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As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski

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As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski 
 
Jessica Martins Marques Luiz 
Ana Carolina Belther Santos 
Francielli Ferreira da Rocha 
Soraia Camila de Andrade 
Yara Galinari Reis 
Resumo 
 O presente estudo trata da concepção de jogo de diferentes autores, pois o jogo encontra-se presente 
em todo processo de aprendizagem e formação das crianças, além de ser um recurso didático que auxilia no 
ensino. Tal pesquisa objetivou abordar os jogos na concepção de três diferentes teóricos do desenvolvimento 
cognitivo: Piaget, Vygotski e Wallon, de maneira que as contribuições advindas do jogo sejam relacionadas 
ao desenvolvimento da criança. O estudo caracteriza-se por pesquisa bibliográfica, englobando as produções 
já publicadas. Um significado generalizado o jogo parte do principio de ser um conector entre os aspectos 
motores, cognitivos, afetivos e sociais. Com isso, verifica-se a importância do jogar e brincar, em que a 
criança irá “modelar” o mundo a sua volta, apropriando-se de experiências, informações, atividades, atitudes 
e valores. 
 Unitermos:Jogo. Piaget, Vygotski. Wallon. 
 Introdução 
 Em diversos momentos de nossa vida nos deparamos com a palavra jogo, pois, encontra-se presente no 
cotidiano e na sociedade, e cada vez ganho maior espaço. Os jogos e as brincadeiras são considerados umas 
das atividades mais realizadas pelas crianças, por se tratarem de atividades prazerosas e que além de 
educativas transmitem alegria. 
 Os jogos são considerados atividades espontâneas e voluntárias, presentes no cotidiano das crianças, 
favorecendo assim, o desenvolvimento, não só físico, como também mental, afetivo e o social. “O jogo 
satisfaz as necessidades das crianças, especialmente a necessidade de ação.” (COLETIVO DE AUTORES 
apud MARQUES e KRUG, 2009). Porém essa concepção não era vista como benéfica, haja vista, que 
durante muito tempo o jogo apresentava algo com pouca importância sem despertar curiosidade nos mais 
estudiosos, sendo o jogo posto como uma atividade infantil, com pouco valor em si próprio. 
 A prática de jogos deve tentar relacionar alegria, espontaneidade, prazer e não constrangimento da criança. 
 Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e 
espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si 
mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida 
cotidiana (HUIZINGA, 2007, p. 33). 
 O jogo, claro, está presente na escola. Para a Educação Física, o jogo é considerado uma prática corporal 
de expressividade humana. 
 É importante a escolha de um jogo e dos meios adequados para oferecê-lo à criança, particularmente 
quando visamos retirar dele o maior proveito educativo. Advém disso a necessidade de transferir à escola as 
mesmas motivações que a criança encontra para jogar fora desse espaço. (PIMENTEL, 2004, p. 57) 
 Ainda no contexto da educação física escolar, é importante ressaltar que segundo Marques e Krug (2009) é 
importante a utilização de uma metodologia adequada para se trabalhar o jogo, pois, o mesmo trata-se de um 
conteúdo necessário para o crescimento psicomotor, cognitivo e afetivo-social, valorizando sempre as 
experiências e limitações, e, além disso, permitir uma interação e proporcionar cooperação entre os alunos, 
objetivando uma busca constante da descoberta e da aprendizagem. O jogo possibilita ao aluno transformar a 
realidade na qual se encontram ao mesmo tempo refletir sobre a prática do jogo no sentido conceitual e 
atitudinal. 
 Vale ressaltar a importância de o educador oriente sua atuação, no sentido de variar e aumentar o 
repertório das crianças, tanto referente à lingüística como também culturalmente. O professor, portanto, deve 
estimular o imaginário do aluno, para que as atividades que serão realizadas sejam enriquecidas, tornando-se 
cada vez mais complexas com as relações que vão se constituindo. O educador deve ser cauteloso ao 
escolher uma atividade para realizar para criança uma vez que visa a compreensão e conhecimento da 
mesma, deve ter cuidado e clareza nos objetivos. Assim o brincar deve ser considerado uma atividade 
fundamental para construção cultural e de sua personalidade. 
 De acordo com o que temos como referência de jogo, fazemos uma interpretação de que seja igual ao ato 
de brincar, podendo ser expressa até mesmo pelo comportamento do bebê, no momento em que buscam 
compreender os gestos, sons, imagens, ao seu redor, a partir da imitação. 
 Alguns fatores se tornam relevantes para caracterizar um jogo como: a) É de caráter livre, não devendo ser 
imposto por uma necessidade física ou por uma obrigação moral, sendo executado nas horas livres sem 
compor uma tarefa. b) Faz com que deixemos a esfera real de nossa vida partindo para uma de atividade. 
Exemplo: a criança consegue/sabe diferenciar o fazer de conta da realidade. c) Tem-se presente o isolamento 
e a limitação, ou seja, o jogo ganha espaço fora da vida comum, considerando tempo e espaço (duração e 
lugar). Quando esta praticando tudo passa a ser movimento, sucessão, associação, separação. d) O jogo é 
considerado um fenômeno cultural, é mantido na memória, podendo tornar-se tradição. e) O jogo cria 
ordem, mesmo por um tempo limitado. f) O jogo desenvolve uma tensão, visto que os jogadores querem ser 
vitoriosos. Essa tensão deve desenvolver um caráter ético, na proporção em que o jogador, a capacidade 
espiritual e a lealdade são avaliadas. 
 Desta forma, este estudo tem como objetivo abordar os jogos na concepção de três diferentes teóricos do 
desenvolvimento cognitivo: Piaget, Vygotski e Wallon, de maneira que as contribuições advindas do jogo 
sejam relacionadas ao desenvolvimento da criança. A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, 
onde utilizaremos fontes já publicadas para o levantamento de dados. 
 
