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1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
Gustavo Gustavo ArjaArja CastañonCastañon
PORQUE EXISTE O SER E NÃO O NADA ?PORQUE EXISTE O SER E NÃO O NADA ?
Existe o ser. Então...Existe o ser. Então...
O que é o ser?O que é o ser?
ONTOLOGIAONTOLOGIA
Como podemos conhecer o ser?Como podemos conhecer o ser?
EPISTEMOLOGIAEPISTEMOLOGIA
O que devemos fazer?O que devemos fazer?
ÉTICAÉTICA
FilosofiaFilosofia
Termo cunhado por PitágorasTermo cunhado por Pitágoras
Conteúdo: todo o realConteúdo: todo o real
Método: razãoMétodo: razão
Objetivo: puro valor da verdadeObjetivo: puro valor da verdade
Motor: “Motor: “thaumatzeinthaumatzein””
2
Disciplinas FilosóficasDisciplinas Filosóficas Alegações de ConhecimentoAlegações de Conhecimento
Mito Religião
Senso 
comum
Filosofia Ciência
Origem Tradição
Palavra
sagrada Experiência Razão 
Razão e 
experiência
Método Transmissão Hermenêutica Prática Lógica Experimental 
Proceder Acrítico Acrítico Acrítico Crítico Crítico 
Conjunto Assistemático Sistemático Assistemático Sistemático Sistemático 
Alegações Infalsificáveis Infalsificáveis Falsificáveis Infalsificáveis Falsificáveis 
A maior das revoluçõesA maior das revoluções
Filosofia tornou possível a civilização ocidentalFilosofia tornou possível a civilização ocidental
Razão pura como revolução ocidentalRazão pura como revolução ocidental
Há ideias que impossibilitam a mudançaHá ideias que impossibilitam a mudança
Espírito Espírito teoréticoteorético puro: conhecer por conhecerpuro: conhecer por conhecer
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
3
Antiga
(~500AC-~400DC)
Medieval
(~400-1637)
Moderna
(1637-1781)
Contemporânea
(1781- )
Pré-socráticos
Sofistas
Sócrates
Platão
Aristóteles
Estóicos
Epicuro
Agostinho
Anselmo
Tomás de Aquino 
Ockham
Descartes
Bacon
Locke
Leibniz
Hobbes
Spinoza 
Malebranche
Hume
Kant
Hegel
Schopenhauer
Nietzsche
Marx
Comte
Husserl
Frege
Russell
Wittgenstein
Popper
Sartre
Heidegger
Principais FilósofosPrincipais Filósofos Condições sociaisCondições sociais
Religião sem textos canônicos e Religião sem textos canônicos e OrfismoOrfismo
Democracia e classe de artesãos e comerciantesDemocracia e classe de artesãos e comerciantes
Riqueza de parte da populaçãoRiqueza de parte da população
Convívio com diferentes culturasConvívio com diferentes culturas
Grécia AntigaGrécia Antiga Novas IdeiasNovas Ideias
PHYSIS PHYSIS –– Mundo natural fechado em si mesmoMundo natural fechado em si mesmo
CAUSALIDADE CAUSALIDADE –– causa e efeito são naturaiscausa e efeito são naturais
ARCHÉ ARCHÉ –– (origem) elemento primordial, causa (origem) elemento primordial, causa incausadaincausada
COSMOS COSMOS –– (ordem) universo é cosmos: ordem e beleza(ordem) universo é cosmos: ordem e beleza
LOGOS LOGOS –– (discurso, argumento) razão(discurso, argumento) razão
CRÍTICA CRÍTICA –– argumentos são questionáveisargumentos são questionáveis
4
Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
CristianismoPlatão Agostinho
Metafísica
428-347 Ano 1
Era Cristã
470-399
Sócrates
Lógica
Physis
354-430
Filosofia Cristã
Estoicismo
300ac~200dc
Determinismo
Plotino
204-270
Parmênides
V AC
Dialética
Monismo
Aristóteles
384-322
Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo
Epicuro
341-271
Hedonismo
Heilocentrismo
Thales de MiletoThales de Mileto
(final VII (final VII a.c.a.c. até metade de VI até metade de VI a.c.a.c.))
Obra: “Sobre a natureza” Obra: “Sobre a natureza” 
Arché: Princípio (origem, destino e sustentáculo)Arché: Princípio (origem, destino e sustentáculo)
Princípio de vida é a águaPrincípio de vida é a água
Tudo está pleno de deuses: Tudo está pleno de deuses: panpsiquismopanpsiquismo. . 
(exemplo do ímã)(exemplo do ímã)
AnaximandroAnaximandro
(fim VII (fim VII a.c.a.c. até segunda metade VI até segunda metade VI a.c.a.c.))
Obra: “Sobre a natureza”Obra: “Sobre a natureza”
Arché é o infinito (água é derivada)Arché é o infinito (água é derivada)
AA--peironpeiron: privado de limites: privado de limites
O divino não morre nem nasceO divino não morre nem nasce
Primeiras ideias de evolução das espécies e de Primeiras ideias de evolução das espécies e de 
gravidadegravidade
AnaxímenesAnaxímenes
(séc.VII A.C.)(séc.VII A.C.)
Obra: “Sobre a natureza”Obra: “Sobre a natureza”
Arché é o arArché é o ar
Frio é condensação e calor é dilataçãoFrio é condensação e calor é dilatação
5
HeráclitoHeráclito
(entre VI e V (entre VI e V a.c.a.c.))
PantaPanta rheirhei: Tudo se move: Tudo se move
“Não se pode descer duas vezes o mesmo rio”“Não se pode descer duas vezes o mesmo rio”
Tudo passa de um contrário ao outro. A guerra é a Tudo passa de um contrário ao outro. A guerra é a 
mãe de todas as coisasmãe de todas as coisas
Não se conheceria sequer o nome da justiça, se ela Não se conheceria sequer o nome da justiça, se ela 
não fosse ofendidanão fosse ofendida
Harmonia dos contrários: “o caminho de descida e Harmonia dos contrários: “o caminho de descida e 
de subida são o mesmo caminho”de subida são o mesmo caminho”
Deus é a harmonia dos contráriosDeus é a harmonia dos contrários
Fogo (inteligência) é o archéFogo (inteligência) é o arché
Sentidos enganamSentidos enganam
PitágorasPitágoras
(final VI (final VI a.c.a.c. -- início V início V a.c.a.c.))
Número é o princípio (não era um ente abstrato)Número é o princípio (não era um ente abstrato)
Música é matemáticaMúsica é matemática
Tudo é número, número é ordem, então tudo é ordemTudo é número, número é ordem, então tudo é ordem
�� “Girando segundo o número e a harmonia, os céus produzem “Girando segundo o número e a harmonia, os céus produzem 
uma celeste música de esferas, belíssimas consonâncias, que uma celeste música de esferas, belíssimas consonâncias, que 
os nossos ouvidos não percebem ou não sabem mais distinguir os nossos ouvidos não percebem ou não sabem mais distinguir 
porque foram acostumados desde sempre a ouviporque foram acostumados desde sempre a ouvi--la”.la”.
PitagorismoPitagorismo: mistérios, ascetismo, : mistérios, ascetismo, orfismoorfismo e ocultismoe ocultismo
Função da vida é libertar a alma do corpoFunção da vida é libertar a alma do corpo
Defesa da vida contemplativaDefesa da vida contemplativa
ParmênidesParmênides
(entre VI e V (entre VI e V a.c.a.c.))
Ser é pensarSer é pensar
“o ser é e não pode não ser, o não ser não é e não “o ser é e não pode não ser, o não ser não é e não 
pode ser de modo algum”.pode ser de modo algum”.
Ser é Ser é incriadoincriado
O Ser é incorruptívelO Ser é incorruptível
O Ser é eterno (O Ser é eterno (pqpq passado e futuro não existem)passado e futuro não existem)
O ser é imutávelO ser é imutável
O ser é completo portanto finito!O ser é completo portanto finito!
Razão (conhece) X Sentidos (revelam o não ser e o Razão (conhece) X Sentidos (revelam o não ser e o 
movimento)movimento)
EleatasEleatas
MELISSO (MELISSO (sécséc V V a.c.a.c.))
Ser é informeSer é informe
Ser é infinitoSer é infinito
ZENON (ZENON (sécséc V V a.ca.c.).)
Demonstração por absurdoDemonstração por absurdo
Flecha está em repouso, pois em cada instante está Flecha está em repouso, pois em cada instante está 
em repousoem repouso
Aquiles não pode alcançar a tartarugaAquiles não pode alcançar a tartaruga
O movimento é relativo, não essencialO movimento é relativo, não essencial
Não pode haver múltiplos seresporque entre eles Não pode haver múltiplos seres porque entre eles 
haverão outros múltiplos seres e assim por diante.haverão outros múltiplos seres e assim por diante.
6
MobilismoMobilismo X MonismoX Monismo
EleatasEleatas
O Ser é, o O Ser é, o nãonão--serser não é.não é.
O movimento é ilusão.O movimento é ilusão.
Busca a essência da Busca a essência da 
realidade, aquilo que realidade, aquilo que 
permanece na mudança.permanece na mudança.
A realidade é única.A realidade é única.
HeráclitoHeráclito
““PantaPanta rheirhei” (tudo flui)” (tudo flui)
Tudo é movimento.Tudo é movimento.
A realidade tem uma A realidade tem uma 
unidade na pluralidade, unidade na pluralidade, 
uma unidade dos uma unidade dos 
opostos. opostos. 
PluralistasPluralistas
EMPÉDOCLES (~484 a.c a 421a.c.)EMPÉDOCLES (~484 a.c a 421a.c.)
Doutrina dos quatro elementosDoutrina dos quatro elementos
Amor une ódio separaAmor une ódio separa
ANAXÁGORAS (~500a.c a 428 ANAXÁGORAS (~500a.c a 428 a.c.a.c.))
Nascer é comporNascer é compor--se, morrer, dividirse, morrer, dividir--sese
Há vários elementos originais, as Há vários elementos originais, as homeomeriashomeomerias (partes iguais)(partes iguais)
Tudo está em tudo, em cada coisa há parte de cada coisa Tudo está em tudo, em cada coisa há parte de cada coisa 
(como se poderia produzir cabelo do trigo?)(como se poderia produzir cabelo do trigo?)
A inteligência ordenadora (a mais sutil de todas as coisas)A inteligência ordenadora (a mais sutil de todas as coisas)
Pluralistas: DemócritoPluralistas: Demócrito
(~460 (~460 a.c.a.c. a 390 a 390 a.c.a.c.))
O elemento é uma quantidade infinita de O elemento é uma quantidade infinita de aa--tomostomos
Os átomos variam de formaOs átomos variam de forma
Átomos, vazio e movimento: explicam tudoÁtomos, vazio e movimento: explicam tudo
Os fenômenos derivam do encontro dos átomos Os fenômenos derivam do encontro dos átomos 
com nossos sentidoscom nossos sentidos
Cheiros são átomos que se libertam das coisasCheiros são átomos que se libertam das coisas
Alma e inteligência são átomos superioresAlma e inteligência são átomos superiores
SofistasSofistas
Tentativa de resgate atual:Tentativa de resgate atual:
Democratizaram o “saber”Democratizaram o “saber”
Instituíram a remuneraçãoInstituíram a remuneração
Eram cidadãos da Eram cidadãos da HéladeHélade
Eram totalmente livres das amarras da tradiçãoEram totalmente livres das amarras da tradição
Tinham várias correntes e os últimos Tinham várias correntes e os últimos 
degeneraramdegeneraram
7
ProtágorasProtágoras
(~481a.c. a 410a.c.)(~481a.c. a 410a.c.)
Obra: “Antilogias”Obra: “Antilogias”
Homo mesuraHomo mesura: “O homem é a medida de todas as coisas; das : “O homem é a medida de todas as coisas; das 
que são por aquilo que são, e das que não são por aquilo que que são por aquilo que são, e das que não são por aquilo que 
não são”não são”
“Tal como algo aparece para mim, é para mim. Tal como “Tal como algo aparece para mim, é para mim. Tal como 
aparece pra ti, é para ti”aparece pra ti, é para ti”
Nega a existência de critério universal pra definir ser e Nega a existência de critério universal pra definir ser e nãonão--
serser, certo e errado. O que existe é o mais útil, certo e errado. O que existe é o mais útil
Este vento é frio? Para quem está com frio, é frio, para quem Este vento é frio? Para quem está com frio, é frio, para quem 
não está, não é.não está, não é.
Em torno de tudo há dois raciocínios que se contrapõem. Em torno de tudo há dois raciocínios que se contrapõem. 
Ensinar filosofia é ensinar a disputar um torneio de razõesEnsinar filosofia é ensinar a disputar um torneio de razões
Virtude é habilidade de fazer prevalecer sua posição sobre a Virtude é habilidade de fazer prevalecer sua posição sobre a 
opinião oposta.opinião oposta.
GórgiasGórgias
(485a.c. a 380a.c.)(485a.c. a 380a.c.)
O ser não existeO ser não existe: os filósofos chegam a conclusões : os filósofos chegam a conclusões 
contraditórias sobre o ser, logo, ele não pode sercontraditórias sobre o ser, logo, ele não pode ser
Se o ser existe, não pode ser cognoscívelSe o ser existe, não pode ser cognoscível: pode se : pode se 
pensar coisas que não existempensar coisas que não existem
Se o ser é pensável, não pode ser exprimívelSe o ser é pensável, não pode ser exprimível: a palavra : a palavra 
não pode expressar nada além dela mesmanão pode expressar nada além dela mesma
Sofistas NaturalistasSofistas Naturalistas
Lei é contra a naturezaLei é contra a natureza
Lei da natureza é verdade, lei positiva é Lei da natureza é verdade, lei positiva é doxadoxa
Descumprir a lei positiva sempreDescumprir a lei positiva sempre
TrasímacoTrasímaco: o justo é a vantagem do mais forte: o justo é a vantagem do mais forte
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
(Sócrates e Platão)(Sócrates e Platão)
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
CristianismoPlatão Agostinho
Metafísica
428-347 Ano 1
Era Cristã
470-399
Sócrates
Lógica
Physis
354-430
Filosofia Cristã
Estoicismo
300ac~200dc
Determinismo
Plotino
204-270
Parmênides
V AC
Dialética
Monismo
Aristóteles
384-322
Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo
Epicuro
341-271
Hedonismo
Heilocentrismo
SócratesSócrates
Uma revolução Uma revolução 
espiritualespiritual
Questão central: O que Questão central: O que 
é o homem?é o homem?
O homem é sua alma O homem é sua alma 
(consciência, (consciência, psychépsyché))“Conhece-te a ti mesmo”
2
SócratesSócrates
(470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c)
A questão das fontesA questão das fontes
Questão central: O que é o homem?Questão central: O que é o homem?
O homem é sua alma (consciência, O homem é sua alma (consciência, psychépsyché))
Corpo é instrumento de algo, almaCorpo é instrumento de algo, alma
ConheceConhece--te a ti mesmote a ti mesmo
SócratesSócrates
(470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c)
Virtude é o que aperfeiçoa cada coisa naquilo Virtude é o que aperfeiçoa cada coisa naquilo 
que ela é ou sua funçãoque ela é ou sua função
Virtude do ser humano o conhecimentoVirtude do ser humano o conhecimento
Riqueza, beleza, força, poder, fama, não são Riqueza, beleza, força, poder, fama, não são 
valores em si mesmosvalores em si mesmos
Intelectualismo socrático: Intelectualismo socrático: 
�� 1) Conhecimento é virtude, ignorância é vício1) Conhecimento é virtude, ignorância é vício
�� 2) Só se faz o mal por ignorância do bem2) Só se faz o mal por ignorância do bem
�� 3) Quem faz o mal espera extrair daí um bem.3) Quem faz o mal espera extrair daí um bem.
SócratesSócrates
(470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c)
AutoAuto--domíniodomínio da alma sobre o corpo é a base da da alma sobre o corpo é a base da 
virtude e felicidadevirtude e felicidade
Livre é o homem cuja alma domina o corpo, escravo Livre é o homem cuja alma domina o corpo, escravo 
o que é dominado pelos instintoso que é dominado pelos instintos
Conceito de homemConceito de homem--autarquia: quanto menos autarquia: quanto menos 
dependente do externo, mais felizdependente do externo, mais feliz
Felicidade é a ordem da alma assim como saúde é a Felicidade é a ordem da alma assim como saúde é a 
ordem do corpoordem do corpo
A virtude é seu próprio prêmio: alma ordenadaA virtude é seu próprio prêmio: alma ordenada
Só o próprio pode destruir a harmonia da alma Só o próprio podedestruir a harmonia da alma 
NãoNão--violênciaviolência socráticasocrática
SócratesSócrates
(470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c)
Argumento da existência de Deus:Argumento da existência de Deus:
�� 1) aquilo que é ordenado para alcançar um fim, é 1) aquilo que é ordenado para alcançar um fim, é 
necessariamente obra de uma inteligência. necessariamente obra de uma inteligência. 
�� 2) O universo é ordenado em todos os seus aspectos. 2) O universo é ordenado em todos os seus aspectos. 
�� 3) É portanto obra de uma inteligência ordenadora.3) É portanto obra de uma inteligência ordenadora.
A inteligência ordenadora não pode ser vista, A inteligência ordenadora não pode ser vista, 
mas nossa alma tão poucomas nossa alma tão pouco
Por ser portador de inteligência, provaPor ser portador de inteligência, prova--se que o se que o 
ser humano tem status especialser humano tem status especial
3
SócratesSócrates
(470 a 399 a.c)(470 a 399 a.c)
Dialética socrática: definição, refutação e maiêuticaDialética socrática: definição, refutação e maiêutica
“Só sei que nada sei” socrático não é ceticismo, só se “Só sei que nada sei” socrático não é ceticismo, só se 
compreende em comparação a Deus.compreende em comparação a Deus.
Mas em Sócrates está presente a concepção do saber Mas em Sócrates está presente a concepção do saber 
negativo pela primeira vez.negativo pela primeira vez.
Ironia é metódica: engrandecer o interlocutor até leváIronia é metódica: engrandecer o interlocutor até levá--lo ao lo ao 
ridículo ou contradição.ridículo ou contradição.
O “Ta ti” socrático.O “Ta ti” socrático.
Refutação: forçava uma definição e levava o interlocutor a Refutação: forçava uma definição e levava o interlocutor a 
examináexaminá--la mostrando as contradiçõesla mostrando as contradições
Maiêutica: através de perguntas tenta levar o interlocutor a Maiêutica: através de perguntas tenta levar o interlocutor a 
alcançar o conhecimento dentro delealcançar o conhecimento dentro dele
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
A fundação da MetafísicaA fundação da Metafísica
A descoberta do ImaterialA descoberta do Imaterial
A descoberta do A descoberta do 
ConceitoConceito
A fundação da Teoria do A fundação da Teoria do 
ConhecimentoConhecimento
A fundação da Filosofia A fundação da Filosofia 
da Linguagemda Linguagem
A fundação da Filosofia A fundação da Filosofia 
PolíticaPolítica
A segunda navegação: a descoberta do imaterialA segunda navegação: a descoberta do imaterial
A fundação da metafísicaA fundação da metafísica
As verdadeiras causas não são físicas (ex: Sócrates preso)As verdadeiras causas não são físicas (ex: Sócrates preso)
O ser é cindido em dois: um material, fenomênico, sempre O ser é cindido em dois: um material, fenomênico, sempre 
mutante, e outro imaterial, pensável, sempre idênticomutante, e outro imaterial, pensável, sempre idêntico
Cosmos deixa de ser a totalidade das coisas que existem, Cosmos deixa de ser a totalidade das coisas que existem, 
para se tornar a totalidade das coisas que aparecempara se tornar a totalidade das coisas que aparecem
Essas entidades imateriais foram chamadas de ideias ou eidos Essas entidades imateriais foram chamadas de ideias ou eidos 
(forma)(forma)
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
O Mundo das Ideias (Hiperurânio)O Mundo das Ideias (Hiperurânio)
As As idéiasidéias são as essências das coisas, em outra palavra, o conceito. são as essências das coisas, em outra palavra, o conceito. 
(‘paradigma’)(‘paradigma’)
BeloBelo––emem--sisi, , BemBem--emem--sisi, expressões que marcam a não relatividade , expressões que marcam a não relatividade 
dos conceitosdos conceitos
Hiperurânio é um lugar Hiperurânio é um lugar nãonão--físicofísico
O sensível só se explica através do O sensível só se explica através do nãonão--sensívelsensível e o relativo através e o relativo através 
do universaldo universal
Resolução para o conflito Heráclito e ParmênidesResolução para o conflito Heráclito e Parmênides
Não existe o Não existe o nãonão--serser absoluto, mas existe o absoluto, mas existe o nãonão--serser como como 
alteridade, em relação a uma ideia.alteridade, em relação a uma ideia.
Mundo das ideias é hierárquico (hierarquia dos conceitos)Mundo das ideias é hierárquico (hierarquia dos conceitos)
No topo da hierarquia, a ideia incondicionada: o Bem (Uno)No topo da hierarquia, a ideia incondicionada: o Bem (Uno)
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
4
O mundo físico deriva das ideias como princípio formalO mundo físico deriva das ideias como princípio formal
É necessário que haja uma inteligência ordenadora, que É necessário que haja uma inteligência ordenadora, que 
pensa e quer, plasmando a chorapensa e quer, plasmando a chora
Demiurgo e Hiperurânio são eternos, mundo sensível Demiurgo e Hiperurânio são eternos, mundo sensível 
corruptívelcorruptível
Demiurgo criou o mundo porque era bomDemiurgo criou o mundo porque era bom
Mal no mundo é resultado da margem de Mal no mundo é resultado da margem de inadaptaçãoinadaptação da da 
matériamatéria
Tempo só começa com o mundo.Tempo só começa com o mundo.
Deus é estruturalmente múltiplo, nas doutrinas Deus é estruturalmente múltiplo, nas doutrinas nãonão--escritasescritas, , 
não.não.
Deus é a medida de todas as coisas (contra Protágoras)Deus é a medida de todas as coisas (contra Protágoras)
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
ConhecimentoConhecimento
É crença verdadeira justificada (É crença verdadeira justificada (TeetetoTeeteto, p.102), p.102)
Explicação racional é enumeração das partes e do nexo Explicação racional é enumeração das partes e do nexo 
entre elas.entre elas.
DefineDefine--se uma parte identificando o que a distingue das se uma parte identificando o que a distingue das 
demais (definição leva da opinião ao conhecimento)demais (definição leva da opinião ao conhecimento)
Contra o problema Contra o problema erísticoerístico (não se pode conhecer)(não se pode conhecer)
Erro é em função de aplicar a forma de cera Erro é em função de aplicar a forma de cera 
(representação mnemônica) de uma sensação antiga à (representação mnemônica) de uma sensação antiga à 
outra. (outra. (TeetetoTeeteto))
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
ConhecimentoConhecimento
As duas teses do Menon para a origem do conhecimento:As duas teses do Menon para a origem do conhecimento:
�� Conhecimento é Conhecimento é anamneseanamnese (justifica a maiêutica)(justifica a maiêutica)
�� Conhecimento parte de hipótese (para o mundo físico)Conhecimento parte de hipótese (para o mundo físico)
FedonFedon: prova da : prova da anamneseanamnese é presença de ideias sem correspondente é presença de ideias sem correspondente 
físico (círculo perfeito, igual, etc.)físico (círculo perfeito, igual, etc.)
Quase o inconsciente: (Quase o inconsciente: (TeetetoTeeteto, pág.98) Metáfora dos pensamentos , pág.98) Metáfora dos pensamentos 
como pombos, uns você tem à mão outros precisa aprender de novo, como pombos, uns você tem à mão outros precisa aprender de novo, 
trazendotrazendo--os à mão.os à mão.
Conhecimento é proporcional ao ser. O ser máximo é absolutamente Conhecimento é proporcional ao ser. O ser máximo é absolutamente 
conhecido, o conhecido, o nãonão--serser impossível. O sensível, com ser intermediário, impossível. O sensível, com ser intermediário, 
só passível de opinião (só passível de opinião (doxadoxa))
A A doxadoxa da coisa tem que se relacionar com sua ideia causal para se da coisa tem que se relacionar com sua ideia causal para se 
tornar tornar epistemeepisteme..
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
ArteArte
Arte é cópia de cópia: simulacroArte é cópia de cópia: simulacro
Em relação ao valor de verdade a Arte é nocivaEm relação ao valor de verdade a Arte é nociva
Retórica éadulação das massas e adulteração do Retórica é adulação das massas e adulteração do 
verdadeiro, jogando com impulsos e paixõesverdadeiro, jogando com impulsos e paixões
Verdadeira política não é a retórica, mas a filosofia: Verdadeira política não é a retórica, mas a filosofia: 
política é educaçãopolítica é educação
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
5
AmorAmor
Em Platão é o amor que se relaciona à beleza, não a arteEm Platão é o amor que se relaciona à beleza, não a arte
O amor platônico é o amor erótico, é desejoO amor platônico é o amor erótico, é desejo
O amor é um intermediário dos mundos, não é bom nem O amor é um intermediário dos mundos, não é bom nem 
belo: é sede de beleza e bondade.belo: é sede de beleza e bondade.
O verdadeiro amor é desejo do belo, do bom, do verdadeiro, O verdadeiro amor é desejo do belo, do bom, do verdadeiro, 
do eterno, do absoluto.do eterno, do absoluto.
Três níveis do amor: 1) de corpos; 2) de almas; 3) das ideiasTrês níveis do amor: 1) de corpos; 2) de almas; 3) das ideias
Amor é a nostalgia do Absoluto despertada pelo reflexo da Amor é a nostalgia do Absoluto despertada pelo reflexo da 
beleza em si nas coisasbeleza em si nas coisas
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
Ser HumanoSer Humano
Alma não pode ser atingida com a morte, ao contrário, é Alma não pode ser atingida com a morte, ao contrário, é 
beneficiadabeneficiada
Conhecimento é virtude: ao ampliar o conhecimento o Conhecimento é virtude: ao ampliar o conhecimento o 
ser humano sai da dimensão da aparência para o serser humano sai da dimensão da aparência para o ser
A alma é eterna porque é da mesma natureza das coisas A alma é eterna porque é da mesma natureza das coisas 
que concebe.que concebe.
