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1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia Gustavo Gustavo ArjaArja CastañonCastañon PORQUE EXISTE O SER E NÃO O NADA ?PORQUE EXISTE O SER E NÃO O NADA ? Existe o ser. Então...Existe o ser. Então... O que é o ser?O que é o ser? ONTOLOGIAONTOLOGIA Como podemos conhecer o ser?Como podemos conhecer o ser? EPISTEMOLOGIAEPISTEMOLOGIA O que devemos fazer?O que devemos fazer? ÉTICAÉTICA FilosofiaFilosofia Termo cunhado por PitágorasTermo cunhado por Pitágoras Conteúdo: todo o realConteúdo: todo o real Método: razãoMétodo: razão Objetivo: puro valor da verdadeObjetivo: puro valor da verdade Motor: “Motor: “thaumatzeinthaumatzein”” 2 Disciplinas FilosóficasDisciplinas Filosóficas Alegações de ConhecimentoAlegações de Conhecimento Mito Religião Senso comum Filosofia Ciência Origem Tradição Palavra sagrada Experiência Razão Razão e experiência Método Transmissão Hermenêutica Prática Lógica Experimental Proceder Acrítico Acrítico Acrítico Crítico Crítico Conjunto Assistemático Sistemático Assistemático Sistemático Sistemático Alegações Infalsificáveis Infalsificáveis Falsificáveis Infalsificáveis Falsificáveis A maior das revoluçõesA maior das revoluções Filosofia tornou possível a civilização ocidentalFilosofia tornou possível a civilização ocidental Razão pura como revolução ocidentalRazão pura como revolução ocidental Há ideias que impossibilitam a mudançaHá ideias que impossibilitam a mudança Espírito Espírito teoréticoteorético puro: conhecer por conhecerpuro: conhecer por conhecer Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 3 Antiga (~500AC-~400DC) Medieval (~400-1637) Moderna (1637-1781) Contemporânea (1781- ) Pré-socráticos Sofistas Sócrates Platão Aristóteles Estóicos Epicuro Agostinho Anselmo Tomás de Aquino Ockham Descartes Bacon Locke Leibniz Hobbes Spinoza Malebranche Hume Kant Hegel Schopenhauer Nietzsche Marx Comte Husserl Frege Russell Wittgenstein Popper Sartre Heidegger Principais FilósofosPrincipais Filósofos Condições sociaisCondições sociais Religião sem textos canônicos e Religião sem textos canônicos e OrfismoOrfismo Democracia e classe de artesãos e comerciantesDemocracia e classe de artesãos e comerciantes Riqueza de parte da populaçãoRiqueza de parte da população Convívio com diferentes culturasConvívio com diferentes culturas Grécia AntigaGrécia Antiga Novas IdeiasNovas Ideias PHYSIS PHYSIS –– Mundo natural fechado em si mesmoMundo natural fechado em si mesmo CAUSALIDADE CAUSALIDADE –– causa e efeito são naturaiscausa e efeito são naturais ARCHÉ ARCHÉ –– (origem) elemento primordial, causa (origem) elemento primordial, causa incausadaincausada COSMOS COSMOS –– (ordem) universo é cosmos: ordem e beleza(ordem) universo é cosmos: ordem e beleza LOGOS LOGOS –– (discurso, argumento) razão(discurso, argumento) razão CRÍTICA CRÍTICA –– argumentos são questionáveisargumentos são questionáveis 4 Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga Thales VI AC O surgimento da Filosofia CristianismoPlatão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Era Cristã 470-399 Sócrates Lógica Physis 354-430 Filosofia Cristã Estoicismo 300ac~200dc Determinismo Plotino 204-270 Parmênides V AC Dialética Monismo Aristóteles 384-322 Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo Epicuro 341-271 Hedonismo Heilocentrismo Thales de MiletoThales de Mileto (final VII (final VII a.c.a.c. até metade de VI até metade de VI a.c.a.c.)) Obra: “Sobre a natureza” Obra: “Sobre a natureza” Arché: Princípio (origem, destino e sustentáculo)Arché: Princípio (origem, destino e sustentáculo) Princípio de vida é a águaPrincípio de vida é a água Tudo está pleno de deuses: Tudo está pleno de deuses: panpsiquismopanpsiquismo. . (exemplo do ímã)(exemplo do ímã) AnaximandroAnaximandro (fim VII (fim VII a.c.a.c. até segunda metade VI até segunda metade VI a.c.a.c.)) Obra: “Sobre a natureza”Obra: “Sobre a natureza” Arché é o infinito (água é derivada)Arché é o infinito (água é derivada) AA--peironpeiron: privado de limites: privado de limites O divino não morre nem nasceO divino não morre nem nasce Primeiras ideias de evolução das espécies e de Primeiras ideias de evolução das espécies e de gravidadegravidade AnaxímenesAnaxímenes (séc.VII A.C.)(séc.VII A.C.) Obra: “Sobre a natureza”Obra: “Sobre a natureza” Arché é o arArché é o ar Frio é condensação e calor é dilataçãoFrio é condensação e calor é dilatação 5 HeráclitoHeráclito (entre VI e V (entre VI e V a.c.a.c.)) PantaPanta rheirhei: Tudo se move: Tudo se move “Não se pode descer duas vezes o mesmo rio”“Não se pode descer duas vezes o mesmo rio” Tudo passa de um contrário ao outro. A guerra é a Tudo passa de um contrário ao outro. A guerra é a mãe de todas as coisasmãe de todas as coisas Não se conheceria sequer o nome da justiça, se ela Não se conheceria sequer o nome da justiça, se ela não fosse ofendidanão fosse ofendida Harmonia dos contrários: “o caminho de descida e Harmonia dos contrários: “o caminho de descida e de subida são o mesmo caminho”de subida são o mesmo caminho” Deus é a harmonia dos contráriosDeus é a harmonia dos contrários Fogo (inteligência) é o archéFogo (inteligência) é o arché Sentidos enganamSentidos enganam PitágorasPitágoras (final VI (final VI a.c.a.c. -- início V início V a.c.a.c.)) Número é o princípio (não era um ente abstrato)Número é o princípio (não era um ente abstrato) Música é matemáticaMúsica é matemática Tudo é número, número é ordem, então tudo é ordemTudo é número, número é ordem, então tudo é ordem �� “Girando segundo o número e a harmonia, os céus produzem “Girando segundo o número e a harmonia, os céus produzem uma celeste música de esferas, belíssimas consonâncias, que uma celeste música de esferas, belíssimas consonâncias, que os nossos ouvidos não percebem ou não sabem mais distinguir os nossos ouvidos não percebem ou não sabem mais distinguir porque foram acostumados desde sempre a ouviporque foram acostumados desde sempre a ouvi--la”.la”. PitagorismoPitagorismo: mistérios, ascetismo, : mistérios, ascetismo, orfismoorfismo e ocultismoe ocultismo Função da vida é libertar a alma do corpoFunção da vida é libertar a alma do corpo Defesa da vida contemplativaDefesa da vida contemplativa ParmênidesParmênides (entre VI e V (entre VI e V a.c.a.c.)) Ser é pensarSer é pensar “o ser é e não pode não ser, o não ser não é e não “o ser é e não pode não ser, o não ser não é e não pode ser de modo algum”.pode ser de modo algum”. Ser é Ser é incriadoincriado O Ser é incorruptívelO Ser é incorruptível O Ser é eterno (O Ser é eterno (pqpq passado e futuro não existem)passado e futuro não existem) O ser é imutávelO ser é imutável O ser é completo portanto finito!O ser é completo portanto finito! Razão (conhece) X Sentidos (revelam o não ser e o Razão (conhece) X Sentidos (revelam o não ser e o movimento)movimento) EleatasEleatas MELISSO (MELISSO (sécséc V V a.c.a.c.)) Ser é informeSer é informe Ser é infinitoSer é infinito ZENON (ZENON (sécséc V V a.ca.c.).) Demonstração por absurdoDemonstração por absurdo Flecha está em repouso, pois em cada instante está Flecha está em repouso, pois em cada instante está em repousoem repouso Aquiles não pode alcançar a tartarugaAquiles não pode alcançar a tartaruga O movimento é relativo, não essencialO movimento é relativo, não essencial Não pode haver múltiplos seresporque entre eles Não pode haver múltiplos seres porque entre eles haverão outros múltiplos seres e assim por diante.haverão outros múltiplos seres e assim por diante. 6 MobilismoMobilismo X MonismoX Monismo EleatasEleatas O Ser é, o O Ser é, o nãonão--serser não é.não é. O movimento é ilusão.O movimento é ilusão. Busca a essência da Busca a essência da realidade, aquilo que realidade, aquilo que permanece na mudança.permanece na mudança. A realidade é única.A realidade é única. HeráclitoHeráclito ““PantaPanta rheirhei” (tudo flui)” (tudo flui) Tudo é movimento.Tudo é movimento. A realidade tem uma A realidade tem uma unidade na pluralidade, unidade na pluralidade, uma unidade dos uma unidade dos opostos. opostos. PluralistasPluralistas EMPÉDOCLES (~484 a.c a 421a.c.)EMPÉDOCLES (~484 a.c a 421a.c.) Doutrina dos quatro elementosDoutrina dos quatro elementos Amor une ódio separaAmor une ódio separa ANAXÁGORAS (~500a.c a 428 ANAXÁGORAS (~500a.c a 428 a.c.a.c.)) Nascer é comporNascer é compor--se, morrer, dividirse, morrer, dividir--sese Há vários elementos originais, as Há vários elementos originais, as homeomeriashomeomerias (partes iguais)(partes iguais) Tudo está em tudo, em cada coisa há parte de cada coisa Tudo está em tudo, em cada coisa há parte de cada coisa (como se poderia produzir cabelo do trigo?)(como se poderia produzir cabelo do trigo?) A inteligência ordenadora (a mais sutil de todas as coisas)A inteligência ordenadora (a mais sutil de todas as coisas) Pluralistas: DemócritoPluralistas: Demócrito (~460 (~460 a.c.a.c. a 390 a 390 a.c.a.c.)) O elemento é uma quantidade infinita de O elemento é uma quantidade infinita de aa--tomostomos Os átomos variam de formaOs átomos variam de forma Átomos, vazio e movimento: explicam tudoÁtomos, vazio e movimento: explicam tudo Os fenômenos derivam do encontro dos átomos Os fenômenos derivam do encontro dos átomos com nossos sentidoscom nossos sentidos Cheiros são átomos que se libertam das coisasCheiros são átomos que se libertam das coisas Alma e inteligência são átomos superioresAlma e inteligência são átomos superiores SofistasSofistas Tentativa de resgate atual:Tentativa de resgate atual: Democratizaram o “saber”Democratizaram o “saber” Instituíram a remuneraçãoInstituíram a remuneração Eram cidadãos da Eram cidadãos da HéladeHélade Eram totalmente livres das amarras da tradiçãoEram totalmente livres das amarras da tradição Tinham várias correntes e os últimos Tinham várias correntes e os últimos degeneraramdegeneraram 7 ProtágorasProtágoras (~481a.c. a 410a.c.)(~481a.c. a 410a.c.) Obra: “Antilogias”Obra: “Antilogias” Homo mesuraHomo mesura: “O homem é a medida de todas as coisas; das : “O homem é a medida de todas as coisas; das que são por aquilo que são, e das que não são por aquilo que que são por aquilo que são, e das que não são por aquilo que não são”não são” “Tal como algo aparece para mim, é para mim. Tal como “Tal como algo aparece para mim, é para mim. Tal como aparece pra ti, é para ti”aparece pra ti, é para ti” Nega a existência de critério universal pra definir ser e Nega a existência de critério universal pra definir ser e nãonão-- serser, certo e errado. O que existe é o mais útil, certo e errado. O que existe é o mais útil Este vento é frio? Para quem está com frio, é frio, para quem Este vento é frio? Para quem está com frio, é frio, para quem não está, não é.não está, não é. Em torno de tudo há dois raciocínios que se contrapõem. Em torno de tudo há dois raciocínios que se contrapõem. Ensinar filosofia é ensinar a disputar um torneio de razõesEnsinar filosofia é ensinar a disputar um torneio de razões Virtude é habilidade de fazer prevalecer sua posição sobre a Virtude é habilidade de fazer prevalecer sua posição sobre a opinião oposta.opinião oposta. GórgiasGórgias (485a.c. a 380a.c.)(485a.c. a 380a.c.) O ser não existeO ser não existe: os filósofos chegam a conclusões : os filósofos chegam a conclusões contraditórias sobre o ser, logo, ele não pode sercontraditórias sobre o ser, logo, ele não pode ser Se o ser existe, não pode ser cognoscívelSe o ser existe, não pode ser cognoscível: pode se : pode se pensar coisas que não existempensar coisas que não existem Se o ser é pensável, não pode ser exprimívelSe o ser é pensável, não pode ser exprimível: a palavra : a palavra não pode expressar nada além dela mesmanão pode expressar nada além dela mesma Sofistas NaturalistasSofistas Naturalistas Lei é contra a naturezaLei é contra a natureza Lei da natureza é verdade, lei positiva é Lei da natureza é verdade, lei positiva é doxadoxa Descumprir a lei positiva sempreDescumprir a lei positiva sempre TrasímacoTrasímaco: o justo é a vantagem do mais forte: o justo é a vantagem do mais forte 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia (Sócrates e Platão)(Sócrates e Platão) Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga Thales VI AC O surgimento da Filosofia CristianismoPlatão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Era Cristã 470-399 Sócrates Lógica Physis 354-430 Filosofia Cristã Estoicismo 300ac~200dc Determinismo Plotino 204-270 Parmênides V AC Dialética Monismo Aristóteles 384-322 Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo Epicuro 341-271 Hedonismo Heilocentrismo SócratesSócrates Uma revolução Uma revolução espiritualespiritual Questão central: O que Questão central: O que é o homem?é o homem? O homem é sua alma O homem é sua alma (consciência, (consciência, psychépsyché))“Conhece-te a ti mesmo” 2 SócratesSócrates (470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c) A questão das fontesA questão das fontes Questão central: O que é o homem?Questão central: O que é o homem? O homem é sua alma (consciência, O homem é sua alma (consciência, psychépsyché)) Corpo é instrumento de algo, almaCorpo é instrumento de algo, alma ConheceConhece--te a ti mesmote a ti mesmo SócratesSócrates (470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c) Virtude é o que aperfeiçoa cada coisa naquilo Virtude é o que aperfeiçoa cada coisa naquilo que ela é ou sua funçãoque ela é ou sua função Virtude do ser humano o conhecimentoVirtude do ser humano o conhecimento Riqueza, beleza, força, poder, fama, não são Riqueza, beleza, força, poder, fama, não são valores em si mesmosvalores em si mesmos Intelectualismo socrático: Intelectualismo socrático: �� 1) Conhecimento é virtude, ignorância é vício1) Conhecimento é virtude, ignorância é vício �� 2) Só se faz o mal por ignorância do bem2) Só se faz o mal por ignorância do bem �� 3) Quem faz o mal espera extrair daí um bem.3) Quem faz o mal espera extrair daí um bem. SócratesSócrates (470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c) AutoAuto--domíniodomínio da alma sobre o corpo é a base da da alma sobre o corpo é a base da virtude e felicidadevirtude e felicidade Livre é o homem cuja alma domina o corpo, escravo Livre é o homem cuja alma domina o corpo, escravo o que é dominado pelos instintoso que é dominado pelos instintos Conceito de homemConceito de homem--autarquia: quanto menos autarquia: quanto menos dependente do externo, mais felizdependente do externo, mais feliz Felicidade é a ordem da alma assim como saúde é a Felicidade é a ordem da alma assim como saúde é a ordem do corpoordem do corpo A virtude é seu próprio prêmio: alma ordenadaA virtude é seu próprio prêmio: alma ordenada Só o próprio pode destruir a harmonia da alma Só o próprio podedestruir a harmonia da alma NãoNão--violênciaviolência socráticasocrática SócratesSócrates (470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c) Argumento da existência de Deus:Argumento da existência de Deus: �� 1) aquilo que é ordenado para alcançar um fim, é 1) aquilo que é ordenado para alcançar um fim, é necessariamente obra de uma inteligência. necessariamente obra de uma inteligência. �� 2) O universo é ordenado em todos os seus aspectos. 2) O universo é ordenado em todos os seus aspectos. �� 3) É portanto obra de uma inteligência ordenadora.3) É portanto obra de uma inteligência ordenadora. A inteligência ordenadora não pode ser vista, A inteligência ordenadora não pode ser vista, mas nossa alma tão poucomas nossa alma tão pouco Por ser portador de inteligência, provaPor ser portador de inteligência, prova--se que o se que o ser humano tem status especialser humano tem status especial 3 SócratesSócrates (470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c) Dialética socrática: definição, refutação e maiêuticaDialética socrática: definição, refutação e maiêutica “Só sei que nada sei” socrático não é ceticismo, só se “Só sei que nada sei” socrático não é ceticismo, só se compreende em comparação a Deus.compreende em comparação a Deus. Mas em Sócrates está presente a concepção do saber Mas em Sócrates está presente a concepção do saber negativo pela primeira vez.negativo pela primeira vez. Ironia é metódica: engrandecer o interlocutor até leváIronia é metódica: engrandecer o interlocutor até levá--lo ao lo ao ridículo ou contradição.ridículo ou contradição. O “Ta ti” socrático.O “Ta ti” socrático. Refutação: forçava uma definição e levava o interlocutor a Refutação: forçava uma definição e levava o interlocutor a examináexaminá--la mostrando as contradiçõesla mostrando as contradições Maiêutica: através de perguntas tenta levar o interlocutor a Maiêutica: através de perguntas tenta levar o interlocutor a alcançar o conhecimento dentro delealcançar o conhecimento dentro dele PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) A fundação da MetafísicaA fundação da Metafísica A descoberta do ImaterialA descoberta do Imaterial A descoberta do A descoberta do ConceitoConceito A fundação da Teoria do A fundação da Teoria do ConhecimentoConhecimento A fundação da Filosofia A fundação da Filosofia da Linguagemda Linguagem A fundação da Filosofia A fundação da Filosofia PolíticaPolítica A segunda navegação: a descoberta do imaterialA segunda navegação: a descoberta do imaterial A fundação da metafísicaA fundação da metafísica As verdadeiras causas não são físicas (ex: Sócrates preso)As verdadeiras causas não são físicas (ex: Sócrates preso) O ser é cindido em dois: um material, fenomênico, sempre O ser é cindido em dois: um material, fenomênico, sempre mutante, e outro imaterial, pensável, sempre idênticomutante, e outro imaterial, pensável, sempre idêntico Cosmos deixa de ser a totalidade das coisas que existem, Cosmos deixa de ser a totalidade das coisas que existem, para se tornar a totalidade das coisas que aparecempara se tornar a totalidade das coisas que aparecem Essas entidades imateriais foram chamadas de ideias ou eidos Essas entidades imateriais foram chamadas de ideias ou eidos (forma)(forma) PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) O Mundo das Ideias (Hiperurânio)O Mundo das Ideias (Hiperurânio) As As idéiasidéias são as essências das coisas, em outra palavra, o conceito. são as essências das coisas, em outra palavra, o conceito. (‘paradigma’)(‘paradigma’) BeloBelo––emem--sisi, , BemBem--emem--sisi, expressões que marcam a não relatividade , expressões que marcam a não relatividade dos conceitosdos conceitos Hiperurânio é um lugar Hiperurânio é um lugar nãonão--físicofísico O sensível só se explica através do O sensível só se explica através do nãonão--sensívelsensível e o relativo através e o relativo através do universaldo universal Resolução para o conflito Heráclito e ParmênidesResolução para o conflito Heráclito e Parmênides Não existe o Não existe o nãonão--serser absoluto, mas existe o absoluto, mas existe o nãonão--serser como como alteridade, em relação a uma ideia.alteridade, em relação a uma ideia. Mundo das ideias é hierárquico (hierarquia dos conceitos)Mundo das ideias é hierárquico (hierarquia dos conceitos) No topo da hierarquia, a ideia incondicionada: o Bem (Uno)No topo da hierarquia, a ideia incondicionada: o Bem (Uno) PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) 4 O mundo físico deriva das ideias como princípio formalO mundo físico deriva das ideias como princípio formal É necessário que haja uma inteligência ordenadora, que É necessário que haja uma inteligência ordenadora, que pensa e quer, plasmando a chorapensa e quer, plasmando a chora Demiurgo e Hiperurânio são eternos, mundo sensível Demiurgo e Hiperurânio são eternos, mundo sensível corruptívelcorruptível Demiurgo criou o mundo porque era bomDemiurgo criou o mundo porque era bom Mal no mundo é resultado da margem de Mal no mundo é resultado da margem de inadaptaçãoinadaptação da da matériamatéria Tempo só começa com o mundo.Tempo só começa com o mundo. Deus é estruturalmente múltiplo, nas doutrinas Deus é estruturalmente múltiplo, nas doutrinas nãonão--escritasescritas, , não.não. Deus é a medida de todas as coisas (contra Protágoras)Deus é a medida de todas as coisas (contra Protágoras) PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) ConhecimentoConhecimento É crença verdadeira justificada (É crença verdadeira justificada (TeetetoTeeteto, p.102), p.102) Explicação racional é enumeração das partes e do nexo Explicação racional é enumeração das partes e do nexo entre elas.entre elas. DefineDefine--se uma parte identificando o que a distingue das se uma parte identificando o que a distingue das demais (definição leva da opinião ao conhecimento)demais (definição leva da opinião ao conhecimento) Contra o problema Contra o problema erísticoerístico (não se pode conhecer)(não se pode conhecer) Erro é em função de aplicar a forma de cera Erro é em função de aplicar a forma de cera (representação mnemônica) de uma sensação antiga à (representação mnemônica) de uma sensação antiga à outra. (outra. (TeetetoTeeteto)) PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) ConhecimentoConhecimento As duas teses do Menon para a origem do conhecimento:As duas teses do Menon para a origem do conhecimento: �� Conhecimento é Conhecimento é anamneseanamnese (justifica a maiêutica)(justifica a maiêutica) �� Conhecimento parte de hipótese (para o mundo físico)Conhecimento parte de hipótese (para o mundo físico) FedonFedon: prova da : prova da anamneseanamnese é presença de ideias sem correspondente é presença de ideias sem correspondente físico (círculo perfeito, igual, etc.)físico (círculo perfeito, igual, etc.) Quase o inconsciente: (Quase o inconsciente: (TeetetoTeeteto, pág.98) Metáfora dos pensamentos , pág.98) Metáfora dos pensamentos como pombos, uns você tem à mão outros precisa aprender de novo, como pombos, uns você tem à mão outros precisa aprender de novo, trazendotrazendo--os à mão.os à mão. Conhecimento é proporcional ao ser. O ser máximo é absolutamente Conhecimento é proporcional ao ser. O ser máximo é absolutamente conhecido, o conhecido, o nãonão--serser impossível. O sensível, com ser intermediário, impossível. O sensível, com ser intermediário, só passível de opinião (só passível de opinião (doxadoxa)) A A doxadoxa da coisa tem que se relacionar com sua ideia causal para se da coisa tem que se relacionar com sua ideia causal para se tornar tornar epistemeepisteme.. PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) ArteArte Arte é cópia de cópia: simulacroArte é cópia de cópia: simulacro Em relação ao valor de verdade a Arte é nocivaEm relação ao valor de verdade a Arte é nociva Retórica éadulação das massas e adulteração do Retórica é adulação das massas e adulteração do verdadeiro, jogando com impulsos e paixõesverdadeiro, jogando com impulsos e paixões Verdadeira política não é a retórica, mas a filosofia: Verdadeira política não é a retórica, mas a filosofia: política é educaçãopolítica é educação PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) 5 AmorAmor Em Platão é o amor que se relaciona à beleza, não a arteEm Platão é o amor que se relaciona à beleza, não a arte O amor platônico é o amor erótico, é desejoO amor platônico é o amor erótico, é desejo O amor é um intermediário dos mundos, não é bom nem O amor é um intermediário dos mundos, não é bom nem belo: é sede de beleza e bondade.belo: é sede de beleza e bondade. O verdadeiro amor é desejo do belo, do bom, do verdadeiro, O verdadeiro amor é desejo do belo, do bom, do verdadeiro, do eterno, do absoluto.do eterno, do absoluto. Três níveis do amor: 1) de corpos; 2) de almas; 3) das ideiasTrês níveis do amor: 1) de corpos; 2) de almas; 3) das ideias Amor é a nostalgia do Absoluto despertada pelo reflexo da Amor é a nostalgia do Absoluto despertada pelo reflexo da beleza em si nas coisasbeleza em si nas coisas PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) Ser HumanoSer Humano Alma não pode ser atingida com a morte, ao contrário, é Alma não pode ser atingida com a morte, ao contrário, é beneficiadabeneficiada Conhecimento é virtude: ao ampliar o conhecimento o Conhecimento é virtude: ao ampliar o conhecimento o ser humano sai da dimensão da aparência para o serser humano sai da dimensão da aparência para o ser A alma é eterna porque é da mesma natureza das coisas A alma é eterna porque é da mesma natureza das coisas que concebe.que concebe. Alma tripartite: Alma tripartite: �� Concupiscível (apetite: prazeres e impulsos),Concupiscível (apetite: prazeres e impulsos), �� Irascível (emoção),Irascível (emoção), �� RacionalRacional Virtudes são temperança, coragem e sabedoriaVirtudes são temperança, coragem e sabedoria PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) Ser HumanoSer Humano Fédon e os argumentos da imortalidade da alma:Fédon e os argumentos da imortalidade da alma: �� Todo ser engendra seu oposto: logo assim como o que está Todo ser engendra seu oposto: logo assim como o que está morto vem do que está vivo, o que está vivo precisa vir do que morto vem do que está vivo, o que está vivo precisa vir do que está morto. (se não fosse assim, tudo acabaria morto)está morto. (se não fosse assim, tudo acabaria morto) �� Reminiscência indica que adquirimos certos conhecimentos antes Reminiscência indica que adquirimos certos conhecimentos antes do nascimentodo nascimento �� As ideias em si não são compostas, portanto não se decompõe. As ideias em si não são compostas, portanto não se decompõe. O corpo é composto e se decompõe. A alma pode conceber as O corpo é composto e se decompõe. A alma pode conceber as ideias, portanto é da mesma natureza que elasideias, portanto é da mesma natureza que elas �� A alma traz a vida para o corpo, portanto ela carrega a vida em A alma traz a vida para o corpo, portanto ela carrega a vida em si. Não pode aceitar seu contrário.si. Não pode aceitar seu contrário. PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) Teoria do EstadoTeoria do Estado ResRes publicapublica Estado perfeito é tripartite como o ser humanoEstado perfeito é tripartite como o ser humano Classe dos comerciantes e artesãos, dos soldados e dos Classe dos comerciantes e artesãos, dos soldados e dos governantesgovernantes--filósofosfilósofos Estado precisa de educação. Militares, física. Filósofos, Estado precisa de educação. Militares, física. Filósofos, dialéticadialética Necessidade de divisão do poder (bens, armas e governo)Necessidade de divisão do poder (bens, armas e governo) Primeira utopia (materialização é menos importante)Primeira utopia (materialização é menos importante) Mas na cidade real filósofo e governante não coincidem, logo Mas na cidade real filósofo e governante não coincidem, logo é necessário constituiçãoé necessário constituição MonarquiaMonarquia--AristocraciaAristocracia--Democracia X TiraniaDemocracia X Tirania--OligarquiaOligarquia-- DemagogiaDemagogia PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) 6 O Mito da cavernaO Mito da caverna Os quatro significados do mito da cavernaOs quatro significados do mito da caverna Ontológico: as sombras são as aparências sensíveis, as Ontológico: as sombras são as aparências sensíveis, as estátuas são as coisas sensíveis, o muro divide o estátuas são as coisas sensíveis, o muro divide o sensível do sensível do suprasupra--sensívelsensível, as , as IdéiasIdéias verdadeiras do verdadeiras do outro lado e o Sol é a outro lado e o Sol é a IdéiaIdéia de Bem; de Bem; Simboliza os dois graus de conhecimento; Simboliza os dois graus de conhecimento; A vida na dimensão dos sentidos e na dimensão do A vida na dimensão dos sentidos e na dimensão do espírito;espírito; Concepção política é simbolizada pelo “retorno” apesar Concepção política é simbolizada pelo “retorno” apesar dos riscos.dos riscos. PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) CríticasCríticas Concepção equivocada da arte em função de seu valor Concepção equivocada da arte em função de seu valor de verdadede verdade Impossibilidade de comunicação entre os dois mundos Impossibilidade de comunicação entre os dois mundos (Aristóteles)(Aristóteles) Mortificação do mundo, concepção gnóstica (crítica Mortificação do mundo, concepção gnóstica (crítica nietzschiana)nietzschiana) Utopia como raiz dos totalitarismos (Popper) Utopia como raiz dos totalitarismos (Popper) PlatãoPlatão (428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.) 