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Electromagnetismo I ............... 2013/2014 Lic. em F´ısica, Eng. F´ısica e Bioq., menor em F´ısica e em Biof´ısica, Mest. Int. em Eng. F´ısica Folha 3: Induc¸a˜o eletromagne´tica; equac¸o˜es de Maxwell ..... Soluc¸o˜es dos exerc´ıcios 1. a) A forc¸a electromotriz induzida no circuito e´ ε(t) = 12 ωBπa 2 sin(ωt). b) A poteˆncia dissipada no circuito varia com o tempo: P (t) = RI2(t) ou P (t) = ε(t)I(t) o que da´ P (t) = (ωBπa 2)2 4R sin 2(ωt). Para calcular o seu valor me´dio usa-se a relac¸a˜o: P = 1 T ∫ T 0 P (t)dt , sendo, neste caso, T um ciclo da func¸a˜o. Obte´m-se para a poteˆncia me´dia dissipada P = 18R (ωBπa 2)2. 2. a) A forc¸a electromotriz induzida no circuito e´ ε = −µ0Iv2π ln(y2y1 ). b) A barra fica sujeita a uma forc¸a magne´tica que trava o seu movimento; para manter a velocidade constante tem que ser exercida uma forc¸a com a direcc¸a˜o e sentido da velocidade e dada pela expressa˜o: F = ( µ0I 2π )2 [ ln ( y2 y1 )]2 v R c) O trabalho realizado pela forc¸a exterior quando a barra se desloca dx e´ dW = Fdx, que se pode escrever dW = F v dt; enta˜o, a poteˆncia e´ P = Fv, sendo F dada pela expressa˜o obtida na al´ınea anterior. Facilmente se verifica que esta expressa˜o conduz ao mesmo resultado que o ca´lculo da poteˆncia dissipada na resisteˆncia, P = RI ′ 2 = ε2/R. 3. Escolhendo para eixo dos zz o eixo do soleno´ide e considerando que a corrente que o percorre tem o sentido do versor eˆφ, a) dφdt = 16π × 10−6 (Wb/s). b) ~E = −8× 10−5 eˆφ (V/m). 4. a) Quando a barra se move, a forc¸a electromotriz induzida no circuito εi(t) e a correspon- dente corrente induzida I(t) sa˜o dadas por: εi(t) = −dΦ dt = −Bℓv(t) , e I(t) = −Bℓv(t) R , respetivamente. A forc¸a que o campo magne´tico exerce sobre a barra obte´m-se calcu- lando a forc¸a de Laplace d~F = Id~ℓ× ~B =⇒ |~F | = IℓB = (Bℓ) 2 R v(t) Esta forc¸a opo˜e-se ao movimento, pelo que a equac¸a˜o de movimento e´: m dv dt = −(Bℓ) 2 R v(t) =⇒ dv v(t) = −(Bℓ) 2 mR dt Integrando a equac¸a˜o anterior entre o instante t = 0 (em que a velocidade e´ v0) e o instante t (em que a velocidade e´ v(t)) e relacionando as func¸o˜es logaritmo e exponencial obte´m-se o resultado referido no enunciado. b) A acelerac¸a˜o da barra e´ a(t) = dvdt = − v0τ e−t/τ , pelo que a barra pa´ra no instante t′ tal que −v0 = ∫ t′ 0 a(t)dt = v0 ∫ t′ 0 ( −1 τ ) e−t/τ dt =⇒ e−t′/τ − 1 = −1 . A distaˆncia percorrida pela barra ate´ ao instante t′ e´ x(t′) = ∫ t′ 0 v(t)dt = −v0 τ ∫ t′ 0 ( −1 τ ) e−t/τ dt =⇒ x(t′) = v0 τ . c) A energia ele´ctrica dissipada no circuito obte´m-se calculando ∫ t′ 0 RI 2(t) dt. Verifica-se que a energia cine´tica inicial da barra se dissipa por efeito Joule. 