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Avaliação de amostras de Baccharis trimera

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Avaliação de amostras de Baccharis trimera (Less.) DC. ASTERACEAE (carqueja) comercializadas na cidade de Blumenau – SC, Brasil.
Silva, F.R. da; Brondani, L.; Pagelkopf, S.V.
Disciplina de Farmacognosia, Farmácia, FURB, Blumenau, SC.
Resumo: Este trabalho visa analisar amostras comerciais de “carqueja” (Baccharis trimera L.) de acordo com a farmacopéia brasileira, disponíveis para venda em farmácias de Blumenau, utilizadas para preparo de chás visando melhora nas funções digestivas. Foram analizadas características como, rótulo, teor de água, materiais estranhos, teor de cinzas, cromatografia, macroscopia e microscopia. As amostras apresentaram algumas irregularidades, o que demonstrou a importância da pesquisa.
Palavras chave: Carqueja, chás, fitoterápicos, plantas medicinais.
Abstract: Evaluation of samples of Baccharis trimera (Less.) DC. ASTERACEAE (carqueja) commercialized in the city of Blumenau - SC, Brazil. This work aims to analyze commercial samples of "carqueja" (Baccharis trimera L.) according to the Brazilian pharmacopoeia, available for sale in pharmacies in Blumenau, used to prepare teas aimed at improving digestive functions. Characteristics such as label, water content, foreign matter, ash content, chromatography, macroscopy and microscopy were analyzed. The samples presented some irregularities, which demonstrated the importance of the research.
Key words: Carqueja, teas, herbal medicines, medicinal plants.
INTRODUÇÃO
	A Carqueja, uma planta da família Asteraceae, do gênero Baccharis, é muito utilizada na região em forma de chás e também na produção de fitoterápicos. De acordo com SIMÕES (1986), esta planta é muito conhecida pelas propriedades relacionadas à melhora nas funções hepáticas, biliares e do aparelho digestivo como um todo. 
A grande procura desta planta pelas suas propriedades incita muitas pesquisas a respeito de suas propriedades. MOREIRA (2003), cita que o gênero Baccharis está representado por mais de 500 espécies e é caracterizado pela presença de flavonóides, triterpenos, diterpenos e sesquiterpenos.
	As espécies de Baccharis possuem inúmeras semelhanças morfológicas entre si causando assim freqüentes substituições por outras espécies na comercialização, conforme citado por MENTZ e SCHENKEL (1989), além disso, somente algumas partes da planta devem ser utilizadas na preparação de chás ou fitoterápicos justamente por conterem maior teor de princípio ativo. 
A Farmacopéia Brasileira, 2ª edição (2010) foi utilizada na avaliação das amostras vendidas na região. Este tipo de pesquisa é de suma importância, já que nos dias atuais a procura pelos tratamentos através da medicina popular vem crescendo de forma exponencial em todo o mundo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Material vegetal e Embalagem
No Presente estudo foram utilizadas quatro amostras contendo 20 gramas cada, fornecendo o total de 80 gramas de Baccharis sp. As quatro amostras são pertencentes ao lote: 0116, Comercializadas como carqueja, adquirida em farmácia comunitária de Blumenau SC no distrito da Vila Itoupava, com sede na rua Henrique Conrad, 491. O produto é fornecido para a farmácia pela Natublu da empresa nacional ervas LTDA, comercializado em embalagem plástica, lacrada, que permite a passagem de luz, com validade determinada pelo fabricante para 15/02/2020. Indicada para o uso da mesma na forma de infusão, como descrito na embalagem.
Ensaios De Pureza
	Os ensaios para a determinação de pureza das amostras analisadas foram baseados na pesquisa de materiais estranhos, teor de água e cinzas totais, sendo que todos os métodos aplicados foram feitos de acordo com a monografia da droga presente da Farmacopéia brasileira 5º edição, volume 2.
Na pesquisa de material estranho, conforme pode ser observado na figura 1, todo o conteúdo das amostras foi separado das impurezas pelo método de catação (quando possível), seguido da pesagem, em balança analítica.
Figura 1 – Resultado do método de catação realizado para determinação do teor de material estranho.
Dois béqueres foram utilizados na pesquisa de material estranho, sendo respectivamente material vegetal e impurezas De acordo com a Farmacopéia brasileira 5º edição, volume 2. 
