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Blenda Fernandes EPIDEMIOLOGIA FORMAS DE COLETAS DE DADOS Estatística em Epidemiologia: é utilizada na Antiguidade pelos órgãos governamentais com finalidades administrativas, econômicas e militares. No antigo Egito, por exemplo, usada para saber o nº habitantes; na bíblia feito um levantamento do número de pessoas do povo de Israel. Na China, em 2.238 a.C já era feito censo. Na Roma antiga, no ano 100 d.C, era feita a declaração de nascimentos e mortes (hoje em dia é obrigatória). ● John Graunt (1662) foi o primeiro a trabalhar com estatística vital, relacionada à epidemiologia. Os estudos em epidemiologia incluem planejamento (o que será coletado, que tipo de dados etc), coleta de dados, análise de resultados e interpretação de resultados. Importância do levantamento de dados: Finalidade epidemiológica, causação das doenças etc; finalidade administração de serviços (por exemplo, quanto de vacina será utilizada para tratar uma população, quanto foi vacinado…). Esses dados geram informações, para observação de aumento ou diminuição de casos e acompanhamento das atividades de saúde, bem como a qualidade dos dados Os dados são trabalhados em setores especializados. Levantamento de dados: “Conjunto de operações que permite a coleta de dados que possibilitam o conhecimento das características de determinado fato ou evento, necessários a programações, avaliações ou simples conhecimento das situações.” Características: os dados devem ser mensuráveis (medição objetiva das características estudadas). pertinentes (sejam referentes aos objetivos do estudo), indispensáveis (satisfaçam aos objetivos do estudo). Factíveis de serem obtidos (possibilidade de serem coletados), Exatos (sem apresentar erros que possa conduzir a falsas conclusões) e Definidos (uniformidade de critério para poder comparar e analisar). Fontes de Dados: ● Fonte primária: Os dados podem ser não existentes (fazer pesquisa experimental) ou existentes, mas não registrados (nesse caso deve ser feito um inquérito, um dos instrumentos, por exemplo, são questionários). ○ Vantagens: obtenção somente dos dados necessários. ○ Desvantagem : gasto de recursos, tempo e trabalho que envolve para a coleta ● Fonte secundária: Os dados podem ser recolhidos em estudos realizados anteriormente, dados publicados (publicações de organismos estatísticos oficiais ou revistas científicas e técnicas), Dados coletados mas não publicados (arquivos epidemiológicos, fichas clínicas, registros de clínicas, hospitais, setores). ○ Vantagens: economia de tempo, trabalho e recursos; ○ Desvantagens: dificuldade de conhecer a quantidade de dados que será coletada. Classificação do levantamentos de dados: ● Quanto ao tempo: Periódico (intervalo de tempo iguais, como o Censo); Contínuo (registros anotados continuamente; forma permanente e obrigatória como notificação de enfermidades) e Ocasional (obtidos por investigações realizadas esporadicamente). ● Quanto a cobertura: Completos (cobrem todas as unidades de observação de um universo - Censo) e Amostrais (cobertura não é completa) O procedimento de coleta de dados pode ser a partir das Fontes Primárias por experimentação ou observação Direta (observação dos fenômenos, entrevista, formulário, questionário - extrair dados do proprietário do animal). - Observação dos fenômenos é são utilizadas técnicas relacionadas à sociologia e filosofia, onde os fenômenos são apenas observados e descritos. - Entrevista: pode ser padronizada\estruturada, não estruturada ou semi-estruturada. - Questionário e formulário: são entregues para a pessoa e ela responde ou quando o entrevistador pega o formulário e vai respondendo. As perguntas podem ser abertas, fechadas, de múltipla escolha, estimação ou avaliação e com mostruário Na fase de preparação deve ser feita a elaboração do roteiro, como fazer as perguntas, registro das respostas (quantitativo e qualitativo), treinamento de entrevistadores (onde os pesquisadores devem padronizar como farão as perguntas, para que não tenha influência na resposta) e pré-ensaio. A elaboração do questionário deve traduzir os objetivos específicos da pesquisa. Devem haver regras básicas (verificar procedimentos de tabulação e análise dos dados - como serão analisados, considerar o sistema referência do entrevistado, perguntas claras e as perguntas não devem orientar as respostas). Na fase de aplicação deve haver contato com o entrevistado, apresentação e considerações éticas na pesquisa (seja animal ou com humanos - não submeter o animal à coisas que podem estressá-lo e acabar alterando os dados). Deve ser considerado como será o suprimento de água, bebida, se vai passar dor etc. Fase de análise e interpretação: crítica dos dados coletados, ordenamento/Sistematização (através de contagem e classificação), Apresentação (tabulação, representação gráfica em tabelas, gráficos) e tratamento estatístico (medidas). APRESENTAÇÃO DE DADOS EM SAÚDE Servem para organizar e resumir dados relevantes, para facilitar a visualização e interpretação dos dados, título deve estar na parte superior (ABNT, 2011). Podem ser feitos através de: ● Quadros: informação verbal, não há estatística envolvida, é fechado, ● Tabelas: deve incluir título, local, período, deve ser aberta lateralmente, possuir um cabeçalho e um total destacado na