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PSICOGERITRIA O envelhecimento é um processo contínuo que começa desde que nascemos e inevitavelmente nos conduz à morte. Envelhecimento consiste num encolhimento e num declínio gradual de todas as estruturas e funções fisiológicas, que estão predefinidas pelo nosso relógio biológico. As sociedades modernas enfrentam, desde há alguns anos, o envelhecimento progressivo da sua população, colocando novos desafios e novas exigências aos sistemas de saúde. Senescência: é o que resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal. Senilidade: é caracterizada por modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa. DEMÊNCIA A demência pode ser definida como o comprometimento adquirido da memória associado a um prejuízo em pelo menos uma das outras funções cognitivas, como: linguagem; gnosias, praxias e funções executivas. Tipos: Alzheimer: doença cerebral degenerativa primária, de início insidioso, perda de memória com declínio cognitivo lento e progressivo. É a principal causa de demência. Pode ocorrer devido ao deposito da proteína beta-amiloide ou redução do número de neurônios e sinapses. Como fatores de risco, temos: idade acima de 65 anos, familiar próximo com Alzheimer, diminuição da estimulação cognitiva, HA, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Sintomas: comprometimento da memória, perturbações cognitivas (afasia, apraxia, agnosia) e perturbações do funcionamento executivo. Tratamento: farmacológico (Rivastigmina, Donepezila, Galantamina e Memantina), não farmacológico (estimulação cognitiva, estimulação social, estimulação física e organização do ambiente). Demência Vascular: resultado do infarto cerebral devido à doença vascular, inclusive a doença cerebrovascular hipertensiva. Sintomas: dificuldade com tarefas/atividades que exigem atenção ou pensamento (perda da memória, concentração reduzida); mudança de personalidade, alteração do humor (períodos de confusão mental e depressão); fraqueza ou paralisia do musculo (alucinações visuais e porte instável). Tratamento: farmacológico (Donepezil e Galantamina) e não farmacológico (dieta saudável, exercício físico, evitar consumo excessivo de álcool e tabaco). Demência Mista: é caracterizada pela ocorrência simultânea de eventos característicos de Doença de Alzheimer e Demência Vascular. A apresentação mais comum de demência mista é a de um paciente com sintomas e características clínicas típicas de DA que sofre piora abrupta. Acompanhada pela presença de sinais clínicos de AVC. DEPRESSÃO Distúrbio do humor, caracterizando-se por humor deprimido de natureza multifatorial. Sintomas: sentimento de tristeza, desesperança, vazio e desamparo, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa excessiva e desvalia, alterações do apetite e peso, insônia predominantemente terminal ou hipersonia, fadiga ou perda de energia, Retardo ou agitação psicomotora, dificuldade de concentração e raciocínio, diminuição do desempenho sexual, pensamento recorrentes sobre a morte, com ou sem tentativas suicidas, pode estar acompanhada por manifestações psicóticas, como ideias delirantes e mesmo alucinações. Tratamento: Inibidores da monoaminoxidase (IMAO); Antidepressivos tricíclicos (ADT); Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (IRSR); Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). PARKINSON Doença crônica, de caráter progressivo onde há intensa perda de neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substancia negra, componente do sistema motor extrapiramidal relacionada diretamente com a coordenação dos movimentos. Pode ser causada por: fatores genéticos, toxinas ambientais e estresse oxidativo. Características clinicas: tremor de repouso, rigidez (resistência aos movimentos), bradicinesia (lentificação dos movimentos), postura flexionada para frente, alterações dos reflexos posturais (instabilidade) e bloqueio motor (“feezing”). Tratamento: farmacológico (Levodopa + Carbidopa, Agonistas Dopaminérgicos, Inibidores da COMT, Anticolinergicos (Akineton), Amantadina, Selegilina) e não farmacológico (fisioterapia: exercícios ativos, passivos, fisioterapia aquática e estimulação elétrica; orientação nutricional: aporte calórico, proteico e hidratação adequados; exercícios com fonoaudiólogos: ajudam a fala e deglutição; informar os familiares e cuidadores: sobre evolução da doença). NÃO PARKINSON Provocada por medicamentos que possuem ação bloqueadora dos receptores D2 da dopamina (fenotiazinas, butirofenonas, meticlopramida, flunarizina e cinarizina). Em torno dos 3 primeiros meses de uso, pode-se observar, mais frequentemente, bradicinesia simética. Pode-se utilizar medicamento anticolinérgico (Akineton) ou a amantadina. DELIRIUM Alteração cognitiva definida por início agudo, curso flutuante, distúrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento, percepção e comportamento. Pode acometer mais de 50% de idosos hospitalizados. É considerada emergência geriátrica. Acomete, comumente, pacientes com maior grau de fragilidade e maior número de comorbidades. A incidência eleva-se com a idade, déficit cognitivo, fragilidade, gravidade da doença e comorbidades. Síndrome multifatorial. Quadro clinico: início agudo; curso flutuante durante o dia/ intervalos lúcidos presentes; déficit de atenção; pensamento desorganizado; alteração no nível de consciência; déficits cognitivos; distúrbios da percepção (delírios e alucinações); alterações psicomotoras (hiper ou hipoatividade); alterações no ciclo sono-vigília; distúrbios emocionais (labilidade, ansiedade, etc). Tratamento farmacológico: antipsicótico típico – Haloperidol; antipsicóticos atípicos – Risperidona, Quetiapina e Olanzapina; benzodiazepínicos – Lorazepam. Intervenções: Déficit cognitivo: programas de atividades; terapia ocupacional, técnicas de reorientação; Privação de sono: redução de ruídos, adequar horário de medicações noturnas e procedimentos, higiene do sono; Imobilidade: mobilização precoce, fisioterapia, evitar equipamentos que diminuem mobilidade sempre que possível (sondas vesicais, hidratação venosa contínua); Medicações psicoativas: uso somente quando estritamente necessário; Déficit visual: iluminação especial, utensílios de adaptação (usar letras maiores), uso de óculos; Déficit auditivo: uso de aparelho auditivo quando indicado; Desidratação: reconhecimento e correção precoces. Cuidados de enfermagem: Orientar a família e o idoso sobre as alterações relacionadas com: Higiene; Alimentação; Mobilidade; Eliminação; Incentivar o autocuidado; Dependência nas tarefas domésticas; Gestão do dinheiro, fazer compras, uso de transportes, etc. Maximizar as potencialidades do idoso, minimizar as dependências, aumentar a qualidade de vida do idoso/cuidador. Identificar as alterações comportamentais. Intervir modificando rotinas, se necessário. Orientar sobre a importância da manutenção da atividade do idoso, pela estimulação sensorial, pela deambulação e exercício. Promover exercícios de estimulação cognitiva. Adaptando o ambiente. Precauções de segurança.
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