Buscar

Estrutura das Demonstrações Contábeis-10 AULAS.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. 
 A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade baseada no pronunciamento conceitual básico do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC) , e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), estabelece os conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações 
contábeis destinadas aos usuários externos, tendo como finalidade: 
 
• Orientar e estabelecer as diretrizes a serem consideradas na produção da normatização contábil, bem como sua 
revisão; 
 
• Auxiliar os contadores na preparação dos reportes contábeis, na aplicação de outros pronunciamentos e no 
tratamento de situações que por ventura ainda não tenham sido normatizadas; 
 
• Possibilitar a verificação pelos auditores independentes quanto à aderência, uniformidade e aplicação dos 
pronunciamentos técnicos para preparação das demonstrações contábeis; 
 
• Subsidiar os usuários das demonstrações contábeis no entendimento do conteúdo dos reportes contábeis que são 
preparados de acordos com os pronunciamentos técnicos; 
 
• Permitir, a quem possa interessar, conhecer o racional utilizado na formulação dos pronunciamentos técnicos. 
A Estrutura Conceitual Básica aborda: 
• O objetivo das demonstrações contábeis; 
• As características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis; 
• A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e 
• Os conceitos de capital e de manutenção de capital. 
Usuários das informação contábil e suas necessidades: 
Os usuários podem ser identificados, em vista de sua vinculação com o ambiente no qual são produzidas as informações, 
apresentando a seguinte distinção: 
Usuários Internos: 
São aqueles que estão diretamente vinculados a partir do ambiente em que se encontram como administradores e empregados. 
Usuários Externos: 
São aqueles que estão vinculados externamente à entidade, participando dela ou não, tais como investidores, credores e 
governo. 
Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação, tais como: manter 
ou comprar investimentos; determinar a capacidade de pagamento; continuidade operacional da empresa; determinar a política 
fiscal; entre outras. 
Objetivo das Demonstrações Contábeis: 
Conforme o item 9, do Pronunciamento 26, que trata da apresentação das demonstrações contábeis, o objetivo delas é 
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja 
útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis 
também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação 
de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis 
proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: 
a) Ativos; 
b) Passivos; 
c) Patrimônio Líquido; 
d) Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
e) Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; 
f) Fluxos de caixa. 
 
Elaboração das Demonstrações Contábeis: 
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas em conformidade com as leis e normas específicas. O conjunto dos relatórios 
contábeis inclui: 
 Balanço Patrimonial - Tem por finalidade apresentar a situação patrimonial da entidade em dado momento. 
 Demonstração do Resultado - Apresenta o resultado decorrente da gestão da riqueza patrimonial, em uma visão 
econômica. 
 Demonstração do Resultado Abrangente - Evidencia a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período 
que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de 
proprietários. 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Sintetiza as movimentações ocorridas nas contas que compõem o 
patrimônio líquido. 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa - Apresenta as modificações ocorridas na posição financeira da empresa. 
 Demonstração do Valor Adicionado - Demonstra a riqueza criada pela entidade e a forma como tais riquezas foram 
distribuídas. 
 Notas explicativas - Apresentam informações complementares necessárias ao perfeito entendimento das 
demonstrações contábeis, sem se constituírem em uma demonstração. 
 
Pressupostos Básicos: 
Os pressupostos básicos à elaboração das demonstrações contábeis são o regime de competência e a continuidade. 
Regime de Competência: 
Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou 
outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações 
contábeis dos períodos a que se referem. 
As demonstrações contábeis são preparadas segundo um conjunto de regras que leva em conta o regime de competência. Dessa 
forma, trazem informações aos interessados sobre transações que ocorreram no passado, mas também sobre aquelas que, 
mesmo tendo uma origem no passado, envolverão ainda o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, 
bem como sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. 
O regime de competência pode ser mais bem entendido com base na seguinte situação: uma empresa presta serviço em um 
determinado mês, cobrando ao cliente R$ 5.000,00 e faturando para recebimento em 30 dias. 
 
 
Receita de prestação de serviços 1.500 
(-) Despesas de Salários (1.200) 
(-) Despesas de Aluguel (1.300) 
(=) Lucro da operação 2.500 
Durante este mês, antes do vencimento da fatura, paga os salários do empregado no mês e o aluguel da loja, nos valores de R$ 
1.200,00 e R$ 1.300,00, auferindo um lucro de R$ 2.500,00. 
A operação, com base no regime de competência, gerou lucro de R$ 2.500 no período; entretanto, este lucro ainda não foi 
realizado financeiramente, pois o serviço ainda não foi recebido. 
Assim, podemos dizer que o caixa ficou deficitário, apesar do lucro apurado nesse período. 
Continuidade: 
Pressuposto pelo qual se considera que a entidade irá operar por tempo indeterminado, não tendo a intenção nem a necessidade 
de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações. 
O reconhecimento e avaliação dos elementos contábeis são afetados diretamente pela adoção desse pressuposto, que 
condiciona de forma relevante os reportes contábeis. 
Características Qualitativas da Demonstrações Contábeis: 
Estas características são os atributos que fazem as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais 
características são: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. 
Compreensibilidade: As informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser diretas e claras. Portanto, devem ser 
prontamente entendidas pelos usuários que possuem um conhecimento razoável dos negócios, das atividades econômicas e de 
contabilidade, bem como disposição de estudar as informações com razoável diligência. 
Relevância: As informações para serem consideradas úteis devem atender às necessidades dos usuários no seu processo de 
tomada de decisões, ajudando-os a avaliar os impactos advindos de eventos que tenham ocorrido no passado, ou ainda, que 
estejam ocorrendo no presente ou, também que possam ocorrer no futuro. Além disso, elas serão relevantes se permitirem ao 
usuário mensurar a precisão de suas avaliações anteriores, confirmando ou corrigindo-as. 
A relevância se justificapor dois aspectos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Confiabilidade: 
 
Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros e representar com propriedade aquilo que se 
propõe a representar. 
Para que a informação contábil seja confiável, ela precisa: 
Representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar, isenta de erros, evidenciando 
adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que 
atendam aos critérios de reconhecimento; 
Apresentar a substância econômica das transações, priorizando a essência econômica, e não meramente a sua forma legal; 
Ser neutra, não tendenciosa, não induzindo a um julgamento predeterminado, com vistas a obtenção de um resultado ou 
desfecho idealizado; 
Completa, dentro dos limites de materialidade e custo. 
Comparabilidade: 
As demonstrações contábeis devem permitir aos usuários a comparação da situação patrimonial e financeira da entidade ao 
longo do tempo, de forma a possibilitar a projeção de seu desempenho nos períodos futuros, bem como identificar tendências na 
sua evolução patrimonial. 
Além disso, outro importante aspecto diz respeito à aferição do desempenho da entidade e de sua estrutura patrimonial em 
termos relativos, através da comparação entre demonstrações de diferentes entidades, sejam de mesmo setor de atuação ou de 
diferentes ramos de negócio. 
A necessidade do requisito comparabilidade não deve ser confundida meramente com uniformidade, transformando-se numa 
barreira à introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apropriado que, em nome da uniformidade, uma entidade 
continue contabilizando de uma mesma maneira uma transação ou evento se a prática contábil adotada não está em 
conformidade com as características qualitativas de relevância e confiabilidade. Também é inapropriado manter práticas 
contábeis quando existem alternativas mais relevantes e confiáveis. 
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações 
A falta de tempestividade é um limitador da relevância de uma informação, há a necessidade de ponderar os méritos relativos 
entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. 
Se para divulgar a informação a entidade perder o “timing” no processo de coleta e elaboração da informação, esta pode ser 
altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários. 
O Equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, insiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do 
processo de decisão econômica dos usuários. 
O Equilíbrio entre o custo benefício e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao invés de uma característica qualitativa. Os 
benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. 
Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis. 
Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado um item que 
se enquadre na definição de ativo ou passivo, se (i) for provável que algum benefício econômico futuro referente ao item venha a 
ser recebido ou entregue pela entidade; e (ii) ele tiver um custo ou valor que possa ser medidos em bases confiáveis. 
Vamos, então, agora tratar do reconhecimento de cada um dos elementos: 
Ativo: É reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão 
para a entidade e seu custo ou valor puder ser determinado em bases confiáveis. Por outro lado, um ativo não é reconhecido 
quando desembolsos tiverem sido incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a geração de benefícios econômicos 
para a entidade após o período contábil corrente. Nesse caso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na 
demonstração de resultado. 
As seguintes situações são tratadas como ativo: 
 
• Aquisição de mercadorias para revenda; 
• Concessão de empréstimos a acionistas; 
• Obtenção de crédito fiscal, etc. 
Passivo: 
É reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que uma saída de recursos envolvendo benefícios econômicos seja 
exigida em liquidação de uma obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará possa ser determinado em bases 
confiáveis. 
Podemos exemplificar com as seguintes operações: 
• Obtenção de empréstimos bancários; 
• Venda para entrega futura; 
• Financiamento de compras de mercadorias, etc. 
 
