Buscar

poemas infantis

Prévia do material em texto

Papagaio Pandorga
Gelson Oliveira
É dia uma festa de cores no céu 
Papagaio pandorga 
Amores ao léu 
Quem olha e não cansa 
é quem sonha talvez 
O sonho de voltar a ser 
outra vez uma criança 
Menino, segura, puxa o barbante 
Lá, no alto, caí não cai! 
Eh, Papagaio! Eh Pandorga 
Eh, Papagaio! Eh Pandorga 
Esperança que subiu, subiu 
Subiu... 
Colorindo em desafio, 
ao desamor 
A toda dor 
Ao destino 
Menino cresceu 
Agora é homem 
Tempo já não tem 
Não dá mais pra brincar 
Só resta a luta em busca do pão 
Lá no alto cai, não cai!
O Cavalinho Branco 
Cecília Meireles
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
 
e nas verdes ervas atira 
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
A Porta 
Vinícius De Moraes
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado 
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão 
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa . . .)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!
O Universo
Olavo Bilac
A Lua:
Sou um pequeno mundo;
Movo-me, rolo e danço
Por este céu profundo;
Por sorte Deus me deu
Mover-me sem descanso,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.
 
A Terra:
Eu sou esse outro mundo;
A lua me acompanha,
Por este céu profundo. . .
Mas é destino meu
Rolar, assim tamanha,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.
O Sol:
Eu sou esse outro mundo,
Eu sou o sol ardente!
Dou luz ao céu profundo. . .
Porém, sou um pigmeu,
Quer rolo eternamente
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.
O Homem:
Por que, no céu profundo,
Não há-de parar mais
O vosso movimento?
Astros! Qual é o mundo,
Em torno ao qual rodais
Por esse firmamento?
Todos os Astros:
Não chega o teu estudo
Ao centro disso tudo,
Que escapa aos olhos teus!
O centro disso tudo, 
Homem vaidoso, é Deus!
O Direito das Crianças
Ruth Rocha 
Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.
Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos têm de respeitar.
Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão 
Direito de ter brinquedos.
Mas criança também tem 
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente, 
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.
Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.
Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
Era uma vez
Sergio Caparelli
Era uma vez
um gato cotó:
fez cocô procê só.
E o gato zarolho
veio depois:
fez cocô procês dois.
Tinha também
um gato xadrez:
fez cocô procês três.
O gato seguinte
usava sapato:
fez cocô procês quatro.
Quem não conhece
o gato Jacinto:
fez cocô procês cinco.
Do gato azarado
chegou a vez:
fez cocô procês seis.
Ah, que beleza!
É o gato coquete:
fez cocô procês sete.
Bon dia! Banoite!
E o gato maroto:
fez cocô procês oito.
E o gato zebrado
também resolve:
fez cocô procês nove.
Viche! Vem chegando 
O gato Raimundo:
Traz cocô pra todo mundo.

Continue navegando