Alma tripartite: Alma tripartite: 
�� Concupiscível (apetite: prazeres e impulsos),Concupiscível (apetite: prazeres e impulsos),
�� Irascível (emoção),Irascível (emoção),
�� RacionalRacional
Virtudes são temperança, coragem e sabedoriaVirtudes são temperança, coragem e sabedoria
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
Ser HumanoSer Humano
Fédon e os argumentos da imortalidade da alma:Fédon e os argumentos da imortalidade da alma:
�� Todo ser engendra seu oposto: logo assim como o que está Todo ser engendra seu oposto: logo assim como o que está 
morto vem do que está vivo, o que está vivo precisa vir do que morto vem do que está vivo, o que está vivo precisa vir do que 
está morto. (se não fosse assim, tudo acabaria morto)está morto. (se não fosse assim, tudo acabaria morto)
�� Reminiscência indica que adquirimos certos conhecimentos antes Reminiscência indica que adquirimos certos conhecimentos antes 
do nascimentodo nascimento
�� As ideias em si não são compostas, portanto não se decompõe. As ideias em si não são compostas, portanto não se decompõe. 
O corpo é composto e se decompõe. A alma pode conceber as O corpo é composto e se decompõe. A alma pode conceber as 
ideias, portanto é da mesma natureza que elasideias, portanto é da mesma natureza que elas
�� A alma traz a vida para o corpo, portanto ela carrega a vida em A alma traz a vida para o corpo, portanto ela carrega a vida em 
si. Não pode aceitar seu contrário.si. Não pode aceitar seu contrário.
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
Teoria do EstadoTeoria do Estado
ResRes publicapublica
Estado perfeito é tripartite como o ser humanoEstado perfeito é tripartite como o ser humano
Classe dos comerciantes e artesãos, dos soldados e dos Classe dos comerciantes e artesãos, dos soldados e dos 
governantesgovernantes--filósofosfilósofos
Estado precisa de educação. Militares, física. Filósofos, Estado precisa de educação. Militares, física. Filósofos, 
dialéticadialética
Necessidade de divisão do poder (bens, armas e governo)Necessidade de divisão do poder (bens, armas e governo)
Primeira utopia (materialização é menos importante)Primeira utopia (materialização é menos importante)
Mas na cidade real filósofo e governante não coincidem, logo Mas na cidade real filósofo e governante não coincidem, logo 
é necessário constituiçãoé necessário constituição
MonarquiaMonarquia--AristocraciaAristocracia--Democracia X TiraniaDemocracia X Tirania--OligarquiaOligarquia--
DemagogiaDemagogia
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
6
O Mito da cavernaO Mito da caverna
Os quatro significados do mito da cavernaOs quatro significados do mito da caverna
Ontológico: as sombras são as aparências sensíveis, as Ontológico: as sombras são as aparências sensíveis, as 
estátuas são as coisas sensíveis, o muro divide o estátuas são as coisas sensíveis, o muro divide o 
sensível do sensível do suprasupra--sensívelsensível, as , as IdéiasIdéias verdadeiras do verdadeiras do 
outro lado e o Sol é a outro lado e o Sol é a IdéiaIdéia de Bem; de Bem; 
Simboliza os dois graus de conhecimento; Simboliza os dois graus de conhecimento; 
A vida na dimensão dos sentidos e na dimensão do A vida na dimensão dos sentidos e na dimensão do 
espírito;espírito;
Concepção política é simbolizada pelo “retorno” apesar Concepção política é simbolizada pelo “retorno” apesar 
dos riscos.dos riscos.
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
CríticasCríticas
Concepção equivocada da arte em função de seu valor Concepção equivocada da arte em função de seu valor 
de verdadede verdade
Impossibilidade de comunicação entre os dois mundos Impossibilidade de comunicação entre os dois mundos 
(Aristóteles)(Aristóteles)
Mortificação do mundo, concepção gnóstica (crítica Mortificação do mundo, concepção gnóstica (crítica 
nietzschiana)nietzschiana)
Utopia como raiz dos totalitarismos (Popper) Utopia como raiz dos totalitarismos (Popper) 
PlatãoPlatão
(428a.c.(428a.c.––347a.c.)347a.c.)
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
(Aristóteles e Helenismo)(Aristóteles e Helenismo)
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
CristianismoPlatão Agostinho
Metafísica
428-347 Ano 1
Era Cristã
470-399
Sócrates
Lógica
Physis
354-430
Filosofia Cristã
Estoicismo
300ac~200dc
Determinismo
Plotino
204-270
Parmênides
V AC
Dialética
Monismo
Aristóteles
384-322
Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo
Epicuro
341-271
Hedonismo
Heilocentrismo
AristótelesAristóteles
(384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c)
O fundador da O fundador da 
LógicaLógica
Gênio metafísicoGênio metafísico
Cientista empíricoCientista empírico
Pensador político Pensador político 
conservadorconservador“Quem não tem necessidade de viver em 
sociedade ou é uma fera ou é um deus”
2
AristótelesAristóteles
(384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c)
Aristóteles discípulo de PlatãoAristóteles discípulo de Platão
Tutor de AlexandreTutor de Alexandre
Fundador do LiceuFundador do Liceu
Escreveu obras exotéricas que se perderam, só chegaram até Escreveu obras exotéricas que se perderam, só chegaram até 
nós as esotéricasnós as esotéricas
Divisão da Filosofia em Metafísica, Física, Psicologia, Ética, Divisão da Filosofia em Metafísica, Física, Psicologia, Ética, 
Política, Estética e LógicaPolítica, Estética e Lógica
Ciências:Ciências:
�� TeoréticasTeoréticas (saber em si mesmo), (saber em si mesmo), 
�� Práticas (saber como agir moralmente)Práticas (saber como agir moralmente)
�� PoiéticasPoiéticas (saber para produzir objetos)(saber para produzir objetos)
MetafísicaMetafísica
“Todas as ciências podem ser maisnecessárias ao homem,“Todas as ciências podem ser mais necessárias ao homem,
mas nenhuma lhe é superior”mas nenhuma lhe é superior”
Metafísica é disciplina que investigaMetafísica é disciplina que investiga
�� a) as causas e princípios primeiros e supremosa) as causas e princípios primeiros e supremos
�� b) o ser enquanto serb) o ser enquanto ser
�� c) a substânciac) a substância
�� d) Deusd) Deus
Para que serve a metafísica? Para nada. Por isso é a mais Para que serve a metafísica? Para nada. Por isso é a mais 
nobre e elevada. Surge da pura necessidade de saber o que e nobre e elevada. Surge da pura necessidade de saber o que e 
porqueporque
Termo é de discípulo. Aristóteles não o usou. Usava Filosofia Termo é de discípulo. Aristóteles não o usou. Usava Filosofia 
Primeira ou TeologiaPrimeira ou Teologia
MetafísicaMetafísica
AristótelesAristóteles
Quando perguntamos qual a causa de algo, temos que Quando perguntamos qual a causa de algo, temos que 
distinguir 4 sentidos diferentes:distinguir 4 sentidos diferentes:
�� Causa Material (matéria da qual é feita a coisa)Causa Material (matéria da qual é feita a coisa)
�� Causa Formal (forma que a matéria possuí)Causa Formal (forma que a matéria possuí)
�� Causa Eficiente (ação eficiente que deu a forma atual a coisa)Causa Eficiente (ação eficiente que deu a forma atual a coisa)
�� Causa Final (finalidade para a qual foi criada)Causa Final (finalidade para a qual foi criada)
MetafísicaMetafísica
AristótelesAristóteles
Ser é tudo o que não é um puro nadaSer é tudo o que não é um puro nada
Ser é substância, alteração da substância ou atividade da substância.Ser é substância, alteração da substância ou atividade da substância.
Podemos então pensar o ser como categorias, como ato e potência, Podemos então pensar o ser como categorias, como ato e potência, 
como acidente, como verdadeirocomo acidente, como verdadeiro
Ser acidental é aquele que acontece mas não está ligado ao ser por Ser acidental é aquele que acontece mas não está ligado ao ser por 
qualquer vínculo essencialqualquer vínculo essencial
Verdadeiro é quando o pensamento liga duas coisas e as conjuga Verdadeiro é quando o pensamento liga duas coisas e as conjuga 
ou separa da mesma forma como elas estão conjugadas ou ou separa da mesma forma como elas estão conjugadas ou 
separadas na realidade (doutrina da correspondência)separadas na realidade (doutrina da correspondência)
3
MetafísicaMetafísica
AristótelesAristóteles
As categorias (gêneros de) do ser:As categorias (gêneros de) do ser:
�� substânciasubstância
�� quantidadequantidade
�� qualidadequalidade
�� relaçãorelação
�� açãoação
�� paixãopaixão
�� lugarlugar
�� tempotempo
As categorias “ter” e “jazer” não estão presentes na maioria dos As categorias “ter” e “jazer” não estão presentes na maioria dos 
manuscritos.manuscritos.
Ato e potência são originários e se dão em todas as categoriasAto e potência são originários e se dão em todas as categorias
MetafísicaMetafísica
AristótelesAristóteles
A substância tem matéria e forma (A substância tem matéria e forma (sínolosínolo). Por ). Por 
excelência a substância é a forma.excelência a substância é a forma.
Matéria é potência e forma é atoMatéria é potência e forma é ato
Formas puras são atos puros, privados de Formas puras são atos puros, privados de 
potencialidade.potencialidade.
Ato é superior ontologicamente a potência porque é fim Ato é superior ontologicamente a potência porque é fim 
de toda potênciade toda potência
o que é eterno é puro atoo que é eterno é puro ato
Metafísica: DeusMetafísica: Deus
AristótelesAristóteles
Tempo existe porque existe o movimentoTempo existe porque existe o movimento
O tempo é eterno, portanto o movimento é eternoO tempo é eterno, portanto o movimento é eterno
O movimento só pode ser eterno se tiver um princípio O movimento só pode ser eterno se tiver um princípio 
primeiro como sua causaprimeiro como sua causa
Portanto ele é eternoPortanto ele é eterno
A causa do movimento não pode ser movimento porque seria A causa do movimento não pode ser movimento porque seria 
uma regressão ao infinitouma regressão ao infinito
Portanto ele é imóvelPortanto ele é imóvel
O princípio é ato puro porque senão seria possível seu O princípio é ato puro porque senão seria possível seu 
movimentomovimento
Portanto ele é atoPortanto ele é ato
Metafísica: DeusMetafísica: Deus
AristótelesAristóteles
A substância A substância suprasupra--sensívelsensível atrai as coisas para si como atrai as coisas para si como 
o belo atraí o homem. o belo atraí o homem. 
A causa do movimento do universo não é eficiente, mas A causa do movimento do universo não é eficiente, mas 
final.final.
O mundo não teve um começo, não houve o caos (que é O mundo não teve um começo, não houve o caos (que é 
pura potência)pura potência)
Deus sempre atraiu o universo como objeto de amor, Deus sempre atraiu o universo como objeto de amor, 
portanto o universo sempre deve ter sido tal qual é.portanto o universo sempre deve ter sido tal qual é.
Deus é pensamento puro, contempla o mais excelente, Deus é pensamento puro, contempla o mais excelente, 
ou seja, a si mesmo. É pensamento de pensamento.ou seja, a si mesmo. É pensamento de pensamento.
4
Metafísica: críticasMetafísica: críticas
AristótelesAristóteles
Aristóteles atribui eternidade e divindade também às 55 Aristóteles atribui eternidade e divindade também às 55 
esferas celestes, sem explicar sua origemesferas celestes, sem explicar sua origem
Deus não ama porque amar é estar privado de algo (não há Deus não ama porque amar é estar privado de algo (não há 
amor como graça)amor como graça)
O mundo O mundo suprasupra--sensívelsensível de Aristóteles é um mundo de de Aristóteles é um mundo de 
inteligências, não de formasinteligências, não de formas
A crítica a Platão é que se as ideias fossem uma outra A crítica a Platão é que se as ideias fossem uma outra 
substância, não poderiam ser causa das substâncias no substância, não poderiam ser causa das substâncias no 
mundo sensívelmundo sensível
Crítica: não entende o abstrato nem as ideias como Crítica: não entende o abstrato nem as ideias como 
pensamento de Deuspensamento de Deus
FísicaFísica
AristótelesAristóteles
Estudo da substância em movimentoEstudo da substância em movimento
Movimento e passagem do ser em potência para o ser Movimento e passagem do ser em potência para o ser 
em atoem ato
Mutação:Mutação:
�� de substância (geração e corrupção da forma)de substância (geração e corrupção da forma)
�� de qualidade (alteração)de qualidade (alteração)
�� de quantidade (aumento ou diminuição)de quantidade (aumento ou diminuição)
�� de lugar (translação, movimento)de lugar (translação, movimento)
FísicaFísica
AristótelesAristóteles
Lugar: primeiro imóvel limite do que contémLugar: primeiro imóvel limite do que contém
Lugar é um ser, portanto o vácuo é impossívelLugar é um ser, portanto o vácuo é impossível
Percepção do tempo depende do movimento e da almaPercepção do tempo depende do movimento e da alma
Tempo é a contagem da movimento entre um antes e um Tempo é a contagem da movimento entre um antes e um 
depoisdepois
Quem conta é a alma, logo não há movimento sem almaQuem conta é a alma, logo não há movimento sem alma
Não existe infinito em ato, só em potênciaNão existe infinito em ato, só em potência
Finito é perfeito e infinito é imperfeitoFinito é perfeito e infinito é imperfeito
Mundo sublunar (mutante) e supralunar (eterno)Mundo sublunar (mutante) e supralunar (eterno)
PsicologiaPsicologia
AristótelesAristóteles
Corpos vivos tem vida mas não são a vidaCorpos vivos tem vida mas não são a vida
Alma é enteléquia (forma) de um corpo que tem vida em Alma é enteléquia (forma) de um corpo que tem vida em 
potênciapotência
Fenômeno da vidatem funções claras associadasFenômeno da vida tem funções claras associadas
Alma humana tem as três funções:Alma humana tem as três funções:
�� Vegetativa (nascimento, nutrição e crescimento, reprodução)Vegetativa (nascimento, nutrição e crescimento, reprodução)
�� SensórioSensório--motora (motora (apetiçãoapetição, sensação e movimento), sensação e movimento)
�� Intelectiva (conhecimento, deliberação e escolha)Intelectiva (conhecimento, deliberação e escolha)
5
PsicologiaPsicologia
AristótelesAristóteles
Sensação é a assimilação da forma sem matériaSensação é a assimilação da forma sem matéria
Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de 
imagens, a memória, que é sua conservação e a imagens, a memória, que é sua conservação e a 
experiência, que é a acumulação de fatos mnemônicosexperiência, que é a acumulação de fatos mnemônicos
Toda sensação vem com uma vivência de prazer e Toda sensação vem com uma vivência de prazer e 
desprazer. Daí nasce o apetite.desprazer. Daí nasce o apetite.
Intelecto é a potência de conhecer as formas purasIntelecto é a potência de conhecer as formas puras
Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se 
dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez 
e doenças)e doenças)
PsicologiaPsicologia
AristótelesAristóteles
Sensação é a assimilação da forma sem matériaSensação é a assimilação da forma sem matéria
Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de Sensação alimenta a fantasia, que é a produção de 
imagens, a memória, que é sua conservação e a imagens, a memória, que é sua conservação e a 
experiência, que é a acumulação de fatos mnemônicosexperiência, que é a acumulação de fatos mnemônicos
Toda sensação vem com uma vivência de prazer e Toda sensação vem com uma vivência de prazer e 
desprazer. Daí nasce o apetite.desprazer. Daí nasce o apetite.
Intelecto é a potência de conhecer as formas purasIntelecto é a potência de conhecer as formas puras
Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se Intelecto não se degenera, sua alteração na velhice se 
dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez dá em virtude da degradação do corpo (vide embriaguez 
e doenças)e doenças)
ÉticaÉtica
AristótelesAristóteles
Ciências práticas (conduta do homem e o fim que eles Ciências práticas (conduta do homem e o fim que eles 
querem atingir)querem atingir)
Estudo da conduta individual Estudo da conduta individual –– ÉticaÉtica
Estudo da conduta numa sociedade Estudo da conduta numa sociedade –– PolíticaPolítica
Todas as ações humanas tendem a um fim último: Todas as ações humanas tendem a um fim último: 
felicidadefelicidade
Ética aristotélica é pois um tipo de Ética aristotélica é pois um tipo de eudaimoniaeudaimonia
ÉticaÉtica
AristótelesAristóteles
O que é felicidade? O que é felicidade? 
Vida para o prazer: redução a animaisVida para o prazer: redução a animais
Vida para a honra: é extrínseca e está nos outrosVida para a honra: é extrínseca e está nos outros
Vida para a riqueza: é a mais absurda e antinatural Vida para a riqueza: é a mais absurda e antinatural 
(riquezas são meio)(riquezas são meio)
Felicidade do homem é o bem supremo, o que Felicidade do homem é o bem supremo, o que 
aperfeiçoa sua natureza: razãoaperfeiçoa sua natureza: razão
Matéria não traz felicidade mas a compromete com sua Matéria não traz felicidade mas a compromete com sua 
ausênciaausência
6
ÉticaÉtica
“Somos bons apenas de um modo, maus de muitas maneiras”“Somos bons apenas de um modo, maus de muitas maneiras”
AristótelesAristóteles
Virtude ética é a dominação do desejo pela razão (já Virtude ética é a dominação do desejo pela razão (já 
que aspectos vegetativos não se submetem a ela)que aspectos vegetativos não se submetem a ela)
Nos tornamos virtuosos pelo hábitoNos tornamos virtuosos pelo hábito
Virtude é o caminho do meio.Virtude é o caminho do meio.
Vício vem do excesso ou falta causado pelos desejosVício vem do excesso ou falta causado pelos desejos
A coragem é o resultado da temeridade ou covardia A coragem é o resultado da temeridade ou covardia 
domadas pela razãodomadas pela razão
A atividade contemplativa do intelecto é a máxima A atividade contemplativa do intelecto é a máxima 
felicidade do ser humanofelicidade do ser humano
PolíticaPolítica
“O homem é um animal político”“O homem é um animal político”
AristótelesAristóteles
Bem do indivíduo é o bem da sociedadeBem do indivíduo é o bem da sociedade
Cidadão é só aquele que tem algum tempo livre para Cidadão é só aquele que tem algum tempo livre para 
participar do processo de decisão da cidadeparticipar do processo de decisão da cidade
Há homens que não fazem uso da razão e são escravos por Há homens que não fazem uso da razão e são escravos por 
naturezanatureza
Um homem que aceita ser escravizado merece a escravidão.Um homem que aceita ser escravizado merece a escravidão.
Três formas de governo como PlatãoTrês formas de governo como Platão
�� 1)monarquia/tirania; 2)aristocracia/oligarquia; 3)1)monarquia/tirania; 2)aristocracia/oligarquia; 3)politíapolitía/democracia/democracia
Contra a democracia, pela aristocraciaContra a democracia, pela aristocracia
PolíticaPolítica
AristótelesAristóteles
Estado deve visar o incremento dos bens da almaEstado deve visar o incremento dos bens da alma
Viver em paz e fazer as coisas belas é o ideal do estadoViver em paz e fazer as coisas belas é o ideal do estado
Objetivo da guerra só pode ser a pazObjetivo da guerra só pode ser a paz
Objetivo do trabalho é a libertação da matériaObjetivo do trabalho é a libertação da matéria
Objetivo das coisas é o acesso às coisas belasObjetivo das coisas é o acesso às coisas belas
Objetivo último do estado é promover o ócio e a pazObjetivo último do estado é promover o ócio e a paz
PolíticaPolítica
AristótelesAristóteles
Constituição é o fundamento da ordemConstituição é o fundamento da ordem
Justiça do Estado distingue dois tipos de bens: partilháveis Justiça do Estado distingue dois tipos de bens: partilháveis 
((distribuíveisdistribuíveis: dinheiro) e participáveis (: dinheiro) e participáveis (indistribuíveisindistribuíveis: poder): poder)
Justiça distributiva (bens) e participativa (poder)Justiça distributiva (bens) e participativa (poder)
Justiça distributiva: é injusto tratar igualmente os desiguaisJustiça distributiva: é injusto tratar igualmente os desiguais
Justiça participativa depende do valor principal da cidade Justiça participativa depende do valor principal da cidade 
(honra, virtude ou igualdade)(honra, virtude ou igualdade)
Justiça da cidade depende da força das instituiçõesJustiça da cidade depende da força das instituições
7
EstéticaEstética
AristótelesAristóteles
Arte como mimese e arte como catarseArte como mimese e arte como catarse
Arte como mimese não é cópia, mas recriação da Arte como mimese não é cópia, mas recriação da 
realidade realidade 
Arte não se ocupa do que é, mas do que poderia serArte não se ocupa do que é, mas do que poderia ser
Arte como catarse tem objetivo de libertar das emoçõesArte como catarse tem objetivo de libertar das emoções
LógicaLógica
AristótelesAristóteles
Lógica apresenta a forma de todo tipo de discurso que queira Lógica apresenta a forma de todo tipo de discurso que queira 
demonstrar algodemonstrar algo
É o instrumento do pensamento e da filosofiaÉ o instrumento do pensamento e da filosofia
Aristóteles a chamava de “analítica”Aristóteles a chamava de “analítica”
Verdades que não podem ser negadas sem se fazer uso Verdades que não podem ser negadas sem se fazer uso 
delas:delas:
�� Princípio da identidade (A é idêntico a si mesmo)Princípio da identidade (A é idêntico a simesmo)
�� Princípio da não contradição (A e Princípio da não contradição (A e nãonão--AA não podem ser ambos não podem ser ambos 
verdadeiros)verdadeiros)
�� Terceiro excluído (De A e Terceiro excluído (De A e nãonão--AA um necessariamente é verdadeiro)um necessariamente é verdadeiro)
LógicaLógica
AristótelesAristóteles
Definir é o discurso que expressa a essência das coisasDefinir é o discurso que expressa a essência das coisas
Definir é identificar o gênero próximo e diferença Definir é identificar o gênero próximo e diferença 
específicaespecífica
Os termos são sempre, isoladamente, categorias do serOs termos são sempre, isoladamente, categorias do ser
Isoladamente, termos não são verdadeiros nem falsos. Isoladamente, termos não são verdadeiros nem falsos. 
LógicaLógica
AristótelesAristóteles
Verdadeiro ou Falso se aplica a juízos que os conectamVerdadeiro ou Falso se aplica a juízos que os conectam
Quando unimos os termos entre si, afirmando ou Quando unimos os termos entre si, afirmando ou 
negando algo de alguma coisa, temos um juízonegando algo de alguma coisa, temos um juízo
Expressão lógica de um juízo é a proposiçãoExpressão lógica de um juízo é a proposição
Proposição é a forma de todo conhecimentoProposição é a forma de todo conhecimento
Verdade é o juízo que conjuga ou separa o que é de fato Verdade é o juízo que conjuga ou separa o que é de fato 
assimassim
8
LógicaLógica
AristótelesAristóteles
RaciocínoRaciocíno é o processo de extrair uma consequência é o processo de extrair uma consequência 
necessária de premissasnecessária de premissas
Silogismo é a forma mais simples de raciocínio: duas Silogismo é a forma mais simples de raciocínio: duas 
premissas e uma conclusãopremissas e uma conclusão
Silogismo científico depende da correção da conclusão e da Silogismo científico depende da correção da conclusão e da 
verdade das premissasverdade das premissas
Premissas podem ser obtidas por indução ou intuiçãoPremissas podem ser obtidas por indução ou intuição
Conhecimento é processo cumulativo: sensação Conhecimento é processo cumulativo: sensação –– memória memória 
–– experiência experiência –– técnica técnica –– teoria/ciência (teoria/ciência (epistemeepisteme))
HelenismoHelenismo
(384 a 322 a.c)(384 a 322 a.c)
O “nascimento” do O “nascimento” do 
indivíduoindivíduo
A Filosofia como A Filosofia como 
“filosofia de vida” ou “filosofia de vida” ou 
eudaimoniaeudaimonia
O começo da O começo da 
influência cristãinfluência cristã
A Estoá restaurada, em Atenas
Linha do Tempo: AntigaLinha do Tempo: Antiga
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
CristianismoPlatão Agostinho
Metafísica
428-347 Ano 1
Era Cristã
470-399
Sócrates
Lógica
Physis
354-430
Filosofia Cristã
Estoicismo
300ac~200dc
Determinismo
Plotino
204-270
Parmênides
V AC
Dialética
Monismo
Aristóteles
384-322
Humanismo Clássico NeoplatonismoHelenismo
Epicuro
341-271
Hedonismo
Heilocentrismo
CinismoCinismo
“Procuro um homem”“Procuro um homem”
Diógenes, o cão.Diógenes, o cão.
Necessidades do ser humano são as animaisNecessidades do ser humano são as animais
Quanto mais se elimina as necessidades supérfluas, mais se é Quanto mais se elimina as necessidades supérfluas, mais se é 
livrelivre
Prática de vida para habituar o físico às fadigas impostas pela Prática de vida para habituar o físico às fadigas impostas pela 
natureza e dominar os prazeresnatureza e dominar os prazeres
O prazer amolece o corpo e o espírito, tornando o homem O prazer amolece o corpo e o espírito, tornando o homem 
escravo das coisas e seres humanosescravo das coisas e seres humanos
Autarquia apatia e indiferença diante de tudo são as metasAutarquia apatia e indiferença diante de tudo são as metas
Crítica: Ideal de animalidade, pobreza espiritual diante de Crítica: Ideal de animalidade, pobreza espiritual diante de 
tarefa espiritualmente hercúleatarefa espiritualmente hercúlea
9
EpicurismoEpicurismo
“Tudo o que é natural, é fácil de conseguir. Difícil é tudo o que é inútil.”“Tudo o que é natural, é fácil de conseguir. Difícil é tudo o que é inútil.”