Receitas: 
São reconhecidas na demonstração de resultado quando resulta em um aumento, que possa ser determinado em bases 
confiáveis, nos benefícios econômicos futuros provenientes do aumento de um ativo ou da diminuição de um passivo. Assim, o 
reconhecimento da receita implica simultaneamente no reconhecimento de um ativo ou na redução de um passivo. Todavia, nem 
todo aumento de ativo ou redução de passivo implica em uma receita. 
Exemplos de receitas: 
• Venda de mercadorias, produtos ou serviços; 
• Obtenção de descontos financeiros; 
• Rendimentos de aplicações financeiras, etc. 
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Despesas: 
São reconhecidas na demonstração de resultado quando surge um decréscimo, que possa ser determinado em bases confiáveis, 
nos futuros benefícios econômicos provenientes da diminuição de um ativo ou do aumento de um passivo. 
Exemplos de despesas: 
 Depreciação de bens; 
 Consumo de serviços públicos( água, luz, telefone, etc.); 
 Salários e encargos sociais dos empregados, etc. 
 
 
Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis: 
Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem 
ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração de resultado. 
Esse processo pressupõe a escolha de uma base (critério) específica de mensuração, como por exemplo: 
Custo histórico: nesse caso os ativos são registrados pelos valores de aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação no 
poder aquisitivo da moeda. Já os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação, 
podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente. O custo histórico é a base de mensuração mais 
comumente utilizada pelas empresas. 
Custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores equivalentes a quantia que deveria ser paga se fossem adquiridos na 
data do balanço, enquanto os passivos são reconhecidos pelo valor necessário, não descontados, para liquidar a obrigação na 
data do balanço. 
Valor realizável: os ativos são reconhecidos pelos valores que poderiam ser obtidos pela venda, enquanto que os passivos são 
mantidos pelos seus valores de liquidação, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as obrigações. 
Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor atual, descontado, do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera, 
quando os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo de saída líquida necessário para liquidar a obrigação. 
Estrutura das Demonstrações Contábeis - Ativos 
A Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nos 11.638/07 e 11.941/09, disciplina os aspectos societários da atuação das sociedades 
anônimas e regula a elaboração e apresentação das informações contábeis por estas empresas e, também, para as sociedades de 
grande porte, conforme determinação da Lei nº 11.638/07. 
Os pronunciamentos, interpretações e orientações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) complementam, quanto aos 
aspectos relativos à elaboração e apresentação das demonstraçõescontábeis, as determinações previstas na nº Lei 6404/76. 
As modificações no arcabouço regulamentar, bem como a utilização dos estudos divulgados pelo CPC, tornaram-se necessárias 
no processo de adequação dos procedimentos contábeis até então utilizados visando uma convergência com o padrão 
internacional de contabilidade. 
Alguns aspectos relativos à escrituração e geração de informações contábeis, tratados na Lei nº 6404/76 e nos pronunciamentos 
do CPC, devem inicialmente ser considerados, como base para desenvolvermos a elaboração e apresentação das demonstrações 
contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
Ana Paula 02 Pretos
 
 
 
 
 
 
 
 
O pronunciamento 
26, emitido pelo CPC, em seu item 38, estabelece que informação comparativa deve ser divulgada com respeito ao período 
anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações contábeis. 
Assim, ao divulgar informação comparativa, a empresa deve apresentar, no mínimo, dois balanços patrimoniais ou o balanço 
patrimonial em duas colunas, sendo uma referente ao exercício atual e outra relativa ao exercício anterior. 
Agregação de Contas de Naturezas Semelhantes 
As contas de naturezas semelhantes podem ser agrupadas em uma só conta, conforme permissão contida no §2º do art. 176, da 
Lei nº 6.404/76. Da mesma forma, se manifesta o CPC em seu pronunciamento que trata da elaboração e apresentação das 
demonstrações contábeis (pronunciamento 26), item 30, afirmando que “as demonstrações contábeis resultam do 
processamento de grandes números de transações ou outros eventos que são agregados em classes de acordo com a sua 
natureza ou função. 
A fase final do processo de agregação e classificação é a apresentação de dados condensados e classificados que formam itens 
das demonstrações contábeis. Se um item não for individualmente material, deve ser agregado a outros itens, seja nas 
demonstrações contábeis, seja nas notas explicativas.” 
Da mesma forma, os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 10% do valor 
do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas-
correntes”; também o CPC se manifesta nesse sentido, ao determinar que os itens de natureza ou função distinta devem ser 
apresentados separadamente, salvo se imateriais. 
Balanço Patrimonial 
É a demonstração preparada pela contabilidade que se destina a evidenciar, de forma qualitativa e quantitativa, numa 
determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade, apresentando, de forma sintética e ordenada, as contas 
patrimoniais agrupadas de acordo com a natureza dos bens, direitos e obrigações que representam. 
Balanço, que compõe o nome dessa demonstração, nos remete a ideia de igualdade, equilíbrio, representando a apresentação 
dos elementos que compõem o patrimônio das empresas em dois lados que estão sempre equilibrados como os pratos de uma 
balança. Num dos lados, o esquerdo, é apresentado o Ativo e no outro, o direito, o Passivo e o Patrimônio Líquido. 
A Lei nº 6404/76, entretanto, denomina o lado direito de Passivo e apresenta o Patrimônio Líquido como um subgrupo deste. 
A grande relevância dessa demonstração reside no fato de dispor os elementos que integram o Ativo, o Passivo e o Patrimônio 
Líquido de forma sintética, possibilitando aos usuários conhecerem a situação patrimonial da empresa e a realização de diversas 
análises. 
 
As contas integrantes do Balanço Patrimonial são distribuídas em grupos de características semelhantes, como forma de tornar 
mais fácil sua análise e interpretação. 
Apresentação das Contas do Ativo e Passivo 
Os pronunciamentos técnicos do CPC não prescrevem a ordem ou o formato que deva ser utilizado na apresentação das contas 
do balanço patrimonial, mas observam que a ordem legalmente instituída no Brasil deve ser obedecida. 
Assim, no Ativo, as contas deverão ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, isto 
é, primeiro as contas que apresentam maior grau de liquidez (maior facilidade de conversão em dinheiro) e depois as de menor 
grau de liquidez. 
 