Para a determinação do teor de água da amostra foi utilizado o método gravimétrico presente na Farmacopéia brasileira 5º edição, volume 2, sendo procedido pelo preparo da amostra primeiramente levando em conta a monografia da mesma conforme mostra a Figura 2. A droga foi granulada e levemente pulverizada, evitando qualquer processo mecânico que possa retirar qualquer tipo de umidade da droga, após a amostra pronta foi pesado exatamente cerca de 3 g em um pesa filtro que foi previamente secado pela estufa, pesado e tarado, em seguida o mesmo já com a amostra foi levado a estufa por 5 horas em 100 ºC, e então foi calculado o teor de água da droga seca em relação ao ar.
Figura 2 - Determinação do teor de água utilizando método gravimétrico.
O teste de determinação de cinzas totais foi realizado conforme as especificações da Farmacopéia brasileira 5º edição, volume 2; segundo a Farmacopéia deve-se pesar cerca de 3 g da amostra brevemente pulverizada em um cadinho previamente tarado, em seguida incinerar o mesmo em mufla a 600 ºC ate que todo o carvão seja eliminado, resfriar em dessecador e em seguida pesar a amostra. Após obter os dados calcular a porcentagem de cinzas totais em relação à amostra seca ao ar.
Ensaios de Identificação 
	Os ensaio de identificação foram realizados segundo os parâmetros da Farmacopéia brasileira 5º edição, volume 2, e também foram realizados cortes histológicos para analisar as estruturas e características microscópicas presentes na amostra, contudo as análises macroscópicas foram realizadas a olho nu e também com o auxilio de uma lupa no intuito de obter maiores informações da anatomia foliar da mesma.
Foi realizado Cromatografia em Camada Delgada (CCD) utilizando silica-gel, mistura de tolueno e acetato de etila (70:30) como fase móvel. Em seguida aplicado separadamente a placa de sílica-gel a solução 1 e a solução 2. Sendo a solução 1: foi agitado 2 g da amostra com 10 mL de cloreto de metileno durante 10 minutos. Filtrado e desprezado a solução de cloreto de metileno. Em seguida foi Extraído o resíduo com 10 mL de metanol sob agitação magnética em temperatura de 40 °C. Após o processo citado o conteúdo é filtrado e concentrado até resíduo em evaporador rotatório (40 °C), e então é ressuspendido o resíduo em 2 mL de metanol.
Solução 2: foi dissolvido 1 mg de quercetina SQR e 1 mg de 3-O-metilquercetina SQR em 0,1 mL de metanol. Conforme a Figura 3.
Figura 3 - Procedimento da CCD sendo realizado.
Em seguida é deixado secar ao ar em temperatura ambiente. Após seca foi examinado sob luz ultravioleta a 365 nm.
Doseamento
	Foi realizado o teste de doseamento de flavonóides, o teste foi procedido com dois métodos de extração, sendo eles a infusão que se baseia em um método onde é utilizada água previamente destilada e a mesma é levada a aquecimento até atingir temperatura próxima dos 100 °C; Após esse processo a água já quente é vertida em um béquer contendo a amostra e posta novamente em aquecimento por alguns minutos. No processo citado é obtido o extrato por infusão da amostra onde podemos analisar o teor de flavonóides. 
Com outra amostra foi utilizado o método de maceração que consiste em deixar a droga vegetal em um recipiente fechado por um longo período de tempo junto ao liquido extrator e assim obter o extrato da mesma para o doseamento de flavonóides da droga vegetal, esta amostra foi posta em um béquer com álcool e o mesmo sendo fechado com filme plástico e deixado em processo de maceração por 4 horas, após este período, coletamos o extrato e quantificamos o teor de flavonóides dos dois extratos obtidos por estes dois métodos diferentes com o intuito de simular qual seria o melhor método para ser utilizado pelo usuário da carqueja adquirida em uma farmácia. O método de infusão é muito utilizado e conhecido parao uso de chás e o método de maceração mais utilizado no processo de fabricação de tinturas orgânicas.