Resumo:Resumo:
�� A realidade é perfeitamente penetrável e cognoscível pela A realidade é perfeitamente penetrável e cognoscível pela 
inteligência do homeminteligência do homem
�� A felicidade do homem é possível na realidadeA felicidade do homem é possível na realidade
�� A felicidade é falta de dor e A felicidade é falta de dor e pertubaçãopertubação
�� Para ser feliz homem só precisa de si mesmoPara ser feliz homem só precisa de si mesmo
�� Nada mais lhe serve (honra, riqueza, cidade, Nada mais lhe serve (honra, riqueza, cidade, etcetc))
Fé no natural e no físicoFé no natural e no físico
EpicurismoEpicurismo
Sensação colhe o ser infalivelmenteSensação colhe o ser infalivelmente
Sensação é alteração passiva, produzida pela estrutura Sensação é alteração passiva, produzida pela estrutura 
atômica da realidade.atômica da realidade.
Como é Como é arracionalarracional, não acrescenta ou retira nada da , não acrescenta ou retira nada da 
realidade.realidade.
Prazer e dor são critérios de verdade e de moralidade.Prazer e dor são critérios de verdade e de moralidade.
Sensações, prazer e dor oferecem evidência imediata.Sensações, prazer e dor oferecem evidência imediata.
Raciocínio é mediato, por isso é ocasião de erroRaciocínio é mediato, por isso é ocasião de erro
Atomismo temperado com caos abre espaço para liberdadeAtomismo temperado com caos abre espaço para liberdade
EpicurismoEpicurismo
Essência do homem é material e material é o seu bemEssência do homem é material e material é o seu bem
Bem é prazerBem é prazer
Cúmulo do prazer é o prazer na quietude Cúmulo do prazer é o prazer na quietude 
Meta é o homem autárquico Meta é o homem autárquico 
Verdadeiro prazer é:Verdadeiro prazer é:
�� AponíaAponía: ausência de dor no corpo; e: ausência de dor no corpo; e
�� AtaraxiaAtaraxia: ausência de perturbação na alma: ausência de perturbação na alma
Regra da vida moral é a discriminação dos prazeres feita pela razãoRegra da vida moral é a discriminação dos prazeres feita pela razão
Escolher os prazeres sem dor e perturbação e rejeitar os que as Escolher os prazeres sem dor e perturbação e rejeitar os que as 
trazemtrazem
EpicurismoEpicurismo
Três tipos de prazeres:Três tipos de prazeres:
�� Naturais e necessários (conservação da vida)Naturais e necessários (conservação da vida)
�� Naturais e não necessários (sexo e variações supérfluas dos prazeres naturais)Naturais e não necessários (sexo e variações supérfluas dos prazeres naturais)
�� Não naturais e não necessários (exterioridades: riqueza, poder, fama, etc.)Não naturais e não necessários (exterioridades: riqueza, poder, fama, etc.)
Nos naturais, o limite é a eliminação da dorNos naturais, o limite é a eliminação da dor
Nos naturais e não necessários não subtraem dor e o prazer é Nos naturais e não necessários não subtraem dor e o prazer é 
declinante, podendo causar imenso danodeclinante, podendo causar imenso dano
Nos não naturais não há eliminação da dor e causam perturbação Nos não naturais não há eliminação da dor e causam perturbação 
da almada alma
O mal físico se é leve, é facilmente suportável, se agudo, passa O mal físico se é leve, é facilmente suportável, se agudo, passa 
rápido, se não, leva a morte.rápido, se não, leva a morte.
10
EpicurismoEpicurismo
Morte é dissolução, logo, insensibilidadeMorte é dissolução, logo, insensibilidade
Vida política compromete Vida política compromete aponíaaponía e e ataraxiaataraxia e portanto deve ser e portanto deve ser 
evitadaevitada
Os quatro remédios de Os quatro remédios de EpicuroEpicuro::
�� São vãos os temores dos deuses e do alémSão vãos os temores dos deuses e do além
��Medo da morte é absurdo, porque ela é o nadaMedo da morte é absurdo, porque ela é o nada
�� O prazer, entendido corretamente, está a disposição de todosO prazer, entendido corretamente, está a disposição de todos
�� O mal ou dura pouco ou é perfeitamente suportávelO mal ou dura pouco ou é perfeitamente suportável
EstoicismoEstoicismo
“O destino conduz tanto aquele que quer, como quem não quer”“O destino conduz tanto aquele que quer, como quem não quer”
Fundado por Zenon de Fundado por Zenon de CítioCítio
Se estendeu até o início da PatrísticaSe estendeu até o início da Patrística
Filosofia dominante na Grécia e Império RomanoFilosofia dominante na Grécia e Império Romano
Filosofia é pomar: lógica o muro, física as árvores, ética o frutoFilosofia é pomar: lógica o muro, física as árvores, ética o fruto
Ser é o que pode agir e sofrer: ser e corpo são idênticosSer é o que pode agir e sofrer: ser e corpo são idênticos
Virtudes são três: Inteligência (conhece o bem e o mal), Coragem Virtudes são três: Inteligência (conhece o bem e o mal), Coragem 
(conhece o que temer e não temer) e Justiça (conhece o que é (conhece o que temer e não temer) e Justiça (conhece o que é 
devido a cada um)devido a cada um)
EstoicismoEstoicismo
Deus penetra em toda a realidade (é inteligência, alma, natureza)Deus penetra em toda a realidade (é inteligência, alma, natureza)
Tudo é obra do Logos, portanto, rigorosamente determinadoTudo é obra do Logos, portanto, rigorosamente determinado
Destino é a ordem natural e inevitável dos acontecimentosDestino é a ordem natural e inevitável dos acontecimentos
Não há liberdade. O que ocorre é que o sábio passa a querer o que Não há liberdade. O que ocorre é que o sábio passa a querer o que 
o logos quero logos quer
Eterno retorno do mesmoEterno retorno do mesmo
A alma, por ser substância mais sutil, sobrevive à morte do corpo, A alma, por ser substância mais sutil, sobrevive à morte do corpo, 
por um tempopor um tempo
EstoicismoEstoicismo
Objetivo do viver é a obtenção de felicidadeObjetivo do viver é a obtenção de felicidade
Felicidade se obtém vivendo segundo a naturezaFelicidade se obtém vivendo segundo a natureza
“Bem” é o que incrementa e conserva o ser, “mal” o que o danifica e “Bem” é o que incrementa e conserva o ser, “mal” o que o danifica e 
diminui.diminui.
Para o ser humano, bem é o que incrementa o logosPara o ser humano, bem é o que incrementa o logos
Tudo o que é relativo ao corpo é indiferente moralmente.Tudo o que é relativo ao corpo é indiferente moralmente.
Mas pode ser valor ou Mas pode ser valor ou desvalordesvalor
Paixões são erros da razãoPaixões são erros da razão
Ascetismo: devemos evitar toda paixão e atingir a apatia Ascetismo: devemos evitar toda paixão e atingir a apatia 
11
EstoicismoEstoicismo
EPÍCTETO:EPÍCTETO:
As coisas se dividem em duas classes:As coisas se dividem em duas classes:
�� Aquelas que estão em nosso poder (nossas atividades: opiniões e desejos)Aquelas que estão em nosso poder (nossas atividades: opiniões e desejos)
�� Aquelas que não estão em nosso poder (o que não é atividade: corpo, parentes, Aquelas que não estão em nosso poder (o que não é atividade: corpo, parentes, 
bens, bens, etcetc))
Eventos externos são regidos pelo destino, internos nãoEventos externos são regidos pelo destino, internos não
Felicidade é se concentrar nas primeiras e rejeitar as segundasFelicidade é se concentrar nas primeiras e rejeitar as segundas
Todo desejo nos degrada ao tornarTodo desejo nos degrada ao tornar--nos escravo nos escravo do desejadodo desejado
“Não são as coisas mesmas que causam perturbação ao homem, “Não são as coisas mesmas que causam perturbação ao homem, 
mas a opinião que ele tem sobre elas”mas a opinião que ele tem sobre elas”
CeticismoCeticismo
PirroPirro de de ÉlidaÉlida, 323 A.C., 323 A.C.
É possível viver feliz sem a verdade e sem os valoresÉ possível viver feliz sem a verdade e sem os valores
Três ideias básicas: Três ideias básicas: 
�� São igualmente sem diferença, indiscriminadas, logo nossas sensações não São igualmente sem diferença, indiscriminadas, logo nossas sensações não 
podem ser verdadeiras ou falsaspodem ser verdadeiras ou falsas
�� DeveDeve--se permanecer sem opiniões a respeito de tudo: “Nem é nem não é”, se permanecer sem opiniões a respeito de tudo: “Nem é nem não é”, “é “é e e 
não é”não é”
�� Nessa disposição virá em primeiro lugar a apatia, depois a imperturbabilidade Nessa disposição virá em primeiro lugar a apatia, depois a imperturbabilidade 
Homem tem que absterHomem tem que abster--se de julgar: afasiase de julgar: afasia
“Quem duvida se uma coisa é bem ou mal por natureza, nem foge “Quem duvida se uma coisa é bem ou mal por natureza, nem foge 
nem persegue nada com ardor, por isso, é imperturbável”nem persegue nada com ardor, por isso, é imperturbável”
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
(Cristianismo)(Cristianismo)
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: MedievalLinha do Tempo: Medieval
Galileu
1564-642
Cristianismo Anselmo
Agostinho
Prova ontológica
1033-109Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Neoplatonismo
354-430
Patrística
Patrística
Descartes
Racionalismo
Escolástica
Lutero
1483-546
Protestantismo
1637
Ciência Moderna
Ockham
Nominalismo
1285-347
A Mensagem bíblicaA Mensagem bíblica
“No princípio, Deus criou os céus e a Terra”
Gênesis (1,1)
2
Livros da BíbliaLivros da Bíblia
ANTIGO TESTAMENTOANTIGO TESTAMENTO
(1300 AC (1300 AC -- 100 DC)100 DC)
Pentateuco (Pentateuco (ToráTorá))
HistóricosHistóricos
Sapienciais e PoéticosSapienciais e Poéticos
Profetas maioresProfetas maiores
Profetas menoresProfetas menores
Conjunto de livros de diferentes fontes e autoria desconhecida (AT)Conjunto de livros de diferentes fontes e autoria desconhecida (AT)
De vários tipos: Históricos, Sapienciais, Poéticos e ProféticosDe vários tipos: Históricos, Sapienciais, Poéticos e Proféticos
NOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTO
(Século I DC)(Século I DC)
EvangelhosEvangelhos
AtosAtos
Epístolas de PauloEpístolas de Paulo
Epístolas de apóstolosEpístolas de apóstolos
ApocalipseApocalipse
Ideias Judaicas e CristãsIdeias Judaicas e Cristãs
JUDAÍSMOJUDAÍSMO
MonoteísmoMonoteísmo
CriacionismoCriacionismo
Sentido da históriaSentido da história
AntropocentrismoAntropocentrismo
LivreLivre--arbítrioarbítrio
ProvidênciaProvidência
Pecado OriginalPecado Original
Deus Deus nomotetanomoteta
Salvação pela raçaSalvação pela raça
RessurreiçãoRessurreição
CRISTIANISMOCRISTIANISMO
Divindade do ser humanoDivindade do ser humano
Intenção moralIntenção moral
FéFé
GraçaGraça
Ética do amorÉtica do amor
Salvação pela féSalvação pela fé
Imortalidade da almaImortalidade da alma
Amor Amor agápicoagápico
EspíritoEspírito
NãoNão--violênciaviolência
Revolução de valoresRevolução de valores
Antigo TestamentoAntigo Testamento
“Eu Sou Aquele que É”“Eu Sou Aquele que É”
Escrito entre 1300 AC e 100 DCEscrito entre 1300 AC e 100 DC
Codificação de tradições oraisCodificação de tradições orais
Contém (como o NT) ideias com consequências filosóficas, Contém (como o NT) ideias com consequências filosóficas, 
mas não é um texto filosófico. Apresentamas não é um texto filosófico. Apresenta--se como inspirada se como inspirada 
por Deus, portanto, é escritura sagrada: religiãopor Deus, portanto, é escritura sagrada: religião
Apresentaum Deus único, infinito em potência, radicalmente Apresenta um Deus único, infinito em potência, radicalmente 
diverso de todas as coisas: transcendência absolutadiverso de todas as coisas: transcendência absoluta
Criação Criação exex--nihilonihilo
Ato de vontade, graça pura, por causa do bemAto de vontade, graça pura, por causa do bem
Antigo TestamentoAntigo Testamento
Antropocentrismo e sentido da históriaAntropocentrismo e sentido da história
Ser humano é o ser mais elevado do universo criado (contra Grécia)Ser humano é o ser mais elevado do universo criado (contra Grécia)
“Imago viva Dei”“Imago viva Dei”
LivreLivre--arbítrio torna possível fazer livremente a vontade de Deusarbítrio torna possível fazer livremente a vontade de Deus
Superioridade ontológica garante livre uso dos recursosSuperioridade ontológica garante livre uso dos recursos
História deixa de ser estanque ou cíclica e se torna linearHistória deixa de ser estanque ou cíclica e se torna linear
Começo absoluto com a criação, meio com a aliança, termo com a Começo absoluto com a criação, meio com a aliança, termo com a 
vinda do Messias e fim com o juízovinda do Messias e fim com o juízo
A ideia de progresso histórico é introduzida no pensamento ocidentalA ideia de progresso histórico é introduzida no pensamento ocidental
3
Antigo TestamentoAntigo Testamento
Deus Deus nomotetanomoteta e providentee providente
A lei moral é feita e imposta por DeusA lei moral é feita e imposta por Deus
Virtude judaica é obediência a DeusVirtude judaica é obediência a Deus
Ética Ética deontológicadeontológica e negativae negativa
Obediência é livre, um ato de vontadeObediência é livre, um ato de vontade
Deus provê, se dirige a indivíduosDeus provê, se dirige a indivíduos
Deus sujeito, antropomorfoDeus sujeito, antropomorfo
Mensagem de segurança total Mensagem de segurança total 
Antigo TestamentoAntigo Testamento
Os dez mandamentos Os dez mandamentos ((DtDt 5,15,1--21) 21) 
1 Não terás outros deuses diante de mim.1 Não terás outros deuses diante de mim.
2 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem 2 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem 
em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque 
eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e 
quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que 
guardam os meus mandamentos.guardam os meus mandamentos.
3 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que 3 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que 
tomar o seu nome em vão.tomar o seu nome em vão.
4 Lembra4 Lembra--te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o 
sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua 
filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das 
tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao 
sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.
5 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus 5 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus 
te dá.te dá.
6 Não matarás.6 Não matarás.
7 Não adulterarás.7 Não adulterarás.
8 Não furtarás.8 Não furtarás.
9 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.9 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem 10 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem 
a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Antigo TestamentoAntigo Testamento
O Pecado OriginalO Pecado Original
Mal no mundo é explicado em virtude de uma culpa originalMal no mundo é explicado em virtude de uma culpa original
Pecado é desobedecer a Deus: rebeliãoPecado é desobedecer a Deus: rebelião
“Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”“Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”
Interpretação: saída do estado animal. Tomada de Interpretação: saída do estado animal. Tomada de 
consciência do bom e mal implica no pecado de não fazer o consciência do bom e mal implica no pecado de não fazer o 
bembem
Interpretação: soberba do ser humano que queria ser como Interpretação: soberba do ser humano que queria ser como 
Deus e sem a limitação do mandamentoDeus e sem a limitação do mandamento
Novo TestamentoNovo Testamento
“Este é o meu mandamento: Amai“Este é o meu mandamento: Amai--vos uns aos outros como eu vos amei” vos uns aos outros como eu vos amei” 
(João 15, 12)(João 15, 12)
UMA REVOLUÇÃO DE VALORES:UMA REVOLUÇÃO DE VALORES:
BemBem--aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus!aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus!
BemBem--aventurados os que choram, porque serão consolados!aventurados os que choram, porque serão consolados!
BemBem--aventurados os mansos, porque herdarão a terra!aventurados os mansos, porque herdarão a terra!
BemBem--aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
BemBem--aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
BemBem--aventurados os puros de coração, porque verão Deus!aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
BemBem--aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
BemBem--aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos 
céus!céus!
BemBem--aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem 
falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegraifalsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai--vos e exultai, porque será vos e exultai, porque será 
grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes 
de vós. (Mateus 5, 3de vós. (Mateus 5, 3--12)12)
4
Novo TestamentoNovo Testamento
Uma revolução de valoresUma revolução de valores
Pureza e não sofisticação ou malíciaPureza e não sofisticação ou malícia
Pacifismo e não força físicaPacifismo e não força física
Humildade e não orgulhoHumildade e não orgulho
Desligamento dos recursos e não riquezaDesligamento dos recursos e não riqueza
Salvação externae não autarquiaSalvação externa e não autarquia
Escárnio do mundo e não honraEscárnio do mundo e não honra
Novo TestamentoNovo Testamento
IntençãoIntenção
Divindade do ser humano: ênfase na natureza espiritual do ser Divindade do ser humano: ênfase na natureza espiritual do ser 
humano, no “Vós sois deuses” do antigo testamentohumano, no “Vós sois deuses” do antigo testamento
Moralidade depende da intenção, e não do ato externo. É Moralidade depende da intenção, e não do ato externo. É 
querer a vontade de Deus e não fazer a vontade de Deusquerer a vontade de Deus e não fazer a vontade de Deus
“Eu, porém, digo“Eu, porém, digo--vos: todo aquele que olha para uma mulher e vos: todo aquele que olha para uma mulher e 
deseja possuídeseja possuí--la, já cometeu adultério com ela no coração”. la, já cometeu adultério com ela no coração”. 
(Mateus 5,28) (Mateus 5,28) 
“E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles 
gostam de fazer oração pondogostam de fazer oração pondo--se em pé nas sinagogas e nas se em pé nas sinagogas e nas 
esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos 
digo: já receberam a sua recompensa”. (Mateus 6,5)digo: já receberam a sua recompensa”. (Mateus 6,5)
Fazer o bem requer conhecer o bem e querer o bemFazer o bem requer conhecer o bem e querer o bem
Novo TestamentoNovo Testamento
A origem do malA origem do mal
Novo pecado: conhecer o bem e fazer o malNovo pecado: conhecer o bem e fazer o mal
“Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens 
preferiram mas trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois preferiram mas trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois 
quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas 
obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a 
verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são 
feitas em Deus". (João 3, 17feitas em Deus". (João 3, 17--21)21)
“Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não seriam “Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não seriam 
culpados de pecado. Mas agora não têm nenhuma desculpa do seu culpados de pecado. Mas agora não têm nenhuma desculpa do seu 
pecado. Quem me odeia, odeia também meu Pai”. (João 15, 22)pecado. Quem me odeia, odeia também meu Pai”. (João 15, 22)
“Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, “Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, 
pois o seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo o pois o seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo o 
que não provém de uma convicção é pecado”. (Romanos 14, 23)que não provém de uma convicção é pecado”. (Romanos 14, 23)
Novo TestamentoNovo Testamento
“Quem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus”. (João 3, 3)“Quem não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus”. (João 3, 3)
O que significa a “salvação pela fé”?O que significa a “salvação pela fé”?
Pelas próprias forças ser humano não se salvaria pois é Pelas próprias forças ser humano não se salvaria pois é 
imperfeito necessariamente, e não pode cumprir a leiimperfeito necessariamente, e não pode cumprir a lei
“Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o “Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o 
mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem 
nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado, 
porque não creu no Nome do Filho único de Deus”. (João porque não creu no Nome do Filho único de Deus”. (João 
3, 173, 17--18)18)
A salvação vem de reconhecer a palavra de DeusA salvação vem de reconhecer a palavra de Deus
5
Novo TestamentoNovo Testamento
UniversalismoUniversalismo
A salvação vem do reconhecer a Deus, e não da origem racialA salvação vem do reconhecer a Deus, e não da origem racial
“Em verdade vos digo: quem não renascer da água e do Espírito “Em verdade vos digo: quem não renascer da água e do Espírito 
não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é 
carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (João 3, 5)carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (João 3, 5)
“Fazei obras que provem que vos convertestes, e não comeceis “Fazei obras que provem que vos convertestes, e não comeceis 
a pensar: "Abraão é nosso pai". Porque eu vos digo: até destas a pensar: "Abraão é nosso pai". Porque eu vos digo: até destas 
pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”. (Lucas 3, 8)pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão”. (Lucas 3, 8)
Universalismo: “Eu digoUniversalismo: “Eu digo--vos: muitos virão do Oriente e do vos: muitos virão do Oriente e do 
Ocidente e sentarOcidente e sentar--sese--ão à mesa no Reino do Céu juntamente ão à mesa no Reino do Céu juntamente 
com Abraão, Isaac e Jacob” (São Mateus 8,11)com Abraão, Isaac e Jacob” (São Mateus 8,11)
Novo TestamentoNovo Testamento
Ética do amorÉtica do amor
O motor do ato moral é o amor. Sem amor (O motor do ato moral é o amor. Sem amor (agápicoagápico) o ato ) o ato 
moral, que é sempre um ato de renúncia, não se explicamoral, que é sempre um ato de renúncia, não se explica
Você conhece e tem vontade de fazer o bem. Mas tem vontade Você conhece e tem vontade de fazer o bem. Mas tem vontade 
porque ama.porque ama.
“Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com “Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com 
toda a tua alma e com todo o teu entendimento”. Este é o toda a tua alma e com todo o teu entendimento”. Este é o 
maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a 
este: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Nestes este: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Nestes 
mandamentos estão toda a lei e os profetas”. (Mateus, 22, 36mandamentos estão toda a lei e os profetas”. (Mateus, 22, 36--
40)40)
“Este é o meu mandamento: Amai“Este é o meu mandamento: Amai--vos uns aos outros como eu vos uns aos outros como eu 
vos amei” (João 15, 12)vos amei” (João 15, 12)
Novo TestamentoNovo Testamento
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”
(I João 4, 8)(I João 4, 8)
A ética da Lei é uma ética negativa. Ou seja, é a ética do não, veda A ética da Lei é uma ética negativa. Ou seja, é a ética do não, veda 
determinados comportamentosdeterminados comportamentos
A ética do amor é positiva. Ou seja, é a ética que diz o que fazer, que A ética do amor é positiva. Ou seja, é a ética que diz o que fazer, que 
indica o que ser para fazer naturalmente o bemindica o que ser para fazer naturalmente o bem
Quem ama não precisa de lei porque é incapaz de descumpriQuem ama não precisa de lei porque é incapaz de descumpri--la.la.
“Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, “Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, 
quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei”. (Romanos 13,8)quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei”. (Romanos 13,8)
“Irmãos, fostes chamados para serdes livres. Que essa liberdade, “Irmãos, fostes chamados para serdes livres. Que essa liberdade, 
porém, não se torne desculpa para viverdes satisfazendo os instintos porém, não se torne desculpa para viverdes satisfazendo os instintos 
egoístas. Pelo contrário, fazeiegoístas. Pelo contrário, fazei--vos servos uns dos outros através do vos servos uns dos outros através do 
amor. Pois toda a Lei encontra a sua plenitude numsó mandamento: amor. Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só mandamento: 
«Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. (Gálatas 4, 13)«Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. (Gálatas 4, 13)
Novo TestamentoNovo Testamento
Amor (ágape)Amor (ágape)
O amor (‘ágape’ nos originais gregos de Paulo) cristão é radicalmente O amor (‘ágape’ nos originais gregos de Paulo) cristão é radicalmente 
diferente do diferente do eroseros gregogrego
Não é algo motivado pelo valor do objeto, que nos desperta um desejo Não é algo motivado pelo valor do objeto, que nos desperta um desejo 
de posse, mas algo espontâneo e gratuitode posse, mas algo espontâneo e gratuito
Amor é graça, é algo que se dá do que te sobra, e não que nasce do que Amor é graça, é algo que se dá do que te sobra, e não que nasce do que 
te faltate falta
O amor é um dom que é totalmente desproporcional entre o que o dá e O amor é um dom que é totalmente desproporcional entre o que o dá e 
o beneficiário. Sua grandeza vem da absoluta gratuidadeo beneficiário. Sua grandeza vem da absoluta gratuidade
“Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. “Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. 
Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos 
perseguem, desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos perseguem, desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos 
céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e 
cair a chuva sobre justos e injustos”. (Mateus 5, 43cair a chuva sobre justos e injustos”. (Mateus 5, 43--45)45)
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Novo TestamentoNovo Testamento
Amor (ágape)Amor (ágape)
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e as línguas dos anjos, se não tivesse amor, seria como um “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e as línguas dos anjos, se não tivesse amor, seria como um 
sino ruidoso ou como um sino ruidoso ou como um címbalocímbalo estridente.estridente.
Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que 
tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, eu nada seria.tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, eu nada seria.
Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às 
chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.
O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. 
Não se alegra com a injustiça, mas regozijaNão se alegra com a injustiça, mas regozija--se com a verdade.se com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também 
desaparecerá. desaparecerá. 
Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. 
Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. 
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois 
que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. 
Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu 
conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. 
Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o 
amor.” amor.” 
(Coríntios 13)(Coríntios 13)
Novo TestamentoNovo Testamento
FéFé
Fé não é crença. Crença tem objeto e é um elemento Fé não é crença. Crença tem objeto e é um elemento 
cognitivo. Fé não tem objeto e é um sentimentocognitivo. Fé não tem objeto e é um sentimento
Cristianismo coloca a Fé como superior epistemologicamenteCristianismo coloca a Fé como superior epistemologicamente
Fé é o verdadeiro instrumento de salvação, e não a LeiFé é o verdadeiro instrumento de salvação, e não a Lei
Razão do ser humano é limitada e não tem como conhecer Razão do ser humano é limitada e não tem como conhecer 
senão sombras. Fé é a ponte para Deussenão sombras. Fé é a ponte para Deus
Fé é despertada pelo Espírito e é dom do espírito. É o sentido Fé é despertada pelo Espírito e é dom do espírito. É o sentido 
do sagradodo sagrado
Nova antropologia prevê corpo, alma e espírito. Onde alma é o Nova antropologia prevê corpo, alma e espírito. Onde alma é o 
campo das crenças e espírito o motor das realidades campo das crenças e espírito o motor das realidades 
espirituais, o verdadeiro eu, de onde nasce o impulso para os espirituais, o verdadeiro eu, de onde nasce o impulso para os 
valoresvalores
Novo TestamentoNovo Testamento
RessurreiçãoRessurreição
Corpo ressurreto não é físico, mas de natureza espiritualCorpo ressurreto não é físico, mas de natureza espiritual
A simbologia de Cristo ressuscitado significa que Deus tem poder sobre a morteA simbologia de Cristo ressuscitado significa que Deus tem poder sobre a morte
“os que forem julgados dignos de ter parte no outro século e na ressurreição dos “os que forem julgados dignos de ter parte no outro século e na ressurreição dos 
mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento, pois nem mesmo mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento, pois nem mesmo 
podem morrer: são semelhantes aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da podem morrer: são semelhantes aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da 
ressurreição” (Lucas 20, 35)ressurreição” (Lucas 20, 35)
“O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo “O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo 
ressuscita incorruptível” (I Coríntios 15,42)ressuscita incorruptível” (I Coríntios 15,42)
“Semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, “Semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, 
há também um corpo espiritual”. (I Coríntios 15,44)há também um corpo espiritual”. (I Coríntios 15,44)
“Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? “Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? 
Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que 
semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão 
de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a 
cada uma das sementes ele dá o corpoque lhe é próprio. Nenhuma carne é igual cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio. Nenhuma carne é igual 
às outras” (I Coríntios 15,35)às outras” (I Coríntios 15,35)
Novo TestamentoNovo Testamento
NãoNão--violênciaviolência
A A NãoNão--violênciaviolência cristã é radical desprezo ao mundo e à forçacristã é radical desprezo ao mundo e à força
Está longe da passividade: não se deve ceder ao mal, mesmo as custas Está longe da passividade: não se deve ceder ao mal, mesmo as custas 
da própria vidada própria vida
É a primeira aplicação do princípio de que se valeram Gandhi e Luther É a primeira aplicação do princípio de que se valeram Gandhi e Luther 
King King 
Diverso de Sócrates, não se deve obedecer uma lei injusta, nem da Diverso de Sócrates, não se deve obedecer uma lei injusta, nem da 
própria Bíbliaprópria Bíblia
“Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. “Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. 
Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de 
matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei”. matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei”. 
(Lucas 12, 4)(Lucas 12, 4)
“Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau; antes, àquele que “Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau; antes, àquele que 
te fere na face direita oferecete fere na face direita oferece--lhe também a esquerda; àquele que quer lhe também a esquerda; àquele que quer 
tomartomar--te a túnica, deixate a túnica, deixa--lhe também a veste”. (Mateus 5, 39)lhe também a veste”. (Mateus 5, 39)
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Mensagem bíblicaMensagem bíblica
Consequências filosóficasConsequências filosóficas
Pensamento grego se mostra pobre em alguns sentidos, mas Pensamento grego se mostra pobre em alguns sentidos, mas 
particularmente no sentido ético, diante da mensagem cristãparticularmente no sentido ético, diante da mensagem cristã
Prioridade epistemológica da Fé sobre a razão, teorizada por Prioridade epistemológica da Fé sobre a razão, teorizada por 
filósofos como Agostinho e Tomás, se mostrou poderosamente filósofos como Agostinho e Tomás, se mostrou poderosamente 
danosa quando mal compreendidadanosa quando mal compreendida
Mandamento cristão de “amar a Deus de todo seu Mandamento cristão de “amar a Deus de todo seu 
entendimento” abriu uma relação única na história da entendimento” abriu uma relação única na história da 
humanidade entre religião e razãohumanidade entre religião e razão
Pensamento dos próximos mil e seiscentos anos se dedicou a Pensamento dos próximos mil e seiscentos anos se dedicou a 
compatibilizar ou analisar relação entre fé e razãocompatibilizar ou analisar relação entre fé e razão
Relação entre o AT e o NT é complexa, mas tendência do Relação entre o AT e o NT é complexa, mas tendência do 
cristianismo foi considerar o AT superado.cristianismo foi considerar o AT superado.
AgostinhoAgostinho
(354(354--430)430)
Expoente da Expoente da 
PatrísticaPatrística
Criador da Filosofia Criador da Filosofia 
MedievalMedieval
O Filosofar na féO Filosofar na fé
Surgimento do Surgimento do 
sujeito na filosofiasujeito na filosofia
“Ame, e faça o que quiser”
AgostinhoAgostinho
Nascido em Nascido em TagastaTagasta, norte da África, norte da África
Dominou a cena filosófica por oitocentos e cinquenta anosDominou a cena filosófica por oitocentos e cinquenta anos
Profundamente influenciado por Platão e o neoplatonismoProfundamente influenciado por Platão e o neoplatonismo
No início de sua vida aderiu ao maniqueísmo, que defende a No início de sua vida aderiu ao maniqueísmo, que defende a 
existência de dois princípios diversos e coeternos: o bem e o malexistência de dois princípios diversos e coeternos: o bem e o mal
Funda a filosofia cristã baseada no “filosofar na fé”Funda a filosofia cristã baseada no “filosofar na fé”
Só compreende a fé quem experimentou a conversãoSó compreende a fé quem experimentou a conversão
Conversão é o evento da tomada de consciência de ter sido tocado Conversão é o evento da tomada de consciência de ter sido tocado 
diretamente por Deusdiretamente por Deus
Contra o Contra o fideísmofideísmo: Fé e razão são complementares: Fé e razão são complementares
AgostinhoAgostinho
O início da exploração do subjetivoO início da exploração do subjetivo
O grande problema e mistério da filosofia não é o mundo, O grande problema e mistério da filosofia não é o mundo, 
mas o ser humanomas o ser humano
O grande problema é o do eu, da pessoa, do indivíduo O grande problema é o do eu, da pessoa, do indivíduo 
irrepetívelirrepetível na sua interioridade, do sujeitona sua interioridade, do sujeito
O grande mistério são as lacerações íntimas da vontade O grande mistério são as lacerações íntimas da vontade 
que quer e não quer a mesma coisaque quer e não quer a mesma coisa
“Estou certo de ser, de me conhecer e de me amar”“Estou certo de ser, de me conhecer e de me amar”
A antecipação do cogito cartesiano: “se eu me engano, A antecipação do cogito cartesiano: “se eu me engano, 
logo, por isso mesmo eu existo”logo, por isso mesmo eu existo”
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AgostinhoAgostinho
O novo mundo das ideias e a iluminaçãoO novo mundo das ideias e a iluminação
As Ideias são pensamentos de Deus, modelos através dos As Ideias são pensamentos de Deus, modelos através dos 
quais ele fez as coisasquais ele fez as coisas
Do mesmo modo como o sol ilumina as coisas físicas, Do mesmo modo como o sol ilumina as coisas físicas, 
Deus ilumina as ideiasDeus ilumina as ideias
Assim como Deus, que é Ser, transmite o ser às outras Assim como Deus, que é Ser, transmite o ser às outras 
coisas, Ele, que é Verdade, transmite a capacidade de coisas, Ele, que é Verdade, transmite a capacidade de 
conhecer a verdade a outras mentesconhecer a verdade a outras mentes
Deus cria como Ser, nos ilumina como Verdade e nos dá Deus cria como Ser, nos ilumina como Verdade e nos dá 
paz como Amorpaz como Amor
AgostinhoAgostinho
LinguagemLinguagem
As palavras tem a função de evocar recordaçõesAs palavras tem a função de evocar recordações
Tem dois elementos, o som e o significado. O som é percebido Tem dois elementos, o som e o significado. O som é percebido 
sensorialmente, mas o significado é evocado internamentesensorialmente, mas o significado é evocado internamente
A linguagem não transmite conhecimento. Ela evoca a verdade A linguagem não transmite conhecimento. Ela evoca a verdade 
dentro de nósdentro de nós
“Portanto, nem mesmo a este que vê coisas verdadeiras “Portanto, nem mesmo a este que vê coisas verdadeiras 
ensino algo ao dizerensino algo ao dizer--lhe a verdade, porque aprende não lhe a verdade, porque aprende não 
através de minhas palavras, mas das próprias coisas que Deus através de minhas palavras, mas das próprias coisas que Deus 
a ele revela interiormente”. (De a ele revela interiormente”. (De MagistroMagistro, Cap.XII), Cap.XII)
Sinal é tudo aquilo que, além da impressão sensorial, faz com Sinal é tudo aquilo que, além da impressão sensorial, faz com 
que evoquemos outra ideia distintaque evoquemos outra ideia distinta
Dois tipos: naturais e convencionaisDois tipos: naturais e convencionais
AgostinhoAgostinho
DeusDeus
Demonstração da existência da Verdade é a Demonstração da existência da Verdade é a 
demonstração da existência de Deusdemonstração da existência de Deus
Deus é unidade e trindade, porque é, concebe e amaDeus é unidade e trindade, porque é, concebe e ama
Mente humana é imagem da Trindade porque é mente, Mente humana é imagem da Trindade porque é mente, 
conhececonhece--se a si mesma e amase a si mesma e ama--se a si mesmase a si mesma
Deus é o sumo bem, origem dos bens nas coisasDeus é o sumo bem, origem dos bens nas coisas
Deus é o positivona criação sem os limites que nela Deus é o positivo na criação sem os limites que nela 
existemexistem
AgostinhoAgostinho
O mundoO mundo
Uma realidade pode derivar de outra por: geração, fabricação, Uma realidade pode derivar de outra por: geração, fabricação, 
criação do nadacriação do nada
Com a criação do mundo, começa o tempoCom a criação do mundo, começa o tempo
Tempo está ligado ao movimento, mas antes do mundo não há Tempo está ligado ao movimento, mas antes do mundo não há 
movimentomovimento
Mundo é criado tendo as ideias como modeloMundo é criado tendo as ideias como modelo
Deus não cria tudo já concretizado, mas insere germes nas Deus não cria tudo já concretizado, mas insere germes nas 
coisas que se realizarão com as circunstânciascoisas que se realizarão com as circunstâncias
Tempo só existe no espírito humano, porque é nele que se Tempo só existe no espírito humano, porque é nele que se 
mantém o passado (memória) e o futuro (expectativa)mantém o passado (memória) e o futuro (expectativa)
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AgostinhoAgostinho
O malO mal
Problema maniqueísta: Se Deus é criador do mal, não é Problema maniqueísta: Se Deus é criador do mal, não é 
sumamente bom, se não é, não é onipotentesumamente bom, se não é, não é onipotente
Solução: O mal não é um ser, mas privação de serSolução: O mal não é um ser, mas privação de ser
Mal metafísico: existem graus inferiores de ser em relação a Mal metafísico: existem graus inferiores de ser em relação a 
Deus que dependem da Deus que dependem da finitudefinitude do criadodo criado
Mal moral: vem da má vontade (não da razão), que consiste Mal moral: vem da má vontade (não da razão), que consiste 
em escolher um bem menor em vista de um bem maior em escolher um bem menor em vista de um bem maior 
(vontade em Agostinho se impõe à reflexão filosófica)(vontade em Agostinho se impõe à reflexão filosófica)
Mal físico: consequência do pecado original, consiste na Mal físico: consequência do pecado original, consiste na 
influência do mal moral sobre o corpo físicoinfluência do mal moral sobre o corpo físico
Mal é amar a si mesmo mais do que ao próximo e a DeusMal é amar a si mesmo mais do que ao próximo e a Deus
AgostinhoAgostinho
O amorO amor
Bom não é aquele que conhece, mas o que amaBom não é aquele que conhece, mas o que ama
Utilidade é diferente da fruição: bens finitos devem ser Utilidade é diferente da fruição: bens finitos devem ser 
usados como meios que são, bens infinitos devem ser usados como meios que são, bens infinitos devem ser 
fruídos como fins que sãofruídos como fins que são
Virtude é amar segundo o Virtude é amar segundo o ordoordo amorisamoris, ou seja, a ordem , ou seja, a ordem 
de dignidade (ou quantidade de ser) das coisasde dignidade (ou quantidade de ser) das coisas
É o amor que reconhece a verdadeÉ o amor que reconhece a verdade
“Ama“Ama, e faz o , e faz o que quiser”que quiser”
AnselmoAnselmo
10331033--11091109
Centrado no problema da prova racional da existência de DeusCentrado no problema da prova racional da existência de Deus
Uma coisa é falar da existência de Deus, outra de sua naturezaUma coisa é falar da existência de Deus, outra de sua natureza
Oferece “provas” a priori e a Oferece “provas” a priori e a posterioriposteriori
Provas a Provas a posterioriposteriori (dos efeitos para a causa) baseadas no (dos efeitos para a causa) baseadas no 
problema dos graus, de bem, de qualidade e de perfeiçãoproblema dos graus, de bem, de qualidade e de perfeição
O que existe, existe em virtude de alguma coisa ou de nada. O que existe, existe em virtude de alguma coisa ou de nada. 
Mas do nada não vem o ser. Então existe o ser em virtude da Mas do nada não vem o ser. Então existe o ser em virtude da 
qual as coisas existem: como existe algo, existe o ser supremoqual as coisas existem: como existe algo, existe o ser supremo
AnselmoAnselmo
O argumento ontológicoO argumento ontológico
Deus é aquilo do qual nada maior se pode pensarDeus é aquilo do qual nada maior se pode pensar
Ao dizer que Deus não existe, o conceito de Deus está no seu Ao dizer que Deus não existe, o conceito de Deus está no seu 
intelecto.intelecto.
Se está afirmando que Deus não existe fora do intelecto (o Se está afirmando que Deus não existe fora do intelecto (o 
conceito não tem referente real)conceito não tem referente real)
Ora, mas ao negáOra, mas ao negá--lo, você está negando um ser que não tem lo, você está negando um ser que não tem 
o atributo da existência real, não o que de maior se pode o atributo da existência real, não o que de maior se pode 
pensarpensar
Assim, continua sendo possível pensar num ser maiorAssim, continua sendo possível pensar num ser maior
Não é possível negar Deus (!)Não é possível negar Deus (!)
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AnselmoAnselmo
O argumento ontológico: objeçõesO argumento ontológico: objeções
Não se pode saltar da existência do conceito na mente para a Não se pode saltar da existência do conceito na mente para a 
existência do referente na realidadeexistência do referente na realidade
GaunilonGaunilon: a ilha de delícias perfeita: a ilha de delícias perfeita
Tomás: nem todos admitem que Ele seja “aquele do qual nada de Tomás: nem todos admitem que Ele seja “aquele do qual nada de 
maior se possa pensarmaior se possa pensar
Pode se pensar no argumento como: “O ser necessário existe? Não. Pode se pensar no argumento como: “O ser necessário existe? Não. 
Então não seria necessário, logo, não é possível negar o ser Então não seria necessário, logo, não é possível negar o ser 
necessário” como conclui Leibniz: “O ser necessário, se é possível, necessário” como conclui Leibniz: “O ser necessário, se é possível, 
existe. Ora, ele é possível. Logo, existe”existe. Ora, ele é possível. Logo, existe”
Argumento prova que a existência de Deus deve ser logicamente Argumento prova que a existência de Deus deve ser logicamente 
necessária ou logicamente impossível, ou seja, contraditória.necessária ou logicamente impossível, ou seja, contraditória.
Tomás de AquinoTomás de Aquino
(1221(1221--1274)1274)
Expoente da Expoente da 
EscolásticaEscolástica
Teólogo máximo e Teólogo máximo e 
oficial do catolicismooficial do catolicismo
Gênio metafísicoGênio metafísico
Doutrina do direito Doutrina do direito 
naturalnatural
“Ratio causa libertatis”
Tomás de AquinoTomás de Aquino
Razão como Razão como preambulapreambula fideifidei
É necessário recorrer à razão pois ela é universal, a fé, nãoÉ necessário recorrer à razão pois ela é universal, a fé, não
Ente é qualquer coisa que exista. Pode ser lógico (mental) ou real Ente é qualquer coisa que exista. Pode ser lógico (mental) ou real 
(extramental) (extramental) 
Conceitos (universais) são entes lógicos, não reais (realismo Conceitos (universais) são entes lógicos, não reais (realismo 
moderado)moderado)
Deus é o ser no qual a essência (ser) se identifica com a existênciaDeus é o ser no qual a essência (ser) se identifica com a existência
As criaturas não são ser, mas tem serAs criaturas não são ser, mas tem ser
Essência é o conjunto das propriedades que distinguem os entes Essência é o conjunto das propriedades que distinguem os entes 
entre si entre si 
Tomás de AquinoTomás de Aquino
MetafísicaMetafísica
Como a essência das criaturas não se identifica com a Como a essência das criaturas não se identifica com a 
existência, elas são contingentes. Portanto não existem por si existência, elas são contingentes. Portanto não existem por si 
mas por outromas por outro
Existe verdade ontológica e verdade lógicaExiste verdade ontológica e verdade lógica
Verdade lógica é a humana: adequação do pensamento ao realVerdade lógica é a humana: adequação do pensamento ao real
Verdade ontológica é a adequação do ente ao projeto divinoVerdade ontológica é a adequação do ente ao projeto divino
A verdade é transcendental aoenteA verdade é transcendental ao ente
Metafísica trata do ser real, lógica, da verdadeMetafísica trata do ser real, lógica, da verdade
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Tomás de AquinoTomás de Aquino
As cinco viasAs cinco vias
Deus é primeiro na ordem ontológica, não na psicológica, tem então Deus é primeiro na ordem ontológica, não na psicológica, tem então 
que ser provado que ser provado a a posterioriposteriori::
1) Mutação: O que se move é movido por outros, é em potência 1) Mutação: O que se move é movido por outros, é em potência 
aquilo para o qual se move. Sendo em ato, move. É necessário a aquilo para o qual se move. Sendo em ato, move. É necessário a 
existência de um motor imóvel, puro ato.existência de um motor imóvel, puro ato.
2) Causa eficiente: Nada pode ser causa eficiente de si mesma ou ser 2) Causa eficiente: Nada pode ser causa eficiente de si mesma ou ser 
causado pelo nada. Logo, é necessário uma causa primeira causado pelo nada. Logo, é necessário uma causa primeira incausadaincausada
3) Contingência: Se tudo pudesse não ser, em algum momento nada 3) Contingência: Se tudo pudesse não ser, em algum momento nada 
existiria, e do nada, nada viria. Portanto, deve haver algo necessárioexistiria, e do nada, nada viria. Portanto, deve haver algo necessário
4) Graus: Há os entes mais ou menos bons, belos, verdadeiros. Há 4) Graus: Há os entes mais ou menos bons, belos, verdadeiros. Há 
necessariamente portanto esses atributos em grau máximonecessariamente portanto esses atributos em grau máximo
5) Finalismo: Os entes agem em função de um fim, mas eles são 5) Finalismo: Os entes agem em função de um fim, mas eles são 
privados de conhecimento e vontade. Logo, há um ordenadorprivados de conhecimento e vontade. Logo, há um ordenador
Tomás de AquinoTomás de Aquino
Filosofia PolíticaFilosofia Política
Se o intelecto humano pudesse ter a visão beatífica de Deus, a Se o intelecto humano pudesse ter a visão beatífica de Deus, a 
vontade humana não poderia deixar de querêvontade humana não poderia deixar de querê--la.la.
Justiça é dar a cada um o que lhe pertence segundo o direitoJustiça é dar a cada um o que lhe pertence segundo o direito
Diferente das outras virtudes que aperfeiçoam o homem em si, a Diferente das outras virtudes que aperfeiçoam o homem em si, a 
justiça trata da relação do homem com os outrosjustiça trata da relação do homem com os outros
Homens são sociáveis por natureza, fazem leis para dissuadirem os Homens são sociáveis por natureza, fazem leis para dissuadirem os 
indivíduos do mal: o Estado é uma necessidade naturalindivíduos do mal: o Estado é uma necessidade natural
Tomás de AquinoTomás de Aquino
Filosofia PolíticaFilosofia Política
Há Há lexlex divina, divina, lexlex aeternaaeterna, , lexlex naturalisnaturalis ee lexlex humanahumana..
Lex divinaLex divina é a lei da salvação, expressa nos evangelhosé a lei da salvação, expressa nos evangelhos
Lex Lex aeternaaeterna é o plano racional de Deus, a ordem do universoé o plano racional de Deus, a ordem do universo
Lex Lex naturalisnaturalis é parte da é parte da lexlex aeternaaeterna conhecida pelas criaturas conhecida pelas criaturas 
racionaisracionais
Lex humana Lex humana é a lei jurídica, isto é, o direito posto e não reveladoé a lei jurídica, isto é, o direito posto e não revelado
Tomás de AquinoTomás de Aquino
Filosofia PolíticaFilosofia Política
A lei humana deriva da lei natural de dois modos:A lei humana deriva da lei natural de dois modos:
�� por dedução, isto é, por dedução, isto é, per per modummodum conclusionumconclusionum temos, então, o temos, então, o jus jus gentiumgentium;;
�� por especificação de normas mais gerais, isto é, por especificação de normas mais gerais, isto é, per per modummodum determinationisdeterminationis temos o temos o jus jus 
civilecivile
Por exemplo, a proibição do homicídio é Por exemplo, a proibição do homicídio é jus jus gentiumgentium e a pena é e a pena é jus jus civilecivile..
Lei humana, que tem função de tornar possível a convivência pacífica Lei humana, que tem função de tornar possível a convivência pacífica 
entre os homens, tem também função pedagógicaentre os homens, tem também função pedagógica
A lei humana só deve reprimir os vícios que prejudicam os outros, e A lei humana só deve reprimir os vícios que prejudicam os outros, e 
ordenar os atos virtuosos que são necessários ao bem comumordenar os atos virtuosos que são necessários ao bem comum
Se uma lei positiva estiver em desacordo com a lei natural, então ela não Se uma lei positiva estiver em desacordo com a lei natural, então ela não 
é mais uma lei, mas uma corrupção da leié mais uma lei, mas uma corrupção da lei
É obrigação moral desobedecer à lei injusta se ela for contra a lei natural, É obrigação moral desobedecer à lei injusta se ela for contra a lei natural, 
assim como derrubar o monarca se ele se tornar um tiranoassim como derrubar o monarca se ele se tornar um tirano
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A Questão dos UniversaisA Questão dos Universais
Qual é a relação entre as palavras e as coisas? (Qual é a relação entre as palavras e as coisas? (vocesvoces etet resres))
Qual é o fundamento e valor dos conceitos e termos universais? Qual é o fundamento e valor dos conceitos e termos universais? 
(termos aplicados a toda uma categoria de indivíduos: planeta, homem)(termos aplicados a toda uma categoria de indivíduos: planeta, homem)
Realismo: os universais são Realismo: os universais são resres, entidades metafísicas reais (Platão: , entidades metafísicas reais (Platão: 
Agostinho, Agostinho, ChampeauxChampeaux, , EscotoEscoto EriúgenaEriúgena))
Nominalismo: os universais são nomes sem referência, pois só existem Nominalismo: os universais são nomes sem referência, pois só existem 
os indivíduos (Sofistas: os indivíduos (Sofistas: RoscelinRoscelin, , OckhamOckham))
Realismo Moderado: os universais são conceitos abstraídos das coisas Realismo Moderado: os universais são conceitos abstraídos das coisas 
individuais, lista de semelhanças entre elas, criações do intelecto individuais, lista de semelhanças entre elas, criações do intelecto 
humano (Aristóteles: Abelardohumano (Aristóteles: Abelardo, Aquino), Aquino)
Martin LuteroMartin Lutero
(1483(1483--1546)1546)
Expoente do Expoente do 
ProtestantismoProtestantismo
Teórico do Teórico do 
irracionalismo irracionalismo 
religiosoreligioso
“A fé é uma obra divina em nós”
Martin LuteroMartin Lutero
Ser humano é criatura decaída e não pode fazer nada de valor aos Ser humano é criatura decaída e não pode fazer nada de valor aos 
olhos de Deusolhos de Deus
Portanto salvação é pura graça e sua marca na pessoa é a féPortanto salvação é pura graça e sua marca na pessoa é a fé
Um homem de fé faz boas obras porque a fé o transformou, mas não Um homem de fé faz boas obras porque a fé o transformou, mas não 
depende delasdepende delas
Isso elimina o fundamento das indulgências (que eram obras)Isso elimina o fundamento das indulgências (que eram obras)
Escritura é autoridade infalível. Sacerdotes e teólogos nãoEscritura é autoridade infalível. Sacerdotes e teólogos não
Não há intermediários entre o homem e Deus: livre sacerdócioNão há intermediários entre o homem e Deus: livre sacerdócio
Vontade humana é nada, homem fica entre Deus ou o Diabo Vontade humana é nada, homem fica entre Deus ou o Diabo 
(predestinação)(predestinação)
Quando usa a razão, o homem não pode nada a não ser errarQuando usa a razão, o homem não pode nada a não ser errar
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Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
Descartes e Revolução CientíficaDescartes e Revolução Científica
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
PatrísticaMedieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna
Galileu
1564-642
de Cusa Hume
Copérnico
Ceticismo metafísico
1711-7761401-464
Neoplatonismo
1452-519
Da Vinci
Mecanicismo
1543
Heliocentrismo
Renascimento
Descartes
Racionalismo
Escolástica
Lutero
1483-546
Protestantismo
1637
Ciência Moderna
Locke
Empirismo
1632-704
Revolução Científica
1687
Newton
Gravitação
Leibniz
1646-716
Cálculo
Modernidade
Kant
1781
Criticismo
RenascimentoRenascimento
Botticelli – La primavera
“Magnum miraculum est homo”
2
RenascimentoRenascimento
Localizado entre os séculos XV e XVILocalizado entre os séculos XV e XVI
ComeçaComeça com a com a divulgaçãodivulgação de de umauma sériesérie de de textostextos fraudadosfraudados de de 
supostossupostos profetasprofetas: Hermes : Hermes TrismegistoTrismegisto, , ZoroastroZoroastro, , OrfeuOrfeu
Acaba com o surgimento da Revolução CientíficaAcaba com o surgimento da Revolução Científica
NasNas artesartes se se experimentaexperimenta umauma liberdadeliberdade temáticatemática, a , a voltavolta de de 
temastemas pagãospagãos e e aplicaçãoaplicação dada técnicatécnica de de outrosoutros camposcampos
Marca central é a revalorização do ser humano e cultura gregaMarca central é a revalorização do ser humano e cultura grega
Ser Ser humanohumano é “é “microcosmosmicrocosmos” e “” e “milagremilagre máximomáximo””
Ser Ser humanohumano é o é o únicoúnico queque se plasma, é se plasma, é artíficeartífice de de sisi mesmomesmo
RetornoRetorno do do neoplatonismoneoplatonismo e e dada magiamagia
RenascimentoRenascimento
MaquiavelMaquiavel
“Quem num mundo de perversos pretende seguir em tudo os “Quem num mundo de perversos pretende seguir em tudo os 
ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria 
perdição”perdição”
Política não é extensão da Ética, mas ciência do poder políticoPolítica não é extensão da Ética, mas ciência do poder político
PolíticaPolítica devedeve ser ser consideradoconsiderado pelopelo ser, ser, nãonão pelopelo deverdever serser
Realismo político é fruto de grande pessimismo antropológicoRealismo político é fruto de grande pessimismo antropológico
Príncipe Príncipe devedeve governargovernar eficazmenteeficazmente o o estadoestado apesarapesar dada sortesorte
VirtudeVirtude do do príncipepríncipe é vigor, é vigor, astúciaastúcia e e energiaenergia, , capacidadecapacidade de de 
preverprever, , planejarplanejar e e constrangerconstranger, , domandodomando a a sortesorte e e mantendomantendo o o 
poderpoder
Revolução CientíficaRevolução Científica
(1543(1543--1687)1687)
MudançaMudança radical de radical de critérioscritérios
e e objetivosobjetivos do do conhecimentoconhecimento
HeliocentrismoHeliocentrismo
Experimento: matemática Experimento: matemática 
mais experiênciamais experiência
MatematizaçãoMatematização da naturezada natureza
RompimentoRompimento entre entre ciênciaciência e e 
féfé
Torre de Pisa: local onde Galileu teria 
promovido o primeiro experimento público
Revolução CientíficaRevolução Científica
Um mundo destruídoUm mundo destruído
A imagem de mundo que foi destruída pela revoluçãoA imagem de mundo que foi destruída pela revolução
No mundo feudal da idade média, tudo ocupava seu lugar No mundo feudal da idade média, tudo ocupava seu lugar 
imutável, determinado pela qualidade de sua essência. imutável, determinado pela qualidade de sua essência. 
