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Universidade Federal do Pará – UFPA Campus Universitário de Tucuruí – CAMTUC Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM Tucuruí 2014 1 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM Disciplina: Elemento de Máquinas I Prof. Eng.º Maciel da Costa Furtado Aula 7: Uniões Parafusadas 2 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM Objetivo: Identificar os principais elementos de fixação, analisando as aplicações em projetos de máquinas. 2 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 3 Introdução Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 4 Padrões de Rosca e Definições A terminologia de roscas de parafusos é a seguinte: Diâmetro maior Diâmetro médio Diâmetro menor Ângulo de rosca Crista Raiz Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 5 Padrões de Rosca e Definições A figura a seguir mostra a geometria de roscas de perfis métricos M (ISO 68) e MJ (alta resistência à fadiga). Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 6 Padrões de Rosca e Definições Sendo: D(d) Diâmetro básico maior da rosca interna (externa); D1(d1) Diâmetro básico menor da rosca interna (externa); D2(d2) Diâmetro básico do passo da rosca interna (externa); p Passo; H=0,5(3)1/2p As tabelas a seguir serão úteis ao se especificar e projetar peças rosqueadas. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 7 Diâmetros e áreas de roscas métricas de passo grosso e passo fino (todas as dimensões em mm) – ANSI B1.1-1974 e B18.3-1978 O diâmetro menor foi encontrado a partir da equação: dr = d – 1,226869p O diâmetro de passo foi encontrado a partir da equação: dm = d – 0,649519p A média do diâmetro de passo e do diâmetro menor foi usada para computar a área de tensão de tração Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 8 Diâmetros e Áreas de Roscas de Parafusos Unificados UNC e UNF – ANSI B1. 1-1974 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 9 Mecânica dos Parafusos de Potência Um parafuso de potência é um dispositivo usado em maquinaria para transformar movimento angular em linear e geralmente transmitir potência. Aplicações familiares incluem parafusos de avanço de tornos mecânicos e parafusos para morsa, prensas e macacos. Exemplo de um macaco elétrico Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 10 Roscas para parafusos de potência Rosca quadrada Rosca Acme Passos preferidos para roscas Acme Mecânica dos Parafusos de Potência Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 11 Mecânica dos Parafusos de Potência Na figura a seguir, um parafuso de potência rosqueado quadrado, com uma só rosca tendo um diâmetro médio dm, um passo p, um ângulo de avanço λ e um ângulo de hélice ψ, é carregado pela força de compressão axial F. Desejamos a expressão do torque para elevar e baixar essa carga. Elevar Baixar Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 12 Mecânica dos Parafusos de Potência Logo, para elevar a carga: De maneira semelhante, para baixar a carga: Resolvendo os sistemas de equações, eliminando N: Elevar Baixar Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 13 Mecânica dos Parafusos de Potência Dividindo o numerador e o denominador dessas equações por cosλ e utilizando a relação tan λ=l/πdm: Sabendo-se que o torque é o produto da carga e do raio médio dm/2, e fazendo ajustes: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 14 Mecânica dos Parafusos de Potência A condição de autobloqueio é que πfdm > l. Essa condição faz com que na equação de torque de abaixamento não seja negativo, significando que a carga baixe por si mesma. Essa condição ocorre quando o avanço é elevado e/ou quando a fricção é pequena. Essa condição pode ser obtida dividindo ambos os lados dessa desigualdade por πdm. Reconhecendo que tanλ=l/πdm, obtemos: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 15 Mecânica dos Parafusos de Potência Pode-se definir uma equação de eficiência, considerando o torque que seria necessário para elevar a carga considerando f = 0 e o torque aplicado: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 16 Mecânica dos Parafusos de Potência Para parafusos de potência, a rosca Acme não é tão eficiente quanto a quadrada devido um aumento da força friccional causado pelo ângulo α. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 17 Mecânica dos Parafusos de Potência Em geral, uma terceira componente de torque deve ser utilizada em aplicações de parafuso de potência, já que quando um parafuso é carregado axialmente, um mancal axial ou colar deve ser empregado (ver figura anterior): Ressalta-se para colares grandes, o torque deve ser computado de uma maneira similar àquela empregada em embreagens de disco. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 18 As tensões nominais de rosca em parafusos de potência podem ser relacionados a parâmetros de rosca. A tensão axial no corpo do parafuso devido à carga F e a tensão nominal de cisalhamento: A tensão de apoio (ver figura a seguir): Mecânica dos Parafusos de Potência Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 19 Mecânica dos Parafusos de Potência A tensão de flexão na raiz da rosca: A tensão transversal de cisalhamento no centro da raiz da rosca: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 20 Mecânica dos Parafusos de Potência Observação: as roscas engajadas não podem compartilhar a carga igualmente. Alguns experimentos mostram que a primeira rosca engajada carrega 0,38 da carga; a segunda, 0,25; a terceira, 0,18; e a sétima está livre de carga. Ao estimar as tensões de rosca usando as equações citadas anteriormente, substituir 0,38F por F e estabelecer nt em 1 proverá o nível mais elevado de tensões na combinação rosca-porca. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 21 Mecânica dos Parafusos de Potência Pressão de apoio de parafuso Coeficientes de fricção para pares enroscados Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 22 Mecânica dos Parafusos de Potência Coeficientes de fricção de colar de empuxo Aço mole em ferro fundido Aço duro em ferro fundido Aço mole em bronze Aço duro em bronze Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 23 Exemplo Prob. 8-4: Um parafuso de potência tem 25 mm de diâmetro, com um passo de 5 mm. Uma carga vertical nesse parafuso alcança um máximo de 6 kN. Os coeficientes de fricção são 0,05 para o colar e 0,08 para as roscas. O diâmetro friccional do colar é de 40 mm. Encontre a eficiência global e o torque para elevar e baixar a carga. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 24 Prob. 8-8: A prensa mostrada a seguir utiliza rosca ACME de 5/8 in-6. Os coeficientes friccionais são 0,15 para as roscas e o colar. O colar tem diâmetro de fricção de 7/16 in. Os cálculos devem ser baseados na força máxima de 6 lbf aplicada à manivela, a um raio de 2,75 in da linha de corpo do parafuso. Encontre a força de retenção. Exemplo Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 25 Fixadores Rosqueados A figura a seguir é o desenho de um parafuso de porca de cabeça hexagonal padronizada. Os pontos de concentração de tensão estão no filete, no começo das roscas e no arredondamento da raiz. O comprimento de rosca de parafusos de porca de série, em que D é o diâmetro nominal, é: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 26 Fixadores Rosqueados Alguns exemplos de parafusos de calota Cabeça Fillister Cabeça plana Cabeça de bocal hexagonal Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 27 Fixadores Rosqueados Tipos de cabeças usadas em parafusos máquinas Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 28 Fixadores Rosqueados Porcas hexagonais: (a) geral; (b) porca regular de arruela frontal; (c) porca regular, chanfrada em ambos os lados; (d) porca de travamento com face de arruela; (e) porca de travamento chanfrada em ambos os lados. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 29 Junções – Rigidez e Fixadores Para calcular a rigidez, deve-se considerar as razões de mola de porções rosqueadas e não rosqueadas do parafuso. LG é chamado de alcance ou agarramento de uma conexão. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 30 L’G é chamado de alcance efetivo, podendo ser fornecido conforme equação acima. Junções – Rigidez e Fixadores Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 31 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 32 Logo, a rigidez é calculada considerando o parafuso como uma barra de seção circular com um carregamento axial. Como mencionado, deve-se considerar as razões de mola para a região rosqueada e para a não rosqueada. Sendo: Região rosqueada Região não rosqueada At Área de tensão de tração (Tabelado); lt Comprimento da porção rosqueada; Ad Área de diâmetro maior do fixador; ld Comprimento da porção não rosqueada Junções – Rigidez e Fixadores Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 33 Junções – Rigidez e Fixadores Considerando que a associação dessas duas rigidezes corresponde a rigidez total do parafuso, sendo uma associação em série de molas: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 34 Junções – Rigidez de Elementos A figura a seguir ilustra a geometria geral de cone usando um ângulo de meio ápice α. Muitos cientistas tentaram estimar esse ângulo, de tal forma que resultados mais recentes indicam que gira em torno de 30º. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 35 A rigidez em cada membro é dada por: Se os membros da junção têm o mesmo módulo de elasticidade, com frustros (troncos) simétricos de lado a lado, então eles atual como duas molas idênticas em série. Usando o agarramento como l=2t e dw como o diâmetro da face da arruela, encontramos a razão de mola dos membros como: Junções – Rigidez de Elementos Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 36 Junções – Rigidez e Fixadores Para parafusos de porca de cabeça hexagonal padronizados e para parafusos de calota, pode-se estabelecer dw =1,5d. Se também usarmos α=30º: Após conduzir um experimento usando o Método de Elementos Finitos, constatou-se a recomendação da utilização de α=30º, coincidindo exatamente na razão de espectro d/l=0,4. O ajuste da curva é: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 37 Junções – Rigidez e Fixadores As constantes A e B são definidas na tabela abaixo. O gráfico adimensional a seguir mostra a precisão de diversos métodos comparada com uma análise de elementos finitos. Note que o método de Mischke, com α=30º, é mais preciso. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 38 Junções – Rigidez e Fixadores Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 39 Resistência de Parafusos As especificações a SAE são encontradas na tabela a seguir. Os graus dos parafusos de porca estão enumerados de acordo com as resistências à tração. Na tabela posterior estão as especificações da ASTM. Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 40 Grau SAE nº Intervalo de tamanho inclusivo Resistência mínima à prova Resistência mínima à tração Resistência mínima ao escoamento (repuxado a frio) (temperada e revenida) (temperada e revenida) (temperada e revenida) (temperada e revenida) (temperada e revenida) Especificações da SAE para parafusos de aço (de porca) Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 41 Especificações da ASTM para parafusos de aço (de porca) Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 42 Categorias métricas de propriedades mecânicas para parafusos de aço (de porca), parafusos e prisioneiros Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 43 Junções de Tração - Carga Externa Considerando que ocorre uma carga externa P de tração. Deve-se assumir que a pré- carga Fi foi corretamente aplicada, aplicando-se a porca antes que P fosse aplicada. A nomenclatura aplicada é a seguinte: Fi = Pré carga; P = Carga externa de tração; Pb = Porção de P absorvida pelo parafuso de porca; Pm = Proção de P absorvida pelos membros; Fb = Pb + Fi = Carga resultante de parafuso de porca; Fm = Pm – Fi = carga resultante dos membros; C = Fração da Carga externa P carregada pelo parafuso de porca; 1 – C = Fração de carga externa P carregada pelos membros Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 44 Junções de Tração - Carga Externa Podemos relacionar a elongação às rigidezes: Visto que P=Pb+Pm, temos: Resolvendo em C, denominada constante de rigidez da junção: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 45 Junções de Tração - Carga Externa A carga resultante do parafuso de porca é: A carga resultante nos membros conectados: Alguns valores relativos de rigidez: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 46 Relacionando o Torque à Tração do Parafuso de Porca Em que definimos um coeficiente de torque (K) como: A equação pode ser escrita como: Deve-se utilizar K = 0,2 para f = fc = 0,15 Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 47 O distribuidor da Bowman, um grande fabricante de fixadores, recomenda os valores mostrados na tabela abaixo. Quando a condição do parafuso de porca não for declarada, utiliza-se K = 0,2. Não-metalizado (chapeado), acabamento negro Chapeado de zinco (zincado) Lubrificado Chapeado de Cádmio Com Bowman Antiagarramento Com porcas Bowman de agarramento Relacionando o Torque à Tração do Parafuso de Porca Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 48 Junção de Tração Carregada Estaticamente com Pré-Carga Analogamente (Pág. 43): O valor limitante de σb é a resistência à prova Sp. Assim, com a introdução de um fator de carga n (relacionado ao fator de segurança), a equação torna-se: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 49 Junção de Tração Carregada Estaticamente com Pré-Carga Considerando P0 o valor de carga externa que causaria a separação (Fm = 0), temos: Estabelecendo o fator de segurança contra separação da junção: Substituindo na equação anterior: Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 50 Para materiais frágeis, onde não há região bem definida de escoamento usar: Para conexões não-permanentes, fixadores reutilizados Para conexões permanentes Em que Fp é a carga de prova obtida pela equação: Os valores de Sp são tabelados. Para outros materiais, um valor aproximado é Sp = 0,85Sy: Junção de Tração Carregada Estaticamente com Pré-Carga Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 51 Junções de Cisalhamento A força recebida por cada parafuso depende do centróide Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 52 Exemplo Elementos de Máquina I - UFPA - FEM 53