5. A grandeza da forc¸a electromotriz me´dia, ε, sera´: ε = ∆φ∆t = 10, 17µV. 6. a) O mo´dulo do campo magne´tico criado na origem, por cada um dos fios, e´ igual e dado pela expressa˜o | ~B1| = | ~B2| = µ0I 2πr ; r = √ h2 + d2 4 . O campo resultante, ~B = ~B1 + ~B2, tem a direcc¸a˜o do eixo dos yy e a sua grandeza e´ B = 2 µ0I 2πr cos θ ; cos θ = d/2 r Atendendo a` expressa˜o da corrente I(t) = I0 sin(ωt) e a` direcc¸a˜o do campo, podemos escrever ~B(t) = B0 sin(ωt) eˆy com B0 = 2µ0I0d π(4h2 + d2) b) A partir desta al´ınea e´ u´til usar coordenadas cil´ındricas para analisar o que se passa no disco (moeda). O campo ele´ctrico induzido, no disco de raio a colocado na origem, obte´m-se usando a lei de Faraday: a forc¸a electromotriz induzida, εi, relaciona-se com o campo ele´ctrico induzido, ~E(r, t). Nos pontos a` distaˆncia r do centro do disco: εi(r, t) = ∮ ~E(r, t) · tˆ dℓ = E(r, t) × 2πr . Como εi(r, t) = −dΦ dt = −ωB0πr2 cos(ωt) , obte´m-se ~E(r, t) = −ωB0r 2 cos(ωt) eˆφ . Esta al´ınea tambe´m se pode resolver usando a forma local da lei de Faraday, nomeada- mente, ~∇× ~E = −∂ ~B/∂t. c) Podemos calcular a poteˆncia dissipada no disco, considerando-o como um conjunto de “fios circulares conceˆntricos”. Um fio gene´rico tem comprimento ℓ = 2πr, a´rea da secc¸a˜o dA = bdr e resistividade ρ = 1/σ, sendo σ a condutividade do disco. Como dI = J dA = σ E dA, a intensidade de corrente no fio e´ dI(r, t) = −σωB0r 2 bdr cos(ωt) 2 e a poteˆncia dissipada em cada “fio” dP (r, t) = πσb 2 (ωB0) 2 cos2(ωt) r3dr. Integrando para todo o disco, obtemos P (t) = πσb 2 (ωB0) 2 cos2(ωt) a4 4 , que representa a poteˆncia instantaˆnea dissipada no disco. Para obtermos a poteˆncia me´dia, calculamos Pmed. = 1 T ∫ T 0 P (t)dt = 1 16 πσb(ωa2B0) 2 . Tambe´m se podia ter calculado a poteˆncia fornecida ao disco. Para cada “anel”percorrido pela corrente dI(r, t), a poteˆncia fornecida e´ dP (r, t) = εi(r, t) dI(r, t). Integrando para todo o disco e tomando o valor me´dio obte´m-se, como e´ de esperar, o mesmo resultado. 7. a) O fluxo magne´tico que atravessa a secc¸a˜o da bobina e´: Φ = N ~B0 · nˆS = NB0 cos(ωt)πa2 . Assim, a forc¸a electromotriz induzida na bobina e´: ε = ωNB0πa 2 sin(ωt) , a poteˆncia instantaˆnea que e´ necessa´rio fornecer: P (t) = (ωNB0πa 2)2 R sin2(ωt) e o respectivo valor me´dio e´ P = (ωNB0πa 2)2 2R . b) O campo magne´tico criado pela bobina no seu centro e´ devido a` corrente nela induzida e e´ dado pela expressa˜o Bi = N µ0I(t) 2a , sendo I(t) = ε(t)/R. Este campo tem a direcc¸a˜o do vector nˆ dirigido segundo o eixo da bobina, nˆ = cos(ωt)ˆi + sin(ωt)ˆj, ou seja, a expressa˜o de ~Bi vem dada por: ~Bi = µ0ωN 2B0πa 2R sin(ωt) [ cos(ωt)ˆi + sin(ωt)ˆj ] A agulha magne´tica na˜o consegue acompanhar o movimento da bobina, pelo que acabara´ por alinhar sob a acc¸a˜o do campo uniforme ~B0 e de um campo me´dio devido ao efeito da bobina. Calculando o valor me´dio de Bix obte´m-se zero e, para o valor me´dio de Biy, obte´m-se: Biy = µ0ωN 2B0πa 4R . Enta˜o o aˆngulo θ indicado na figura e´ tal que: tan θ = Bi B0 = µ0ωN 2πa 4R =⇒ R = µ0ωN 2πa 4 tan θ . 3 8. Sendo o eixo dos zz o eixo comum dos dois cilindros, obte´m-se: a) ~B(r, t) = 0 , para 0 ≤ r ≤ a ; ~B(r, t) = µ0C0 sin(ωt) ( 1− ar ) eˆφ , para a ≤ r ≤ b ; ~B(r, t) = µ0C0 sin(ωt) b−a r eˆφ , para r ≥ b . b) A forc¸a electromotriz induzida na espira e´: ε = −ωµ0C0b(b− a) ln(3/2) cos (ωt) . 