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FARMACOEPIDEMIOLOGIA – AV2 Farmacovigilância: São as atividades que identifica, avalia, compreende e previne efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados com medicamentos. Avaliações da farmacovigilância: • Desvios da qualidade de produtos farmacêuticos; • Erros de administração de medicamentos; • Notificações de perda de eficácia; • Uso offlabel; • Notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos farmacêuticos; • Avaliação de mortalidade; • Abuso ou uso errôneo de medicamentos; • Interações, efeitos adversos de fármacos com outros fármacos ou alimentos. Objetivo da farmacovigilância: • Melhorar o cuidado com a segurança do paciente em relação ao uso de medicamentos; • Melhorar a saúde Pública; • Promover a compreensão, educação e treinamento clínico em Farmacovigilância. Pesquisa Clínica e Desenvolvimento dos Medicamentos: ✓ Fases: • Pré-clínica: Em animais, segurança, avaliar toxicidade, carcinogenicidade, mutagenicidade e teratogenicidade. • Clínica (fase pré-comercialização): *Pós-registro: O processo de desenvolvimento de um medicamento não se encerra quando o produto é aprovado para entrar no mercado. Os primeiros anos são primordiais para identificar reações adversas ainda desconhecidas. Fase Pesquisa Fase I Avaliação de uma molécula. Dose máxima em voluntários sadios. Fase II Determinação de dose mínima. Fase III Perfil de segurança e eficácia. Fase IV Pós-comercialização. Métodos em farmacovigilância: • Vigilância passiva: - Notificação voluntária - Série de Casos - Método de Identificação de Agrupamento *Ao acaso. Pode gerar notificações incompletas (subnotificações) que não gera boletim de alerta. • Vigilância passiva: - Instituições Sentinelas - Monitorização: Prescrição de Medicamentos - Registros - Estudos Observacionais RAM: qualquer efeito nocivo ou não desejado de um medicamento, observado em doses usualmente empregadas para o tratamento, profilaxia ou diagnóstico de uma enfermidade Não é considerado uma RAM: - Falha na qualidade do medicamento; - Superdosagem; - Conduta clínica inadequada. Como afirmar que é uma RAM: • O paciente estava usando o medicamento antes de ocorrer a reação? • O tempo entre a exposição e o aparecimento da reação é lógico? • As propriedades farmacológicas do medicamento podem explicar a reação? Tipos de reação: • Tipo A: Depende da dose do medicamento. São mais frequentes e de menor gravidade. São geralmente previsíveis. Ex: hemorragias causadas por AAS • Tipo B: São reações não relacionadas com a dose ou com a ação farmacológica. São imprevisíveis, geralmente grave. Ex: Surdez causada por aminoglicosídeos Onde obter informações sobre RAM: • Sistema de notificação espontânea de profissionais de saúde ou leigos a centros de notificação designados a efetuar recolhimento e análise das notificações; • Estudos epidemiológicos de seguimento de pacientes na população ou em hospitalizados ou de estudo de casos; O que notificar: - Toda reação adversa a medicamento comprovada ou suspeita; - Falhas terapêuticas: redução ou falta do efeito farmacológico; - Interações medicamentosas, efeitos de toxicidade; - Queixa técnica ou desvio da qualidade; alterações fisicoquímicas, adulterações (interessante fazer notificação para a indústria); A quem notificar: - Notivisa - CEBRIM ESTUDO DE COORTE E CASO-CONTROLE *Coorte e caso-controle são estudos observacionais (analíticos); Objetivo dos estudos observacionais: • Verificar se o risco de desenvolver um evento adverso à saúde é maior entre os expostos do que entre os não-expostos ao fator supostamente associado ao desenvolvimento do agravo em estudo. • Visam estabelecer inferências a respeito de associações entre duas ou mais variáveis, especialmente associações de exposição e efeito, portanto associações causais. • São também denominados estudos observacionais, uma vez que o pesquisador não intervém – apenas analisa com fundamento no método epidemiológico um experimento natural. Características básicas dos estudos observacionais: Estudos de coorte: analisam-se as associações de exposição e efeito por meio da comparação da ocorrência de doenças entre expostos e não- expostos ao fator de risco. Estudos tipo caso-controle: exposições passadas são comparadas entre pessoas atingidas e não atingidas pela doença objeto do estudo. Estudo de coorte: Características: - Pessoas sadias; - Expostos e não expostos; - Doentes e não doentes de cada grupo. Finalidade: Averiguar se a incidência da doença ou evento adverso à saúde difere entre o subgrupo de expostos a um determinado fator de risco se comparado com o subgrupo de não-expostos. Variáveis de interesse: são especificadas e medidas, enquanto a evolução da totalidade da coorte é seguida. Diversas finalidades: Avaliação da etiologia de doenças: associação entre fumo e CA de pulmão; Avaliação da história natural de doenças: evolução de pacientes HIV positivos; Estudo do impacto de fatores prognósticos: marcadores tumorais e evolução de câncer; Intervenções diagnósticas: impacto da realização de colpocitologia sobre a mortalidade por CA de colo uterino; Intervenções terapêuticas: impacto sobre a mortalidade do tipo de tratamento cirúrgico de fraturas de colo do fêmur em idosos. Características mais importantes: • São os únicos estudos que testam hipóteses etiológicas, produzindo medidas de incidência e, portanto, medidas diretas do risco relativo (RR). • Permitem aferir a contribuição individual ou combinada de mais de um fator de risco associado com determinada doença. • São geralmente prospectivos; no entanto, em situações especiais, quando se dispõe de registros confiáveis relativos à exposição pregressa e ao seguimento, pode também apresentar caráter retrospectivo. • Os estudos de coorte partem de grupos de pessoas sadias, que naturalmente se distribuem em subgrupos de expostos e não-expostos ao fator de risco em estudo. • Tais grupos, após certo período, irão se dividir em outros subgrupos