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FARMACOLOGIA Ciência que estuda história, fonte, propriedades físicas e químicas, composição, manuseio e preparo, efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição e eliminação, e os usos dos fármacos FÁRMACO (MEDICAMENTO) Agente químico (substância) capaz de afetar os processo de vida DROGA (PRÓ-FÁRMACO) Substância (ou conjunto de substâncias) de onde se origina um fármaco FARMACOLOGIA CLÍNICA Estudo dos efeitos dos fármacos em seres humanos: • Fármacos úteis para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças humanas • Substâncias sem uso terapêutico freqüentemente responsáveis por intoxicação doméstica, industrial ou ambiental • Substâncias usadas com fins recreativos ou substâncias de abuso FARMACOCINÉTICA Ramo da Farmacologia que estuda os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos FARMACODINÂMICA Ramo da Farmacologia que estuda os mecanismos de ação e os efeitos fisiológicos dos fármacos TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA Relação Risco X Benefício “O que distingue um fármaco de um veneno é a dose” Galeno • 1906: “Pure Food and Drug Act” Rotulagem e pureza REGULAMENTAÇÃO DO USO DE FÁRMACOS • 1938: “Food Drug and Cosmetic Act” Rímel que causou cegueira em várias mulheres REGULAMENTAÇÃO DO USO DE FÁRMACOS • 1962: “Emenda Kefauver-Harris”: provas de eficácia e segurança antes de testes em humanos Uma das primeiras vitimas da talidomida na Alemanha http://www.talidomidamaldita.galeon.com REGULAMENTAÇÃO DO USO DE FÁRMACOS DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS ENSAIOS DE FARMACOLOGIA CLÍNICA – Fase I • Primeiro estudo em seres humanos (20 a 50 voluntários sadios). Avaliação de segurança e perfil farmacocinético. – Fase II • Primeira administração a pacientes (50 a 300). Avaliação de potencial terapêutico e de efeitos colaterais. Estabelecimento de relações dose-resposta para emprego em ensaios terapêuticos mais específicos. – Fase III • Estudos terapêuticos multicêntricos (usualmente 3000/4000 pacientes). Avaliação de eficácia e segurança. Comparação com placebo ou fármacos já aprovados para o mesmo uso terapêutico. Caracterização das reações adversas mais freqüentes. – Fase IV • Estudos de vigilância pós-comercialização, com base nas indicações autorizadas. Avaliação do valor terapêutico, de novas reações adversas e/ou confirmação da freqüência das já conhecidas. TIPOS DE MEDICAMENTOS • Inovador • Análogo • Genérico • Similar Novo (com patente) OBJETIVO TERAPÊUTICO: atingir a concentração adequada do fármaco no sítio de ação Dose concentração plasmática Fase farmacocinética absorção distribuição eliminação Fase farmacodinâmica concentração do sítio de ação (Biofase) efeito farmacológico resposta clínica FARMACOCINÉTICA CLÍNICA Dose C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d e f e n it o ín a ( m g /L ) CME CT FARMACOCINÉTICA Fármaco livre ligado Metabólitos Plasma FARMACOCINÉTICA A b so rç ão Distribuição FARMACOCINÉTICA Fármaco no local de absorção Fármaco no corpo Fármaco excretado Metabólitos Tempo ABSORÇÃO Processo pelo qual o fármaco migra do sítio de administração ao sítio corporal onde será quantificado Luz Parede intestinal Metabolismo Fezes Metabolismo Medida Fígado Veia porta ABSORÇÃO Cmax Tmax ASC ABSORÇÃO Fator de Biodisponibilidade (F): Fração da dose administrada que chega inalterada à circulação sistêmica Fintravenosa = 100% Foutra via 100% Foutra via = ASCoutra via / ASCintravenosa ABSORÇÃO Biodisponibilidade: Velocidade e extensão de absorção de um fármaco a partir de uma forma de administração Biodisponibilidade Relativa: Comparação da biodisponibilidade de um fármaco a partir de diferentes formas de administração ABSORÇÃO Biodisponibilidade Relativa ABSORÇÃO Biodisponibilidade e Biodisponibilidade relativa Parâmetros Avaliados: Cmax = pico de concentração Tmax = tempo onde ocorre Cmax ASC = Área sob a curva de concentração plasmática versus tempo Transporte através de membranas ABSORÇÃO ABSORÇÃO Transporte através de membranas Sangue Luz Basolateral Apical ABSORÇÃO Transporte através de membranas Concentração Transporte mediado por carreador Difusão passiva Taxa máxima T a x a i n ic ia l d e t ra n s p o rt e (q u a n ti d a d e /t e m p o ) ABSORÇÃO Difusão Passiva através de membranas Taxa de Penetração = P/E x S x C P = permeabilidade E = espessura S = superfície C = gradiente de concentração Transporte através de barreiras epiteliais Transporte através de barreiras epiteliais Esôfago Estômago Intestino delgado Intestino grosso Transporte através de barreiras epiteliais EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM E CICLO ÊNTERO-HEPÁTICO FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Grau de dissolução FORMA FARMACÊUTICA desintegração GRÂNULOS desagregação PARTÍCULAS FINAS SOLUÇÃO Impacto da desintegração na absorção de um fármaco FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Grau de dissolução Taxa de dissolução (mg/100 min/cm2) pH 1,5 pH 6,8 Fenobarbital 0,24 1,2 Sal sódico 200 820 Ác. Salicílico 1,7 27 Sal sódico 1870 2500 Sulfatiazol 0,1 0,5 Sal sódico 550 810 FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Grau de ionização FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Superfície de contato Minutos Estômago, pH = 3 Intestino, pH = 6 F ra ç ã o n ã o a b s o rv id a d a d o s e FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS 0 100 200 300 400 0 1 2 3 4 5 6 7 Sentados [P ar ac et am ol ] ( m g/ L) Tempo (min) 0 100 200 300 400 0 1 2 3 4 5 6 7 Deitados FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Motilidade intestinal ENDOVENOSA SUBCUTÂNEA TRANSDÉRMICA INTRAMUSCULAR RETAL SUBLINGUAL ORAL INALAÇÃO A O R T A D is tr ib ui çã o FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Vias de administração Via F (%) Intravenosa 100 Intramuscular 17 a 100 Subcutânea 75 a 100 Oral 5 a 100 Retal 30 a 100 Inalação 5 a 100 Transdérmica 80 a 100 Intra-ossea Vias de administração Intravenosa Tópica Intraperitoneal Subcutânea Intramuscular Oral, Retal, Inalação PELE CIRCULAÇÃO DISTRIBUIÇÃO Intratecal DISTRIBUIÇÃO Processo pelo qual o fármaco é transferido de um local a outrono organismo DISTRIBUIÇÃO Horas [T io p e n ta l] ( m g /K g ) Gordura Fígado Músculo Plasma DISTRIBUIÇÃO Tecido Massa (Kg) Fluxo sangüíneo (mL/min) Fluxo sangüíneo (% débito cardíaco) cérebro 1,4 750 13,9 coração 0,3 250 4,7 fígado 2,9 1500 27,8 rins 0,3 1260 23,3 músculo 64,4 840 15,6 pele 4,0 462 8,6 corpo todo 70 5400 100 DISTRIBUIÇÃO Sangue Sangue Tecido Tecido Membrana DISTRIBUIÇÃO Minutos R a z ã o d e c o n c e n tr a ç ã o d o f á rm a c o (F lu id o c é re b ro -e s p in h a l/ p la s m a ) DISTRIBUIÇÃO Fármaco pKa Fração não- ionizada Coeficiente de partição da forma não-ionizada Coeficiente de partição em pH 7,4 Tempo para 50% do valor