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Lash, Barbero, Johnson, Felinto - Prova Teoria da Comunicação II

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1. No que consiste a comunidade reflexiva nos termos propostos por Scott Lash?
Para Scott Lash, as comunidades reflexivas estão fundamentadas nas estruturas de informação e comunicação. Nelas se colocam a necessidade da compreensão das categorias impensadas, das significações compartilhadas, das práticas e significações existentes.
Nas comunidades reflexivas, os indivíduos pensam, sentem, agem e estabelecem provas concretas e simbólicas do seu grupo, cotidianamente, construindo comunidades de gostos e identificações.
Nas relações entre os indivíduos e as comunidades que eles pertencem não há apenas um interesse compartilhado, como em partidos políticos ou classes sociais, nem propriedades compartilhadas, como estilos de vida e nichos de mercado, porque essas são apenas coletividades de interesses com indivíduos atomizados. As comunidades reflexivas devem ter significado, práticas e obrigações compartilhados, onde significado e sentido são coletivamente construídos, formando um “nós”.
Essas comunidades têm o apoio de estruturas de informação e comunicação para sustentar capacidades reflexivas. Na contemporaneidade, há uma abertura para a formação de comunidades diversas com a apropriação das novas tecnologias para sustentar e expandir suas práticas sociais.
A cultura popular é formada por comunidades dominadas e marginalizadas, mas que também constroem um movimento de resistência a essa dominação, buscando garantir a liberdade de expressão e ação reflexiva dessas comunidades.
4. Caracterize a cidade virtual de Martin-Barbero.
Na concepção de Martin-Babero, a cidade na contemporaneidade se desintegra, criando uma modernização urbana e o descentramento da experiência social.
Surgem novos modos de estar-juntos, modos como os cidadãos experimentam a heterogênea trama sociocultural da cidade, novas formas de exclusão social, grande diversidade de estilos de vida, de modos de habitar, de estruturas do sentir e do narrar.
Essas mudanças estão associadas às transformações tecnoperceptivas da comunicação (que); um movimento de desterritorialização dos mundos simbólicos; o descolamento de fronteiras entre tradição e modernidade, entre local e global, entre cultura letrada e audiovisual.
O autor trata também do processo de modernização na América Latina, que ocorreria em três tipos de dinâmica complementares:
Desejo e pressão das maiorias para conseguir melhores condições de vida, como o feminismo e as ONGs.
Uma cultura do consumo da modernidade, produzida pelo processo de globalização da economia e da cultura
Novas tecnologias comunicacionais e suas ambiguidades, de uma sociedade mais aberta e interconectada, mas apagando memórias e identidades.
5. Quais são as três maneiras pelas quais o cidadão experimenta a ambígua modernização que Martin-Barbero qualifica?
Segundo o autor, o cidadão experimenta a modernização de três maneiras diferentes: a desespacialização, o descentramento, e a desurbanização. 
A desespacialização significa que a transformação dos lugares em espaços de fluxos e canais, havendo um desenraizamento urbano e um apagamento da memória de lugares históricos da cidade.
O descentramento nada mais é que a perda de um centro da cidade, que passa a ser configurada a partir de circuitos conectados em redes, supondo a equivalência de todos os lugares. Isso gera a desvalorização das praças, privilegiando avenidas retas, para que os cidadãos não se reúnam mas permanecem conectados e circulando.
A desurbanização como a redução progressiva da cidade que é realmente usada pelos cidadãos, esvaziando os espaços públicos carregados de significado durante muito tempo graças ao tamanho e a fragmentação da cidade. Na desurbanização há também um sentido de ruralização, orientada pelas pessoas que não se identificam com a cidade urbana e seus modos de vida.
Aldé
6. Para Steven Johnson, o que são e como funcionam softwares de agentes nas interfaces comunicacionais contemporâneas? Dê algum exemplo.
Em seu livro A cultura da interface, Johnson relata os efeitos culturais das interfaces tecnológicas na contemporaneidade, estudando principalmente o computador. 
[Sobre o texto, a linguagem escrita, Johnson afirma que essa é uma área que continua praticamente inalterada desde quando começou a ser explorada com os hiperlinks na web. Ele diz que, apesar de na atualidade a tendência é de cada vez mais nos apoiemos em interfaces gráficas, sempre existe uma ajuda textual – nomeando pastas, arquivos, os próprios ícones que possuem sempre uma legenda abaixo dele. 