O Ativo é composto de dois grupos: 
Ativo Circulante; 
Ativo Não Circulante. 
A Lei nº 6.404/76 não faz menção a critério de classificação para as contas do Passivo. 
No entanto, é consenso entre diversos autores que o Passivo deve ser apresentado em ordem decrescente de exigibilidade (os 
que são vencíveis em prazo mais curto). 
O Passivo, conforme a Lei nº 6404/76, é composto por três grupos: 
Passivo Circulante; 
Passivo Não Circulante; 
Patrimônio Líquido. 
Curto e Longo Prazo na Contabilidade-Conceitos 
A classificação, em curto e longo prazos, dos elementos que integram o Ativo e o Passivo, para fins de apresentação no balanço 
patrimonial, conforme consta da Lei nº 6404/76, levarão em conta o período de um exercício social. 
Curto prazo: 
Significa um período de até um exercício social. Assim, as dívidas a serem quitadas em até um exercício social, a contar da data do 
balanço serão classificadas no Passivo Circulante e os direitos a receber no Ativo. 
Longo prazo: 
É o período de tempo superior a um exercício social. Assim, as dívidas, e direitos a receber, com prazo de liquidação superior a 
um exercício social serão classificadas como de longo prazo. As dívidas serão apresentadas no Passivo Não Circulante e os direitos 
a receber no Ativo Não Circulante, subgrupo realizável a longo prazo. 
A Lei estabelece, ainda, que no caso em que o ciclo operacional for superior ao exercício social, isto é, for superior a um ano, a 
classificação em curto (circulante) e longo prazo levará em consideração o prazo do ciclo operacional. 
Por outro lado, o pronunciamento 26 do CPC estabelece que para um elemento ser classificado no Ativo Circulante é necessário 
que pelo menos um dos critérios, a seguir, seja satisfeito: 
a) Espera-se que seja realizado ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da 
entidade; 
b) Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; 
c) Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou 
d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para liquidação de Passivo se encontre vedada durante pelo 
menos doze meses, a contar da data do balanço. 
Além disso, determina que os Ativos que não cumprirem nenhum destes requisitos deverão ser classificados como Não 
Circulantes. 
Da mesma forma, conforme o referido pronunciamento, o Passivo deverá ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios: 
a) Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; 
b) Está mantido essencialmente para finalidade de ser negociado; 
c) Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou 
d) A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do Passivo durante pelo menos doze meses após a data do 
balanço. 
Estrutura do Balanço Patrimonial: 
 
Os Passivos que, por sua vez, não atenderem 
estes requisitos deverão ser classificados 
como Não Circulantes. 
Com o advento das Leis nos 11.638/07 e 
11.941/09, dando uma nova redação à Lei nº 
6.404/76, a estrutura do Balanço Patrimonial 
passou ser a seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Critérios de Avaliação do 
Ativo: 
A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidadesna preparação de suas demonstrações contábeis é o custo 
histórico. Ele é normalmente combinado com outras bases de avaliação. 
O pronunciamento conceitual básico emitido pelo CPC identifica quatro bases de avaliação presentes em maior ou menor grau 
nas demonstrações contábeis, são elas: 
Custo Histórico: 
Os Ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa, ou equivalentes de caixa, ou pelo valor justo dos 
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. 
Os Passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias 
(por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o Passivo 
no curso normal das operações. 
Custo Corrente: 
Valor de realização ou de liquidação. 
Os Ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma 
ordenada. 
Os Passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não 
descontados, que se espera que seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da 
entidade. 
Valor Realizável: 
Os Ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses Ativos ou Ativos 
Equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. 
Os Passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para 
liquidar a obrigação na data do balanço. 
Valor Presente: 
Os Ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado 
pelo item no curso normal das operações da entidade. 
Os Passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário 
para liquidar o Passivo no curso normal das operações da entidade. 
Avaliação dos Estoques: 
O procedimento consiste na comparação do valor contabilizado dos estoques (custo histórico) com o valor realizável líquido; 
quando este for menor do que o custo de aquisição dos estoques, deverá ser constituída uma provisão para redução ao valor 
líquido de realização. 
 
 
 
 
 
 
Desta forma, no Ativo Circulante da empresa será evidenciada a seguinte posição: 
 Ativo Circulante 
Estoques 45.000 
(-) Prov.p/redução ao valor líquido de realização (3.000) 
 O valor contábil dos estoques a ser apresentado no Balanço Patrimonial deverá refletir o valor de realização líquido, quando este 
for menor do que o registrado na contabilidade da empresa (custo histórico). Por outro lado, se o valor de custo do estoque for 
menor do que o valor realizável líquido não será efetuado qualquer registro contábil, mantendo-se assim o valor de aquisição. 
Ajuste a Valor Presente de Ativos e Passivos a Longo Prazo: 
De acordo com o artigo 183, inciso VIII, inserido pela Lei nº 11.638/07, os elementos do Ativo decorrentes de operações de longo 
prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
Da mesma forma, no artigo 184, inciso III, encontramos a determinação de ajustar a valor presente as obrigações, os encargos e 
os riscos classificados no Passivo Não Circulante, quando houver efeito relevante, aqueles classificados no Circulante. 
Este procedimento visa apresentar, na data de realização do negócio, o valor presente ou atual, decorrente das transações que 
geram direitos a receber ou obrigações a pagar de longo prazo, ou aquelas de curto prazo, mas que sejam relevantes. 
Note que o dinheiro apresenta valor diferente ao longo do tempo, havendo ou não um juro embutido, e, então, o ajuste a valor 
presente ocorrerá independentemente da identificação de um juro embutido no valor de negociação. 
O valor do ajuste a valor presente será tratado como uma receita ou despesa financeira, dependendo da situação. 
Para exemplificar, vamos considerar que uma empresa tenha realizado vendas de longo prazo por R$ 100.000,00 e que, ajustado 
a valor presente, esse montante representasse na data da operação um valor de R$ 94.000,00. 
Assim, o reconhecimento da receita (desconsiderando impostos e baixa das mercadorias) seria assim registrado: 
 
 
 
 
 
 
A conta “Ajuste a valor presente” é retificadora da conta de duplicatas a receber e será, ao longo do prazo da operação, 
apropriada como receita financeira. 
No caso oposto, retificadora de um Passivo, a apropriação será em despesa financeira. Assim, à medida do transcurso do prazo 
registramos: 
 Débito: Ajuste a valor presente 
Crédito: Receita de juros 
 A apropriação deverá ser calculada pro rata temporis, com a utilização da convenção exponencial (juros compostos) por uma 
taxa que reflita o custo do dinheiro e do risco da operação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigações das empresas: 
As obrigações das empresas compreendem normalmente as seguintes contas: 
 Empréstimos e financiamentos a pagar 
 Decorrem das captações de recursos efetuadas pelas empresas para financiar suas operações e aquisições de Ativos. 
 Fornecedores a pagar 
 Referem-se às dívidas assumidas com a compra de estoques e serviços. 
 Impostos sobre o lucro, receita e patrimônio a pagar 
 São as dívidas tributárias da empresa em decorrência da tributação do lucro (imposto de renda e contribuição social), 
tributação da receita de vendas (PIS, COFINS, ISS, ICMS) e tributação do patrimônio (IPTU, IPVA). 
 Salários e encargos sociais 
 Valores devidos ao pessoal da empresa, a título de salários, décimo terceiro salário e férias, bem como os encargos 
sociais incidentes na folha de pagamentos. 
 Adiantamento de clientes 
 Refere-se aos recursos recebidos, adiantadamente, dos clientes por conta de futura entrega de bens ou serviços. 
 Provisão para contingências tributárias, trabalhistas e cíveis 
 São decorrentes de autuações promovidas pelos órgãos de fiscalização tributária ou por processos movidos por 
empregados ou terceiros contra a empresa, e que foram considerados como de perda provável. 
Composição do Patrimônio Líquido: 
Conforme dispõe o artigo 178, § 2º, III, da Lei nº 6.404/76, com nova redação dada pela Lei nº 11.941/09, o Patrimônio Líquido 
será composto por: 
 Capital Social 
 Reserva de Capital 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Reserva de Lucros 
 Ações em Tesouraria 
 Prejuízos Acumulados 
 
Capital Social: 
O capital social é composto pelos recursos (dinheiro ou qualquer outro bem, suscetível de avaliação monetária) colocados à 
disposição da empresa pelos sócios, sendo fixado nos atos que constituem a sociedade (estatuto ou contrato social). 
Ele, via de regra, é alterado no decorrer da vida da empresa, mediante a integralização de novos recursos ou, ainda, pela 
incorporação de reservas de lucros ou capital. 
Conceitos de Capital: 
Podemos dizer que o capital social é, também, conhecido na literatura contábil como capital nominal da empresa. Alguns outros 
conceitos de capital também são utilizados na contabilidade por conta da tradição e, ainda, das determinações da Lei nº 6404/76, 
como segue: 
Capital Subscrito: 
É o total dos recursos que os sócios subscreveram, isto é, comprometeram-se entregar à empresa. 
Capital a integralizar ou a Realizar: 
É o montante da diferença entre o capital subscrito é o capital efetivamente integralizado. 
Capital Integralizado ou realizado: 
É a parcela efetivamente ingressada na empresa, em dinheiro, outros bens ou direitos. 
Capital Autorizado: 
É uma figura instituída pelaLei nº 6.404//76 em que o aumento do capital social pode ser efetuado sem alteração estatutária. 
Disposição das Contas no Passivo e sua Composição: 
As reservas de capital são constituídas com valores recebidos, pela empresa, dos sócios ou de outros participantes do capital, 
mas que não transitam pelo resultado do exercício como receitas, pois se referem a valores destinados a reforço de capital, sem 
terem como contrapartida qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou prestação de serviços futuros. 
 