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia (Aristóteles e Helenismo)(Aristóteles e Helenismo) Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga Thales VI AC O surgimento da Filosofia CristianismoPlatão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Era Cristã 470-399 Sócrates Lógica Physis 354-430 Filosofia Cristã Estoicismo 300ac~200dc Determinismo Plotino 204-270 Parmênides V AC Dialética Monismo Aristóteles 384-322 Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo Epicuro 341-271 Hedonismo Heilocentrismo AristótelesAristóteles (384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c) O fundador da O fundador da LógicaLógica Gênio metafísicoGênio metafísico Cientista empíricoCientista empírico Pensador político Pensador político conservadorconservador“Quem não tem necessidade de viver em sociedade ou é uma fera ou é um deus” 2 AristótelesAristóteles (384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c) Aristóteles discípulo de PlatãoAristóteles discípulo de Platão Tutor de AlexandreTutor de Alexandre Fundador do LiceuFundador do Liceu Escreveu obras exotéricas que se perderam, só chegaram até Escreveu obras exotéricas que se perderam, só chegaram até nós as esotéricasnós as esotéricas Divisão da Filosofia em Metafísica, Física, Psicologia, Ética, Divisão da Filosofia em Metafísica, Física, Psicologia, Ética, Política, Estética e LógicaPolítica, Estética e Lógica Ciências:Ciências: �� TeoréticasTeoréticas (saber em si mesmo), (saber em si mesmo), �� Práticas (saber como agir moralmente)Práticas (saber como agir moralmente) �� PoiéticasPoiéticas (saber para produzir objetos)(saber para produzir objetos) MetafísicaMetafísica “Todas as ciências podem ser maisnecessárias ao homem,“Todas as ciências podem ser mais necessárias ao homem, mas nenhuma lhe é superior”mas nenhuma lhe é superior” Metafísica é disciplina que investigaMetafísica é disciplina que investiga �� a) as causas e princípios primeiros e supremosa) as causas e princípios primeiros e supremos �� b) o ser enquanto serb) o ser enquanto ser �� c) a substânciac) a substância �� d) Deusd) Deus Para que serve a metafísica? Para nada. Por isso é a mais Para que serve a metafísica? Para nada. Por isso é a mais nobre e elevada. Surge da pura necessidade de saber o que e nobre e elevada. Surge da pura necessidade de saber o que e porqueporque Termo é de discípulo. Aristóteles não o usou. Usava Filosofia Termo é de discípulo. Aristóteles não o usou. Usava Filosofia Primeira ou TeologiaPrimeira ou Teologia MetafísicaMetafísica AristótelesAristóteles Quando perguntamos qual a causa de algo, temos que Quando perguntamos qual a causa de algo, temos que distinguir 4 sentidos diferentes:distinguir 4 sentidos diferentes: �� Causa Material (matéria da qual é feita a coisa)Causa Material (matéria da qual é feita a coisa) �� Causa Formal (forma que a matéria possuí)Causa Formal (forma que a matéria possuí) �� Causa Eficiente (ação eficiente que deu a forma atual a coisa)Causa Eficiente (ação eficiente que deu a forma atual a coisa) �� Causa Final (finalidade para a qual foi criada)Causa Final (finalidade para a qual foi criada) MetafísicaMetafísica AristótelesAristóteles Ser é tudo o que não é um puro nadaSer é tudo o que não é um puro nada Ser é substância, alteração da substância ou atividade da substância.Ser é substância, alteração da substância ou atividade da substância. Podemos então pensar o ser como categorias, como ato e potência, Podemos então pensar o ser como categorias, como ato e potência, como acidente, como verdadeirocomo acidente, como verdadeiro Ser acidental é aquele que acontece mas não está ligado ao ser por Ser acidental é aquele que acontece mas não está ligado ao ser por qualquer vínculo essencialqualquer vínculo essencial Verdadeiro é quando o pensamento liga duas coisas e as conjuga Verdadeiro é quando o pensamento liga duas coisas e as conjuga ou separa da mesma forma como elas estão conjugadas ou ou separa da mesma forma como elas estão conjugadas ou separadas na realidade (doutrina da correspondência)separadas na realidade (doutrina da correspondência) 3 MetafísicaMetafísica AristótelesAristóteles As categorias (gêneros de) do ser:As categorias (gêneros de) do ser: �� substânciasubstância �� quantidadequantidade �� qualidadequalidade �� relaçãorelação �� açãoação �� paixãopaixão �� lugarlugar �� tempotempo As categorias “ter” e “jazer” não estão presentes na maioria dos As categorias “ter” e “jazer” não estão presentes na maioria dos manuscritos.manuscritos. Ato e potência são originários e se dão em todas as categoriasAto e potência são originários e se dão em todas as categorias MetafísicaMetafísica AristótelesAristóteles A substância tem matéria e forma (A substância tem matéria e forma (sínolosínolo). Por ). Por excelência a substância é a forma.excelência a substância é a forma. Matéria é potência e forma é atoMatéria é potência e forma é ato Formas puras são atos puros, privados de Formas puras são atos puros, privados de potencialidade.potencialidade. Ato é superior ontologicamente a potência porque é fim Ato é superior ontologicamente a potência porque é fim de toda potênciade toda potência o que é eterno é puro atoo que é eterno é puro ato Metafísica: DeusMetafísica: Deus AristótelesAristóteles Tempo existe porque existe o movimentoTempo existe porque existe o movimento O tempo é eterno, portanto o movimento é eternoO tempo é eterno, portanto o movimento é eterno O movimento só pode ser eterno se tiver um princípio O movimento só pode ser eterno se tiver um princípio primeiro como sua causaprimeiro como sua causa Portanto ele é eternoPortanto ele é eterno A causa do movimento não pode ser movimento porque seria A causa do movimento não pode ser movimento porque seria uma regressão ao infinitouma regressão ao infinito Portanto ele é imóvelPortanto ele é imóvel O princípio é ato puro porque senão seria possível seu O princípio é ato puro porque senão seria possível seu movimentomovimento Portanto ele é atoPortanto ele é ato Metafísica: DeusMetafísica: Deus AristótelesAristóteles A substância A substância suprasupra--sensívelsensível atrai as coisas para si como atrai as coisas para si como o belo atraí o homem. o belo atraí o homem. A causa do movimento do universo não é eficiente, mas A causa do movimento do universo não é eficiente, mas final.final. O mundo não teve um começo, não houve o caos (que é O mundo não teve um começo, não houve o caos (que é pura potência)pura potência) Deus sempre atraiu o universo como objeto de amor, Deus sempre atraiu o universo como objeto de amor, portanto o universo sempre deve ter sido tal qual é.portanto o universo sempre deve ter sido tal qual é. Deus é pensamento puro, contempla o mais excelente, Deus é pensamento puro, contempla o mais excelente, ou seja, a si mesmo. É pensamento de pensamento.ou seja, a si mesmo. É pensamento de pensamento. 4 Metafísica: críticasMetafísica: críticas AristótelesAristóteles Aristóteles atribui eternidade e divindade também às 55 Aristóteles atribui eternidade e divindade também às 55 esferas celestes, sem explicar sua origemesferas celestes, sem explicar sua origem Deus não ama porque amar é estar privado de algo (não há Deus não ama porque amar é estar privado de algo (não há amor como graça)amor como graça) O mundo O mundo suprasupra--sensívelsensível de Aristóteles é um mundo de de Aristóteles é um mundo de inteligências, não de formasinteligências, não de formas A crítica a Platão é que se as ideias fossem uma outra A crítica a Platão é que se as ideias fossem uma outra substância, não poderiam ser causa das substâncias no substância, não poderiam ser causa das substâncias no mundo sensívelmundo sensível Crítica: não entende o abstrato nem as ideias como Crítica: não entende o abstrato nem as ideias como pensamento de Deuspensamento de Deus FísicaFísica AristótelesAristóteles Estudo da substância em movimentoEstudo da substância em movimento Movimento e passagem do ser em potência para o ser Movimento e passagem do ser em potência para o ser em atoem ato Mutação:Mutação: �� de substância (geração e corrupção da forma)de substância (geração e corrupção da forma) �� de qualidade (alteração)de qualidade (alteração) �� de quantidade (aumento ou diminuição)de quantidade (aumento ou diminuição) �� de lugar (translação, movimento)de lugar (translação, movimento) FísicaFísica AristótelesAristóteles Lugar: primeiro imóvel limite do que contémLugar: primeiro imóvel limite do que contém Lugar é um ser, portanto o vácuo é impossívelLugar é um ser, portanto o vácuo é impossível Percepção do tempo depende do movimento e da almaPercepção do tempo depende do movimento e da alma Tempo é a contagem da movimento entre um antes e um Tempo é a contagem da movimento entre um antes e um depoisdepois Quem conta é a alma, logo não há movimento sem almaQuem conta é a alma, logo não há movimento sem alma Não existe infinito em ato, só em potênciaNão existe infinito em ato, só em potência Finito é perfeito e infinito é imperfeitoFinito é perfeito e infinito é imperfeito Mundo sublunar (mutante) e supralunar (eterno)Mundo sublunar (mutante) e supralunar (eterno) PsicologiaPsicologia AristótelesAristóteles Corpos vivos tem vida mas não são a vidaCorpos vivos tem vida mas não são a vida Alma é enteléquia (forma) de um corpo que tem vida em Alma é enteléquia (forma) de um corpo que tem vida em potênciapotência Fenômeno da vidatem funções claras associadasFenômeno da vida tem funções claras associadas Alma humana tem as três funções:Alma humana tem as três funções: �� Vegetativa (nascimento, nutrição e crescimento, reprodução)Vegetativa (nascimento, nutrição e crescimento, reprodução) �� SensórioSensório--motora (motora (apetiçãoapetição, sensação e movimento), sensação e movimento) �� Intelectiva (conhecimento, deliberação e escolha)Intelectiva (conhecimento, deliberação e escolha) 5 PsicologiaPsicologia AristótelesAristóteles Sensação é a assimilação da forma sem matériaSensação é a assimilação da forma sem matéria Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de imagens, a memória, que é sua conservação e a imagens, a memória, que é sua conservação e a experiência, que é a acumulação de fatos mnemônicosexperiência, que é a acumulação de fatos mnemônicos Toda sensação vem com uma vivência de prazer e Toda sensação vem com uma vivência de prazer e desprazer. Daí nasce o apetite.desprazer. Daí nasce o apetite. Intelecto é a potência de conhecer as formas purasIntelecto é a potência de conhecer as formas puras Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez e doenças)e doenças) PsicologiaPsicologia AristótelesAristóteles Sensação é a assimilação da forma sem matériaSensação é a assimilação da forma sem matéria Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de imagens, a memória, que é sua conservação e a imagens, a memória, que é sua conservação e a experiência, que é a acumulação de fatos mnemônicosexperiência, que é a acumulação de fatos mnemônicos Toda sensação vem com uma vivência de prazer e Toda sensação vem com uma vivência de prazer e desprazer. Daí nasce o apetite.desprazer. Daí nasce o apetite. Intelecto é a potência de conhecer as formas purasIntelecto é a potência de conhecer as formas puras Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez e doenças)e doenças) ÉticaÉtica AristótelesAristóteles Ciências práticas (conduta do homem e o fim que eles Ciências práticas (conduta do homem e o fim que eles querem atingir)querem atingir) Estudo da conduta individual Estudo da conduta individual –– ÉticaÉtica Estudo da conduta numa sociedade Estudo da conduta numa sociedade –– PolíticaPolítica Todas as ações humanas tendem a um fim último: Todas as ações humanas tendem a um fim último: felicidadefelicidade Ética aristotélica é pois um tipo de Ética aristotélica é pois um tipo de eudaimoniaeudaimonia ÉticaÉtica AristótelesAristóteles O que é felicidade? O que é felicidade? Vida para o prazer: redução a animaisVida para o prazer: redução a animais Vida para a honra: é extrínseca e está nos outrosVida para a honra: é extrínseca e está nos outros Vida para a riqueza: é a mais absurda e antinatural Vida para a riqueza: é a mais absurda e antinatural (riquezas são meio)(riquezas são meio) Felicidade do homem é o bem supremo, o que Felicidade do homem é o bem supremo, o que aperfeiçoa sua natureza: razãoaperfeiçoa sua natureza: razão Matéria não traz felicidade mas a compromete com sua Matéria não traz felicidade mas a compromete com sua ausênciaausência 6 ÉticaÉtica “Somos bons apenas de um modo, maus de muitas maneiras”“Somos bons apenas de um modo, maus de muitas maneiras” AristótelesAristóteles Virtude ética é a dominação do desejo pela razão (já Virtude ética é a dominação do desejo pela razão (já que aspectos vegetativos não se submetem a ela)que aspectos vegetativos não se submetem a ela) Nos tornamos virtuosos pelo hábitoNos tornamos virtuosos pelo hábito Virtude é o caminho do meio.Virtude é o caminho do meio. Vício vem do excesso ou falta causado pelos desejosVício vem do excesso ou falta causado pelos desejos A coragem é o resultado da temeridade ou covardia A coragem é o resultado da temeridade ou covardia domadas pela razãodomadas pela razão A atividade contemplativa do intelecto é a máxima A atividade contemplativa do intelecto é a máxima felicidade do ser humanofelicidade do ser humano PolíticaPolítica “O homem é um animal político”“O homem é um animal político” AristótelesAristóteles Bem do indivíduo é o bem da sociedadeBem do indivíduo é o bem da sociedade Cidadão é só aquele que tem algum tempo livre para Cidadão é só aquele que tem algum tempo livre para participar do processo de decisão da cidadeparticipar do processo de decisão da cidade Há homens que não fazem uso da razão e são escravos por Há homens que não fazem uso da razão e são escravos por naturezanatureza Um homem que aceita ser escravizado merece a escravidão.Um homem que aceita ser escravizado merece a escravidão. Três formas de governo como PlatãoTrês formas de governo como Platão �� 1)monarquia/tirania; 2)aristocracia/oligarquia; 3)1)monarquia/tirania; 2)aristocracia/oligarquia; 3)politíapolitía/democracia/democracia Contra a democracia, pela aristocraciaContra a democracia, pela aristocracia PolíticaPolítica AristótelesAristóteles Estado deve visar o incremento dos bens da almaEstado deve visar o incremento dos bens da alma Viver em paz e fazer as coisas belas é o ideal do estadoViver em paz e fazer as coisas belas é o ideal do estado Objetivo da guerra só pode ser a pazObjetivo da guerra só pode ser a paz Objetivo do trabalho é a libertação da matériaObjetivo do trabalho é a libertação da matéria Objetivo das coisas é o acesso às coisas belasObjetivo das coisas é o acesso às coisas belas Objetivo último do estado é promover o ócio e a pazObjetivo último do estado é promover o ócio e a paz PolíticaPolítica AristótelesAristóteles Constituição é o fundamento da ordemConstituição é o fundamento da ordem Justiça do Estado distingue dois tipos de bens: partilháveis Justiça do Estado distingue dois tipos de bens: partilháveis ((distribuíveisdistribuíveis: dinheiro) e participáveis (: dinheiro) e participáveis (indistribuíveisindistribuíveis: poder): poder) Justiça distributiva (bens) e participativa (poder)Justiça distributiva (bens) e participativa (poder) Justiça distributiva: é injusto tratar igualmente os desiguaisJustiça distributiva: é injusto tratar igualmente os desiguais Justiça participativa depende do valor principal da cidade Justiça participativa depende do valor principal da cidade (honra, virtude ou igualdade)(honra, virtude ou igualdade) Justiça da cidade depende da força das instituiçõesJustiça da cidade depende da força das instituições 7 EstéticaEstética AristótelesAristóteles Arte como mimese e arte como catarseArte como mimese e arte como catarse Arte como mimese não é cópia, mas recriação da Arte como mimese não é cópia, mas recriação da realidade realidade Arte não se ocupa do que é, mas do que poderia serArte não se ocupa do que é, mas do que poderia ser Arte como catarse tem objetivo de libertar das emoçõesArte como catarse tem objetivo de libertar das emoções LógicaLógica AristótelesAristóteles Lógica apresenta a forma de todo tipo de discurso que queira Lógica apresenta a forma de todo tipo de discurso que queira demonstrar algodemonstrar algo É o instrumento do pensamento e da filosofiaÉ o instrumento do pensamento e da filosofia Aristóteles a chamava de “analítica”Aristóteles a chamava de “analítica” Verdades que não podem ser negadas sem se fazer uso Verdades que não podem ser negadas sem se fazer uso delas:delas: �� Princípio da identidade (A é idêntico a si mesmo)Princípio da identidade (A é idêntico a simesmo) �� Princípio da não contradição (A e Princípio da não contradição (A e nãonão--AA não podem ser ambos não podem ser ambos verdadeiros)verdadeiros) �� Terceiro excluído (De A e Terceiro excluído (De A e nãonão--AA um necessariamente é verdadeiro)um necessariamente é verdadeiro) LógicaLógica AristótelesAristóteles Definir é o discurso que expressa a essência das coisasDefinir é o discurso que expressa a essência das coisas Definir é identificar o gênero próximo e diferença Definir é identificar o gênero próximo e diferença específicaespecífica Os termos são sempre, isoladamente, categorias do serOs termos são sempre, isoladamente, categorias do ser Isoladamente, termos não são verdadeiros nem falsos. Isoladamente, termos não são verdadeiros nem falsos. LógicaLógica AristótelesAristóteles Verdadeiro ou Falso se aplica a juízos que os conectamVerdadeiro ou Falso se aplica a juízos que os conectam Quando unimos os termos entre si, afirmando ou Quando unimos os termos entre si, afirmando ou negando algo de alguma coisa, temos um juízonegando algo de alguma coisa, temos um juízo Expressão lógica de um juízo é a proposiçãoExpressão lógica de um juízo é a proposição Proposição é a forma de todo conhecimentoProposição é a forma de todo conhecimento Verdade é o juízo que conjuga ou separa o que é de fato Verdade é o juízo que conjuga ou separa o que é de fato assimassim 8 LógicaLógica AristótelesAristóteles RaciocínoRaciocíno é o processo de extrair uma consequência é o processo de extrair uma consequência necessária de premissasnecessária de premissas Silogismo é a forma mais simples de raciocínio: duas Silogismo é a forma mais simples de raciocínio: duas premissas e uma conclusãopremissas e uma conclusão Silogismo científico depende da correção da conclusão e da Silogismo científico depende da correção da conclusão e da verdade das premissasverdade das premissas Premissas podem ser obtidas por indução ou intuiçãoPremissas podem ser obtidas por indução ou intuição Conhecimento é processo cumulativo: sensação Conhecimento é processo cumulativo: sensação –– memória memória –– experiência experiência –– técnica técnica –– teoria/ciência (teoria/ciência (epistemeepisteme)) HelenismoHelenismo (384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c) O “nascimento” do O “nascimento” do indivíduoindivíduo A Filosofia como A Filosofia como “filosofia de vida” ou “filosofia de vida” ou eudaimoniaeudaimonia O começo da O começo da influência cristãinfluência cristã A Estoá restaurada, em Atenas Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga Thales VI AC O surgimento da Filosofia CristianismoPlatão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Era Cristã 470-399 Sócrates Lógica Physis 354-430 Filosofia Cristã Estoicismo 300ac~200dc Determinismo Plotino 204-270 Parmênides V AC Dialética Monismo Aristóteles 384-322 Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo Epicuro 341-271 Hedonismo Heilocentrismo CinismoCinismo “Procuro um homem”“Procuro um homem” Diógenes, o cão.Diógenes, o cão. Necessidades do ser humano são as animaisNecessidades do ser humano são as animais Quanto mais se elimina as necessidades supérfluas, mais se é Quanto mais se elimina as necessidades supérfluas, mais se é livrelivre Prática de vida para habituar o físico às fadigas impostas pela Prática de vida para habituar o físico às fadigas impostas pela natureza e dominar os prazeresnatureza e dominar os prazeres O prazer amolece o corpo e o espírito, tornando o homem O prazer amolece o corpo e o espírito, tornando o homem escravo das coisas e seres humanosescravo das coisas e seres humanos Autarquia apatia e indiferença diante de tudo são as metasAutarquia apatia e indiferença diante de tudo são as metas Crítica: Ideal de animalidade, pobreza espiritual diante de Crítica: Ideal de animalidade, pobreza espiritual diante de tarefa espiritualmente hercúleatarefa espiritualmente hercúlea 9 EpicurismoEpicurismo “Tudo o que é natural, é fácil de conseguir. Difícil é tudo o que é inútil.”“Tudo o que é natural, é fácil de conseguir. Difícil é tudo o que é inútil.” Resumo:Resumo: �� A realidade é perfeitamente penetrável e cognoscível pela A realidade é perfeitamente penetrável e cognoscível pela inteligência do homeminteligência do homem �� A felicidade do homem é possível na realidadeA felicidade do homem é possível na realidade �� A felicidade é falta de dor e A felicidade é falta de dor e pertubaçãopertubação �� Para ser feliz homem só precisa de si mesmoPara ser feliz homem só precisa de si mesmo �� Nada mais lhe serve (honra, riqueza, cidade, Nada mais lhe serve (honra, riqueza, cidade, etcetc)) Fé no natural e no físicoFé no natural e no físico EpicurismoEpicurismo Sensação colhe o ser infalivelmenteSensação colhe o ser infalivelmente Sensação é alteração passiva, produzida pela estrutura Sensação é alteração passiva, produzida pela estrutura atômica da realidade.atômica da realidade. Como é Como é arracionalarracional, não acrescenta ou retira nada da , não acrescenta ou retira nada da realidade.realidade. Prazer e dor são critérios de verdade e de moralidade.Prazer e dor são critérios de verdade e de moralidade. Sensações, prazer e dor oferecem evidência imediata.Sensações, prazer e dor oferecem evidência imediata. Raciocínio é mediato, por isso é ocasião de erroRaciocínio é mediato, por isso é ocasião de erro Atomismo temperado com caos abre espaço para liberdadeAtomismo temperado com caos abre espaço para liberdade EpicurismoEpicurismo Essência do homem é material e material é o seu bemEssência do homem é material e material é o seu bem Bem é prazerBem é prazer Cúmulo do prazer é o prazer na quietude Cúmulo do prazer é o prazer na quietude Meta é o homem autárquico Meta é o homem autárquico Verdadeiro prazer é:Verdadeiro prazer é: �� AponíaAponía: ausência de dor no corpo; e: ausência de dor no corpo; e �� AtaraxiaAtaraxia: ausência de perturbação na alma: ausência de perturbação na alma Regra da vida moral é a discriminação dos prazeres feita pela razãoRegra da vida moral é a discriminação dos prazeres feita pela razão Escolher os prazeres sem dor e perturbação e rejeitar os que as Escolher os prazeres sem dor e perturbação e rejeitar os que as trazemtrazem EpicurismoEpicurismo Três tipos de prazeres:Três tipos de prazeres: �� Naturais e necessários (conservação da vida)Naturais e necessários (conservação da vida) �� Naturais e não necessários (sexo e variações supérfluas dos prazeres naturais)Naturais e não necessários (sexo e variações supérfluas dos prazeres naturais) �� Não naturais e não necessários (exterioridades: riqueza, poder, fama, etc.)Não naturais e não necessários (exterioridades: riqueza, poder, fama, etc.) Nos naturais, o limite é a eliminação da dorNos naturais, o limite é a eliminação da dor Nos naturais e não necessários não subtraem dor e o prazer é Nos naturais e não necessários não subtraem dor e o prazer é declinante, podendo causar imenso danodeclinante, podendo causar imenso dano Nos não naturais não há eliminação da dor e causam perturbação Nos não naturais não há eliminação da dor e causam perturbação da almada alma O mal físico se é leve, é facilmente suportável, se agudo, passa O mal físico se é leve, é facilmente suportável, se agudo, passa rápido, se não, leva a morte.rápido, se não, leva a morte. 