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Exoplanetas detectados pelo Me´todo de Traˆnsito. Luan Bottin de Toni Professor: Eduardo Luiz Damiani Bica 1 de julho de 2017 Resumo A partir da ana´lise de um gra´fico relacionando dois paraˆmetros de planetas extrasolares descobertos pelo me´todo de traˆnsito e´ poss´ıvel observar os limites associados a este me´todo e, assim, a importaˆncia de haver outros me´todos para a detecc¸a˜o de tais planetas. Tambe´m sera´ visto, atrave´s de pesquisa feita, as vantagens de cada me´todo e como e´ poss´ıvel combinar dois me´todos para obter dados bastante completos desses planetas distantes. 1 Introduc¸a˜o Planeta extrasolar (ou exoplaneta) e´ um pla- neta que orbita uma estrela que na˜o seja o Sol. Cerca de dois mil planetas foram descobertos desde 1988, sendo que a maioria deles possui tamanho igual ou superior a Ju´piter e orbitam muito pro´ximo da estrela hospedeira, dificultando o desenvolvimento da vida como conhecemos. Ha´ um especial interesse em planetas que or- bitam dentro da ”zona habita´vel”da estrela, pela possibilidade de haver a´gua l´ıquida (e vida) em sua superf´ıcie. Este tipo de estudo tambe´m abrange va´rios outros fatores para determinar a adequac¸a˜o do planeta para abrigar vida. A detecc¸a˜o desses planetas pode ser feita de va´rias formas, as principais sa˜o: • Cronometria de Pulsares: este me´todo envolve medic¸o˜es precisas do sinal do pulsar de modo a determinar se ha´ qualquer anomalia no per´ıodo dos pulsos. Ca´lculos subsequentes sa˜o usados para determinar o que poderia causar essas ano- malias. O me´todo e´ comummente usado para detectar companheiros de pulsares, mas na˜o e´ usado especificamente para encontrar planetas. • Astrometria: trata-se do me´todo mais antigo na busca de exoplanetas, sendo primeiramente usado em 1943. O me´todo envolve a medic¸a˜o do movimento pro´prio da estrela em busca dos efeitos causados por seus planetas. • Velocidade Radial: mede variac¸o˜es na veloci- dade com a qual a estrela se afasta ou se apro- xima de no´s, isto e´, mede a componente da ve- locidade estelar ao longo da linha de visada. A velocidade radial pode ser deduzida do deslo- camento nas linhas espectrais da estrela hospe- deira, devido ao efeito Doppler. Tais desloca- mentos sa˜o induzidos pelo planeta que orbita a estrela, uma vez que ambos orbitam em torno do mesmo baricentro. • Microlente Gravitacional: acontece quando os campos gravitacionais de um planeta e o da es- trela hospedeira agem de modo a magnificar a luz de uma estrela distante que esteja no fundo do ce´u. Para que o efeito ocorra, o planeta e a estrela devem passar quase diretamente en- tre a estrela distante e o observador. Este e´ o me´todo mais promissor para planetas localiza- dos entre a Terra e o centro da gala´xia, ja´ que as partes centrais da gala´xia fornecem um grande nu´mero de estrelas distantes de fundo. • Disco Circunstelar: discos de poeira estelar cir- cundam muitas estrelas, e estas podem ser de- tectadas, pois absorvem a luz vis´ıvel da estrela e reemitem como radiac¸a˜o infravermelha. Con- densac¸o˜es em determinados pontos do disco su- gerem a presenc¸a de planetas. • Me´todo de Traˆnsito: detecta a sombra do pla- neta quando este transita diante da estrela hos- pedeira observando uma pequena queda no bri- 1 lho dessa estrela; funciona apenas com planetas cujos planos orbitais estejam perfeitamente ali- nhados com nossa linha de visada, mas pode ser aplicado mesmo a estrelas muito distantes. Nesta pesquisa sera˜o utilizados paraˆmetros de planetas descobertos pelo ”me´todo de traˆnsito”. Tal me´todo mostra-se importante pois espera-se que ele levara´ a` descoberta dos primeiros planetas terrestres ao redor de estrelas solares quando for empregado pelo Telesco´pio Espacial CoRoT e pelo