 
 
 
 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial: 
A Lei nº 11.638/07 extinguiu a reserva de reavaliação que estava prevista no art. 182, § 3º, da Lei nº 6.404/76, e criou o instituto 
do ajuste de avaliação patrimonial. 
No entanto, não é sinônimo de reavaliação de Ativos, pois não está relacionado ao mercado, mas sim com um valor justo e, além 
disso, diferente da reserva de reavaliação, a conta ajuste da avaliação patrimonial poderá ter natureza credora ou devedora, 
neste caso, redutora do Patrimônio Líquido. 
A conta ajuste da avaliação patrimonial não é reserva, pois não passou pelo resultado; ela recebe as contrapartidas de aumentos 
ou diminuições de valor, atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos 
previstos nesta lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, enquanto não computadas no resultado do 
exercício em obediência ao regime de competência. 
Valor Justo: 
Valor Justo, ou fair value, conforme grafia em língua inglesa, é o montante pelo qual um Ativo poderia ser trocado, ou um Passivo 
liquidado, entre partes independentes, com conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo, em uma transação em que não 
há favorecidos. 
Em regra, serão avaliados ao valor justo e reconhecidos na conta ajuste de avaliação patrimonial os seguintes itens: 
 Instrumentos financeiros destinados à venda futura, classificados no Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante – 
realizável a longo prazo; 
 Passivos financeiros que atendam às classificações do mercado; 
 Ativos e Passivos resultantes de reorganização societária – fusão, cisão e incorporação; 
 Variações cambiais de investimentos no exterior. 
 
Para facilitar o entendimento, vamos considerar as seguintes transações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reservas de Lucros: 
As Reservas de Lucros representam a destinação dos lucros auferidos pelas empresas, sendo, assim, valores provenientes do 
resultado do exercício, quando este é positivo, que, após transitar pela conta “lucros ou prejuízos acumulados”, são integrados ao 
Patrimônio Líquido. 
A constituição das reservas de lucro, no caso de uma empresa constituída como sociedades por ações, é feita pela administração 
da empresa e sujeita à aprovação pela Assembléia de Acionistas. 
Desta forma, nos termos da Lei nº 6.404/76, serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação 
de lucros da companhia. 
 Trataremos dessas reservas mais adiante, quando tratarmos das Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados e das 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido. 
Ações em tesouraria são ações recompradas pela própria empresa que as emitiu, atendendo a algum objetivo da sociedade. 
Essas ações ficam classificadas no Patrimônio Líquido da sociedade, reduzindo o seu valor. 
Estas operações estão reguladas pela Instrução CVM nº 10, a qual permite a aquisição das próprias ações, para efeito de 
cancelamento ou permanência em tesouraria, e posteriormente aliená-las (as companhias abertas, cujo estatuto social atribuiu 
ao conselho de administração poderes para autorizar tal procedimento). 
Caso a empresa, ao adquirir estas ações, não se interesse pelo cancelamento das mesmas, elas permanecerão em poder da 
empresa, em tesouraria, à espera de uma nova negociação. 
 Contabilmente, a operação de compra de suas próprias ações ou quotas equivale a uma redução do Patrimônio Líquido, sendo 
esta conta (ações em tesouraria) redutora do Patrimônio Líquido. 
 O art. 182, § 5º, da Lei nº 6.404/76, determina que a conta ações em tesouraria deverá ser destacada no balanço como dedução 
da conta do Patrimônio Líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. É a conta que recebe os débitos e 
créditos relativos aos resultados apurados pelas sociedades, para posterior destinação, no caso de lucro no período, ou 
aguardarem compensação no caso de prejuízo. 
As alterações efetuadas pela Lei nº 11.638/07 obrigaram as empresas a destinarem todo o saldo de lucros apurados a cada 
exercício, de tal forma que esta conta não poderá manter saldo credor, apenas devedor, ou seja, prejuízos acumulados. 
 Desta forma, todo o lucro apropriado a esta conta deverá ser distribuído, ficando esta conta com saldo zero ou devedor ao final 
do exercício, não aparecendo assim no Balanço Patrimonial, a menos que seu saldo seja negativo (devedor). 
Critérios de Avaliação do Passivo: 
Os critérios de avaliação do Passivo estão estabelecidos no art. 184, da Lei nº 6.404/76, que determinou que no balanço, os 
elementos do Passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: 
 
 
 
 
 
Ajuste de Valor Presente de Passivos de Longo Prazo: 
Vamos desenvolver um exemplo para entendermos como funciona este ajuste. 
Partimos de um exemplo de uma compra de um imóvel, por R$ 1.000.000,00, a ser pago a longo prazo. Supondo que esse 
montante, caso ajustado a valor presente, por uma taxa que reflita o nível de risco da operação, apresentasse o valor de R$ 
920.000,00. 
Para efetuar o ajuste a valor presente dos títulos a pagar de longo prazo, o seguinte registro contábil deverá ser efetuado: 
Débito: Imobilizado R$ 920.000,00 
Débito: Ajuste a valor presente R$ 80.000,00 
Crédito: Títulos a Pagar de LP R$ 1.000.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício DRE: 
A Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente ao Balanço Patrimonial, revela-se como o relatório de 
aspecto importante das operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo, apresentando um dos 
elementos que mais interessam aos usuários das informações contábeis, o resultado líquido do período... 
... o lucro ou prejuízo. 
Esta demonstração contábil tem por objetivo relatar o desempenho da empresa, mediante a apresentação da composição das 
Receitas e Despesas relativas a determinado período contábil, detalhando, assim, a formação do Lucro ou do Prejuízo do período. 
Podemos, então, dizer que a Demonstração do Resultado, é um resumo ordenado de receitas e despesas da empresa em 
determinado período, cuja apresentação, de forma dedutiva (vertical), contempla as receitas que são subtraídas das despesas e, 
em seguida, apresentado o resultado (lucro ou prejuízo). 
O resultado é apurado utilizando-se a conta denominada de “Apuração do Resultado” que receberá débitos e créditos em 
contrapartida com o encerramento das receitas e despesas do período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 Receitas 
 Custo dos produtos ou das mercadorias ou dos serviços vendidos 
 Lucro bruto 
 Despesas de vendas, gerais, administrativas ou outras despesas e receitas operacionais 
 Parcela do resultado de investimentos em coligadas, controladas e empreendimentos controlados em conjunto, 
contabilizada pelo método de equivalência patrimonial; 
 Resultado antes das receitas e despesas financeiras 
 Despesas e receitas financeiras 
 Resultado antes dos tributos sobre o lucro 
 Despesa com tributos sobre o lucro- imposto de renda e contribuiçãosocial 
 Resultado Líquido do período 
 
