elemento visível ou palpável 
▪ + discreta infiltração, menor que 3mm 
▪ ++ infiltração franca, pápula ou nódulo 
com diâmetro de 3 a 5mm 
▪ +++ infiltração nodular com mais de 5mm 
de diâmetro 
 
▪ ++++ quando há ulceração do infiltrado 
o Baciloscopia: exame microscópico onde se 
observa o Mycobacterium leprae; é o exame 
complementar mais útil no diagnóstico. Deve 
ser feito com a linfa obtida em pelo menos 
quatro locais (lóbulos das orelhas direita e 
esquerda, cotovelos direito e esquerdo) e em 
lesões cutânea suspeita. A coloração é feita 
pelo método de Ziehl-Neelsen e apresenta-se 
o resultado sob a forma de Índice 
Baciloscópico (IB), numa escala que vai de 0 a 
6+. A baciloscopia mostra-se negativa (IB = 0) 
nas formas tuberculoide e indeterminada, 
fortemente positiva na forma virchowiana e 
revela resultado variável na forma dimorfa 
o Esfregaços de raspados intradérmicos das 
lesões hansênicas ou de outros locais de coleta 
selecionados: lóbulos auriculares e/ou 
cotovelos 
o Por nem sempre evidenciar o bacilo nas lesões 
hansênicas ou em outros locais de coleta, a 
baciloscopia negativa não afasta o diagnósticoda hanseníase 
o Exame histopatológico: biopsia de pele 
 
 
• O tratamento do paciente com hanseníase é 
fundamental para curá-lo, fechar a fonte de 
infecção interrompendo a cadeia de 
transmissão da doença, sendo portanto 
estratégico no controle da endemia e para 
eliminar a hanseníase enquanto problema de 
saúde publica 
• Poliquimioterapia padronizada pela OMS, 
conhecida como PQT, devendo ser realizada 
nas unidades de saúde. É constituída pelo 
conjunto: Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, 
com administraçao associada 
• A baciloscopia positiva classifica o caso como 
multibacilar, independentemente do número 
de lesões 
• A dosagem adequada para crianças ou adultos 
com peso inferior a 30 kg, deve ser ajustada 
com base no peso corporal (Rifampicina: 10-20 
mg/kg; Clofazimina: 1 mg/kg diariamente e 5 
mg/kg mensalmente; Dapsona: 1,5 mg/kg 
diariamente e mensalmente) 
• Existem tratamentos substituivos, disponíveis 
nos centros de referência, para pacientes com 
impossibilidade de usar os esquemas 
padronizados 
• Hanseníase e TB: Deve ser mantido o esquema 
terapêutico apropriado para a tuberculose 
(lembrando que, nesse caso, a dose de 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
rifampicina, de 600 mg, será administrada 
diariamente), acrescido dos medicamentos 
específicos para a hanseníase, nas doses e 
tempos previstos no esquema padrão de PQT 
• Gravidez e amamentação não contraindica o 
tto 
ESQUEMA PAUCIBACILAR 
o Rifampicina: uma dose mensal de 600mg (2 
capsulas de 300mg) com administração 
supervisionada 
o Dapsona: uma dose mensal de 100mg 
supervisionada e uma dose diária 
autoadministrada 
 
 
ESQUEMA MULTIBACILAR 
o Rifampicina: uma dose mensal de 600mg (2 
capsulas de 300mg) com administração 
supervisionada 
o Clofazimina: uma dose mensal de 300mg (3 
capsulas de 100mg) com administração 
supervisionada e uma dose diária de 50mg 
autoadministrada 
o Dapsona: uma dose mensal de 100mg 
supervisionada e uma dose diária 
autoadministrada 
 
 
DURAÇÃO DO TTO E CRITÉRIO DE CURA 
o Considera-se uma pessoa de alta, por cura, 
aquela que completa o esquema de 
tratamento PQT, nos seguintes prazos: 
▪ Esquema paucibacilar (PB): 6 doses 
mensais supervisionadas de rifampicina, 
em até 9 meses; mais a sulfona 
autoadministrada 
▪ Esquema multibacilar (MB): 12 doses 
mensais supervisionadas de rifampicina, 
em até 18 meses, mais a sulfona 
autoadministrada e a clofazimina 
autoadministrada e supervisionada 
▪ Casos multibacilares que iniciam o 
tratamento com numerosas lesões e/ou 
extensas áreas de infiltração cutânea 
poderão apresentar uma regressão mais 
lenta das lesões de pele. A maioria desses 
doentes continuará melhorando após a 
conclusão do tto com 12 doses. É possível, 
no entanto, que alguns desses casos 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
demonstrem pouca melhora e por isso 
poderão necessitar de 12 doses adicionais 
de PQT-MB 
 