parte inferior. É composta de células que formam linhas e colunas, formando o corpo. Pode possuir notas e chamadas no fim, especificando a explicação. A numeração é independente e consecutiva. ● Gráfico: pode ser linear, de barras, diagrama linear (tempo no eixo x e frequência no eixo y - deve ter-se cuidado com a disposição dos números nos eixos, pois pode mudar a aparência do gráfico), diagrama de setores circulares (cuidar com a cor, utilizar formatos para facilitar visualização), histograma (dados dependem um do outro, tem uma aparência onde tudo é “unido”), Polígono de frequências (semelhante ao histograma, porém é feita a ligação dos dados com pontos), polígono de frequências acumuladas (não muito usado, vão somando-se valores, “crescendo” o gráfico), diagrama de dispersão, gráfico polar (incomum na área da saúde, mas junta informações num gráfico só) e cartograma (mapa - útil para saber a distribuição espacial de uma doença). ○ Para fazer um gráfico, deve sempre haver uma tabela que irá originá-lo. Não é necessário apresentar ambas as formas em um trabalho, só um ou outro. Arredondamento de dado numérico: - 1ºalgarismo a ser abandonado = 0, 1, 2, 3, 4: o algarismo permanece inalterado - 2º algarismo a ser abandonado = 5, 6, 7, 8, 9: arredonda-se pra cima. MEDIDAS DE SAÚDE E DOENÇA Definição de normalidade: “normal” pode ter uma conotação de “comum, frequente”, ou dentro da estatística, significando algo dentro de uma variação. Dentro da epidemiologia, o conceito normal está baseado em sinais, sintomas e resultados de testes. Definição de caso: pode ser referente à clínica (conjunto de sinais e sintomas, laboratorial (resultados de exames) ou epidemiológico (pegar o caso, analisar e relacionar para descobrir a transmissão). Por exemplo, um caso de denguepode ser pelo clínico (está com sintoma x, y…), laboratorial (indivíduo que tem dengue apresenta o exame positivo) ou epidemiológico (qual região o indivíduo mora, se ele viajou e pegou de fora etc). Objetivos: descrever critérios e medidas da ocorrência de doença comumnente utilizados em epidemiologia, compreender o uso rotineiro dos dados em epidemiologia e avaliar as diferentes abordagens usadas em epidemiologia na comparação da ocorrência de doença. Os dados são úteis para o administrador (descobrir o número de casos; calcular gastos com medicamentos, consultas…) e para o epidemiologista (saber o risco e distribuição na população). Ou seja, a medida de saúde e doença é necessária para prevenir a doença, promover a saúde e planejar os serviços de saúde. Exemplo: para saber a quantidade de animais jovens a serem vacinados, precisamos ter o número de nascimentos e o número de mortes em animais menores de 1 ano, podendo assim, descobrir o número de sobreviventes ao primeiro ano de vida. Desta forma, o cálculo de animais jovens a serem vacinados é feito corretamente (não se compra medicamento a mais, nem a menos). Números Absolutos: contagem direta de uma série de eventos da mesma natureza, não medem a “força” ou o risco de ocorrência. Exemplo: uma doença X no local A há registro de 1000 casos, e na localidade B, 100 casos. No entanto, a localidade A possui 100.000 indivíduos, enquanto a população B possui 1000 indivíduos. Desta forma, o risco na localidade B é maior (10%), apesar de serem registrados menos casos. Frequências relativas: é calculado levando em conta as proporções de população\doença, os coeficientes (geral e específico) e os índices. - Proporções: elementos do numerador contidos no denominador; - Coeficiente: tipos específicos de proporção. É uma relação entre dois valores numéricos, que estima probabilidade ou determinado risco. - Índices: não indica probabilidade ou risco, não está sujeito ao risco (quantos vão morrer dentro dos que já morreram). Ferramenta central da epidemiologia para a comparação de taxas: O resultado é, portanto, multiplicado por um múltiplo de 10. Se for multiplicado por 100, teremos porcentagem (%), se for multiplicado por 1000, temos ‰, se temos por 10.000, é descrito (5 por 10.000, por exemplo). Para termos uma noção, precisamos utilizar o risco, tempo e espaço relacionados. Para trabalhar com a população, usamos o número de indivíduos para o meio do período ou a média da população. Esta usa a população do início (deixam de ser levados em conta nascimentos ao longo do ano que estariam expostos ao risco) e a população do final (não estariam incluídos indivíduos que vieram a morrer e que também estavam expostos). População sob risco: devemos refinar nossos dados. Ex: saber a mortalidade de vacas → só vacas de leite → só vacas de leite em lactação. Desta maneira, temos resultados mais específicos. Tipos de coeficientes: podem ser gerais ou globais - não há grandes especificações além do tempo e do espaço. Por exemplo, número de óbitos na área A no período T, sobre a população da área A no meio período T (x100); ou específicos - no numerador ou denominador apresenta outras especificações além de área e tempo. Ex: número de óbitos do sexo masculino sobre a população do sexo masculino na área A, tempo T. ● Um coeficiente geral engloba vários coeficientes específicos (não pode simplesmente somá-los); ● Coeficiente de mortalidade geral engloba coeficientes de ambos os sexos; ● Coeficiente geral NÃO é a soma de seus coeficientes específicos, mas é a média ponderada entre