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US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 49 U tilizan d o a en ergia d o sol E n ergia term osolar A en ergia solar é p ara tod os. N o B rasil, on d e o sol aparece em m éd ia 280 d ias p or an o, essa assertiva p od e n os en sin ar e m u ito a d esen volver e a p op u larizar tecn ologias socialm en te ju stas e am b ien talm en te eq u ilib rad as, cap azes d e ap roveitar esse recu rso q u e está a olh os vistos. U m recu rso d e 15 trilh ões d e M W h q u e corresp on d e a 50 m il vezes o con su m o d e en ergia elétrica b rasileiro n o an o d e 1999. 50ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS O s aquecedores term osolares se apresentam com o um a tecnologia que pode suprir quaisquer ne- cessidades de aquecim ento de água. Para se ter um a idéia do potencial, os aquecedores solares p od em su b s- titu ir com tran q ü ilid ad e os ch u veiros elétricos q u e con som em q u ase 8% d e tod a en ergia elétrica p ro- d u zid a n o B rasil e são resp on sáveis p or 20% d o p ico d e con su m o d o sistem a elétrico. Para as necessidades do m eio rural, o uso de coletores solares no aquecim ento de água serve para banhos e calefação em zonas m ais frias, lava- gem e esterilização de pocilgas ou criadouros e secagem de grãos. E xistem d iversos fab rican tes e forn eced ores d e tais sistem as coletores term osolares n o B rasil. A en ergia term osolar p erm ite o ap roveitam en to d a en ergia d o sol sob form a d e calor p ara aq u ecim en to d e águ a, secagem d e p rod u tos agrop ecu ários, e geração d e en ergia através d e p rocesso term od in âm ico. O s coletores term osolares são com p ostos p or d ois elem en tos b ásicos: • a p laca coletora solar: a p laca d e vid ro su p erior p erm ite a en trad a d e en ergia solar e p rovoca o efeito estu fa n o in terior d o coletor, as p ared es d a serp en tin a d e cob re ab sorvem a en ergia solar e a tran sferem n a form a d e calor para a águ a q u e circu la n o seu in terior. • o reservatório térm ico (b oiler) fica n a p arte su p erior e serve p ara arm azen ar águ a q u en te p ara o con su m o. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 51 A lém d e d im in u ir o con su m o d e en ergia e d e ter in ú m eras van tagen s d o p on to d e vista am b ien tal, a p rod u ção d e aq u eced ores solares p od e aju d ar n a geração d e em p regos. D ados do D epartam ento de E nergia Solar da A ssociação B rasileira de R efrigeração, A r C ondicionado, V entilação e A quecim ento - A B R A V A vislum bram para o setor 30 m il em pregos diretos para um a produção anual de um m ilhão de m 2 de coletores, sendo oito m il na indústria, 14 m il na instalação, quatro m il no com ércio e 4 m il técnicos de nível m édio. Isso, claro, num cenário de aum ento dos investim entos na linha de produção, pois com o se viu em 2001, no auge do racionam en- to de energia elétrica, quando se chegou a patam ares de 500 m il m 2 de coletores term osolares, a indústria estava indo além de seus lim ites. O s cu stos d e in stalação d e u m aq u eced or solar gira em torn o d e U S $ 100 p or m 2, u m a red u ção con sid erável, p artin d o d o p rin cíp io q u e h á vin te an os atrás estava em U S $ 500. C on tu d o, esse valor n ão tem com p etitivid ad e fren te ao valor d o ch u veiro elétrico, cu ja in stalação é m u ito fácil e b arata, m as seu p eso n o con su m o d e en ergia é alto. C om o qualquer tecnologia, os aquecedores solares precisam se adaptar ao m eio em que serão instalados ou que o m eio se adapte sem perder suas características. D ois casos servem de exem plo: em V arginha, M inas G erais, foi necessário prolongar os telhados ou adaptar os coletores a estruturas apropriadas em conjuntos populares; em outra cidade m i- 52ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS neira foi necessário m ontar os coletores com tam anho m enor e ele- var a caixa d‘água para que o sistem a funcionasse sem descaracterizar o projeto arquitetônico das casas. E xem plos de utilização de coletores solares E xem