de equilíbrio Tiopental 7,6 0,6 3,3 2,0 1,4 Pentobarbital 8,1 0,8 0,05 0,042 4 Barbital 7,5 0,6 0,002 0,0012 27 Ácido salicílico 3,0 0,004 0,12 0,0005 115 Sulfaguanidina >10 1,0 0,001 < 0,001 231 DISTRIBUIÇÃO O perfil de distribuição de um fármaco em humanos é avaliado pelo Volume aparente de distribuição (Vd). Vd = (Dose x F)/Cp Cp = concentração plasmática no tempo zero DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO Proteína Peso Molecular Concentrações Normais grama/litro micromolar Albumina 67000 35 – 50 500 – 700 Glicoproteína 1-ácida 42000 0,4 –1,0 9 – 23 Lipoproteínas 200000 – 2400000 Globulina ligadora de cortisol 53000 0,03 – 0,07 0,6 – 1,4 DISTRIBUIÇÃO Compartimento e Volume Exemplos de Fármacos Água Água corporal total (0,6 L/Kg) Pequenas moléculas hidrossolúveis (etanol) Água extracelular (0,2 L/Kg) Moléculas hidrossolúveis maiores (gentamicina) Sangue (0,08 L/Kg) Plasma (0,04 L/Kg) Moléculas ligadas às proteínas plasmáticas e moléculas grandes (heparina) Gordura (0,2 – 0,35 L/Kg) Moléculas lipossolúveis (DDT) Osso (0,07 L/Kg) Alguns íons metálicos (chumbo, fluoreto) ELIMINAÇÃO A eliminação de um fármaco corresponde ao seu desaparecimento da circulação sangüínea. Um fármaco pode ser eliminado por excreção ou por metabolização (biotransformação). EXCREÇÃO Eliminação de um fármaco sem modificação de sua estrutura molecular. Exemplos: Filtração glomerular Secreção tubular, biliar, etc. EXCREÇÃO Túbulo Proximal Túbulo Coletor Túbulo Distal Alça de Henle Glomérulo Sangue arterial Sangue venoso EXCREÇÃO Túbulo Proximal Alça de Henle Túbulo Distal Túbulo Coletor Glomérulo Filtração Reabsorção Ativa Secreção Reabsorção Passiva INFLUÊNCIA DO pH URINÁRIO NA EXCREÇÃO INFLUÊNCIA DO pH URINÁRIO NA EXCREÇÃO EXCREÇÃO SECREÇÃO TUBULAR BIOTRANSFORMAÇÃO Modificação da estrutura molecular de um fármaco por meio de reações metabólicas enzimáticas, gerando uma nova substância química - o metabólito. BIOTRANSFORMAÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO - Evolução: Metabolismo oxigênio > síntese de compostos endógenos > biotransformação de fitotoxinas > biotransformação de químicos industriais - Características das enzimas de biotransformação Famílias de enzimas Falta de especificidade de substrato (vant x desvant) Metabolismo de compostos endógenos Localizadas principalmente no fígado Retículo endoplasmático e mitocôndria (Fase I) Retículo endoplasmático e citossol (Fase II) REAÇÕES DE FASE I: funcionalizam grupos reativos para a reação de fase II Oxidação (95%) Redução Hidrólise ENZIMAS DE FASE I • Citocromo P450 • Epóxido Hidrolase • Aldeído Desidrogenase • Álcool Desidrogenase • Monoamina Oxidase • Flavina-monooxigenase • Prostaglandina H Sintase • Xantina Oxidase • Carboxilesterase REAÇÕES DE FASE II Reações de conjugação com grupos hidrofílicos Dificultam interação com receptor ou enzima ENZIMAS DE FASE II • Uridina glucuronosil transferase • Glutationa S-transferase • N-acetil transferase • Metil transferase BIOTRANSFORMAÇÃO (FASE II) BIOTRANSFORMAÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO Citocromos P450 (CYP) - Principais enzimas de biotransformação - Presente em todas as formas de vida estudadas até agora - Indutíveis por diversos compostos ambientais - Nome devido ao espectro peculiar com absorção máxima em 450 nm - Nomenclatura baseada na semelhança entre sequências de aas. Superfamília (10%) CYP Família (40%) CYP1 Subfamília (70%) CYP1A Membros individuais CYP1A1 Citocromos P450 (CYP) Citocromos P450 (CYP) Citocromos P450 (CYP) Citocromos P450 (CYP) Citocromos P450 (CYP) INDUTORES ENZIMÁTICOS INDUTOR FÁRMACOS AFETADOS Benzopireno Teofilina Barbitúricos Barbitúricos, cloranfenicol, cortisol, clorpromazina, cumarínicos, estradiol, testosterona, fenilbutazona, fenitoína Fenilbutazona Cortisol, digitoxina Rifampicina Cumarínicos, digitoxina, metoprolol, glicocorticóides, metadona, anticoncepcionais orais, propranolol INIBIDORES ENZIMÁTICOS INIBIDOR FÁRMACOS AFETADOS Cloranfenicol Antipirina, dicumarol, tolbutamida Cimetidina Clordiazepóxido, diazepam, warfarina Cetoconazol Ciclosporina, astemizol, terfenadina Fenilbutazona Fenitoína, tolbutamida Grapefruit Alprazolam, atorvastatina, ciclosporina, cisaprida Dissulfiram Antipirina, álcool, fenitoína, warfarina Álcool Clordiazepóxido, diazepam, metanol ELIMINAÇÃO O perfil de eliminação de um fármaco em humanos pode ser avaliado pela Depuração (CL). CL = (Dose x F)/ASC A depuração mede o volume de sangue que fica livre do fármaco por unidade de tempo. ELIMINAÇÃO A depuração intrínseca de um órgão ou tecido corresponde à capacidade de remover o fármaco do sangue durante a sua perfusão. A depuração tecidual é o produto da depuração intrínseca de um órgão ou tecido pelo fluxo sangüíneo local. A depuração total de um fármaco corresponde ao somatório das depurações teciduais. ELIMINAÇÃO A V A V Q = Fluxo sangüíneo CA = Concentração arterial CV = Concentração venosa ELIMINAÇÃO E = Razão de extração = Depuração intrínseca E = (CA – CV)/ CA ELIMINAÇÃO = Depuração Tecidual ELIMINAÇÃO O perfil de eliminação de um fármaco em humanos também pode ser avaliado pelo Tempo de meia-vida (T1/2). T1/2 = Vd x 0,693/CL O T1/2 é o tempo necessário para a concentração plasmática de um fármaco cair à metade. ELIMINAÇÃO ELIMINAÇÃO C = C0 x e -kT Ln C = Ln (C0 x e -kT) Ln C = Ln C0 + Ln (e -kT) Ln C = Ln C0 – kT FATORES QUE INTERFEREM NA ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS 1 mês 2 meses Idade FATORES QUE INTERFEREM NA ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS Idade FATORES QUE INTERFEREM NA ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS Idade FATORES QUE INTERFEREM NA ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS Idade Neonatos Neonatos Adultos Adultos Fração Livre Fármaco Volume (L/Kg) FATORES QUE INTERFEREM NA ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS FATORES QUE INTERFEREM NAELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS Fatores genéticos ELIMINAÇÃO O perfil de metabolização de um fármaco em humanos pode ser avaliado pela Razão Metabólica (RM) RM = ASCfármaco/ASCmetabólito ELIMINAÇÃO A excreção renal de um fármaco em humanos pode ser avaliada pela Fração Excretada (FE) FE = Massafármaco na urina/(Dose x F) REGIMES TERAPÊUTICOS Tempo Sucesso Falha Toxicidade REGIMES TERAPÊUTICOS Número de T1/2 P e rc e n tu a l d o P la te a u REGIMES TERAPÊUTICOS Número de T1/2 C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d o f á rm a c o REGIMES TERAPÊUTICOS C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d e t e o fi lin a Tempo (h) REGIMES TERAPÊUTICOS C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d e fe n ilp ro p a n o la m in a Horas REGIMES TERAPÊUTICOS Dias C o n c e n tr a ç ã o p la s m á ti c a d e fe n o b a rb it a l
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