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Metabolismo 1 CICLO DE KREBS Para que toda a via metabólica tenha continuidade e para que a mitocôndria seja a principal geradora das coenzimas reduzidas, NADH e FADH, o ciclo de Krebs passa ser uma via essencial para a oxidação de TODOS os nutrientes, carboidratos, lipídeos e proteínas. Assim, na matriz da mitocôndria existem uma série de reações que existem com a finalidade de gerar cada vez mais coenzimas reduzidas para alimentar a CTE. Este conjunto de reações são chamadas de Ciclo do ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos ou ciclo de Krebs. Este conjunto de reações da matriz mitocondrial tem início a partir de duas moléculas: AcetilCoenzima A (Acetil-CoA) e oxaloacetato. Figura 1 – Modelo Esquemático do ciclo de Krebs. Vamos então partir dos carboidratos para entender o processo. A molécula de glicose quando invade o citoplasma das células é transformada sucessivamente até piruvato. Ou seja, a glicose (C6) será degradada no citoplasma até 2 moléculas de piruvato (C3), gerando 4 ATPs e 2 NADH = total de 9 ATPs. Estas 2 moléculas de piruvato ainda devem ser totalmente oxidadas para que seja gerado o CO2, pois a oxidação completa gera CO2 e H2O. Então, as moléculas de piruvato poderão entrar por um transportador específico para o interior da matriz mitocondrial. Após esta entrada, um complexo de enzimas faz a descarboxilação do piruvato, gerando 1 NADH reduzido para cada piruvato transformado em Acetil-CoA. Este NADH reduzido, será descarregado na CTE e será capaz de gerar 2,5 mols de ATP. Uma molécula de CO2 será eliminada para cada piruvato transformado. Figura 2: Transformação do piruvato em Acetil-CoA. Esta transformação ocorre na mitocôndria. A molécula de piruvato, em vermelho, será descarboxilada pelo complexo enzimático da priruvato descarboxilase, que utiliza como coenzimas a vitamina TPP (TPP-Tiamina pirofosfato), ácido lipóico e o NADH. O produto final, será a molécula de acetil, acoplada a uma outra molécula chamada de Coenzima A (SCoA, em azul). Uma vez gerada a molécula de Acetil-CoA, daremos início ao ciclo de Krebs. Para iniciar o ciclo, uma molécula de Acetil-CoA é somada a uma molécula de oxaloacetato, o qual possui 4 carbonos. O produto desta reação enzimática gera uma molécula de citrato. Teremos então o início de uma volta completa no ciclo. Durante estas transformações, todas enzimáticas, temos momentos marcantes, ver na figura 1. A primeira delas é a geração de -cetoglutarato, onde esta transformação (de isocitrato em alfa-ceto glutarato) libera 1 CO2 e gera 1 NADH reduzido. Outros momentos importantes são: Transformação do -cetoglutarato em Succinil-CoA, que gera 1 NADH reduzido e libera 1 CO2; Transformação de Succinil-CoA em Succinato, que gera 1 mol de GTP; Transformação de Succinato em Fumarato, que gera 1 FADH reduzido; Transformação de Malato em Oxaloacetato, que gera 1 NADH reduzido; Assim, a liberação de CO2 e oxidação completa do piruvato ocorre em 3 etapas: passagem do Piruvato para Acetil-CoA; passagem do Isocitrato para -ceto glutarato e a passagem de -cetoglutarato para Succinil-CoA. Nestas 3 reações, os 3 carbonos do piruvato são completamente oxidados a CO2. Ao final do ciclo, recuperamos nosso oxaloacetato, molécula inicial e fundamental, e somos capazes de gerar a cada 1 Acetil-CoA que ingressa no ciclo 3NADH reduzidos, 1 FADH reduzido e 1 GTP, que totalizam o potencial médio de produção de 10 ATPs a cada volta. Estamos na Matriz da mitocôndria!!!! Então todas as coenzimas NADH e FADH reduzidas serão potencialmente geradoras de energia. As moléculas que compõem o ciclo de krebs são úteis não só para obtenção de energia mas para outras rotas metabólicas também, logo dizemos que ele tem várias funções, tanto de degradação quanto de síntese = anaplerose. Para a síntese: uma parte do Succinil-CoA que está no ciclo pode ser utilizado para a formação do grupo prostético da hemoglobina, a ferroprotoporfirina IX. 2 FATORES QUE AFETAM O CICLO DE KREBS Todas as formas que alteram o funcionamento da CTE alteram o trabalho do ciclo de Krebs (CK). Ou seja, quando a CTE não consegue oxidar as moléculas de FADH e NADH reduzidas, elas não poderão ser utilizadas no Ciclo de Krebs. Os inibidores da CTE afetam o trabalho do CK. O íon cálcio serve como estímulo, assim como os níveis de ADP. Quando os níveis de Cálcio e de ADP estão altos no citoplasma, significa que a célula tem necessidade de energia elevada, por isso estas moléculas estimulam as principais enzimas do CK que são alostéricas. Figura 3: Esquema de produção de Acetil-CoA para alimentação do Ciclo de Krebs. Observem que podemos obter o Acetil-CoA de todas as macromoléculas, carboidratos, lipídeos (ácidos graxos) e proteínas (aminoácidos). 3 EXCESSO DE ACETIL-COA Quando nosso corpo está em intenso trabalho de oxidação, geramos uma concentração muito grande de Acetil-CoA. Esta molécula é o início do CK, mas para que ele trabalhe devemos ter 2 outros fatores, necessidade de produção de ATP, ou seja, os níveis de ADP devem estar elevados, e quantidade de oxaloacetato suficiente. Quando isso não ocorre, o excesso de acetil-CoA será convertido em citrato e este sairá da matriz da mitocôndria em direção ao citoplasma. Uma vez no citoplasma, o citrato se degrada e libera o Acetil-CoA novamente. Com isso, este excesso de Acetil-CoA começa a formar outras moléculas. O excesso de Acetil-CoA no citoplasma é capaz de formar, simultaneamente: a) Corpos cetônicos (Acetoacetato, -hidroxibutirato e Acetona); b) Dar início a formação de Malonil-CoA que inicia a síntese de ácidos graxos; c) Dar início a síntese de colesterol. Figura 4: Esquema de geração dos corpos cetônicos. Estas moléculas são responsáveis pelo coma diabético, que provoca um quadro de acidose metabólica pois reduzem o pH da corrente sanguínea quando produzidos em elevada proporção.
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