10 EpicurismoEpicurismo Morte é dissolução, logo, insensibilidadeMorte é dissolução, logo, insensibilidade Vida política compromete Vida política compromete aponíaaponía e e ataraxiaataraxia e portanto deve ser e portanto deve ser evitadaevitada Os quatro remédios de Os quatro remédios de EpicuroEpicuro:: �� São vãos os temores dos deuses e do alémSão vãos os temores dos deuses e do além ��Medo da morte é absurdo, porque ela é o nadaMedo da morte é absurdo, porque ela é o nada �� O prazer, entendido corretamente, está a disposição de todosO prazer, entendido corretamente, está a disposição de todos �� O mal ou dura pouco ou é perfeitamente suportávelO mal ou dura pouco ou é perfeitamente suportável EstoicismoEstoicismo “O destino conduz tanto aquele que quer, como quem não quer”“O destino conduz tanto aquele que quer, como quem não quer” Fundado por Zenon de Fundado por Zenon de CítioCítio Se estendeu até o início da PatrísticaSe estendeu até o início da Patrística Filosofia dominante na Grécia e Império RomanoFilosofia dominante na Grécia e Império Romano Filosofia é pomar: lógica o muro, física as árvores, ética o frutoFilosofia é pomar: lógica o muro, física as árvores, ética o fruto Ser é o que pode agir e sofrer: ser e corpo são idênticosSer é o que pode agir e sofrer: ser e corpo são idênticos Virtudes são três: Inteligência (conhece o bem e o mal), Coragem Virtudes são três: Inteligência (conhece o bem e o mal), Coragem (conhece o que temer e não temer) e Justiça (conhece o que é (conhece o que temer e não temer) e Justiça (conhece o que é devido a cada um)devido a cada um) EstoicismoEstoicismo Deus penetra em toda a realidade (é inteligência, alma, natureza)Deus penetra em toda a realidade (é inteligência, alma, natureza) Tudo é obra do Logos, portanto, rigorosamente determinadoTudo é obra do Logos, portanto, rigorosamente determinado Destino é a ordem natural e inevitável dos acontecimentosDestino é a ordem natural e inevitável dos acontecimentos Não há liberdade. O que ocorre é que o sábio passa a querer o que Não há liberdade. O que ocorre é que o sábio passa a querer o que o logos quero logos quer Eterno retorno do mesmoEterno retorno do mesmo A alma, por ser substância mais sutil, sobrevive à morte do corpo, A alma, por ser substância mais sutil, sobrevive à morte do corpo, por um tempopor um tempo EstoicismoEstoicismo Objetivo do viver é a obtenção de felicidadeObjetivo do viver é a obtenção de felicidade Felicidade se obtém vivendo segundo a naturezaFelicidade se obtém vivendo segundo a natureza “Bem” é o que incrementa e conserva o ser, “mal” o que o danifica e “Bem” é o que incrementa e conserva o ser, “mal” o que o danifica e diminui.diminui. Para o ser humano, bem é o que incrementa o logosPara o ser humano, bem é o que incrementa o logos Tudo o que é relativo ao corpo é indiferente moralmente.Tudo o que é relativo ao corpo é indiferente moralmente. Mas pode ser valor ou Mas pode ser valor ou desvalordesvalor Paixões são erros da razãoPaixões são erros da razão Ascetismo: devemos evitar toda paixão e atingir a apatia Ascetismo: devemos evitar toda paixão e atingir a apatia 11 EstoicismoEstoicismo EPÍCTETO:EPÍCTETO: As coisas se dividem em duas classes:As coisas se dividem em duas classes: �� Aquelas que estão em nosso poder (nossas atividades: opiniões e desejos)Aquelas que estão em nosso poder (nossas atividades: opiniões e desejos) �� Aquelas que não estão em nosso poder (o que não é atividade: corpo, parentes, Aquelas que não estão em nosso poder (o que não é atividade: corpo, parentes, bens, bens, etcetc)) Eventos externos são regidos pelo destino, internos nãoEventos externos são regidos pelo destino, internos não Felicidade é se concentrar nas primeiras e rejeitar as segundasFelicidade é se concentrar nas primeiras e rejeitar as segundas Todo desejo nos degrada ao tornarTodo desejo nos degrada ao tornar--nos escravo nos escravo do desejadodo desejado “Não são as coisas mesmas que causam perturbação ao homem, “Não são as coisas mesmas que causam perturbação ao homem, mas a opinião que ele tem sobre elas”mas a opinião que ele tem sobre elas” CeticismoCeticismo PirroPirro de de ÉlidaÉlida, 323 A.C., 323 A.C. É possível viver feliz sem a verdade e sem os valoresÉ possível viver feliz sem a verdade e sem os valores Três ideias básicas: Três ideias básicas: �� São igualmente sem diferença, indiscriminadas, logo nossas sensações não São igualmente sem diferença, indiscriminadas, logo nossas sensações não podem ser verdadeiras ou falsaspodem ser verdadeiras ou falsas �� DeveDeve--se permanecer sem opiniões a respeito de tudo: “Nem é nem não é”, se permanecer sem opiniões a respeito de tudo: “Nem é nem não é”, “é “é e e não é”não é” �� Nessa disposição virá em primeiro lugar a apatia, depois a imperturbabilidade Nessa disposição virá em primeiro lugar a apatia, depois a imperturbabilidade Homem tem que absterHomem tem que abster--se de julgar: afasiase de julgar: afasia “Quem duvida se uma coisa é bem ou mal por natureza, nem foge “Quem duvida se uma coisa é bem ou mal por natureza, nem foge nem persegue nada com ardor, por isso, é imperturbável”nem persegue nada com ardor, por isso, é imperturbável” 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia (Cristianismo)(Cristianismo) Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: MedievalLinha do Tempo: Medieval Galileu 1564-642 Cristianismo Anselmo Agostinho Prova ontológica 1033-109Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Neoplatonismo 354-430 Patrística Patrística Descartes Racionalismo Escolástica Lutero 1483-546 Protestantismo 1637 Ciência Moderna Ockham Nominalismo 1285-347 A Mensagem bíblicaA Mensagem bíblica “No princípio, Deus criou os céus e a Terra” Gênesis (1,1) 2 Livros da BíbliaLivros da Bíblia ANTIGO TESTAMENTOANTIGO TESTAMENTO (1300 AC (1300 AC -- 100 DC)100 DC) Pentateuco (Pentateuco (ToráTorá)) HistóricosHistóricos Sapienciais e PoéticosSapienciais e Poéticos Profetas maioresProfetas maiores Profetas menoresProfetas menores Conjunto de livros de diferentes fontes e autoria desconhecida (AT)Conjunto de livros de diferentes fontes e autoria desconhecida (AT) De vários tipos: Históricos, Sapienciais, Poéticos e ProféticosDe vários tipos: Históricos, Sapienciais, Poéticos e Proféticos NOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTO (Século I DC)(Século I DC) EvangelhosEvangelhos AtosAtos Epístolas de PauloEpístolas de Paulo Epístolas de apóstolosEpístolas de apóstolos ApocalipseApocalipse Ideias Judaicas e CristãsIdeias Judaicas e Cristãs JUDAÍSMOJUDAÍSMO MonoteísmoMonoteísmo CriacionismoCriacionismo Sentido da históriaSentido da história AntropocentrismoAntropocentrismo LivreLivre--arbítrioarbítrio ProvidênciaProvidência Pecado OriginalPecado Original Deus Deus nomotetanomoteta Salvação pela raçaSalvação pela raça RessurreiçãoRessurreição CRISTIANISMOCRISTIANISMO Divindade do ser humanoDivindade do ser humano Intenção moralIntenção moral FéFé GraçaGraça Ética do amorÉtica do amor Salvação pela féSalvação pela fé Imortalidade da almaImortalidade da alma Amor Amor agápicoagápico EspíritoEspírito NãoNão--violênciaviolência Revolução de valoresRevolução de valores Antigo TestamentoAntigo Testamento “Eu Sou Aquele que É”“Eu Sou Aquele que É” Escrito entre 1300 AC e 100 DCEscrito entre 1300 AC e 100 DC Codificação de tradições oraisCodificação de tradições orais Contém (como o NT) ideias com consequências filosóficas, Contém (como o NT) ideias com consequências filosóficas, mas não é um texto filosófico. Apresentamas não é um texto filosófico. Apresenta--se como inspirada se como inspirada por Deus, portanto, é escritura sagrada: religiãopor Deus, portanto, é escritura sagrada: religião Apresentaum Deus único, infinito em potência, radicalmente Apresenta um Deus único, infinito em potência, radicalmente diverso de todas as coisas: transcendência absolutadiverso de todas as coisas: transcendência absoluta Criação Criação exex--nihilonihilo Ato de vontade, graça pura, por causa do bemAto de vontade, graça pura, por causa do bem Antigo TestamentoAntigo Testamento Antropocentrismo e sentido da históriaAntropocentrismo e sentido da história Ser humano é o ser mais elevado do universo criado (contra Grécia)Ser humano é o ser mais elevado do universo criado (contra Grécia) “Imago viva Dei”“Imago viva Dei” LivreLivre--arbítrio torna possível fazer livremente a vontade de Deusarbítrio torna possível fazer livremente a vontade de Deus Superioridade ontológica garante livre uso dos recursosSuperioridade ontológica garante livre uso dos recursos História deixa de ser estanque ou cíclica e se torna linearHistória deixa de ser estanque ou cíclica e se torna linear Começo absoluto com a criação, meio com a aliança, termo com a Começo absoluto com a criação, meio com a aliança, termo com a vinda do Messias e fim com o juízovinda do Messias e fim com o juízo A ideia de progresso histórico é introduzida no pensamento ocidentalA ideia de progresso histórico é introduzida no pensamento ocidental 3 Antigo TestamentoAntigo Testamento Deus Deus nomotetanomoteta e providentee providente A lei moral é feita e imposta por DeusA lei moral é feita e imposta por Deus Virtude judaica é obediência a DeusVirtude judaica é obediência a Deus Ética Ética deontológicadeontológica e negativae negativa Obediência é livre, um ato de vontadeObediência é livre, um ato de vontade Deus provê, se dirige a indivíduosDeus provê, se dirige a indivíduos Deus sujeito, antropomorfoDeus sujeito, antropomorfo Mensagem de segurança total Mensagem de segurança total Antigo TestamentoAntigo Testamento Os dez mandamentos Os dez mandamentos ((DtDt 5,15,1--21) 21) 1 Não terás outros deuses diante de mim.1 Não terás outros deuses diante de mim. 2 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem 2 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.guardam os meus mandamentos. 3 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que 3 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.tomar o seu nome em vão. 4 Lembra4 Lembra--te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou. 5 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus 5 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá.te dá. 6 Não matarás.6 Não matarás. 7 Não adulterarás.7 Não adulterarás. 8 Não furtarás.8 Não furtarás. 9 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.9 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 10 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem 10 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. Antigo TestamentoAntigo Testamento O Pecado OriginalO Pecado Original Mal no mundo é explicado em virtude de uma culpa originalMal no mundo é explicado em virtude de uma culpa original Pecado é desobedecer a Deus: rebeliãoPecado é desobedecer a Deus: rebelião “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”“Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” Interpretação: saída do estado animal. Tomada de Interpretação: saída do estado animal. Tomada de consciência do bom e mal implica no pecado de não fazer o consciência do bom e mal implica no pecado de não fazer o bembem Interpretação: soberba do ser humano que queria ser como Interpretação: soberba do ser humano que queria ser como Deus e sem a limitação do mandamentoDeus e sem a limitação do mandamento Novo TestamentoNovo Testamento “Este é o meu mandamento: Amai“Este é o meu mandamento: Amai--vos uns aos outros como eu vos amei” vos uns aos outros como eu vos amei” (João 15, 12)(João 15, 12) UMA REVOLUÇÃO DE VALORES:UMA REVOLUÇÃO DE VALORES: BemBem--aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus!aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus! BemBem--aventurados os que choram, porque serão consolados!aventurados os que choram, porque serão consolados! BemBem--aventurados os mansos, porque herdarão a terra!aventurados os mansos, porque herdarão a terra! BemBem--aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! BemBem--aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! BemBem--aventurados os puros de coração, porque verão Deus!aventurados os puros de coração, porque verão Deus! BemBem--aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! BemBem--aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!céus! BemBem--aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegraifalsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai--vos e exultai, porque será vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. (Mateus 5, 3de vós. (Mateus 5, 3--12)12) 4 Novo TestamentoNovo Testamento Uma revolução de valoresUma revolução de valores Pureza e não sofisticação ou malíciaPureza e não sofisticação ou malícia Pacifismo e não força físicaPacifismo e não força física Humildade e não orgulhoHumildade e não orgulho Desligamento dos recursos e não riquezaDesligamento dos recursos e não riqueza Salvação externae não autarquiaSalvação externa e não autarquia Escárnio do mundo e não honraEscárnio do mundo e não honra Novo TestamentoNovo Testamento IntençãoIntenção Divindade do ser humano: ênfase na natureza espiritual do ser Divindade do ser humano: ênfase na natureza espiritual do ser humano, no “Vós sois deuses” do antigo testamentohumano, no “Vós sois deuses” do antigo testamento Moralidade depende da intenção, e não do ato externo. É Moralidade depende da intenção, e não do ato externo. É querer a vontade de Deus e não fazer a vontade de Deusquerer a vontade de Deus e não fazer a vontade de Deus “Eu, porém, digo“Eu, porém, digo--vos: todo aquele que olha para uma mulher e vos: todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuídeseja possuí--la, já cometeu adultério com ela no coração”. la, já cometeu adultério com ela no coração”. (Mateus 5,28) (Mateus 5,28) “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondogostam de fazer oração pondo--se em pé nas sinagogas e nas se em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa”. (Mateus 6,5)digo: já receberam a sua recompensa”. (Mateus 6,5) Fazer o bem requer conhecer o bem e querer o bemFazer o bem requer conhecer o bem e querer o bem Novo TestamentoNovo Testamento A origem do malA origem do mal Novo pecado: conhecer o bem e fazer o malNovo pecado: conhecer o bem e fazer o mal “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram mas trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois preferiram mas trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus". (João 3, 17feitas em Deus". (João 3, 17--21)21) “Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não seriam “Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não seriam culpados de pecado. Mas agora não têm nenhuma desculpa do seu culpados de pecado. Mas agora não têm nenhuma desculpa do seu pecado. Quem me odeia, odeia também meu Pai”. (João 15, 22)pecado. Quem me odeia, odeia também meu Pai”. (João 15, 22) “Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, “Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, pois o seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo o pois o seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo o que não provém de uma convicção é pecado”. (Romanos 14, 23)que não provém de uma convicção é pecado”. (Romanos 14, 23) Novo TestamentoNovo Testamento “Quem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus”. (João 3, 3)“Quem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus”. (João 3, 3) O que significa a “salvação pela fé”?O que significa a “salvação pela fé”? Pelas próprias forças ser humano não se salvaria pois é Pelas próprias forças ser humano não se salvaria pois é imperfeito necessariamente, e não pode cumprir a leiimperfeito necessariamente, e não pode cumprir a lei “Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o “Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, porque não creu no Nome do Filho único de Deus”. (João porque não creu no Nome do Filho único de Deus”. (João 3, 173, 17--18)18) A salvação vem de reconhecer a palavra de DeusA salvação vem de reconhecer a palavra de Deus 5 Novo TestamentoNovo Testamento UniversalismoUniversalismo A salvação vem do reconhecer a Deus, e não da origem racialA salvação vem do reconhecer a Deus, e não da origem racial “Em verdade vos digo: quem não renascer da água e do Espírito “Em verdade vos digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (João 3, 5)carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (João 3, 5) “Fazei obras que provem que vos convertestes, e não comeceis “Fazei obras que provem que vos convertestes, e não comeceis a pensar: "Abraão é nosso pai". Porque eu vos digo: até destas a pensar: "Abraão é nosso pai". Porque eu vos digo: até destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”. (Lucas 3, 8)pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”. (Lucas 3, 8) Universalismo: “Eu digoUniversalismo: “Eu digo--vos: muitos virão do Oriente e do vos: muitos virão do Oriente e do Ocidente e sentarOcidente e sentar--sese--ão à mesa no Reino do Céu juntamente ão à mesa no Reino do Céu juntamente com Abraão, Isaac e Jacob” (São Mateus 8,11)com Abraão, Isaac e Jacob” (São Mateus 8,11) Novo TestamentoNovo Testamento Ética do amorÉtica do amor O motor do ato moral é o amor. Sem amor (O motor do ato moral é o amor. Sem amor (agápicoagápico) o ato ) o ato moral, que é sempre um ato de renúncia, não se explicamoral, que é sempre um ato de renúncia, não se explica Você conhece e tem vontade de fazer o bem. Mas tem vontade Você conhece e tem vontade de fazer o bem. Mas tem vontade porque ama.porque ama. “Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com “Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento”. Este é o toda a tua alma e com todo o teu entendimento”. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a este: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Nestes este: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Nestes mandamentos estão toda a lei e os profetas”. (Mateus, 22, 36mandamentos estão toda a lei e os profetas”. (Mateus, 22, 36-- 40)40) “Este é o meu mandamento: Amai“Este é o meu mandamento: Amai--vos uns aos outros como eu vos uns aos outros como eu vos amei” (João 15, 12)vos amei” (João 15, 12) Novo TestamentoNovo Testamento “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I João 4, 8)(I João 4, 8) A ética da Lei é uma ética negativa. Ou seja, é a ética do não, veda A ética da Lei é uma ética negativa. Ou seja, é a ética do não, veda determinados comportamentosdeterminados comportamentos A ética do amor é positiva. Ou seja, é a ética que diz o que fazer, que A ética do amor é positiva. Ou seja, é a ética que diz o que fazer, que indica o que ser para fazer naturalmente o bemindica o que ser para fazer naturalmente o bem Quem ama não precisa de lei porque é incapaz de descumpriQuem ama não precisa de lei porque é incapaz de descumpri--la.la. “Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, “Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei”. (Romanos 13,8)quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei”. (Romanos 13,8) “Irmãos, fostes chamados para serdes livres. Que essa liberdade, “Irmãos, fostes chamados para serdes livres. Que essa liberdade, porém, não se torne desculpa para viverdes satisfazendo os instintos porém, não se torne desculpa para viverdes satisfazendo os instintos egoístas. Pelo contrário, fazeiegoístas. Pelo contrário, fazei--vos servos uns dos outros através do vos servos uns dos outros através do amor. Pois toda a Lei encontra a sua plenitude numsó mandamento: amor. Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só mandamento: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. (Gálatas 4, 13)«Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. (Gálatas 4, 13) Novo TestamentoNovo Testamento Amor (ágape)Amor (ágape) O amor (‘ágape’ nos originais gregos de Paulo) cristão é radicalmente O amor (‘ágape’ nos originais gregos de Paulo) cristão é radicalmente diferente do diferente do eroseros gregogrego Não é algo motivado pelo valor do objeto, que nos desperta um desejo Não é algo motivado pelo valor do objeto, que nos desperta um desejo de posse, mas algo espontâneo e gratuitode posse, mas algo espontâneo e gratuito Amor é graça, é algo que se dá do que te sobra, e não que nasce do que Amor é graça, é algo que se dá do que te sobra, e não que nasce do que te faltate falta O amor é um dom que é totalmente desproporcional entre o que o dá e O amor é um dom que é totalmente desproporcional entre o que o dá e o beneficiário. Sua grandeza vem da absoluta gratuidadeo beneficiário. Sua grandeza vem da absoluta gratuidade “Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. “Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos perseguem, desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos”. (Mateus 5, 43cair a chuva sobre justos e injustos”. (Mateus 5, 43--45)45) 6 Novo TestamentoNovo Testamento Amor (ágape)Amor (ágape) “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e as línguas dos anjos, se não tivesse amor, seria como um “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e as línguas dos anjos, se não tivesse amor, seria como um sino ruidoso ou como um sino ruidoso ou como um címbalocímbalo estridente.estridente. Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, eu nada seria.tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria. O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas regozijaNão se alegra com a injustiça, mas regozija--se com a verdade.se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.” amor.” (Coríntios 13)(Coríntios 13) Novo TestamentoNovo Testamento FéFé Fé não é crença. Crença tem objeto e é um elemento Fé não é crença. Crença tem objeto e é um elemento cognitivo. Fé não tem objeto e é um sentimentocognitivo. Fé não tem objeto e é um sentimento Cristianismo coloca a Fé como superior epistemologicamenteCristianismo coloca a Fé como superior epistemologicamente Fé é o verdadeiro instrumento de salvação, e não a LeiFé é o verdadeiro instrumento de salvação, e não a Lei Razão do ser humano é limitada e não tem como conhecer Razão do ser humano é limitada e não tem como conhecer senão sombras. Fé é a ponte para Deussenão sombras. Fé é a ponte para Deus Fé é despertada pelo Espírito e é dom do espírito. É o sentido Fé é despertada pelo Espírito e é dom do espírito. É o sentido do sagradodo sagrado Nova antropologia prevê corpo, alma e espírito. Onde alma é o Nova antropologia prevê corpo, alma e espírito. Onde alma é o campo das crenças e espírito o motor das realidades campo das crenças e espírito o motor das realidades espirituais, o verdadeiro eu, de onde nasce o impulso para os espirituais, o verdadeiro eu, de onde nasce o impulso para os valoresvalores Novo TestamentoNovo Testamento RessurreiçãoRessurreição Corpo ressurreto não é físico, mas de natureza espiritualCorpo ressurreto não é físico, mas de natureza espiritual A simbologia de Cristo ressuscitado significa que Deus tem poder sobre a morteA simbologia de Cristo ressuscitado significa que Deus tem poder sobre a morte “os que forem julgados dignos de ter parte no outro século e na ressurreição dos “os que forem julgados dignos de ter parte no outro século e na ressurreição dos mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento, pois nem mesmo mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento, pois nem mesmo podem morrer: são semelhantes aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da podem morrer: são semelhantes aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20, 35)ressurreição” (Lucas 20, 35) “O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo “O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível” (I Coríntios 15,42)ressuscita incorruptível” (I Coríntios 15,42) “Semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, “Semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, há também um corpo espiritual”. (I Coríntios 15,44)há também um corpo espiritual”. (I Coríntios 15,44) “Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? “Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpoque lhe é próprio. Nenhuma carne é igual cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio. Nenhuma carne é igual às outras” (I Coríntios 15,35)às outras” (I Coríntios 15,35) Novo TestamentoNovo Testamento NãoNão--violênciaviolência A A NãoNão--violênciaviolência cristã é radical desprezo ao mundo e à forçacristã é radical desprezo ao mundo e à força Está longe da passividade: não se deve ceder ao mal, mesmo as custas Está longe da passividade: não se deve ceder ao mal, mesmo as custas da própria vidada própria vida É a primeira aplicação do princípio de que se valeram Gandhi e Luther É a primeira aplicação do princípio de que se valeram Gandhi e Luther King King Diverso de Sócrates, não se deve obedecer uma lei injusta, nem da Diverso de Sócrates, não se deve obedecer uma lei injusta, nem da própria Bíbliaprópria Bíblia “Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. “Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei”. matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei”. (Lucas 12, 4)(Lucas 12, 4) “Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau; antes, àquele que “Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau; antes, àquele que te fere na face direita oferecete fere na face direita oferece--lhe também a esquerda; àquele que quer lhe também a esquerda; àquele que quer tomartomar--te a túnica, deixate a túnica, deixa--lhe também a veste”. (Mateus 5, 39)lhe também a veste”. (Mateus 5, 39) 7 Mensagem bíblicaMensagem bíblica Consequências filosóficasConsequências filosóficas Pensamento grego se mostra pobre em alguns sentidos, mas Pensamento grego se mostra pobre em alguns sentidos, mas particularmente no sentido ético, diante da mensagem cristãparticularmente no sentido ético, diante da mensagem cristã Prioridade epistemológica da Fé sobre a razão, teorizada por Prioridade epistemológica da Fé sobre a razão, teorizada por filósofos como Agostinho e Tomás, se mostrou poderosamente filósofos como Agostinho e Tomás, se mostrou poderosamente danosa quando mal compreendidadanosa quando mal compreendida Mandamento cristão de “amar a Deus de todo seu Mandamento cristão de “amar a Deus de todo seu entendimento” abriu uma relação única na história da entendimento” abriu uma relação única na história da humanidade entre religião e razãohumanidade entre religião e razão Pensamento dos próximos mil e seiscentos anos se dedicou a Pensamento dos próximos mil e seiscentos anos se dedicou a compatibilizar ou analisar relação entre fé e razãocompatibilizar ou analisar relação entre fé e razão Relação entre o AT e o NT é complexa, mas tendência do Relação entre o AT e o NT é complexa, mas tendência do cristianismo foi considerar o AT superado.cristianismo foi considerar o AT superado. AgostinhoAgostinho (354(354--430)430) Expoente da Expoente da PatrísticaPatrística Criador da Filosofia Criador da Filosofia MedievalMedieval O Filosofar na féO Filosofar na fé Surgimento do Surgimento do sujeito na filosofiasujeito na filosofia “Ame, e faça o que quiser” AgostinhoAgostinho Nascido em Nascido em TagastaTagasta, norte da África, norte da África Dominou a cena filosófica por oitocentos e cinquenta anosDominou a cena filosófica por oitocentos e cinquenta anos Profundamente influenciado por Platão e o neoplatonismoProfundamente influenciado por Platão e o neoplatonismo No início de sua vida aderiu ao maniqueísmo, que defende a No início de sua vida aderiu ao maniqueísmo, que defende a existência de dois princípios diversos e coeternos: o bem e o malexistência de dois princípios diversos e coeternos: o bem e o mal Funda a filosofia cristã baseada no “filosofar na fé”Funda a filosofia cristã baseada no “filosofar na fé” Só compreende a fé quem experimentou a conversãoSó compreende a fé quem experimentou a conversão Conversão é o evento da tomada de consciência de ter sido tocado Conversão é o evento da tomada de consciência de ter sido tocado diretamente por Deusdiretamente por Deus Contra o Contra o fideísmofideísmo: Fé e razão são complementares: Fé e razão são complementares AgostinhoAgostinho O início da exploração do subjetivoO início da exploração do subjetivo O grande problema e mistério da filosofia não é o mundo, O grande problema e mistério da filosofia não é o mundo, mas o ser humanomas o ser humano O grande problema é o do eu, da pessoa, do indivíduo O grande problema é o do eu, da pessoa, do indivíduo irrepetívelirrepetível na sua interioridade, do sujeitona sua interioridade, do sujeito O grande mistério são as lacerações íntimas da vontade O grande mistério são as lacerações íntimas da vontade que quer e não quer a mesma coisaque quer e não quer a mesma coisa “Estou certo de ser, de me conhecer e de me amar”“Estou certo de ser, de me conhecer e de me amar” A antecipação do cogito cartesiano: “se eu me engano, A antecipação do cogito cartesiano: “se eu me engano, logo, por isso mesmo eu existo”logo, por isso mesmo eu existo” 8 AgostinhoAgostinho O novo mundo das ideias e a iluminaçãoO novo mundo das ideias e a iluminação As Ideias são pensamentos de Deus, modelos através dos As Ideias são pensamentos de Deus, modelos através dos quais ele fez as coisasquais ele fez as coisas Do mesmo modo como o sol ilumina as coisas físicas, Do mesmo modo como o sol ilumina as coisas físicas, Deus ilumina as ideiasDeus ilumina as ideias Assim como Deus, que é Ser, transmite o ser às outras Assim como Deus, que é Ser, transmite o ser às outras coisas, Ele, que é Verdade, transmite a capacidade de coisas, Ele, que é Verdade, transmite a capacidade de conhecer a verdade a outras mentesconhecer a verdade a outras mentes Deus cria como Ser, nos ilumina como Verdade e nos dá Deus cria como Ser, nos ilumina como Verdade e nos dá paz como Amorpaz como Amor AgostinhoAgostinho LinguagemLinguagem As palavras tem a função de evocar recordaçõesAs palavras tem a função de evocar recordações Tem dois elementos, o som e o significado. O som é percebido Tem dois elementos, o som e o significado. O som é percebido sensorialmente, mas o significado é evocado internamentesensorialmente, mas o significado é evocado internamente A linguagem não transmite conhecimento. Ela evoca a verdade A linguagem não transmite conhecimento. Ela evoca a verdade dentro de nósdentro de nós “Portanto, nem mesmo a este que vê coisas verdadeiras “Portanto, nem mesmo a este que vê coisas verdadeiras ensino algo ao dizerensino algo ao dizer--lhe a verdade, porque aprende não lhe a verdade, porque aprende não através de minhas palavras, mas das próprias coisas que Deus através de minhas palavras, mas das próprias coisas que Deus a ele revela interiormente”. (De a ele revela interiormente”. (De MagistroMagistro, Cap.XII), Cap.XII) Sinal é tudo aquilo que, além da impressão sensorial, faz com Sinal é tudo aquilo que, além da impressão sensorial, faz com que evoquemos outra ideia distintaque evoquemos outra ideia distinta Dois tipos: naturais e convencionaisDois tipos: naturais e convencionais AgostinhoAgostinho DeusDeus Demonstração da existência da Verdade é a Demonstração da existência da Verdade é a demonstração da existência de Deusdemonstração da existência de Deus Deus é unidade e trindade, porque é, concebe e amaDeus é unidade e trindade, porque é, concebe e ama Mente humana é imagem da Trindade porque é mente, Mente humana é imagem da Trindade porque é mente, conhececonhece--se a si mesma e amase a si mesma e ama--se a si mesmase a si mesma Deus é o sumo bem, origem dos bens nas coisasDeus é o sumo bem, origem dos bens nas coisas Deus é o positivona criação sem os limites que nela Deus é o positivo na criação sem os limites que nela existemexistem AgostinhoAgostinho O mundoO mundo Uma realidade pode derivar de outra por: geração, fabricação, Uma realidade pode derivar de outra por: geração, fabricação, criação do nadacriação do nada Com a criação do mundo, começa o tempoCom a criação do mundo, começa o tempo Tempo está ligado ao movimento, mas antes do mundo não há Tempo está ligado ao movimento, mas antes do mundo não há movimentomovimento Mundo é criado tendo as ideias como modeloMundo é criado tendo as ideias como modelo Deus não cria tudo já concretizado, mas insere germes nas Deus não cria tudo já concretizado, mas insere germes nas coisas que se realizarão com as circunstânciascoisas que se realizarão com as circunstâncias Tempo só existe no espírito humano, porque é nele que se Tempo só existe no espírito humano, porque é nele que se mantém o passado (memória) e o futuro (expectativa)mantém o passado (memória) e o futuro (expectativa) 9 AgostinhoAgostinho O malO mal Problema maniqueísta: Se Deus é criador do mal, não é Problema maniqueísta: Se Deus é criador do mal, não é sumamente bom, se não é, não é onipotentesumamente bom, se não é, não é onipotente Solução: O mal não é um ser, mas privação de serSolução: O mal não é um ser, mas privação de ser Mal metafísico: existem graus inferiores de ser em relação a Mal metafísico: existem graus inferiores de ser em relação a Deus que dependem da Deus que dependem da finitudefinitude do criadodo criado Mal moral: vem da má vontade (não da razão), que consiste Mal moral: vem da má vontade (não da razão), que consiste em escolher um bem menor em vista de um bem maior em escolher um bem menor em vista de um bem maior (vontade em Agostinho se impõe à reflexão filosófica)(vontade em Agostinho se impõe à reflexão filosófica) Mal físico: consequência do pecado original, consiste na Mal físico: consequência do pecado original, consiste na influência do mal moral sobre o corpo físicoinfluência do mal moral sobre o corpo físico Mal é amar a si mesmo mais do que ao próximo e a DeusMal é amar a si mesmo mais do que ao próximo e a Deus AgostinhoAgostinho O amorO amor Bom não é aquele que conhece, mas o que amaBom não é aquele que conhece, mas o que ama Utilidade é diferente da fruição: bens finitos devem ser Utilidade é diferente da fruição: bens finitos devem ser usados como meios que são, bens infinitos devem ser usados como meios que são, bens infinitos devem ser fruídos como fins que sãofruídos como fins que são Virtude é amar segundo o Virtude é amar segundo o ordoordo amorisamoris, ou seja, a ordem , ou seja, a ordem de dignidade (ou quantidade de ser) das coisasde dignidade (ou quantidade de ser) das coisas É o amor que reconhece a verdadeÉ o amor que reconhece a verdade “Ama“Ama, e faz o , e faz o que quiser”que quiser” AnselmoAnselmo 10331033--11091109 Centrado no problema da prova racional da existência de DeusCentrado no problema da prova racional da existência de Deus Uma coisa é falar da existência de Deus, outra de sua naturezaUma coisa é falar da existência de Deus, outra de sua natureza Oferece “provas” a priori e a Oferece “provas” a priori e a posterioriposteriori Provas a Provas a posterioriposteriori (dos efeitos para a causa) baseadas no (dos efeitos para a causa) baseadas no problema dos graus, de bem, de qualidade e de perfeiçãoproblema dos graus, de bem, de qualidade e de perfeição O que existe, existe em virtude de alguma coisa ou de nada. O que existe, existe em virtude de alguma coisa ou de nada. Mas do nada não vem o ser. Então existe o ser em virtude da Mas do nada não vem o ser. Então existe o ser em virtude da qual as coisas existem: como existe algo, existe o ser supremoqual as coisas existem: como existe algo, existe o ser supremo AnselmoAnselmo O argumento ontológicoO argumento ontológico Deus é aquilo do qual nada maior se pode pensarDeus é aquilo do qual nada maior se pode pensar Ao dizer que Deus não existe, o conceito de Deus está no seu Ao dizer que Deus não existe, o conceito de Deus está no seu intelecto.intelecto. Se está afirmando que Deus não existe fora do intelecto (o Se está afirmando que Deus não existe fora do intelecto (o conceito não tem referente real)conceito não tem referente real) Ora, mas ao negáOra, mas ao negá--lo, você está negando um ser que não tem lo, você está negando um ser que não tem o atributo da existência real, não o que de maior se pode o atributo da existência real, não o que de maior se pode pensarpensar Assim, continua sendo possível pensar num ser maiorAssim, continua sendo possível pensar num ser maior Não é possível negar Deus (!)Não é possível negar Deus (!) 10 AnselmoAnselmo O argumento ontológico: objeçõesO argumento ontológico: objeções Não se pode saltar da existência do conceito na mente para a Não se pode saltar da existência do conceito na mente para a existência do referente na realidadeexistência do referente na realidade GaunilonGaunilon: a ilha de delícias perfeita: a ilha de delícias perfeita Tomás: nem todos admitem que Ele seja “aquele do qual nada de Tomás: nem todos admitem que Ele seja “aquele do qual nada de maior se possa pensarmaior se possa pensar Pode se pensar no argumento como: “O ser necessário existe? Não. Pode se pensar no argumento como: “O ser necessário existe? Não. Então não seria necessário, logo, não é possível negar o ser Então não seria necessário, logo, não é possível negar o ser necessário” como conclui Leibniz: “O ser necessário, se é possível, necessário” como conclui Leibniz: “O ser necessário, se é possível, existe. Ora, ele é possível. Logo, existe”existe. Ora, ele é possível. Logo, existe” Argumento prova que a existência de Deus deve ser logicamente Argumento prova que a existência de Deus deve ser logicamente necessária ou logicamente impossível, ou seja, contraditória.necessária ou logicamente impossível, ou seja, contraditória. Tomás de AquinoTomás de Aquino (1221(1221--1274)1274) Expoente da Expoente da EscolásticaEscolástica Teólogo máximo e Teólogo máximo e oficial do catolicismooficial do catolicismo Gênio metafísicoGênio metafísico Doutrina do direito Doutrina do direito naturalnatural “Ratio causa libertatis” Tomás de AquinoTomás de Aquino Razão como Razão como preambulapreambula fideifidei É necessário recorrer à razão pois ela é universal, a fé, nãoÉ necessário recorrer à razão pois ela é universal, a fé, não Ente é qualquer coisa que exista. Pode ser lógico (mental) ou real Ente é qualquer coisa que exista. Pode ser lógico (mental) ou real (extramental) (extramental) Conceitos (universais) são entes lógicos, não reais (realismo Conceitos (universais) são entes lógicos, não reais (realismo moderado)moderado) Deus é o ser no qual a essência (ser) se identifica com a existênciaDeus é o ser no qual a essência (ser) se identifica com a existência As criaturas não são ser, mas tem serAs criaturas não são ser, mas tem ser Essência é o conjunto das propriedades que distinguem os entes Essência é o conjunto das propriedades que distinguem os entes entre si entre si Tomás de AquinoTomás de Aquino MetafísicaMetafísica Como a essência das criaturas não se identifica com a Como a essência das criaturas não se identifica com a existência, elas são contingentes. Portanto não existem por si existência, elas são contingentes. Portanto não existem por si mas por outromas por outro Existe verdade ontológica e verdade lógicaExiste verdade ontológica e verdade lógica Verdade lógica é a humana: adequação do pensamento ao realVerdade lógica é a humana: adequação do pensamento ao real Verdade ontológica é a adequação do ente ao projeto divinoVerdade ontológica é a adequação do ente ao projeto divino A verdade é transcendental aoenteA verdade é transcendental ao ente Metafísica trata do ser real, lógica, da verdadeMetafísica trata do ser real, lógica, da verdade 11 Tomás de AquinoTomás de Aquino As cinco viasAs cinco vias Deus é primeiro na ordem ontológica, não na psicológica, tem então Deus é primeiro na ordem ontológica, não na psicológica, tem então que ser provado que ser provado a a posterioriposteriori:: 1) Mutação: O que se move é movido por outros, é em potência 1) Mutação: O que se move é movido por outros, é em potência aquilo para o qual se move. Sendo em ato, move. É necessário a aquilo para o qual se move. Sendo em ato, move. É necessário a existência de um motor imóvel, puro ato.existência de um motor imóvel, puro ato. 2) Causa eficiente: Nada pode ser causa eficiente de si mesma ou ser 2) Causa eficiente: Nada pode ser causa eficiente de si mesma ou ser causado pelo nada. Logo, é necessário uma causa primeira causado pelo nada. Logo, é necessário uma causa primeira incausadaincausada 3) Contingência: Se tudo pudesse não ser, em algum momento nada 3) Contingência: Se tudo pudesse não ser, em algum momento nada existiria, e do nada, nada viria. Portanto, deve haver algo necessárioexistiria, e do nada, nada viria. Portanto, deve haver algo necessário 4) Graus: Há os entes mais ou menos bons, belos, verdadeiros. Há 4) Graus: Há os entes mais ou menos bons, belos, verdadeiros. Há necessariamente portanto esses atributos em grau máximonecessariamente portanto esses atributos em grau máximo 5) Finalismo: Os entes agem em função de um fim, mas eles são 5) Finalismo: Os entes agem em função de um fim, mas eles são privados de conhecimento e vontade. Logo, há um ordenadorprivados de conhecimento e vontade. Logo, há um ordenador Tomás de AquinoTomás de Aquino Filosofia PolíticaFilosofia Política Se o intelecto humano pudesse ter a visão beatífica de Deus, a Se o intelecto humano pudesse ter a visão beatífica de Deus, a vontade humana não poderia deixar de querêvontade humana não poderia deixar de querê--la.la. Justiça é dar a cada um o que lhe pertence segundo o direitoJustiça é dar a cada um o que lhe pertence segundo o direito Diferente das outras virtudes que aperfeiçoam o homem em si, a Diferente das outras virtudes que aperfeiçoam o homem em si, a justiça trata da relação do homem com os outrosjustiça trata da relação do homem com os outros Homens são sociáveis por natureza, fazem leis para dissuadirem os Homens são sociáveis por natureza, fazem leis para dissuadirem os indivíduos do mal: o Estado é uma necessidade naturalindivíduos do mal: o Estado é uma necessidade natural Tomás de AquinoTomás de Aquino Filosofia PolíticaFilosofia Política Há Há lexlex divina, divina, lexlex aeternaaeterna, , lexlex naturalisnaturalis ee lexlex humanahumana.. Lex divinaLex divina é a lei da salvação, expressa nos evangelhosé a lei da salvação, expressa nos evangelhos Lex Lex aeternaaeterna é o plano racional de Deus, a ordem do universoé o plano racional de Deus, a ordem do universo Lex Lex naturalisnaturalis é parte da é parte da lexlex aeternaaeterna conhecida pelas criaturas conhecida pelas criaturas racionaisracionais Lex humana Lex humana é a lei jurídica, isto é, o direito posto e não reveladoé a lei jurídica, isto é, o direito posto e não revelado Tomás de AquinoTomás de Aquino Filosofia PolíticaFilosofia Política A lei humana deriva da lei natural de dois modos:A lei humana deriva da lei natural de dois modos: �� por dedução, isto é, por dedução, isto é, per per modummodum conclusionumconclusionum temos, então, o temos, então, o jus jus gentiumgentium;; �� por especificação de normas mais gerais, isto é, por especificação de normas mais gerais, isto é, per per modummodum determinationisdeterminationis temos o temos o jus jus civilecivile Por exemplo, a proibição do homicídio é Por exemplo, a proibição do homicídio é jus jus gentiumgentium e a pena é e a pena é jus jus civilecivile.. Lei humana, que tem função de tornar possível a convivência pacífica Lei humana, que tem função de tornar possível a convivência pacífica entre os homens, tem também função pedagógicaentre os homens, tem também função pedagógica A lei humana só deve reprimir os vícios que prejudicam os outros, e A lei humana só deve reprimir os vícios que prejudicam os outros, e ordenar os atos virtuosos que são necessários ao bem comumordenar os atos virtuosos que são necessários ao bem comum Se uma lei positiva estiver em desacordo com a lei natural, então ela não Se uma lei positiva estiver em desacordo com a lei natural, então ela não é mais uma lei, mas uma corrupção da leié mais uma lei, mas uma corrupção da lei É obrigação moral desobedecer à lei injusta se ela for contra a lei natural, É obrigação moral desobedecer à lei injusta se ela for contra a lei natural, assim como derrubar o monarca se ele se tornar um tiranoassim como derrubar o monarca se ele se tornar um tirano 12 A Questão dos UniversaisA Questão dos Universais Qual é a relação entre as palavras e as coisas? (Qual é a relação entre as palavras e as coisas? (vocesvoces etet resres)) Qual é o fundamento e valor dos conceitos e termos universais? Qual é o fundamento e valor dos conceitos e termos universais? (termos aplicados a toda uma categoria de indivíduos: planeta, homem)(termos aplicados a toda uma categoria de indivíduos: planeta, homem) Realismo: os universais são Realismo: os universais são resres, entidades metafísicas reais (Platão: , entidades metafísicas reais (Platão: Agostinho, Agostinho, ChampeauxChampeaux, , EscotoEscoto EriúgenaEriúgena)) Nominalismo: os universais são nomes sem referência, pois só existem Nominalismo: os universais são nomes sem referência, pois só existem os indivíduos (Sofistas: os indivíduos (Sofistas: RoscelinRoscelin, , OckhamOckham)) Realismo Moderado: os universais são conceitos abstraídos das coisas Realismo Moderado: os universais são conceitos abstraídos das coisas individuais, lista de semelhanças entre elas, criações do intelecto individuais, lista de semelhanças entre elas, criações do intelecto humano (Aristóteles: Abelardohumano (Aristóteles: Abelardo, Aquino), Aquino) Martin LuteroMartin Lutero (1483(1483--1546)1546) Expoente do Expoente do ProtestantismoProtestantismo Teórico do Teórico do irracionalismo irracionalismo religiosoreligioso “A fé é uma obra divina em nós” Martin LuteroMartin Lutero Ser humano é criatura decaída e não pode fazer nada de valor aos Ser humano é criatura decaída e não pode fazer nada de valor aos olhos de Deusolhos de Deus Portanto salvação é pura graça e sua marca na pessoa é a féPortanto salvação é pura graça e sua marca na pessoa é a fé Um homem de fé faz boas obras porque a fé o transformou, mas não Um homem de fé faz boas obras porque a fé o transformou, mas não depende delasdepende delas Isso elimina o fundamento das indulgências (que eram obras)Isso elimina o fundamento das indulgências (que eram obras) Escritura é autoridade infalível. Sacerdotes e teólogos nãoEscritura é autoridade infalível. Sacerdotes e teólogos não Não há intermediários entre o homem e Deus: livre sacerdócioNão há intermediários entre o homem e Deus: livre sacerdócio Vontade humana é nada, homem fica entre Deus ou o Diabo Vontade humana é nada, homem fica entre Deus ou o Diabo (predestinação)(predestinação) Quando usa a razão, o homem não pode nada a não ser errarQuando usa a razão, o homem não pode nada a não ser errar 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia Descartes e Revolução CientíficaDescartes e Revolução Científica Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 PatrísticaMedieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna Galileu 1564-642 de Cusa Hume Copérnico Ceticismo metafísico 1711-7761401-464 Neoplatonismo 1452-519 Da Vinci Mecanicismo 1543 Heliocentrismo Renascimento Descartes Racionalismo Escolástica Lutero 1483-546 Protestantismo 1637 Ciência Moderna Locke Empirismo 1632-704 Revolução Científica 1687 Newton Gravitação Leibniz 1646-716 Cálculo Modernidade Kant 1781 Criticismo RenascimentoRenascimento Botticelli – La primavera “Magnum miraculum est homo” 2 RenascimentoRenascimento Localizado entre os séculos XV e XVILocalizado entre os séculos XV e XVI ComeçaComeça com a com a divulgaçãodivulgação de de umauma sériesérie de de textostextos fraudadosfraudados de de supostossupostos profetasprofetas: Hermes : Hermes TrismegistoTrismegisto, , ZoroastroZoroastro, , OrfeuOrfeu Acaba com o surgimento da Revolução CientíficaAcaba com o surgimento da Revolução Científica NasNas artesartes se se experimentaexperimenta umauma liberdadeliberdade temáticatemática, a , a voltavolta de de temastemas pagãospagãos e e aplicaçãoaplicação dada técnicatécnica de de outrosoutros camposcampos Marca central é a revalorização do ser humano e cultura gregaMarca central é a revalorização do ser humano e cultura grega Ser Ser humanohumano é “é “microcosmosmicrocosmos” e “” e “milagremilagre máximomáximo”” Ser Ser humanohumano é o é o únicoúnico queque se plasma, é se plasma, é artíficeartífice de de sisi mesmomesmo RetornoRetorno do do neoplatonismoneoplatonismo e e dada magiamagia RenascimentoRenascimento MaquiavelMaquiavel “Quem num mundo de perversos pretende seguir em tudo os “Quem num mundo de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria perdição”perdição” Política não é extensão da Ética, mas ciência do poder políticoPolítica não é extensão da Ética, mas ciência do poder político PolíticaPolítica devedeve ser ser consideradoconsiderado pelopelo ser, ser, nãonão pelopelo deverdever serser Realismo político é fruto de grande pessimismo antropológicoRealismo político é fruto de grande pessimismo antropológico Príncipe Príncipe devedeve governargovernar eficazmenteeficazmente o o estadoestado apesarapesar dada sortesorte VirtudeVirtude do do príncipepríncipe é vigor, é vigor, astúciaastúcia e e energiaenergia, , capacidadecapacidade de de preverprever, , planejarplanejar e e constrangerconstranger, , domandodomando a a sortesorte e e mantendomantendo o o poderpoder Revolução CientíficaRevolução Científica (1543(1543--1687)1687) MudançaMudança radical de radical de critérioscritérios e e objetivosobjetivos do do conhecimentoconhecimento HeliocentrismoHeliocentrismo Experimento: matemática Experimento: matemática mais experiênciamais experiência MatematizaçãoMatematização da naturezada natureza RompimentoRompimento entre entre ciênciaciência e e féfé Torre de Pisa: local onde Galileu teria promovido o primeiro experimento público Revolução CientíficaRevolução Científica Um mundo destruídoUm mundo destruído A imagem de mundo que foi destruída pela revoluçãoA imagem de mundo que foi destruída pela revolução No mundo feudal da idade média, tudo ocupava seu lugar No mundo feudal da idade média, tudo ocupava seu lugar imutável, determinado pela qualidade de sua essência. imutável, determinado pela qualidade de sua essência. A Terra ocupava o centro desse Cosmos, onde o homem não A Terra ocupava o centro desse Cosmos, onde o homem não dominava e não podia dominar a naturezadominava e não podia dominar a natureza Na cosmologia, o modelo era o Na cosmologia, o modelo era o ptolomeicoptolomeico--aristotélicoaristotélico, dividindo o , dividindo o Cosmos basicamente entre o mundo sublunar Cosmos basicamente entre o mundo sublunar -- o mundo da o mundo da imperfeição, da mudança constante e da corrupção de tudo imperfeição, da mudança constante e da corrupção de tudo -- e o e o mundo celestial supralunar, perfeito e incorruptível. mundo celestial supralunar, perfeito e incorruptível. O espaço aristotélico é portanto um conjunto diferenciado de O espaço aristotélico é portanto um conjunto diferenciado de lugares que possuem naturezas diversas.lugares que possuem naturezas diversas. 