eles; ● Não se pode comparar diretamente dois ou mais coeficientes gerais, quando as estruturas ou composições da população forem diferentes. Coeficiente de prevalência é a proporção da população sob risco afetada pela doença em um ponto específico do temp. A taxa de prevalência (P) é calculada por: Prevalência é referente a todos os casos já ocorridos da doença, englobando tanto os antigos quanto novos. Já incidência é referente somente a casos novos. Ex1: Lorenzo decide estudar a prevalência de tuberculose em bovinos numa área X, em 2016. Prevalência dá a ideia de quantos indivíduos estão doentes numa determinada área num período de tempo. Casos novos + antigos (tudo). Ex2: Leonardo estuda a incidência de tuberculose em bovinos na área X, em 2016. A incidência dá a ideia de quantos casos novos que irão aparecer, então o Leonardo irá precisar da prevalência de casos de tuberculose. Casos novos apenas, pois para saber os casos novos preciso saber quantos casos existiam anteriormente, por isso a necessidade de saber sobre a pesquisa do Lorenzo. A prevalência pode ser instantânea\pontual\momentânea (mede a proporção de uma população que em um determinado instante apresenta a doença. Exclui as “baixas” de casos ocorridas), ou periódica\lápsica\por período (mede a proporção de uma população que apresentou a doença num espaço de tempo definido). Esta é referente à prevalência pontual + casos novos. Não exclui as “baixas” de casos ocorridas. A incidência é de 8 casos novos no primeiro quadro, mas apenas 2 no segundo. No entanto, a prevalência da doença no quadro 2 é maior. ● Prevalência é o total, incidência é a quantidade de casos que entra. Se aumenta a incidência, mas há menos mortes ou curas, a prevalência da doença aumenta. Se diminui a incidência e há mais mortes ou curas, temos diminuição da prevalência. Numa doença muito presente com morta rápida, a incidência é alta, no entanto, a prevalência é baixa. Fatores que influenciam a prevalência Aumento por: - Duração mais prolongada da doença - Prolongamento da vida dos pacientes sem cura - Aumento de casos novos (⇑ incidência) - Entrada de casos - Saída de indivíduos sadios - Entrada de indivíduos suscetíveis - Melhoria do diagnóstico (melhor notificação) Diminuição por: - Menor duração da doença - Aumento na taxa de casos fatais da doença - Diminuição de casos novos (⇓ incidência) - Entrada de indivíduos saudáveis - Saída de casos - Melhoria na taxa de cura dos casos Coeficiente de incidência (I): mede a taxa em que novos eventos ocorrem na população. A incidência pode ser refinada, portanto, no numerador podemos nos referir também ao número de indivíduos doentes ou à frequência de eventos relacionados à doença. Ex: Número de indivíduos que tiveram pelo menos um resfriado por ano → indica a probabilidade dos indivíduos apresentarem um resfriado naquele ano. O número de indivíduos que apresentou resfriado ou o número de casos de resfriado que aconteceram (pois o mesmo indivíduo pode ter tido resfriado mais de uma vez). Assim, podemos refinar colocando no numerador “nº de indivíduos que tiveram um resfriado” ou “nº de resfriados por ano”. - Indicadores de saúde: Medidas de mortalidade (coeficientes de mortalidade, de letalidade); Medidas de morbidade (coeficiente de morbidade, de prevalência, de incidência e de ataque). Medidas de mortalidade e morbidade: - Coeficientes de mortalidade: mortalidade geral (número de óbitos por todas as causas/população média no período x 10n)e a mortalidade específico por causa (número de óbitos por determinada causa/população média no período) x 10n. - Coeficientes de letalidade: (número de óbitos por determinada causa/número de casos da mesma doença) x10n. Risco de quem está doente e pode morrer. - Índice de mortalidade proporcional por causa: (número de óbitos por determinada causa/número de óbitos por todas as causas) x 10n . - Coeficientes de morbidade: específico por causa (número de casos por determinada causa/pop média no período) x 10n. - Coeficientes de prevalência: (número de casos existentes em dado momento/pop no momento dado) x 10n. - Coeficiente de incidência: (número de casos novos da doença no período/pop exposta ao risco) x 10n. - Coeficiente de ataque: (número de casos da doença/número de expostos ao risco) x 10n. Ataque secundário: (número de casos secundários/número de expostos aos primários) x 10n. Por exemplo, alguém surge com gripe na sala, não havia nada, então é o coeficiente de ataque. Quando outro indivíduo pega, não está mais exposto ao risco de ter a doença pois já tem, então existem duas pessoas com gripe na sala, que serão retiradas do grupo de risco. Se primeiramente tínhamos 1/40, no outro dia em que duas pessoas ficaram com gripe, é 2/39. FORMAS DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM POPULAÇÕES Questões Primordiais: ● Quem adoeceu? Analisa a distribuição segundo espécie, raça, sexo, idade... ● Onde a doença ocorreu? Analisa a ocorrência de algum padrão espacial da doença. ● Quando a doença ocorreu? Analisa o período e a velocidade de ocorrência da doença. Importância: Conhecimento do processo saúde-doença, planejamento de saúde (esta doença está aumentando, diminuindo, alguma medida profilática promoveu algum efeito?) e clínica (que doenças costumam acontecer no inverno?) Distribuição das Doenças no Espaço: espaço geográfico, tendo