O jogo na concepção de Piaget 
 
 Para entender qual a concepção de jogo para Piaget é necessário que conheçamos pelo menos 
minimamente o que o ele estudou a respeito do desenvolvimento cognitivo. 
 Por meio de seus estudos Piaget passa a acreditar que todos os seres humanos se desenvolvem passando 
por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, as quais denominaram estágios e períodos do 
desenvolvimento. Sendo assim, o desenvolvimento cognitivo de uma criança é visto como uma evolução 
gradativa na qual o grau de complexidade aumenta simultaneamente ao nível de aprendizado que vai sendo 
adquirido. Estes estágios segundo Piaget são caracterizados a partir da maneira como cada indivíduo 
interage com a realidade, ou melhor, a forma como cada pessoa organiza seus conhecimentos visando sua 
adaptação, ocorrendo então mudanças significativas e progressivas nos processos de assimilação e 
acomodação. Levando em consideração que de acordo com os estudos piagetianos a criança se desenvolve a 
partir da inter-relação com o meio, foi criada a teoria do desenvolvimento intelectual por estágios, cujo 
ponto de partida é o egocentrismo, em que a criança não se vê separada do mundo, ou seja, não considera a 
existência de um mundo externo. Este pode ser explicado citando uma criança que quando pequena não vê a 
necessidade de explicar aquilo que diz, pois está ciente de que está sendo entendida. Conforme a criança vai 
se desenvolvendo e o sistema não responde mais à novidade este tem que ser mudado, caracterizando assim 
o desenvolvimento da inteligência. Essas mudanças fazem com que o egocentrismo diminua devido à maior 
interação da criança com o meio. 
 As fases do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget são: sensório motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 
a 7 anos), operatório-concreto (7 a 12 anos) e operatório-formal (a partir dos 12 anos). No sensório-motor, a 
criança baseia-se principalmenteem percepções sensoriais e esquemas motores para a resolução de seus 
problemas. Neste estágio acredita-se que a criança não tem pensamentos uma vez que não dispõe da 
capacidade de representar eventos assim como referir-se ao passado e ao futuro. É importante saber que até 
então a criança age sobre o meio por ações reflexas, e que vai adquirindo noções de tempo, espaço e 
causalidade através do convívio tido com o ambiente. A etapa pré-operatória é caracterizada pelo 
aparecimento da linguagem oral e é a partir daí que a criança começa a formar esquemas simbólicos com os 
quais a mesma consegue substituir ações, pessoas, situações e objetos por símbolos (palavras). O 
pensamento nesta fase do desenvolvimento é conhecido como pensamento egocêntrico (pensamento não 
flexivo, que tem como ponto de referência a própria criança; uma de suas características é a atribuição de 
sentimentos e intenções a coisas e animais - animismo) e as ações são irreversível, ou seja, a criança não 
consegue perceber que é possível retornar mentalmente ao ponto de partida. É no estágio pré-operatório que 
o pensamento lógico e objetivo adquirem preponderância e as ações se tornam reversíveis, portanto móveis e 
flexíveis. O pensamento passa a ser menos egocêntrico e a criança consegue construir um conhecimento 
mais compatível com o mundo que a rodeia (sem mistura do real com o fantástico). Por fim, na etapa 
operatório-formal o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta, o que faz com que a 
criança consiga trabalhar com a realidade possível além da realidade concreta. 
 Na concepção de Piaget, o jogo é em geral a assimilação que se sobressai à acomodação, uma vez que o 