RESULTADOS E DISCUÇÕES
	Nos ensaios para a determinação da pureza, 35,23% da amostra foi considerada material estranho, sendo que 2,0% é o limite estabelecido pela Farmacopéia brasileira 5ª edição, volume 2. No teste para determinar o teor de água presente na amostra e no teste de cinzas totais, a amostra foi aprovada tendo 9,93% e 4,815% como resultados respectivamente. Na Farmacopéia brasileira 5ª edição, o teor de água máximo aceito em uma amostra de carqueja é 12,0%, já no caso das cinzas totais, o máximo tolerado é 8,0%.
	A extração feita com água quente para quantificar o teor de flavonoides presentes na amostra resultou em -14,87% de flavonoides encontrados, o que é um valor indetectável. No caso da extração feita com álcool, se teve como resultado 0,314% de flavonoides presentes.
	Na cromatografia em camada delgada, o cromatograma referente a solução 1 apresenta mancha de cor amarela/laranja, corresponde em posição e intensidade àquela obtida com a solução 2, conforme podemos observar na figura 4. Na solução 1, ainda podem ser vistas uma mancha verde fluorescente referente ao 3-O-metilquercetina e outra azul na região mediana do cromatograma. Pode-se notar também manchas claras azuladas na parte superior do cromatograma. Essas características obtidas são semelhantes com as que são apresentadas na Farmacopéia brasileira 5ª edição, volume 2, referentes a cromatografia em camada delgada com amostra de carqueja. 
Figura 4 - Observação do resultado da CCD sob luz ultravioleta.
A microscopia do corte transversal da folha da carqueja presente na figura 5, em um menor aumento, pode-se observar a endoderme e canais esquizógenos. Já em um aumento maior, existe a presença de cutícula estriada e estômatos anisocíticos detalhados na epiderme da ala.
Figura 5 - detalhes microscópicos das amostras
CONCLUSÃO
	Os resultados obtidos neste estudo apresentaram divergências em relação aos resultados preconizados pela fonte de pesquisa, neste caso a Farmacopéia Brasileira. Analisando os problemas encontrados podemos concluir que as amostras obtidas são viáveis para consumo, mas não irão apresentar todos os benefícios esperados pelo consumidor.
	Provavelmente as divergências encontradas são decorrentes de alguns erros no processo de separação do material pela indústria ou ausência de controle de qualidade que devem ser exigidos através da legislação vigente pelos órgãos competentes.
	O que mais chama a atenção nos resultados é a quantidade de materiais estranhos encontrados nas amostras, neste caso específico, partes da planta que não são considerados farmacógenos pela Farmacopéia Brasileira, e a ínfima quantidade de flavonóides extraídos no método de infusão com água quente, o qual é utilizado pelos consumidores do produto. O álcool neste caso se mostrou muito mais eficaz na extração dos princípios ativos da planta.
	
REFERÊNCIAS
SIMÕES, C. M. O.; MENTZ, L. A.; SCHENKEL, E. P.; IRGANG, B. E.; STEHMANN, J. R. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. Da universidade. P.42-43, 1986.
MOREIRA, F.P.M. et al. Flavonóides e triterpenos de Baccharis pseudotenuifolia – bioatividade sobre Artemisia salina.Química Nova, v.26, n.3, p.309-11, 2003.
MENTZ, L. A., SCHENKEL, E. P. Plantas medicinais: a coerência e a confiabilidade das indicações terapêuticas. Caderno de Farmácia, v. 5, n.1/2, p. 93-119, 1989.
Brasil. Farmacopeia Brasileira, volume 2 / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010. 852p., 2v/il.
BORELLA, J. C.; FONTOURA, A. Avaliação do perfil cromatográfico e do teor de flavonóides em amostras de Baccharis trimera (Less) DC., Asteraceae (carqueja) comercializadas em Ribeirão Preto, SP, Brasil. Rev Bras Farmacogn, v. 12, n. 2, p. 63-67, 2002.
BELTRAME, Flávio Luís et al. Avaliação da qualidade das amostras comercias de Baccharis trimera L.(Carqueja) vendidas no Estado do Paraná-DOI: 10.4025/actascihealthsci. v31i1. 3050. Acta Scientiarum. Health Sciences, v. 31, n. 1, p. 37-43, 2009.
SILVA, F. et al. Avaliação do teor de óleo essencial de Baccharis trimera (Less.) DC. em diferentes embalagens durante o armazenamento. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2013.
Slideshare - Metodos de extração disponível em: https://pt.slideshare.net/vanessaracele/mtodos-de-extrao acessado em 10/06/2017

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