3 Revolução CientíficaRevolução Científica A segunda grande revolução culturalA segunda grande revolução cultural a) A Terra não é o centro do universo: a) A Terra não é o centro do universo: A Terra se torna nada mais que A Terra se torna nada mais que um planeta entre outros. O universo fechado se torna infinito, imagem da um planeta entre outros. O universo fechado se torna infinito, imagem da geometria euclidiana.geometria euclidiana. b) A Ciência se torna experimental: b) A Ciência se torna experimental: A Ciência Moderna é superior pois A Ciência Moderna é superior pois obtém suas proposições através de experimentos e demonstrações, o que a obtém suas proposições através de experimentos e demonstrações, o que a separa da religião e da filosofia. separa da religião e da filosofia. c) A Ciência rejeita a busca pela essência das coisas: c) A Ciência rejeita a busca pela essência das coisas: A A filosofia naturalfilosofia natural não está mais voltada para a essência ou a substância das coisas e dos não está mais voltada para a essência ou a substância das coisas e dos fenômenos, e sim para responder “o como” eles se desenvolvem, que fenômenos, e sim para responder “o como” eles se desenvolvem, que funções matemáticas os regem.funções matemáticas os regem. d) A Revolução Científica é triunfo do d) A Revolução Científica é triunfo do neoneo--platonismoplatonismo: : A mística do A mística do Sol, presente em Copérnico e Kepler; o Deus Geômetra, que cria o mundo Sol, presente em Copérnico e Kepler; o Deus Geômetra, que cria o mundo nele imprimindo uma ordem geométrica e matemática.nele imprimindo uma ordem geométrica e matemática. e) A Ciência tem como objetivo intervir na natureza: e) A Ciência tem como objetivo intervir na natureza: O conhecimento O conhecimento passa a ter um objetivo prático, deve servir para aprimorar as técnicas dos passa a ter um objetivo prático, deve servir para aprimorar as técnicas dos artesãos e aumentar a produtividade do trabalho humano. artesãos e aumentar a produtividade do trabalho humano. Revolução CientíficaRevolução Científica A nova síntese epistemológicaA nova síntese epistemológica A Revolução Científica substituiu a física qualitativa de Aristóteles por uma física A Revolução Científica substituiu a física qualitativa de Aristóteles por uma física quantitativaquantitativa Esse descompromisso com a aplicação das teorias tomou dois caminhos distintos no Esse descompromisso com a aplicação das teorias tomou dois caminhos distintos no pensamento epistemológico grego. pensamento epistemológico grego. O primeiro foi o aristotélico, que partia da experiência (observações sistemáticas) mas O primeiro foi o aristotélico, que partia da experiência (observações sistemáticas) mas tinha o objetivo de captar a essência das coisas e dos fenômenos e classificátinha o objetivo de captar a essência das coisas e dos fenômenos e classificá--los. los. O segundo, platônico, foi o da matemática como modelo de conhecimento, sem O segundo, platônico, foi o da matemática como modelo de conhecimento, sem qualquer compromisso com sua aplicação no mundo material. qualquer compromisso com sua aplicação no mundo material. A nova síntese epistemológica que nos traz a Revolução Científica é a realizada entre A nova síntese epistemológica que nos traz a Revolução Científica é a realizadaentre as matemáticas e a experiência. Essa síntese tem nome, e é experimentação. as matemáticas e a experiência. Essa síntese tem nome, e é experimentação. Sua tarefa foi a de elaborar um conceito de experiência e de teoria fundado no recurso Sua tarefa foi a de elaborar um conceito de experiência e de teoria fundado no recurso inédito à matemática: é o controle e a quantificação da experiência.inédito à matemática: é o controle e a quantificação da experiência. Esta unidade pode acontecer porque se admite o pressuposto que a natureza se Esta unidade pode acontecer porque se admite o pressuposto que a natureza se organiza de forma matemáticaorganiza de forma matemática Assim, uma das Assim, uma das conseqüênciasconseqüências da Revolução Científica foi o divórcio entre o mundo da Revolução Científica foi o divórcio entre o mundo dos valores (do sentido, dos fins) e o mundo dos fatos (causas materiais e eficientes). dos valores (do sentido, dos fins) e o mundo dos fatos (causas materiais e eficientes). Galileu Galileu GalileiGalilei (1564(1564--1642)1642) “A Filosofia encontra“A Filosofia encontra--se se escrita neste vasto livro que escrita neste vasto livro que continuamente se abre continuamente se abre perante nossos olhos (o perante nossos olhos (o universo), que não se pode universo), que não se pode compreender antes de compreender antes de entender a língua e os entender a língua e os caracteres com os quais está caracteres com os quais está escrito. E ele está escrito em escrito. E ele está escrito em linguagem matemática.”linguagem matemática.” Galileu Galileu GalileiGalilei “e no entanto, ela se move” Revolução CientíficaRevolução Científica GalileuGalileu Viveu entre 1564 (Pisa) e 1642 (Florença)Viveu entre 1564 (Pisa) e 1642 (Florença) Aperfeiçoou a luneta e usouAperfeiçoou a luneta e usou--a como instrumento científicoa como instrumento científico ChoqueChoque dada IgrejaIgreja com com GalileuGalileu foifoi choquechoque entre entre interpretaçãointerpretação instrumentalistainstrumentalista e e realistarealista de de CopérnicoCopérnico IgrejaIgreja estavaestava com o com o monopóliomonopólio dada interpretaçãointerpretação das das escriturasescrituras emem jogojogo Deus nos deu sentidos, discurso e intelecto: é por meio Deus nos deu sentidos, discurso e intelecto: é por meio deles que podemos chegar à conclusões naturais pela deles que podemos chegar à conclusões naturais pela experimentaçãoexperimentação PrincípioPrincípio dada inérciainércia e do e do movimentomovimento retilíneoretilíneo uniformeuniforme Relatividade do movimento explica porque Terra se moveRelatividade do movimento explica porque Terra se move 4 Revolução CientíficaRevolução Científica GalileuGalileu Não é de experiências sensoriais que se faz a ciência, Não é de experiências sensoriais que se faz a ciência, mas de experimentos construídosmas de experimentos construídos Ciência não está a serviço da fé e tem objetivo diverso: Ciência não está a serviço da fé e tem objetivo diverso: “saber como vai o céu” ou “saber como se vai ao céu”“saber como vai o céu” ou “saber como se vai ao céu” Não se pede certidão de nascimento para a verdade, Não se pede certidão de nascimento para a verdade, mas razões e demonstraçõesmas razões e demonstrações Ciência é realista e objetiva, não instrumentalistaCiência é realista e objetiva, não instrumentalista Ciência só pode descrever propriedades quantitativas Ciência só pode descrever propriedades quantitativas objetivas, não qualitativas subjetivas (ser humano fora)objetivas, não qualitativas subjetivas (ser humano fora) Revolução CientíficaRevolução Científica GalileuGalileu O Livro da natureza está escrito em linguagem matemáticaO Livro da natureza está escrito em linguagem matemática Método científico consiste nas “sensatas experiências” e Método científico consiste nas “sensatas experiências” e “demonstrações necessárias”“demonstrações necessárias” Se deduz racionalmente de uma teoria suas consequências Se deduz racionalmente de uma teoria suas consequências empíricasempíricas E se observa sensatamente na realidade sua ocorrência E se observa sensatamente na realidade sua ocorrência através dos sentidosatravés dos sentidos A “sensata experiência” é o experimentoA “sensata experiência” é o experimento Experimento mental revela dedutivamente absurdo de Experimento mental revela dedutivamente absurdo de teoriasteorias Galileu primeiro utilizador do método hipotéticoGalileu primeiro utilizador do método hipotético--dedutivodedutivo Revolução CientíficaRevolução Científica NewtonNewton Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, viveu entre 1642 e 1727Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, viveu entre 1642 e 1727 Publicou em 1687 a obra mais importante da história da ciência, o “Publicou em 1687 a obra mais importante da história da ciência, o “PhilosophiaePhilosophiae NaturalisNaturalis Principia Principia MathematicaMathematica”” A famosa lei da gravidade: dois corpos se atraem de forma diretamente proporcional ao A famosa lei da gravidade: dois corpos se atraem de forma diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distânciaproduto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância Se envolveu em várias acusações de plágio na carreira. As mais famosas por Se envolveu em várias acusações de plágio na carreira. As mais famosas por HookeHooke, em , em relação a gravidade, e Leibniz, em relação ao cálculo diferencialrelação a gravidade, e Leibniz, em relação ao cálculo diferencial Newton assume uma metafísica que afirma que:Newton assume uma metafísica que afirma que: �� a dureza, a extensão, a impenetrabilidade e o movimento são qualidades essenciais dos corposa dureza, a extensão, a impenetrabilidade e o movimento são qualidades essenciais dos corpos �� A natureza é simples e uniformeA natureza é simples e uniforme ““hypotheseshypotheses nonnon fingofingo”: suposições não derivadas do fenômeno não tem lugar na ”: suposições não derivadas do fenômeno não tem lugar na ciênciaciência O mundo é uma máquina, mas causa primeira não é mecânicaO mundo é uma máquina, mas causa primeira não é mecânica DescartesDescartes (1596(1596--1650)1650) O fundador da filosofia O fundador da filosofia modernamoderna Sujeito é o centro e a base Sujeito é o centro e a base da filosofiada filosofia O novo racionalismoO novo racionalismo O mecanicismo e a O mecanicismo e a metafísica da ciênciametafísica da ciência A A matematizaçãomatematização do espaçodo espaço“Cogito ergo sum” 5 DescartesDescartes 15961596--16501650 “Seria difícil imaginar algo tão estranho e incrível que já não “Seria difícil imaginar algo tão estranho e incrível que já não tenha sido dito por algum filósofo”tenha sido dito por algum filósofo” Toda a filosofia e teologia tradicionais estão condenadas pela Toda a filosofia e teologia tradicionais estão condenadas pela falta de métodofalta de método Filosofia precisa se inspirar na geometria, e esta, precisa ser Filosofia precisa se inspirar na geometria, e esta, precisa ser unificada com a álgebra num fundamento e método universal unificada com a álgebra num fundamento e método universal do conhecimentodo conhecimento Razão precisa de método, de guia para a expansão cumulativa Razão precisa de método, de guia para a expansão cumulativa do conhecimentodo conhecimento Como a geometria, método deve partir de verdades evidentes Como a geometria, método deve partir de verdades evidentes por intuiçãopor intuição DescartesDescartes O método cartesianoO método cartesiano 1) EVIDÊNCIA 1) EVIDÊNCIA –– A razão não pode aceitar como verdadeiro o A razão não pode aceitar como verdadeiro o que não for evidente e imune à dúvida, ou seja, claro eque não for evidente e imune à dúvida, ou seja, claro e distinto, imediatodistinto, imediato 2) ANÁLISE 2) ANÁLISE –– Dividir cada problema nas menores unidades Dividir cada problema nas menores unidades possíveis, o que leva à evidência por reduzir os problemas a possíveis, o que leva à evidência por reduzir os problemas a ideias claras e distintas e libertar o verdadeiro que está ideias claras e distintas e libertar o verdadeiro que está misturado com o falsomisturado com o falso 3) SÍNTESE 3) SÍNTESE –– Recompor as ideias agora simples de forma a Recompor as ideias agora simples de forma a reconstruir, e portanto entender, o complexo. É ou real, ou reconstruir, e portanto entender, o complexo. É ou real, ou hipótese provávelhipótese provável 4) ENUMERAÇÃO 4) ENUMERAÇÃO –– Enumerar e revisar todas as partes e Enumerar e revisar todas as partes e passos para checar se nada se omitiu no caminhopassos para checar se nada se omitiu no caminho DescartesDescartes A dúvida metódicaA dúvida metódica Mas o que pode ser imune a dúvida? Qual o fundamento do Mas o que pode ser imune a dúvida? Qual o fundamento do conhecimento?conhecimento? Se a regra leva a uma única certeza que não pode ser Se a regra leva a uma única certeza que não pode ser maculada por qualquer tipo de dúvida, é possível conhecermaculada por qualquer tipo de dúvida, é possível conhecer O saber tradicional pode oferecer isso?O saber tradicional pode oferecer isso? A tradição já demonstrou sua vacuidade em lidar com o mundoA tradição já demonstrou sua vacuidade em lidar com o mundo Os sentidos são enganadores e apresentam dados absurdosOs sentidos são enganadores e apresentam dados absurdos A lógica tradicional leva a raciocínios falsos por serem A lógica tradicional leva a raciocínios falsos por serem fundados em premissas obscuras e sem fundamentofundados em premissas obscuras e sem fundamento Todos esses ramos estão rejeitados por princípioTodos esses ramos estão rejeitados por princípio DescartesDescartes O CogitoO Cogito A matemática sim, parece indubitável em todas as circunstâncias. A matemática sim, parece indubitável em todas as circunstâncias. Seus raciocínios nos enchem de certezaSeus raciocínios nos enchem de certeza Mas é possível considerar que esse sentimento de certeza seja Mas é possível considerar que esse sentimento de certeza seja resultado da obra de um deus enganador, um gênio maligno que nos resultado da obra de um deus enganador, um gênio maligno que nos faz sentir a certeza diante de raciocínios matemáticosfaz sentir a certeza diante de raciocínios matemáticos Mas se ele me engana quanto a matemática, então eu existo pra ser Mas se ele me engana quanto a matemática, então eu existo pra ser enganadoenganado Ele não pode enganarEle não pode enganar--me quanto a minha existência, pois preciso me quanto a minha existência, pois preciso existir para ser enganado. Logo, se penso, sou.existir para ser enganado. Logo, se penso, sou. Pensamento aqui abrange operações do intelecto, sentido, Pensamento aqui abrange operações do intelecto, sentido, imaginação e vontade: somos imaginação e vontade: somos resres cogitanscogitans O “penso logo existo” não é um argumento, mas uma intuição O “penso logo existo” não é um argumento, mas uma intuição imediataimediata 6 DescartesDescartes As ideiasAs ideias Mas como provar a partir da consciência o mundo externo? Mas como provar a partir da consciência o mundo externo? Como reconstruir o saber?Como reconstruir o saber? Ora, quem pensa, pensa ideias. O primeiro tipo de ideias que Ora, quem pensa, pensa ideias. O primeiro tipo de ideias que parece evidente são as vindas dos sentidos: as adventíciasparece evidente são as vindas dos sentidos: as adventícias Com elas, combinamos e criamos com a faculdade da Com elas, combinamos e criamos com a faculdade da imaginação ideias novas: as fictíciasimaginação ideias novas: as fictícias Mas há ideias em nós que não vieram dos sentidos, e portanto Mas há ideias em nós que não vieram dos sentidos, e portanto não foram também fruto da imaginaçãonão foram também fruto da imaginação São por exemplo as ideias de perfeição, absoluto, infinito, São por exemplo as ideias de perfeição, absoluto, infinito, eternidade, imutabilidadeeternidade, imutabilidade Entre elas a ideia de Deus, que reúne essas e outros atributos, Entre elas a ideia de Deus, que reúne essas e outros atributos, e portanto, é inatae portanto, é inata DescartesDescartes DeusDeus Ora, a causa eficiente deve ter tanta realidade como seu efeitoOra, a causa eficiente deve ter tanta realidade como seu efeito O autor dessa ideia não pode ter sido eu, que não tenho esses O autor dessa ideia não pode ter sido eu, que não tenho esses atributos, nem outro ser que não tenha esses atributosatributos, nem outro ser que não tenha esses atributos Portanto a ideia de Deus em mim necessariamente foi criada Portanto a ideia de Deus em mim necessariamente foi criada por um ser que tenha esses atributos: Deuspor um ser que tenha esses atributos: Deus A ideia de Deus é a assinatura do Criador na criaturaA ideia de Deus é a assinatura do Criador na criatura Deus portanto é o fundamento que garante a capacidade de Deus portanto é o fundamento que garante a capacidade de nossa razão e confiabilidade de sentidos considerados como nossa razão e confiabilidade de sentidos considerados como ideias claras e distintasideias claras e distintas Deus também é o fundamento da estabilidade das leis Deus também é o fundamento da estabilidade das leis naturais, porque elas são expressão de sua vontade, mas esta naturais, porque elas são expressão de sua vontade, mas esta é imutávelé imutável DescartesDescartes O erroO erro O erro não vem de Deus, nem é pecado original, mas é O erro não vem de Deus, nem é pecado original, mas é fruto do mal uso da razãofruto do mal uso da razão O mal uso da razão nasce da interferência da vontade no O mal uso da razão nasce da interferência da vontade no intelectointelecto Ela o leva a considerar ideias obscuras e confusas como Ela o leva a considerar ideias obscuras e confusas como claras e distintasclaras e distintas O erro é fruto da operação, e não do ser (humano)O erro é fruto da operação, e não do ser (humano) DescartesDescartes MecanicismoMecanicismo O mundo corpóreo é possível por causa da ideia de O mundo corpóreo é possível por causa da ideia de extensão, e é dado pela sensação através da imaginaçãoextensão, e é dado pela sensação através da imaginação Deus garante a segurança das sensaçõesDeus garante a segurança das sensações No entanto devemos aplicar o critério das ideias claras e No entanto devemos aplicar o critério das ideias claras e distintas às sensações: só a extensão é distintadistintas às sensações: só a extensão é distinta Essência da matéria é a extensão, Essência da matéria é a extensão, resres extensaextensa Qualidades são expurgadas da nova ciênciaQualidades são expurgadas da nova ciência O mundo é extensão e movimento, criado por DeusO mundo é extensão e movimento, criado por Deus 7 DescartesDescartes MecanicismoMecanicismo Princípio da inércia: se a matéria não tem qualidades, só Princípio da inércia: se a matéria não tem qualidades, só pode mudar de direção pela impulsão de outros corpospode mudar de direção pela impulsão de outros corpos Princípio da conservação: movimento geral sempre Princípio da conservação: movimento geral sempre permanece constante, contra a entropiapermanece constante, contra a entropia Princípio do movimento retilíneo: toda coisa tende a se Princípio do movimento retilíneo: toda coisa tende a se mover em linha reta originariamentemover em linha reta originariamente Corpo animal é uma máquinaCorpo animal é uma máquina O Deus cartesiano criou o mundo, deu corda nele e o O Deus cartesiano criou omundo, deu corda nele e o abandonouabandonou DescartesDescartes Geometria AnalíticaGeometria Analítica Matemática moderna: a álgebra Matemática moderna: a álgebra aplicada à geometriaaplicada à geometria Curvas, superfícies e figuras Curvas, superfícies e figuras geométricas se tornam equaçõesgeométricas se tornam equações Qualquer equação pode ser Qualquer equação pode ser interpretada geometricamenteinterpretada geometricamente 2 coordenadas para o plano, 3 2 coordenadas para o plano, 3 para a mecânica, 4 para a para a mecânica, 4 para a relatividaderelatividade A física permitida pela nova A física permitida pela nova matemática muda a face da Terramatemática muda a face da Terra duas retas com extensão dividida por uma unidade de medida, permitem associar qualquer ponto no plano dois números: a abscissa (vertical) e a ordenada (horizontal) DescartesDescartes O DualismoO Dualismo Alma é pensamento e não vida. A morte se dá por causas Alma é pensamento e não vida. A morte se dá por causas fisiológicas, não por sua separação do corpofisiológicas, não por sua separação do corpo Alma é Alma é inextensainextensa ((resres cogitanscogitans), corpo é extenso (), corpo é extenso (resres extensaextensa) não há interseção entre as duas substâncias) não há interseção entre as duas substâncias InteracionismoInteracionismo: alma não é piloto, mas também sofre : alma não é piloto, mas também sofre efeitos do corpoefeitos do corpo Espíritos animais circulam no sangue até afetarem e Espíritos animais circulam no sangue até afetarem e serem afetados pela glândula pinealserem afetados pela glândula pineal Como poderia a alma Como poderia a alma inextensainextensa exercer impulsão sobre exercer impulsão sobre um corpo extenso?um corpo extenso? DescartesDescartes CríticasCríticas Hume: aquele que pensa já não é o que existe, e Hume: aquele que pensa já não é o que existe, e argumento é circularargumento é circular Se as duas substâncias não tem interseções, não podem Se as duas substâncias não tem interseções, não podem interagirinteragir Deus de Descartes não está no mundo (Deus de Descartes não está no mundo (nullibilismonullibilismo)) Método cartesiano é especulativo e não capta o espírito Método cartesiano é especulativo e não capta o espírito da ciência moderna em sua essênciada ciência moderna em sua essência Leibniz: matéria não pode ser extensão, mas como todo o Leibniz: matéria não pode ser extensão, mas como todo o ser, é atividadeser, é atividade 8 RACIONALISMORACIONALISMO MalebrancheMalebranche SpinozaSpinoza LeibnizLeibniz MECANICISMOMECANICISMO (Empirismo)(Empirismo) HobbesHobbes LockeLocke HumeHume DescartesDescartes LegadoLegado 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia EmpirismoEmpirismo Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna Galileu 1564-642 de Cusa Hume Copérnico Ceticismo metafísico 1711-7761401-464 Neoplatonismo 1452-519 Da Vinci Mecanicismo 1543 Heliocentrismo Renascimento Descartes Racionalismo Escolástica Lutero 1483-546 Protestantismo 1637 Ciência Moderna Locke Empirismo 1632-704 Revolução Científica 1687 Newton Gravitação Leibniz 1646-716 Cálculo Modernidade Kant 1781 Criticismo Francis BaconFrancis Bacon (1561(1561--1626)1626) Transição do empirismo medieval para o modernoTransição do empirismo medieval para o moderno Filósofo da era industrialFilósofo da era industrial Promotor da Revolução CientíficaPromotor da Revolução Científica Conhecimento deve dar seus frutos na prática, Conhecimento deve dar seus frutos na prática, instrumento para realização da fraternidade e progressoinstrumento para realização da fraternidade e progresso Ciência é instrumento de transformação e controle do Ciência é instrumento de transformação e controle do ambiente: saber é poderambiente: saber é poder Ciência é obra coletiva, pública, escrito em linguagem Ciência é obra coletiva, pública, escrito em linguagem clara e intersubjetivaclara e intersubjetiva 2 Francis BaconFrancis Bacon (1561(1561--1626)1626) InduçãoIndução cuidadosacuidadosa porpor eliminaçãoeliminação e e verificaçãoverificação dada hipótesehipótese restanterestante, é o , é o únicoúnico caminhocaminho do do conhecimentoconhecimento Só podemos agir sobre os fenômenos se conhecermos Só podemos agir sobre os fenômenos se conhecermos suas causassuas causas Para instaurar o novo saber é preciso primeiro destruir os Para instaurar o novo saber é preciso primeiro destruir os ídolos do saber, depois justificar as regras do novo ídolos do saber, depois justificar as regras do novo métodométodo A teoria dos ídolos tem a função de limpar a mente dos A teoria dos ídolos tem a função de limpar a mente dos homens das falsas noções que congestionam sua mente e homens das falsas noções que congestionam sua mente e impossibilitam a verdadeira induçãoimpossibilitam a verdadeira indução Francis BaconFrancis Bacon Os Os IdolaIdola IdolaIdola tribustribus (da espécie): ser humano tende a encontrar (da espécie): ser humano tende a encontrar padrões que não existem, tem a tendência padrões que não existem, tem a tendência verificacionistaverificacionista, , quer provar que o que gosta é verdadeiroquer provar que o que gosta é verdadeiro IdolaIdola specusspecus (da “caverna”, indivíduo): cada indivíduo (da “caverna”, indivíduo): cada indivíduo –– em em virtude de sua educação, leitura, experiências, corpo e outros virtude de sua educação, leitura, experiências, corpo e outros –– desenvolve preconceitos própriosdesenvolve preconceitos próprios IdolaIdola forifori (do “mercado”, linguagem): São as distorções (do “mercado”, linguagem): São as distorções causadas pela interação social, particularmente pela causadas pela interação social, particularmente pela linguagem, como nomes de coisas inexistentes e confusaslinguagem, como nomes de coisas inexistentes e confusas IdolaIdola theatritheatri (das doutrinas): Doutrinas filosóficas mal (das doutrinas): Doutrinas filosóficas mal construídas criam imenso obstáculo a obtenção de construídas criam imenso obstáculo a obtenção de conhecimentoconhecimento Thomas HobbesThomas Hobbes (1588(1588--1679)1679) O teórico do absolutismo O teórico do absolutismo Não se mede a utilidade da filosofia política pelas Não se mede a utilidade da filosofia política pelas vantagens que traz, mas pelas catástrofes que evitavantagens que traz, mas pelas catástrofes que evita A filosofia se ocupa dos corpos, suas causas e A filosofia se ocupa dos corpos, suas causas e propriedades, e nada maispropriedades, e nada mais Pensamentos são fluídos, são fixados por sinais sensíveis Pensamentos são fluídos, são fixados por sinais sensíveis (palavras)(palavras) Não existem universais. Só existem indivíduos (corpos) e Não existem universais. Só existem indivíduos (corpos) e conceitos (imagens de indivíduos)conceitos (imagens de indivíduos) Thomas HobbesThomas Hobbes (1588(1588--1679)1679) Definição não se refere a essência da coisa, mas somente fixa Definição não se refere a essência da coisa, mas somente fixa o significado do vocábuloo significado do vocábulo As proposições primeiras são definições estabelecidas pelo As proposições primeiras são definições estabelecidas pelo arbítrio dos falantes (linguagem é arbitrária)arbítrio dos falantes (linguagem é arbitrária) Raciocinaré conectar ou desconectar nomes, definições ou Raciocinar é conectar ou desconectar nomes, definições ou proposiçõesproposições Raciocinar é computar, calcular: somar e subtrair (homem = Raciocinar é computar, calcular: somar e subtrair (homem = animal + racional; animal = homem animal + racional; animal = homem –– racional: antecipação da racional: antecipação da cibernética)cibernética) Todos os pensamento vem dos sentidos, causados por corposTodos os pensamento vem dos sentidos, causados por corpos 3 Thomas HobbesThomas Hobbes homo homo hominihomini lupuslupus Só sabemos perfeitamente o que nós próprios construímos Só sabemos perfeitamente o que nós próprios construímos (geometria)(geometria) Mas não construímos as coisas naturais: deduzimos suas Mas não construímos as coisas naturais: deduzimos suas causas, das quais a principal é o movimentocausas, das quais a principal é o movimento Mecanicismo: toda a realidade são corpos extensos e Mecanicismo: toda a realidade são corpos extensos e movimento quantificadomovimento quantificado Não há liberdade: o desejo foi precedido pela causa do desejo Não há liberdade: o desejo foi precedido pela causa do desejo (liberdade rompe a lógica mecanicista)(liberdade rompe a lógica mecanicista) Não devemos entender liberdade como livreNão devemos entender liberdade como livre--arbítrio, mas arbítrio, mas como fazer aquilo que se desejacomo fazer aquilo que se deseja Não há bem ou mal, mas bens e males: bom é aquilo para o Não há bem ou mal, mas bens e males: bom é aquilo para o qual tendemos e mal aquilo do qual fugimosqual tendemos e mal aquilo do qual fugimos Thomas HobbesThomas Hobbes O absolutismoO absolutismo Há um bem no entanto originário: a vidaHá um bem no entanto originário: a vida Não há justiça natural, mas valores construídos por nós, Não há justiça natural, mas valores construídos por nós, portanto conhecidos absolutamenteportanto conhecidos absolutamente Não há natureza humana (contra o animal político) Não há natureza humana (contra o animal político) Homens se encontram em estado de guerra de todos Homens se encontram em estado de guerra de todos contra todos: o homem é o lobo do homemcontra todos: o homem é o lobo do homem No estado natural, homem está em permanente risco de No estado natural, homem está em permanente risco de vida e incapacitado de vida produtivavida e incapacitado de vida produtiva Saída vem do instinto de conseguir o necessário para Saída vem do instinto de conseguir o necessário para sobreviver (no caso a paz) e da razão (instrumental)sobreviver (no caso a paz) e da razão (instrumental) Thomas HobbesThomas Hobbes O absolutismo: LeviatãO absolutismo: Leviatã Leis naturais de Hobbes são a racionalização do egoísmoLeis naturais de Hobbes são a racionalização do egoísmo 1) Se esforçar para a paz ou defender1) Se esforçar para a paz ou defender--se com todos os se com todos os meios possíveismeios possíveis 2) Renunciar do direito a tudo para o direito do outro2) Renunciar do direito a tudo para o direito do outro 3) Cumprir os acordos feitos (justiça é manter acordos)3) Cumprir os acordos feitos (justiça é manter acordos) Para fazer cumprir essas e outras leis, o homem delega a Para fazer cumprir essas e outras leis, o homem delega a força necessária a um único homemforça necessária a um único homem Soberano está fora do pacto, mantendo a liberdade Soberano está fora do pacto, mantendo a liberdade natural. Ele está acima das leis. É o Estado Leviatãnatural. Ele está acima das leis. É o Estado Leviatã John LockeJohn Locke (1632(1632--1704)1704) ExpoenteExpoente do do empirismoempirismo Fundador do Fundador do LiberalismoLiberalismo Teorizador da Teorizador da propriedade privadapropriedade privada Doutrina da “Doutrina da “tabula tabula rasa”rasa”“No man's knowledge here can go beyond his experience” 4 John LockeJohn Locke (1632(1632--1704)1704) Com Locke a teoria do conhecimento se sedimenta como Com Locke a teoria do conhecimento se sedimenta como a filosofia primeiraa filosofia primeira A primeira das investigações filosóficas deve ser quanto A primeira das investigações filosóficas deve ser quanto ao alcance de nosso intelectoao alcance de nosso intelecto O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda ideia vem da experiênciaideia vem da experiência 1) não existem ideias inatas; 1) não existem ideias inatas; 2) ser humano não é capaz de criar ideias (simples); 2) ser humano não é capaz de criar ideias (simples); 3) experiência é fonte e limite do conhecimento3) experiência é fonte e limite do conhecimento John LockeJohn Locke (1632(1632--1704)1704) Não existem ideias que sejam consenso universal entre os Não existem ideias que sejam consenso universal entre os homenshomens Se existissem, ao provarmos que há outra forma de explicáSe existissem, ao provarmos que há outra forma de explicá--las las sem recorrer a hipótese inatista, não teríamos porque admitisem recorrer a hipótese inatista, não teríamos porque admiti--lala Mas as crianças e os deficientes não tem a menor consciência Mas as crianças e os deficientes não tem a menor consciência dos princípios da dos princípios da nãonão--contradiçãocontradição ou da ética básicaou da ética básica O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda ideia O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda ideia vem da experiênciavem da experiência A mente é uma “A mente é uma “whitewhite paperpaper” onde os sentidos inscrevem” onde os sentidos inscrevem É sem sentido falar que a alma tem uma ideia e não tem É sem sentido falar que a alma tem uma ideia e não tem consciência delaconsciência dela John LockeJohn Locke (1632(1632--1704)1704) Só há dois tipos de ideias:Só há dois tipos de ideias: �� Simples: são indivisíveis e se identificam com os sentidos básicos e Simples: são indivisíveis e se identificam com os sentidos básicos e operações básicas da nossa almaoperações básicas da nossa alma �� Complexas: são compostas e relacionais. Podem ser de modo, Complexas: são compostas e relacionais. Podem ser de modo, substância e relaçõessubstância e relações As coisas mesmas tem qualidades que produzem as ideias As coisas mesmas tem qualidades que produzem as ideias pelos sentidospelos sentidos Essas qualidades podem ser primárias (pertencentes ao Essas qualidades podem ser primárias (pertencentes ao objeto: extensão e movimento) ou secundárias (produzidas objeto: extensão e movimento) ou secundárias (produzidas pelas qualidades na nossa mente)pelas qualidades na nossa mente) Não temos como conhecer a “essência real” das coisas, Não temos como conhecer a “essência real” das coisas, somente a essência nominal (conjunto de qualidades que somente a essência nominal (conjunto de qualidades que foram chamadas por um nome)foram chamadas por um nome) John LockeJohn Locke LiberalismoLiberalismo Motor da ação humana é o desejo, que é o anseio por um bem Motor da ação humana é o desejo, que é o anseio por um bem necessário ausentenecessário ausente Não há livreNão há livre--arbítrio. Liberdade é o poder de agir ou absterarbítrio. Liberdade é o poder de agir ou abster--se se da açãoda ação Bem e mal nada mais são do que prazer e dor ou o que nos Bem e mal nada mais são do que prazer e dor ou o que nos causa prazer e dorcausa prazer e dor Sociedade e Estado nascem do direito natural, que é o direito Sociedade e Estado nascem do direito natural, que é o direito a vida e à liberdade, assim como a defesa dos bens que a vida e à liberdade, assim como a defesa dos bens que garantem esses direitosgarantem esses direitos Estes bens são conseguidos pelo trabalho, o que fazem deles Estes bens são conseguidos pelo trabalho, o que fazem deles um direito natural: o direito apropriedadeum direito natural: o direito a propriedade 5 John LockeJohn Locke LiberalismoLiberalismo De origem divina, o direito a propriedade é um direito natural: Deus De origem divina, o direito a propriedade é um direito natural: Deus disse que o homem teria do mundo o que “o suor do rosto mandasse”disse que o homem teria do mundo o que “o suor do rosto mandasse” “Mundo pertence a Deus porque ele o fez”“Mundo pertence a Deus porque ele o fez” Teoria garante a burguesia superioridade de direitos sobre nobreza e Teoria garante a burguesia superioridade de direitos sobre nobreza e despossuídosdespossuídos Função do Estado é garantir a propriedade contra nobreza e Função do Estado é garantir a propriedade contra nobreza e despossuídosdespossuídos Função tríplice do Estado:Função tríplice do Estado: �� Por meio da força garantir o direito à propriedade sem interferência na vida Por meio da força garantir o direito à propriedade sem interferência na vida econômicaeconômica �� Poder de arbítrio sobre disputas a partir das regras estabelecidas pela Poder de arbítrio sobre disputas a partir das regras estabelecidas pela sociedadesociedade �� Garantir a liberdade de consciência política e religiosaGarantir a liberdade de consciência política e religiosa John LockeJohn Locke LiberalismoLiberalismo Fundamento do estado é a razão, não o instintoFundamento do estado é a razão, não o instinto Em estado cidadãos renunciam ao direito de se Em estado cidadãos renunciam ao direito de se defenderem por conta própria, para fortalecer os outros defenderem por conta própria, para fortalecer os outros direitosdireitos Os limites do poder do estado são dados pelos direitos Os limites do poder do estado são dados pelos direitos individuais que ele nasceu para protegerindividuais que ele nasceu para proteger Cidadãos tem o direito de se rebelarem contra um Estado Cidadãos tem o direito de se rebelarem contra um Estado que não garante os direitos naturaisque não garante os direitos naturais Estado deve garantir a liberdade religiosa, mas não deve Estado deve garantir a liberdade religiosa, mas não deve tolerar o ateísmotolerar o ateísmo George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) CriadorCriador do do idealismoidealismo empiristaempirista O primado da O primado da percepçãopercepção ImaterialismoImaterialismo “esse est percipi” George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) Crença no mecanicismo é baluarte do ateísmo. Nasce de admitir que Crença no mecanicismo é baluarte do ateísmo. Nasce de admitir que a matéria tem existência para além da mentea matéria tem existência para além da mente Mas não é possível sequer conceber um odor que não tenha sido Mas não é possível sequer conceber um odor que não tenha sido percebido por alguém percebido por alguém Acreditar na matéria além da percepção induz ao ceticismo, porque Acreditar na matéria além da percepção induz ao ceticismo, porque “se há ser antes de ser percebido, não podemos saber o que 锓se há ser antes de ser percebido, não podemos saber o que é” Todas as palavras devem representar ideias Todas as palavras devem representar ideias Todas as ideias são sensações ou operações da mente sobre as Todas as ideias são sensações ou operações da mente sobre as sensaçõessensações As ideias não podem existir em uma coisa As ideias não podem existir em uma coisa nãonão--perceptivaperceptiva 6 George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) O tempo é uma sensação, portanto, só existe na mente. (porque o O tempo é uma sensação, portanto, só existe na mente. (porque o tempo no sofrimento passa mais devagar que no prazer?)tempo no sofrimento passa mais devagar que no prazer?) A extensão é uma sensação, portanto, só existe na mente. Para A extensão é uma sensação, portanto, só existe na mente. Para poder falar de extensão, é necessário experimentar algo extenso poder falar de extensão, é necessário experimentar algo extenso Ora, como se poderia conceber a extensão separada de todas as Ora, como se poderia conceber a extensão separada de todas as outras qualidades sensíveis?outras qualidades sensíveis? Idem o movimento, pois movimento é movimento de coisas Idem o movimento, pois movimento é movimento de coisas extensasextensas Assim, não existem qualidades primáriasAssim, não existem qualidades primárias George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) Nós não vemos coisas, mas vemos ideias. Nunca ninguém viu nada Nós não vemos coisas, mas vemos ideias. Nunca ninguém viu nada além de suas ideiasalém de suas ideias Logo, o que chamamos coisas são modos de existência das mentes Logo, o que chamamos coisas são modos de existência das mentes O que chamamos objetos não são nada mais que combinações O que chamamos objetos não são nada mais que combinações constantes de sensaçõesconstantes de sensações Toda ideia é uma sensação singular. Abstrações são ilusões.Toda ideia é uma sensação singular. Abstrações são ilusões. O que chamamos de ideia geral nada mais é que uma ideia O que chamamos de ideia geral nada mais é que uma ideia particular usada para representar ideias que a ela se assemelhamparticular usada para representar ideias que a ela se assemelham Toda explicação Toda explicação essencialistaessencialista em ciência deve ser descartadaem ciência deve ser descartada George BerkeleyGeorge Berkeley “É indigno de um filósofo falar uma palavra e com ela nada significar”“É indigno de um filósofo falar uma palavra e com ela nada significar” Apresenta a teoria da convergência binocular como Apresenta a teoria da convergência binocular como forma de julgar a distância dos objetosforma de julgar a distância dos objetos Ou seja, percepção da distância é função de atividade do Ou seja, percepção da distância é função de atividade do sujeito sujeito Prevê o fenômeno da Prevê o fenômeno da agnosiaagnosia visual para futuros casos visual para futuros casos de recuperação de visão por operaçãode recuperação de visão por operação George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) Quando se admite a existência da matéria independente do espírito Quando se admite a existência da matéria independente do espírito que a percebe, não há problema em admitique a percebe, não há problema em admiti--la infinita, imutável e la infinita, imutável e eterna. Essa é a raiz do ateísmo.eterna. Essa é a raiz do ateísmo. Mas não há necessidade de se pressupor a matéria, como nos Mas não há necessidade de se pressupor a matéria, como nos mostra os sonhos e alucinaçõesmostra os sonhos e alucinações Além disso, um empirista não pode pressupor a matéria, pois só a Além disso, um empirista não pode pressupor a matéria, pois só a razão poderia fazêrazão poderia fazê--lo para além das sensaçõeslo para além das sensações Não devemos aceitar nem como mais provável a existência de Não devemos aceitar nem como mais provável a existência de objetos externos como fonte de nossas sensações porque não temos objetos externos como fonte de nossas sensações porque não temos como explicar como uma coisa como a “matéria” poderia causar um como explicar como uma coisa como a “matéria” poderia causar um evento mentalevento mental 7 George BerkeleyGeorge Berkeley (1685(1685--1753)1753) Assim, “esse Assim, “esse estest percipipercipi”: ser é ser percebido”: ser é ser percebido Ideias e sensações só podem existir em uma mente que as percebaIdeias e sensações só podem existir em uma mente que as perceba Há ideias que são criação da minha vontade e ideias que não são Há ideias que são criação da minha vontade e ideias que não são criação da minha vontadecriação da minha vontade As ideias dos sentidos são muito mais fortes, estáveis e distintas que As ideias dos sentidos são muito mais fortes, estáveis e distintas que as ideias da imaginação, logo são produçõesde uma vontade as ideias da imaginação, logo são produções de uma vontade infinitamente superior que a minhainfinitamente superior que a minha Se são estáveis e coerentes, ordenadas, e fruto de vontade, só Se são estáveis e coerentes, ordenadas, e fruto de vontade, só podem ser obra de Deus, assim como suas regras: as leis da podem ser obra de Deus, assim como suas regras: as leis da naturezanatureza David HumeDavid Hume (1711(1711--1776)1776) Empirismo céticoEmpirismo cético A crítica da induçãoA crítica da indução A crítica da A crítica da causalidadecausalidade A apologia dos A apologia dos instintosinstintos “Reason is... the slave of the passions, and can never pretend to any other office than to serve and obey them” David HumeDavid Hume (1711(1711--1776)1776) ““It is not contrary to reason to prefer the destruction of the whole It is not contrary to reason to prefer the destruction of the whole world to the scratching of my fingerworld to the scratching of my finger”” Tem como objetivo construir uma ciência da natureza humanaTem como objetivo construir uma ciência da natureza humana Tudo na mente humana são percepções, que só tem duas Tudo na mente humana são percepções, que só tem duas naturezas: as impressões e as ideiasnaturezas: as impressões e as ideias As impressões são as percepções no momento em que estamos a As impressões são as percepções no momento em que estamos a vivenciandovivenciando As ideias são as imagens desvanecidas das impressõesAs ideias são as imagens desvanecidas das impressões Sentir e pensar tem diferença somente no grau de intensidade, Sentir e pensar tem diferença somente no grau de intensidade, pois nossas paixões e emoções são, quando vividas, impressõespois nossas paixões e emoções são, quando vividas, impressões David HumeDavid Hume (1711(1711--1776)1776) Há impressões simples e complexas (como Locke)Há impressões simples e complexas (como Locke) Faculdade da imaginação pode combinar elementos das impressões Faculdade da imaginação pode combinar elementos das impressões complexas de um novo modocomplexas de um novo modo Ideias simples tendem a associarIdeias simples tendem a associar--se entre si quando ocorrem juntas se entre si quando ocorrem juntas no tempo e no espaço, ou nele se sucedem no tempo e no espaço, ou nele se sucedem Os princípios da associação de ideias são a semelhança, contiguidade Os princípios da associação de ideias são a semelhança, contiguidade e sucessãoe sucessão Cada ideia não é nada mais do que uma imagem particularCada ideia não é nada mais do que uma imagem particular Tendemos a agrupar ideias semelhantes e criamos o hábito de Tendemos a agrupar ideias semelhantes e criamos o hábito de associáassociá--las a um nome, que passa a evocar esse hábito e uma ideia las a um nome, que passa a evocar esse hábito e uma ideia particularparticular 8 David HumeDavid Hume (1711(1711--1776)1776) Nenhuma análise da causa pode nos fazer derivar seu efeitoNenhuma análise da causa pode nos fazer derivar seu efeito Qual o fundamento das conclusões que extraio da experiência? Qual o fundamento das conclusões que extraio da experiência? Porque o pão que me alimentou ontem deve me alimentar amanhã?Porque o pão que me alimentou ontem deve me alimentar amanhã? Podemos perceber a contiguidade e a sucessão, mas não Podemos perceber a contiguidade e a sucessão, mas não percebemos a conexão necessária: esta é inferida percebemos a conexão necessária: esta é inferida Nós a inferimos por termos contraído um hábito em virtude de Nós a inferimos por termos contraído um hábito em virtude de perceber repetidamente a contiguidade e sucessãoperceber repetidamente a contiguidade e sucessão Ou seja: nossas proposições em relação ao futuro não tem Ou seja: nossas proposições em relação ao futuro não tem fundamento. É uma crença, um instintofundamento. É uma crença, um instinto Crença, força do hábito, ódio ou amor são todos instintos naturais Crença, força do hábito, ódio ou amor são todos instintos naturais que a razão não pode produzir nem obstaculizarque a razão não pode produzir nem obstaculizar David HumeDavid Hume Critica do euCritica do eu Não temos nenhuma ideia do eu, porque não temos impressões Não temos nenhuma ideia do eu, porque não temos impressões associadas a essa ideiaassociadas a essa ideia O eu não é uma impressão, mas aquilo a que são referidas as O eu não é uma impressão, mas aquilo a que são referidas as impressõesimpressões Assim como os objetos são coleções de feixes de impressões, Assim como os objetos são coleções de feixes de impressões, também nós o somostambém nós o somos Acreditamos na permanência dos objetos porque a imaginação Acreditamos na permanência dos objetos porque a imaginação preenche os lapsos nas nossas impressõespreenche os lapsos nas nossas impressões Assim é um instinto irracional que acredita, não a razãoAssim é um instinto irracional que acredita, não a razão No caso do eu, mais importante é a memória, que nos leva No caso do eu, mais importante é a memória, que nos leva irracionalmente a crer numa unidade das impressõesirracionalmente a crer numa unidade das impressões David HumeDavid Hume Critica do euCritica do eu As paixões são originais da natureza humanaAs paixões são originais da natureza humana Podem ser diretas ou indiretas. As diretas são prazer e dor e as Podem ser diretas ou indiretas. As diretas são prazer e dor e as diretamente derivadas. As indiretas são algumas como orgulho, diretamente derivadas. As indiretas são algumas como orgulho, piedade, amor, ódio, generosidade.piedade, amor, ódio, generosidade. É com base na vivência das paixões como “minha” que está ligada É com base na vivência das paixões como “minha” que está ligada instintivamente a ideia de euinstintivamente a ideia de eu Hume não consegue determinar o estatuto ontológico da vontadeHume não consegue determinar o estatuto ontológico da vontade Não há livreNão há livre--arbítrio, mas liberdade seria somente ausência de arbítrio, mas liberdade seria somente ausência de coação externacoação externa Não somos determinados por motivos externos, mas somos por Não somos determinados por motivos externos, mas somos por internosinternos David HumeDavid Hume (1711(1711--1776)1776) A razão não pode ser prática: não pode guiar a vontadeA razão não pode ser prática: não pode guiar a vontade Nada pode reduzir o impulso de uma paixão que não um Nada pode reduzir o impulso de uma paixão que não um impulso contrárioimpulso contrário A razão é escrava das paixões e não pode almejar nada A razão é escrava das paixões e não pode almejar nada maismais Moral é um sentimento particular de prazer e dorMoral é um sentimento particular de prazer e dor Somente quando esse prazer e dor é desinteressado Somente quando esse prazer e dor é desinteressado pessoalmente se considera moralpessoalmente se considera moral Deve nos mover o útil, mas o útil coletivo (utilitarismo)Deve nos mover o útil, mas o útil coletivo (utilitarismo) 9 David HumeDavid Hume CríticasCríticas Ao conduzir o empirismo a seus limites máximos, Hume Ao conduzir o empirismo a seus limites máximos, Hume revela sua verdadeira natureza: ceticismorevela sua verdadeira natureza: ceticismo Sua crítica a ideia de eu é ingênua e dogmática (depende Sua crítica a ideia de eu é ingênua e dogmática (depende do pressuposto de que toda ideia vem de impressões)do pressuposto de que toda ideia vem de impressões) Não manifesta ter qualquer compreensão do método Não manifesta ter qualquer compreensão do método científicocientífico Sua filosofia é contraditória. Seus princípios básicos não Sua filosofia é contraditória. Seus princípios básicos não tem impressões associadastem impressões associadas 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia RacionalismoRacionalismoGustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna Galileu 1564-642 de Cusa Hume Copérnico Ceticismo metafísico 1711-7761401-464 Neoplatonismo 1452-519 Da Vinci Mecanicismo 1543 Heliocentrismo Renascimento Descartes Racionalismo Escolástica Lutero 1483-546 Protestantismo 1637 Ciência Moderna Locke Empirismo 1632-704 Revolução Científica 1687 Newton Gravitação Leibniz 1646-716 Cálculo Modernidade Kant 1781 Criticismo Nicolas de MalebrancheNicolas de Malebranche (1638(1638--1715)1715) OcasionalismoOcasionalismo “Nossa alma não está unida a “Nossa alma não está unida a nosso corpo no sentido nosso