ato da inteligência leva ao equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, sendo a última prorrogada pela 
imitação. Conforme a criança vai se socializando o jogo vai adquirindo regras ou então a imaginação 
simbólica se adapta de acordo com as necessidades da realidade. O símbolo de assimilação individual dá 
espaço às regras coletivas, objetivos ou aos símbolos representativos ou a todos (NEGRINE, 1994). 
 Barbosa e Botelho, em “Jogos e brincadeiras na educação infantil” afirmam que de acordo com Piaget as 
manifestações lúdicas acompanham o desenvolvimento da inteligência uma vez que vinculam-se aos 
estágios de desenvolvimento cognitivo. Seguindo a idéia mencionada por Negrine de que na teoria 
piagetiana a assimilação e acomodação são levadas ao equilíbrio no ato da inteligência, é cabível dizer que 
ao jogar na atividade lúdica infantil a criança assimila novas informações bem como as acomodam nas suas 
estruturas mentais. 
 Para Piaget, o jogo constitui-se quando a assimilação é produzida antes da acomodação, sendo então o 
jogo considerado um complemento da imitação. Considerando a imitação, este autor reconhece a existência 
de seis estágios progressivos e a partir desses estágios define três grandes tipos de estruturas mentais que 
surgem na evolução do brincar: o exercício, o símbolo e a regra. Antes de discutir essas estruturas mentais é 
importante entender ainda que de forma bem simplificada os estágios da imitação. 
 Como já dito anteriormente, Piaget classifica os jogos em: de exercício, simbólicos e de regras. Para tanto 
é importante lembrar que segundo este autor deve haver uma variação de conteúdo dos jogos de acordo com 
a realidade do meio físico e social da criança, bem como, 
 [...] o jogo procede por relaxação do esforço adaptativo, assim como por meio do exercício das atividades, 
somente pelo prazer de dominá-las e de extrais delas um sentimento de virtuosidade ou potência. 
(NEGRINE, 1994, p. 4). 
 Sendo assim, Piaget define jogos de exercício como podendo ser jogos de exercício de pensamento como 
jogos sensório-motores, sendo que ambos estão relacionados ao prazer funcional ou “à tomada de 
consciência de novos poderes” (XAVIER). De acordo com Negrine (1994), Piaget afirma que nos jogos de 
exercício não há necessidade de pensamento nem estrutura representativa especialmente lúdica, 
diferentemente do jogo simbólico que requer a representação simbólica de um objeto ausente. 
 Os jogos simbólicos por sua vez, segundo Piaget citado por Barbosa e Botelho (2008), aparecem no final 
dos dois anos de idade, com o aparecimento da função simbólica (representação de um objeto ausente) 
quando a criança entra no estágio pré-operatório do desenvolvimento cognitivo. Desta forma, no jogo 
simbólico a criança finge ser outrem, atribui novas funções a objetos ou se imagina em alguma situação. 
Para que aconteça essa forma de jogo é necessário que a criança tenha desenvolvido a representação 
simbólica uma vez que ela reproduzirá a realidade, será uma cópia da mesma e em seu imaginário pretende 
viver e simular a realidade a modificando de acordo com seus interesses. 
 Por fim, os jogos de regra, de acordo com Piaget aparecerão a partir dos 4 ou 5 anos de idade, quando a 
criança larga o jogo egocêntrico, no entanto é somente próximo dos 7 anos que a criança consegue 
verdadeiramente se submeter a regras. É neste tipo de jogo que a criança começa a se adaptar com a vida em 
sociedade sendo que as leis (regras do jogo) que fazem com que o grupo se torne coeso e busquem um 
objetivo em comum: jogar. Vale lembrar que as crianças neste momento não questionam as regras, apenas as 
cumprem. 
 