de atingidos e não-atingidos pelo efeito (doença) que se supõe estar associado ao fator de risco objeto do estudo. • O grupo estudado deverá ser o mais homogêneo possível em relação ao maior número de variáveis que não estejam sob estudo, denominadas variáveis independentes. Estudo de COORTE Vantagens Desvantagens Cálculo direto das taxas de incidência e o do risco relativo (RR). O estudo bem planejado. Pode evidenciar associações de um fator de risco com uma ou mais doenças. Menor probabilidade de conclusões falsas ou inexatas. Custo elevado. Longa duração. Modificações na composição do grupo selecionado em decorrência de perdas por diferentes motivos. Dificuldade de manter a uniformidade do trabalho. *As associações obtidas por estudos de coorte geralmente são mais consistentes do que aquelas que resultam de estudos tipo caso-controle. Caso-controle: - Na maioria das epidemias a população exposta não é conhecida, fato que impede a aplicação de estudos de coorte. - Em situações como essa, especialmente quando os casos são identificados já nos primeiros passos da investigação, os estudos tipo caso- controle são o delineamento de escolha para o estudo da associação entre determinada exposição e a doença de interesse. - Oferecem resultados mais frágeis a respeito de associaçõesentre exposição e doença, se comparados com os estudos de coorte. - Pela rapidez com que podem ser desenvolvidos e seu menor custo, são de grande utilidade para epidemiologistas nos serviços de saúde: Na identificação de fontes de infecção e de veículos de transmissão de doenças, Facilitam o estabelecimento de medidas apropriadas de controle. Parte-se de um grupo de indivíduos acometidos pela doença em estudo = casos. Os casos são comparados com outro grupo de indivíduos que devem ser em tudo semelhantes aos casos, diferindo somente por não apresentarem a referida doença = controles. Estudo retrospectivo da história pregressa dos casos e controles. Objetivo: identificar a presença ou ausência de exposição a determinado fator que pode ser importante para o desenvolvimento da doença em estudo. Estudos observacionais: não há intervenção por parte do investigador. Particularmente indicados em: Surtos epidêmicos ou agravos desconhecidos, em que é indispensável a identificação urgente da etiologia da doença com o objetivo de uma imediata ação de controle. Permite de forma rápida e pouco dispendiosa a investigação de fatores de risco associados a doenças raras e de longo período de latência. Principais dificuldades: A análise restrospectiva dos dados obtidos depende muito da memória dos casos e dos controles: Viés de memória: a exposição é antiga ou rara, ser doente pode influenciar as respostas dadas a certas questões, é um viés do respondente, onde a informação sobre exposição fornecida pelos participantes do estudo difere em função de ser ele um caso ou um controle. Viés de seleção de casos e controles: distorções nos resultados devido a procedimentos utilizados para a seleção dos participantes ou fatores que influenciam a participação no estudo. em geral está relacionado à seleção de indivíduos nos quais a associação entre o fator em estudo e a variável de efeito é diferente da associação que existe na população. pode ser atenuado se os casos forem selecionados em uma única área com a observação de critérios bem padronizados para sua inclusão no grupo. A classificação de um doente como caso pressupõe uma perfeita definição das características desse grupo, que deve levar em consideração vários aspectos, entre eles: critério diagnóstico; aspectos e variedades clínicas; estadiamento da doença; emprego de casos ocorridos num intervalo definido de tempo (incidência) ou de casos prevalentes em determinado momento; fonte dos casos: todos os atendidos por um ou mais serviços médicos ou todos os doentes da população. Deve-se garantir a comparabilidade interna entre casos e controles e, portanto, uma estimativa mais consistente do risco. Escolha do grupo controle: um dos pontos mais importantes do delineamento dos estudos tipo caso-controle. deve buscar a máxima semelhança entre casos e controles, exceto o fato de os controles não apresentarem a doença objeto do estudo. isso é difícil de ser obtido, pois até irmãos gêmeos são submetidos a diferentes exposições ambientais. Para evitar distorções determinadas pela escolha dos controles entre pacientes hospitalizados: recomenda-se que os controles sejam escolhidos entre indivíduos que vivam na vizinhança dos casos, ou sejam parentes, ou colegas de trabalho ou de escola, ou que mantenham alguma relação de proximidade com os casos. Estudos caso controle não permitem cálculo de RR: devido à forma de seleção dos participantes - casos (doentes) e controles (não doentes), não utiliza denominadores que expressem a verdadeira dimensão dos grupos de expostos e de não-expostos numa população. Estimam-se as associações por uma medida tipo proporcionalidade: Odds Ratio, um estimador indireto do RR, satisfazendo dois pressupostos: Os controles devem ser representativos da população que deu origem aos casos, A doença objeto do estudo deve ser rara. Estudo de CASO-CONTROLE Vantagens Desvantagens Fácil execução; Baixo custo e curta duração. Dificuldade de seleção dos controles; Informações obtidas frequentemente incompletas; Vieses de memória, seleção e confusão; Impossibilidade de cálculo direto da incidência entre expostos e não-expostos e, portanto, do risco relativo. Na investigação de um surto: deve se identificar o maior número possível de casos que se enquadrem na definição de caso estabelecida, quanto maior o número de indivíduos envolvidos no estudo (casos e controles), mais fácil será identificar a associação entre exposição e doença. o número de casos pode ser reduzido devido às dimensões do surto, que, muitas vezes, atinge um grupo reduzido de pessoas. Ex: num hospital um surto pode ser constituído de quatro a cinco doentes.
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