corpo no sentido ordinário desses termos. Elas ordinário desses termos. Elas estão imediatamente e estão imediatamente e diretamente unidas diretamente unidas unicamente a Deusunicamente a Deus”” 2 MalebrancheMalebranche (1638(1638--1715)1715) Só conhecemos as ideiasSó conhecemos as ideias Os objetos não podem agir sobre o espíritoOs objetos não podem agir sobre o espírito Os objetos não resistem, golpeiam ou fazem pressão, pois Os objetos não resistem, golpeiam ou fazem pressão, pois todas essas coisas não são mais que impressões e ideiastodas essas coisas não são mais que impressões e ideias Então de onde derivam as ideias em nós?Então de onde derivam as ideias em nós? �� Não são criações da alma, porque se a alma possuísse tal poder seria Não são criações da alma, porque se a alma possuísse tal poder seria criadora de realidades espirituaiscriadora de realidades espirituais �� Não são inatas, porque isso faria da alma receptáculo de uma Não são inatas, porque isso faria da alma receptáculo de uma quantidade infinita de ideiasquantidade infinita de ideias Logo, as ideias, como nós, estão em Deus e conhecemos todas Logo, as ideias, como nós, estão em Deus e conhecemos todas as coisas em Deusas coisas em Deus MalebrancheMalebranche (1638(1638--1715)1715) Somos espíritos e estamos em Deus, o lugar dos espíritosSomos espíritos e estamos em Deus, o lugar dos espíritos Só podemos estar seguros da existência dos corpos Só podemos estar seguros da existência dos corpos porque eles nos são revelados por Deusporque eles nos são revelados por Deus Não há nenhuma relação de causalidade entre um corpo Não há nenhuma relação de causalidade entre um corpo e um espírito, corpo e corpo e espírito e espíritoe um espírito, corpo e corpo e espírito e espírito As coisas só estão unidas entre si através da vontade As coisas só estão unidas entre si através da vontade eterna de um Criador: as leis geraiseterna de um Criador: as leis gerais Deus contém tudo em si e transcende a própria obra, Deus contém tudo em si e transcende a própria obra, sendo além dela sendo além dela Baruch SpinozaBaruch Spinoza (1632(1632--1677)1677) Monismo Monismo ImanentismoImanentismo panteístapanteísta Necessidade absolutaNecessidade absoluta Amor Dei Amor Dei intellectualisintellectualis “Toda felicidade e infelicidade depende somente da qualidade do objeto ao qual estamos ligados pelo amor” Baruch SpinozaBaruch Spinoza (1632(1632--1677)1677) Toda felicidade ou infelicidade depende somente da Toda felicidade ou infelicidade depende somente da natureza do objeto que amamosnatureza do objeto que amamos Daquilo a que somos indiferentes nunca surgem conflitos, Daquilo a que somos indiferentes nunca surgem conflitos, tristeza, inveja, temor ou ódiotristeza, inveja, temor ou ódio O amor é eterno e infinito e concede alegria privada de O amor é eterno e infinito e concede alegria privada de tristeza, constitui o bem a buscar com todas as forçastristeza, constitui o bem a buscar com todas as forças Mas quando amamos coisas que podem perecer ou fugir Mas quando amamos coisas que podem perecer ou fugir a nossa posse, se torna possível a inveja, o temor, e por a nossa posse, se torna possível a inveja, o temor, e por fim, com o perecimento, a profunda tristezafim, com o perecimento, a profunda tristeza 3 Baruch SpinozaBaruch Spinoza (1632(1632--1677)1677) Quando buscamos os prazeres, as riquezas e as honras como Quando buscamos os prazeres, as riquezas e as honras como fins (e não meios), condenamos a vida à infelicidadefins (e não meios), condenamos a vida à infelicidade �� Ao prazer, depois de desfrutado, sobrevém profundo tédio e tristezaAo prazer, depois de desfrutado, sobrevém profundo tédio e tristeza �� A riqueza absorve o homem e nunca é o suficiente. E se perdêA riqueza absorve o homem e nunca é o suficiente. E se perdê--la, o la, o ser humano ser humano prostaprosta--sese completamentecompletamente �� Ao buscar as honras, temos que viver nossa vida da forma que Ao buscar as honras, temos que viver nossa vida da forma que agradará os outros, e não a nós mesmosagradará os outros, e não a nós mesmos Toda a felicidade portanto está em dedicar nosso amor a algo Toda a felicidade portanto está em dedicar nosso amor a algo que não vai nos perturbar a alma com sua instabilidade, que que não vai nos perturbar a alma com sua instabilidade, que não podemos perder ou ver perecer, ou seja, Deusnão podemos perder ou ver perecer, ou seja, Deus Baruch SpinozaBaruch Spinoza MetafísicaMetafísica Substância é aquilo que para existir não precisa de nada Substância é aquilo que para existir não precisa de nada além de si mesmoalém de si mesmo Assim, nada criado pode ser substância, somente o Assim, nada criado pode ser substância, somente o incriadoincriado: Deus: Deus ResRes cogitanscogitans e e resres extensa são atributos da mesma extensa são atributos da mesma substânciasubstância Tudo o que existe, existe em DeusTudo o que existe, existe em Deus Tudo o que acontece, acontece unicamente pelas leis de Tudo o que acontece, acontece unicamente pelas leis de Deus e decorre da necessidade de sua essênciaDeus e decorre da necessidade de sua essência Baruch SpinozaBaruch Spinoza MetafísicaMetafísica Se demonstra Deus pela prova ontológica: não se pode Se demonstra Deus pela prova ontológica: não se pode reconhecer a necessidade de uma reconhecer a necessidade de uma causa causa suisui e não e não reconhecer Deus como necessariamente existentereconhecer Deus como necessariamente existente As coisas derivam necessariamente da essência de Deus As coisas derivam necessariamente da essência de Deus assim como os teoremas derivam das figuras geométricasassim como os teoremas derivam das figuras geométricas O Ser infinito deve ser concebido como constituído de O Ser infinito deve ser concebido como constituído de uma infinidade de atributos, cada qual expressando uma uma infinidade de atributos, cada qual expressando uma essência eterna, imutável e infinita (essência eterna, imutável e infinita (tbtb em existência)em existência) Nós só conhecemos dois: pensamento e extensãoNós só conhecemos dois: pensamento e extensão Baruch SpinozaBaruch Spinoza MetafísicaMetafísica Outra entidade metafísica de Spinoza são os modos dos Outra entidade metafísica de Spinoza são os modos dos atributos, ou suas modificações, também infinitasatributos, ou suas modificações, também infinitas Intelecto infinito e vontade infinita seriam modos do Intelecto infinito e vontade infinita seriam modos do atributo infinito do pensamentoatributo infinito do pensamento Nosso mundo é constituído dos modos desses dois Nosso mundo é constituído dos modos desses dois atributos de Deusatributos deDeus Os corpos são modos do atributo da extensãoOs corpos são modos do atributo da extensão As ideias são modos do atributo do pensamentoAs ideias são modos do atributo do pensamento 4 Baruch SpinozaBaruch Spinoza MetafísicaMetafísica Deus é causa imanente da natureza, e não Deus é causa imanente da natureza, e não transcendente, não está além da naturezatranscendente, não está além da natureza Ou seja: a doutrina de Spinoza é panteístaOu seja: a doutrina de Spinoza é panteísta A solução A solução spinozistaspinozista para o dualismo: cada atributo para o dualismo: cada atributo expressa a essência divina de igual modoexpressa a essência divina de igual modo Logo, a série de modos de cada atributo deverá Logo, a série de modos de cada atributo deverá necessária e perfeitamente corresponder a outra sérienecessária e perfeitamente corresponder a outra série A conexão das ideias se identifica com a conexão das A conexão das ideias se identifica com a conexão das coisascoisas Baruch SpinozaBaruch Spinoza ConhecimentoConhecimento Há 3 formas de conhecimento: a imaginação empírica, o Há 3 formas de conhecimento: a imaginação empírica, o conhecimento racional e o conhecimento intuitivoconhecimento racional e o conhecimento intuitivo O que os diferencia é o nível de distinçãoO que os diferencia é o nível de distinção Mente humana é parte da mente de DeusMente humana é parte da mente de Deus Só duvidam de Deus aqueles que tomam por Deus o que Só duvidam de Deus aqueles que tomam por Deus o que não é Deusnão é Deus Baruch SpinozaBaruch Spinoza ÉticaÉtica Não há na mente vontade livre: querer isto ou aquilo é Não há na mente vontade livre: querer isto ou aquilo é determinado por uma causa, que é por outra, ao infinitodeterminado por uma causa, que é por outra, ao infinito Agimos unicamente pelo poder de DeusAgimos unicamente pelo poder de Deus Devemos nos conformar com as reviravoltas da sorte porque Devemos nos conformar com as reviravoltas da sorte porque elas são necessárias e inevitáveiselas são necessárias e inevitáveis Acreditamos ser livres porque só somos conscientes de nossas Acreditamos ser livres porque só somos conscientes de nossas ações, e não de suas causasações, e não de suas causas Ao sabermos disso, tendemos a odiar menos os homens que Ao sabermos disso, tendemos a odiar menos os homens que nos prejudicam, pois sabemos que não agiram por sua vontadenos prejudicam, pois sabemos que não agiram por sua vontade Baruch SpinozaBaruch Spinoza ÉticaÉtica Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser indefinidamente, o que é acompanhado pela consciênciaindefinidamente, o que é acompanhado pela consciência Quando essa tendência refereQuando essa tendência refere--se só a mente, chamamos de se só a mente, chamamos de vontade, quando ao corpo, apetitevontade, quando ao corpo, apetite O que favorece a perseverar no ser se chama alegria, o que O que favorece a perseverar no ser se chama alegria, o que prejudica, dorprejudica, dor Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser indefinidamente, o que é acompanhado pela consciênciaindefinidamente, o que é acompanhado pela consciência Quando essa tendência refereQuando essa tendência refere--se só a mente, chamamos de se só a mente, chamamos de vontade, quando ao corpo, apetitevontade, quando ao corpo, apetite 5 Baruch SpinozaBaruch Spinoza ÉticaÉtica As paixões geram as outras irrefreavelmente com lógica As paixões geram as outras irrefreavelmente com lógica geométricageométrica Não existem fins, porque tudo acontece por necessidade Não existem fins, porque tudo acontece por necessidade rigorosarigorosa Bem e mal não existem, são modos de pensar que os seres Bem e mal não existem, são modos de pensar que os seres humanos formam relacionando as coisas com suas paixõeshumanos formam relacionando as coisas com suas paixões Ao eliminar como ilusórios os fins e os valores, Spinoza crê ter Ao eliminar como ilusórios os fins e os valores, Spinoza crê ter atingido a libertaçãoatingido a libertação O esforço para conservar a si mesma é da essência de uma O esforço para conservar a si mesma é da essência de uma coisa, que também faz aquilo que é de sua naturezacoisa, que também faz aquilo que é de sua natureza Baruch SpinozaBaruch Spinoza ÉticaÉtica A paixão é uma ideia confusa. Ela deixa de ser paixão assim que fazemos dela A paixão é uma ideia confusa. Ela deixa de ser paixão assim que fazemos dela uma ideia clara e distintauma ideia clara e distinta LogoLogo, bom ou mau é só o conhecimento e o que o impede, que nos liberta das , bom ou mau é só o conhecimento e o que o impede, que nos liberta das paixões ou nos aprisiona a elaspaixões ou nos aprisiona a elas Porque o sofrimento tem origem no amor que nos liga a algo sujeito a muitas Porque o sofrimento tem origem no amor que nos liga a algo sujeito a muitas mudanças e portanto ao perecimentomudanças e portanto ao perecimento Mas o conhecimento nos leva a amar aquilo que é imutável, eterno e absoluto, Mas o conhecimento nos leva a amar aquilo que é imutável, eterno e absoluto, Deus, nos levando a bem aventurançaDeus, nos levando a bem aventurança Ao considerar nossa vida Ao considerar nossa vida sub sub speciespecie aeternitatisaeternitatis, nos libertamos das paixões e , nos libertamos das paixões e atingimos um estado superior de pazatingimos um estado superior de paz Conhecer Conhecer as coisas em Deus e Deus como causa, gera o as coisas em Deus e Deus como causa, gera o amor Dei amor Dei intellectualisintellectualis (com o qual Deus ama a si mesmo), porque o amor é a alegria causada (com o qual Deus ama a si mesmo), porque o amor é a alegria causada externamenteexternamente Baruch SpinozaBaruch Spinoza CríticasCríticas A geometria ética A geometria ética spinozistaspinozista elimina a vontade e o bem, elimina a vontade e o bem, eliminando portanto qualquer fundamento da vida moraleliminando portanto qualquer fundamento da vida moral Atributo “pensamento” tem privilégios que teria obrigado Atributo “pensamento” tem privilégios que teria obrigado Spinoza a produzir hierarquia vertical de atributosSpinoza a produzir hierarquia vertical de atributos Como nasce o finito, por necessidade, de uma substância Como nasce o finito, por necessidade, de uma substância infinita, com atributos infinitos e modos infinitos?infinita, com atributos infinitos e modos infinitos? Se o ódio se acresce pelo ódio recíproco, e tudo é Se o ódio se acresce pelo ódio recíproco, e tudo é causado, como podemos o responder com amor?causado, como podemos o responder com amor? GottfriedGottfried LeibnizLeibniz (1646(1646--1716)1716) Gênio universalGênio universal Cálculo diferencial e integralCálculo diferencial e integral Lógica formalLógica formal Energia CinéticaEnergia Cinética Matemática bináriaMatemática binária InconscienteInconsciente FenomenalismoFenomenalismo Princípio da Razão SuficientePrincípio da Razão Suficiente MonadologiaMonadologia“O presente está grávido do futuro” 6 GottfriedGottfried LeibnizLeibniz (1646(1646--1716)1716) Pensamento Pensamento substancialistasubstancialista não deve ser rejeitado da não deve ser rejeitado da filosofia, mas sim da ciênciafilosofia, mas sim da ciência Pensamento filosófico mantém o domínio da substância, Pensamento filosófico mantém o domínio da substância, investigação científica só revela relações matemáticasinvestigação científica só revela relações matemáticas Extensão e movimento, figura e número, são apenas Extensão e movimento, figura e número, são apenas aparências, fenômenosaparências, fenômenos Extensão não pode ser essência da matéria porque não Extensão não pode ser essência da matéria porque não explica a inérciaexplicaa inércia É necessário uma força para quebrar a inércia, porque a É necessário uma força para quebrar a inércia, porque a inércia é uma forçainércia é uma força GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Contra o mecanicismoContra o mecanicismo Descartes acreditava que o que permanece constante no Descartes acreditava que o que permanece constante no mundo mecânico é o movimento (mv)mundo mecânico é o movimento (mv) Leibniz demonstra que o que permanece constante é a Leibniz demonstra que o que permanece constante é a força viva, a energia cinética (mv²)força viva, a energia cinética (mv²) O que constitui a realidade portanto, está além da O que constitui a realidade portanto, está além da extensão e movimentoextensão e movimento A natureza da matéria é a força, a atividade, algo A natureza da matéria é a força, a atividade, algo análogo a atividade psíquicaanálogo a atividade psíquica As forças primitivas são fontes de atividade origináriaAs forças primitivas são fontes de atividade originária GottfriedGottfried LeibnizLeibniz MetafísicaMetafísica O espaço é a ordem das O espaço é a ordem das mônadasmônadas que existem ao mesmo que existem ao mesmo tempo: um fenômenotempo: um fenômeno Espaço é modo de aparecer subjetivo das coisas embora com Espaço é modo de aparecer subjetivo das coisas embora com fundamento objetivo (as relações entre as coisas)fundamento objetivo (as relações entre as coisas) O tempo é a ordem das O tempo é a ordem das mônadasmônadas que existem em sucessão que existem em sucessão em movimento no espaço: um fenômenoem movimento no espaço: um fenômeno Se não existissem criaturas (Se não existissem criaturas (mônadasmônadas) tempo e espaço só ) tempo e espaço só existiriam na mente de Deusexistiriam na mente de Deus O mundo não é uma máquina, em suas menores partes, ele é O mundo não é uma máquina, em suas menores partes, ele é vivo e ativovivo e ativo GottfriedGottfried LeibnizLeibniz “Toda substância é como um mundo inteiro, um espelho de Deus e do universo”“Toda substância é como um mundo inteiro, um espelho de Deus e do universo” MônadaMônada é centro de força (atividade) simples e uno, de é centro de força (atividade) simples e uno, de natureza psíquica, criada por Deusnatureza psíquica, criada por Deus Tudo o que existe é Tudo o que existe é mônadamônada ou conjunto de ou conjunto de mônadasmônadas A atividade da A atividade da mônadamônada é representar e apetecer é representar e apetecer (tendência a focar em diferentes percepções)(tendência a focar em diferentes percepções) Cada Cada mônadamônada representa o universo inteiro de um ponto representa o universo inteiro de um ponto de vista particular (representar cidade de um ângulo)de vista particular (representar cidade de um ângulo) Representam obscuramente os particulares do universo, Representam obscuramente os particulares do universo, e distintamente o que está próximo de sie distintamente o que está próximo de si 7 GottfriedGottfried LeibnizLeibniz InconscienteInconsciente Há diferença entre perceber, e o perceber consciente Há diferença entre perceber, e o perceber consciente ((apercepçãoapercepção)) Só Só mônadasmônadas superiores se apercebem, mas ainda assim, a superiores se apercebem, mas ainda assim, a maioria das percepções continua inconscientemaioria das percepções continua inconsciente Temos pequenas percepções das quais nossa vida cotidiana é Temos pequenas percepções das quais nossa vida cotidiana é tecida, das quais não temos consciênciatecida, das quais não temos consciência Nos habituamos a estímulos repetitivos e deixamos de Nos habituamos a estímulos repetitivos e deixamos de apercebêapercebê--loslos Pequenos estímulos que aumentam aos poucos não poderiam Pequenos estímulos que aumentam aos poucos não poderiam ser apercebidos caso não tivessem antes sido ser apercebidos caso não tivessem antes sido percebidospercebidos GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Inconsciente e reminiscênciaInconsciente e reminiscência Percepções Percepções icsics formam aqueles gostos difusos, aqueles “formam aqueles gostos difusos, aqueles “nãonão-- seisei--oo--queque”, inclusive ”, inclusive apetiçõesapetições icsics, que se diferenciam das , que se diferenciam das voliçõesvolições ““NihilNihil estest in in intellectuintellectu quodquod nonnon fueritfuerit in in sensusensu, , nisinisi ipseipse intellectuintellectu”” O intelecto é inato a si mesmo e suas capacidades e atividade O intelecto é inato a si mesmo e suas capacidades e atividade existem a prioriexistem a priori As ideias inatas de Descartes estão na mente, mas não são As ideias inatas de Descartes estão na mente, mas não são apercebidasapercebidas É inato portanto no ser humano a tendência, a potencialidade É inato portanto no ser humano a tendência, a potencialidade para ter ideias inatas apercebidaspara ter ideias inatas apercebidas GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Inconsciente e reminiscênciaInconsciente e reminiscência No entanto essas ideias, mesmo não apercebidas, se No entanto essas ideias, mesmo não apercebidas, se fazem sentir por algumas ações que delas fazem sentir por algumas ações que delas dependemdependem Se a Se a mônadamônada representa todas as coisas, então todas as representa todas as coisas, então todas as representações estão no representações estão no IcsIcs, mesmo que não acessíveis, mesmo que não acessíveis Temos todas as ideias a todo momento, pois a mente ao Temos todas as ideias a todo momento, pois a mente ao pensar numa ideia distintamente pensa em todas as pensar numa ideia distintamente pensa em todas as outras confusamenteoutras confusamente Não poderíamos apreender uma ideia que já não Não poderíamos apreender uma ideia que já não estivesse na mente, como Platão ensinouestivesse na mente, como Platão ensinou GottfriedGottfried LeibnizLeibniz InconscienteInconsciente Inconsciente (percepções inacessíveis) Subconsciente (percepções acessíveis) Consciente (apercepções) 8 GottfriedGottfried LeibnizLeibniz MetafísicaMetafísica PRINCÍPIO DA IDENTIDADE DOS INDISCERNÍVEISPRINCÍPIO DA IDENTIDADE DOS INDISCERNÍVEIS: Se houvesse duas : Se houvesse duas substâncias indiscerníveis, elas coincidiriam, ou seja, seriam a mesma substâncias indiscerníveis, elas coincidiriam, ou seja, seriam a mesma substânciasubstância Se nem mesmo duas Se nem mesmo duas mônadasmônadas, o princípio básico da realidade, podem , o princípio básico da realidade, podem ser iguais, a natureza é absurdamente rica e diversaser iguais, a natureza é absurdamente rica e diversa HIERARQUIA DE MÔNADASHIERARQUIA DE MÔNADAS:: �� As que percebem e apercebem a si mesmo (seres humanos)As que percebem e apercebem a si mesmo (seres humanos) �� As que percebem e apercebem coisas (animais)As que percebem e apercebem coisas (animais) �� As que percebem e não apercebem (vegetais e minerais)As que percebem e não apercebem (vegetais e minerais) PRINCÍPIO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADEDA CONTINUIDADE: A natureza não dá saltos. Do pequeno : A natureza não dá saltos. Do pequeno para o grande ou o inverso, sempre passa por todos os termos médios para o grande ou o inverso, sempre passa por todos os termos médios GottfriedGottfried LeibnizLeibniz BiologiaBiologia Corpo animal não é agregado simples de Corpo animal não é agregado simples de mônadasmônadas, mas , mas agregado unificado por uma agregado unificado por uma mônadamônada superior, que garante superior, que garante autoauto--organizaçãoorganização SuperSuper--vitalismovitalismo e organicismo: tudo é vivo num ser vivoe organicismo: tudo é vivo num ser vivo Tudo o que é vivo está composto de outros seres vivos, de Tudo o que é vivo está composto de outros seres vivos, de natureza animal e vegetal, até em suas últimas partes, que natureza animal e vegetal, até em suas últimas partes, que entãoestão compostas de então estão compostas de mônadasmônadas Não há geração ou morte absoluta, só crescimentos e Não há geração ou morte absoluta, só crescimentos e desenvolvimentos e diminuições e involuçõesdesenvolvimentos e diminuições e involuções Não se deve falar de Não se deve falar de epigêneseepigênese animal (geração) mas sim de animal (geração) mas sim de prépré--formação. O futuro animal está préformação. O futuro animal está pré--formado no sêmenformado no sêmen GottfriedGottfried LeibnizLeibniz A Harmonia PreestabelecidaA Harmonia Preestabelecida “As “As mônadasmônadas não tem janelas através das quais algo possa entrar ou não tem janelas através das quais algo possa entrar ou sair”sair” Nenhuma Nenhuma mônadamônada age sobre outra e nenhuma age sobre outra e nenhuma mônadamônada sofre ação sofre ação de outra (como se explica então a interação?)de outra (como se explica então a interação?) Porque uma Porque uma mônadamônada deveria dar a outra aquilo que ela já temdeveria dar a outra aquilo que ela já tem?? Para explicar a relação e o acordo entre as Para explicar a relação e o acordo entre as mônadasmônadas há 3 hipóteses:há 3 hipóteses: �� Ação recíproca (relógios unidos por mecanismo)Ação recíproca (relógios unidos por mecanismo) �� Intervenção de Deus (relojoeiro acertando as horas)Intervenção de Deus (relojoeiro acertando as horas) �� Tirando tudo do interior (relógios construídos perfeitamente)Tirando tudo do interior (relógios construídos perfeitamente) GottfriedGottfried LeibnizLeibniz A Harmonia PreestabelecidaA Harmonia Preestabelecida A harmonia preestabelecida garante a perfeita correspondência A harmonia preestabelecida garante a perfeita correspondência entre as representações das várias entre as representações das várias mônadasmônadas e a realidadee a realidade As As mônadasmônadas não tem portas nem janelas mas Deus colocou não tem portas nem janelas mas Deus colocou nelas representações iguais ao que está fora delanelas representações iguais ao que está fora dela Elas no entanto são livres, apetecem livremente. É que Deus já Elas no entanto são livres, apetecem livremente. É que Deus já sabe agora o que ela escolherásabe agora o que ela escolherá Deus existe pela prova ontológica, e pelo fato de que a razão Deus existe pela prova ontológica, e pelo fato de que a razão que explica o ser não pode ser encontrado nas coisas que explica o ser não pode ser encontrado nas coisas contingentes, portanto, é necessáriacontingentes, portanto, é necessária O Ser necessário é possível, logo, se é necessário, existeO Ser necessário é possível, logo, se é necessário, existe 9 GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Os mundos possíveisOs mundos possíveis São essências todas as coisas que são pensáveis sem São essências todas as coisas que são pensáveis sem contradição, vale dizer, todos os possíveis. Existência é a contradição, vale dizer, todos os possíveis. Existência é a concretização da essênciaconcretização da essência Existem muitos mundos contrafactuais possíveis, mas a Existem muitos mundos contrafactuais possíveis, mas a realização de um implica na não realização de outrorealização de um implica na não realização de outro Logo se é este que existe, este era o melhor dos mundos Logo se é este que existe, este era o melhor dos mundos possíveispossíveis Deus não tinha necessidade metafísica