O jogo na concepção de Wallon 
 
 De acordo com a teoria de Wallon o desenvolvimento humano deve ser considerado nos vários campos 
funcionais que distribuem a atividade infantil, pois a criança deve ser contextualizada nas relações com o 
meio. Deste modo, o desenvolvimento irá ocorrer tanto em ambientes físicos como nos ambientes sociais, 
dois fatores importantes para a formação da personalidade. Esta realiza a integração de duas funções 
principais: a afetividade e a inteligência. No início do desenvolvimento a criança não vê suas interações 
separadas do parceiro, porém com o tempo a criança vai perdendo esse papel e individualizando. Para 
Wallon o homem nasce social e vai se individualizando no decorrer do desenvolvimento. 
 O desenvolvimento envolve a afetividade, motricidade e inteligência. O autor enfatiza o papel da emoção 
em sua teoria, visto que, através dela estabelecem vínculos afetivos. A afetividade esta intimamente ligada á 
motricidade, como desencadeadora do desenvolvimento da ação e psicológico da criança. Segundo Wallon a 
aquisição motora desempenha progressivamente um crescimento para o desenvolvimento individual, é por 
meio do corpo e da projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, por isso a 
criança deve ter oportunidade de brincar. 
 Wallon classifica infantil como sendo sinônimo de lúdico, quer isto dizer, que o período infantil é a fase, 
no qual predomina o lúdico e nossa criatividade de forma mais espontânea. “Sabemos que é através das 
brincadeiras que as crianças estabelecem relação com o meio, interagem com o outro, para construir sua 
própria identidade e desenvolver sua autonomia.” (FREIRE et al, p.1). O brincar irá contribuir para o 
crescimento da criança e conseqüentemente auxiliar no desenvolvimento da mesma. Assim jogo seria uma 
atividade voluntaria, livre da criança e quando imposta por outra pessoa perde-se o caráter de jogo e passa a 
ser caracterizado com um trabalho ou ensino. Sendo assim, Wallon entende que o jogo compõe aquilo que 
foi assimilado pelo adulto, determinando quatro fases: 
Jogos Funcionais: São caracterizados por realizar movimentos simples com o corpo, por meio dos sentidos. 
A criança irá reconhecer o prazer em executar funções, possibilitando de por em ação/prática as várias e 
novas aquisições adquiridas pela evolução da motricidade. Essas atividades são caracterizadas como “lei do 
efeito”, ou seja, a criança quando realiza uma ação agradável, ela tende a repetir buscando o prazer através 
darepetição. Exemplos: mover os dedos, tocar objetos, produzir ruídos e sons, dobrar os braços ou as 
pernas, entre outras. 
Jogos de Ficção: A ênfase será no “faz de conta”, na situação imaginária. A criança irá representar/ imitar 
situações, papéis do seu cotidiano. Exemplos: imita os adultos, brinca de imitar a escolinha. A interpretação 
nesta atividade será ampliada. 
Jogos de Aquisição: Quando o bebê se esforça para perceber, entender, imitar os gestos, os sons, imagens. 
Esta atividade relaciona com a capacidade de olhar, escutar e realizar esforços que contribuam para a 
compreensão. 
Jogos de Fabricação: A criança irá distrair-se, se divertir com atividades manuais de criar, combinar, juntar e 
transformar. Estes jogos fazem parte de causa ou conseqüência do jogo de ficção, podendo se confundir no 
mesmo. Exemplo: Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo. Esses brinquedos serão a maioria 
“vinda” da vida fictícia. 
 Os jogos são importantes, pois a criança confirma as múltiplas experiências vivenciadas, como: 
memorização, enumeração, socialização, articulação sensoriais, entre outras. De acordo com as idéias de 
Wallon os jogos para criança tem papel de progressão funcional, já para o adulto tem papel de regressão, 
uma vez que, o homem quer se desligar o mais rápido das atividades lúdicas (deixar de ser criança), 
aproximando-se das atividades como o trabalho. Mesmo sendo visto como uma quebra ás disciplinas as 
crianças não ignoram apenas colocam sob as necessidades das ações lúdicas. 
 É importante o papel de um adulto/educador presente em todas as fases desenvolvimento da criança, pois 
será capaz de intervir adequadamente no jogo infantil, estacando o progresso e possibilitando maior 
crescimento. Por conseguinte, o adulto deve ser um facilitador e não um jogador do jogo. 
 Para WALLON (1979) a compreensão infantil é uma simulação que vai da outra pessoa a si mesmo e de si 
mesmo ao outro. A imitação quando funciona como um meio para que haja essa fusão, representa uma 
ambivalência na qual explica algumas oposições, no qual o jogo encontra alimento. 
 