p lo 1 Z on a u rb an a N a zona urbana, a experiência do p rojeto C on tagem , no B airro S apucaias, m unicípio de C ontagem , M inas G erais, obteve a m arca de 25,5% d e econ om ia d e eletricid ad e q u an d o d o u so d os aq u eced ores term osolares em su b stitu ição ao ch u veiro elétrico. C om esse resultado, a C aixa E con ôm ica se sen tiu estim u lad a a criar u m a n ova lin h a d e fin an ciam en to p ara casas p op u lares; nes- ta linha, os m utuários em vez de pagar R $ 50,00 de prestação das casas, só pagam de R $ 6,00 a R $ 9,00 a m ais, por m ês, com a instalação de aquecedores term osolares. A replicação das experiências citadas em outros projetos B rasil afora é um a in- cógnita, principalm ente pela ausência de financiam ento a taxas de juro adequadas. A C aixa opera linhas de crédito habitacionais que perm item o financiam ento da com pra de aquecedores term osolares, m as o ainda alto custo de im plantação da tecnologia difi- culta a aquisição pela população de baixa renda. O B anco R eal tem um a linha de crédito socioam biental, m as que só está disponível aos clientes da casa. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 53 E xem p lo 2 Z on a ru ral N o m eio rural, a A G R O T E C - C en tro d e T ec- n o lo gia A gro eco ló gica d e P eq u en o s A gricu lto res, sediada em D ioram a, estado de G oiás, vem utilizando os aquecedores term osolares na secagem de frutas nativas e plantas m edicinais. O s b en eficiad os são fam ílias d e p eq u en os agricu ltores agro-extrativistas d o estad o d e G oiás. O s b en efícios d a secagem através d os aq u eced ores term osolares vão d esd e a criação d e em p regos até a d im in u ição d e cu stos com o tran sp orte, arm azen agem e con servação d e p rod u tos in n a tu ra. S ão utilizados três m odelos básicos para os propósitos da A G R O T E C : o secador solar tipo túnel horizontal que é aproveita- do na desidratação de frutas, grãos, carnes, raízes e cascas; o seca- dor solar tipo câm ara vertical que perm ite a desidratação de plan- tas m edicinais sensíveis, frutas e grãos; e o seca- dor solar sem fluxo de ar, m odelo adaptado da B elgo M ineira, que seca os grãos, raízes, cascas e entrecascas de plantas m edicinais. S ecad or solar e fru tas d esid ratad as com o lim ão e ab acaxi. (F otos: A G R O T E C ) 54ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS A A G RO T E C age em con son ân cia com o C errad o, am b ien te em q u e ela está localizad a. A lgu m as d as fru tas d esid ratad as são b em típ icas d a região, com o o caju d o cam p o, a m am a cad ela, o gen ip ap o e o jatob á,u tilizad o p ara a fab ricação d e farin h a, além d o ab acaxi, o m am ão e a b an an a . S eca tam b ém carn es d e an im ais silvestres com o cap ivara, cateto e q u eixad a, esp écies q u e a A G R O T E C vem crian d o em seu s 125 h ectares. A capacid ad e d e secagem d os eq u ipam en tos é d e 100 kg d e p rod u tos p or vez. A A G R O T E C tam bém aproxim a um a unidade m odular m óvel de coletores solares das com unidades m ais distan- tes, deslo can do esta u n idade para a secagem de fitoterápicos e para a produção de óleos vegetais (pro- venientes de baru, babaçu, gergelim , girassol e m i- lho) que são vendidos para serem utilizados na fa- bricação de crem es e pom adas. E sta produção é feita em conjunto com à coordenação nacional do M ovim ento dos Trabalhadores Sem Terra – M ST e com alguns assentam entos da região que trabalham na produção de fitoterápicos. L avou ra d e p lan tas m ed icin ais. (F oto: A G R O T E C ) US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 55 E n ergia solar fotovoltaica A en ergia fotovoltaica é a en ergia ob tid a através d a con versão d ireta d a lu z solar em corren te elétrica. E sta tran sform ação é feita p or m ód u los ou p lacas con stru íd os com célu las fotovoltaicas q u e são p rod u zid as a p artir d e S ilício (m aterial sem icon d u tor), o m esm o m aterial u tilizad o n os c h ip s d e com p u tad or, com b ase em tecn ologia sem elh an te à u tilizad a n a in d ú stria eletrôn ica. C om