9. a) ~B(x, t) = E0c cos [ ω ( t− xc ) ] kˆ , para 0 < y < a ; ~B = 0 , para y < 0 e y > a . b) ρ = ε0~∇ · ~E = 0, em todo o espac¸o; ~J = ( ~∇× ~B − µ0ε0∂ ~E/∂t ) /µ0 = 0, em todo o espac¸o; σ = ε0 divS ~E = ε0 nˆ · ( ~E2 − ~E1), pelo que: σ0 = ε0E0 cos [ ω ( t− xc ) ] , no plano y = 0 ; σa = −ε0E0 cos [ ω ( t− xc ) ] , no plano y = a ; ~K = rotS ~B/µ0 = nˆ× ( ~B2 − ~B1)/µ0, de onde se obte´m: ~K0 = E0 µ0c cos [ ω ( t− xc ) ] iˆ , no plano y = 0 ; ~Ka = − E0µ0c cos [ ω ( t− xc ) ] iˆ , no plano y = a . c) A equac¸a˜o de onda pedida e´ ∇2 ~E − 1c2 ∂ 2 ~E ∂t2 = 0 e deve ser verificada calculando as derivadas do campo ~E dado. 10. Escolhendo para eixo dos zz o eixo do cilindro, tem-se: a) ~∇ × ~B ≈ µ0 ~J , pois, sendo ω pequeno, e´ pouco significativo o efeito da densidade de corrente de deslocamento. Assim, como ~∇× ~B = 0, tem-se ~J = 0. ~K = B0µ0 cos(ωt) eˆφ , sobre a superf´ıcie r = R0. b) Campo ele´ctrico induzido: ~E(r, t) = ωrB02 sin(ωt) eˆφ , para 0 ≤ r ≤ R0 ; ~E(r, t) = ωR2 0 B0 2r sin(ωt) eˆφ , para r ≥ R0 . 11. a) ~B(r, t) = −µ0ε0ωE0r2 sin(ωt) eˆφ , para r < a . O campo ~E dado tem, como se pode verificar, ~∇ × ~E = 0, pelo que e´, de facto, uma soluc¸a˜o aproximada da equac¸a˜o ~∇× ~E = −∂ ~B/∂t; a aproximac¸a˜o usada pode ser ade- quada no regime de baixasfrequeˆncias ω. b) As contribuic¸o˜es de ∂ ~B/∂t podera˜o ser desprezadas se se verificar ω ≪ 2c/r. 12. Neste problema, devemos comec¸ar por notar que as cargas existentes no disco condutor rodam no sentido dos ponteiros do relo´gio com velocidade ~v = −ωreˆφ. Como esta˜o sob a ac¸a˜o de um campo magne´tico, ficam sujeitas a forc¸as que levam as cargas negativas a mover-se da periferia para o centro. Os pontos da periferia ficam a um potencial mais elevado, sendo a diferenc¸a de potencial que deste modo se estabelece entre C1 e C2 dada por VC1 − VC2 = ωBr20/2. Quanto a` al´ınea b), sabemos que quando o movimento de rotac¸a˜o do disco passar a ser uniforme, isso significa que o momento da tensa˜o exercida pelo fio, MT = Mgr0 e´ igual, em mo´dulo, ao momento da forc¸a de Laplace exercida pelo campo magne´tico sobre a cor- rente induzida I que circula no sentido anti-hora´rio (referimo-nos naturalmente ao sentido convencional da corrente). 4 Tambe´m se pode analisar o problema por considerac¸o˜es de energia. Neste caso, identificamos as seguintes parcelas: (1) - Variac¸a˜o da energia potencial da massa M no intervalo de tempo dt; (2) - Variac¸a˜o da energia cine´tica da massa M no intervalo de tempo dt; (3) - Variac¸a˜o da energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco no intervalo de tempo dt; (4) - Energia dissipada por unidade de tempo (poteˆncia) na resisteˆncia R. Deve verificar-se (1) = (2)+(3)+(4). Na situac¸a˜o pretendida nesta al´ınea tem-se ω = dθdt constante, o que conduz rapidamente ao resultado. A seguir esta˜o os resultados das duas al´ıneas. a) I = ωBr2 0 2R . b) ωf = 4RMg B2r3 0 ; If = 2Mg Br0 . 