Concepção de jogo para Vygotski 
 
 Vygotski estuda o desenvolvimento humano considerando os aspectos social ou cultural dos indivíduos e 
apresenta estudos sobre o papel psicológico do jogo para o desenvolvimento da criança; a palavra jogo deve 
ser entendida como brincadeira, Caracterizando o brincar da criança como imaginação em ação, um dos 
elementos fundamentais. Com isso, é importante investigar as necessidades, as motivações e as tendências 
que as crianças manifestam e como se satisfazem nos jogos, a fim de compreendermos os avanços nos 
diferentes estágios de seu desenvolvimento, segundo Negrine 1995: 
 
 O surgimento de um mundo ilusório e imaginário na criança é o que, na opinião de Vygotski, se constitui 
“jogo”, uma vez que a imaginação como novo processo psicológico não está presente na consciência da 
criança pequenas e é totalmente alheia aos animais. (NEGRINE, 1995 p. 10). 
 O autor acredita ainda que o brinquedo também comporta uma regra relacionada com o que está sendo 
representado. Assim, quando a criança brinca de médico, busca agir de modo muito próximo daquele que ela 
observou nos médicos do contexto real. A criança cria e se submete às regras do jogo ao representar 
diferentes papéis, não se importando com o ganhar ou perder, pois o fato de estar brincando já lhe 
proporciona prazer. Trazendo o papel da imitação, onde a criança faz aquilo que ela viu o outro fazer, 
mesmo sem ter clareza do significado da ação. Aos poucos deixa de repetir por imitação, passando a realizar 
a atividade conscientemente, criando novas possibilidades e combinações. Por isso a imitação não pode ser 
vista como uma simples repetição mecânica dos movimentos e modelos, pois quando a ela age imitando está 
construindo novas possibilidades e se desenvolvendo tanto psicologicamente como fisicamente. 
 