informações relacionadas a característica de localização e também sociais. Ex.: Um mapa do brasil com distribuição de pessoas soropositivas para HIV ao longo dos anos. Ou seja, uma distribuição espacial incluindo também o tempo. O mapa feito por John Snow em Londres a respeito da cólera é outro exemplo. Sempre que se colocar um mapa é importante se colocar uma legenda para que se compreenda sobre o que está sendo explicado e detalhado. Também é necessário um título que esclareça sobre o que se trata o mapa, de onde ele é, qual o período em que foi abordado. Distribuição das Doenças no Tempo: ● Contribuir para a prevenção e diagnóstico precoce de determinada enfermidade. ● Criar modelos de predição da ocorrência futura das doenças. ● Identificar a etiologia de determinadas enfermidades. ● Mostrar efetividade de medidas de controle. Gráfico com a queda da incidência da poliomielite em humano no Brasil após campanhas de imunização em massa. Que tipos de Distribuição das Doenças no Tempo se tem? ❏ Tendência Histórica/Secular: Tendência na ocorrência de uma doença por um longo período de tempo, geralmente décadas, não necessariamente precisando ser um estudo de século, precisa ter muitos anos no gráfico de tempo (X) e frequência (Y) ou número de casos, por exemplo, pode haver enfermidades que possuem uma tendência a aumentar, algumas diminuem ao longo do tempo, outras ainda podem estar em equilíbrio ao longo dos anos, PORTANTO, não adianta fazer a análise apenas de um ano, pois no eixo X é necessário vários anos, com no mínimo décadas. ❏ Variações Cíclicas: Flutuações na incidência de uma doença ocorrida num período maior que um ano, normalmente, 3 a 4 anos. Ocorre regularmente, dependendo da doença, acompanha a tendência secular e está relacionada a variações normais na proporção de suscetíveis na comunidade. Por exemplo, se analisa uma tendência secular e então em um período de anos, podendo ser de 2 a 3 anos fazendo a análise. A morte por varíola a cada 5 anos, por exemplo. A incidência de mês a mês de sarampo na cidade de São Paulo, por exemplo. - Imunidade do Rebanho ou Imunidade Coletiva: Variações normais na proporção de suscetíveis na comunidade. Resistência de um grupo ou população a introdução de uma doença. Por exemplo, quando entra um caso num local com uma determinada população, depois de um determinado período o número de casos novos diminui bastante, pois muitas pessoas ficaram imunizadas anteriormente, mostrando as mudanças de picos da doença graficamente. ❏ Variações Sazonais: Variação na incidência de uma doença, cujos ciclos coincidem com as estações do ano, colocando os meses no gráfico (X). Por exemplo, o comportamento de uma doença durante os anos de 99, 2000 e 2001 em uma determinada estação. Por exemplo, mostrando a relação entre fatores como o índice pluviométrico e mortes. - Depende de vários fatores: radiação solar, temperatura, umidade do ar, precipitação, aglomerações, etc. ❏ Variações Irregulares: Alterações inusitadas na incidência das doenças, diferente do esperado para a mesa. Observação da evolução temporal de uma doença tendo um Padrão Esperado e uma Irregularidade. Por exemplo, vamos supor que uma determinada enfermidade tenha um tipo de comportamento, ou seja, é esperado que nos meses mais frios aumenta e depois tenha uma baixa novamente, assim, todo ano a doença apresenta este comportamento, existindo um mínimo e máximo esperado para esta doença neste período. Quando se tem um valor esperado se tem uma endemia, está dentro dos padrões. Agora, supondo que em julho está um pouco abaixo do mínimo, porém, ainda está dentro do esperado, em novembro está acima então é uma epidemia, pois está acima do que se espera para aquele momento. EPIDEMIA: Excesso de casos quando comparada com a frequência esperada ou habitual. Ocorre em função de alterações nos fatores relacionados a estrutura epidemiológica de uma população em determinado período de tempo e espaço geográfico. Não representa necessariamente a ocorrência de um grande número de casos da doença em determinada população. Existência de grandes populações de suscetíveis aliada às condições extremamente facilitadas na propagação de um agente. Condições de Ocorrência: movimentos migratórios, facilidade de transporte, concentração de indivíduos. Por exemplo: se o normal é ter 0 casos de uma doença e ocorre em 1 pessoa é já chamado de epidemia, porém, as entidades de saúde não dizem ser uma epidemia por ser algo que irá causar pânico. ENDEMIA: Refere-se a presença usual de uma enfermidade, dentro dos limites esperados em uma determinada área geográfica por um período de tempo limitado. - Constante renovação de suscetíveis na comunidade. - Exposição múltipla e repetida dos suscetíveis ao agente. - Isolamento relativo sem deslocamento importante da população em uma zona territorial. Pega-se e faz a média e então se analisa o DP, por exemplo, para se saber a média, o limite superior e inferior formando um gráfico e se ocorrer um caso diferente do usual sabe-se se é uma endemia ou epidemia. Processo Epidêmico: ● Epidemia Explosiva/Fonte Comum: número de casos apresenta rápida progressão tingindo o pico deincidência em um curto período de tempo, declinando logo a seguir. Por exemplo, período de incubação, intoxicação alimentar. ● Epidemia Por Propagação: Progressiva, transmissão