A Terra ocupava o centro desse Cosmos, onde o homem não A Terra ocupava o centro desse Cosmos, onde o homem não 
dominava e não podia dominar a naturezadominava e não podia dominar a natureza
Na cosmologia, o modelo era o Na cosmologia, o modelo era o ptolomeicoptolomeico--aristotélicoaristotélico, dividindo o , dividindo o 
Cosmos basicamente entre o mundo sublunar Cosmos basicamente entre o mundo sublunar -- o mundo da o mundo da 
imperfeição, da mudança constante e da corrupção de tudo imperfeição, da mudança constante e da corrupção de tudo -- e o e o 
mundo celestial supralunar, perfeito e incorruptível. mundo celestial supralunar, perfeito e incorruptível. 
O espaço aristotélico é portanto um conjunto diferenciado de O espaço aristotélico é portanto um conjunto diferenciado de 
lugares que possuem naturezas diversas.lugares que possuem naturezas diversas.
3
Revolução CientíficaRevolução Científica
A segunda grande revolução culturalA segunda grande revolução cultural
a) A Terra não é o centro do universo: a) A Terra não é o centro do universo: A Terra se torna nada mais que A Terra se torna nada mais que 
um planeta entre outros. O universo fechado se torna infinito, imagem da um planeta entre outros. O universo fechado se torna infinito, imagem da 
geometria euclidiana.geometria euclidiana.
b) A Ciência se torna experimental: b) A Ciência se torna experimental: A Ciência Moderna é superior pois A Ciência Moderna é superior pois 
obtém suas proposições através de experimentos e demonstrações, o que a obtém suas proposições através de experimentos e demonstrações, o que a 
separa da religião e da filosofia. separa da religião e da filosofia. 
c) A Ciência rejeita a busca pela essência das coisas: c) A Ciência rejeita a busca pela essência das coisas: A A filosofia naturalfilosofia natural
não está mais voltada para a essência ou a substância das coisas e dos não está mais voltada para a essência ou a substância das coisas e dos 
fenômenos, e sim para responder “o como” eles se desenvolvem, que fenômenos, e sim para responder “o como” eles se desenvolvem, que 
funções matemáticas os regem.funções matemáticas os regem.
d) A Revolução Científica é triunfo do d) A Revolução Científica é triunfo do neoneo--platonismoplatonismo: : A mística do A mística do 
Sol, presente em Copérnico e Kepler; o Deus Geômetra, que cria o mundo Sol, presente em Copérnico e Kepler; o Deus Geômetra, que cria o mundo 
nele imprimindo uma ordem geométrica e matemática.nele imprimindo uma ordem geométrica e matemática.
e) A Ciência tem como objetivo intervir na natureza: e) A Ciência tem como objetivo intervir na natureza: O conhecimento O conhecimento 
passa a ter um objetivo prático, deve servir para aprimorar as técnicas dos passa a ter um objetivo prático, deve servir para aprimorar as técnicas dos 
artesãos e aumentar a produtividade do trabalho humano. artesãos e aumentar a produtividade do trabalho humano. 
Revolução CientíficaRevolução Científica
A nova síntese epistemológicaA nova síntese epistemológica
A Revolução Científica substituiu a física qualitativa de Aristóteles por uma física A Revolução Científica substituiu a física qualitativa de Aristóteles por uma física 
quantitativaquantitativa
Esse descompromisso com a aplicação das teorias tomou dois caminhos distintos no Esse descompromisso com a aplicação das teorias tomou dois caminhos distintos no 
pensamento epistemológico grego. pensamento epistemológico grego. 
O primeiro foi o aristotélico, que partia da experiência (observações sistemáticas) mas O primeiro foi o aristotélico, que partia da experiência (observações sistemáticas) mas 
tinha o objetivo de captar a essência das coisas e dos fenômenos e classificátinha o objetivo de captar a essência das coisas e dos fenômenos e classificá--los. los. 
O segundo, platônico, foi o da matemática como modelo de conhecimento, sem O segundo, platônico, foi o da matemática como modelo de conhecimento, sem 
qualquer compromisso com sua aplicação no mundo material. qualquer compromisso com sua aplicação no mundo material. 
A nova síntese epistemológica que nos traz a Revolução Científica é a realizada entre A nova síntese epistemológica que nos traz a Revolução Científica é a realizadaentre 
as matemáticas e a experiência. Essa síntese tem nome, e é experimentação. as matemáticas e a experiência. Essa síntese tem nome, e é experimentação. 
Sua tarefa foi a de elaborar um conceito de experiência e de teoria fundado no recurso Sua tarefa foi a de elaborar um conceito de experiência e de teoria fundado no recurso 
inédito à matemática: é o controle e a quantificação da experiência.inédito à matemática: é o controle e a quantificação da experiência.
Esta unidade pode acontecer porque se admite o pressuposto que a natureza se Esta unidade pode acontecer porque se admite o pressuposto que a natureza se 
organiza de forma matemáticaorganiza de forma matemática
Assim, uma das Assim, uma das conseqüênciasconseqüências da Revolução Científica foi o divórcio entre o mundo da Revolução Científica foi o divórcio entre o mundo 
dos valores (do sentido, dos fins) e o mundo dos fatos (causas materiais e eficientes). dos valores (do sentido, dos fins) e o mundo dos fatos (causas materiais e eficientes). 
Galileu Galileu GalileiGalilei
(1564(1564--1642)1642)
“A Filosofia encontra“A Filosofia encontra--se se 
escrita neste vasto livro que escrita neste vasto livro que 
continuamente se abre continuamente se abre 
perante nossos olhos (o perante nossos olhos (o 
universo), que não se pode universo), que não se pode 
compreender antes de compreender antes de 
entender a língua e os entender a língua e os 
caracteres com os quais está caracteres com os quais está 
escrito. E ele está escrito em escrito. E ele está escrito em 
linguagem matemática.”linguagem matemática.”
Galileu Galileu GalileiGalilei
“e no entanto, ela se move”
Revolução CientíficaRevolução Científica
GalileuGalileu
Viveu entre 1564 (Pisa) e 1642 (Florença)Viveu entre 1564 (Pisa) e 1642 (Florença)
Aperfeiçoou a luneta e usouAperfeiçoou a luneta e usou--a como instrumento científicoa como instrumento científico
ChoqueChoque dada IgrejaIgreja com com GalileuGalileu foifoi choquechoque entre entre 
interpretaçãointerpretação instrumentalistainstrumentalista e e realistarealista de de CopérnicoCopérnico
IgrejaIgreja estavaestava com o com o monopóliomonopólio dada interpretaçãointerpretação das das 
escriturasescrituras emem jogojogo
Deus nos deu sentidos, discurso e intelecto: é por meio Deus nos deu sentidos, discurso e intelecto: é por meio 
deles que podemos chegar à conclusões naturais pela deles que podemos chegar à conclusões naturais pela 
experimentaçãoexperimentação
PrincípioPrincípio dada inérciainércia e do e do movimentomovimento retilíneoretilíneo uniformeuniforme
Relatividade do movimento explica porque Terra se moveRelatividade do movimento explica porque Terra se move
4
Revolução CientíficaRevolução Científica
GalileuGalileu
Não é de experiências sensoriais que se faz a ciência, Não é de experiências sensoriais que se faz a ciência, 
mas de experimentos construídosmas de experimentos construídos
Ciência não está a serviço da fé e tem objetivo diverso: Ciência não está a serviço da fé e tem objetivo diverso: 
“saber como vai o céu” ou “saber como se vai ao céu”“saber como vai o céu” ou “saber como se vai ao céu”
Não se pede certidão de nascimento para a verdade, Não se pede certidão de nascimento para a verdade, 
mas razões e demonstraçõesmas razões e demonstrações
Ciência é realista e objetiva, não instrumentalistaCiência é realista e objetiva, não instrumentalista
Ciência só pode descrever propriedades quantitativas Ciência só pode descrever propriedades quantitativas 
objetivas, não qualitativas subjetivas (ser humano fora)objetivas, não qualitativas subjetivas (ser humano fora)
Revolução CientíficaRevolução Científica
GalileuGalileu
O Livro da natureza está escrito em linguagem matemáticaO Livro da natureza está escrito em linguagem matemática
Método científico consiste nas “sensatas experiências” e Método científico consiste nas “sensatas experiências” e 
“demonstrações necessárias”“demonstrações necessárias”
Se deduz racionalmente de uma teoria suas consequências Se deduz racionalmente de uma teoria suas consequências 
empíricasempíricas
E se observa sensatamente na realidade sua ocorrência E se observa sensatamente na realidade sua ocorrência 
através dos sentidosatravés dos sentidos
A “sensata experiência” é o experimentoA “sensata experiência” é o experimento
Experimento mental revela dedutivamente absurdo de Experimento mental revela dedutivamente absurdo de 
teoriasteorias
Galileu primeiro utilizador do método hipotéticoGalileu primeiro utilizador do método hipotético--dedutivodedutivo
Revolução CientíficaRevolução Científica
NewtonNewton
Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, viveu entre 1642 e 1727Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, viveu entre 1642 e 1727
Publicou em 1687 a obra mais importante da história da ciência, o “Publicou em 1687 a obra mais importante da história da ciência, o “PhilosophiaePhilosophiae
NaturalisNaturalis Principia Principia MathematicaMathematica””
A famosa lei da gravidade: dois corpos se atraem de forma diretamente proporcional ao A famosa lei da gravidade: dois corpos se atraem de forma diretamente proporcional ao 
produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distânciaproduto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância
Se envolveu em várias acusações de plágio na carreira. As mais famosas por Se envolveu em várias acusações de plágio na carreira. As mais famosas por HookeHooke, em , em 
relação a gravidade, e Leibniz, em relação ao cálculo diferencialrelação a gravidade, e Leibniz, em relação ao cálculo diferencial
Newton assume uma metafísica que afirma que:Newton assume uma metafísica que afirma que:
�� a dureza, a extensão, a impenetrabilidade e o movimento são qualidades essenciais dos corposa dureza, a extensão, a impenetrabilidade e o movimento são qualidades essenciais dos corpos
�� A natureza é simples e uniformeA natureza é simples e uniforme
““hypotheseshypotheses nonnon fingofingo”: suposições não derivadas do fenômeno não tem lugar na ”: suposições não derivadas do fenômeno não tem lugar na 
ciênciaciência
O mundo é uma máquina, mas causa primeira não é mecânicaO mundo é uma máquina, mas causa primeira não é mecânica
DescartesDescartes
(1596(1596--1650)1650)
O fundador da filosofia O fundador da filosofia 
modernamoderna
Sujeito é o centro e a base Sujeito é o centro e a base 
da filosofiada filosofia
O novo racionalismoO novo racionalismo
O mecanicismo e a O mecanicismo e a 
metafísica da ciênciametafísica da ciência
A A matematizaçãomatematização do espaçodo espaço“Cogito ergo sum”
5
DescartesDescartes
15961596--16501650
“Seria difícil imaginar algo tão estranho e incrível que já não “Seria difícil imaginar algo tão estranho e incrível que já não 
tenha sido dito por algum filósofo”tenha sido dito por algum filósofo”
Toda a filosofia e teologia tradicionais estão condenadas pela Toda a filosofia e teologia tradicionais estão condenadas pela 
falta de métodofalta de método
Filosofia precisa se inspirar na geometria, e esta, precisa ser Filosofia precisa se inspirar na geometria, e esta, precisa ser 
unificada com a álgebra num fundamento e método universal unificada com a álgebra num fundamento e método universal 
do conhecimentodo conhecimento
Razão precisa de método, de guia para a expansão cumulativa Razão precisa de método, de guia para a expansão cumulativa 
do conhecimentodo conhecimento
Como a geometria, método deve partir de verdades evidentes Como a geometria, método deve partir de verdades evidentes 
por intuiçãopor intuição
DescartesDescartes
O método cartesianoO método cartesiano
1) EVIDÊNCIA 1) EVIDÊNCIA –– A razão não pode aceitar como verdadeiro o A razão não pode aceitar como verdadeiro o 
que não for evidente e imune à dúvida, ou seja, claro eque não for evidente e imune à dúvida, ou seja, claro e 
distinto, imediatodistinto, imediato
2) ANÁLISE 2) ANÁLISE –– Dividir cada problema nas menores unidades Dividir cada problema nas menores unidades 
possíveis, o que leva à evidência por reduzir os problemas a possíveis, o que leva à evidência por reduzir os problemas a 
ideias claras e distintas e libertar o verdadeiro que está ideias claras e distintas e libertar o verdadeiro que está 
misturado com o falsomisturado com o falso
3) SÍNTESE 3) SÍNTESE –– Recompor as ideias agora simples de forma a Recompor as ideias agora simples de forma a 
reconstruir, e portanto entender, o complexo. É ou real, ou reconstruir, e portanto entender, o complexo. É ou real, ou 
hipótese provávelhipótese provável
4) ENUMERAÇÃO 4) ENUMERAÇÃO –– Enumerar e revisar todas as partes e Enumerar e revisar todas as partes e 
passos para checar se nada se omitiu no caminhopassos para checar se nada se omitiu no caminho
DescartesDescartes
A dúvida metódicaA dúvida metódica
Mas o que pode ser imune a dúvida? Qual o fundamento do Mas o que pode ser imune a dúvida? Qual o fundamento do 
conhecimento?conhecimento?
Se a regra leva a uma única certeza que não pode ser Se a regra leva a uma única certeza que não pode ser 
maculada por qualquer tipo de dúvida, é possível conhecermaculada por qualquer tipo de dúvida, é possível conhecer
O saber tradicional pode oferecer isso?O saber tradicional pode oferecer isso?
A tradição já demonstrou sua vacuidade em lidar com o mundoA tradição já demonstrou sua vacuidade em lidar com o mundo
Os sentidos são enganadores e apresentam dados absurdosOs sentidos são enganadores e apresentam dados absurdos
A lógica tradicional leva a raciocínios falsos por serem A lógica tradicional leva a raciocínios falsos por serem 
fundados em premissas obscuras e sem fundamentofundados em premissas obscuras e sem fundamento
Todos esses ramos estão rejeitados por princípioTodos esses ramos estão rejeitados por princípio
DescartesDescartes
O CogitoO Cogito
A matemática sim, parece indubitável em todas as circunstâncias. A matemática sim, parece indubitável em todas as circunstâncias. 
Seus raciocínios nos enchem de certezaSeus raciocínios nos enchem de certeza
Mas é possível considerar que esse sentimento de certeza seja Mas é possível considerar que esse sentimento de certeza seja 
resultado da obra de um deus enganador, um gênio maligno que nos resultado da obra de um deus enganador, um gênio maligno que nos 
faz sentir a certeza diante de raciocínios matemáticosfaz sentir a certeza diante de raciocínios matemáticos
Mas se ele me engana quanto a matemática, então eu existo pra ser Mas se ele me engana quanto a matemática, então eu existo pra ser 
enganadoenganado
Ele não pode enganarEle não pode enganar--me quanto a minha existência, pois preciso me quanto a minha existência, pois preciso 
existir para ser enganado. Logo, se penso, sou.existir para ser enganado. Logo, se penso, sou.
Pensamento aqui abrange operações do intelecto, sentido, Pensamento aqui abrange operações do intelecto, sentido, 
imaginação e vontade: somos imaginação e vontade: somos resres cogitanscogitans
O “penso logo existo” não é um argumento, mas uma intuição O “penso logo existo” não é um argumento, mas uma intuição 
imediataimediata
6
DescartesDescartes
As ideiasAs ideias
Mas como provar a partir da consciência o mundo externo? Mas como provar a partir da consciência o mundo externo? 
Como reconstruir o saber?Como reconstruir o saber?
Ora, quem pensa, pensa ideias. O primeiro tipo de ideias que Ora, quem pensa, pensa ideias. O primeiro tipo de ideias que 
parece evidente são as vindas dos sentidos: as adventíciasparece evidente são as vindas dos sentidos: as adventícias
Com elas, combinamos e criamos com a faculdade da Com elas, combinamos e criamos com a faculdade da 
imaginação ideias novas: as fictíciasimaginação ideias novas: as fictícias
Mas há ideias em nós que não vieram dos sentidos, e portanto Mas há ideias em nós que não vieram dos sentidos, e portanto 
não foram também fruto da imaginaçãonão foram também fruto da imaginação
São por exemplo as ideias de perfeição, absoluto, infinito, São por exemplo as ideias de perfeição, absoluto, infinito, 
eternidade, imutabilidadeeternidade, imutabilidade
Entre elas a ideia de Deus, que reúne essas e outros atributos, Entre elas a ideia de Deus, que reúne essas e outros atributos, 
e portanto, é inatae portanto, é inata
DescartesDescartes
DeusDeus
Ora, a causa eficiente deve ter tanta realidade como seu efeitoOra, a causa eficiente deve ter tanta realidade como seu efeito
O autor dessa ideia não pode ter sido eu, que não tenho esses O autor dessa ideia não pode ter sido eu, que não tenho esses 
atributos, nem outro ser que não tenha esses atributosatributos, nem outro ser que não tenha esses atributos
Portanto a ideia de Deus em mim necessariamente foi criada Portanto a ideia de Deus em mim necessariamente foi criada 
por um ser que tenha esses atributos: Deuspor um ser que tenha esses atributos: Deus
A ideia de Deus é a assinatura do Criador na criaturaA ideia de Deus é a assinatura do Criador na criatura
Deus portanto é o fundamento que garante a capacidade de Deus portanto é o fundamento que garante a capacidade de 
nossa razão e confiabilidade de sentidos considerados como nossa razão e confiabilidade de sentidos considerados como 
ideias claras e distintasideias claras e distintas
Deus também é o fundamento da estabilidade das leis Deus também é o fundamento da estabilidade das leis 
naturais, porque elas são expressão de sua vontade, mas esta naturais, porque elas são expressão de sua vontade, mas esta 
é imutávelé imutável
DescartesDescartes
O erroO erro
O erro não vem de Deus, nem é pecado original, mas é O erro não vem de Deus, nem é pecado original, mas é 
fruto do mal uso da razãofruto do mal uso da razão
O mal uso da razão nasce da interferência da vontade no O mal uso da razão nasce da interferência da vontade no 
intelectointelecto
Ela o leva a considerar ideias obscuras e confusas como Ela o leva a considerar ideias obscuras e confusas como 
claras e distintasclaras e distintas
O erro é fruto da operação, e não do ser (humano)O erro é fruto da operação, e não do ser (humano)
DescartesDescartes
MecanicismoMecanicismo
O mundo corpóreo é possível por causa da ideia de O mundo corpóreo é possível por causa da ideia de 
extensão, e é dado pela sensação através da imaginaçãoextensão, e é dado pela sensação através da imaginação
Deus garante a segurança das sensaçõesDeus garante a segurança das sensações
No entanto devemos aplicar o critério das ideias claras e No entanto devemos aplicar o critério das ideias claras e 
distintas às sensações: só a extensão é distintadistintas às sensações: só a extensão é distinta
Essência da matéria é a extensão, Essência da matéria é a extensão, resres extensaextensa
Qualidades são expurgadas da nova ciênciaQualidades são expurgadas da nova ciência
O mundo é extensão e movimento, criado por DeusO mundo é extensão e movimento, criado por Deus
7
DescartesDescartes
MecanicismoMecanicismo
Princípio da inércia: se a matéria não tem qualidades, só Princípio da inércia: se a matéria não tem qualidades, só 
pode mudar de direção pela impulsão de outros corpospode mudar de direção pela impulsão de outros corpos
Princípio da conservação: movimento geral sempre Princípio da conservação: movimento geral sempre 
permanece constante, contra a entropiapermanece constante, contra a entropia
Princípio do movimento retilíneo: toda coisa tende a se Princípio do movimento retilíneo: toda coisa tende a se 
mover em linha reta originariamentemover em linha reta originariamente
Corpo animal é uma máquinaCorpo animal é uma máquina
O Deus cartesiano criou o mundo, deu corda nele e o O Deus cartesiano criou omundo, deu corda nele e o 
abandonouabandonou
DescartesDescartes
Geometria AnalíticaGeometria Analítica
Matemática moderna: a álgebra Matemática moderna: a álgebra 
aplicada à geometriaaplicada à geometria
Curvas, superfícies e figuras Curvas, superfícies e figuras 
geométricas se tornam equaçõesgeométricas se tornam equações
Qualquer equação pode ser Qualquer equação pode ser 
interpretada geometricamenteinterpretada geometricamente
2 coordenadas para o plano, 3 2 coordenadas para o plano, 3 
para a mecânica, 4 para a para a mecânica, 4 para a 
relatividaderelatividade
A física permitida pela nova A física permitida pela nova 
matemática muda a face da Terramatemática muda a face da Terra
duas retas com extensão 
dividida por uma unidade de 
medida, permitem associar 
qualquer ponto no plano dois 
números: a abscissa (vertical) 
e a ordenada (horizontal)
DescartesDescartes
O DualismoO Dualismo
Alma é pensamento e não vida. A morte se dá por causas Alma é pensamento e não vida. A morte se dá por causas 
fisiológicas, não por sua separação do corpofisiológicas, não por sua separação do corpo
Alma é Alma é inextensainextensa ((resres cogitanscogitans), corpo é extenso (), corpo é extenso (resres
extensaextensa) não há interseção entre as duas substâncias) não há interseção entre as duas substâncias
InteracionismoInteracionismo: alma não é piloto, mas também sofre : alma não é piloto, mas também sofre 
efeitos do corpoefeitos do corpo
Espíritos animais circulam no sangue até afetarem e Espíritos animais circulam no sangue até afetarem e 
serem afetados pela glândula pinealserem afetados pela glândula pineal
Como poderia a alma Como poderia a alma inextensainextensa exercer impulsão sobre exercer impulsão sobre 
um corpo extenso?um corpo extenso?