Jogo imaginário e representativo das crianças 
 
 As crianças representam nos jogos aquilo que vivenciam em seu dia-a-dia, como por exemplo: “mamãe e 
filhinha”, “policia”, “de casinha”, nesses casos ela não cria, mas reproduz também aquilo que vêem na 
mídia, nos desenhos, seriados, filmes infantis; é evidente que quando Vygotski realizou seus estudos os 
meios de comunicação não eram tão avançados, mas conforme afirma NEGRINE, 1995, independente da 
época, 
 O jogo é sempre uma atividade com objetivos, isto é, seu propósito decide o jogo e justificativa a 
atividade, sendo o objetivo o fim último, que determina duas variáveis relevantes nos jogos da criança. 
(NEGRINE, 1995 p. 10). 
 Negrine 1995 aponta que para Vygotski se por um lado o jogo trás certa liberdade para a criança, por outro 
está liberdade é ilusória porque as crianças estão subordinadas ao significado das coisas e desenvolvem seu 
pensamento abstrato. Durante o jogo ela passa para o campo da realidade aquilo que era uma imaginação e 
são nos jogos coletivos que elas desenvolvem o controle do seu próprio comportamento e depois se 
desenvolve o controle voluntário. 
 
Vínculo do jogo com o desenvolvimento 
 
 Para Vygotski o vinculo do jogo com o desenvolvimento é tudo aquilo que interessa à criança é a realidade 
do jogo, já que na vida real a ação domina o significado, no qual há uma transferência onipresente do 
comportamento do jogo para a vida real. No jogo a criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, isto 
permite que a criança esteja acima de sua idade média, que através do jogo contem tendências evolutivas 
que é considerada fonte de desenvolvimento. 
 Segundo Vygotski a zona de desenvolvimento proximal, se refere às funções, que não estão totalmente 
amadurecidas, mas que estão em processos. Afirma ainda que a zona de desenvolvimento proximal é que vai 
determinar o nível real desse processo em que a criança se encontra. 
 
 Segundo o relato de experiência de Negrine (1995) apresenta que a tentativa de realizar uma atividade 
sozinha sem sucesso, há uma desistência e passa a ajudar os próximos, com essa cooperação a criança vota 
em sua atividade individual, e começa a sua própria criação, não como forma de copia mas de uma forma de 
desenvolvimento da aprendizagem. (tentei não consegui sozinho, ajudo o colega observo que consigo, e 
volto realizar sonho minhas atividades, podendo reconstruir sozinho) 
 As tarefas cooperativas pode auxiliar no desenvolvimento das crianças, quando falamos do processo de 
desenvolvimento da criança não podemos esquecer as ações dom professor, isto é qual é a relação do 
discente em relação aos jogos das crianças, ate onde o professor interfere nessa criação. O professor pode 
atuar em duas situações, uma em normas como fechamento e outra como norma como abertura. 
 A norma como fechamento é quando o professor determina tudo o que deve ser feito pela criança no 
tempo e no espaço do jogo. Essa forma de conduzir as atividades pode ter a perca da espontaneidade das 
crianças, isto é as crianças perde a sua criatividade. 
 A norma como aberta, é aquela que a atuação do professor planeja atividades lúdicas no qual as crianças: 
a) Transite em diferentes espaços em diferentes formas. b) Vivencias corporais de diferentes formas e 
estilos. 
 Nesse sentido Vygotski afirma que a criança avança essencialmente através de atividades lúdicas, isto é 
para um melhor desenvolvimento da criança é indicado o trabalho de norma como aberta, no qual se trabalha 
a ludicidade com as crianças. O jogo imaginário e representativo das crianças: situação imaginaria da 
criança que esta próxima ao real. 
 A essência do jogo é a nova relação que se cria entre o campo do significado e o campo real que, seria a 
relação entre a imaginação que só existe no pensamento e situações reais. Para Vygotski, tão somente uma 
analise interna e profunda do jogo permitedeterminar o percurso de suas mudanças e seu papel no 
desenvolvimento. Trazendo essas informações para a educação física, percebemos que é nessa disciplina que 
o aluno terá mais possibilidades de trabalha essa zona de desenvolvimento, possibilitando mais vivencias 
com a criação e imaginação. 
 