de indivíduo para indivíduo, um indivíduo passa para outro não existindo uma fonte comum, aumentando gradativamente o número de casos. ● Situações Mistas: Num primeiro momento há uma exposição a uma fonte comum e num segundo momento a transmissão ocorre de um indivíduo para o outro, por exemplo, a cólera, ou seja, primeiro ocorreu uma explosão onde todos tomam água contaminada e então se passa a transmitir de um indivíduo para o outro. CONCEITOS: Pandemia: Processo epidêmico caracterizado por uma ampla distribuição espacial da doença, atingindo diversas nações ou continentes. Caso autóctone: oriundo do mesmo local onde ocorreu. Caso alóctone: importado de outra localidade. Surto (ocorrência): ocorrência epidêmica em que todos os casos estão relacionados entre si, atingindo uma área geográfica pequena e delimitada. Foco (local): local de que provém por suas condições ambientais, uma ou mais doenças que se disseminam por áreas mais ou menos extensas. Área indene: área reconhecidamente sem transmissão de uma determinada doença, mas cujas condições ambientais favorecem a instalação da transmissão. Doença exótica: é aquela que não existe no país ou região estudada. Doença importante, transmissível que se acredita estar ausente num local, e tem o potencial de causar impacto significativo de saúde ou econômico caso venha a ser introduzida. Caso primário: fonte de origem. Caso co-primário: após o primário, mas com PI (período de incubação) inferior se fosse originário do primário. Origem comum com o primário, mas não pegou do primário. Caso secundário: Depois da exposição ao primário, tempo compatível com o PI da doença. Caso índice: aquela que teve investigação pelo epidemiologista porque nem sempre se sabe do primário e sim dos secundários. Outros Termos: usado para enfermidade estritamente distribuídas entre os animais: epizootia (epidemia), enzootia (endemia) e panzootia (pandemia). ECOSSISTEMAS: Ecossistema Endêmico: possui todos os elementos necessários para manter a enfermidade, possui o agente, o suscetível e o mecanismo adequado de transmissão. Ecossistema Epiendêmico: possui todos os elementos necessários para manter a enfermidade. Em adição ocorre um intercâmbio (geralmente estacional) de indivíduos suscetíveis ou fontes de infecção (entradas) e de imunes (saídas), tendendo a aumentar o número de casos. Ecossistema Paraendêmico: não possui os elementos necessários para manter a enfermidade. Sua ocorrência em forma esporádica se deve a uma combinação de interações com elementos externos. Se ocorrer será doença exótica. Ecossistema Livre: o agente está excluído, é uma área indene. Em adição por haver limitações quanto a presença de um número adequado de suscetíveis no caso de que ele seja introduzido. Se ocorrer a doença será exótica. TESTES DIAGNÓSTICOS Uso dos testes diagnósticos: identificar/confirmar a presença de doença ou situação relacionada à saúde, avaliar a gravidade do quadro clínico, estimar o prognóstico, melhorar a resposta a uma intervenção. Será estudada a sensibilidade, especificidade, valores preditivos e valor global do teste. Relação entre teste e doença: A: “são e parecem ser” - se o teste deu verdadeiro na presença da doença, deu um teste positivo. B: “são e não parecem ser” C: “não são e parecem ser” D: “não são e não parecem ser” - não tenho a doença e o teste deu negativo. Para detectar a doença, há sempre um teste padrão ouro, onde efetivamente se vê o resultado direto da doença. Qualquer outro teste que seja feito é comparado com este. Sensibilidade (S): é a proporção de verdadeiros positivos entre todos os doentes, ou seja, a probabilidade de um teste dar positivo na presença da doença. Avalia a capacidade do teste detectar a doença quando ela está presente. Especificidade (E): É a proporção de verdadeiros negativos entre todos os sadios, ou seja, é a probabilidade de um teste dar negativo na ausência da doença. Avalia a capacidade do teste afastar a doença quando ela está ausente. Observar que trabalhamos as células A e D no numerador. Supondo que vamos fazer um teste de glicemia, as vezes aparecerão indivíduos que não são diabéticos, porém terão níveis acima de glicemia. Isso ocorre devido à curva normal, pois também há indivíduos diabéticos com a glicemia que não é elevada. Devido a isso, teremos uma sobreposição de indivíduos doentes e não doentes com níveis similares de glicemia, criando uma faixa de pacientes falso positivo (são normais, mas apresentam glicemia mais alta) e falso negativo (são diabéticos, mas têm glicemia mais baixa). Por isso não se pode apenas usar teste diagnóstico, mas sim eles juntamente com anamnese, exame físico, etc. Existe então uma relação entre a sensibilidade e a especificidade, são inversamente proporcionais. Procura-se estabelecer um equilíbrio, onde haja o maior valor possível de sensibilidade e especificidade. Testes� sensíveis: utilizado para afastar doenças em fase inicial de diagnóstico. Úteis no rastreamento (screening - levantamento básico) de doenças em grupos populacionais. Testes específicos: necessário quando um resultado falso positivo pode ser muito lesivo ou para confirmar um diagnóstico sugerido por outros dados. Ex: um paciente com câncer precisa fazer quimioterapia, porém esta, além de ser custosa, possui efeitos colaterais muito intensos. Precisa então confirmar que ele