 
Estrutura da Demonstração do Resultado- Grupos de Contas da DRE 
A receita líquida é a receita bruta deduzida das vendas canceladas pelos clientes, com a devolução da mercadoria, dos 
abatimentos, em função do valor ter sido faturado a maior, ou de defeitos nos produtos ou serviços entregues ao cliente, e, 
finalmente, dos impostos incorridos sobre vendas, tais como, ICMS, PIS, COFINS e ISS. 
A receita bruta refere-se às receitas relacionadas com o objetivo social da empresa e representará o valor recebido ou a ser 
recebido nessas operações, incluindo as quantias cobradas por conta de terceiros, como é o caso dos tributos cobrados sobre as 
operações de vendas. Por exemplo, se a empresa é uma revendedora de máquinas, as receitas provenientes das vendas das 
máquinas são classificadas como receita bruta, incluindo o ICMS, o PIS, a COFINS. Note, que a venda de um veículo de uso da 
empresa, ou qualquer outro ativo de uso, não integrará a receita bruta. 
A Receita, em seu site, esclarece que a receita líquida é a receita bruta diminuída de: (RIR/1999, art. 280): 
 1. Das devoluções e vendas canceladas: devolução da mercadoria ou produto vendido à empresa por estar em desacordo com o 
pedido ou por problema de qualidade, entre outros; 
2. Dos descontos concedidos incondicionalmente: reduções no preço de comercialização das mercadorias ou produtos, 
concedidos pelo vendedor ao comprador em função de várias situações, entre elas deterioração parcial ou perda da qualidade, 
não atenderem às especificações contratadas, atraso na entrega; 
3. Dos impostos e contribuições incidentes sobre vendas: tributos incidentes sobre vendas que estão incluídos no preço das 
mercadorias, tais como ICMS, ISS, PIS e COFINS. 
Custo dos produtos, mercadorias e/ou serviços prestados (CPV/CMV/CSP) 
Conforme o Pronunciamento nº 16, que trata de estoques de mercadorias e produtos, quando os estoques são vendidos, o custo 
escriturado desses itens deve ser reconhecido como uma despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. 
Essa despesa será denominada de Custo do Produto Vendido (CPV), tratando-se de estoques produzidos pela própria empresa, e 
Custo da Mercadoria Vendida (CMV), quando a empresa adquire a mercadoria para revender. 
 O custo do serviço prestado refere-se aos recursos empregados por uma empresa prestadora de serviços na execução dos 
serviços vendidos a seus clientes, tais como: salários e encargos sociais do pessoal que prestou o serviço etc. 
 O valor de custo dos estoques deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos 
para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, deduzidos dos impostos recuperáveis incidentes na operação de 
compra da mercadoria ou matéria-prima empregada na produção. 
Despesas operacionais com vendas, administrativas e gerais, outras receitas e despesas: 
As despesas com vendas são aquelas necessárias para que a empresa efetue as vendas do produto, mercadoria ou serviço e 
entregue ao cliente, tais como: propaganda, comissão dos vendedores, frete dos produtos vendidos etc. Assim, essas despesas 
referem-se a todos os gastos inerentes à comercialização, desde as despesas relativas às comissões dos vendedores, passando 
por propaganda até os riscos assumidos pela venda. 
As despesas com a "manutenção da máquina" administrativa da empresa, estão, então, vinculadas à administração da empresa e 
ao seu regular funcionamento como, por exemplo: salários e encargos sociais do pessoal administrativo, luz, água, telefone, 
limpeza, segurança e depreciação do imobilizado administrativo. 
 As outras receitas e despesas operacionais incluem elementos que não se enquadram nas classificações anteriores, ou seja, 
como receita bruta ou financeira, despesas de vendas, financeiras, gerais e administrativas. 
As receitas auferidas fora do objetivo social da empresa – como, por exemplo, receita na venda de bens do Ativo Imobilizado e 
prejuízo na venda de participações permanentes, entre outros – são consideradas nesse grupo. 
 
 
 
 
 
 
 
Lucro líquido por ação (LPA) 
Representa o valor do lucro líquido do exercício dividido pela quantidade de ações. 
Demostração do Resultado Abrangente-DRA 
O pronunciamento 26 do CPC, aprovada pela Resolução 1.185/09 do CFC, trouxe um novo conceito de resultado, o resultado 
abrangente que, conforme definido no item 7 desse pronunciamento, é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um 
período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na qualidade de 
proprietários. 
O resultado abrangente, dessa forma, visa apresentar os ajustes que foram efetuados no Patrimônio Líquido da empresa e 
registrados na conta de ajustes de avaliação patrimonial, por exemplo, essa conta registra as modificações de Ativos e Passivos a 
valor justo, que, pelo princípio da competência, não entram na DRE. 
No entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro mais próximo da realidade 
econômica da empresa. 
Assim, podemos dizer que o patrimônio líquido é movimentado de três maneiras distintas: 
Transações com os sócios: 
aumento ou redução do capital social; 
Mutações internas: 
transferências entre contas; e 
Resultado abrangente: 
lucro líquido do exercício e alterações no saldo da conta de ajuste de avaliação patrimonial. 
Esta demonstração (DRA) é obrigatória, apesar de não estar prevista na 
Lei nº 6.404/76. 
Outros Resultados Abrangentes 
 
 
 
 
 
 
 
1. Variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente; 
2. Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido; 
3. Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; 
4. Ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração de Ativos financeiros disponíveis para 
venda; 
5. Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em hedge de 
fluxo de caixa. 
Estrutura da DRA 
A demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas: 
 Resultado líquido do período (apresentado na DRE); 
 Cada item dos resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (exceto montantes relativos ao item c); 
 Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência 
patrimonial; e 
 Resultado abrangente do período. 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), de acordo com o artigo 186, § 2º, da Lei das S/A, é 
facultativa e a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá nela ser incluída. Por outro lado, o 
pronunciamento 26 do CPC, item 10, obriga a sua elaboração. 
A DMPL busca apresentar as modificações nos saldos das contas do Patrimônio Líquido como um todo, abrangendo a formação e 
a utilização do capital social e das reservas, inclusive lucros ou prejuízos acumulados. 
O Patrimônio Líquido é composto por: 
Capital social; Reservas de capital; Ajustes de avaliação patrimonial; Reservas de lucros; Ações em tesouraria; Prejuízos 
acumulados. 
O objetivo geral da DMPL é explicitar como essas contas são movimentadas no período. 
Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
A entidade deve apresentar na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: 
1. O resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total atribuível aos proprietários da 
entidade controladora e o montante correspondente à participação de não controladores;2. Para cada componente do Patrimônio Líquido, os efeitos das alterações nas políticas contábeis e as correções de erros; 
3. Para cada componente do Patrimônio Líquido, a conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se 
separadamente as mutações decorrentes: 
4. (i) Do resultado líquido; 
5. (ii) De cada item dos outros resultados abrangentes; e 
6. (iii) De transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando separadamente suas 
integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificações nas participações em controladas que não 
implicaram perda do controle. 
Vamos abordar, a seguir, cada um dos integrantes do Patrimônio Líquido. 
Capital social: 
 
O capital social será formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação 
em dinheiro e, na sociedade anônima, pode ser subscrito ou integralizado. O capital social subscrito é a parcela em que 
o sócio se compromete no futuro a entregar para a formação da sociedade. 
 
A formação do capital social, de quanto será a parcela de cada sócio, como esses recursos serão tornados disponíveis 
para a sociedade, valor das ações ou das quotas de capital, no caso de sociedade por quotas de responsabilidade 
limitada, valor nominal, ágio, prazo para a entrega dos recursos e o valor do capital subscrito, e outras decisões 
relativas ao patrimônio social da pessoa jurídica, será deliberado entre os sócios. 
 
Há três formas de integralizar o capital social em uma sociedade anônima: dinheiro; bens ou crédito. 
 
O artigo 182, da Lei nº 6.404/76, determina que a conta capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela 
ainda não realizada. Assim, a conta “capital a realizar” é retificadora da conta “capital subscrito”, surgindo, por dedução, o valor 
do capital realizado. 
Reservas de Capital: 
As reservas de capital referem-se a valores recebidos pela companhia ou empresa e que não são registrados como receita, por 
não se referirem à entrega de bens ou serviços por elas. Desta forma, os valores registrados em reservas de capital são ganhos 
que não transitam pelo resultado. 
Os elementos classificados como reserva de capital são aqueles que constam do § 1°, artigo 182, da Lei nº 6.404/76, com redação 
dada pela 
Lei nº 11.638/07. 
Assim, serão classificadas como reservas de capital: 
 A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem 
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão 
em ações de debêntures ou partes beneficiárias; e 
 O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. 
 