Conclusão 
 
 Entre as diversas concepções de jogo abordamos neste trabalho o jogo na percepção de Piaget, Vygotski e 
Wallon. Um significado generalizado o jogo parte do principio de ser um conector entre os aspectos 
motores, cognitivos, afetivos e sociais. Com isso, verifica-se a importância do jogar e brincar, em que a 
criança irá “modelar” o mundo a sua volta, apropriando-se de experiências, informações, atividades, atitudes 
e valores. Assim o ato motor que inicia-se na vida fetal, vai difundir-se no espaço exterior através do ato 
voluntario, dando origem ao jogo. 
 A criança vai adquirindo prazer em brincar com o corpo vai desenvolvendo uma aprendizagem 
progressiva de domínio do corpo. A primeira atividade que a criança desempenha é o brincar e é através 
desse brincar, que será estimulada para o mundo, sendo o inicio de uma série com outras atividades que se 
desencadeiam à medida que se tornam ação, levando-a a reconhecer novas formas de aprendizagem, numa 
dialética permanente entre o eu e o mundo. 
 Os jogos podem a vir contribuir para o processo de formação do conhecimento, participando como 
mediador das aprendizagens significativas, ao mesmo tempo em que contribui para as atividades didático-
pedagógicas durante qualquer aula. No entanto, a contribuição de jogo referente ao desenvolvimento das 
atividades pedagógicas, irá resultar da concepção de jogo, criança, aprendizagem e desenvolvimento. O jogo 
tem o papel de despertar na criança a descoberta e o prazer, sendo ao mesmo tempo uma tradução do 
contexto sócio-cultural-histórico refletido na cultura, ou seja, as experiências. 
 De acordo com a pesquisa e análise realizada pelo trabalho proposto percebemos as várias concepções de 
jogo na percepção dos pensadores: Piaget, Vygotski e Wallon, verificando a importância que cada um faz do 
jogo para o desenvolvimento da criança, ao mesmo tempo em que é muito relevante para a nossa área de 
Educação Física conhecer, reconhecer e saber aplicar os tipos de jogos para as crianças, tal como para o seu 
desenvolvimento, cognitivo, afetivo, motor e social. 
Referências 
EU ESCREVO – DIRETÓRIO DE ARTIGOS. As concepções de jogos para Piaget, Wallon e Vygotski. 
Disponível em: http://www.euescrevo.com.br. Acesso em: 05 nov. 2012. 
BARBOSA, S. L; BOTELHO, H. S. Jogos e brincadeiras na educação infantil. Lavras, 2008. 
FREIRE, A. Cleudo, et al. O jogo segundo a teoria de desenvolvimento humano de Wallon. Disponível em: 
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Pedagogia/jogo_teoria_do_desen
volvimento.pdf. Acesso em: 6 nov. 2012. 
MARQUES, Marta N.; KRUG, Hugo, N. O jogo como conteúdo da Educação Física Escolar. 2009. 
NEGRINE, Airton. Concepção do jogo em Piaget. In: ______ Aprendizagem & Desenvolvimento Infantil: 
Simbolismo e Jogo. Porto Alegre: Prodil, 1994, p. 32-45. 
NEGRINE, Airton. Concepção o jogo em Vygotski: uma perspectiva psicopedagógica. Rev. Movimento, n. 
02, ano 02, 1995. 
PIMENTEL, Alessandra. Jogo e desenvolvimento profissional: análise de uma proposta de formação 
continuada de professores. São Paulo, 2004. 
VELOSO, R. Rosangela; SÁ, M.V. Antônio. Reflexões sobre o jogo: conceitos definições e possibilidades. 
2009. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 132. 
http://www.efdeportes.com/efd132/reflexoes-sobre-o-jogo.htm 
XAVIER, Regina. A formação do símbolo. Disciplina e Teleducação I. Disponível em: 
http://paginas.ucpel.tche.br/~trilhote/form_simb.html. Acesso em: 06 nov. 2012.

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