DescartesDescartes
CríticasCríticas
Hume: aquele que pensa já não é o que existe, e Hume: aquele que pensa já não é o que existe, e 
argumento é circularargumento é circular
Se as duas substâncias não tem interseções, não podem Se as duas substâncias não tem interseções, não podem 
interagirinteragir
Deus de Descartes não está no mundo (Deus de Descartes não está no mundo (nullibilismonullibilismo))
Método cartesiano é especulativo e não capta o espírito Método cartesiano é especulativo e não capta o espírito 
da ciência moderna em sua essênciada ciência moderna em sua essência
Leibniz: matéria não pode ser extensão, mas como todo o Leibniz: matéria não pode ser extensão, mas como todo o 
ser, é atividadeser, é atividade
8
RACIONALISMORACIONALISMO
MalebrancheMalebranche
SpinozaSpinoza
LeibnizLeibniz
MECANICISMOMECANICISMO
(Empirismo)(Empirismo)
HobbesHobbes
LockeLocke
HumeHume
DescartesDescartes
LegadoLegado
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
EmpirismoEmpirismo
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna
Galileu
1564-642
de Cusa Hume
Copérnico
Ceticismo metafísico
1711-7761401-464
Neoplatonismo
1452-519
Da Vinci
Mecanicismo
1543
Heliocentrismo
Renascimento
Descartes
Racionalismo
Escolástica
Lutero
1483-546
Protestantismo
1637
Ciência Moderna
Locke
Empirismo
1632-704
Revolução Científica
1687
Newton
Gravitação
Leibniz
1646-716
Cálculo
Modernidade
Kant
1781
Criticismo
Francis BaconFrancis Bacon
(1561(1561--1626)1626)
Transição do empirismo medieval para o modernoTransição do empirismo medieval para o moderno
Filósofo da era industrialFilósofo da era industrial
Promotor da Revolução CientíficaPromotor da Revolução Científica
Conhecimento deve dar seus frutos na prática, Conhecimento deve dar seus frutos na prática, 
instrumento para realização da fraternidade e progressoinstrumento para realização da fraternidade e progresso
Ciência é instrumento de transformação e controle do Ciência é instrumento de transformação e controle do 
ambiente: saber é poderambiente: saber é poder
Ciência é obra coletiva, pública, escrito em linguagem Ciência é obra coletiva, pública, escrito em linguagem 
clara e intersubjetivaclara e intersubjetiva
2
Francis BaconFrancis Bacon
(1561(1561--1626)1626)
InduçãoIndução cuidadosacuidadosa porpor eliminaçãoeliminação e e verificaçãoverificação dada
hipótesehipótese restanterestante, é o , é o únicoúnico caminhocaminho do do conhecimentoconhecimento
Só podemos agir sobre os fenômenos se conhecermos Só podemos agir sobre os fenômenos se conhecermos 
suas causassuas causas
Para instaurar o novo saber é preciso primeiro destruir os Para instaurar o novo saber é preciso primeiro destruir os 
ídolos do saber, depois justificar as regras do novo ídolos do saber, depois justificar as regras do novo 
métodométodo
A teoria dos ídolos tem a função de limpar a mente dos A teoria dos ídolos tem a função de limpar a mente dos 
homens das falsas noções que congestionam sua mente e homens das falsas noções que congestionam sua mente e 
impossibilitam a verdadeira induçãoimpossibilitam a verdadeira indução
Francis BaconFrancis Bacon
Os Os IdolaIdola
IdolaIdola tribustribus (da espécie): ser humano tende a encontrar (da espécie): ser humano tende a encontrar 
padrões que não existem, tem a tendência padrões que não existem, tem a tendência verificacionistaverificacionista, , 
quer provar que o que gosta é verdadeiroquer provar que o que gosta é verdadeiro
IdolaIdola specusspecus (da “caverna”, indivíduo): cada indivíduo (da “caverna”, indivíduo): cada indivíduo –– em em 
virtude de sua educação, leitura, experiências, corpo e outros virtude de sua educação, leitura, experiências, corpo e outros 
–– desenvolve preconceitos própriosdesenvolve preconceitos próprios
IdolaIdola forifori (do “mercado”, linguagem): São as distorções (do “mercado”, linguagem): São as distorções 
causadas pela interação social, particularmente pela causadas pela interação social, particularmente pela 
linguagem, como nomes de coisas inexistentes e confusaslinguagem, como nomes de coisas inexistentes e confusas
IdolaIdola theatritheatri (das doutrinas): Doutrinas filosóficas mal (das doutrinas): Doutrinas filosóficas mal 
construídas criam imenso obstáculo a obtenção de construídas criam imenso obstáculo a obtenção de 
conhecimentoconhecimento
Thomas HobbesThomas Hobbes
(1588(1588--1679)1679)
O teórico do absolutismo O teórico do absolutismo 
Não se mede a utilidade da filosofia política pelas Não se mede a utilidade da filosofia política pelas 
vantagens que traz, mas pelas catástrofes que evitavantagens que traz, mas pelas catástrofes que evita
A filosofia se ocupa dos corpos, suas causas e A filosofia se ocupa dos corpos, suas causas e 
propriedades, e nada maispropriedades, e nada mais
Pensamentos são fluídos, são fixados por sinais sensíveis Pensamentos são fluídos, são fixados por sinais sensíveis 
(palavras)(palavras)
Não existem universais. Só existem indivíduos (corpos) e Não existem universais. Só existem indivíduos (corpos) e 
conceitos (imagens de indivíduos)conceitos (imagens de indivíduos)
Thomas HobbesThomas Hobbes
(1588(1588--1679)1679)
Definição não se refere a essência da coisa, mas somente fixa Definição não se refere a essência da coisa, mas somente fixa 
o significado do vocábuloo significado do vocábulo
As proposições primeiras são definições estabelecidas pelo As proposições primeiras são definições estabelecidas pelo 
arbítrio dos falantes (linguagem é arbitrária)arbítrio dos falantes (linguagem é arbitrária)
Raciocinaré conectar ou desconectar nomes, definições ou Raciocinar é conectar ou desconectar nomes, definições ou 
proposiçõesproposições
Raciocinar é computar, calcular: somar e subtrair (homem = Raciocinar é computar, calcular: somar e subtrair (homem = 
animal + racional; animal = homem animal + racional; animal = homem –– racional: antecipação da racional: antecipação da 
cibernética)cibernética)
Todos os pensamento vem dos sentidos, causados por corposTodos os pensamento vem dos sentidos, causados por corpos
3
Thomas HobbesThomas Hobbes
homo homo hominihomini lupuslupus
Só sabemos perfeitamente o que nós próprios construímos Só sabemos perfeitamente o que nós próprios construímos 
(geometria)(geometria)
Mas não construímos as coisas naturais: deduzimos suas Mas não construímos as coisas naturais: deduzimos suas 
causas, das quais a principal é o movimentocausas, das quais a principal é o movimento
Mecanicismo: toda a realidade são corpos extensos e Mecanicismo: toda a realidade são corpos extensos e 
movimento quantificadomovimento quantificado
Não há liberdade: o desejo foi precedido pela causa do desejo Não há liberdade: o desejo foi precedido pela causa do desejo 
(liberdade rompe a lógica mecanicista)(liberdade rompe a lógica mecanicista)
Não devemos entender liberdade como livreNão devemos entender liberdade como livre--arbítrio, mas arbítrio, mas 
como fazer aquilo que se desejacomo fazer aquilo que se deseja
Não há bem ou mal, mas bens e males: bom é aquilo para o Não há bem ou mal, mas bens e males: bom é aquilo para o 
qual tendemos e mal aquilo do qual fugimosqual tendemos e mal aquilo do qual fugimos
Thomas HobbesThomas Hobbes
O absolutismoO absolutismo
Há um bem no entanto originário: a vidaHá um bem no entanto originário: a vida
Não há justiça natural, mas valores construídos por nós, Não há justiça natural, mas valores construídos por nós, 
portanto conhecidos absolutamenteportanto conhecidos absolutamente
Não há natureza humana (contra o animal político) Não há natureza humana (contra o animal político) 
Homens se encontram em estado de guerra de todos Homens se encontram em estado de guerra de todos 
contra todos: o homem é o lobo do homemcontra todos: o homem é o lobo do homem
No estado natural, homem está em permanente risco de No estado natural, homem está em permanente risco de 
vida e incapacitado de vida produtivavida e incapacitado de vida produtiva
Saída vem do instinto de conseguir o necessário para Saída vem do instinto de conseguir o necessário para 
sobreviver (no caso a paz) e da razão (instrumental)sobreviver (no caso a paz) e da razão (instrumental)
Thomas HobbesThomas Hobbes
O absolutismo: LeviatãO absolutismo: Leviatã
Leis naturais de Hobbes são a racionalização do egoísmoLeis naturais de Hobbes são a racionalização do egoísmo
1) Se esforçar para a paz ou defender1) Se esforçar para a paz ou defender--se com todos os se com todos os 
meios possíveismeios possíveis
2) Renunciar do direito a tudo para o direito do outro2) Renunciar do direito a tudo para o direito do outro
3) Cumprir os acordos feitos (justiça é manter acordos)3) Cumprir os acordos feitos (justiça é manter acordos)
Para fazer cumprir essas e outras leis, o homem delega a Para fazer cumprir essas e outras leis, o homem delega a 
força necessária a um único homemforça necessária a um único homem
Soberano está fora do pacto, mantendo a liberdade Soberano está fora do pacto, mantendo a liberdade 
natural. Ele está acima das leis. É o Estado Leviatãnatural. Ele está acima das leis. É o Estado Leviatã
John LockeJohn Locke
(1632(1632--1704)1704)
ExpoenteExpoente do do empirismoempirismo
Fundador do Fundador do 
LiberalismoLiberalismo
Teorizador da Teorizador da 
propriedade privadapropriedade privada
Doutrina da “Doutrina da “tabula tabula 
rasa”rasa”“No man's knowledge here can go 
beyond his experience”
4
John LockeJohn Locke
(1632(1632--1704)1704)
Com Locke a teoria do conhecimento se sedimenta como Com Locke a teoria do conhecimento se sedimenta como 
a filosofia primeiraa filosofia primeira
A primeira das investigações filosóficas deve ser quanto A primeira das investigações filosóficas deve ser quanto 
ao alcance de nosso intelectoao alcance de nosso intelecto
O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda 
ideia vem da experiênciaideia vem da experiência
1) não existem ideias inatas; 1) não existem ideias inatas; 
2) ser humano não é capaz de criar ideias (simples); 2) ser humano não é capaz de criar ideias (simples); 
3) experiência é fonte e limite do conhecimento3) experiência é fonte e limite do conhecimento
John LockeJohn Locke
(1632(1632--1704)1704)
Não existem ideias que sejam consenso universal entre os Não existem ideias que sejam consenso universal entre os 
homenshomens
Se existissem, ao provarmos que há outra forma de explicáSe existissem, ao provarmos que há outra forma de explicá--las las 
sem recorrer a hipótese inatista, não teríamos porque admitisem recorrer a hipótese inatista, não teríamos porque admiti--lala
Mas as crianças e os deficientes não tem a menor consciência Mas as crianças e os deficientes não tem a menor consciência 
dos princípios da dos princípios da nãonão--contradiçãocontradição ou da ética básicaou da ética básica
O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda ideia O único objeto do pensamento humano é a ideia. E toda ideia 
vem da experiênciavem da experiência
A mente é uma “A mente é uma “whitewhite paperpaper” onde os sentidos inscrevem” onde os sentidos inscrevem
É sem sentido falar que a alma tem uma ideia e não tem É sem sentido falar que a alma tem uma ideia e não tem 
consciência delaconsciência dela
John LockeJohn Locke
(1632(1632--1704)1704)
Só há dois tipos de ideias:Só há dois tipos de ideias:
�� Simples: são indivisíveis e se identificam com os sentidos básicos e Simples: são indivisíveis e se identificam com os sentidos básicos e 
operações básicas da nossa almaoperações básicas da nossa alma
�� Complexas: são compostas e relacionais. Podem ser de modo, Complexas: são compostas e relacionais. Podem ser de modo, 
substância e relaçõessubstância e relações
As coisas mesmas tem qualidades que produzem as ideias As coisas mesmas tem qualidades que produzem as ideias 
pelos sentidospelos sentidos
Essas qualidades podem ser primárias (pertencentes ao Essas qualidades podem ser primárias (pertencentes ao 
objeto: extensão e movimento) ou secundárias (produzidas objeto: extensão e movimento) ou secundárias (produzidas 
pelas qualidades na nossa mente)pelas qualidades na nossa mente)
Não temos como conhecer a “essência real” das coisas, Não temos como conhecer a “essência real” das coisas, 
somente a essência nominal (conjunto de qualidades que somente a essência nominal (conjunto de qualidades que 
foram chamadas por um nome)foram chamadas por um nome)
John LockeJohn Locke
LiberalismoLiberalismo
Motor da ação humana é o desejo, que é o anseio por um bem Motor da ação humana é o desejo, que é o anseio por um bem 
necessário ausentenecessário ausente
Não há livreNão há livre--arbítrio. Liberdade é o poder de agir ou absterarbítrio. Liberdade é o poder de agir ou abster--se se 
da açãoda ação
Bem e mal nada mais são do que prazer e dor ou o que nos Bem e mal nada mais são do que prazer e dor ou o que nos 
causa prazer e dorcausa prazer e dor
Sociedade e Estado nascem do direito natural, que é o direito Sociedade e Estado nascem do direito natural, que é o direito 
a vida e à liberdade, assim como a defesa dos bens que a vida e à liberdade, assim como a defesa dos bens que 
garantem esses direitosgarantem esses direitos
Estes bens são conseguidos pelo trabalho, o que fazem deles Estes bens são conseguidos pelo trabalho, o que fazem deles 
um direito natural: o direito apropriedadeum direito natural: o direito a propriedade
5
John LockeJohn Locke
LiberalismoLiberalismo
De origem divina, o direito a propriedade é um direito natural: Deus De origem divina, o direito a propriedade é um direito natural: Deus 
disse que o homem teria do mundo o que “o suor do rosto mandasse”disse que o homem teria do mundo o que “o suor do rosto mandasse”
“Mundo pertence a Deus porque ele o fez”“Mundo pertence a Deus porque ele o fez”
Teoria garante a burguesia superioridade de direitos sobre nobreza e Teoria garante a burguesia superioridade de direitos sobre nobreza e 
despossuídosdespossuídos
Função do Estado é garantir a propriedade contra nobreza e Função do Estado é garantir a propriedade contra nobreza e 
despossuídosdespossuídos
Função tríplice do Estado:Função tríplice do Estado:
�� Por meio da força garantir o direito à propriedade sem interferência na vida Por meio da força garantir o direito à propriedade sem interferência na vida 
econômicaeconômica
�� Poder de arbítrio sobre disputas a partir das regras estabelecidas pela Poder de arbítrio sobre disputas a partir das regras estabelecidas pela 
sociedadesociedade
�� Garantir a liberdade de consciência política e religiosaGarantir a liberdade de consciência política e religiosa
John LockeJohn Locke
LiberalismoLiberalismo
Fundamento do estado é a razão, não o instintoFundamento do estado é a razão, não o instinto
Em estado cidadãos renunciam ao direito de se Em estado cidadãos renunciam ao direito de se 
defenderem por conta própria, para fortalecer os outros defenderem por conta própria, para fortalecer os outros 
direitosdireitos
Os limites do poder do estado são dados pelos direitos Os limites do poder do estado são dados pelos direitos 
individuais que ele nasceu para protegerindividuais que ele nasceu para proteger
Cidadãos tem o direito de se rebelarem contra um Estado Cidadãos tem o direito de se rebelarem contra um Estado 
que não garante os direitos naturaisque não garante os direitos naturais
Estado deve garantir a liberdade religiosa, mas não deve Estado deve garantir a liberdade religiosa, mas não deve 
tolerar o ateísmotolerar o ateísmo
George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
CriadorCriador do do idealismoidealismo
empiristaempirista
O primado da O primado da 
percepçãopercepção
ImaterialismoImaterialismo
“esse est percipi”
George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
Crença no mecanicismo é baluarte do ateísmo. Nasce de admitir que Crença no mecanicismo é baluarte do ateísmo. Nasce de admitir que 
a matéria tem existência para além da mentea matéria tem existência para além da mente
Mas não é possível sequer conceber um odor que não tenha sido Mas não é possível sequer conceber um odor que não tenha sido 
percebido por alguém percebido por alguém 
Acreditar na matéria além da percepção induz ao ceticismo, porque Acreditar na matéria além da percepção induz ao ceticismo, porque 
“se há ser antes de ser percebido, não podemos saber o que 锓se há ser antes de ser percebido, não podemos saber o que é”
Todas as palavras devem representar ideias Todas as palavras devem representar ideias 
Todas as ideias são sensações ou operações da mente sobre as Todas as ideias são sensações ou operações da mente sobre as 
sensaçõessensações
As ideias não podem existir em uma coisa As ideias não podem existir em uma coisa nãonão--perceptivaperceptiva
6
George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
O tempo é uma sensação, portanto, só existe na mente. (porque o O tempo é uma sensação, portanto, só existe na mente. (porque o 
tempo no sofrimento passa mais devagar que no prazer?)tempo no sofrimento passa mais devagar que no prazer?)
A extensão é uma sensação, portanto, só existe na mente. Para A extensão é uma sensação, portanto, só existe na mente. Para 
poder falar de extensão, é necessário experimentar algo extenso poder falar de extensão, é necessário experimentar algo extenso 
Ora, como se poderia conceber a extensão separada de todas as Ora, como se poderia conceber a extensão separada de todas as 
outras qualidades sensíveis?outras qualidades sensíveis?
Idem o movimento, pois movimento é movimento de coisas Idem o movimento, pois movimento é movimento de coisas 
extensasextensas
Assim, não existem qualidades primáriasAssim, não existem qualidades primárias
George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
Nós não vemos coisas, mas vemos ideias. Nunca ninguém viu nada Nós não vemos coisas, mas vemos ideias. Nunca ninguém viu nada 
além de suas ideiasalém de suas ideias
Logo, o que chamamos coisas são modos de existência das mentes Logo, o que chamamos coisas são modos de existência das mentes 
O que chamamos objetos não são nada mais que combinações O que chamamos objetos não são nada mais que combinações 
constantes de sensaçõesconstantes de sensações
Toda ideia é uma sensação singular. Abstrações são ilusões.Toda ideia é uma sensação singular. Abstrações são ilusões.
O que chamamos de ideia geral nada mais é que uma ideia O que chamamos de ideia geral nada mais é que uma ideia 
particular usada para representar ideias que a ela se assemelhamparticular usada para representar ideias que a ela se assemelham
Toda explicação Toda explicação essencialistaessencialista em ciência deve ser descartadaem ciência deve ser descartada
George BerkeleyGeorge Berkeley
“É indigno de um filósofo falar uma palavra e com ela nada significar”“É indigno de um filósofo falar uma palavra e com ela nada significar”
Apresenta a teoria da convergência binocular como Apresenta a teoria da convergência binocular como 
forma de julgar a distância dos objetosforma de julgar a distância dos objetos
Ou seja, percepção da distância é função de atividade do Ou seja, percepção da distância é função de atividade do 
sujeito sujeito 
Prevê o fenômeno da Prevê o fenômeno da agnosiaagnosia visual para futuros casos visual para futuros casos 
de recuperação de visão por operaçãode recuperação de visão por operação
George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
Quando se admite a existência da matéria independente do espírito Quando se admite a existência da matéria independente do espírito 
que a percebe, não há problema em admitique a percebe, não há problema em admiti--la infinita, imutável e la infinita, imutável e 
eterna. Essa é a raiz do ateísmo.eterna. Essa é a raiz do ateísmo.
Mas não há necessidade de se pressupor a matéria, como nos Mas não há necessidade de se pressupor a matéria, como nos 
mostra os sonhos e alucinaçõesmostra os sonhos e alucinações
Além disso, um empirista não pode pressupor a matéria, pois só a Além disso, um empirista não pode pressupor a matéria, pois só a 
razão poderia fazêrazão poderia fazê--lo para além das sensaçõeslo para além das sensações
Não devemos aceitar nem como mais provável a existência de Não devemos aceitar nem como mais provável a existência de 
objetos externos como fonte de nossas sensações porque não temos objetos externos como fonte de nossas sensações porque não temos 
como explicar como uma coisa como a “matéria” poderia causar um como explicar como uma coisa como a “matéria” poderia causar um 
evento mentalevento mental
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George BerkeleyGeorge Berkeley
(1685(1685--1753)1753)
Assim, “esse Assim, “esse estest percipipercipi”: ser é ser percebido”: ser é ser percebido
Ideias e sensações só podem existir em uma mente que as percebaIdeias e sensações só podem existir em uma mente que as perceba
Há ideias que são criação da minha vontade e ideias que não são Há ideias que são criação da minha vontade e ideias que não são 
criação da minha vontadecriação da minha vontade
As ideias dos sentidos são muito mais fortes, estáveis e distintas que As ideias dos sentidos são muito mais fortes, estáveis e distintas que 
as ideias da imaginação, logo são produçõesde uma vontade as ideias da imaginação, logo são produções de uma vontade 
infinitamente superior que a minhainfinitamente superior que a minha
Se são estáveis e coerentes, ordenadas, e fruto de vontade, só Se são estáveis e coerentes, ordenadas, e fruto de vontade, só 
podem ser obra de Deus, assim como suas regras: as leis da podem ser obra de Deus, assim como suas regras: as leis da 
naturezanatureza
David HumeDavid Hume
(1711(1711--1776)1776)
Empirismo céticoEmpirismo cético
A crítica da induçãoA crítica da indução
A crítica da A crítica da 
causalidadecausalidade
A apologia dos A apologia dos 
instintosinstintos
“Reason is... the slave of the passions, 
and can never pretend to any other office 
than to serve and obey them”
David HumeDavid Hume
(1711(1711--1776)1776)
““It is not contrary to reason to prefer the destruction of the whole It is not contrary to reason to prefer the destruction of the whole 
world to the scratching of my fingerworld to the scratching of my finger””
Tem como objetivo construir uma ciência da natureza humanaTem como objetivo construir uma ciência da natureza humana
Tudo na mente humana são percepções, que só tem duas Tudo na mente humana são percepções, que só tem duas 
naturezas: as impressões e as ideiasnaturezas: as impressões e as ideias
As impressões são as percepções no momento em que estamos a As impressões são as percepções no momento em que estamos a 
vivenciandovivenciando
As ideias são as imagens desvanecidas das impressõesAs ideias são as imagens desvanecidas das impressões
Sentir e pensar tem diferença somente no grau de intensidade, Sentir e pensar tem diferença somente no grau de intensidade, 
pois nossas paixões e emoções são, quando vividas, impressõespois nossas paixões e emoções são, quando vividas, impressões
David HumeDavid Hume
(1711(1711--1776)1776)
Há impressões simples e complexas (como Locke)Há impressões simples e complexas (como Locke)
Faculdade da imaginação pode combinar elementos das impressões Faculdade da imaginação pode combinar elementos das impressões 
complexas de um novo modocomplexas de um novo modo
Ideias simples tendem a associarIdeias simples tendem a associar--se entre si quando ocorrem juntas se entre si quando ocorrem juntas 
no tempo e no espaço, ou nele se sucedem no tempo e no espaço, ou nele se sucedem 
Os princípios da associação de ideias são a semelhança, contiguidade Os princípios da associação de ideias são a semelhança, contiguidade 
e sucessãoe sucessão
Cada ideia não é nada mais do que uma imagem particularCada ideia não é nada mais do que uma imagem particular
Tendemos a agrupar ideias semelhantes e criamos o hábito de Tendemos a agrupar ideias semelhantes e criamos o hábito de 
associáassociá--las a um nome, que passa a evocar esse hábito e uma ideia las a um nome, que passa a evocar esse hábito e uma ideia 
particularparticular
8
David HumeDavid Hume
(1711(1711--1776)1776)
Nenhuma análise da causa pode nos fazer derivar seu efeitoNenhuma análise da causa pode nos fazer derivar seu efeito
Qual o fundamento das conclusões que extraio da experiência? Qual o fundamento das conclusões que extraio da experiência? 
Porque o pão que me alimentou ontem deve me alimentar amanhã?Porque o pão que me alimentou ontem deve me alimentar amanhã?
Podemos perceber a contiguidade e a sucessão, mas não Podemos perceber a contiguidade e a sucessão, mas não 
percebemos a conexão necessária: esta é inferida percebemos a conexão necessária: esta é inferida 
Nós a inferimos por termos contraído um hábito em virtude de Nós a inferimos por termos contraído um hábito em virtude de 
perceber repetidamente a contiguidade e sucessãoperceber repetidamente a contiguidade e sucessão
Ou seja: nossas proposições em relação ao futuro não tem Ou seja: nossas proposições em relação ao futuro não tem 
fundamento. É uma crença, um instintofundamento. É uma crença, um instinto
Crença, força do hábito, ódio ou amor são todos instintos naturais Crença, força do hábito, ódio ou amor são todos instintos naturais 
que a razão não pode produzir nem obstaculizarque a razão não pode produzir nem obstaculizar
David HumeDavid Hume
Critica do euCritica do eu
Não temos nenhuma ideia do eu, porque não temos impressões Não temos nenhuma ideia do eu, porque não temos impressões 
associadas a essa ideiaassociadas a essa ideia
O eu não é uma impressão, mas aquilo a que são referidas as O eu não é uma impressão, mas aquilo a que são referidas as 
impressõesimpressões
Assim como os objetos são coleções de feixes de impressões, Assim como os objetos são coleções de feixes de impressões, 
também nós o somostambém nós o somos
Acreditamos na permanência dos objetos porque a imaginação Acreditamos na permanência dos objetos porque a imaginação 
preenche os lapsos nas nossas impressõespreenche os lapsos nas nossas impressões
Assim é um instinto irracional que acredita, não a razãoAssim é um instinto irracional que acredita, não a razão
No caso do eu, mais importante é a memória, que nos leva No caso do eu, mais importante é a memória, que nos leva 
irracionalmente a crer numa unidade das impressõesirracionalmente a crer numa unidade das impressões
David HumeDavid Hume
Critica do euCritica do eu
As paixões são originais da natureza humanaAs paixões são originais da natureza humana
Podem ser diretas ou indiretas. As diretas são prazer e dor e as Podem ser diretas ou indiretas. As diretas são prazer e dor e as 
diretamente derivadas. As indiretas são algumas como orgulho, diretamente derivadas. As indiretas são algumas como orgulho, 
piedade, amor, ódio, generosidade.piedade, amor, ódio, generosidade.