u n id ad e d a reserva extrativista d e S u ru acá, PA . (F oto: P rojeto S aú d e e A legria) 56ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS Pequenos sistem as fotovoltaicos autônom os de geração de energia elétrica (100W p a 150W p) para atender a um a residência rural distante da rede elétri- ca com dem anda para ilum inação básica e televisão já são bastante conhecidos em m uitas regiões rurais. Q uais são as outras aplicações de sistem as foto- voltaicos no m eio rural? E xistem outras aplicações, tais com o cercas eletrificadas para criação de anim ais, bom - beam ento e dessalinização de água, refrigeração de m e- dicam entos e vacinas em postos de saúde e ilum inação pú- blica. O bom beam ento de água é considerado particularm ente um a aplicação de grande im portância no interior do B rasil. O sistem a fotovoltaico classifica-se em au tôn om o, h íb rid o, ou ligad o à red e d e eletricid ad e. O prim eiro, m ais com um , é dim ensionado na form a de garantir consum o de ener- gia elétrica para pequenas com unidades isoladas ou para um a única residência, escola ou centro com unitário. O segundo é um sistem a autônom o constituído, além do gera- dor fotovoltaico, por um ou m ais geradores sim ples que podem ser eólico, diesel, etc, que possa garantir assim a continuidade do abastecim ento nos horários com ausência de incidência de luz solar satisfatória à geração de eletricidade. N o terceiro, o consum idor utiliza prim ariam ente a energia gerada localm ente pelos painéis fotovoltaicos. Q ualquer diferença entre o consum o e a geração local é fornecida ou consum ida pela rede de energia, dispensando o uso de baterias. O s sistem as fotovoltaicos têm sid o, n o B rasil, trad icion alm en te u tilizad os para eletrificação ru ral, aten d en d o a cargas elétricas d istan tes d a red e elétrica con ven cion al. N estes casos tais sistem as são econ om icam en te viáveis, em fu n ção d os elevad os cu stos d e exp an são d a red e elétrica. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 57 O cu sto d os sistem as fotovoltaicos n o m ercad o in tern acion al n orm alm en te é estim ad o em U S $ 8/W p a U S $ 10/W p, con tab ilizan d o o cu sto total d o sistem a in stalad o, m as estes valores n ão refletem n ecessariam en te a realid ad e b rasileira. O cu sto d os sistem as fotovoltaicos tem d eclin ad o con tin u am en te n as ú ltim as d écad as, ten d ên cia esta q u e d eve con tin u ar n o fu tu ro. O s cu stos são p raticam en te in d ep en d en tes d as tecn ologias d e fab ricação. E m todo o B rasil, cerca de 40 m il sistem as de placas fotovoltaicas devem estar gerando 12 M W p . E xiste um potencial a ser aproveitado e que benefi- ciaria 20 m ilhões de residências rurais que sofrem pelas deficiências do sistem a integra- do de energia. C ontudo, antes de investir em novos sistem as fotovoltaicos autônom os, as co- m unidades que habitam lugares erm os ou distantes do sistem a interligado de energia elétrica do B rasil e que foram favorecidas pela instalação de sistem as de placas solares questionam as suas vantagens am bientais e econôm icas. Só nos estados do A m apá e Pará são centenas e que, em sua m aioria, não operam . N um prim eiro m om ento, o sistem a funciona a contento, todos afirm am dessa form a, m as aí já surge um defeito que só é solucionado com a vinda de um técnico que dem ora a aparecer. O total d e en ergia solar q u e in cid e n a su p erfície d a terra em 1 an o é su p erior a 10.000 vezes o con su m o an u al d e en ergia p ela h u m an id ad e. 58ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS D ificu ld ad es m en cion ad as p or agricu ltores, p escad ores e d irigen tes sin d icais reu n id os n a I C on ferên cia E stad u al d as Á gu as d e C am etá: • falta d e m an u ten ção e d e capacid ad e técn ica d e op eração • geração d e en ergia p or esp aços d e tem p o m u ito cu rtos • in vestim en to n a in stalação é a fu n d o p erd id o o q u e, m u itas vezes, d esob riga os particip an tes d o p rojeto a se in form arem sob re os cu stos d os m ateriais q u e com p õe