Observato´rio Kepler, missa˜o especial da NASA. 2 Analise dos dados Nas refereˆncias [1] e [4] encontram-se va´rios paraˆmetros acerca dos exoplanetas descobertos atrave´s do me´todo de traˆnsito. Procurou-se plo- tar um gra´fico entre a inclinac¸a˜o e o semi eixo maior desses planetas (figura 1). Figura 1: Inclinac¸a˜o x Semi eixo maior para exo- planetas detectados pelo me´todo de traˆnsito. Para planetas extrasolares, a inclinac¸a˜o e´ o aˆngulo entre o plano da o´rbita e o plano per- pendicular da linha de visada entre a Terra e o objeto. Isto significa que uma inclinac¸a˜o de 0◦ nos diz que o plano da o´rbita esta´ paralelo ao ce´u, enquanto um aˆngulo de 90◦ nos diz que o plano da o´rbita esta´ perpendicular ao ce´u. Note que para o me´todo de traˆnsito e´ necessa´rio que a o´rbita do planeta esteja perpendicular ao ce´u, caso contra´rio o planeta na˜o sera´ visto da Terra transitando na frente de sua estrela. Como dito anteriormente, o me´todo de traˆnsito funciona apenas para planetas com pla- nos orbitais alinhados com nossa linha de visada, isso explica o fato de os pontos no gra´fico possui- rem inclinac¸a˜o pro´ximo a 90◦. O gra´fico tambe´m nos mostra que o me´todo torna-se ineficaz para planetas com semi eixo maior muito grande, e estes devem estar perfeita- mente alinhados com nossa linha de visada. Ob- serve que foi poss´ıvel detectar poucos planetas com semi eixo maior ale´m de 0,3 UA, e estes pos- suem inclinac¸a˜o muito pro´ximo de 90◦. De fato, sabe-se que apenas 10% dos plane- tas com o´rbitas pequenas possuem inclinac¸a˜o fa- vora´vel para esse me´todo, e essa frac¸a˜o diminui a` medida que a o´rbita aumenta. Por exemplo, para um planeta orbitando uma estrela do tama- nho do Sol, a 1 UA de distaˆncia, a probabilidade de um alinhamento gerar um traˆnsito observa´vel e´ de apenas 0,47%. Sendo assim, o me´todo na˜o pode garantir que uma estrela em particular na˜o possui planetas em sua o´rbita. Uma das vantagens do me´todo de traˆnsito e´ que e´ poss´ıvel determinar facilmente o tamanho do planeta; e quando combinado com o me´todo da velocidade radial (o qual determina a massa do planeta) e´ poss´ıvel determinar sua densidade e, assim, obter importantes informac¸o˜es sobre a estrutura f´ısica do planeta. Ale´m disso, o me´todo de traˆnsito torna poss´ıvel estudar a atmosfera do planeta obser- vado, estudando o espectro da luz que passa pela atmosfera do planeta pode-se detectar elementos presentes. 3 Conclusa˜o Vimos que, atrave´s de variados me´todos, e´ poss´ıvel determinar paraˆmetros f´ısicos e orbitais acerca de planetas extrasolares. Atrave´s de um gra´fico relacionando inclinac¸a˜o e semi eixo maior de planetas descobertos pelo me´todo de traˆnsito e´ poss´ıvel observar as condic¸o˜es necessa´rias para de- tectar planetas atrave´s deste me´todo, sendo que o plano orbital deve estar alinhado com nossa linha de visada (e, portanto, ter inclinac¸a˜o aproximada de 90◦) e tambe´m devem ter orbitas pequenas. Apesar dessas limitac¸o˜es, o me´todo mostra-se bas- tante eficaz na descoberta de exoplanetas, visto que grande nu´mero dos planetas extrasolares des- cobertos ate´ hoje deve-se ao me´todo de traˆnsito. 2 Refereˆncias [1] WIKIPEDIA; List Of Transiting Exoplanets. Dispon´ıvel em: https: //en.wikipedia.org/wiki/List_of_ transiting_exoplanets. Acessado em 26/11/2015. [2] WIKIPEDIA; Methods Of Detecting Exoplanets. Dispon´ıvel em: https: //en.wikipedia.org/wiki/Methods_of_ detecting_exoplanets. Acessado em 25/11/2015. [3] WIKIPEDIA; Exoplanet. Dispon´ıvel em: https://en.wikipedia.org/wiki/ Exoplanet. Acessado em 25/11/2015. [4] EXOPLANET.EU; Exoplanet Catalog. Dispon´ıvel em: http://exoplanet.eu/ catalog/. Acessado em 26/11/2015. 3 Introdução Analise dos dados Conclusão
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