É com base na vivência das paixões como “minha” que está ligada É com base na vivência das paixões como “minha” que está ligada 
instintivamente a ideia de euinstintivamente a ideia de eu
Hume não consegue determinar o estatuto ontológico da vontadeHume não consegue determinar o estatuto ontológico da vontade
Não há livreNão há livre--arbítrio, mas liberdade seria somente ausência de arbítrio, mas liberdade seria somente ausência de 
coação externacoação externa
Não somos determinados por motivos externos, mas somos por Não somos determinados por motivos externos, mas somos por 
internosinternos
David HumeDavid Hume
(1711(1711--1776)1776)
A razão não pode ser prática: não pode guiar a vontadeA razão não pode ser prática: não pode guiar a vontade
Nada pode reduzir o impulso de uma paixão que não um Nada pode reduzir o impulso de uma paixão que não um 
impulso contrárioimpulso contrário
A razão é escrava das paixões e não pode almejar nada A razão é escrava das paixões e não pode almejar nada 
maismais
Moral é um sentimento particular de prazer e dorMoral é um sentimento particular de prazer e dor
Somente quando esse prazer e dor é desinteressado Somente quando esse prazer e dor é desinteressado 
pessoalmente se considera moralpessoalmente se considera moral
Deve nos mover o útil, mas o útil coletivo (utilitarismo)Deve nos mover o útil, mas o útil coletivo (utilitarismo)
9
David HumeDavid Hume
CríticasCríticas
Ao conduzir o empirismo a seus limites máximos, Hume Ao conduzir o empirismo a seus limites máximos, Hume 
revela sua verdadeira natureza: ceticismorevela sua verdadeira natureza: ceticismo
Sua crítica a ideia de eu é ingênua e dogmática (depende Sua crítica a ideia de eu é ingênua e dogmática (depende 
do pressuposto de que toda ideia vem de impressões)do pressuposto de que toda ideia vem de impressões)
Não manifesta ter qualquer compreensão do método Não manifesta ter qualquer compreensão do método 
científicocientífico
Sua filosofia é contraditória. Seus princípios básicos não Sua filosofia é contraditória. Seus princípios básicos não 
tem impressões associadastem impressões associadas
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
RacionalismoRacionalismoGustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo: ModernaLinha do Tempo: Moderna
Galileu
1564-642
de Cusa Hume
Copérnico
Ceticismo metafísico
1711-7761401-464
Neoplatonismo
1452-519
Da Vinci
Mecanicismo
1543
Heliocentrismo
Renascimento
Descartes
Racionalismo
Escolástica
Lutero
1483-546
Protestantismo
1637
Ciência Moderna
Locke
Empirismo
1632-704
Revolução Científica
1687
Newton
Gravitação
Leibniz
1646-716
Cálculo
Modernidade
Kant
1781
Criticismo
Nicolas de MalebrancheNicolas de Malebranche
(1638(1638--1715)1715)
OcasionalismoOcasionalismo
“Nossa alma não está unida a “Nossa alma não está unida a 
nosso corpo no sentido nosso corpo no sentido 
ordinário desses termos. Elas ordinário desses termos. Elas 
estão imediatamente e estão imediatamente e 
diretamente unidas diretamente unidas 
unicamente a Deusunicamente a Deus””
2
MalebrancheMalebranche
(1638(1638--1715)1715)
Só conhecemos as ideiasSó conhecemos as ideias
Os objetos não podem agir sobre o espíritoOs objetos não podem agir sobre o espírito
Os objetos não resistem, golpeiam ou fazem pressão, pois Os objetos não resistem, golpeiam ou fazem pressão, pois 
todas essas coisas não são mais que impressões e ideiastodas essas coisas não são mais que impressões e ideias
Então de onde derivam as ideias em nós?Então de onde derivam as ideias em nós?
�� Não são criações da alma, porque se a alma possuísse tal poder seria Não são criações da alma, porque se a alma possuísse tal poder seria 
criadora de realidades espirituaiscriadora de realidades espirituais
�� Não são inatas, porque isso faria da alma receptáculo de uma Não são inatas, porque isso faria da alma receptáculo de uma 
quantidade infinita de ideiasquantidade infinita de ideias
Logo, as ideias, como nós, estão em Deus e conhecemos todas Logo, as ideias, como nós, estão em Deus e conhecemos todas 
as coisas em Deusas coisas em Deus
MalebrancheMalebranche
(1638(1638--1715)1715)
Somos espíritos e estamos em Deus, o lugar dos espíritosSomos espíritos e estamos em Deus, o lugar dos espíritos
Só podemos estar seguros da existência dos corpos Só podemos estar seguros da existência dos corpos 
porque eles nos são revelados por Deusporque eles nos são revelados por Deus
Não há nenhuma relação de causalidade entre um corpo Não há nenhuma relação de causalidade entre um corpo 
e um espírito, corpo e corpo e espírito e espíritoe um espírito, corpo e corpo e espírito e espírito
As coisas só estão unidas entre si através da vontade As coisas só estão unidas entre si através da vontade 
eterna de um Criador: as leis geraiseterna de um Criador: as leis gerais
Deus contém tudo em si e transcende a própria obra, Deus contém tudo em si e transcende a própria obra, 
sendo além dela sendo além dela 
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
(1632(1632--1677)1677)
Monismo Monismo 
ImanentismoImanentismo panteístapanteísta
Necessidade absolutaNecessidade absoluta
Amor Dei Amor Dei intellectualisintellectualis
“Toda felicidade e infelicidade depende 
somente da qualidade do objeto ao qual 
estamos ligados pelo amor”
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
(1632(1632--1677)1677)
Toda felicidade ou infelicidade depende somente da Toda felicidade ou infelicidade depende somente da 
natureza do objeto que amamosnatureza do objeto que amamos
Daquilo a que somos indiferentes nunca surgem conflitos, Daquilo a que somos indiferentes nunca surgem conflitos, 
tristeza, inveja, temor ou ódiotristeza, inveja, temor ou ódio
O amor é eterno e infinito e concede alegria privada de O amor é eterno e infinito e concede alegria privada de 
tristeza, constitui o bem a buscar com todas as forçastristeza, constitui o bem a buscar com todas as forças
Mas quando amamos coisas que podem perecer ou fugir Mas quando amamos coisas que podem perecer ou fugir 
a nossa posse, se torna possível a inveja, o temor, e por a nossa posse, se torna possível a inveja, o temor, e por 
fim, com o perecimento, a profunda tristezafim, com o perecimento, a profunda tristeza
3
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
(1632(1632--1677)1677)
Quando buscamos os prazeres, as riquezas e as honras como Quando buscamos os prazeres, as riquezas e as honras como 
fins (e não meios), condenamos a vida à infelicidadefins (e não meios), condenamos a vida à infelicidade
�� Ao prazer, depois de desfrutado, sobrevém profundo tédio e tristezaAo prazer, depois de desfrutado, sobrevém profundo tédio e tristeza
�� A riqueza absorve o homem e nunca é o suficiente. E se perdêA riqueza absorve o homem e nunca é o suficiente. E se perdê--la, o la, o 
ser humano ser humano prostaprosta--sese completamentecompletamente
�� Ao buscar as honras, temos que viver nossa vida da forma que Ao buscar as honras, temos que viver nossa vida da forma que 
agradará os outros, e não a nós mesmosagradará os outros, e não a nós mesmos
Toda a felicidade portanto está em dedicar nosso amor a algo Toda a felicidade portanto está em dedicar nosso amor a algo 
que não vai nos perturbar a alma com sua instabilidade, que que não vai nos perturbar a alma com sua instabilidade, que 
não podemos perder ou ver perecer, ou seja, Deusnão podemos perder ou ver perecer, ou seja, Deus
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
MetafísicaMetafísica
Substância é aquilo que para existir não precisa de nada Substância é aquilo que para existir não precisa de nada 
além de si mesmoalém de si mesmo
Assim, nada criado pode ser substância, somente o Assim, nada criado pode ser substância, somente o 
incriadoincriado: Deus: Deus
ResRes cogitanscogitans e e resres extensa são atributos da mesma extensa são atributos da mesma 
substânciasubstância
Tudo o que existe, existe em DeusTudo o que existe, existe em Deus
Tudo o que acontece, acontece unicamente pelas leis de Tudo o que acontece, acontece unicamente pelas leis de 
Deus e decorre da necessidade de sua essênciaDeus e decorre da necessidade de sua essência
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
MetafísicaMetafísica
Se demonstra Deus pela prova ontológica: não se pode Se demonstra Deus pela prova ontológica: não se pode 
reconhecer a necessidade de uma reconhecer a necessidade de uma causa causa suisui e não e não 
reconhecer Deus como necessariamente existentereconhecer Deus como necessariamente existente
As coisas derivam necessariamente da essência de Deus As coisas derivam necessariamente da essência de Deus 
assim como os teoremas derivam das figuras geométricasassim como os teoremas derivam das figuras geométricas
O Ser infinito deve ser concebido como constituído de O Ser infinito deve ser concebido como constituído de 
uma infinidade de atributos, cada qual expressando uma uma infinidade de atributos, cada qual expressando uma 
essência eterna, imutável e infinita (essência eterna, imutável e infinita (tbtb em existência)em existência)
Nós só conhecemos dois: pensamento e extensãoNós só conhecemos dois: pensamento e extensão
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
MetafísicaMetafísica
Outra entidade metafísica de Spinoza são os modos dos Outra entidade metafísica de Spinoza são os modos dos 
atributos, ou suas modificações, também infinitasatributos, ou suas modificações, também infinitas
Intelecto infinito e vontade infinita seriam modos do Intelecto infinito e vontade infinita seriam modos do 
atributo infinito do pensamentoatributo infinito do pensamento
Nosso mundo é constituído dos modos desses dois Nosso mundo é constituído dos modos desses dois 
atributos de Deusatributos deDeus
Os corpos são modos do atributo da extensãoOs corpos são modos do atributo da extensão
As ideias são modos do atributo do pensamentoAs ideias são modos do atributo do pensamento
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Baruch SpinozaBaruch Spinoza
MetafísicaMetafísica
Deus é causa imanente da natureza, e não Deus é causa imanente da natureza, e não 
transcendente, não está além da naturezatranscendente, não está além da natureza
Ou seja: a doutrina de Spinoza é panteístaOu seja: a doutrina de Spinoza é panteísta
A solução A solução spinozistaspinozista para o dualismo: cada atributo para o dualismo: cada atributo 
expressa a essência divina de igual modoexpressa a essência divina de igual modo
Logo, a série de modos de cada atributo deverá Logo, a série de modos de cada atributo deverá 
necessária e perfeitamente corresponder a outra sérienecessária e perfeitamente corresponder a outra série
A conexão das ideias se identifica com a conexão das A conexão das ideias se identifica com a conexão das 
coisascoisas
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
ConhecimentoConhecimento
Há 3 formas de conhecimento: a imaginação empírica, o Há 3 formas de conhecimento: a imaginação empírica, o 
conhecimento racional e o conhecimento intuitivoconhecimento racional e o conhecimento intuitivo
O que os diferencia é o nível de distinçãoO que os diferencia é o nível de distinção
Mente humana é parte da mente de DeusMente humana é parte da mente de Deus
Só duvidam de Deus aqueles que tomam por Deus o que Só duvidam de Deus aqueles que tomam por Deus o que 
não é Deusnão é Deus
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
ÉticaÉtica
Não há na mente vontade livre: querer isto ou aquilo é Não há na mente vontade livre: querer isto ou aquilo é 
determinado por uma causa, que é por outra, ao infinitodeterminado por uma causa, que é por outra, ao infinito
Agimos unicamente pelo poder de DeusAgimos unicamente pelo poder de Deus
Devemos nos conformar com as reviravoltas da sorte porque Devemos nos conformar com as reviravoltas da sorte porque 
elas são necessárias e inevitáveiselas são necessárias e inevitáveis
Acreditamos ser livres porque só somos conscientes de nossas Acreditamos ser livres porque só somos conscientes de nossas 
ações, e não de suas causasações, e não de suas causas
Ao sabermos disso, tendemos a odiar menos os homens que Ao sabermos disso, tendemos a odiar menos os homens que 
nos prejudicam, pois sabemos que não agiram por sua vontadenos prejudicam, pois sabemos que não agiram por sua vontade
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
ÉticaÉtica
Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser 
indefinidamente, o que é acompanhado pela consciênciaindefinidamente, o que é acompanhado pela consciência
Quando essa tendência refereQuando essa tendência refere--se só a mente, chamamos de se só a mente, chamamos de 
vontade, quando ao corpo, apetitevontade, quando ao corpo, apetite
O que favorece a perseverar no ser se chama alegria, o que O que favorece a perseverar no ser se chama alegria, o que 
prejudica, dorprejudica, dor
Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser Paixão é a tendência a perseverar no próprio ser 
indefinidamente, o que é acompanhado pela consciênciaindefinidamente, o que é acompanhado pela consciência
Quando essa tendência refereQuando essa tendência refere--se só a mente, chamamos de se só a mente, chamamos de 
vontade, quando ao corpo, apetitevontade, quando ao corpo, apetite
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Baruch SpinozaBaruch Spinoza
ÉticaÉtica
As paixões geram as outras irrefreavelmente com lógica As paixões geram as outras irrefreavelmente com lógica 
geométricageométrica
Não existem fins, porque tudo acontece por necessidade Não existem fins, porque tudo acontece por necessidade 
rigorosarigorosa
Bem e mal não existem, são modos de pensar que os seres Bem e mal não existem, são modos de pensar que os seres 
humanos formam relacionando as coisas com suas paixõeshumanos formam relacionando as coisas com suas paixões
Ao eliminar como ilusórios os fins e os valores, Spinoza crê ter Ao eliminar como ilusórios os fins e os valores, Spinoza crê ter 
atingido a libertaçãoatingido a libertação
O esforço para conservar a si mesma é da essência de uma O esforço para conservar a si mesma é da essência de uma 
coisa, que também faz aquilo que é de sua naturezacoisa, que também faz aquilo que é de sua natureza
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
ÉticaÉtica
A paixão é uma ideia confusa. Ela deixa de ser paixão assim que fazemos dela A paixão é uma ideia confusa. Ela deixa de ser paixão assim que fazemos dela 
uma ideia clara e distintauma ideia clara e distinta
LogoLogo, bom ou mau é só o conhecimento e o que o impede, que nos liberta das , bom ou mau é só o conhecimento e o que o impede, que nos liberta das 
paixões ou nos aprisiona a elaspaixões ou nos aprisiona a elas
Porque o sofrimento tem origem no amor que nos liga a algo sujeito a muitas Porque o sofrimento tem origem no amor que nos liga a algo sujeito a muitas 
mudanças e portanto ao perecimentomudanças e portanto ao perecimento
Mas o conhecimento nos leva a amar aquilo que é imutável, eterno e absoluto, Mas o conhecimento nos leva a amar aquilo que é imutável, eterno e absoluto, 
Deus, nos levando a bem aventurançaDeus, nos levando a bem aventurança
Ao considerar nossa vida Ao considerar nossa vida sub sub speciespecie aeternitatisaeternitatis, nos libertamos das paixões e , nos libertamos das paixões e 
atingimos um estado superior de pazatingimos um estado superior de paz
Conhecer Conhecer as coisas em Deus e Deus como causa, gera o as coisas em Deus e Deus como causa, gera o amor Dei amor Dei intellectualisintellectualis
(com o qual Deus ama a si mesmo), porque o amor é a alegria causada (com o qual Deus ama a si mesmo), porque o amor é a alegria causada 
externamenteexternamente
Baruch SpinozaBaruch Spinoza
CríticasCríticas
A geometria ética A geometria ética spinozistaspinozista elimina a vontade e o bem, elimina a vontade e o bem, 
eliminando portanto qualquer fundamento da vida moraleliminando portanto qualquer fundamento da vida moral
Atributo “pensamento” tem privilégios que teria obrigado Atributo “pensamento” tem privilégios que teria obrigado 
Spinoza a produzir hierarquia vertical de atributosSpinoza a produzir hierarquia vertical de atributos
Como nasce o finito, por necessidade, de uma substância Como nasce o finito, por necessidade, de uma substância 
infinita, com atributos infinitos e modos infinitos?infinita, com atributos infinitos e modos infinitos?
Se o ódio se acresce pelo ódio recíproco, e tudo é Se o ódio se acresce pelo ódio recíproco, e tudo é 
causado, como podemos o responder com amor?causado, como podemos o responder com amor?
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
(1646(1646--1716)1716)
Gênio universalGênio universal
Cálculo diferencial e integralCálculo diferencial e integral
Lógica formalLógica formal
Energia CinéticaEnergia Cinética
Matemática bináriaMatemática binária
InconscienteInconsciente
FenomenalismoFenomenalismo
Princípio da Razão SuficientePrincípio da Razão Suficiente
MonadologiaMonadologia“O presente está grávido do futuro”
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GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
(1646(1646--1716)1716)
Pensamento Pensamento substancialistasubstancialista não deve ser rejeitado da não deve ser rejeitado da 
filosofia, mas sim da ciênciafilosofia, mas sim da ciência
Pensamento filosófico mantém o domínio da substância, Pensamento filosófico mantém o domínio da substância, 
investigação científica só revela relações matemáticasinvestigação científica só revela relações matemáticas
Extensão e movimento, figura e número, são apenas Extensão e movimento, figura e número, são apenas 
aparências, fenômenosaparências, fenômenos
Extensão não pode ser essência da matéria porque não Extensão não pode ser essência da matéria porque não 
explica a inérciaexplicaa inércia
É necessário uma força para quebrar a inércia, porque a É necessário uma força para quebrar a inércia, porque a 
inércia é uma forçainércia é uma força
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Contra o mecanicismoContra o mecanicismo
Descartes acreditava que o que permanece constante no Descartes acreditava que o que permanece constante no 
mundo mecânico é o movimento (mv)mundo mecânico é o movimento (mv)
Leibniz demonstra que o que permanece constante é a Leibniz demonstra que o que permanece constante é a 
força viva, a energia cinética (mv²)força viva, a energia cinética (mv²)
O que constitui a realidade portanto, está além da O que constitui a realidade portanto, está além da 
extensão e movimentoextensão e movimento
A natureza da matéria é a força, a atividade, algo A natureza da matéria é a força, a atividade, algo 
análogo a atividade psíquicaanálogo a atividade psíquica
As forças primitivas são fontes de atividade origináriaAs forças primitivas são fontes de atividade originária
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
MetafísicaMetafísica
O espaço é a ordem das O espaço é a ordem das mônadasmônadas que existem ao mesmo que existem ao mesmo 
tempo: um fenômenotempo: um fenômeno
Espaço é modo de aparecer subjetivo das coisas embora com Espaço é modo de aparecer subjetivo das coisas embora com 
fundamento objetivo (as relações entre as coisas)fundamento objetivo (as relações entre as coisas)
O tempo é a ordem das O tempo é a ordem das mônadasmônadas que existem em sucessão que existem em sucessão 
em movimento no espaço: um fenômenoem movimento no espaço: um fenômeno
Se não existissem criaturas (Se não existissem criaturas (mônadasmônadas) tempo e espaço só ) tempo e espaço só 
existiriam na mente de Deusexistiriam na mente de Deus
O mundo não é uma máquina, em suas menores partes, ele é O mundo não é uma máquina, em suas menores partes, ele é 
vivo e ativovivo e ativo
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
“Toda substância é como um mundo inteiro, um espelho de Deus e do universo”“Toda substância é como um mundo inteiro, um espelho de Deus e do universo”
MônadaMônada é centro de força (atividade) simples e uno, de é centro de força (atividade) simples e uno, de 
natureza psíquica, criada por Deusnatureza psíquica, criada por Deus
Tudo o que existe é Tudo o que existe é mônadamônada ou conjunto de ou conjunto de mônadasmônadas
A atividade da A atividade da mônadamônada é representar e apetecer é representar e apetecer 
(tendência a focar em diferentes percepções)(tendência a focar em diferentes percepções)
Cada Cada mônadamônada representa o universo inteiro de um ponto representa o universo inteiro de um ponto 
de vista particular (representar cidade de um ângulo)de vista particular (representar cidade de um ângulo)
Representam obscuramente os particulares do universo, Representam obscuramente os particulares do universo, 
e distintamente o que está próximo de sie distintamente o que está próximo de si
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GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
InconscienteInconsciente
Há diferença entre perceber, e o perceber consciente Há diferença entre perceber, e o perceber consciente 
((apercepçãoapercepção))
Só Só mônadasmônadas superiores se apercebem, mas ainda assim, a superiores se apercebem, mas ainda assim, a 
maioria das percepções continua inconscientemaioria das percepções continua inconsciente
Temos pequenas percepções das quais nossa vida cotidiana é Temos pequenas percepções das quais nossa vida cotidiana é 
tecida, das quais não temos consciênciatecida, das quais não temos consciência
Nos habituamos a estímulos repetitivos e deixamos de Nos habituamos a estímulos repetitivos e deixamos de 
apercebêapercebê--loslos
Pequenos estímulos que aumentam aos poucos não poderiam Pequenos estímulos que aumentam aos poucos não poderiam 
ser apercebidos caso não tivessem antes sido ser apercebidos caso não tivessem antes sido percebidospercebidos
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Inconsciente e reminiscênciaInconsciente e reminiscência
Percepções Percepções icsics formam aqueles gostos difusos, aqueles “formam aqueles gostos difusos, aqueles “nãonão--
seisei--oo--queque”, inclusive ”, inclusive apetiçõesapetições icsics, que se diferenciam das , que se diferenciam das 
voliçõesvolições
““NihilNihil estest in in intellectuintellectu quodquod nonnon fueritfuerit in in sensusensu, , nisinisi ipseipse
intellectuintellectu””
O intelecto é inato a si mesmo e suas capacidades e atividade O intelecto é inato a si mesmo e suas capacidades e atividade 
existem a prioriexistem a priori
As ideias inatas de Descartes estão na mente, mas não são As ideias inatas de Descartes estão na mente, mas não são 
apercebidasapercebidas
É inato portanto no ser humano a tendência, a potencialidade É inato portanto no ser humano a tendência, a potencialidade 
para ter ideias inatas apercebidaspara ter ideias inatas apercebidas
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Inconsciente e reminiscênciaInconsciente e reminiscência
No entanto essas ideias, mesmo não apercebidas, se No entanto essas ideias, mesmo não apercebidas, se 
fazem sentir por algumas ações que delas fazem sentir por algumas ações que delas dependemdependem
Se a Se a mônadamônada representa todas as coisas, então todas as representa todas as coisas, então todas as 
representações estão no representações estão no IcsIcs, mesmo que não acessíveis, mesmo que não acessíveis
Temos todas as ideias a todo momento, pois a mente ao Temos todas as ideias a todo momento, pois a mente ao 
pensar numa ideia distintamente pensa em todas as pensar numa ideia distintamente pensa em todas as 
outras confusamenteoutras confusamente
Não poderíamos apreender uma ideia que já não Não poderíamos apreender uma ideia que já não 
estivesse na mente, como Platão ensinouestivesse na mente, como Platão ensinou
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
InconscienteInconsciente
Inconsciente 
(percepções inacessíveis)
Subconsciente 
(percepções acessíveis)
Consciente
(apercepções)
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GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
MetafísicaMetafísica
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE DOS INDISCERNÍVEISPRINCÍPIO DA IDENTIDADE DOS INDISCERNÍVEIS: Se houvesse duas : Se houvesse duas 
substâncias indiscerníveis, elas coincidiriam, ou seja, seriam a mesma substâncias indiscerníveis, elas coincidiriam, ou seja, seriam a mesma 
substânciasubstância
Se nem mesmo duas Se nem mesmo duas mônadasmônadas, o princípio básico da realidade, podem , o princípio básico da realidade, podem 
ser iguais, a natureza é absurdamente rica e diversaser iguais, a natureza é absurdamente rica e diversa
HIERARQUIA DE MÔNADASHIERARQUIA DE MÔNADAS::
�� As que percebem e apercebem a si mesmo (seres humanos)As que percebem e apercebem a si mesmo (seres humanos)
�� As que percebem e apercebem coisas (animais)As que percebem e apercebem coisas (animais)
�� As que percebem e não apercebem (vegetais e minerais)As que percebem e não apercebem (vegetais e minerais)
PRINCÍPIO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADEDA CONTINUIDADE: A natureza não dá saltos. Do pequeno : A natureza não dá saltos. Do pequeno 
para o grande ou o inverso, sempre passa por todos os termos médios para o grande ou o inverso, sempre passa por todos os termos médios 
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
BiologiaBiologia
Corpo animal não é agregado simples de Corpo animal não é agregado simples de mônadasmônadas, mas , mas 
agregado unificado por uma agregado unificado por uma mônadamônada superior, que garante superior, que garante 
autoauto--organizaçãoorganização
SuperSuper--vitalismovitalismo e organicismo: tudo é vivo num ser vivoe organicismo: tudo é vivo num ser vivo
Tudo o que é vivo está composto de outros seres vivos, de Tudo o que é vivo está composto de outros seres vivos, de 
natureza animal e vegetal, até em suas últimas partes, que natureza animal e vegetal, até em suas últimas partes, que 
entãoestão compostas de então estão compostas de mônadasmônadas
Não há geração ou morte absoluta, só crescimentos e Não há geração ou morte absoluta, só crescimentos e 
desenvolvimentos e diminuições e involuçõesdesenvolvimentos e diminuições e involuções
Não se deve falar de Não se deve falar de epigêneseepigênese animal (geração) mas sim de animal (geração) mas sim de 
prépré--formação. O futuro animal está préformação. O futuro animal está pré--formado no sêmenformado no sêmen
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
A Harmonia PreestabelecidaA Harmonia Preestabelecida
“As “As mônadasmônadas não tem janelas através das quais algo possa entrar ou não tem janelas através das quais algo possa entrar ou 
sair”sair”
Nenhuma Nenhuma mônadamônada age sobre outra e nenhuma age sobre outra e nenhuma mônadamônada sofre ação sofre ação 
de outra (como se explica então a interação?)de outra (como se explica então a interação?)
Porque uma Porque uma mônadamônada deveria dar a outra aquilo que ela já temdeveria dar a outra aquilo que ela já tem??