o sistem a fotovoltaico e os cu stos d e m an u ten ção e op eração • local ad eq u ad o para d ep ositar as p lacas e b aterias im p restáveis • falta d e in form ação q u e d ificu lta o in teresse d os com u n itários p ela tecn ologia P rojetos difundidos através do P rogram a de D esenvolvim ento E nergético dos E stados e M unicípios - P R O D E E M , do M inistério das M inas e E nergia, e desenvolvidos em parcerias públicas (estados, m unicípios e universidades), em grande parte não foram com preendidos pelas com unidades assistidas. Foram pensados com o m eramente técni- cos, sem a participação das com unidades em sua form ulação e tom ada de decisão. A s com u n id ad es assistid as localizam -se em lu gares d e d ifícil acesso n ão só d o p on to d e vista en ergético com o em term os d e tran sp orte, ed u cação e saú d e, o q u e req u er p rojetos in tegrad os n os d iversos setores n o aten d im en to às d em an d as locais. A introdução de um a tecnologia na qual a com unidade participa em segundo pla- no tem tudo para redundar em fracasso. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 59 O s três exem p los foram ap oiad os p elo P rogram a d e P eq u en os P rojetos, cu ja coord en ad oria técn ica está a cargo d o In stitu to S ocied ad e Pop u la- ção e N atu reza - IS P N . A d iretriz b ásica d os p rojetos foi a im p lan tação com d iscu ssão d e com o se d aria o u so d e pain éis fotovoltaicos d o tip o au tôn om o ou h íb rid o cap azes d e su p rir a d em an d a d e en ergia d e algu m as com u n id ad es já aten d id as p or ou tros p rojetos d as O N G s en volvid as. E xperiências de uso dos sistem as fotovoltaicos E xem p lo 1 E d u cação A m b ien tal e E n ergia L im pa n o P iau í A s seis com unidades, ou cerca de 1500 pessoas, dos m unicípios de Floriano e Itaueiras m antinham -se dos recursos que estavam m ais à m ão e, portanto, m ais em conta. Para ilum inação diária, o diesel/querosene, e para cercar os terrenos cravavam as m adeiras. F oi m atu rad o u m p rojeto q u e reverteria em p arte essa situ ação: a in stalação d e kits d e en ergia solar n as seis com u n id ad es com o in tu ito d e eletrificar as cercas para p iq u eteam en to d e P asto d e C riação C om u n itária d e C ap rin os, em d u as com u n id ad es, e a eletrificação d e q u atro cen tros com u n itários , n os ou tros m u n icíp ios, on d e acon tecem as reu n iões. O P rojeto E ducação A m biental e E nergia L im pa, desenvolvido pela C E FA S, O N G P iauiense, custou R $ 57.000. Todo o processo de participação e elaboração do projeto partiu da equipe técnica do C E FA S, que coletou e sistem atizou os dados; das associa- ções das com unidades selecionadas, que contribuíram no levantam ento da realidade, na discussão dos problem as existentes e levantam ento de propostas; e agentes do P rojeto de D esenvolvim ento Integrado – P D I da D iocese de O eiras-F loriano, que ajudaram na seleção das com unidades envolvidas. 60ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS A través d e u m pro gram a d e m o b ilização, capacitação e gerenciam ento das com unidades, cerca de 2300 pessoas, sendo a m aioria cabocla beneficiaram -se tanto com os m ódulos com o o processo de discussão. O cu sto total ch egou a R $ 68.000,00. T od os os resu ltad os esp erad os foram alcan çad os, e os eq u ipam en tos, ain d a h oje, se en con tram em p len o fu n cion am en to. E xem p lo 2 S aú d e e A legria em B elterra e S an tarém , P ará O s trabalhos da O N G P rojeto Saúde e A legria - P SA se dirigem à área rural dos m unicípios de Santarém (280.000 h ab.– 40% n a área ru ral) e B elterra (15.000 h ab. – 60% n a área ru ral), situados no M édio A m azonas Paraense, na confluência dos rios A m azonas, Tapajós e A rapiuns. A região incorpora duas unidades de conservação de uso sustentável: a F loresta N acional do Tapajós (F lona), na m argem direita do R io Tapajós, e a R eserva E xtrativista Tapajós-A rapiuns (R esex), na m argem esquerda dos R ios Tapajós e A rapiuns. E m 1998, o P S A foi selecion ad o p ara receb er m ód u los fotovoltaicos, através d o P R O D E E M , para b en eficiar com en ergia fotovoltaica as ativid ad es d e sete com u n id ad es rib eirin h as, b u scan d o evitar as falh as crôn icas n a im p lan tação d e sistem as fotovoltaicos, com o a falta d e m an u ten ção e d e geren ciam en to. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 61 E xem p lo 3 U m N ú cleo d o S ol n o C errad o C om plem entar o que faltava à sua U nidade de R eferência em Perm acultura do C errado foi o pro- pósito que levou o Instituto de Perm acultura - IP E C , m em bro da R ede B rasileira de Perm acultura, a colocar em prática o N úcleo do S ol - N úcleo de R eferência em Tecnologias de G eração de E nergia R enovável. E sse núcleo ser- viria com o unidade dem onstrativa que repassaria inform ações sobre energia renovável. O N ú cleo d o S ol con siste em u m esp aço con stitu íd o p or eq u ipam en tos gerad ores d e en ergia solar e eólica. São dois painéis fotovoltaicos do tipo K yocera com capacidade de gerar 8 W h por placa, equipados com um regulador dem onstrativo de geração e consum o e inversores, além de um a área coberta com aterram ento. Foi instalado tam bém um gerador eólico do tipo A IR -503. O custo geral do projeto ficou na faixa de R $ 4.500,00. Im p lan tação d e en ergia solar em M agu ari F lon a, PA . (F oto: P rojeto S aú d e e A legria) 62ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS U tilizan d o a en ergia d o ven to E n ergia eólica A en ergia eólica é u m tip o in d ireto d e en ergia solar, p ois resu lta d o efeito d esta en ergia sob re o sistem a terra-atm osfera-ocean os e assim n a p rod u ção d os ven tos. D e tod as as en ergias ren ováveis, é a m ais ad ian tad a tecn ologicam en te. US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 63 É um a energia lim pa e abundante. O C entro de Pes- quisas da E nergia E létrica da E letrobrás - C E P E L estim a em 143 m il M W o p oten cial d a en ergia d os ven tos n o B ra- sil, m ais de dez vezes o da hidrelétrica de Itaipu e quase o dobro da capacidade instalada no país. A presenta a vantagem da com plem entariedade com os sistem as hidrelétricos ou de biom assa, pois em m uitas regiões do país os ventos são m ais fortes e constantes justam ente nas épocas de seca nos reservatórios e na entre safra das culturas cujos resídu- os podem ser utilizados na geração de energia. A en ergia eólica p rod u z m ais p ostos d e trab alh os d o q u e q u alq u er ou tra fon te d e en ergia. A con versão d e en ergia eólica em eletricid ad e acon tece a p artir d e u m aerogerad or q u e é com p osto d e u m gerad or elétrico e u m a h élice. eólica em p rega 542 p essoas n u clear em p rega 100 com b ase n o carvão m in eral em p rega 116 O W orld W atch In stitu te estim a, p ara p rojetosd e geração d e en ergia d e m esm a p otên cia: A energia eólica ainda patina no cenário energético brasileiro. N ossa a única fá- brica de aerogeradores, a W obben da A lem anha, gera m ais de 400 em pregos, m as a m aior parte de sua produção destina-se ao exterior. O B rasil só produz 1/350 da energia eólica produzida na A lem anha, que já conta com um acúm ulo m uito grande em term os de tecnologia. 64ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS O p reço d o M W h d e en ergia eólica: n a A lem an h a R $ 250,00 n o B rasil R $ 200,00 O p reço d a en ergia eólica p ara o m ercad o n acion al p od eria ser ain d a m ais b aixo, u m a vez q u e o p oten cial e a in ten sid ad e d e ven tos n o B rasil é m aior 1 N o B rasil, P rogram as governam entais para o seu incentivo, com o é o caso do P rogram a de Incentivo as Fontes A lternativas – P R O IN FA , instituído na L ei 10.438 de abril de 2002, priorizam projetos de geração de energia renovável em larga escala e não aqueles com m aior potencial de descentralização. P rojetos d e en ergia eólica vêm su rgin d o em áreas d e p roteção am b ien tal e gran d es áreas particu lares ou em terras p ú b licas d esap rop riad as p ara esse fim . S e p rod u z en ergia d e form a cen tralizad a em “ fazen d as” q u e p ossu em ap en