de criar esse mundo, Deus não tinha necessidade metafísica de criar esse mundo, mas tinha um imperativo moralmas tinha um imperativo moral O mal portanto deriva da O mal portanto deriva da finitudefinitude dos entes criados, e no ser dos entes criados, e no ser humano, fruto de sua liberdade de se desviar de seus finshumano, fruto de sua liberdade de se desviar de seus fins GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Verdades de fato e de razãoVerdades de fato e de razão Entre tudo o que é possível mas não necessário, só alguns são levados Entre tudo o que é possível mas não necessário, só alguns são levados a existência. Proposições que descrevem isso, são a existência. Proposições que descrevem isso, são verdades de fatoverdades de fato Mas há verdades necessárias, existentes em todos os mundos Mas há verdades necessárias, existentes em todos os mundos possíveis, pois baseadas na identidade, possíveis, pois baseadas na identidade, nãonão--contradiçãocontradição e terceiro e terceiro excluído: são as excluído: são as verdades de razãoverdades de razão VERDADES DE FATOVERDADES DE FATO: dizem respeito a acontecimentos contingentes, : dizem respeito a acontecimentos contingentes, que poderiam ou não existir, sendo tais que seus opostos são possíveis que poderiam ou não existir, sendo tais que seus opostos são possíveis (ex: estar sentado agora, a cor do céu ou um acontecimento histórico)(ex: estar sentado agora, a cor do céu ou um acontecimento histórico) VERDADES DE RAZÃOVERDADES DE RAZÃO: dizem respeito a seres necessários, que : dizem respeito a seres necessários, que precisam existir, sendo tais que seus opostos são impossíveis (ex: precisam existir, sendo tais que seus opostos são impossíveis (ex: soma dos ângulos de um triângulo, teoremas lógicos)soma dos ângulos de um triângulo, teoremas lógicos) GottfriedGottfried LeibnizLeibniz Verdades de fato e de razãoVerdades de fato e de razão As verdades de fato poderiam não existir, não existem por As verdades de fato poderiam não existir, não existem por necessidade do sernecessidade do ser Portanto, se existem, tem uma razão precisa para existirPortanto, se existem, tem uma razão precisa para existir PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTEPRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE: toda coisa que acontece de : toda coisa que acontece de fato tem uma razão que é suficiente para determinar porque fato tem uma razão que é suficiente para determinar porque aconteceu e porque aconteceu desta formaaconteceu e porque aconteceu desta forma Não temos como determinar todas as razões suficientes da Não temos como determinar todas as razões suficientes da longa cadeia que gerou cada acontecimento em particularlonga cadeia que gerou cada acontecimento em particular A criação do mundo não é uma questão de necessidade, mas de A criação do mundo não é uma questão de necessidade, mas de razão suficiente: o mundo é contingenterazão suficiente: o mundo é contingente GottfriedGottfried LeibnizLeibniz CríticasCríticas A teoria da harmonia preestabelecida, embora consistente, é A teoria da harmonia preestabelecida, embora consistente, é inverossímil, e dispensa a necessidade do mundoinverossímil, e dispensa a necessidade do mundo A tese da A tese da mônadamônada leibnizianaleibniziana o obriga a admitir que todas as o obriga a admitir que todas as ideias possíveis (e não só as inatas) estão na mente humanaideias possíveis (e não só as inatas) estão na mente humana Voltaire criticaria severamente a tese do “melhor dos mundos Voltaire criticaria severamente a tese do “melhor dos mundos possíveis” imortalizando o Dr. possíveis” imortalizando o Dr. PanglossPangloss no romance “Cândido”no romance “Cândido” Muitos comentadores acusaram a liberdade no sistema Muitos comentadores acusaram a liberdade no sistema leibnizianoleibniziano de ser uma farsa, já que desde sempre toda a de ser uma farsa, já que desde sempre toda a sucessão sucessão de representações já está programada de representações já está programada na na mônadamônada 1 Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia Kant e IluminismoKant e Iluminismo Gustavo Arja Castañon Linha do TempoLinha do Tempo Thales VI AC O surgimento da Filosofia Cristianismo Platão Agostinho Metafísica 428-347 Ano 1 Começo da Era Cristã 1224-74 Tomás de Aquino Escolástica Antiga 354-430 Patrística Medieval Descartes Racionalismo Moderna Kant 1781 Criticismo Contemporânea 1637 Linha do Tempo:ModernaLinha do Tempo: Moderna Galileu 1564-642 de Cusa Hume Copérnico Ceticismo metafísico 1711-7761401-464 Neoplatonismo 1452-519 Da Vinci Mecanicismo 1543 Heliocentrismo Renascimento Descartes Racionalismo Escolástica Lutero 1483-546 Protestantismo 1637 Ciência Moderna Locke Empirismo 1632-704 Revolução Científica 1687 Newton Gravitação Leibniz 1646-716 Cálculo Modernidade Kant 1781 Criticismo ImannuelImannuel KantKant (1724(1724--1804)1804) CriticismoCriticismo ApriorismoApriorismo Eu transcendentalEu transcendental ConstrutivismoConstrutivismo Imperativo categóricoImperativo categórico “O céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim” 2 ImannuelImannuel KantKant (1724(1724--1804)1804) Tentativa de superação tanto do racionalismo como do empirismo, Tentativa de superação tanto do racionalismo como do empirismo, assim como também do dogmatismo e do ceticismoassim como também do dogmatismo e do ceticismo O conhecimento sensível não nos revela as coisas como são, elas são O conhecimento sensível não nos revela as coisas como são, elas são representadas como aparecem para o sujeito e não como são representadas como aparecem para o sujeito e não como são em siem si. . Por isso nos apresenta Por isso nos apresenta fenômenosfenômenos.. Já o conhecimento intelectivo é faculdade de representar aqueles Já o conhecimento intelectivo é faculdade de representar aqueles aspectos das coisas que, por sua própria natureza, não podem ser aspectos das coisas que, por sua própria natureza, não podem ser captados com os sentidos, os captados com os sentidos, os númenosnúmenos São conceitos do intelecto, por exemplo, os de possibilidade, São conceitos do intelecto, por exemplo, os de possibilidade, existência, necessidade e semelhança, que obviamente, não derivam existência, necessidade e semelhança, que obviamente, não derivam dos sentidos. dos sentidos. Assim, o que conhecemos do mundo são fenômenos, não Assim, o que conhecemos do mundo são fenômenos, não númenosnúmenos ImannuelImannuel KantKant Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos JUÍZOJUÍZO: toda sentença composta de um sujeito e de um : toda sentença composta de um sujeito e de um predicado na qual é afirmada alguma característica do sujeito predicado na qual é afirmada alguma característica do sujeito no predicado (“X é Y”, “X tem Y”, “X causou Y”, etc.)no predicado (“X é Y”, “X tem Y”, “X causou Y”, etc.) Juízos são analíticos ou sintéticos e Juízos são analíticos ou sintéticos e a prioria priori ou ou a a posterioriposteriori. . Juízo Juízo a priori a priori afirma algo que foi obtido de forma independente afirma algo que foi obtido de forma independente da experiência sensívelda experiência sensível Juízo Juízo a a posterioriposteriori afirma algo que foi obtido somente pela afirma algo que foi obtido somente pela experiência, experiência, posteriormenteposteriormente a experiência sensível. a experiência sensível. Juízo Juízo analíticoanalítico é fruto somente da análise do sujeito, sem é fruto somente da análise do sujeito, sem acréscimo de nenhuma informação nova sobre eleacréscimo de nenhuma informação nova sobre ele Juízo Juízo sintéticosintético acrescenta informação à definição do conceitoacrescenta informação à definição do conceito ImannuelImannuel KantKant Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos Existem três categorias de juízos nos quais todos podem ser Existem três categorias de juízos nos quais todos podem ser enquadrados, e que a ciência depende de uma delas. Estas são:enquadrados, e que a ciência depende de uma delas. Estas são: a) a) Juízo analítico a prioriJuízo analítico a priori: : O predicado está contido no sujeito e, O predicado está contido no sujeito e, portanto, pode ser extraído da pura análise do sujeito. Ex: portanto, pode ser extraído da pura análise do sujeito. Ex: TodoTodo triângulo tem três lados. Os triângulo tem três lados. Os juízos lógicosjuízos lógicos são desta naturezasão desta natureza b) b) Juízo sintético a Juízo sintético a posterioriposteriori: : O predicado acrescenta algo de novo O predicado acrescenta algo de novo ao sujeito, algo que não é derivado de uma mera análise. Ex: ao sujeito, algo que não é derivado de uma mera análise. Ex: EsteEste triângulo é vermelho. O juízo sintético amplia sempre o triângulo é vermelho. O juízo sintético amplia sempre o conhecimentoconhecimento c) c) Juízo sintético a prioriJuízo sintético a priori:: a um só tempo acrescenta algo de novo ao a um só tempo acrescenta algo de novo ao sujeito (sintético) e também não depende da experiência, ou seja, é sujeito (sintético) e também não depende da experiência, ou seja, é universal e necessário (a priori). Ex: todo triângulo tem sua área universal e necessário (a priori). Ex: todo triângulo tem sua área calculada em função de sua base multiplicada por sua altura e calculada em função de sua base multiplicada por sua altura e dividida por doisdividida por dois ImannuelImannuel KantKant Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos Os juízos sintéticos a priori unem a Os juízos sintéticos a priori unem a aprioridadeaprioridade, ou seja, , ou seja, universalidade e a necessidadeuniversalidade e a necessidade Nestes conceitos, ultrapassamos o conceito de triângulo ou de Nestes conceitos, ultrapassamos o conceito de triângulo ou de matéria para acrescentarmatéria para acrescentar--lhes lhes a prioria priori algo que não algo que não pensávamos nele. pensávamos nele. Assim temos três tipos de juízos, e três fundamentos diferentes Assim temos três tipos de juízos, e três fundamentos diferentes para eles. Lógica para o para eles. Lógica para o juízo analítico a priori, experiência para juízo analítico a priori, experiência para juízo sintético a juízo sintético a posterioriposteriori. E o . E o juízo sintético a priori?juízo sintético a priori? O grande tema da O grande tema da Crítica Crítica é o fundamento do é o fundamento do juízo sintético a juízo sintético a prioripriori. Kant acredita que sua fundamentação carrega em si a . Kant acredita que sua fundamentação carrega em si a fundamentação da ciência como um todofundamentação da ciência como um todo 3 ImannuelImannuel KantKant ConstrutivismoConstrutivismo O Construtivismo é o que Kant apelidou de sua “revolução copernicana” O Construtivismo é o que Kant apelidou de sua “revolução copernicana” na Filosofiana Filosofia Quando demonstramos um teorema em geometria, não nos baseamos na Quando demonstramos um teorema em geometria, não nos baseamos na figura concreta, mas representamos, por nossos próprios conceitos (por figura concreta, mas representamos, por nossos próprios conceitos (por construção), o objeto geométrico em questão.construção), o objeto geométrico em questão. O produzindo, podemos saber alguma coisa a priori, pois sabemos não O produzindo, podemos saber alguma coisa a priori, pois sabemos não atribuir ao objeto senão aquilo que nós próprios colocamos nele.atribuir ao objeto senão aquilo que nós próprios colocamos nele. A razão só vê aquilo que ela própria produz segundo seu projeto, e que, A razão só vê aquilo que ela própria produz segundo seu projeto, e que, com os princípios dos seus juízos segundo leis imutáveis, ela deve estar com os princípios dos seus juízos segundo leis imutáveis, ela deve estar na frente e obrigar a natureza a responder às suas perguntas. na frente e obrigar a natureza a responder às suas perguntas. A razão procura na natureza o que põe nela, e necessita de um plano, ou A razão procura na natureza o que põe nela, e necessita de um plano, ou seja, de uma hipótese prévia. seja, de uma hipótese prévia. ImannuelImannuel KantKant ConstrutivismoConstrutivismo Afirma Kant em “A Crítica da Razão Pura”:Afirma Kant em “A Crítica da Razão Pura”: ��“A razão, tendo por um lado os seus princípios, únicos a poderem dar aos “A razão, tendo por um lado os seus princípios, únicos a poderem dar aos fenômenos concordantes a autoridade de leis e, por outro, a experimentação, que fenômenos concordantes a autoridade de leis e, por outro, a experimentação, que imaginou segundo estes princípios, deve ir ao encontro da natureza, para ser por imaginou segundo estes princípios, deve ir ao encontro da natureza, para ser por esta ensinada, é certo, mas não na qualidade de aluno que aceita tudo o que o esta ensinada, é certo, mas não na qualidade de aluno que aceita tudo o que o mestre afirma, antes na de juiz investido nas suas funções, que obriga as mestre afirma, antes na de juiz investido nas suas funções, que obriga as testemunhas a responder aos quesitos que lhes apresenta. Assim, a própria física testemunhas a responder aos quesitos que lhes apresenta. Assim, a própria física tem de agradecer a revolução, tão proveitosa, do seu modo de pensar, unicamente tem de agradecer a revolução, tão proveitosa, do seu modo de pensar, unicamente à à idéiaidéia de procurar na natureza (não imaginar), segundo o que a razão nela pôs, o de procurar na natureza (não imaginar), segundo o que a razão nela pôs, o que nela deverá aprender e que por si só não alcançaria saber (...).” (1974, p.18)que nela deverá aprender e que por si só não alcançaria saber (...).” (1974, p.18) ImannuelImannuel KantKant ConstrutivismoConstrutivismo Até então, se havia tentado explicar o conhecimento supondo que o Até então, se havia tentado explicar o conhecimento supondo que o era o objeto que determinava, num sujeito passivo, uma era o objeto que determinava, num sujeito passivo, uma representação de si mesmorepresentação de si mesmo Kant inverteu estes papéis, afirmando que não é o sujeito que, Kant inverteu estes papéis, afirmando que não é o sujeito que, conhecendo, descobre as leis do objeto, mas sim, ao contrário, que é conhecendo, descobre as leis do objeto, mas sim, ao contrário, que é o objeto, quando é conhecido, que se adapta às leis do sujeito que o o objeto, quando é conhecido, que se adapta às leis do sujeito que o conhececonhece É o sujeito, na atividade de representar o objeto, que o enquadra, É o sujeito, na atividade de representar o objeto, que o enquadra, ativamente, nas formas ativamente, nas formas a prioria priori de sua mente, de sua mente, construindoconstruindo a a representação desterepresentação deste O construtivismo responde que o fundamento dos juízos sintéticos O construtivismo responde que o fundamento dos juízos sintéticos a a prioripriori é o próprio sujeito que sente e pensa, ou melhor, é o sujeito é o próprio sujeito que sente e pensa, ou melhor, é o sujeito com as leis da sua sensibilidade (sentidos) e do seu intelecto (razão)com as leis da sua sensibilidade (sentidos) e do seu intelecto (razão) ImannuelImannuel KantKant TranscendentalTranscendental Kant chama “transcendental” todo o conhecimento que não se Kant chama “transcendental” todo o conhecimento que não se relaciona com objetos, mas sim com o nosso próprio modo de relaciona com objetos, mas sim com o nosso próprio modo de conhecer os objetosconhecer os objetos Transcendental é o conhecimento da própria razão e da Transcendental é o conhecimento da própria razão e da própria sensibilidade através das quais conhecemos o mundoprópria sensibilidade através das quais conhecemos o mundo Os “modos de conhecer a priori do sujeito” são a sensibilidade Os “modos de conhecer a priori do sujeito” são a sensibilidade e o intelecto; portanto, Kant chama de transcendentais os e o intelecto; portanto, Kant chama de transcendentais os modos ou as estruturas da sensibilidade e do intelectomodos ou as estruturas da sensibilidade e do intelecto Essas estruturas são Essas estruturas são a prioria priori, precisamente porque são , precisamente porque são próprias do sujeito e não do objeto, mas são estruturas de tal próprias do sujeito e não do objeto, mas são estruturas de tal natureza que representam as condições sem as quais não é natureza que representam as condições sem as quais não é possível nenhuma experiência de nenhum objetopossível nenhuma experiência de nenhum objeto 4 ImannuelImannuel KantKant Glossário KantGlossário Kant SensaçãoSensação: uma ação que o objeto produz sobre o sujeito, modificando: uma ação que o objeto produz sobre o sujeito, modificando--o.o. SensibilidadeSensibilidade: Faculdade que temos de receber as sensações, de sermos : Faculdade que temos de receber as sensações, de sermos modificados pelos objetosmodificados pelos objetos IntuiçãoIntuição: é o conhecimento imediato dos objetos, sem reflexão. O intelecto : é o conhecimento imediato dos objetos, sem reflexão. O intelecto humano não intui, mas, quando pensa, referehumano não intui, mas, quando pensa, refere--se sempre aos dados que lhe são se sempre aos dados que lhe são fornecidos pela sensibilidadefornecidos pela sensibilidade Intuição sensívelIntuição sensível: aquele conhecimento imediato sensível próprio da : aquele conhecimento imediato sensível próprio da sensibilidadesensibilidade FenômenoFenômeno: o objeto da intuição sensível, que significa aparição ou manifestação : o objeto da intuição sensível, que significa aparição ou manifestação para a consciênciapara a consciência Intuição puraIntuição pura: conhecimento imediato das formas da sensibilidade consideradas : conhecimento imediato das formas da sensibilidade consideradas prescindindo da matériaprescindindo da matéria Formas da sensibilidadeFormas da sensibilidade: São as intuições puras, somente o : São as intuições puras, somente o espaçoespaço e e o tempoo tempo ImannuelImannuel KantKant Estética transcendentalEstética transcendental Doutrina do conhecimento sensível e de suas formas a priori. Estudo Doutrina do conhecimento sensível e de suas formas a priori. Estudo do modo como o homem recebe as sensações e como se forma o do modo como o homem recebe as sensações e como se forma o conhecimento sensível.conhecimento sensível. O nosso conhecimento se divide em dois ramos: conhecimento dos O nosso conhecimento se divide em dois ramos: conhecimento dos sentidos e conhecimento do intelecto. Os objetos nos são dados sentidos e conhecimento do intelecto. Os objetos nos são dados pelos sentidos, ao passo que são pensados pelo intelecto.pelos sentidos, ao passo que são pensados pelo intelecto. Espaço e tempo não existem objetivamente, “lá fora”, são formas Espaço e tempo não existem objetivamente, “lá fora”, são formas através das quais nossa mente organiza o mundo.através das quais nossa mente organiza o mundo. O espaço é a forma do sentido externo, ou seja, a condição à qual O espaço é a forma do sentido externo, ou seja, a condição à qual deve satisfazer a representação sensível de objetos externosdeve satisfazer a representação sensível de objetos externos O tempo é a forma do sentido interno. Assim, o espaço abarca todas O tempo é a forma do sentido interno. Assim, o espaço abarca todas as coisas que podem aparecer exteriormente e o tempo abarca todas as coisas que podem aparecer exteriormente e o tempo abarca todas as coisas que podem aparecer interiormenteas coisas que podem aparecer interiormente ImannuelImannuel KantKant Estética transcendentalEstética transcendental Kant nega que espaço e tempo sejam inerentes às coisas porque outros seres, distintos dos Kant nega que espaço e tempo sejam inerentes às coisas porque outros seres, distintos dos homens, poderiam captar as coisas homens, poderiam captar as coisas nãonão--espacialmenteespacialmente e e nãonão--temporalmentetemporalmente Nós só captamos as coisas como espacial e temporalmente determinadas porque temos Nós só captamos as coisas como espacial e temporalmente determinadas porque temos uma sensibilidade assim configurada(morcego)uma sensibilidade assim configurada (morcego) Assim, o espaço e o tempo têm “realidade empírica” porque nenhum objeto pode ser dado Assim, o espaço e o tempo têm “realidade empírica” porque nenhum objeto pode ser dado aos nossos sentidos sem se submeter a eles, mas são transcendentes porque não são aos nossos sentidos sem se submeter a eles, mas são transcendentes porque não são inerentes às coisas como suas condições, mas apenas “formas da nossa intuição sensível” inerentes às coisas como suas condições, mas apenas “formas da nossa intuição sensível” (não são formas do objeto, mas sim formas do sujeito)(não são formas do objeto, mas sim formas do sujeito) Ainda que levássemos essa nossa intuição ao mais alto grau de clareza, não estaríamos Ainda que levássemos essa nossa intuição ao mais alto grau de clareza, não estaríamos nos aproximando mais da natureza dos objetos em si. Em todo o caso, nós poderíamos nos aproximando mais da natureza dos objetos em si. Em todo o caso, nós poderíamos conhecer completamente o nosso modo de intuição, ou seja, a nossa própria sensibilidade. conhecer completamente o nosso modo de intuição, ou seja, a nossa própria sensibilidade. Por mais iluminado que seja o conhecimento dos fenômenos, nunca se tornaria conhecido Por mais iluminado que seja o conhecimento dos fenômenos, nunca se tornaria conhecido para nós o que poderiam ser os objetos em si mesmos, os para nós o que poderiam ser os objetos em si mesmos, os númenosnúmenos, que provocam em nós , que provocam em nós os fenômenos. Tais como são em si, os objetos só podem ser conhecidos pela intuição os fenômenos. Tais como são em si, os objetos só podem ser conhecidos pela intuição própria do intelecto que os construiu (Deus) nos atos mesmos em que os constrói. própria do intelecto que os construiu (Deus) nos atos mesmos em que os constrói. ImannuelImannuel KantKant Estética transcendentalEstética transcendental Portanto, a nossa intuição sensível, precisamente porque não é originária (não cria o Portanto, a nossa intuição sensível, precisamente porque não é originária (não cria o mundo), é sensível, ou seja, não é produtora dos seus conteúdos, mas é dependente da mundo), é sensível, ou seja, não é produtora dos seus conteúdos, mas é dependente da existência de objetos que agem sobre o sujeito modificandoexistência de objetos que agem sobre o sujeito modificando--oo AssimAssim a forma a forma do conhecimento empírico depende de nós, masdo conhecimento empírico depende de nós, mas o conteúdo o conteúdo não depende de não depende de nós, sendonós, sendo--nos dadonos dado É assim que Kant pretende ter resolvido a disputa entre racionalistas e empiristas acerca da É assim que Kant pretende ter resolvido a disputa entre racionalistas e empiristas acerca da origem do conhecimento sobre o mundo: sua forma vem da razão e é inata, seu conteúdo origem do conhecimento sobre o mundo: sua forma vem da razão e é inata, seu conteúdo vem da experiência sensorial e é adquiridavem da experiência sensorial e é adquirida Os fundamentos da geometria e da matemática estão na forma, ou seja, na intuição pura do Os fundamentos da geometria e da matemática estão na forma, ou seja, na intuição pura do espaço e do tempo, e exatamente por isso têm universalidade e necessidade absolutasespaço e do tempo, e exatamente por isso têm universalidade e necessidade absolutas Todos os juízos sintéticos a priori da geometria dependem da intuição a priori do espaço. Todos os juízos sintéticos a priori da geometria dependem da intuição a priori do espaço. Assim, voltando novamente à pergunta de como são possíveis os juízos sintéticos a priori, Assim, voltando novamente à pergunta de como são possíveis os juízos sintéticos a priori, responderesponde--se que porque consistem em “intuições puras a priori, espaço e tempo”se que porque consistem em “intuições puras a priori, espaço e tempo” Tais juízos no entanto não vão além dos objetos dos sentidos valendo apenas para objetos Tais juízos no entanto não vão além dos objetos dos sentidos valendo apenas para objetos de uma experiência possível, mas não para osde uma experiência possível, mas não para os númenosnúmenos.. 5 ImannuelImannuel KantKant Analítica transcendentalAnalítica transcendental Estudo do conhecimento intelectivo e de suas formas Estudo do conhecimento intelectivo e de suas formas a prioria priori Estética, na terminologia de Kant, é o estudo das formas das sensações. Estética, na terminologia de Kant, é o estudo das formas das sensações. Analítica, o estudo das formas da razão.Analítica, o estudo das formas da razão. A intuição do sensível (derivada das sensações) e os conceitos (derivados do A intuição do sensível (derivada das sensações) e os conceitos (derivados do raciocínio), constituem os elementos de todo o nosso conhecimentoraciocínio), constituem os elementos de todo o nosso conhecimento Nem os conceitos, sem que de alguma forma lhes corresponda uma intuição, Nem os conceitos, sem que de alguma forma lhes corresponda uma intuição, nem a intuição, sem os conceitos, podem nos dar o conhecimentonem a intuição, sem os conceitos, podem nos dar o conhecimento Sem sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem intelecto, nenhum Sem sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem intelecto, nenhum objeto seria pensadoobjeto seria pensado Para Kant, sem conteúdo os pensamentos são Para Kant, sem conteúdo os pensamentos são vaziosvazios; sem conceitos, as ; sem conceitos, as intuições são intuições são cegascegas