 
 
 
RIFAMPICINA 
o Rash cutâneo e prurido 
o Náuseas, vômitos, diarrea 
o Icterícia 
o Anemia hemolítica 
o Sd. Pseudogripal: febre, calafrios, astenia, 
mialgias, cefaleia, dores osseas. Ocorre 
raramente e quando ocorre se dá 
principalmente a partir da 2ª ou 4ª doses 
supervisionadas devido a hipersensibilidade 
por formação de anticorpos anti-rifampicina, 
quando o medicamento é utilizado em dose 
intermitente 
o Coloração avermelhada da urina, conjuntiva e 
escarro 
CLOFAZIMINA 
o Coloração escurecida da pele e ressecamento 
cutâneo 
o Dor abdominal por deposição de cristais de 
clofazimina (utilização de doses de 300mg/dia 
por períodos prolongados) 
DAPSONA 
o Cutâneos: Sd. Stevens Johnson, Eritrodermia 
o Náuseas e vômitos 
o Anemia hemolítica 
o Neuropatia periférica (raro) 
 
• São reações do sistema imunológico do doente 
ao Mycobacterium leprae 
• São definidos como episódios inflamatórios 
que se intercalam no curso crônico da 
hanseníase. Muitas vezes podem chamar mais 
atenção do que as próprias lesões primárias da 
hanseníase, pela riqueza de sinais e sintomas. 
Ao contrário da apresentação esperada para 
uma hanseníase, possuem evolução aguda 
• Episódios inflamatórios agudos e subagudos 
• São a principal causa de lesões dos nervos e de 
incapacidade provocadas pela hanseníase 
• Os principais fatores desencadeantes dos 
episódios reacionais são a gestação, infecções, 
estresse físico ou psicológico 
• Os quadros reacionais, às vezes, antecedem o 
diagnóstico da hanseníase, surgem durante o 
tratamento ou após a alta 
REAÇÃO TIPO 1 OU REVERSA 
o Tende a surgir mais precocemente no 
tratamento, entre o 2º e o 6º mês, 
caracteristicamente na hanseníase dimorfa 
o É uma reação mediada pela imunidade celular 
o Caracteriza-se pela exacerbação das lesões 
preexistentes, que se tornam edemaciadas, 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
eritematosas, brilhantes, semelhante à 
erisipela; podem surgir novas lesões, embora 
pouco numerosas 
o Os sintomas sistêmicos variam (geralmente 
uma febre baixa). Surgem lesões novas à 
distância e as neurites mostram-se frequentes 
e graves, podendo ser a única manifestação 
clínica. Se não tratadas precocemente, deixam 
sequelas 
o As neurites podem ser silenciosas, ou seja, o 
dano funcional do nervo se instala sem quadro 
clínico de dor e espessamento do nervo. Os 
nervos mais comprometidos são os ulnares e 
medianos nos MMSS, fibular comum e tibial 
posterior nos MMII e facial e grande auricular 
no segmento cefálico 
o Se caracteriza por: 
▪ Novas lesões dermatológicas (manchas ou 
placas) 
▪ Infiltração, alterações de cor e edema nas 
lesões antigas 
▪ Dor ou espessamento dos nervos 
(neurites) 
 
 
REAÇÃO REVERSA RECIDIVA 
Início súbito e 
inesperado 
Início lento e insidioso 
Durante ou logo após 
tto 
Normalmente muito 
depois do tto 
Pode se associar com 
febre e astenia 
Sem sintomas gerais 
Varias lesões novas Poucas lesões novas 
Regride com 
descamação 
Não há descamação 
Acometimento rápido 
e de vários troncos 
nervosos 
Um único ou poucos 
troncos nervosos e 
lentamente 
Boa resposta a 
corticoterapia 
Não responde bem ao 
corticoide 
REAÇÃO TIPO 2 OU ERITEMA NODOSO 
HANSÊNICO 
o Observada nas formas multibacilares 
(virchowianas ou dimorfas), em geral, após 
seis meses de tratamento 
o Eritema nodoso hansênico é uma paniculite 
(inflamação da hipoderme) lobular 
(predomina nos lóbulos), acompanhado de 
vasculite 
o É uma síndrome desencadeada por depósito 
de imunocomplexos nos tecidos e vasos. Há 
aumento de citocinas séricas, como o fator de 
necrose tumoral alfa e o interferon gama sem, 
contudo, haver mudança definitiva da 
condição imunológica do paciente 
o Se caracteriza por: 
▪ Surgimento de nódulos vermelhos e 
dolorosos 
▪ Febre, dores articulares, mal estar 
generalizado 
▪ Dor e espessamento nos nervos 
▪ Geralmente as lesões antigas permanecem 
sem alteração 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
 