 
Ágio na Emissão de Ações: 
Na conta relativa ao capital social, as ações devem figurar somente pelo seu valor nominal. O excedente, ou seja, a 
diferença entre o preço que os acionistas pagam pelas ações à companhia e o seu valor nominal, deve ser registrado em 
conta de reserva de capital, que será denominada Ágio na Emissão de Ações. 
Vamos analisar um exemplo: suponha que uma dada companhia tenha as suas ações emitidas com um valor nominal de 
R$10,00 e faça uma emissão de 100.000 novas ações, colocando-as ao preço de R$11,50, totalmente recebida em 
dinheiro e depositada na conta corrente da empresa. 
 
Nesse caso, o registro contábil desse aumento de capital seria: 
 
D BANCOS – CONTA MOVIMENTOR$ 1.150.000,00 * 
C CAPITAL SOCIALR$ 1.000.000,00 ** 
C ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES R$ 150.000,00 *** 
 
 
 
 
Colocação de Os bônus de subscrição: 
Os bônus de subscrição são valores mobiliários previstos no artigo 75, da Lei n º 6404/76, que conferem aos seus titulares, nas 
condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, o qual será exercido mediante apresentação do 
título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. 
Os bônus, além de outros elementos, deverão conter o número, a espécie e a classe das ações que poderão ser subscritas, o 
preço de emissão ou os critérios para sua determinação, a época em que o direito de subscrição poderá ser exercido e a data do 
término do prazo para esse exercício. 
O registro contábil de sua emissão, quando da colocação onerosa, se assemelha ao das partes beneficiárias. 
Veja no exemplo a seguir... 
Suponha que foram colocados, onerosamente, 1.000.000 de bônus de subscrição ao preço unitário de R$2,00 cada um, 
totalizando a quantia de R$2.000.000,00, que foi recebida no ato da emissão dos títulos. 
 
D BANCOS – CONTA MOVIMENTO 
C RESERVA DE CAPITAL – Colocação de Bônus de Subscrição 
R$ 2.000.000,00 
 
Ajuste de Avaliação Patrimonial: 
Como já mencionado, quando tratamos da estrutura do balanço patrimonial, em nossa terceira aula, a Lei nº 11.638/07 extinguiu 
a reserva de reavaliação que estava prevista no artigo 182, § 3º, da Lei nº 6.404/76, criando por outro lado o instituto do ajuste 
de avaliação patrimonial. 
No entanto, o ajuste de avaliação patrimonial não é sinônimo de reavaliação de ativos, pois não está relacionado com o mercado, 
mas sim com um valor justo e, além disso, diferentemente da reserva de reavaliação, essa conta poderá ter natureza credora ou 
devedora, nesse caso, redutora do Patrimônio Líquido. 
São classificados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao 
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou reduções dos valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, 
em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na lei ou em normas expedidas pela CVM. 
Vamos desenvolver um exemplo para tornar mais fácil o entendimento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reservas de Lucros: 
As Reservas de Lucros, conforme previsão contida no § 4º, do artigo 182, Lei nº 6404/76, são constituídas pela 
apropriação do lucro líquido do exercício com finalidades diversas e não se confundem com as despesas do exercício, 
vez que sua formação se dá com a destinação de parcela do lucro do exercício, obtido após a confrontação de todas as 
receitas e despesas do período. As reservas de lucros se diferenciam, por sua vez, das reservas de capital pelo fato 
destas não terem origem no resultado do exercício. 
 
A Lei nº 6.404/76, artigos 193 a 197, reconhece a existência das seguintes reservas, constituídas pela apropriação de 
lucros da companhia: 
 
a) Reserva legal (artigo 193); 
b) Reservas estatutárias (artigo 194); 
c) Reservas para contingências (artigo 195); 
d) Reserva de incentivos fiscais (artigo 195-A); 
e) Reservas de retenção de lucros (artigo 196); e 
f) Reservas de lucros a realizar (artigo 197). 
 
A formação das reservas de lucro – exceto as reservas para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar – 
não poderá exceder o valor do capital social e, nos termos do artigo 199, atingido esse limite, a assembleia de 
acionistas deverá deliberar sobre a aplicação do excesso na integralização ou aumento do capital social ou, ainda, na 
distribuição de dividendos. 
 
Reserva Legal: 
 
Essa reserva, obrigatória nos termos do artigo 193 da Lei nº 6404/76, tem por finalidade assegurar a integridade do 
capital social, tornando-se, então, um fator de proteção ao credor. Sua constituição é feita com a apropriação de 5% do 
lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação, exceto a compensação do prejuízo acumulado, se 
houver. 
 
Vale ressaltar que esta é a única reserva a qual a companhia está obriga a constituir, mas o seu saldo não poderá 
ultrapassar 20% do capital social realizado. 
A reserva legal tem a sua utilização limitada à compensaçãode prejuízos e ao aumento do capital social. A sua 
incorporação ao capital social da empresa pode se dar a critério exclusivo da companhia, ao passo que a compensação 
de prejuízos é obrigatória quando estes suplantarem os saldos das demais reservas de lucros. 
 
A seguir, desenvolveremos um exemplo para tornar alguns aspectos relativos à constituição dessa reserva mais claros. 
Vamos supor inicialmente que a Companhia Salve&Kana distribuidora de bebidas apresente ao fim do exercício, antes 
da destinação do lucro do exercício para a formação das reservas, a seguinte composição do patrimônio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consideremos, ainda, que no exercício a empresa tenha obtido um lucro líquido no valor de R$235.400,00 e, então, deveria a 
empresa destinar 5% desse lucro que atinge o valor de R$11.770,00 (5% de 235.400,00). No entanto, como o capital social 
realizado da empresa assume o valor de R$3.321.195, a reserva legal estará limitada a R$664.239, ou seja, 20% de R$3.321.195. 
Assim, somente poderá ser acrescida de R$4.139, que é a diferença entre o saldo antes da destinação do resultado do exercício 
R$660.100 e o limite de 20% do capital social. 
Desta forma, devemos acrescer à reserva legal apenas a quantia de R$4.139 que fará com que o saldo da reserva legal atinja o 
limite legal de 20% do capital social realizado. O registro contábil será: 
 D LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADO 
C RESERVA LEGAL R$ 4.139 
A Lei nº 6404/76 possibilita a empresa que, no exercício que a reserva legal, somada com o montante das reservas de capital, 
exceder a 30% do capital social realizado, deixe de constituí-la. 
Neste exemplo, o somatório das reservas de capital com a reserva legal alcança o valor de R$1.064.385 e o limite de 30% do 
capital realizado é de R$996.359. Assim, a empresa pode optar por não destinar qualquer recurso para a formação da reserva 
legal, que então permanecerá com o saldo de R$660.100 ou destinar os R$4.139, calculado anteriormente. 
 
Reservas Estatutárias 
As reservas estatutárias podem ser constituídas pela companhia com base no lucro do exercício desde que constem em seu 
estatuto social. Conforme previsto na Lei nº 6404/76, essas reservas podem ser criadas desde que, para cada uma, o estatuto: 
 Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
 Fixe os critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido que será destinado à sua constituição; e 
 Estabeleça o limite máximo da reserva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reservas para Contingências 
As reservas para contingências, conforme consta do artigo 195 da nº Lei 6404/76, tem a finalidade de fazer face, em exercício 
futuro, à redução do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. Desta forma, a constituição de 
tais reservas envolve estimativas quanto ao comportamento futuro do resultado e das perdas que provavelmente o 
influenciarão. 
A nota explicativa da Instrução CVM 59/86 esclarece os principais fundamentos para constituição da reserva para contingência: 
 
 Dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não repetitivos) ainda não incorridos, mediante 
segregação de parcela de lucros que seria distribuída como dividendo; 
 Representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida da conta de lucros acumulados, por isso sua 
constituição não afeta o resultado do exercício; 
 Ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em exercício futuro, revertida para lucros 
acumulados, integrando a base de cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de fato ocorrendo, é 
registrada no resultado do exercício; 
 É uma conta integrante do Patrimônio Líquido, no grupamento de reserva de lucros. 
As reservas para contingências não devem ser confundidas com as provisões para contingências, as principais diferenças dizem 
respeito ao momento de ocorrência do fato gerador e a sua classificação contábil. 
 