13. Tomando para eixo dos zz o eixo comum dos soleno´ides, tem-se: a) ~B(t) = 3µ0nI(t) eˆz = 3µ0nkt eˆz , para 0 ≤ r < R ; ~B(t) = µ0nI(t) eˆz = µ0nkt eˆz , para R < r < 2R ; ~B = 0 , para r > 2R . b) O campo ele´ctrico induzido na regia˜o entre os dois soleno´ides e´ dado por: ~E(r) = −µ0nk 2r (2R2 + r2) eˆφ , sendo r a distaˆncia ao eixo dos soleno´ides. c) A forc¸a ele´ctrica sobre a carga (igual a` massa vezes a acelerac¸a˜o tangencial) coloca a carga em movimento na direcc¸a˜o do campo ~E. A forc¸a magne´tica e´ responsa´vel pelo movimento circular, pois desempenha o papel de forc¸a centr´ıpeta. Conjugando as duas expresso˜es correspondentes, obte´m-se o raio da trajeto´ria, r = √ 2R. 14. a) Como se trata de um soleno´ide muito longo e a densidade superficial de corrente e´ ~K(t) = K0 sin(ωt) eˆφ, o campo no exterior (r > a) e´ nulo e no interior (r < a) e´ uniforme e tem a direcc¸a˜o do eixo. Escolhendo para eixo dos zz o eixo do soleno´ide e usando a lei de Ampe`re (na forma integral ou na forma local) obte´m-se ~B(t) = µ0K0 sin(ωt) eˆz para r < a. b) A indutaˆncia do soleno´ide e´ L = µ0πa2N2/L ou, em termos da densidade de espiras n = N/L, L = µ0πa2n2L . c) Pode determinar-se o campo ele´ctrico induzido, usando ~∇× ~E = −∂ ~B∂t e rotS ~E = 0 (equivalentes a` expressa˜o integral da lei de Faraday). Obte´m-se: ~E(r, t) = −ωµ0K0r2 cos(ωt) eˆφ , para r ≤ a ; ~E(r, t) = −ωµ0K0a22r cos(ωt) eˆφ , para r ≥ a . d) Iind. = −µ0K0ωπa 2 R cos(ωt). 15. a) I0 = 10A. b) Na˜o. Se a corrente for cont´ınua, a forc¸a electromotriz e´ nula. 16. O vector ~J tem a direcc¸a˜o e sentido da velocidade dos io˜es e mo´dulo J = ρVaB . 5 17. a) Usando qualquer uma das expresso˜es ~∇× ~E = −∂ ~B/∂t ou ~∇× ~B = µ0ε0 ∂ ~E/∂t obte´m-se, para o campo ele´ctrico da onda: ~E(y, t) = cB0 cos (ωt+ ky) eˆx. b) O vector de Poynting, ~S = ~E × ~B/µ0, tem a direcc¸a˜o e sentido de propagac¸a˜o da onda electromagne´tica e a sua grandeza representa a poteˆncia por unidade de a´rea. Obte´m-se, neste caso, ~S = −(cB20/µ0) cos2(ωt + ky) eˆy , que se pode escrever na forma ~S = −ε0c2B20 cos2(ωt + ky) c eˆy = uem~c, sendo uem a densidade de energia da onda electromagne´tica e ~c a respectiva velocidade de propagac¸a˜o. c) A poteˆncia instantaˆnea atrave´s da placa, em y = 0, e´ P (t) = cB2 0 A µ0 cos2(ωt). O respectivo valor me´dio e´ dado por Pmed. = cB2 0 A 2µ0 . 18. a) O vector de onda e´ dado por ~k = 2πλ eˆz, que tambe´m se pode escrever na forma ~k = ωc eˆz. b) Usando qualquer uma das expresso˜es ~∇× ~E = −∂ ~B/∂t ou ~∇× ~B = µ0ε0 ∂ ~E/∂t obte´m-se, para o campo magne´tico da onda: ~B(z, t) = E0/c sin (ωt− kz) eˆy. c) A densidade de energia electromagne´tica associada a` onda e´ dada por uem = ε0 2 E 2 + 12µ0B 2. Usando as expresso˜es obtidas para os campos verifica-se que uem = ε0E 2 0 sin 2(ωt− kz). d) O vector de Poynting e´ dado por ~S = ~E × ~B/µ0. Obte´m-se, neste caso, ~S = ε0E20 sin2(ωt − kz) c eˆz = uem~c, sendo uem a densidade de energia da onda electromagne´tica e ~c a respectiva velocidade de propagac¸a˜o. Por esta raza˜o se denomina ~S vector densidade de corrente de energia, em analogia com ~J = ρ~v para o vector densidade de corrente. Verifica-se tambe´m que ~∇ · ~S + ∂uem/∂t = 0, que e´ a equac¸a˜o de continuidade ana´loga a ~∇ · ~J + ∂ρ/∂t = 0. 6
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