 
o Na pele, a lesão típica (eritema nodoso) se 
caracteriza por lesões eritematosas, dolorosas, 
de tamanhos variados incluindo pápulas e 
nódulos localizados em qualquer região da 
pele. Os nódulos evoluem para ulceração, e é 
chamado de eritema nodoso necrotizante 
o O eritema poliforme também pode 
acompanhar a reação tipo 2 
TRATAMENTO DOS ESTADOS REACIONAIS 
o Reação tipo 1 (reversa): 
▪ Corticoide sistêmico: Prednisona 
1mg/kg/dia 
▪ Manter dose inicial de Prednisona até 
regressão dos sintomas 
▪ Iniciar desmame paulatino do corticoide 
 
o Reação tipo 2 (ENH): 
▪ Talidomida 100 a 400 mg/dia 
(potencialmente teratogênica) 
▪ Se neurite, mulheres em idade fértil, irite 
ou iridociclite, orquiepididimite, mãos e 
pés reacionais, nefrite, eritema nodoso 
necrotizante ou vasculite (Fenômeno de 
Lúcio) deve associar a corticoide oral – 
Prednisona 1 mg/kg/dia 
 
• Mesmo o tto sendo feito corretamente as 
lesões cutâneas podem não desparecer 
completamente 
•A alteração da função neural pode persistir, 
indefinidamente, se o dano neural ocorrer em 
mais de 1/3 do nervo 
• A baciloscopia pode necessitar de um tempo 
maior para negativar, uma vez que o índice 
baciloscópico diminui em média 0,6 a 1,0 
log/ano. 
• As reações hansenicas podem ocorrer em até 
30% dos casos 
• No caso de estados reacionais, por exemplo, a 
pessoa deverá receber tratamento específico, 
sem reiniciar, porém, o tratamento PQT/OMS 
• No caso de suspeita de recidiva, o paciente 
deverá ser encaminhado para um centro de 
referencia para confirmação e reinicio do tto 
• Por definição, a recidiva é a situação em que o 
paciente completa o tratamento 
(poliquimioterapia) com sucesso e, depois, 
desenvolve novos sinais e sintomas da doença. 
Não se pode falar de recidiva para os doentes 
que anteriormente tenham sido tratados 
somente com monoterapia ou para aqueles 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
que não tenham completado o tratamento 
(abandonos) e que voltem com novos sinais de 
atividade da doença 
CRITÉRIOS CLÍNICOS PARA A SUSPEIÇÃO 
DE RECIDIVA SEGUNDO O MS 
o Paucibacilares (PB) – paciente que, após alta 
por cura, apresentar dor no trajeto de nervos, 
novas áreas com alterações de sensibilidade, 
lesões novas e/ou exacerbação de lesões 
anteriores, que não respondem ao tratamento 
com corticosteroide, por pelo menos 90 dias 
o Multibacilares (MB) – paciente que, após alta 
por cura, apresentar: lesões cutâneas e/ou 
exacerbação de lesões antigas; novas 
alterações neurológicas, que não respondem 
ao tratamento com talidomida e/ou 
corticosteroide nas doses e prazos 
recomendados; baciloscopia positiva; ou 
quadro clínico compatível com pacientes 
virgens de tratamento 
 
• Notificação compulsória: através da ficha do 
SINAN 
• Diagnóstico precoce e tto de todos os doentes 
• Vigilância dos contatos: exame 
dermatoneurológico de todos os contatos 
intradomiciliares e orientação sobre a moléstia 
• Realizar reação de Mitsuda 
• O MS recomenda vacinação BCG (2 doses) em 
todos os contatos intradomiciliares, se estes 
não apresentarem cicatriz previa de BCG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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