Veja aqui essas diferenças. 
 
O objetivo da criação dessa reserva é o de permitir que a companhia não altere de forma relevante a sua política de dividendos. 
Ou seja, diante de problemas que possam afetar os resultados futuros da companhia, parte dos lucros obtidos em períodos de 
normalidade será retida para que seja distribuída quando os resultados venham a ser afetados pela ocorrência dos eventos que 
geraram a sua constituição. 
Assim, o valor destinado à formação de reserva para contingências é deduzido do lucro líquido para formação da base de cálculo 
do dividendo mínimo obrigatório e, por outro lado, adicionado quando de sua reversão, que ocorre quando as razões que 
justificaram a sua constituição deixarem de existir ou ocorrerem as perdas previstas. 
Supondo, por exemplo, que a Cia Salve&Kana tenha seu negócio fortemente influenciado pelo clima e que, em vista do fenômeno 
climático conhecido com “El nino”, previsto para ocorrer no próximo período, é previsível a perda de faturamento. Por prudência, 
a administração decidiu criar reserva para fazer face a esta contingência, retendo R$50.000,00 do seu lucro, que representa cerca 
de 30% do lucro do período. O registro contábil será: 
 D Lucros ou prejuízos acumulados 
C Reserva de contingência R$ 50.000,00 
 
 Na reversão dessa reserva, no período seguinte, o lançamento será: 
 
D Reserva de contingência 
C Lucros ou prejuízos acumulados R$ 50.000,00 
 
Reserva Incentivos Fiscais 
A partir da alteração que a Lei nº 11.638/07 efetuou na Lei nº 6404/76, os incentivos fiscais recebidos pela sociedade não 
poderão ser lançados diretamente para reservas de capital e nem para reserva de lucro, devendo necessariamente transitar, 
como receita, pelo resultado do exercício. Assim, valores recebidos a título de doação, proveniente do poder público, ou 
subvenções para investimento, que antes eram tratados como reserva de capital, agora não mais o serão. Esses valores deverão 
ser registrados como receitas do período, obedecendo ao preceito da competência dos exercícios. A empresa poderá constituir 
uma reserva de lucros no montante das receitas de incentivos fiscais levadas a resultado. 
O registro contábil dos incentivos fiscais recebidos terá como contrapartida conta específica do passivo, enquanto não atendidos 
os requisitos para reconhecimento no resultado, conforme orientação dada pelo item 14 do pronunciamento 07 do CPC. Esse 
registro poderá ser: 
D Imobilizado (se elemento tangível a ser utilizado na atividade da empresa) 
C Receitas de Incentivos fiscais a apropriar (PC ou PNC dependendo do prazo para apropriação) 
 
 
 
 
Reserva de Retenção de Lucros: 
Esta reserva de lucro, denominada por força da Lei nº 6404/76, reserva de retenção de lucros, tem como objetivo, segundo 
consta da nota explicativa da Instrução CVM 59/86, “justificar a não distribuição de maiores parcelas de lucro a título de 
dividendos, ou seja, o não pagamento de dividendo superior ao mínimo obrigatório, tendo em vista as necessidades de recursos 
da companhia em decorrência de seu plano orçamentário”. 
Além disso, a sua constituição deve partir de proposta efetuada pelos órgãos da administração da companhia e justificada por 
orçamento de capital. Mas, não poderá ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo mínimo obrigatório. 
Supondo, por exemplo, que a Cia Salve&Kana, por proposta de seus administradores, resolva reter R$10.000,00 do seu lucro para 
atender projeto de expansão de suas atividades, conforme deliberado pela assembleia de acionistas, faríamos o seguinte registro: 
D Lucros ou prejuízos acumulados 
C Reserva de retenção de lucros R$ 10.000,00 
Reserva de Lucros a Realizar 
 
 
 
 
 
Essa demonstraçãoestá prevista no artigo 186 da Lei nº 6.404/76, que estabelece a sua estrutura básica. 
Conforme o referido diploma legal a DLPA discriminará: 
1. O saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; 
2. As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; 
3. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ajuste de Exercícios Anteriores 
O termo ajuste de exercícios anteriores foi consagrado no §1° do artigo 186 que estabeleceu: 
Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou 
da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. 
 
Por outro lado, o Pronunciamento 23 do CPC, que trata das Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro ― 
que tem como objetivo principal “melhorar a relevância e a confiabilidade das demonstrações contábeis da entidade, bem como 
permitir sua comparabilidade ao longo do tempo com as demonstrações contábeis de outras entidades” ― estabelece o 
tratamento contábil dos efeitos relativos a mudanças nas políticas contábeis da empresa, bem como daqueles relativos às 
omissões e incorreções materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como forma de melhorar o entendimento, vamos desenvolver um exemplo: 
Suponhamos que uma empresa tenha recebido R$35.000,00, no exercício de 2011, por conta de dividendos pagos por empresa 
investida. 
No entanto, tais dividendos, por conta de falha contábil, não foram provisionados no exercício de competência que era 2010. 
Assim, não podemos registrar como receita relativa ao exercício de 2011. 
Precisamos, então, utilizar a conta de ajustes de exercícios anteriores que serão, posteriormente, levados para lucros ou prejuízos 
acumulados. 
Veja aqui o registro contábil. 
 
 
 
 
 
 
Dividendos Propostos: 
Nos termos do artigo 202 da Lei nº 6404/76, os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, 
a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada mediante a utilização dos 
seguintes critérios: 
I– metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: 
a) Importância destinada à constituição da reserva legal; 
b) Importância destinada à constituição da reserva para contingências e reversão da mesma formada em exercícios anteriores; 
II – O pagamento do dividendo determinado nos termos do item anterior poderá ser limitado no montante do lucro líquido do 
exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar; 
III – Os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em 
exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 
Além disso, o artigo 195-A da mesma lei torna possível que, no caso da assembleia geral destinar para a reserva de incentivos 
fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, esse montante seja 
excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório. 
 
A norma destaca, ainda, que no caso do estatuto ser omisso e a assembleia geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre 
a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado. 
 
Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um importante relatório contábil, tornado obrigatório pela Lei nº 11.638/07*, em 
substituição à Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos, e encontra-se regulamentada pelo Pronunciamento n°3 do 
CPC. 
Esta demonstração apresenta as modificações ocorridas nos saldos das disponibilidades mantidas pela empresa, durante o 
exercício social, mediante a evidenciação dos diversos pagamentos e recebimentos ocorridos no exercício. 
O sucesso, crescimento e sobrevivência das empresas dependem fortemente de sua capacidade de gerar e/ou obter recursos 
financeiros (caixa) e, conforme o Pronunciamento n° 3 do CPC, as Informações contidas na DFC são úteis para proporcionar aos 
usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem 
como suas necessidades de liquidez. 
De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke, a DFC oferece informações que permite a investidores, credores e outros usuários, 
mormente quando utilizadas em conjunto com as demais demonstrações, avaliem, principalmente: 
1. A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; 
2. A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos; 
3. A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa; 
4. A taxa de conversão de lucro em caixa; 
5. A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as 
mesmas transações etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação e Apresentação da DFC: 
De acordo com o Pronunciamento n°3 do CPC, deve 
apresentar os fluxos de caixa do período, da forma que seja 
mais apropriada aos seus negócios, classificados por: 
 Fluxo das atividades operacionais; 
 Fluxo das atividades de investimentos; e 
 Fluxo das atividades de financiamento. 
A DFC deve focar na identificação dos efeitos no caixa da empresa, provocado por transações com terceiros, somente as 
transações que afetarem o caixa da empresa devem ser retratadas. 
É importante destacar que uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade. Um exemplo 
bem claro pode ser o caso das aplicações financeiras (exceto as aplicações em equivalentes de caixa), onde o resgate no 
vencimento terá uma parcela, que é o principal, classificado na atividade de investimentos, e outra, que é a remuneração 
recebida, classificada na atividade operacional. 
Fluxo das Atividades Operacionais 
Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades geradoras de 
receita da entidade. Desta forma, torna-se uma importante indicação da capacidade das operações da empresa gerarem recursos 
suficientes para pagar dívidas, manter a capacidade operacional da empresa, pagar dividendos e fazer novos investimentos, sem 
recorrer a fontes externas de financiamento. 
 Apesar dos fluxos de caixa operacionais históricos não serem necessariamente um bom indicador dos futuros fluxos de caixa da 
empresa, o seu conhecimento pode ajudar aos usuários a testar a confiabilidade de suas previsões, detectando as distorções e, 
assim, aperfeiçoando o processo de predição desses fluxos futuros, bem como da performance e liquidez da empresa. 
 