realmente tem câncer. Acurácia (A): Proporção de acertos do teste diagnóstico. Proporção entre os verdadeiros positivos e verdadeiros negativos em relação a todos os resultados possíveis. ● Acurácia do teste (Coeficiente Global): A = a + d / N Prevalência (P): Refere-se a todos os casos da doença existentes previamente antes do teste. Expressa a probabilidade de doença antes de o teste ser realizado, dado por trabalhos feitos anteriormente. Também denominada de probabilidade de pré-teste. ● Prevalência Verdadeira: PV = a + c / N (conta a+c pois são todos que têm a doença, independente de quem fez o teste) ● Prevalência Aparente: PA = a + b / N (apenas os positivos dados pelo teste) Valor Preditivo Positivo (VPP): É a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Expressa a probabilidade de um paciente com o teste positivo ter a doença. ➢ Quando a prevalência da doença na população se aproxima de zero, o VPP também se aproxima de zero, pois terá poucos indivíduos em “A”. Valor Preditivo Negativo (VPN): É a proporção de verdadeiros negativos entre todos os indivíduos com teste negativo. Expressa a probabilidade de um paciente com o teste negativo não ter a doença. ➢ Quando a prevalência da doença se aproxima de 100%, o VPN se aproxima de zero. Valor Preditivo (VP): Varia com a prevalência (probabilidade pré-teste da doença). Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPN. Faixa ideal de uso do teste: prevalência intermediária (entre 25 e 65%). Lembrar que o diagnóstico é umprocesso de decisão clínica que se baseia, conscientemente ou não, em probabilidade. PROFILAXIA GERAL A profilaxia é composta de prevenção, controle e erradicação. ● Prevenção: para fazer a prevenção é necessário saber se há ou não há doença. ● Controle: tem-se o agrave e deseja manter em níveis mínimos aceitáveis ● Erradicação: acabar totalmente com a enfermidade. Propósitos da profilaxia: manter populações protegidas, complexo saúde-enfermidade apreciado sob enfoque sistêmico (ter uma visão mais global) e manter um interesse coletivo. Por mais que se pegue um indivíduo específico para trabalhar, deve-se ter uma preocupação com o coletivo, se este indivíduo vai transferir para uma comunidade, por exemplo. Vigilância epidemiológica: é um sistema contínuo de análise e observação, para identificar emergências, visando notificar os órgãos competentes e fazer um estudo, avaliando tendências naturais das enfermidades, vendo como está a situação em relação à doença. No entanto, o sistema de notificação tem um problema, o médico responsável pode diagnosticar errado, pode não notificar, pode demorar muito para notificar, pode se tratar de uma enfermidade nova que ainda está em estudo, etc. Objetivos da Profilaxia - Programas X Campanhas ● Programas: funcionam como uma estratégia. Tem-se uma visão mais ampla do problema. São medidas que tomadas de maneira estudada, planejada, tudo é verificado anteriormente. É a médio e longo prazo. ● Campanha: são “táticas”. São medidas imediatas que são tomadas para uma situação mais emergencial. Há dois enfoques para administrar programas e campanhas, como interesses econômicos e zoonoses. Determinadas enfermidades não são tão importantes do ponto de vista de zoonose, mas são importantes do ponto de vista do comércio. Vale a pena investir em programas, para que a médio ou longo prazo tenha-se controle e até erradicação de doenças. Ex: febre aftose. Não é zoonose, mas tem-se relações econômicas com outros países e não pode comercializar animais contaminados; Ex: Raiva não tem uma influência econômica, porém é uma zoonose. O objetivo, neste caso, é visar a saúde humana. PREVENÇÃO: Quarentena: o nome vem do italiano “quarantine”, desde a idade média, onde na Europa teve um problema com a peste. Ao chegar um visitante na cidade, este ficava 40 dias isolado para poder se integrar à população, para caso estivesse com peste ou carregando a pulga (vetor). Hoje em dia a quarentena não é mais 40 dias, mas tem relação com o período médio de incubação da doença duplicado. Imunização massal: deve-se levar em consideração qual é a enfermidade, qual a porcentagem de proteção que a vacina vai dar, qual a duração da imunidade, como será feito o manejo, quais serão os possíveis riscos, etc. Higiene ambiental: saneamento do meio, controle de vetores, inspeção de alimentos, instalação, alimentação. Medidas de desinfecção: bem importantes, através do uso de produtos químicos destruindo agentes patogênicos no meio ambiente. Detecção precoce: feita para que, em doenças de caráter agudo, possa ser detectada rapidamente, e no caso de doenças sub-agudas e crônicas para conhecer a prevalência no rebanho. Vigilância sanitária: no caso de fronteiras, feiras e exposições agropecuárias Guia de Trânsito Animal (GTA), exigência de atestado de sanidade ou de vacinação. CONTROLE: entra o melhoramento genético, se já sabe que há problemas genéticos, deve-se mudar isso, quimioprofilaxia e educação em saúde. Isolamento/imobilização: é diferente da quarentena, pois aqui já sabemos que estão doentes. A imobilização ajuda que os animais se recuperem, diminuindo a chance de transmissão aos saudáveis. Desinfecção: ocorre diferente da prevenção, pois aqui já tem-se o problema. Para evitar a contaminação de outros animais é chamada desinfecção concorrente, quando é feita a desinfecção de um