Johnson fala sobre como a interface gráfica dos editores de texto digitais o influenciaram a pensar e escrever de forma diferente. No manuscrito, é necessário elaborar a frase toda mentalmente antes de passa-la ao papel, o que gera frases mais simples. Nos editores digitais, com a possibilidade de construir as frases instantaneamente, escrevendo as palavras ao mesmo tempo que surgem na mente, sem perder nada pelo caminho, as frases têm períodos mais complexos e o processo de escrever é completamente alterado.
Mas a principal influência da interface textual que o autor aponta é a de que ele só se adaptou à escrita digital quando a interface do editor se apropriou de ícones da escrita manual, como o tamanho e a cor do papel, os ícones de parágrafo e alinhamento, como uma metáfora visual que torna a experiência mais próxima do que já era conhecido por ele como um verdadeiro processo de escrita. Ainda que ele já reconhecesse as vantagens do editor, só com essa nova interface ele reconheceu a legitimidade do processo como natural.]
O autor fala também sobre o computador como um agente, com possibilidade de aprender e de servir os usuários, como um “criado digital”.
É interessante notar como Johnson percebia isso ainda nos primórdios dos agentes, quando a inteligência digital e seus bancos de dados não eram tão evoluídos, já que hoje a navegação online se tornou extremamente individualizada a partir dos dados gerados pelo uso de cada um e há recursos que realmente simulam sistemas de computador personificados com vozes e personalidades, sempre prestativos a nos ajudar em nossas tarefas.
Agentes aprendem a automatizar e agilizar procedimentos que criamos, estudam nossos interesses para sugerirem coisas que podemos gostar, e cada vez mais são usados para interesses comerciais e até políticos. A Netflix ao saber que você gostou de Harry Potter pode te indicar Senhor dos Anéis porque usuários anteriores gostaram de ambos os filmes. O usuário que faz uma pesquisa sobre bebês no Google poderá ver propaganda de fraldas em múltiplos sites que visitar através do Google Adwords. Campanhas políticas podem analisar o interesse dos seus eleitores pelo seu comportamento nas redes sociais e produzir conteúdo com o qual seu público-alvo se identifique. 
Assim, os agentes digitais se tornaram inteligentes de tal forma que, apesar de não entenderem a subjetividade humana, simulam processos intrapsíquicos com zeros e uns, ainda que longe da perfeição.
7. Segundo Erick Felinto, quais características do imaginário tecnológico da cibercultura o aproximam da narrativa transcendental ou gnóstica?
Em seu livro “A Religião das Máquinas”, Erick Felinto apresenta uma crítica às fantasias do imaginário a respeito das “novas tecnologias”, que contaminam o pensamento teórico sobre cibercultura. 
As novas tecnologias de informação e comunicação geraram uma atmosfera de fascinação e otimismo exacerbado, segundo o autor, com delírios utópicos mesmo na academia. Ele aponta o paradoxo das “novas” tecnologias serem representadas por correntes que retomam antigos mitos, representações arcaicas e tradições religiosas. 
Essas representações acontecem através de metáforas, mitos, arquétipos que são usados por pesquisadores, mas muitas vezes oriundos da literatura de ficção científica – sendo este já um sinal do imaginário dominando o conceitual. Essa corrente “ciberutópica” costuma fazer analogias com simbolismos religiosos: a noção de ciberespaço como um espaçocelestial, um mundo paralelo coletivo e sem limites; a fantasia da desmaterialização do corpo através da virtualização, como a espiritualidade religiosa que busca superar as amarras corporais e descolar o espírito da realidade; a hibridação homem-máquina (os ciborgues), que também torna o corpo um elemento secundário.
Ele cita outros autores como Walter Benjamin para tentar explicar a origem desse retorno ao arcaico gnóstico. É como se a cultura moderna elaborasse uma utopia acerca de novas técnicas sempre que alguma inovação surge, assim também foi com o rádio e a tv. Haveria um ideal de retorno a um passado anterior ao conflito social, em um reino de harmonia e integração absoluta do homem com a natureza – a era messiânica.
O autor não acredita que essa perspectiva nos ajude a entender o que é realmente essencial ao fenômeno da cibercultura, carecendo de uma lógica racional e um conhecimento efetivamente teórico e crítico. Além disso, pensamentos limitados à comparação esquecem a importância da singularidade de cada fenômeno, e o ideal de unidade do ciberespaço ocultaria uma ideologia totalizante.

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