as cataven tos, e n ão p essoas ou terra p rod u zin d o. A p op u lação local n ão se en volve n a p rod u ção d e en ergia e n em se b en eficia d o seu p oten cial d e geração d e em p rego e ren d a. Já na A lem anha, os geradores de energia eólica são im plem entados de form a descentralizada, utilizando espaço em áreas arrendadas de pequenos proprietários ru- rais, representando m ais um a fonte de renda e possibilidade de perm anência das pesso- as no cam po. O s m ais de 20 anos no em prego desta tecnologia trouxe tam bém o apren- dizado dos im pactos e queixas da população e levou ao estabelecim ento de critérios e norm as de planejam ento que ainda não são considerados no B rasil: 1 . na A lem anha, se produz energia elétrica a partir de ventos de 5 a 6 m /s, enquanto o aproveitam ento dos ventos considerados para o B rasil são de 6 a 9 m /s e o fator de capacidade no seu aproveitam ento chega a 30-40% US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 65 C ritérios p ara o zon eam en to d o p oten cial d o u so d os ven tos • o p oten cial d os ven tos • altu ra d os gerad ores < 100m e p otên cia > 1M W • p riorid ad e p / in stalação em zon as n ão h ab itad as • u m a d istân cia < 500m d e q u alq u er con stru ção • exclu são d e áreas d e p roteção am b ien tal d as áreas p revistas p ara con stru ção d as d u n as e áreas p róxim as à costa d as áreas n as rotas d e m igração d e aves d as áreas d e valor p aisagístico (segu n d o a p ercep ção d a p op u lação) • p riorid ad e para associações d e p rop rietários ru rais e n ão gran d es em p resas, • p ossib ilid ad e d e arren d am en to d e terras (viab ilid ad e d a p erm an ên cia n o m eio ru ral) • p ossib ilid ad e d e rep oten ciação (troca d e m u itos aerogerad ores d e m en or p otên cia p or p ou cos d e m aior p otên cia) P rob lem as m en cion ad os p ela p op u lação n o n orte d a A lem an h a p aisagem ru íd o som b ra falta d e in form ação e d ú vid as sob re p ossíveis riscos (existem p erigos p ara a p op u lação?) altern ativa p ara reciclagem ou d isp osição d os aerogerad ores d e m en or p oten cia ou fora d e u so C om base nestes critérios podem ser definidas regulam entações que visem a m inim ização de alterações na paisagem , a repotenciação e reciclagem dos aerogeradores, e a inclusão das populações rurais no desenvolvim ento e na obtenção dos benéficos da tecnologia. 66ENERGIA S RENOVÁ V EIS SU STENTÁ V EIS S en d o u m a coop erativa q u e ven d e serviços, a M ayor B u ratovich n ão trab alh a ap en as com en ergia elétrica, com o tam b ém com telefon ia celu lar e velórios. N ela estão agru p ad os u su ários d e eletricid ad e, p rod u tores ru rais, d a cid ad e, com ercian tes e op erários. E xem p lo C oop erativas n a A rgen tin a N a A rgentina, a potência instalada de energia eólica é de 26.560 kW 2. A produção está nas m ãos de cooperativas com o a C o o p erativa E léctrica y d e S ervicios M ayor B u ratovich , na província de B uenos A ires, que gera 1.200 kW a partir de 2 geradores de 600 kW e de ventos m édios em torno de 7,3 m /s. D istribui a energia na rede local e os excedentes na rede regional da dis- tribuidora E D E S. Q uem estiver em dia com os pagam entos pode fazer par- te do C onselho A dm inistrativo. D e toda energia consum ida produ- zida pela cooperativa, 88% são p ara os sócios e os 12% restan tes são ven d id os para a red e elétrica . E xiste ainda na A rgentina, desde 1999, um a entidade sem fins lucrati- vos, a C âm ara A rgentina de G eneradores E ólicos – C A D G E , que visa a im plem entação e o increm ento de instrum entos que facilitem o aproveitam ento do vento para a gera- ção de energia elétrica com vistas à sua com ercialização em m ercados elétricos vigentes e que possam ser criados. L eis q u e regem atu ação d as coop erativas d e en ergia eólica n a A rgen tin a: L E I E S T A D U A L 12.603 d e 2001 assegu ra ao p rod u tor d e en ergia eólica q u e com ercializar o seu p rod u to através d a red e p ú b lica o p agam en to d e U S $ 0.01 p or cad a kW h , p roven ien te d o F u n d o S