Veja alguns dos principais eventos que são considerados na formação do fluxo de caixa das operações: 
1. Recebimentos pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; 
2. Pagamentos a fornecedores de mercadorias e de serviços; 
3. Pagamentos a empregados e encargos sociais; 
4. Pagamento de Impostos; 
5. Recebimentos de indenizações por sinistros; 
6. Pagamentos de despesas operacionais; 
7. Recebimentos e pagamentos oriundos de ações judiciais etc. 
 
Fluxo das Atividades de Investimentos 
 
As atividades de investimentos são definidas no Pronunciamento n°3 como transações referentes à aquisição e à venda de ativos 
de longo prazo e de outros investimentos não incluídosnos equivalentes de caixa. 
A apresentação do fluxo de caixa decorrente destas transações supre os usuários com informações que permitem o 
entendimento da composição dos ativos de longo prazo e de sua reposição/ampliação. Isso são elementos importantes na 
formação da estrutura operacional da empresa, que estão diretamente ligados aos futuros recebimentos líquidos de caixa, bem 
como aos lucros futuros. 
Algumas transações ― como, por exemplo, a venda de um imobilizado ― podem originar um ganho ou a uma perda, que é 
incluído na determinação do resultado líquido. Porém, os fluxos de caixa relacionados com estas operações são fluxos de caixa de 
atividades de investimento. 
 Como regra geral, os fluxos das atividades de 
investimentos estão relacionados à aquisição e venda 
dos ativos de longo prazo, utilizados na produção de 
bens e serviços, assim como de investimentos não 
incluídos como equivalentes de caixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxo das Atividades de Financiamento 
A atividade de financiamento é definida, no Pronunciamento n°3, como aquela que resulta em mudanças no tamanho e na 
composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade. Sua divulgação é considerada útil, pois pode indicar a 
capacidade que a empresa tem para financiar as necessidades de recursos das atividades operacionais e de investimentos, com 
recursos obtidos de fontes externas. 
Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; 
Pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; 
Caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros 
empréstimos de curto e longo prazos; 
Amortização de empréstimos e financiamentos; e 
Pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. 
Apresentação dos Fluxos de Caixas das Atividades Operacionais 
O Pronunciamento n°3 permite a empresa, na apresentação dos fluxos de caixa da atividade operacional, a escolha entre os 
seguintes métodos: 
a) Método direto, pelo qual são divulgadas as principais classes dos recebimentos de caixa brutos e dos pagamentos de 
caixa brutos; ou 
b) Método indireto, pelo qual o lucro líquido ou prejuízo é ajustado pelos efeitos de: 
 
I. Transações de natureza que não afetaram caixa ou equivalentes de caixa; 
II. De quaisquer diferimentos ou acréscimos de recebimentos e pagamentos de caixa operacionais passados ou 
futuros; e 
III. Todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa e equivalentes de caixa sejam fluxos de caixa decorrentes 
das atividades de investimento ou de financiamento. 
Métodos De Apresentação: 
Como vimos na aula anterior, existem dois métodos de 
apresentação da demonstração dos fluxos de caixa ― 
DFC: o método direto e o método indireto. Nesta aula, 
vamos focar nossa atenção neste último. 
 Transações de natureza que não afetaram 
caixa ou equivalentes de caixa; 
 De quaisquer deferimentos ou acréscimos de 
recebimentos e pagamentos de caixa operacionais 
passados ou futuros; e 
 Todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa e equivalentes de caixa sejam fluxos de caixa decorrentes das 
atividades de investimento ou de financiamento. 
A única diferença entre os dois métodos diz respeito ao fluxo das atividades operacionais, sendo os dois demais fluxos obtidos de 
maneira idêntica em ambos os métodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxo das Atividades de Financiamentos 
Para fecharmos a DFC, vamos apurar o fluxo das atividades de financiamento. 
Pela variação da conta capital social, concluímos que no período houve aumento de capital de R$ 500.000 (R$ 2.500.000 – R$ 
2.000.000). 
No caso do passivo não circulante – exigível em longo prazo devemos considerar o efeito da variação cambial lançada no 
resultado para apurarmos o valor do pagamento dos empréstimos ou da nova captação de recursos. 
Assim faremos: 
Saldo inicial do passivo não circulante..................... R$ 850.000 
(+) Despesa de variação cambial.............................R$ 120.000 
(-) Saldo final do passivo não circulante....................R$ 730.000 
(=) Amortização de empréstimos bancários.................(R$ 240.000) 
No caso da conta de lucros ou prejuízos acumulados percebemos que a variação entre o saldo final e inicial (R$ 200.000 – R$ 
500.000) é exatamente igual o resultado do exercício, portanto não deveremos reportar nenhum valor proveniente desta conta. 
Elaboração da DFC-Método Direto 
Pronto, agora que apuramos o valor dos fluxos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento, podemos checar 
se a soma dos fluxos “bate” com o valor da variação do caixa e equivalentes de caixa no período. 
 
Os fluxos das atividades montaram em R$ 60.000 (R$ 650.000 – R$ 850.000 + R$ 260.000) e a variação do caixa e equivalentes de 
caixa também foi de igual valor (R$ 240.000 – R$ 180.000). Assim, concluímos os procedimentos de cálculo para elaboração da 
DFC – Método indireto. 
Clique aqui para ver como ficará o relatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstração do Valor Adicionado: 
O valor adicionado, conforme definido no item 9 do Pronunciamento nº 9 do CPC, representa a riqueza produzida pela empresa, 
medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros, ajustados pela depreciação e amortização 
do período. Além disso, inclui o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, que não foi produzido por ela, mas sim 
transferido à entidade por terceiros, que o produziram. 
Dessa forma, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) constitui uma importante fonte de informações sobre a capacidade de 
geração de valor (riqueza) pelas empresas e a forma pelo qual são distribuídos aos diversos agentes que dele usufruem. 
A DVA, nos valendo ainda do explicitado no referido Pronunciamento em seus itens 10 e 11, está fundamentada em conceitos 
macroeconômicos, buscando apresentar a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do produto interno bruto 
(PIB), devendo-se eliminar os valores que representam uma dupla-contagem. 
Entretanto, o modelo contábil e o econômico apresentam diferenças temporais no que diz respeito ao cálculo do valor 
adicionado. Pois, a ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se no momento da produção, enquanto a contabilidade utiliza 
o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime de competência. 
Como os momentos de realização da produção e vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio 
dos conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes. 
Os elementos que são retratados na DRE são basicamente os mesmos apresentados na DVA, diferindo apenas no que diz respeito 
à arrumação dos diversos elementos e, em alguns casos, em aspectos relativos à apuração de seu valor. 
 No entanto, ao passo que a DRE foca no resultado que remunera apenas os investidores (sócios e acionistas), a DVA se preocupa 
em refletir a distribuição da riqueza para todos (empregados, financiadores, governo e proprietários), que são os beneficiários 
dos esforços efetuados pelas empresas. 
Obrigatoriedade da Elaboração: 
A Demonstração do Valor Adicionado tornou-se obrigatória a partir da Lei nº 11.638/07. Esta lei criou o item V no artigo 176 da 
Lei nº 6404/76 e a incluiu entre as demonstrações que devem ser elaboradas e publicadas pelas sociedades de capital aberto, 
isentando dessa obrigatoriedade as demais companhias. 
Assim, ressaltamos que somente as empresas de capital aberto são obrigadas à sua elaboração e publicação. Antes da edição