local contaminado quando os animais saíram do lote, é desinfecção terminal. Interdição: há isolamento de uma área ou propriedade, impedindo entrada e saída de animais e produtos para não disseminar para outros locais. A entrada torna-se restrita e é preciso pedilúvios etc. Notificação: aparece a enfermidade, deve-se notificar os órgãos oficiais, para que estes possam trabalhar com os dados e informar se está dentro do esperado ou não. Algumas doenças são de notificação obrigatória (febre aftose, anemia infecciosa equina, brucelose, tuberculose…), existe uma lista. Vacinação estratégica: pode ser focal, perifocal, seletiva (determinada faixa etária ou espécie) e regional (uma certa região). Também deve ser feito o controle de vetores e reservatórios. Diagnóstico e sacrifício: determinadas enfermidades indicam sacrifício dos animais, no entanto, é preciso ter cuidado com a destruição de cadáveres, pois determinados animais (urubus, canídeos) podem disseminar a doença, pode contaminar lençóis freáticos, etc. Melhor método é a incineração (até virar cinzas). AÇÕES DE PROFILAXIA RELATIVAS ÀS: Fontes de infecção: sacrifício, isolamento, que pode ser individual, de um grupo (acantonamento) ou de uma área inteira (interdição), e Terapêutica, podendo esta ser curativa ou profilática. Vias de transmissão: Saneamento do meio, controle de vetores, controle de reservatórios, desinfecção e higiene dos alimentos. Suscetíveis: higiene, imunoprofilaxia. Comunicantes: são os que têm contato com os suscetíveis. Sacrifício massal, quarentena, tratamento massal, imunoprofilaxia. Procedimentos aplicados à estratégia de combates a enfermidades: Áreas endêmicas: aqui tem-se de tudo: o hospedeiro suscetível, a enfermidade. Deve-se evitar a saída de fontes de infecção, reduzir a incidẽncia e fazer um manejo para vacinar. Paraendêmicas/esporádicas: deve ser feita a imunização. Quando tiver a introdução de animais fazer quarentena, desinfecção, vacinação estratégica e rifle sanitário. Epiendêmicas: níveis bastante elevados da enfermidade. Precisa ser trabalhada questões sociais, políticas e econômicas. Mais complicado de ser feito um programa, devido ao alto nível da enfermidade. Livre: não tem a enfermidade. É importante quarentena, diagnóstico laboratorial, uso de indivíduos sentinelas (indivíduos muito sensíveis à enfermidade de enfoque, pois a partir do momento que esta espécie apresentar sintomas, deve-se entrar em alerta e controlar para que outros animais não se contaminem), e barreira sanitárias (evitar entrada de caminhões, pessoas etc contaminados). Em áreas livres não é prudente fazer vacinação, pois se for feita uma sorologia vai indicar anticorpo, sem saber se este é da enfermidade ou da vacina. PROGRAMAS DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO Preciso, primeiramente, fazer um levantamento de informações sobre a endemicidade: prevalência e incidência da doença (comportamento da enfermidade no tempo), distribuição geográfica, distribuição nos grupos populacionais, com respeito à movimentação dos animais, finalidade e tipo de exploração, ambiente físico (vegetação, clima e animais silvestres que possam transmitir doenças), infra-estrutura comunitária (escolas, estradas, comunicações) e tendências econômico-sociais (fatores deprodução, comercialização e colonização). Ter conhecimento da causa, da manutenção e da transmissão da enfermidade, natureza dos hospedeiros, relação hospedeiro/parasita, infraestrutura (serviço nível de campo, procedimentos para diagnóstico adequados e para investigação). Possibilidade de realização de diagnóstico, disponibilidade de animais de reposição (pois se for necessário fazer sacrifício, terá perdas econômicas), opinião e cooperação dos produtores (precisam estar a favor, mas geralmente são contra o abate, pois perdem o animal), opinião pública, considerações de saúde pública, necessidade de legislação e compensações, consequências ecológicas e apoio financeiro. Fases do programa: 1. Fase de preparação: dura mais ou menos 1 ano. É trabalhada a legislação adequada, preparação da comunidade, estudo da enfermidade e um estudo piloto em uma unidade para ver como funcionará o que foi previsto. 2. Fase de ataque: efetivamente são aplicadas as medidas. Dura vários anos, é quando é executada às operações. 3. Fase de consolidação: após ser trabalhado o programa, é feito apenas vigilância e cuidado de casos isolados, bem como cuidado com animais externos que são introduzidos. 4. Fase de conservação (manutenção): desmobilização de pessoal e recursos, vigilância ativa. Primeiro tem-se a eliminação e depois a erradicação. NÍVEIS DE PREVENÇÃO E GRAUS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS 1º Nível - Promoção da saúde: Está no período pré-patogênico. Deve ser feita educação geral. educação em saúde, bons padrões de nutrição, habitação adequada (Instalações), condições de trabalho adequadas, acesso a lazer e aconselhamento genético. Não é focalizado um agravo em si, e sim é feito no nível de saúde como um todo. 2º Nível - Proteção específica: Ainda pré-patogênico. São feitas imunizações específicas, profilaxia medicamentosa (utilizar determinado medicamento, como por exemplo, flúor na água), higiene, saneamento ambiental, fornecimento de nutrientes específicos, proteção da exposição contra alérgenos, substâncias tóxicas e venenos e proteção individual contra riscos específicos, riscos ocupacionais e acidentes. 