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ART 331.doc

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Desacato – ART. 331
O núcleo desacatar deve ser entendido no sentida de faltar com o devido respeito, afrontar, menosprezar menoscabar, desprezar, profanar. A ofensa constitutiva do desacato é qualquer palavra ou ato que redunde em vexame, humilhação, desprestigio ou irreverência ao funcionário. 
Para que ocorra o delito de desacato, faz-se necessária a presença do funcionário público, não se exigindo, contudo, seja a ofensa proferida face a face, bastando que, de alguma forma, possa escutá-la, presenciá-la, enfim que seja por ele percebida.
Não é desacato a ofensa in litteris(literalmente), ou por via telefônica, ou pela imprensa, em suma: por qualquer modo, na ausência do funcionário. Em tais casos, poderão configurar-se os crimes de injúria, difamação, calunia, ameaça etc.
Para efeito de caracterização do delito de desacato, que as ofensas sejam proferidas contra o funcionário público no exercício da função ou em razão dela. A conduta de menosprezo deve, portanto, dizer respeito às funções exercidas pelo funcionário que atingem, diretamente, a Administração Pública.
Para a configuração do delito se faz necessário o nexo funcional, ou seja, que a ofensa seja proferida no exercício da função ou que seja perpetrada em razão dela.
Se a ofensa não for em razão da função pública, mas sim sobre a conduta particular do ofendido, a ação penal será privada, pois não ocorrerá desacata, mas um crime contra a honra. Não é preciso que o agente esteja no exercício da função para que se posa configurar o desacato, bastando que a conduta ofensiva seja praticada em razão dela.
Assim, a conduta do agente deve ser dirigida finalisticamente no sentido de desacatar, atuando com o propósito de ofender, desrespeitar, menoscabar, diminuir, desprestigiar o funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela.
O agente deve conhecer a qualidade de funcionário do sujeito passivo, sob pena de ser afastado o delito de desacato, permitindo,dependendo da hipótese concreta, a desclassificação para outra figura típica.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive funcionário público, quer exerça, ou não, a mesma função do ofendido; tenham ou não a mesma categoria. Quando um funcionário desacata outro funcionário, ele, na verdade, despe-se dessa qualidade e atua como um particular.
Núcleos: desacatar (faltar com o devido respeito, afrontar, menosprezar menoscabar, desprezar, profanar).
Objeto material: o funcionário público desacatado no exercício de sua função ou em razão dela.
Consumação 
O delito se consuma no instante em que o agente pratica o comportamento que importe em desprezo, menoscabo, enfim, desprestígio para com a Administração Pública, ali representada pelo seu funcionário, independentemente do fato de ter este último se sentido ou não desacatado.
Será possível a confecção de proposta de suspensão condicional (art. 89, Lei n° 9.099/08)
Pena 
Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Ação penal de iniciativa pública incondicionada
Classificação doutrinária
Crime comum (sujeito ativo – qualquer pessoa, inclusive funcionário público, quer exerça, ou não, a mesma função do ofendido tenham ou não a mesma categoria); próprio quanto ao sujeito passivo (o Estado); doloso, não havendo modalidade culposa; de forma livre; comissivo/omissivo imprópria; instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente (não admite tentativa) ou plurissubsistente (admite tentativa); transeunte.
Competência
Inicialmente, para o Juizado Especial Criminal por não ultrapassar a pena máxima ao limite de 2 (dois) anos (Art. 317, §2º, CP)
Pluralidade de funcionários ofendidos
Se os fatos ocorrerem em um mesmo contexto, haverá crime único, devendo o número de funcionários desacatados ser considerado para efeitos de aplicação da pena.
Exigência de animo calmo e refletido
Existe controvérsia a respeito do assunto, sendo que uma primeira corrente aduz que, para efeitos de reconhecimento do elemento subjetivo e, consequentemente, da própria infração penal em estudo, o agente, ao praticar sua conduta, deverá agir com animo calmo e refletido, excluindo-se o delito de desacato quando a ação vier a ser cometida, por exemplo, em estado de ira, cólera etc.
Entendemos, com a devida vênia das posições em contrario, que, para efeitos de configuração do delito de desacato, geralmente, a infração penal é praticada em situações de alteração psicológica, agindo o agente impulsionado por sentimentos de raiva, ódio, rancor etc. no inc. I do art. 28 do Código Penal, prova que esses sentimentos não devem interferir no reconhecimento da figura típica, pois o mencionado inciso assevera que a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal.
Desacato praticado por advogado e o §2 do art. 7º do Estatuto de OAB
O inciso I do artigo 142 do Código Penal, diz não se constituir em injuria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
O STF suspendeu a eficácia da expressão “ou desacato”, constante do mencionado §2º do art. 7º do Estatuto da OAB, declarando sua inconstitucionalidade razão pela qual o advogado, mesmo que no exercício de sua profissão, ainda que em juízo, ou fora dele, não poderá proceder de modo a menoscabar a Administração Pública, devendo ser responsabilizado pelo delito de desacato, caso venha a praticar qualquer comportamento que se amolde ao art. 331 do Código Penal.
Ofensa dirigida a funcionário que não se encontra presente 
Para efeitos de configuração do delito de desacato, é preciso que o funcionário esteja presente quando da conduta praticada pelo agente, mesmo que as ofensas não sejam proferidas face a face.
Se o funcionário não estiver presente quando da conduta do agente, mesmo que em razão da função, o fato poderá subsumir-se a um delito contra honra. Com incidência da causa especial de aumento de pena (inc. II, art. 141, CP).
Indignação e desacato
O simples fato de demonstramos a nossa indignação com determinadas atitudes administrativas não importa em desacato.
A reação indignada do cidadão em repartição pública onde esbarra com intolerância de servidor com quem discute não configura desacato.
Código Penal Militar (298, 299 e 300 do Código Penal Militar)

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