u b sid iário para C om p en sações R egion ais d e T arifas d e U su ários F in ais L E I N A C IO N A L 25.019 d e 1998 p rop icia q u e os d istrib u id ores d e en er- gia elétrica com p rem d os gerad ores d e origem eólica, com tratam en to sim ilar ao d as cen trais h id relétricas 2. dados de fevereiro de 2004 do G reenpeace US O E G ES TÃO PARTICIPATIVA NO MEIO R UR A L 67 A ssociação Brasileira de R efrigeração, A r C ondicionado, Ventilação e A quecim ento - w w w .abrava.com .br A ssociação Brasileira de E m presas de E nergia R enovável e E ficiência E nergética - w w w .abeer.org.br C entros de pesquisa e referência C entro de R eferência para E nergia Solar e E ólica Sérgio de Salvo Brito - C R E SE SB / C entro de Pesquisas de E nergia E létrica – C E PE L - w w w .cresesb.cepel.br C entro N acional de R eferência em Pequenas C entrais H idrelétricas - w w w .cerpch.efei.brC entro N acional de R eferência em Biom assa - w w w .cenbio.org.br C om itê de E nergia e Sustentabilidade da U FSM - w w w .ufsm .br/cenergia C entro de E conom ia E nergética e A m biental - w w w .cenergia.org.br C entro Brasileiro para o D esenvolvim ento da E nergia Solar Fotovoltaica – w w w .pucrs.br/uni/poa/fisica/pesquisas/ energia_solar/pesq.htm Program a de Planejam ento E nergético – PPE da C O PPE / U FR J - w w w .ppe.ufrj.br Instituto de Pesquisas tecnológicas - w w w .ipt.br O utras fontes de inform ação sobre o uso descentralizado e participativo das energias renováveis O rganizações não governam entais, redes e m ovim entos sociais: Fórum Brasileiro de O N G s e M ovim entos Sociais para o M eio A m biente e o D esenvolvim ento – w w w .fbom s.org.br C oalizão R ios V ivos - w w w .riosvivos.org.br N úcleo A m igos da Terra / Brasil - w w w .natbrasil.org.br Instituto Sociedade, População e N atureza - w w w .ispn.org.br Instituto V itae C ivilis - w w w .vitaecivilis.org.br Projeto Saúde e A legria - w w w .saudeealegria.org.br Federação de Ó rgãos para A ssistência Social e E ducacional - w w w .fase.org.br Fórum de D ebates de E nergia de R ondônia – w w w .unir.br/ ~ am oret M ovim ento dos A tingidos por Barragens – w w w .m abnacional.org.br R ede N acional de O rganizações da Sociedade C ivil para as E nergias R enováveis – w w w .renove.org.br C ooperativas e associações C ooperativa de E letrificação R ural do A lto U ruguai - w w w .creral.com .br E m pório do C errado - w w w .em poriodocerrado.org.br C entro de Tecnologia A groecológica de Pequenos A griculto- res – A G R O T E C – w w w .nead.org.br P ara sab er m ais... A grad ecim en tos Q uerem os agradecer aqui todas as pessoas que contribuíram para esta publicação, principalm ente os realizadores das experiências e os e as integrantes do G T E nergia, constantem ente envolvidos na discussão, reflexão e busca por alternativas sustentáveis à política energética nacional. N osso especial m uito obrigado ao E duardo do M A B , ao Peba da C om unidade do A çaizal, ao T ibério do P rojeto Saúde e A legria, à A na do ISP N , ao B ressan do P rojeto E nergia para um a A m azônia Sustentável, ao L enison da C R E R A L , ao D élcio do Instituto V itae C ivilis, ao A rtur do F O R E N , ao P rof. R onaldo da U F SM , ao V anderlei da A G R O T E C , ao R icardo da P T Z , ao R afael do E m pório do C errado e ao A ndré e à N ely do N A T. Instituições governam entais M inistério de M inas e E nergia - w w w .m m e.gov.br M inistério do M eio A m biente – w w w .m m a.gov.br M inistério da C iência e Tecnologia - w w w .m ct.gov.br E letrobrás – w w w .eletrobras.gov.br Program a de Incentivo as Fontes A lternativas – w w w .proinfa.com .br O utros Intercâm bio E letro M ecânico - w w w .iem .com .br PT Z - w w w .ptz.com .br C anal E nergia - w w w .canalenergia.com .br U n id ad es: M W m egaw att kW h quilow att/hora V volt kV A quilovolt.am pere M W p m egaw att pico km 2 quilôm etros quadrados m 3 m etros cúbicos kg/cm 2 quilogram a por centím etro quadrado t/h toneladas por hora m /s m etros por segundo ºC graus centígrados
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