3º Nível - Diagnóstico e tratamento precoces: já está no período patogênico, mas se está antes do horizonte clínico. Necessário serem feitos exames médicos periódicos, que podem ser gerais ou específicos. Se der positivo fazer busca e exame de comunicantes, levantamentos ocasionais, intervenções médicas e cirúrgicas precoces. Estratégias educativas relativas à importância do diagnóstico precoce. 4º Nível - Limitação da incapacidade: o indivíduo já está doente, necessário tratar. É feito então acesso facilitado aos serviços de saúde, tratamento médico e cirúrgico adequado, hospitalização em função das necessidades e busca de casos. 5º Nível - Reabilitação: Fisioterapia, educação do público e dos empregadores para reintegração dos reabilitados, treinamento e melhores condições de trabalho para o deficiente, terapia ocupacional, instituições para tratamento e manutenção de doentes crônicos, educação da população para anulação de preconceitos e tabus, órteses e próteses, cuidados paliativos. EXERCÍCIOS 1) Com base na figura responda as questoes seguintes: a) Os casos incidentes em 2014 foram: B, C, D, G, J b) Casos prevalentes em 2014: A, B, C, D, F, G, I, J c) A prevalência na questão anterior é do tipo: periódica d) Os casos prevalentes em 1º de janeiro de 2014 foram: A, C, F, I e) A prevalência mencionada na questão anterior é do tipo: pontual f) Os casos prevalentes em 31/12/14 foram: A, G, J g) A prevalência mencionada na questão anterior é do tipo: pontual h) Os casos incidentes em 2015 foram: A, E, G, J 2) Dados estatísticos mostram 50 mil casos positivos detectados para brucelose em vacas em um total de 750 mil fêmeas bovinas, em determinado estado do país por um período de 1 ano. O coeficiente a ser calculado é de incidência ou prevalência? Calcule e justifique. Deverá ser calculado o incidente de prevalência, pois não se sabe o que teve antes. Sempre que vai fazer um levantamento pela primeira vez, é sempre o cálculo de prevalência. Nº de casos em um determinado momento *10n = 50.000/750,000 * 100 = 6,67% População em um dado momento 3) Entre 1º de Julho de 2014 e 30 de Junho de 2015, 50 vacas em uma fazenda tornaram-se infectadas com brucelose bovina segundo um teste sorológico efetuado. A população de fêmeas bovinas adultas nesta fazenda durante este ano era 750 cabeças. O coeficiente a ser calculado é de prevalência ou incidência? Calcule e justifique. Calcula-se a incidência, pois temos como dados que as vacas tornaram-se infectadas nesse período. Desta forma, sabia-se previamente que não eram infectadas, caracterizando um caso novo da doença, sendo então incidência. Nº de casos novos da doença no período * 10n = 50/750 * 100 = 6,67% População exposta ao risco 4) Em uma epidemia de uma doença viral aguda em uma fazenda de gado de leite com uma população de 100 vacas suscetíveis, 7 tornaram-se positivas no dia 1 do aparecimento da enfermidade, 15 no dia 2 e 10 no dia 3. Qual é a taxa diária de ataque? Coeficiente de ataque: nº de casos da doença * 10n1 nº de expostos ao risco ● Dia 1: 7/100 = 7% ● Dia 2: 15/93 = 16,13% ● Dia 3: 10/78 = 12,82% No denominador diminui-se da população os animais que já estão doentes, pois estes não estão expostos ao risco. 5) Através da tabela abaixo, calcule a taxa de mortalidade por 100.000 para cada um dos grupos. Coeficiente de mortalidade: nº de óbitos por todas as causas * 105 População média no período ● Grupo 0-19: 14/170100 * 100000 = 8,23 ● Grupo 20-39: 20/120800 * 100000 = 16,56 ● Grupo 40-59: 36/95750 * 100000 = 37,60 ● Grupo 60+ : 99/63350 * 100000 = 156,27 ● Total: 169/45000 * 100000 = 37,56 Com isso pode-se observar que quanto mais velho, mais suscetível, e quanto mais velho, maior o aumento. EXERCÍCIOS 1) O teste Silva e Souza para diagnóstico imunológico de brucelose em bovinos através de prova intradérmica do tipo de hipersensibilidade celular retardada revelou os seguintes resultados quando comparado com o isolamento e identificação das brucelas por exame microbiológico (teste padrão), resultados estes observados sobre uma população de 3240 animais: - 306 animais foram positivos ao teste e ao isolamento; - 30 animais foram positivos ao teste, mas não se revelaram positivos ao isolamento; - 204 animais foram negativos ao teste, mas positivos ao isolamento; - 2700 animais foram negativos ao teste e negativos ao isolamento. Resposta: S = a/a+c = 306/510 = 0,6 = 60% E = d/b+d = 2700/2730 = 0.989 = 98,9% VP+= a/a+b = 306/336 = 0.9107 = 91,07% VP-=d/c+d = 2700/2904 = 0.9297 = 92,97% A=a+d/N = 3006/3240 = 0.9277 = 92,77% PV=a+c/N = 510/3240 = 0.1574 = 15,74% PA=a+b/N = 336/3240 = 0.1037 = 10,37% Ou seja, esse teste é mais específico do que sensível, identificou mais quem é verdadeiro negativo. 2) Interessado ns características de uma técnica desenvolvida para o diagnóstico sorológico da brucelose um pesquisador tomou 2 lotes de animais contendo, cada um deles, 50 indivíduos. Os animais do lote A eram deliberadamenteinfectados e os do lote B reconhecidamente não infectados. Ao submeter os 100 animais a esta técnica, obteve os seguintes resultados: - Dos 50 animais do lote A, 48 revelaram-se positivos e 2 negativos. - Nos animais do lote B, apenas 5 reagiram positivamente.
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