Para explicar a relação e o acordo entre as Para explicar a relação e o acordo entre as mônadasmônadas há 3 hipóteses:há 3 hipóteses:
�� Ação recíproca (relógios unidos por mecanismo)Ação recíproca (relógios unidos por mecanismo)
�� Intervenção de Deus (relojoeiro acertando as horas)Intervenção de Deus (relojoeiro acertando as horas)
�� Tirando tudo do interior (relógios construídos perfeitamente)Tirando tudo do interior (relógios construídos perfeitamente)
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
A Harmonia PreestabelecidaA Harmonia Preestabelecida
A harmonia preestabelecida garante a perfeita correspondência A harmonia preestabelecida garante a perfeita correspondência 
entre as representações das várias entre as representações das várias mônadasmônadas e a realidadee a realidade
As As mônadasmônadas não tem portas nem janelas mas Deus colocou não tem portas nem janelas mas Deus colocou 
nelas representações iguais ao que está fora delanelas representações iguais ao que está fora dela
Elas no entanto são livres, apetecem livremente. É que Deus já Elas no entanto são livres, apetecem livremente. É que Deus já 
sabe agora o que ela escolherásabe agora o que ela escolherá
Deus existe pela prova ontológica, e pelo fato de que a razão Deus existe pela prova ontológica, e pelo fato de que a razão 
que explica o ser não pode ser encontrado nas coisas que explica o ser não pode ser encontrado nas coisas 
contingentes, portanto, é necessáriacontingentes, portanto, é necessária
O Ser necessário é possível, logo, se é necessário, existeO Ser necessário é possível, logo, se é necessário, existe
9
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Os mundos possíveisOs mundos possíveis
São essências todas as coisas que são pensáveis sem São essências todas as coisas que são pensáveis sem 
contradição, vale dizer, todos os possíveis. Existência é a contradição, vale dizer, todos os possíveis. Existência é a 
concretização da essênciaconcretização da essência
Existem muitos mundos contrafactuais possíveis, mas a Existem muitos mundos contrafactuais possíveis, mas a 
realização de um implica na não realização de outrorealização de um implica na não realização de outro
Logo se é este que existe, este era o melhor dos mundos Logo se é este que existe, este era o melhor dos mundos 
possíveispossíveis
Deus não tinha necessidade metafísica de criar esse mundo, Deus não tinha necessidade metafísica de criar esse mundo, 
mas tinha um imperativo moralmas tinha um imperativo moral
O mal portanto deriva da O mal portanto deriva da finitudefinitude dos entes criados, e no ser dos entes criados, e no ser 
humano, fruto de sua liberdade de se desviar de seus finshumano, fruto de sua liberdade de se desviar de seus fins
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Verdades de fato e de razãoVerdades de fato e de razão
Entre tudo o que é possível mas não necessário, só alguns são levados Entre tudo o que é possível mas não necessário, só alguns são levados 
a existência. Proposições que descrevem isso, são a existência. Proposições que descrevem isso, são verdades de fatoverdades de fato
Mas há verdades necessárias, existentes em todos os mundos Mas há verdades necessárias, existentes em todos os mundos 
possíveis, pois baseadas na identidade, possíveis, pois baseadas na identidade, nãonão--contradiçãocontradição e terceiro e terceiro 
excluído: são as excluído: são as verdades de razãoverdades de razão
VERDADES DE FATOVERDADES DE FATO: dizem respeito a acontecimentos contingentes, : dizem respeito a acontecimentos contingentes, 
que poderiam ou não existir, sendo tais que seus opostos são possíveis que poderiam ou não existir, sendo tais que seus opostos são possíveis 
(ex: estar sentado agora, a cor do céu ou um acontecimento histórico)(ex: estar sentado agora, a cor do céu ou um acontecimento histórico)
VERDADES DE RAZÃOVERDADES DE RAZÃO: dizem respeito a seres necessários, que : dizem respeito a seres necessários, que 
precisam existir, sendo tais que seus opostos são impossíveis (ex: precisam existir, sendo tais que seus opostos são impossíveis (ex: 
soma dos ângulos de um triângulo, teoremas lógicos)soma dos ângulos de um triângulo, teoremas lógicos)
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
Verdades de fato e de razãoVerdades de fato e de razão
As verdades de fato poderiam não existir, não existem por As verdades de fato poderiam não existir, não existem por 
necessidade do sernecessidade do ser
Portanto, se existem, tem uma razão precisa para existirPortanto, se existem, tem uma razão precisa para existir
PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTEPRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE: toda coisa que acontece de : toda coisa que acontece de 
fato tem uma razão que é suficiente para determinar porque fato tem uma razão que é suficiente para determinar porque 
aconteceu e porque aconteceu desta formaaconteceu e porque aconteceu desta forma
Não temos como determinar todas as razões suficientes da Não temos como determinar todas as razões suficientes da 
longa cadeia que gerou cada acontecimento em particularlonga cadeia que gerou cada acontecimento em particular
A criação do mundo não é uma questão de necessidade, mas de A criação do mundo não é uma questão de necessidade, mas de 
razão suficiente: o mundo é contingenterazão suficiente: o mundo é contingente
GottfriedGottfried LeibnizLeibniz
CríticasCríticas
A teoria da harmonia preestabelecida, embora consistente, é A teoria da harmonia preestabelecida, embora consistente, é 
inverossímil, e dispensa a necessidade do mundoinverossímil, e dispensa a necessidade do mundo
A tese da A tese da mônadamônada leibnizianaleibniziana o obriga a admitir que todas as o obriga a admitir que todas as 
ideias possíveis (e não só as inatas) estão na mente humanaideias possíveis (e não só as inatas) estão na mente humana
Voltaire criticaria severamente a tese do “melhor dos mundos Voltaire criticaria severamente a tese do “melhor dos mundos 
possíveis” imortalizando o Dr. possíveis” imortalizando o Dr. PanglossPangloss no romance “Cândido”no romance “Cândido”
Muitos comentadores acusaram a liberdade no sistema Muitos comentadores acusaram a liberdade no sistema 
leibnizianoleibniziano de ser uma farsa, já que desde sempre toda a de ser uma farsa, já que desde sempre toda a 
sucessão sucessão de representações já está programada de representações já está programada na na mônadamônada
1
Introdução à FilosofiaIntrodução à Filosofia
Kant e IluminismoKant e Iluminismo
Gustavo Arja Castañon
Linha do TempoLinha do Tempo
Thales
VI AC
O surgimento
da Filosofia
Cristianismo
Platão Agostinho
Metafísica
428-347
Ano 1
Começo da 
Era Cristã
1224-74
Tomás de Aquino
Escolástica
Antiga
354-430
Patrística
Medieval
Descartes
Racionalismo
Moderna
Kant
1781
Criticismo
Contemporânea
1637
Linha do Tempo:ModernaLinha do Tempo: Moderna
Galileu
1564-642
de Cusa Hume
Copérnico
Ceticismo metafísico
1711-7761401-464
Neoplatonismo
1452-519
Da Vinci
Mecanicismo
1543
Heliocentrismo
Renascimento
Descartes
Racionalismo
Escolástica
Lutero
1483-546
Protestantismo
1637
Ciência Moderna
Locke
Empirismo
1632-704
Revolução Científica
1687
Newton
Gravitação
Leibniz
1646-716
Cálculo
Modernidade
Kant
1781
Criticismo
ImannuelImannuel KantKant
(1724(1724--1804)1804)
CriticismoCriticismo
ApriorismoApriorismo
Eu transcendentalEu transcendental
ConstrutivismoConstrutivismo
Imperativo categóricoImperativo categórico
“O céu estrelado acima de mim 
e a lei moral dentro de mim”
2
ImannuelImannuel KantKant
(1724(1724--1804)1804)
Tentativa de superação tanto do racionalismo como do empirismo, Tentativa de superação tanto do racionalismo como do empirismo, 
assim como também do dogmatismo e do ceticismoassim como também do dogmatismo e do ceticismo
O conhecimento sensível não nos revela as coisas como são, elas são O conhecimento sensível não nos revela as coisas como são, elas são 
representadas como aparecem para o sujeito e não como são representadas como aparecem para o sujeito e não como são em siem si. . 
Por isso nos apresenta Por isso nos apresenta fenômenosfenômenos..
Já o conhecimento intelectivo é faculdade de representar aqueles Já o conhecimento intelectivo é faculdade de representar aqueles 
aspectos das coisas que, por sua própria natureza, não podem ser aspectos das coisas que, por sua própria natureza, não podem ser 
captados com os sentidos, os captados com os sentidos, os númenosnúmenos
São conceitos do intelecto, por exemplo, os de possibilidade, São conceitos do intelecto, por exemplo, os de possibilidade, 
existência, necessidade e semelhança, que obviamente, não derivam existência, necessidade e semelhança, que obviamente, não derivam 
dos sentidos. dos sentidos. 
Assim, o que conhecemos do mundo são fenômenos, não Assim, o que conhecemos do mundo são fenômenos, não númenosnúmenos
ImannuelImannuel KantKant
Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos
JUÍZOJUÍZO: toda sentença composta de um sujeito e de um : toda sentença composta de um sujeito e de um 
predicado na qual é afirmada alguma característica do sujeito predicado na qual é afirmada alguma característica do sujeito 
no predicado (“X é Y”, “X tem Y”, “X causou Y”, etc.)no predicado (“X é Y”, “X tem Y”, “X causou Y”, etc.)
Juízos são analíticos ou sintéticos e Juízos são analíticos ou sintéticos e a prioria priori ou ou a a posterioriposteriori. . 
Juízo Juízo a priori a priori afirma algo que foi obtido de forma independente afirma algo que foi obtido de forma independente 
da experiência sensívelda experiência sensível
Juízo Juízo a a posterioriposteriori afirma algo que foi obtido somente pela afirma algo que foi obtido somente pela 
experiência, experiência, posteriormenteposteriormente a experiência sensível. a experiência sensível. 
Juízo Juízo analíticoanalítico é fruto somente da análise do sujeito, sem é fruto somente da análise do sujeito, sem 
acréscimo de nenhuma informação nova sobre eleacréscimo de nenhuma informação nova sobre ele
Juízo Juízo sintéticosintético acrescenta informação à definição do conceitoacrescenta informação à definição do conceito
ImannuelImannuel KantKant
Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos
Existem três categorias de juízos nos quais todos podem ser Existem três categorias de juízos nos quais todos podem ser 
enquadrados, e que a ciência depende de uma delas. Estas são:enquadrados, e que a ciência depende de uma delas. Estas são:
a) a) Juízo analítico a prioriJuízo analítico a priori: : O predicado está contido no sujeito e, O predicado está contido no sujeito e, 
portanto, pode ser extraído da pura análise do sujeito. Ex: portanto, pode ser extraído da pura análise do sujeito. Ex: TodoTodo
triângulo tem três lados. Os triângulo tem três lados. Os juízos lógicosjuízos lógicos são desta naturezasão desta natureza
b) b) Juízo sintético a Juízo sintético a posterioriposteriori: : O predicado acrescenta algo de novo O predicado acrescenta algo de novo 
ao sujeito, algo que não é derivado de uma mera análise. Ex: ao sujeito, algo que não é derivado de uma mera análise. Ex: EsteEste
triângulo é vermelho. O juízo sintético amplia sempre o triângulo é vermelho. O juízo sintético amplia sempre o 
conhecimentoconhecimento
c) c) Juízo sintético a prioriJuízo sintético a priori:: a um só tempo acrescenta algo de novo ao a um só tempo acrescenta algo de novo ao 
sujeito (sintético) e também não depende da experiência, ou seja, é sujeito (sintético) e também não depende da experiência, ou seja, é 
universal e necessário (a priori). Ex: todo triângulo tem sua área universal e necessário (a priori). Ex: todo triângulo tem sua área 
calculada em função de sua base multiplicada por sua altura e calculada em função de sua base multiplicada por sua altura e 
dividida por doisdividida por dois
ImannuelImannuel KantKant
Teoria dos JuízosTeoria dos Juízos
Os juízos sintéticos a priori unem a Os juízos sintéticos a priori unem a aprioridadeaprioridade, ou seja, , ou seja, 
universalidade e a necessidadeuniversalidade e a necessidade
Nestes conceitos, ultrapassamos o conceito de triângulo ou de Nestes conceitos, ultrapassamos o conceito de triângulo ou de 
matéria para acrescentarmatéria para acrescentar--lhes lhes a prioria priori algo que não algo que não 
pensávamos nele. pensávamos nele. 
Assim temos três tipos de juízos, e três fundamentos diferentes Assim temos três tipos de juízos, e três fundamentos diferentes 
para eles. Lógica para o para eles. Lógica para o juízo analítico a priori, experiência para juízo analítico a priori, experiência para 
juízo sintético a juízo sintético a posterioriposteriori. E o . E o juízo sintético a priori?juízo sintético a priori?
O grande tema da O grande tema da Crítica Crítica é o fundamento do é o fundamento do juízo sintético a juízo sintético a 
prioripriori. Kant acredita que sua fundamentação carrega em si a . Kant acredita que sua fundamentação carrega em si a 
fundamentação da ciência como um todofundamentação da ciência como um todo
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ImannuelImannuel KantKant
ConstrutivismoConstrutivismo
O Construtivismo é o que Kant apelidou de sua “revolução copernicana” O Construtivismo é o que Kant apelidou de sua “revolução copernicana” 
na Filosofiana Filosofia
Quando demonstramos um teorema em geometria, não nos baseamos na Quando demonstramos um teorema em geometria, não nos baseamos na 
figura concreta, mas representamos, por nossos próprios conceitos (por figura concreta, mas representamos, por nossos próprios conceitos (por 
construção), o objeto geométrico em questão.construção), o objeto geométrico em questão.
O produzindo, podemos saber alguma coisa a priori, pois sabemos não O produzindo, podemos saber alguma coisa a priori, pois sabemos não 
atribuir ao objeto senão aquilo que nós próprios colocamos nele.atribuir ao objeto senão aquilo que nós próprios colocamos nele.
A razão só vê aquilo que ela própria produz segundo seu projeto, e que, A razão só vê aquilo que ela própria produz segundo seu projeto, e que, 
com os princípios dos seus juízos segundo leis imutáveis, ela deve estar com os princípios dos seus juízos segundo leis imutáveis, ela deve estar 
na frente e obrigar a natureza a responder às suas perguntas. na frente e obrigar a natureza a responder às suas perguntas. 
A razão procura na natureza o que põe nela, e necessita de um plano, ou A razão procura na natureza o que põe nela, e necessita de um plano, ou 
seja, de uma hipótese prévia. seja, de uma hipótese prévia. 
ImannuelImannuel KantKant
ConstrutivismoConstrutivismo
Afirma Kant em “A Crítica da Razão Pura”:Afirma Kant em “A Crítica da Razão Pura”:
��“A razão, tendo por um lado os seus princípios, únicos a poderem dar aos “A razão, tendo por um lado os seus princípios, únicos a poderem dar aos 
fenômenos concordantes a autoridade de leis e, por outro, a experimentação, que fenômenos concordantes a autoridade de leis e, por outro, a experimentação, que 
imaginou segundo estes princípios, deve ir ao encontro da natureza, para ser por imaginou segundo estes princípios, deve ir ao encontro da natureza, para ser por 
esta ensinada, é certo, mas não na qualidade de aluno que aceita tudo o que o esta ensinada, é certo, mas não na qualidade de aluno que aceita tudo o que o 
mestre afirma, antes na de juiz investido nas suas funções, que obriga as mestre afirma, antes na de juiz investido nas suas funções, que obriga as 
testemunhas a responder aos quesitos que lhes apresenta. Assim, a própria física testemunhas a responder aos quesitos que lhes apresenta. Assim, a própria física 
tem de agradecer a revolução, tão proveitosa, do seu modo de pensar, unicamente tem de agradecer a revolução, tão proveitosa, do seu modo de pensar, unicamente 
à à idéiaidéia de procurar na natureza (não imaginar), segundo o que a razão nela pôs, o de procurar na natureza (não imaginar), segundo o que a razão nela pôs, o 
que nela deverá aprender e que por si só não alcançaria saber (...).” (1974, p.18)que nela deverá aprender e que por si só não alcançaria saber (...).” (1974, p.18)
ImannuelImannuel KantKant
ConstrutivismoConstrutivismo
Até então, se havia tentado explicar o conhecimento supondo que o Até então, se havia tentado explicar o conhecimento supondo que o 
era o objeto que determinava, num sujeito passivo, uma era o objeto que determinava, num sujeito passivo, uma 
representação de si mesmorepresentação de si mesmo
Kant inverteu estes papéis, afirmando que não é o sujeito que, Kant inverteu estes papéis, afirmando que não é o sujeito que, 
conhecendo, descobre as leis do objeto, mas sim, ao contrário, que é conhecendo, descobre as leis do objeto, mas sim, ao contrário, que é 
o objeto, quando é conhecido, que se adapta às leis do sujeito que o o objeto, quando é conhecido, que se adapta às leis do sujeito que o 
conhececonhece
É o sujeito, na atividade de representar o objeto, que o enquadra, É o sujeito, na atividade de representar o objeto, que o enquadra, 
ativamente, nas formas ativamente, nas formas a prioria priori de sua mente, de sua mente, construindoconstruindo a a 
representação desterepresentação deste
O construtivismo responde que o fundamento dos juízos sintéticos O construtivismo responde que o fundamento dos juízos sintéticos a a 
prioripriori é o próprio sujeito que sente e pensa, ou melhor, é o sujeito é o próprio sujeito que sente e pensa, ou melhor, é o sujeito 
com as leis da sua sensibilidade (sentidos) e do seu intelecto (razão)com as leis da sua sensibilidade (sentidos) e do seu intelecto (razão)
ImannuelImannuel KantKant
TranscendentalTranscendental
Kant chama “transcendental” todo o conhecimento que não se Kant chama “transcendental” todo o conhecimento que não se 
relaciona com objetos, mas sim com o nosso próprio modo de relaciona com objetos, mas sim com o nosso próprio modo de 
conhecer os objetosconhecer os objetos
Transcendental é o conhecimento da própria razão e da Transcendental é o conhecimento da própria razão e da 
própria sensibilidade através das quais conhecemos o mundoprópria sensibilidade através das quais conhecemos o mundo
Os “modos de conhecer a priori do sujeito” são a sensibilidade Os “modos de conhecer a priori do sujeito” são a sensibilidade 
e o intelecto; portanto, Kant chama de transcendentais os e o intelecto; portanto, Kant chama de transcendentais os 
modos ou as estruturas da sensibilidade e do intelectomodos ou as estruturas da sensibilidade e do intelecto
Essas estruturas são Essas estruturas são a prioria priori, precisamente porque são , precisamente porque são 
próprias do sujeito e não do objeto, mas são estruturas de tal próprias do sujeito e não do objeto, mas são estruturas de tal 
natureza que representam as condições sem as quais não é natureza que representam as condições sem as quais não é 
possível nenhuma experiência de nenhum objetopossível nenhuma experiência de nenhum objeto
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ImannuelImannuel KantKant
Glossário KantGlossário Kant
SensaçãoSensação: uma ação que o objeto produz sobre o sujeito, modificando: uma ação que o objeto produz sobre o sujeito, modificando--o.o.
SensibilidadeSensibilidade: Faculdade que temos de receber as sensações, de sermos : Faculdade que temos de receber as sensações, de sermos 
modificados pelos objetosmodificados pelos objetos
IntuiçãoIntuição: é o conhecimento imediato dos objetos, sem reflexão. O intelecto : é o conhecimento imediato dos objetos, sem reflexão. O intelecto 
humano não intui, mas, quando pensa, referehumano não intui, mas, quando pensa, refere--se sempre aos dados que lhe são se sempre aos dados que lhe são 
fornecidos pela sensibilidadefornecidos pela sensibilidade
Intuição sensívelIntuição sensível: aquele conhecimento imediato sensível próprio da : aquele conhecimento imediato sensível próprio da 
sensibilidadesensibilidade
FenômenoFenômeno: o objeto da intuição sensível, que significa aparição ou manifestação : o objeto da intuição sensível, que significa aparição ou manifestação 
para a consciênciapara a consciência
Intuição puraIntuição pura: conhecimento imediato das formas da sensibilidade consideradas : conhecimento imediato das formas da sensibilidade consideradas 
prescindindo da matériaprescindindo da matéria
Formas da sensibilidadeFormas da sensibilidade: São as intuições puras, somente o : São as intuições puras, somente o espaçoespaço e e o tempoo tempo
ImannuelImannuel KantKant
Estética transcendentalEstética transcendental
Doutrina do conhecimento sensível e de suas formas a priori. Estudo Doutrina do conhecimento sensível e de suas formas a priori. Estudo 
do modo como o homem recebe as sensações e como se forma o do modo como o homem recebe as sensações e como se forma o 
conhecimento sensível.conhecimento sensível.
O nosso conhecimento se divide em dois ramos: conhecimento dos O nosso conhecimento se divide em dois ramos: conhecimento dos 
sentidos e conhecimento do intelecto. Os objetos nos são dados sentidos e conhecimento do intelecto. Os objetos nos são dados 
pelos sentidos, ao passo que são pensados pelo intelecto.pelos sentidos, ao passo que são pensados pelo intelecto.
Espaço e tempo não existem objetivamente, “lá fora”, são formas Espaço e tempo não existem objetivamente, “lá fora”, são formas 
através das quais nossa mente organiza o mundo.através das quais nossa mente organiza o mundo.
O espaço é a forma do sentido externo, ou seja, a condição à qual O espaço é a forma do sentido externo, ou seja, a condição à qual 
deve satisfazer a representação sensível de objetos externosdeve satisfazer a representação sensível de objetos externos
O tempo é a forma do sentido interno. Assim, o espaço abarca todas O tempo é a forma do sentido interno. Assim, o espaço abarca todas 
as coisas que podem aparecer exteriormente e o tempo abarca todas as coisas que podem aparecer exteriormente e o tempo abarca todas 
as coisas que podem aparecer interiormenteas coisas que podem aparecer interiormente
ImannuelImannuel KantKant
Estética transcendentalEstética transcendental
Kant nega que espaço e tempo sejam inerentes às coisas porque outros seres, distintos dos Kant nega que espaço e tempo sejam inerentes às coisas porque outros seres, distintos dos 
homens, poderiam captar as coisas homens, poderiam captar as coisas nãonão--espacialmenteespacialmente e e nãonão--temporalmentetemporalmente
Nós só captamos as coisas como espacial e temporalmente determinadas porque temos Nós só captamos as coisas como espacial e temporalmente determinadas porque temos 
uma sensibilidade assim configurada(morcego)uma sensibilidade assim configurada (morcego)
Assim, o espaço e o tempo têm “realidade empírica” porque nenhum objeto pode ser dado Assim, o espaço e o tempo têm “realidade empírica” porque nenhum objeto pode ser dado 
aos nossos sentidos sem se submeter a eles, mas são transcendentes porque não são aos nossos sentidos sem se submeter a eles, mas são transcendentes porque não são 
inerentes às coisas como suas condições, mas apenas “formas da nossa intuição sensível” inerentes às coisas como suas condições, mas apenas “formas da nossa intuição sensível” (não são formas do objeto, mas sim formas do sujeito)(não são formas do objeto, mas sim formas do sujeito)
Ainda que levássemos essa nossa intuição ao mais alto grau de clareza, não estaríamos Ainda que levássemos essa nossa intuição ao mais alto grau de clareza, não estaríamos 
nos aproximando mais da natureza dos objetos em si. Em todo o caso, nós poderíamos nos aproximando mais da natureza dos objetos em si. Em todo o caso, nós poderíamos 
conhecer completamente o nosso modo de intuição, ou seja, a nossa própria sensibilidade. conhecer completamente o nosso modo de intuição, ou seja, a nossa própria sensibilidade. 
Por mais iluminado que seja o conhecimento dos fenômenos, nunca se tornaria conhecido Por mais iluminado que seja o conhecimento dos fenômenos, nunca se tornaria conhecido 
para nós o que poderiam ser os objetos em si mesmos, os para nós o que poderiam ser os objetos em si mesmos, os númenosnúmenos, que provocam em nós , que provocam em nós 
os fenômenos. Tais como são em si, os objetos só podem ser conhecidos pela intuição os fenômenos. Tais como são em si, os objetos só podem ser conhecidos pela intuição 
própria do intelecto que os construiu (Deus) nos atos mesmos em que os constrói. própria do intelecto que os construiu (Deus) nos atos mesmos em que os constrói. 
ImannuelImannuel KantKant
Estética transcendentalEstética transcendental
Portanto, a nossa intuição sensível, precisamente porque não é originária (não cria o Portanto, a nossa intuição sensível, precisamente porque não é originária (não cria o 
mundo), é sensível, ou seja, não é produtora dos seus conteúdos, mas é dependente da mundo), é sensível, ou seja, não é produtora dos seus conteúdos, mas é dependente da 
existência de objetos que agem sobre o sujeito modificandoexistência de objetos que agem sobre o sujeito modificando--oo
AssimAssim a forma a forma do conhecimento empírico depende de nós, masdo conhecimento empírico depende de nós, mas o conteúdo o conteúdo não depende de não depende de 
nós, sendonós, sendo--nos dadonos dado
É assim que Kant pretende ter resolvido a disputa entre racionalistas e empiristas acerca da É assim que Kant pretende ter resolvido a disputa entre racionalistas e empiristas acerca da 
origem do conhecimento sobre o mundo: sua forma vem da razão e é inata, seu conteúdo origem do conhecimento sobre o mundo: sua forma vem da razão e é inata, seu conteúdo 
vem da experiência sensorial e é adquiridavem da experiência sensorial e é adquirida
Os fundamentos da geometria e da matemática estão na forma, ou seja, na intuição pura do Os fundamentos da geometria e da matemática estão na forma, ou seja, na intuição pura do 
espaço e do tempo, e exatamente por isso têm universalidade e necessidade absolutasespaço e do tempo, e exatamente por isso têm universalidade e necessidade absolutas
Todos os juízos sintéticos a priori da geometria dependem da intuição a priori do espaço. Todos os juízos sintéticos a priori da geometria dependem da intuição a priori do espaço. 
Assim, voltando novamente à pergunta de como são possíveis os juízos sintéticos a priori, Assim, voltando novamente à pergunta de como são possíveis os juízos sintéticos a priori, 
responderesponde--se que porque consistem em “intuições puras a priori, espaço e tempo”se que porque consistem em “intuições puras a priori, espaço e tempo”
Tais juízos no entanto não vão além dos objetos dos sentidos valendo apenas para objetos Tais juízos no entanto não vão além dos objetos dos sentidos valendo apenas para objetos 
de uma experiência possível, mas não para osde uma experiência possível, mas não para os númenosnúmenos..
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ImannuelImannuel KantKant
Analítica transcendentalAnalítica transcendental
Estudo do conhecimento intelectivo e de suas formas Estudo do conhecimento intelectivo e de suas formas a prioria priori
Estética, na terminologia de Kant, é o estudo das formas das sensações. Estética, na terminologia de Kant, é o estudo das formas das sensações. 
Analítica, o estudo das formas da razão.Analítica, o estudo das formas da razão.
A intuição do sensível (derivada das sensações) e os conceitos (derivados do A intuição do sensível (derivada das sensações) e os conceitos (derivados do 
raciocínio), constituem os elementos de todo o nosso conhecimentoraciocínio), constituem os elementos de todo o nosso conhecimento
Nem os conceitos, sem que de alguma forma lhes corresponda uma intuição, Nem os conceitos, sem que de alguma forma lhes corresponda uma intuição, 
nem a intuição, sem os conceitos, podem nos dar o conhecimentonem a intuição, sem os conceitos, podem nos dar o conhecimento
Sem sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem intelecto, nenhum Sem sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem intelecto, nenhum 
objeto seria pensadoobjeto seria pensado
Para Kant, sem conteúdo os pensamentos são Para Kant, sem conteúdo os pensamentos são vaziosvazios; sem conceitos, as ; sem conceitos, as 
intuições são intuições são cegascegas

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